“Richard Nixon se despediu do cargo mais visado da Terra com um sorriso”. Heron Domingues
Heron de Lima Domingues (1924-1974) foi um jornalista e radialista brasileiro. Deixou sua marca na comunicação social e política global quando foi o primeiro apresentador de televisão, com seu ingresso em 1961 na TV Tupi do Rio de Janeiro. Em tom “alarmista”, como efeito social da notícia, o radialista foi o primeiro a noticiar vários fatos históricos em seus 33 anos de carreira: o lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima em 1945, o suicídio de Getúlio Vargas, o inventor do trabalhismo Brasileiro, em 1954, a morte da cantora Carmen Miranda em 1955, a renúncia do presidente da República Jânio Quadros em 1961 e a chegada do Homem à Lua em 1969 com a globalização da comunicação social. Aos 16 anos tentou a carreira de cantor participando de Concurso de Calouros na Rádio Gaúcha, em Porto Alegre, no dia 7 de dezembro de 1941, dia escolhido pelos japoneses para bombardear Pearl Harbour, Havaí nos Estados Unidos da América. Na ausência do locutor da rádio, foi “lançado às pressas aos microfones e deu a notícia em primeira mão”. Não participou do concurso, mas saiu da rádio muito bem empregado. Em 1944, mudou-se para o Rio de Janeiro e passou a trabalhar na pioneira Rádio Nacional, no programa Repórter Esso (cf. Klöckner, 2011), transmitia a informação “como se estivesse numa trincheira”.
O Seu Repórter Esso representou
um noticiário histórico do rádio e da televisão brasileira seguindo a programação
norte-americana chamada de Your Esso Reporter. O programa de cinco
minutos foi ao ar desde 1935, quatro vezes ao dia em estações de rádio nas
cidades dos Estados Unidos onde a empresa Esso operava. O programa também teve
uma versão televisionada, sendo exibido na National Broadcasting Company
(NBC) em 1947 e na Columbia Broadcasting System (CBS) de julho a
setembro de 1951. O “formato” de notícias foi exportado para países da América
Latina, como a Argentina, o Brasil, o Chile, a Colômbia e Venezuela. As
notícias foram fornecidas pela United Press International (UPI) agência de notícias fundada em 1907. A empresa iniciou sua rede
de comunicação social com sua sede em Boca Raton, no estado da Flórida. Funcionou com a Associated Press, a Reuters e a Agência
France-Presse, as quatro principais agências de notícias do mundo até
a década de 1990.
O programa foi criado
para reproduzir a propaganda da guerra norte-americana direcionada ao povo
brasileiro. Iniciou sua atividade no dia 28 de agosto 1941 apoiado pelo
presidente Getúlio Vargas (1882-1954) e sob a orientação do Departamento de
Imprensa e Propaganda (DIP). Como castilhista, Getúlio compreende a vida
pública como missão. Foi um dos primeiros sintomas da globalização das
comunicações: o pacote cultural-ideológico dos Estados Unidos da América incluía
em suas várias edições diárias, uma síntese noticiosa de cinco minutos
rigidamente cronometrados, a primeira de caráter global, transmitido em 14
países do continente americano por 59 estações de rádio, constituindo-se na ampla rede radiofônica mundial. O
Repórter Esso se especializou em divulgar principalmente notícias ligadas ao
modo de vida americana da época, conhecida como American way of life. Os
informes do United Press International traziam aos ouvintes a evolução das
guerras globais travadas pelos Estados Unidos em todas as partes do planeta. Realizou
ampla cobertura da Guerra da Coreia em 1950. O programa dava ênfase às notícias
de autoridades, notáveis, estrelas e astros de cinema e feitos científicos
norte-americanos. Sabemos que o Repórter Esso não informava notícias da
Europa, da Ásia e da África caso não houvesse interesses
norte-americanos envolvidos. Noticiou com exclusividade o suicídio de Vargas em 1954, pois a empresa patrocinadora
tinha amplo trânsito no Palácio do Catete. Em 1957, informou a
explosão da Bomba de Hidrogênio. Em 1959 que Fidel Castro vencera a
Revolução Cubana “reforçando o avanço do perigo comunista na América Latina”.
Durante a história social e política, Jerusalém foi destruída pelo menos duas vezes, sitiada 23 vezes, atacada 52 vezes e capturada e recapturada outras 44 vezes. A parte mais antiga da cidade foi estabelecida no IV milénio a. C. Em 1538, muralhas foram construídas em torno da cidade sob o regime de Solimão, o Magnífico. Sob seu reinado a Marinha Otomana dominava do Mar Mediterrâneo até o Mar Vermelho, passando pelo Golfo Pérsico. Atualmente aqueles muros definem a Cidade Antiga, que é dividida em quatro bairros - armênio, cristão, judeu e muçulmano - desde o início do século XIX. Nas décadas de 1840 e 1850, os poderes internacionais iniciaram um “cabo de guerra” na Palestina, uma vez que tentaram ampliar sua proteção ao longo do país para as minorias religiosas, uma luta realizada principalmente através de representantes consulares em Jerusalém. Logo em 1845 foi liberada a compra de propriedades para estrangeiros, em seguida, ingleses e russos começaram a comprar terrenos e imóveis para ajudar na conversão da população local, como por exemplo; albergues, casas e sede para instalar representação civil. Demograficamente a população em 1845 era de 16 410 habitantes, desses, 7 120 judeus, 5 000 muçulmanos, 3 390 cristãos, 800 soldados turcos e 100 europeus. Os peregrinos cristãos sob o domínio dos otomanos, dobraram a população na Páscoa. A Cidade Antiga se tornou Patrimônio da Humanidade em 1981. Mas em 1982 na lista de patrimônios em perigo. A Jerusalém cresceu além dos limites da Cidade Antiga.
Ipso
facto, foi o primeiro noticiário de radiojornalismo do
Brasil que “não se limitava apenas a ler as notícias recortadas dos jornais”. As
matérias jornalísticas eram enviadas por uma agência internacional de notícias sob o controle
dos Estados Unidos da América. O repórter Esso era patrocinado por uma empresa
estadunidense chamada Standard Oil Company of Brazil, reconhecida como Esso
do Brasil. Os locutores que fizeram maior sucesso como protagonistas foram:
em São Paulo, Benedito Ruy Rezende e Dalmácio Jordão, que narrou o noticiário
de 1950 até seu final, Kalil Filho, Gontijo Teodoro, Luís Jatobá e Heron
Domingues. Os slogans mais famosos eram programados com as seguintes teses da
comunicação social: 1. O Primeiro a Dar as Últimas e, 2. Testemunha Ocular da História.
O programa trouxe ao radiojornalismo a informação por ele
divulgada não apenas como notícia, mas constituída também, em texto dirigido,
propaganda político-ideológica, produzindo e construindo conteúdo de sentido e
com alvo certo: o governo e determinados segmentos estratificados da sociedade
brasileira. Acampado no estúdio da carioca Rádio Nacional, Heron
Domingues, o Repórter Esso, aguardava sôfrego pelo telegrama que
confirmaria o fim da 2ª guerra mundial, em 1945. Deveria fazer jus ao apelido a
ele atribuído, “o primeiro a dar as últimas”. Após passar Natal, Ano-Novo e
Páscoa em alerta, os colegas insistiam para que ele fosse descansar em casa.
Aceitou o conselho a contragosto e, para sua decepção, soube do fim do armistício, pela emissora concorrente. Para consolo,
sua credibilidade ressoou: - “Se o Repórter Esso ainda não deu, não deve ser
verdade”, comentava-se pelo País. Só depois que empostou sua inconfundível voz é que a notícia ganhou veracidade.
Não
obstante, a 2ª guerra acabou depois que o Repórter Esso noticiou, a célebre
frase de um jornal que exprime a importância e credibilidade que o Repórter
Esso conquistou. A primeira transmissão ocorreu na Rádio Nacional do Rio de
Janeiro, em 28 de agosto de 1941, iniciando a cobertura do Brasil na guerra. Antes
da estreia oficial, o programa havia ido ao ar experimentalmente na Rádio
Farroupilha de Porto Alegre. Na televisão, o noticiário, inicialmente com o
nome de O Seu Repórter Esso, foi apresentado de 10 de abril de 1952 até
31 de dezembro de 1970 na TV Tupi. Sobre o Repórter Esso, Heron Domingues relatou:
- Trabalhei no Repórter Esso de 1944 a 1962, sem um dia de folga.
Levantava-me às 6h45min e voltava para casa à 1h30min da madrugada. Nos
períodos críticos, dormia na rádio, que tinha uma cama na redação. Para se ter
uma ideia da época conturbada em que vivíamos, no período em que fui locutor do
Esso, houve no Brasil dez presidentes da república. Durante a guerra, dormia na
Rádio Nacional com um fone no ouvido ligado a UPI. Sempre que
havia uma notícia importante, eles me despertavam, eu mesmo colocava a emissora
no ar e transmitia a notícia.
Para
o fim da guerra, preparamos uma audição especial do Repórter Esso, em
que a notícia seria fundida com o repicar de sinos. Com medo de me emocionar muito
diante do microfone, gravei o início da transmissão: - “Atenção! Atenção!
Acabou a guerra”. Trabalhou na TV Rio, onde apresentou o Telejornal Pirelli, ao
lado de Léo Batista e na Rede Globo, onde apresentou o Jornal da Noite e
o Jornal Internacional de 1971 até 1974. Em 9 de agosto de 1974,
Domingues apresentou uma edição do Jornal Internacional a respeito do impeachment
do presidente norte-americano Richard Nixon. Antes do fato político, ele havia
pedido a Armando Nogueira um “adiantamento” de suas férias para dar a
informação ao vivo. Elogiado por seu desempenho ao vivo, foi jantar com amigos. Repousando em casa, faleceu vítima de um infarto enquanto dormia. Ele era casado com a jornalista Jacira Domingues: - “Heron era
um perfeccionista da informação e do texto. A vida dele era para a notícia”,
disse esposa.
Pelo
princípio, penetramos na vida. Por que um governo não é uma forma
pura. É uma forma de existência concreta de uma sociedade de homens. Para
que os homens submetidos a um tipo particular de governo lhe sejam justa e
duravelmente submetidos, não basta a simples imposição de uma forma política, é
preciso ainda uma disposição dos homens para essa forma específica. É preciso,
diz Montesquieu, uma paixão específica. Por necessidade, cada forma de
governo implica a sua paixão própria. A república quer a virtude, a monarquia,
a honra, o despotismo, o temor. Se o princípio do governo é a sua mola, o que o
leva a agir, significa que ele é, enquanto vida do governo, a sua condição de
existência. A república não pode, perdoe-nos o leitor a expressão, andar só a
virtude. Mas sem virtude a república cai, como a monarquia cai sem honra e o
despotismo sem temor. A virtude do cidadão é a totalidade de sua vida
submetida ao bem público: esta paixão, dominante no Estado, equivale, num
homem, ao domínio de todas as suas paixões. Pelo princípio é a vida concreta
dos homens, pública e privada que entra no governo. O princípio está, portanto,
no ponto de encontro da natureza do governo (forma política) e a da vida real
dos homens. O princípio é o concreto abstrato que é a natureza. Só a
unidade, a totalidade de ambos é real. A totalidade, que era uma ideia,
torna-se uma hipótese científica destinada a analisar e a interpretar os
fatos sociais. Torna-se a categoria fundamental que permite pensar não a
irrealidade de um Estado ideal, mas a diversidade concreta possibilitada pela
constituição pragmática da história humana. A história deixa de ser espaço infinito onde são atiradas as inúmeras obras da fantasia
e acaso, de lugar praticado que faz esmorecer a vontade de conhecimento.
Na história o tema filosófico do “cativeiro da razão”, expresso através da alegoria da caverna é tão antigo quando a formação do pensamento humano. Ele surgiu quando os primeiros filósofos se deram conta das ilusões provocadas pelas interferências constituída pelo afeto, e das ilusões provocadas pelos sentidos, sempre falíveis, ou pela razão, sempre as sofísticas intencionais ou involuntárias. O que é novo, segundo Rouanet (1990), e pode ser datado do período moderno, é a tentativa de situar no mundo social, mediado pelas relações, a fonte das ilusões da consciência. Essa tentativa nasceu em circunstâncias paradoxais. Tema conspícuo em torno da falsa consciência, concebido como incapacidade “cognitiva condicionada”, é constituído no século XIX, por um pensamento que o desloca (ilusão), no mesmo instante em que o condensa (alusão). É um objeto cuja inteligibilidade está alhures, lugar vazio cujo verdadeiro lugar “está em outro lugar”. A falsa consciência é o produto exclusivo das relações sociais. E qualquer tentativa de buscar nela própria as leis do seu funcionamento, abstraindo dessas relações, já é em si uma falsa consciência da filosofia de Hegel, que a define ainda-não-consciência do Espírito, dos jovens hegelianos que combatem no pensamento os grilhões imaginários, deixando intactos os grilhões reais.
Fato da consciência, ela não pode ser tratada no plano da consciência: tendo em vista que é um objeto ausente, espaço em branco que só pode ser preenchido por algo que não está nele. O espaço pleno é o das estruturas sociais: espaço extraterritorial, externo à problemática da consciência, mas ao qual se atribui o privilégio de revelar a verdade do que está situado fora dos seus limites. Pode-se perguntar se uma estratégia de libertação que consiste em ignorar a existência do objeto a ser libertado é das mais lúcidas. Falsa consciência como epifenômeno da base material, falsa consciência como forma de percepção própria a cada suporte (Träger) do processo social global, falsa consciência como o produto de uma “pedagogia” exercida pelos efeitos dos Aparelhos de Estado – em todos os casos, a análise se concentra num mais além da consciência, a história, a economia, as relações de produção, a instância ideológica. Em todos os casos, o nível de investigação são soa fatores objetivos, palpavelmente materiais, solo tranquilizador em que é fácil proteger-se das mistificações idealistas. Nesse campo, tudo pode ser investigado, e tudo foi investigado – exceto a falsa consciência – a consciência em que se refratam esses fatores. Ela foi tabuizada, pela razão que leva o primitivo a traçar um “círculo no chão”, e a proibir-se de atravessa-lo, neste caso representa o medo animista dos demônios. Esse medo não era totalmente infundado.
Era de fato importante precaver-se contra a tese de que “a consciência determina a existência”, defendendo a tese oposta de que a existência determina a consciência. Mas ao proclamar o primado da consciência, a ideologia produziu um efeito social inesperado, que foi a ocultação da problemática da consciência. Ocultação sui generis, cuja técnica é expor à luz do dia a realidade que se pretende dissimular, estimulando a questão tópica da “razão cativa” que irá exemplificar no conto de Allan Poe, The Purloined Letter (1884), o que a polícia parisiense procura em vão na casa do personagem influente: uma carta politicamente comprometedora, que teria sido roubada pelo próprio dono da residência. A polícia procura clandestinamente, o documento roubado, e obviamente nada encontra. Em desespero de causa, o chefe de Polícia pede o auxílio de C. Auguste Dupin, precursor de todos os detetives da literatura policial, que encontra a carta. E explica ao chefe de polícia que ela não estava em nenhum esconderijo, mas à vista. E nisto consiste, justamente, a astúcia. A carta era totalmente visível, e seu ocultamento consistia em sua visibilidade.
Richard Nixon foi o único
presidente dos Estados Unidos a renunciar. Divide com George W. Bush o status de
governante mais impopular na história do país. Algo de semelhante se passou com
o tema da consciência. Nele, a ideologia mente duas vezes, dizendo a
mesma frase: a primeira quando mente, e a segunda quando diz a verdade. Ela
mente quando diz que a consciência determina a existência – é a mentira idealista,
que os profissionais da desmistificação são plenamente competentes para
desmascarar. E mente, como o segundo judeu, ao dizer a verdade, ainda que de um
modo deformado: ela aponta com clareza para a importância intrínseca da
consciência, mas o faz de uma forma estridente que os especialistas da suspeita
não acreditam no que ela afirma, e vão procurar a verdade não em Cracóvia, onde
de fato está, mas em Lanberg. A primeira mentira usa a técnica semelhante à que
Sigmund Freud chama de Verschiebung, deslocamento – desviar a atenção de
um tema conflitivo (as condições de existência) para um campo visto como
não-problemático (a consciência). E a segunda usa uma técnica nova, que
poderíamos chamar Verblendung, ou ofuscação – a cegueira induzida por
uma luz demasiado intensa. Pela primeira mentira, destinada ao “pensamento
ingênuo”, a ideologia escamoteia as condições de existência; pela
segunda, destinada ao pensamento crítico, ela escamoteia aquilo mesmo que ela
proclama – as estruturas da consciência, impedindo que elas sejam tematizadas
em sua vinculação com as condições de existência.
O Complexo Watergate é um
robusto conglomerado de escritórios e apartamentos localizado em Washington.
Tornou-se famoso após o assalto que levou ao escândalo político reconhecido Caso
Watergate (1972), culminando com a renúncia do Presidente Richard
Nixon. Todo o complexo foi designado como um edifício no Registro Nacional
de Lugares Históricos em 12 de outubro de 2005. Seu objetivo é ajudar aos
proprietários e às associações, como o National Trust for Historic
Preservation, que deve coordenar, definir e proteger os sítios históricos
dos Estados Unidos. Watergate situa-se na parte Noroeste de Washington, D.C.,
no bairro de Foggy Bottom. Está limitado ao norte pela Virginia Avenue, à leste
pela New Hampshire Avenue, ao sul pela F Street, e à oeste pela Rock Creek and
Potomac Parkway. Adjacente ao complexo está o Kennedy Center e a embaixada da
Arábia Saudita. A estação do metrô de Washington mais próxima é a Foggy
Bottom-GWU. Foi construído pela companhia Società Generale Immobiliare,
a maior empresa imobiliária e de construção civil da Itália. Foi fundada em
Turim em 1862, mas anos depois se mudou para Roma com a unificação da Itália e
da Alemanha, em 1871. O grande objetivo era expulsar os austríacos do Norte e
estabelecer um estado italiano coeso. Depois da mudança, a empresa se
interessou pela terra pastoral de Roma e acabou comprando parte dela. Com a
aquisição de 10 acres que constituíam uma parte do extinto Canal de Chesapeake
e Ohio, no início da década de 1960 por 10 milhões de dólares. O extraordinário
conjunto arquitetônico Watergate foi inaugurado na América em 1967.
A
National Security Agency (NSA) representa a agência de segurança dos
Estados Unidos da América, criada em 4
de novembro de 1952, permetez vous voulez com funções políticas relacionadas
à “inteligência de sinais”, incluindo interceptação e criptoanálise. Também é
um órgão estadunidense dedicado a proteger as comunicações sociais
norte-americanas. A agência é extremamente atuante como parte do Departamento
de Defesa dos Estados Unidos. Durante determinado tempo após sua criação era
tão secreta que o governo tergiversava; negava sua existência. Em 1982, após
vários anos de pesquisas e coleta de informações, o jornalista James Bamford, reconhecido
por escrever sobre os órgãos de Inteligência americanos, especialista na
história da NSA e no sistema global de vigilância contido no livro The
Puzzle Palace: Inside America`s Most Secret Intelligence Organization
(2009) no qual revelou fontes e documentou pela primeira vez a existência da Agência
de Segurança Nacional. As atividades da agência e mesmo a existência da
agência foram negadas ideológica e sistematicamente pelo governo
norte-americano. Na época do globalismo planetário crescentemente dinamizado
pelas tecnologias eletrônicas, informáticas e cibernéticas, a política se desterritorializa.
Realiza-se na esfera da mídia, compreendendo marketing,
o videoclipe, o predomínio da imagem, da multimídia, do espetáculo audiovisual.
É um mundo sistêmico de Auguste Comte.
O nome do pensador francês Auguste Comte (1798-1857) está indissociavelmente ligado ao positivismo, corrente filosófica disciplinar que ele fundamentou com o objetivo de reorganizar o conhecimento humano. Seu caráter e que tem grande influência no Brasil e na pesquisa acadêmica. O filósofo reacionário viveu a contradição histórica francesa em que se alternavam regimes despóticos e revoluções sociais. A turbulência levou não só a um descontentamento geral com a política como a uma crise dos valores tradicionais. Comte procurou dar uma resposta a esse estado, pela combinação de elementos da obra de pensadores anteriores a ele e também de alguns contemporâneos, resultando num corpo teórico-ideológico que chamou de positivismo. O papel do positivismo se adere a vários outros níveis do conhecimento, que relacionados objetivam a real intenção da doutrina política. Melhor dizendo: que justificam os meios que são tratados os fatores sociais, políticos e econômicos que necessariamente conservam princípios categóricos e permanentes. Mediados pelos pensamentos típicos da teoria conservadora ou de um modo de pensar progressivamente as reformas da humanidade de acordo com ideais da ordem & progresso. É uma corrente de pensamento que está contaminada na ordem do dia, mas que surgiu na França do século XIX, como contraponto ao racionalismo abstrato do liberalismo. Seus idealizadores são o fundador da sociologia Auguste Comte & John Stuart Mill, considerado por muitos como o filósofo de língua inglesa mais influente do século XIX. É reconhecido principalmente pelos seus trabalhos nos campos da filosofia política, ética, economia política e lógica, além de influenciar inúmeros pensadores e áreas do conhecimento. Defendeu o utilitarismo, a teoria ética proposta inicialmente por seu padrinho, Jeremy Bentham. Além disso, é um dos mais proeminentes e reconhecidos defensores do liberalismo político, sendo seus livros fontes de discussão e inspiração sobre as liberdades individuais ainda nos tempos atuais. Mill chegou a ser membro do Parlamento Britânico, eleito em 1865, tendo defendido os direitos das mulheres, chegando a apresentar uma petição para estender o sufrágio às mulheres.
Auguste
Comte nasceu em Montpellier no dia 19 de janeiro de 1798, como filho de família
pequeno-burguesa, católica e monarquista. Antes da idade legal, foi admitido na
Escola Politécnica de Paris, de onde foi expulso mais tarde devido às suas
ideias aparentemente ultrademocráticas, retornando para ela como examinador de
Admissão. Em 1825 casou-se com Caroline Massin (1802-1877), uma costureira francesa, separando-se dela dezessete
anos depois. Três anos após a sua separação, em 1845, conheceu Clotilde de
Vaux (1815-1846), uma escritora francesa, com quem manteve um forte relacionamento amoroso, embora platônico. Ela
tornou-se a sua musa inspiradora, mas morreu no ano seguinte. A ascensão
apoteótica de Clotilde de Vaux à condição de Virgem-Mãe intercessora
entre os homens e a humanidade divinizada, concretizando a figura perfeita da
humanidade, demonstra-nos não apenas a paixão de Auguste Comte, mas a ideia de rebeldia
contra Deus. Com a perda considerou-se um messias com objetivo de
regenerar a humanidade. Em 1847, proclama a “religião da humanidade” propondo
um trajeto que será percorrido pelo ser humano, de preocupações externas à realidade, coroando a si mesmo quando do ponto de vista associa humanidade, ciência, síntese e fé, a essência sociológica
do pensamento comtiano.
O pensador é antes de tudo o sociólogo da unidade humana e social, da unidade da história humana. Leva a sua concepção da unidade até o ponto em que se coloca a aporia, situando a dificuldade em encontrar e fundamentar, como seu contemporâneo Marx, para quem Raymond Aron afirma: - Uma qualidade na obra de Marx, é que ela pode ser explicada em cinco minutos, cinco horas, cinco anos ou meio século, na verdade, a questão da diversidade na sociedade capitalista, pois o pensador alemão admite que “padecemos não apenas por causa dos vivos, mas também por causa dos mortos. Le mort saisit le vif!”. Como só há um tipo social de sociedade absolutamente válido, toda a humanidade deverá, segundo a filosofia positivista, chegar a esse tipo antropocêntrico de sociedade, mas para tanto representando as três formas pelas quais a tese da unidade humana é afirmada, explicada e justificada por suas três obras principais. A primeira, redigida entre 1820 e 1826, é a dos Opuscules, de abril de 1820; Prospectus, de abril de 1822; Considérations, 1825-1826. A segunda, pelas lições do Cours de Philosophie positive, 1830-1842; a terceira, pelo Système de Politique positive ou Traité de Sociologie instituant la religion de l`humanité, publicado de 1851 a 1854. O positivismo é uma relação social e política estabelecendo um sistema, mas simultaneamente, uma doutrina sociológica e política. Surgiu como desenvolvimento histórico do Iluminismo.
Em
linhas gerais ele propõe um método positivo à existência humana com valores
completamente humanos, afastando radicalmente a teologia e a metafísica. O
positivismo comtiano associa uma interpretação metódica positiva das ciências;
uma classificação do conhecimento a uma ética humana radical, desenvolvida na
segunda fase da carreira de métodos científicos válidos. O progresso da
humanidade depende exclusivamente dos avanços científicos. É no terceiro estado
que se realiza o verdadeiro espírito científico (ou positivo), que se atém à
observação dos fatos, à racionalização sobre eles, e à busca de suas
leis, relações invariáveis. O que será como prognóstico do futuro é justificado conforme aquilo que os filósofos do passado teriam chamado a
“natureza humana”, como aquilo que Comte chama simplesmente de “realização da ordem
humana e social”.
Na
terceira etapa de seu pensamento, ele a justifica, por uma teoria da natureza
humana e social, essa unidade da história humana. Em outras palavras, a
concepção comtista da unidade humana assume três formas, nos três momentos principais
da sua carreira: a) a sociedade que se desenvolve no Ocidente é exemplar, e
será seguida como modelo por toda a humanidade; b) a história da humanidade é a
história do espírito enquanto devenir do pensamento positivo, ou
enquanto aprendizado do positivismo pelo conjunto da humanidade; c) a história
da humanidade é o desenvolvimento da natureza humana. Esses três temas, que não
se contradizem, estão de certa forma presentes em todos os momentos do ersatz
comtiano, embora com ênfase desigual, representando três interpretações
possíveis do tema da unidade da espécie humana. Ele deduz a convicção de que o
pensamento teológico pertencia ao passado, talvez sob a influência de Friedrich
Nietzsche que “Deus estava morto”. A ciência comandaria daquele momento em
diante a inteligência dos homens modernos. Com a teologia desapareceria a
estrutural feudal e a organização monárquica. Os cientistas e os industriais
dominariam a sociedade de nosso tempo. O pensador acredita que a reforma social
tem como condição humana a reforma intelectual. Para ele a revolução ou
violência não permitem reorganizar uma sociedade em crise. Para essa
reorganização “seria preciso a criação de uma política positiva”.
Richard
Milhous Nixon (1913-1994) fora eleito presidente dos Estados Unidos da América em
1968, pelo partido Republicano, sucedendo a Lyndon Johnson (1908-1973),
tornando-se o terceiro presidente dos Estados Unidos a ter de lidar com a Guerra
do Vietnã entre 1959 e 1975. A guerra foi motivada por questões ideológicas
entre os dois governos vietnamitas e contou com a participação direta dos
Estados Unidos. Johnson é um dos quatro norte-americanos que ocuparam a
hierarquia dos quatro cargos federais mais elevados por eleição: cargo de representante,
senador, vice-presidente e presidente. Membro do Partido Democrata do Texas, faz
dele uma das mais antigas agremiações políticas ainda em atividade do mundo. Johnson
fez parte da Câmara dos Representantes (entre 1937-1949) e do Senado (entre
1949-1961). Após ter perdido a indicação para presidente em 1960, ele
recebeu a oferta de John F. Kennedy para ser running mate, uma pessoa
que concorre para um cargo político subordinado a outro numa eleição conjunta, como
na eleição de 1960. Voltou a candidatar-se em 1972, tendo opositor o
senador democrata George McGovern (1922-2012), com uma bela vitória,
ganhando em 49 estados. McGovern venceu em 1: Massachusetts, além do Distrito
de Columbia.
Complexo Watergate e espionagem promovida pelo governo Nixon (1969-1974). |
O caso Watergate representou o escândalo político de natureza abstrata ocorrido em meados de 1972 nos Estados Unidos da América. Trata-se da trama bem arquitetada com suas repercussões negativas a Richard Nixon que se iniciaram quando um grupo de cinco homens foram presos, no dia 17 de junho de 1972, tentando “invadir o escritório que sediava o Partido Democrata em Washington”. O escritório ficava em um complexo hotel que se chama Watergate. O guarda Frank Willis fazia ronda pelos corredores onde ficavam os escritórios e percebeu uma fita que impedia que a porta fosse trancada. Ele a retirou e seguiu sua ronda, mas quando retornou ao corredor, percebeu que a fita estava novamente colocada. Na primeira vez, ele não desconfiou do que se tratava. Mas, na segunda vez, sem o saber acionou a polícia que logo chegou ao local e encontrou cinco homens invadindo o escritório do Partido Democrata. Esses homens continham ferramentas para montagem de escutas telefônicas e uma certa quantia em dinheiro. Eles eram Frank Sturgis, Virgilio Gonzalez, Bernard Barker, James McCord e Eugenio Martínez. As investigações culminaram com a renúncia, em agosto de 1974 do presidente Richard Nixon do Partido Republicano.
No
Editorial do jornal Folha de S. Paulo, intitulado: Nixon Renunciou,
de 9 de agosto de 1974, temos a seguinte notícia: - Talvez a mais errada
história de um “self-made-man” que os roteiristas de Hollywood pudessem ter
imaginado, chega a seu fim, sem o clássico happy end, com a renúncia de
Richard Nixon, um “duro”, não acostumado a aceitar a derrota. Vítima dessa
alucinada ânsia de “subir na vida” seja a que preço for, Nixon desmorona agora,
colhido pela própria maquinaria, de cujo manejo ele era um mestre. O escândalo
de Watergate, não acaba apenas com presidente Nixon. O humilde advogado
californiano, filho de modesta família de agricultores que o educou dentro dos
severos padrões estabelecidos pelos Quakers. E além disso, que conseguiu
chegar ao mais importante cargo político. A tragédia de Nixon representa o fim da curva ascendente para a criação chamada de mito American
way of life, que sociologicamente representa a expressão aplicada a um
estilo de vida que funcionaria per se como referência de autoimagem urbana,
para a maioria dos habitantes dos Estados Unidos da América.
Seria
uma modalidade e comportamento dominante enquanto expressão do ethos
nacionalista desenvolvido a partir do século XVIII, cuja base é a crença nos
direitos à vida, à liberdade e à busca da felicidade, como direitos
inalienáveis de todos americanos, nos termos da Declaração de Independência.
Pode-se relacionar o American way com o American Dream. Tinha
como características primordiais o nacionalismo, o liberalismo, o consumismo e
a valorização do poder aquisitivo. Difundiam o conceito de “uma vida feliz de
conquistas, no qual a liberdade define esse estilo de vida norte-americano”.
Era uma felicidade obtida através dos meios materiais que serviam como fuga
para esquecer as mazelas das duas guerras mundiais. Esse estilo de vida, american way of life,
só foi possível devido a superioridade tecnológica dos norte-americanos, do arsenal
de guerra que conseguiram desenvolver e do poder do exército. Conseguiram desenvolver
métodos de trabalho e de produção em massa e consequentemente o consumo intenso
com crédito acessível, os quais faziam com que o norte-americano aproveitasse
para fazer as trocas de bens, muitas vezes desnecessariamente, mas
como estímulo ao consumo.
Os Estados Unidos venderam a imagem da felicidade pelo consumismo, em que comprar, gastar e ter tempo livre disponível nas atividades de lazer em família são o centro de realização na vida. Passaram a enxergar a televisão como item indispensável, onde eram divulgados padrões comportamentais, estéticos e de uma vida social equilibrada. Os automóveis tornaram-se objeto de desejo com o barateamento realizado pelo empresário Henry Ford (1863-1947). Difundiram também a ideia de self made man, homem que faz sozinho, ou seja, aquele homem que deixava a pobreza através do seu trabalho se tornando um empresário rico e bem sucedido. Durante a Guerra Fria a expressão era muito utilizada pela mídia para mostrar as diferenças da qualidade de vida entre as populações dos blocos capitalista e socialista. A cultura popular abraçava a ideia de que qualquer indivíduo, independente das circunstâncias de vida no passado, poderia melhorar a qualidade de sua vida no futuro através de determinação, do trabalho árduo e da habilidade social. A expressão novamente se tornou presente, graças à crença difundida tanto por George W. Bush pai quanto por Bush filho de que o estilo de vida americano não pode ser ameaçado e nem negociado.
O pai utilizou o American
way em 1992 como argumento para recusar propostas de diminuição das taxas
de gás carbônico, afirmando que o American way “não pode ser negociável”.
Bush filho utilizou-se da expressão para convencer os americanos a apoiá-lo na “instauração
da democracia” no Afeganistão e no Iraque, defendendo que o American way “não pode ser ameaçado por outras
nações”. O American way é uma ideologia política poderosa. Do ponto de
vista da análise, Richard Nixon é expoente típico originário
das classes médias protestantes norte-americanas. Toda a sua vida ou grande
parte dela demonstrou o impulso, a dureza, a imaginação livre e também as “falhas
sentimentais” que fizeram dessas camadas de agricultores, pequenos comerciantes
e proprietários, uma das forças motrizes no desenvolvimento da “grande
sociedade” norte-americana. Richard Nixon, é oriundo de família de trabalhadores
agricultores e com muita frequência costumava vangloriar-se das
dificuldades que teve para “subir na vida” norte-americana, como acontece
nas nações jovens empoderadas, a “aristocracia” é julgada menos pelas “origens”
da linhagem do que pelo êxito conseguido. Richard Nixon, em uma palavra era um “ganhador”
e, portanto, um “eleito dos deuses”, possuidor do que talvez considerava a sua
maior virtude: a de negar-se a sentir-se como um homem derrotado. Muitas opiniões públicas o levou a ser abstratamente “demolido”
pelo Escândalo Watergate.
Para o que nos interessa na literatura crítica o “descobrimento” do Watergate tornou-se um caso sociológico paradigmático de corrupção política. No total, cerca de 69 pessoas foram indiciadas para inquérito, com 48 delas condenadas pela justiça norte-americana, sendo a maioria membros oficiais do governo. Johnson ascendeu à presidência após o assassinato de John Kennedy em 22 de novembro de 1963, completando o mandato de Kennedy e oportunamente eleito por conta própria com uma grande margem na eleição de 1964. Johnson recebeu grande apoio dos Democratas e, enquanto presidente, foi responsável por criar a legislação da “Grande Sociedade”, que incluía leis que confirmavam os direitos civis, radiodifusão pública, Medicare, Medicaid, proteção ambiental, auxílio a educação e sua “Guerra a Pobreza”. Ele era reconhecido por sua personalidade autoritária e o chamado “tratamento Johnson”, visto na “coerção de políticos poderosos para avançar legislações”. Durante os primeiros anos de sua presidência, a economia cresceu e milhares de americanos saíram “linha da pobreza”, especialmente por causa dos seus projetos de estímulo econômicos e sociais. No plano da política Johnson adotou uma política externa voltada com o anticomunismo. O envolvimento do país na guerra do Vietnã na década de 1960 foi tema polêmico que ajudou a dividir ainda mais a coalizão democrata.
A
Lei de acesso à informação dos Estados Unidos, reconhecida Freedom of
Information Act (FOIA), foi publicada em 4 de julho de 1966 pelo
presidente Lyndon Johnson para garantir aos cidadãos o direito de acesso aos
registros do governo federal americano. 4th of July, foi oficialmente
declarado um feriado nacional em 1941. É neste dia que todos americanos
comemoram a independência dos Estados Unidos com fogos de artifícios, desfiles
e parques e ruas lotados. Uma das mais antigas em vigor pelo mundo, a FOIA é
considerada referência para legislações em outros países. O democrata Lyndon
Johnson assumiu a presidência dos Estados Unidos após o assassinato de John
Kennedy, em 22 de novembro de 1963, e foi reeleito para o cargo em 1964. Seu
mandato ficou conhecido pela legislação da “Great Society”, que incluía leis
que confirmavam direitos civis, como o do acesso à informação, leis de radiodifusão
pública, proteção ambiental, acesso à saúde, auxílio à educação, entre outros.
O projeto de lei assinado pelo presidente é fruto do esforço de vários
legisladores, principalmente John Emerson Moss (1915-1977), do partido
Democrata na Califórnia, que foi um dos importantes representantes e responsáveis
pelas investigações, relatórios e audiências sobre a política de informação do
governo norte-americano de uma década antes, em 1955. O FOIA substituiu a Seção
3 da Lei de Procedimentos Administrativos, tecnicamente que “regulamenta o
tratamento de informações no governo norte-americano. A lei de acesso americana
entrou em vigor um ano da publicação, em 1965, e garante que qualquer pessoa ou
organização, incluindo cidadãos não americanos, possam acessar dados do governo
dos Estados Unidos da América “por meio de um pedido de informação”.
Entre piadas e risadas, Clinton e Bush deixam riva(l)idade de lado. |
Após a Resolução do Golfo de Tonkin em 1964, o presidente
Johnson enviou maior número de tropas para o Vietnã, mas isso não foi capaz de
afastar a Frente Nacional para a Libertação do Vietname, do Vietname do
Sul, resultando num crescente atoleiro que, em 1968, gerou uma grande campanha
popular contra a guerra no país e mesmo no resto do mundo. Com crescentes
perdas humanas e noticiários noturnos veiculando imagens perturbadoras do
Vietnã, o custoso engajamento militar no Vietnã tornou-se crescentemente
impopular, afastando, do partido, muitos dos jovens eleitores que os democratas
haviam atraído no começo da década. Os protestos nesse ano, junto com os assassinatos
de Martin Luther King Jr. que se tornou a figura mais proeminente e líder
do movimento dos direitos civis nos Estados Unidos de 1955 até seu assassinato
em 1968. Luther King é amplamente reconhecido pela luta dos direitos políticos
através da não-violência e desobediência civil, inspirado por suas crenças
cristãs e o ativismo não-violento de Mahatma Gandhi e do candidato democrata à presidência Robert
F. Kennedy, irmão mais novo de John Kennedy, chegaram a seu clímax, em meio ao
tumulto dentro e fora do salão de convenções, escolhendo o vice-presidente
Hubert Humphrey como candidato democrata à presidência, numa série de eventos
que marcou o declínio da ampla coalizão do partido. O candidato
republicano à presidência, Richard Nixon, se aproveitou na política da “confusão
democrata” e se elegeu presidente nesse mesmo ano.
O
propósito dos invasores era obter diversas informações com base na cópia dos
documentos armazenados no escritório democrata, além de que desejavam consertar
uma escuta que estava instalada em um dos telefones de lá. Sim, essa não havia
sido a primeira invasão do grupo no escritório democrata. Em 28 de maio de
1972, eles já haviam invadido o local e não foram identificados. Em 17 de junho
de 1972, a sede do Partido Democrata foi invadida “por homens que queriam plantar
escutas telefônicas no local”. O caso chamou a atenção de dois jornalistas que
trabalhavam para o The Washington Post, Carl Bernstein e Bob Woodward.
Devido a seu trabalho em Watergate, Bernstein recebeu muitos prêmios; seu
trabalho ajudou o Post a ganhar em 1973 um prêmio Pulitzer por serviço público.
Bernstein deixou o Post em 1976. Trabalhou como correspondente sênior para a
rede ABC, ensinou na Universidade de Nova York, e contribuiu para a revista
Time. Foi vivido por Dustin Hoffman no filme Todos os Homens do Presidente,
de 1976. No filme Dick (1999) é interpretado por Bruce McCulloch. Eles
iniciaram a investigação do caso, e isso contribuiu para que a invasão em
Watergate ganhasse mais repercussão. Muitas das informações obtidas por eles
eram confirmadas por uma fonte misteriosa reconhecida como Garganta Profunda. A investigação levou à descoberta de que Bernard Barker, um dos
presos durante a invasão, tinha recebido um depósito de 25 mil dólares do Commitee
for the Re-Election of the President (Creep).
Os
dois repórteres do The Washington Post, Bob Woodward e Carl
Bernstein, que investigaram o caso, se tornaram “lendas do jornalismo norte-americano”,
não só pelo trabalho que lhes deu prêmios como também pela adaptação de
Hollywood para seu livro sobre Watergate, Todos os Homens do Presidente.
O filme estreou em 1976 com a atuação estelar de Robert Redford e Dustin
Hoffman e, apesar de o final já ser conhecido, foi “descrito como a história
detetivesca mais cativante de todos os tempos”. Sem dúvida trata-se do filme
mais visto sobre o escândalo, mas, como escreve a seguir o professor W.
Joseph Campbell, da Universidade Americana em Washington, serviu para
impulsionar e cimentar vários mitos sobre a mídia e Watergate. Investigar o
caso com a magnitude e da complexidade de Watergate requereu esforços coletivos
de fiscais especiais, juízes federais, todos os níveis do Congresso, a Suprema
Corte, assim como o Departamento de Justiça e o FBI. Ainda assim, é muito
provável que Nixon teria sobrevivido ao escândalo se não fossem as gravações
realizadas em segredo no Salão Oval da Casa Branca. Quando ordenado pela
Corte Suprema, Nixon entregou as gravações nas quais aprovava um plano para
distrair a investigação do FBI sobre o roubo.
O caso Watergate começou como uma notícia saída de um registro policial. Notícias do momento chave do escândalo - o roubo frustrado de 17 de junho de 1972, à sede do Comitê Democrata Nacional no complexo de Watergate em Washington D.C.- começaram a circular nas primeiras horas. O parágrafo inicial da primeira página do Post sobre o roubo deixou claro que os detalhes vinham dos investigadores da polícia. Lia-se o seguinte: - “Cinco homens, um dos quais que afirma ser empregado da Agência Central de Inteligência (CIA), foram presos às 2:30 a.m., ontem, no que as autoridades descrevem como um plano elaborado para colocar microfones secretos na sede do Comitê Democrata Nacional”. O Post tampouco revelou os elementos cruciais do crescente escândalo, como o sistema secreto de gravações de Nixon. A existência das fitas da Casa Branca foi revelada em 1973 ao comitê de do Senado. Edward Jay Epstein sublinhou em seu ensaio de 1974, as reportagens sobre Watergate eram derivadas e se sustentavam nas gravações dos investigadores federais sobre o escândalo.
Entretanto,
na dinâmica da vida real, Garganta Profunda falava periodicamente com
Woodward à medida em que se desenvolvia o escândalo. Mas nunca aconselhou
Woodward como é costume admitir em casos de roubos de grande soma a “seguir o
rastro do dinheiro”. Os repórteres Wodward e Bernstein já estavam fazendo isso:
umas de suas reportagens mais importantes descreveu como os fundos doados à
campanha para reeleger Nixon haviam sido usados para o roubo em Watergate. Mas
o esclarecimento do escândalo foi muito mais complicado que seguir a pista do
dinheiro. Nixon renunciou não porque malversou fundos doados a sua campanha de
1972, mas sim por obstruir o curso da Justiça. Além do mais, “Garganta Profunda”
teve sua identidade revelada em 2005 como W. Mark Felt, o antigo segundo homem
mais importante do FBI. No entanto, Felt não foi nenhum herói. Aliás, Felt foi
condenado em 1980 por delitos graves relacionados a violações que autorizou nas
investigações que realizava o FBI sobre a organização radical Weather
Underground. Mas Felt nunca cumpriu a pena. Recebeu um indulto em 1981 do então
presidente Ronald Reagan. A investigação conduzida pelos jornalistas do The
Washington Post revelou que o candidato Richard Nixon possuía um “caixa
dois” de campanha, isto é, dinheiro sujo não declarado, usado para
financiar as supostas operações de espionagem. No caso da previsível invasão
do escritório Watergate, o objetivo era obter informação dos democratas
para usá-las contra eles na eleição de 1972.
Na
cena final do filme, Garganta Profunda manifesta a Woodward que a vida de
ambos os jornalistas “corre perigo”. A advertência, que injetou suspense ao
ritmo algumas vezes lento do filme, também foi mencionada no livro de mesmo
título. No entanto, ficou claro que era um falso alarme. Woodward, Bernstein e
os editores do Post tomaram precauções por um tempo para evitar a interceptação
eletrônica de suas atividades. Mas Woodward descreveu em O Somem Secreto,
seu livro de 2005 sobre “Garganta Profunda”, que essas medidas começaram a
parecer mais “melodramáticas e desnecessárias. Nunca encontramos evidência de
telefones grampeados ou de que alguma de nossas vidas estivesse em perigo”. Em
outra ocasião, Woodward disse que a “pressão mais sinistra” que ele e Bernstein
sentiram durante Watergate “foi escutar repetidamente” a Casa Branca de Nixon à
medida que se aprofundava a questão do escândalo.
É
um mito “subsidiário atrativo” o de que as aventuras de Woodward e Bernstein,
como dramatizadas por Redford e Hoffman, fizeram o jornalismo “parecer elegante
e sedutor”. Tão sedutor que supostamente multidões de estudantes invadiram as
escolas de jornalismo. É um mito que ainda sobrevive, apesar de ser
completamente repudiado pela pesquisa séria. Um destes estudos, financiado pela
fundação midiática Freedom Forum, indicou em 1995 que o “crescimento da
educação jornalística” foi o resultado “não de eventos específicos como
Watergate, mas em grande parte pelo interesse que as mulheres expressaram pela
disciplina, que compareciam em números sem precedentes às universidades”. O
estudo concluiu inequivocamente que os “estudantes não se lançaram às aulas nas
universidades porque queriam seguir os passos de Woodward e Bernstein - ou de
Robert Redford e Dustin Hoffman”. Uma pesquisa similar, publicada em 1988,
declarou: - “Se afirma muito frequentemente e equivocadamente que as
investigações de Woodward e Bernstein apresentaram modelos para
estudantes e levaram a explosão nas matrículas em escolas de jornalismo”. Descobriu-se que o número de matrículas dobrou entre 1967 e 1972, ano do roubo em Watergate.
O
escândalo do Watergate revelou inúmeros abusos de poder por Richard Nixon e
seus funcionários, bem como a existência de um “esquadrão de truques sujos” que
foi responsável pela sabotagem política, a criação de um fundo de emboscada da
campanha associado ao Comitê de Nixon para se reeleger e a tentativa de
encobrimento do próprio escândalo Watergate. O vice-presidente então empossado,
Gerald Ford, emitiu um perdão polêmico por Nixon um mês depois, em 08 de
setembro de 1974, que o impediu de ser processado por qualquer crime que ele
tenha cometido enquanto presidente. Ele assumiu a presidência quando Nixon
renunciou em 1974. Ford tentou se eleger para um mandato completo em 1976, mas
falhou. Em um dos seus atos mais controversos, Ford concedeu um “perdão
presidencial” a Richard Nixon por seu papel no Caso Watergate. Durante a presidência
de Ford, a política externa foi caracterizada em termos processuais pelo
aumento do papel que o Congresso começou a desempenhar e pela correspondente
contenção dos poderes do presidente. Nas primárias do Partido Republicano em
1976, Ford derrotou o governador da Califórnia Ronald Reagan pela nomeação. Ele
acabou sendo derrotado na eleição presidencial de 1976 para o democrata Jimmy
Carter. Historiadores e cientistas políticos o avaliam como um presidente ruim.
Após deixar a presidência, permaneceu ativo dentro do Partido Republicano. Suas
opiniões moderadas sobre várias questões sociais o colocaram cada vez mais em
conflito com os membros mais conservadores do partido na década de 1990 e
início dos anos 2000. Na aposentadoria, Ford deixou de lado a inimizade que
sentia por Carter após a eleição de 1976 e os dois desenvolveram
uma estreita amizade. Depois ser acometido por uma série de problemas de saúde,
ele faleceu em casa, em 26 de dezembro de 2006.
Esse
era mais um indício na superfície que ligava o comitê da campanha de
Nixon com o escândalo. Com o tempo, descobriu-se que o Creep tinha um
fundo secreto usado para financiar ações de espionagem, como essa de Watergate.
Em 1972, ele ganhou novamente a eleição, desta vez contra o democrata George
McGovern, o qual, como Robert Kennedy, conseguira atrair os jovens contrários à
guerra e os partidários da contracultura, mas ao contrário deste, não fora
capaz de atrair os trabalhadores brancos, tradicionais eleitores dos
democratas. O segundo mandato de Nixon foi abalado pelo caso Watergate, que o
forçou a renunciar em 1974. Ele foi sucedido pelo vice-presidente Gerald Ford.
O caso Watergate deu, aos democratas, uma oportunidade de se recuperar, e seu
candidato Jimmy Carter ganhou a eleição em 1976. A religião nos Estados Unidos
é caracterizada por uma diversidade grande de crenças e práticas religiosas. Com
o apoio inicial dos eleitores evangélicos do Sul, Carter pode reunir as diferentes
facções do partido, mas a questão econômica da inflação e a crise política que
assolava os reféns norte-americanos ocorrido no Irã em 1979-1980, contribuíra
para a vitória do republicano Ronald Reagan, em 1980, que prenunciou o
predomínio republicano nos anos seguintes.
As razões para a mudança na política externa dos Estados Unidos da América, que o levaram de aliado da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas na 2ª guerra mundial para a política da chamada Guerra Fria, estão ligadas à crise política internacional criada pelo papel central da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas na vitória contra o nazismo, o surgimento de diversos países socialistas no leste europeu e do grande prestígio que gozavam tanto a URSS, quanto seu principal dirigente e comandante do Exército Vermelho durante a guerra, Josef Stalin. O único país socialista existente até o final da guerra, arcara com a maior parte do esforço de guerra. Enfrentou durante a maior parte do tempo sozinha as forças nazistas, virou a guerra na histórica Batalha de Stalingrado ocorrida entre agosto de 1942 a fevereiro de 1943, liberou diversos países da Europa do leste e tomou Berlim, destruindo o III Reich nazista, quando a Alemanha foi transformada em um Estado totalitário que controlava quase todos os aspectos da vida. A Alemanha nazista deixou de existir após as forças aliadas derrotarem os alemães em maio de 1945, encerrando a 2ª guerra mundial em parte na Europa.
Ele convocou a participação norte-americana na Guerra do Vietnã, indo de 17 mil soldados na região em 1963 para 550 mil no início de 1968, “aumentando as fatalidades e diminuindo as chances de paz”. O envolvimento externo gerou vários movimentos anti-guerra principalmente em universidades do país. Revoltas começaram a ocorrer em várias regiões e a criminalidade nas grandes cidades urbanas aumentou em 1965, e seus oponentes passaram a exigir medidas de lei e ordem. O Partido Democrata dividiu-se em várias facções e, após não ter se saído bem na convenção de Nova Hampshire em 1968, Johnson “não conseguiu a indicação para tentar a reeleição, tendo que desistir da corrida presidencial em 1968”. O Republicano Richard Nixon acabou por sucedê-lo. Após deixar a presidência, ele voltou para sua cidade natal, Stonewall, morrendo em 22 de janeiro de 1973. O legado político da presidência divide opiniões. Historiadores argumentam que seu governo marcou o pico do liberalismo americano após a chamada “Era do New Deal”.
Em
seus primeiros 100 dias de ativismo o New Deal programou reformas
setoriais na economia para criar as condições para a formação de poupança
interna e recuperar a rentabilidade dos investimentos. Foram criadas medidas de
política econômica para recuperar o sistema financeiro, com o Emergency
Banking Act, um ato aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos em março de
1933, na tentativa de estabilizar o sistema bancário para regular a produção
agrícola, com o Agricultural Adjustment Act, e para evitar a perda da
hipoteca das casas próprias, com o Home Owners’ Refinancing Act. No setor industrial, a principal medida
ocorreu com a redução da jornada do trabalho. Percebendo que o fator básico que
gerou a crise econômica havia sido a superprodução, Henry Ford estabeleceu o
emprego da jornada de oito horas. Além disso, foi responsável por uma
importantíssima inovação técnica: a criação da linha de montagem. Essa inovação
permitiu a redução dos custos e, sobretudo, aumento da produtividade, isto é, o
rendimento do trabalho e dos demais agentes da produção. A aplicação das
técnicas fordistas de exploração nas indústrias de bens de consumo promoveu
queda de preços tido com o New Deal, como primordial para a recuperação
da economia norte-americana.
O impacto político do New Deal foi evidente nos Estados Unidos da América e é creditado, por analistas, como um dos fatores para a ascensão do Partido Democrata, dominando as legislaturas estaduais e nacionais até a década de 1960. Os Republicanos, conservadores, apesar de se opor a este plano de estabilidade entre capital e trabalho, não o modificaram uma vez no poder. O político Eisenhower, eleito em 1953, na verdade, expandiram algumas das políticas públicas de Roosevelt, especialmente aquelas voltadas para a seguridade social. Durante o New Deal, de fato, a economia norte-americana se fortaleceu e cresceu, mas os problemas internos como a pobreza e a desigualdade prosseguiam. Analistas políticos afirmam que foi com a 2ª guerra mundial que reergueu a economia nacional, puxando como carro a produção industrial e o desenvolvimento. Assistência aos pobres, desempregados e a expansão da seguridade social para idosos também foi bem aceita pela classe trabalhadora. O governo impôs uma nova política fiscal, que segundo analistas, beneficiou o sistema financeiro e incentivou os investidores, salvando Wall Street. Havia interferência governamental na economia, um crescimento do socialismo de Estado, em detrimento do financismo (cf. Hilferding, 2011) tornando os Estados Unidos uma grande potência.
Ela
nasceu nos Estados Unidos na virada do século XIX-XX como alternativa às
escolas que a precederam baseadas nas doutrinas clássica, marxista, historicista
alemã e neoclássica. O que pode ser destacado na concepção institucionalista de
Veblen é a proposição da abordagem evolucionária da economia, fruto da
influência do trabalho inovador do cientista Charles Darwin (1809-1882), mas
também de Herbert Spencer (1820-1903), como aluno de pós-graduação de filosofia
na Universidade John Hopkins. Não tendo se adaptado bem aos estudos nesta
instituição, e possuindo uma carta de recomendação de John Bates Clark
(1847-1938), o economista neoclássico americano e Thorstein Veblen foi para
Yale University, onde obteve seu doutoramento em filosofia em 1884. Nessa
Universidade Thorstein Veblen (1857-1929) estudado por nós noutro lugar, trabalhou
sob a supervisão de William Graham Sumner (1840-1910), por mais paradoxal que
isso possa aparentemente vir a parecer. Também nesta majestosa época ele teve a
oportunidade de assistir às palestras do antropólogo inglês Herbert Spencer
(1820-1903), durante festejada visita aos Estados Unidos da América
em 1882.
Lyndon Johnson é bem avaliado por muitos estudiosos e historiadores da política devido as políticas públicas e a assinatura de diversas leis, incluindo direitos civis, controle de armas e plano de previdência social. Apesar dos avanços internos, muitos o desqualificam como um bom presidente devido ao fiasco da guerra contra o Vietnã. Atualmente, a base eleitoral e política do Partido Democrata é composta basicamente por progressistas e centristas, com uma pequena parcela de democratas conservadores. Cerca de 16 Democratas serviram como Presidente: o primeiro Andrew Jackson, que exerceu o cargo de 1829 a 1837, e o último Joe Biden, que assumiu em 2021. Após as eleições de 2020 - mutatis mutandis - os Democratas são o principal partido no governo dos Estados Unidos, obtendo maioria no Senado e na Câmara dos Representantes, mas retendo menos governadores (23/50) e legislaturas estaduais (18/50) do que os Republicanos; porém se conservam como a principal força política nas maiores cidades do país: Boston, Chicago, Los Angeles, Filadélfia, Nova Iorque, São Francisco, Seattle e Washington, D.C.
O
Federal Bureau of Investigation (FBI) é uma unidade de polícia política do
Departamento de Justiça dos Estados Unidos, servindo a dupla função tanto como
uma polícia de investigação quanto serviço de inteligência interno de contrainteligência.
Seu quartel-general no J. Edgar Hoover Building está localizado em Washington,
D. C. Cinquenta e seis escritórios locais estão localizados nas principais
cidades de todo o país, bem como também em mais de 400 agências residentes em
cidades menores, e mais de 50 escritórios internacionais estão localizadas em
embaixadas norte-americanas ao redor do mundo. Na ficção Mark Felt – O Homem
que Derrubou a Casa Branca (2017), com direção e roteiro de Peter Landesman
e elenco com Liam Neeson, Diane Lane, Marton Csokas, o segundo homem mais
poderoso do FBI, Mark Felt (Liam Neeson) acredita que irá assumir a liderança
da organização após a morte de Hoover, mas é negado pela Casa Branca.
Incomodado com a intromissão da presidência em sua área de trabalho,
ele desobedece às ordens engajando-se na investigação do escândalo de
Watergate.
Ipso
facto se torna o principal informante da imprensa, o Deep
throat que deu “dados aos jornalistas do Washington Post que
desmascararam o plano do presidente Richard Nixon”. O codinome foi inspirado no
filme Deep Throat de 1972, escrito e dirigido por Gerard Damiano e
estrelado por Linda Lovelace. A identidade do informante só foi revelada em
2005, quando W. Mark Felt, vice-diretor do FBI na década de 1970, escreveu
artigo na Vanity Fair narrando sua história. Em análise comparada em All
the President`s Men (1976), Hal Holbrook interpreta o informante. Também
foi usado por outros informantes na ficção, como no seriado Arquivo X, exibido
originalmente entre 10 de setembro de 1993 e 19 de maio de 2002, no canal
norte-americano Fox e também com o jogo eletrônico Metal Gear Solid de
ação-aventura dirigido e escrito por Hideo Kojima. Também publicado pela empresa
Konami em 1998 para PlayStation, para Windows desenvolvida
pela Digital Dialect e pela Microsoft Game Studios.
Em
17 de junho de 1972, Sturgis, Virgilio González, Eugenio Martínez, Bernard
Barker e James W. McCord Jr. foram presos enquanto instalavam dispositivos de escuta nos escritórios de campanha do Partido Democrata nacional
localizados no complexo de escritórios de Watergate em Washington. O número de
telefone de Hunt foi encontrado nos livros de endereços dos assaltantes.
Repórteres conseguiram vincular a invasão à Casa Branca. Os ladrões haviam
feito uma entrada bem-sucedida no mesmo local várias semanas antes, mas
voltaram para consertar um dispositivo com defeito e fotografar mais
documentos. Bob Woodward, que trabalhava para o Washington Post
foi informado por uma fonte (“Garganta Profunda”) que era empregada pelo
governo que assessores do presidente Richard Nixon “haviam pago os ladrões para
obter informações sobre seus oponentes políticos”. Sturgis foi retratado em All
the President`s Men (1976) que restabelece os eventos do
escândalo de Watergate, de Ron Hale.
Em
janeiro de 1973, Frank Sturgis, E. Howard Hunt, Virgílio Gonzalez, Eugenio Martinez,
Bernard Barker, G. Gordon Liddy e James W. McCord foram condenados por
“conspiração, roubo e escutas telefônicas”. Sturgis foi condenado em 1973 com
Max Gonzalez e Jerry Buchanan em um tribunal federal em Miami (73-597-CR-CA)
por “transportar carros roubados no Texas para o México”. Isso levou o Diretor
Regional Interino da Drug Enforcement Administration (DEA), David W.
Costa, a enviar uma carta ao juiz Carl Clyde Atkins (1914-1999) em 10 de março
de 1975, indicando que Sturgis havia cooperado secretamente com a DEA. Sturgis
cumpriu 14 meses na prisão federal de segurança mínima em Eglin, Flórida, uma
cidade região censo-designada, e uma base aérea com o mesmo nome localizada no
estado americano de Flórida, no Condado de Okaloosa. Sturgis deixa o prédio do
tribunal federal de Miami algemado depois de ser condenado em 1973 por “levar
carros roubados no Texas para o México”. Depois de sair da prisão, Frank Sturgis
serviu como informante da polícia de Miami e continuou fornecendo informações secretas
sobre as atividades políticas anti-Castro, no caso da transformação radical
socialista de Cuba. O artigo de St. George foi publicado na revista True
em agosto de 1974. Sturgis afirma que os ladrões de Watergate foram instruídos
a encontrar um documento específico nos escritórios do Partido
Democrata.
Liam Neeson interpreta Richard Nixon. |
É
neste sentido que procede nas comunidades humanas, uma força-tarefa do Órgão
para o Controle/Combate das Drogas (DEA) está se aproximando das entregas
do cartel para Chicago. As tensões dentro do cartel surgem quando um tenente
sedento de poder assassina o chefe e, subsequentemente, exige que Earl seja
mantido sob maior controle. No meio de um grande processo de carregamento de
cocaína, Earl descobre que Mary está gravemente doente. Depois que Ginny tem
uma conversa séria com ele, ele adia a entrega da droga para fazer as pazes com
Mary antes de sua morte, o que provoca a ira do cartel. Ele retoma a entrega
quando o DEA e o cartel se aproximam dele. Earl é espancado e ameaçado pelos
executores do cartel, mas eles cedem depois de saber da morte de sua ex-mulher.
Enquanto ele se dirige em direção ao ponto de entrega, ele é preso pelos
agentes de Controle ou Combate das Drogas. Quando Earl se declara culpado de
todas as acusações e é mandado para a prisão, sua família lhe demonstra seu
apoio. Na prisão, ele retorna a sua horticultura. Leo Sharp ficou desanimado
com os problemas financeiros com seu negócio de flores e posteriormente foi
abordado por trabalhadores mexicanos em sua fazenda em Michigan, que o
solicitaram para transportar narcóticos para o Cartel de Drogas de Sinaloa, no
México. O sucesso de Sharp em evitar a detecção de policiais, por mais de dez
anos enquanto transportava milhares de libras de cocaína, o catapultou para a
lenda urbana entre os traficantes de drogas que sabiam de suas façanhas. Sharp
usou uma picape Lincoln Mark LT para transportar entre 100 e 300 kg (220 e 660
lb) de cocaína por vez da fronteira sul dos Estados Unidos até Detroit,
Michigan.
No
livro Narcotráfico - Um Jogo de Poder nas Américas (1996), José Arbex
Jr. procura compreender as questões sociais e políticas das drogas dentro de um
contexto amplo, a questão do narcotráfico dentro de um grande jogo de poder. O
narcotráfico forma um império de 500 bilhões de dólares anuais, corrompe os
poderes constituídos, políticos e policiais e compra a indústria e o comércio
de países inteiros. Os consumidores são homens e mulheres de todas as idades e
profissões, de todas as classes sociais. As máfias ao redor do narcotráfico
formam “Estados dentro do Estado”, com suas leis e exército. O narcotráfico e a
criminalidade a este associado ameaçam as sociedades, as economias e as
instituições democráticas certamente ao colocar em perigo os valores éticos
sobre os quais sociedades consumidoras estas se baseiam, no sentido merceológico
e, na esfera econômica e esfera política constituem obstáculos importantes ao
desenvolvimento humano sustentável e ao desenvolvimento econômico. A
criminalidade economicamente organizada, inclusive a vinculada ao processo de
trabalho do narcotráfico, é um problema transfronteiriço e transnacional que se
desenvolve compulsoriamente no continente e que requer uma cooperação maior e
mais eficiente entre todos os Estados das Américas. O consumo e a produção de
drogas ilegais acarretam custos sociais enormes e que as diversas formas de
violência ligadas ao seu caráter ilegal atentam contra a segurança da população
como um todo. A distribuição, dizia Marx, determina a proporção de produtos que
cabem ao indivíduo na divisão do trabalho; a troca determina os produtos que
cada indivíduo reclama como parte que lhe designa pela distribuição. Produção,
distribuição, troca, consumo formam o silogismo modelo; a
produção constitui o geral, a distribuição e a troca, o
particular, o consumo, o singular para o qual tende o conjunto.
Este era um “memorando secreto do governo Castro” que incluía detalhes das ações secretas da CIA. Sturgis disse “que o governo Castro suspeitava que a CIA não contou toda a verdade sobre essas operações nem mesmo aos líderes políticos americanos”. Em resposta à repetida fanfarronice de Sturgis à mídia, a CIA emitiu uma declaração pública em 30 de maio de 1975, indicando que ele nunca esteve conectado com eles “de forma alguma”. Em uma entrevista com o repórter do New York Daily News Paul Meskil (1923-2005) em 20 de junho de 1975, Sturgis declarou: - “Eu era um espião. Eu estava envolvido em planos de assassinato e conspirações para derrubar vários governos estrangeiros, incluindo Cuba, Panamá, Guatemala, República Dominicana, e Haiti. Contrabandeei armas e homens para Cuba para Castro e contra Castro. Invadi arquivos de inteligência. Roubei e fotografei documentos secretos. É isso que os espiões fazem”. Sturgis foi negado a um pedido de perdão pelo presidente Jimmy Carter. Sturgis tem sido alvo de várias alegações sobre o assassinato do presidente John F. Kennedy. Ele também admitiu que outros indivíduos estavam envolvidos no assassinato de Kennedy.
A
Comissão Rockefeller relatou em 1975 que eles investigaram a alegação de que
Hunt e Sturgis, em nome da Central, participaram do assassinato de Kennedy. O Relatório
Final dessa comissão de inquérito afirmou que as testemunhas que testemunharam
que os “abandonados” tinham uma semelhança com Hunt ou Sturgis “não
demonstraram ter qualquer qualificação em identificação com foto além daquela
possuída por um leigo médio”. Seu relatório também afirmou que o agente do FBI
Lyndal Leroy Shaneyfelt (1915-2014), “um especialista nacionalmente reconhecido
em fotoidentificação e fotoanálise” do Laboratório Fotográfico do FBI, concluiu
a partir da comparação de fotos que nenhum dos homens era Hunt ou Sturgis. Em
1979, o Comitê Seleto de Assassinatos da Câmara informou que antropólogos
forenses analisaram e compararam novamente as fotografias dos “vagabundos” com
as de Hunt e Sturgis, bem como com fotografias de Thomas Vallee, Daniel Carswell
e Fred Lee Chrisman. De acordo com o comitê, apenas Chrisman se parecia com
qualquer um dos “vagabundos”, mas determinou que ele não deveria estar em
Dealey Plaza no dia do assassinato. Em 1992, a jornalista Mary La Fontaine
descobriu os registros de prisão de 22 de novembro de 1963 que o Departamento
de Polícia de Dallas havia divulgado em 1989, que nomeava os três homens como
Gus W. Abrams, Harold Doyle e John F. Gedney. Conforme os Relatórios de
Prisão, os três foram “retirados de um vagão nos pátios da ferrovia logo
após o presidente Kennedy ser baleado”, detidos como “prisioneiros
investigativos”, descritos como desempregados e de passagem por Dallas, quando
foram liberados quatro dias depois da detenção.
Em
1976, Frank Sturgis afirmou que foi designado para investigar qualquer possível
papel real que exilados cubanos possam ter desempenhado no assassinato de
Kennedy. Ele afirmou que sua investigação revelou que dez semanas antes do
assassinato, Jack Ruby se encontrou com Fidel Castro em Havana, Cuba, para
discutir “a remoção do presidente” a fim de neutralizar a ameaça de invasão
pelos Estados Unidos. De acordo com Sturgis, outros participantes da reunião
incluíram Raúl Castro, Che Guevara, Ramiro Valdés e uma mulher argentina que provável
ser acredita uma agente russa da Komitet Gosudarstvennoi Bezopasnosti (KGB).
Ele disse que Ruby também fez várias viagens a Havana nos meses anteriores ao
assassinato, a fim de conseguir acordos em que armas seriam vendidas a Cuba e
em que drogas ilegais de Cuba seriam contrabandeadas para os Estados Unidos.
Sturgis também afirmou que Lee Harvey Oswald estava envolvido na conspiração e
que outros governos estavam na conspiração ou sabiam da conspiração. Mas que a
investigação não revelou exilados cubanos estavam envolvidos no assassinato.
Frank
Sturgis se recusou a identificar especificamente as fontes primárias de suas
informações, mas observou que ele disse que elas incluíam membros do “submundo
cubano anti-Castro”. Ele alegou ainda que seus associados envolvidos na
inteligência confirmaram independentemente seu relatório. De acordo com
Sturgis, seu relatório foi feito no início de 1964 e que foi entregue a “certas
agências de inteligência americanas, incluindo o Comitê de Segurança Interna do
Senado”. Ele disse que não sabia se tinha sido encaminhado à Comissão Warren que
foi estabelecida em 29 de novembro de 1963 pelo presidente dos Estados Unidos
Lyndon B. Johnson para investigar o assassinato do presidente John F. Kennedy. Da
mesma forma, Sturgis disse que as informações sobre os relatórios de 1964 foram
fornecidas ao Relatório Rockefeller, bem como o subcomitê de
inteligência do Comitê da Igreja, presidido por Richard Schweiker (1926-2015),
mas que ele não sabia se eles receberam os relatórios reais. Sturgis afirmou
que estava revelando que fez os relatórios para refutar “o elemento de esquerda
no país” que alegou que a Central estava envolvida no assassinato de John Kennedy.
O irmão de Jack Ruby, Earl, respondeu às alegações como “estranhas”,
“ridículas” e “absolutamente falsas”.
Em
entrevista de televisão de 1977 conduzida por Bill O`Reilly, Sturgis indicou que
Alexander Butterfield, serviu como vice-assistente do presidente Richard Nixon
de 1969 a 1973. Ele revelou a existência do sistema de gravação da Casa Branca
em 13 de julho de 1973, durante a investigação do Watergate, mas não teve outro
envolvimento no escândalo. Mas em suas relações mantinha notáveis “associações”
com funcionários da CIA, associando-se à posição tomada por L. Fletcher Prouty,
que havia feito manchetes em todo o país com “sua alegação de que Butterfield
estava operando em nome da CIA”. Em setembro de 1977, Marita Lorenz disse a
Paul Meskil do New York Daily News que ela conheceu Oswald no outono de
1963 em um esconderijo da Operação 40 na seção Little Havana de Miami.
De acordo com Lorenz, ela o encontrou novamente antes do assassinato de Kennedy
em 1963 na casa de Orlando Bosch, com Sturgis, Pedro Luís Díaz Lanz e outros
dois cubanos presentes. Ela disse que os homens estudaram os mapas das ruas de
Dallas e que ela suspeitava que eles estavam planejando invadir um arsenal.
Lorenz afirmou que ela se juntou aos homens que viajavam para Dallas em dois
carros e carregavam “rifles e miras”, mas voou de volta para Miami no dia
seguinte à chegada.
Reconhecida
em Cuba como La Batalla de Girón foi uma tentativa frustrada de invadir
a costa sudoeste de Cuba empreendida em abril de 1961 por um grupo paramilitar
de exilados cubanos. O grupo fora treinado e dirigido pela Central
Intelligence Agency (CIA), uma agência de inteligência civil do governo dos
Estados Unidos responsável por investigar e fornecer informações de segurança
nacional para o Presidente e para o seu gabinete, com apoio das Forças Armadas
dos Estados Unidos da América (EUA). O objetivo da operação técnico e político era
derrubar o vitorioso governo socialista de Fidel Castro. O plano diabólico
foi lançado em abril de 1961, menos de três meses depois de John F. Kennedy ter
assumido a Presidência dos Estados Unidos. A arriscada ação terminou em
fracasso. As forças armadas cubanas, treinadas e equipadas pelas nações do
Bloco do Leste, derrotaram os combatentes do exílio em três dias e a maior
parte dos agressores se rendeu. O ataque à Baía dos Porcos fazia parte da
chamada Operação Mangusto (1961), que tinha como objetivo derrubar o
recém-formado governo comunista e assassinar o líder da Revolução Cubana, Fidel
Castro. Depois de três dias de combates, os invasores foram vencidos e Fidel
declarou “vitória sobre o imperialismo americano”. A Operação Mongoose,
ou ainda, Projeto Cuba foi o nome dado por John Kennedy, no dia 4 de
novembro de 1961, durante uma reunião do Special Group Augmented (SGA),
a uma operação secreta do governo norte-americano. A Operação Mongoose
tinha como objetivo subverter e sabotar o governo de Cuba. Robert F. Kennedy,
que ocupava o cargo de Attorney General (Procurador-Geral), decidiu nomear o
General Edward Lansdale, membro do comitê presidencial de assistência militar
para chefiar essa operação.
Fidel
Castro (1926-2016) esperava um ataque direto à ilha, tendo sido alertado por Ernesto
Rafael Guevara de la Serna, reconhecido como Che Guevara (1928-1967), que
presenciara um ataque semelhante durante o golpe ocorrido na Guatemala. Com a
invasão iminente, Fidel Castro anunciou em discurso no dia 16 de abril de 1961,
pela primeira vez, o caráter socialista da revolução e, no dia seguinte, teve
início o ataque à ilha, na Praia de Girón, localizada na Baía dos Porcos. Através
da CIA, o governo estadunidense treinou 1 297 exilados cubanos, a maioria deles
baseados em Miami, para destituir o governo de Fidel Castro. Como o planejado
apoio da Força Aérea Americana fora vetado pelo presidente Kennedy, temendo
envolver o governo dos Estados Unidos de forma institucional e aberta, a
operação foi lançada com pouco apoio logístico dos Estados Unidos e fracassou. Fidel
Castro, temendo uma nova invasão norte-americana, decidiu apoiar a ideia política
da União Soviética de instalar mísseis nucleares no seu país, “o que precipitou
em uma nova crise na região, desta vez com proporções bem maiores”. A Crise do
Mísseis, ocorrida em outubro de 1962, foi um incidente diplomático entre
Estados Unidos da América e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, por
causa da instalação de mísseis em Cuba. O evento é o considerado o momento mais
tenso e crítico da Guerra Fria quando “o mundo teve chances reais de sucumbir a
uma guerra nuclear”.
Em
resposta às alegações dela, Sturgis disse que não se lembrava de ter conhecido
Oswald e reiterou suas negações anteriores de estar envolvido em uma
conspiração para matar Kennedy. Em 31 de outubro de 1977, Sturgis foi preso no
apartamento de Marita Lorenz depois que disse à polícia que Sturgis a ameaçou
na tentativa de forçá-la a mudar seu depoimento para investigadores federais.
Em uma entrevista com Steve Dunleavy do jornal New York Post logo depois
que ele pagou fiança, Sturgis disse acreditar que agentes comunistas pressionaram
Marita Lorenz “a fazer as acusações contra ele”. A estátua do mito clássico da
Medusa em frente ao tribunal criminal de Nova York tem um simbolismo reparador.
Mais tarde naquela semana, no Tribunal Criminal de Manhattan, as acusações
contra Sturgis foram retiradas depois que o promotor disse ao juiz que seu
escritório não encontrou evidências de coerção ou assédio moral. Recapitulando
a série de eventos, Timothy Crouse do The Village Voice descreveu
Sturgis e Lorenz como “duas das fontes mais notoriamente não confiáveis na
América”. Após a morte de Hunt em 2007, John Hunt e David Hunt revelaram que
seu pai havia registrado várias alegações sobre ele e outros estarem envolvidos
em uma conspiração para assassinar John F. Kennedy.
Na
edição de 5 de abril de 2007 da revista Rolling Stone, John Hunt detalhou
vários indivíduos implicados por seu pai, incluindo Sturgis, bem como Cord
Meyer, David Sánchez Morales, David Atlee Phillips, William Harvey e um
assassino. Ele denominou “montanha gramada atirador francês” que muitos
presumem ser Lucien Sarti (1937-1972) foi um traficante de drogas francês. Em
1948, Sarti fundou o grupo Piedra Fuerte com os colegas corsos Auguste
Ricord e François Chiappe, que contrabandeavam ópio no Triângulo Dourado.
é uma das duas principais áreas produtoras de ópio e metanfetamina da Ásia. É
uma região com cerca de 367.000 milhas quadradas (950.000 km²) que se sobrepõe
às montanhas de quatro países do Sudeste Asiático: Myanmar, Vietnã, Laos e Tailândia. Juntamente com o
Afeganistão no Crescente Dourado, tem sido uma das mais extensas áreas
produtoras de ópio da Ásia e do mundo desde 1920. A maior parte da heroína do
mundo vinha do Triângulo Dourado até o início do século XXI, quando o
Afeganistão se tornou o maior produtor. O Triângulo designa a confluência do
rio Ruak e do rio Mekong, uma vez que o termo vem sendo apropriado pela
indústria turística tailandesa para descrever a tríplice fronteira perto da
Tailândia, Laos e Myanmar.
François
Chiappe era conhecido por fazer parte da Organização Armée Secrète, um
grupo terrorista paramilitar dissidente francês que realizou assassinatos e
atentados a bomba, incluindo a tentativa de assassinato de Charles de Gaulle em
1962. Em 19 de abril de 1968, Sarti foi preso junto com Ricord e Chiappe para
interrogatório sobre o roubo de uma agência do Banco Central da Argentina. Os
três foram libertados por falta de provas.
Em abril de 1972, Sarti foi morto a tiros na Cidade do México durante
uma batida em uma rede de tráfico de drogas pela polícia federal mexicana. Um detetive do Rio de Janeiro foi
posteriormente suspenso da força policial após ser acusado de aceitar um
suborno para libertar Sarti e Helena Ferreira, sua namorada, da prisão no início
de 1972. Em janeiro 1975, quatro cidadãos franceses acusados de fornecer
heroína a Sarti estavam entre um grupo de 19 indiciados por um grande júri
federal no Brooklyn. Os dois filhos alegaram que seu pai cortou as informações
de suas memórias, American Spy: My Secret History in the CIA, Watergate and
Beyond (2007), para evitar possíveis acusações de perjúrio. A viúva de Hunt
e outros filhos, os dois filhos tiraram vantagem da perda de lucidez de Hunt
treinando-o e explorando-o para obter ganhos financeiros. O Los Angeles
Times afirmou que examinou os materiais oferecidos pelos filhos para apoiar
a história e os considerou “inconclusivos”. Sturgis também está ligado ao
assassinato, em 4 de dezembro de 1980, do primeiro-ministro português Francisco
de Sá Carneiro e outras 6 pessoas a bordo de um avião Cessna, no que ficou reconhecido
como o caso Camarate.
Ele
foi nomeado por dois de seus supostos cúmplices, Fernando Farinha Simões e José
Esteves, em uma confissão escrita, como a pessoa que apertou o botão do
detonador para ativar a bomba no avião. Em 1979, Sturgis viajou para Angola
para ajudar os rebeldes que lutavam contra o governo comunista, que era apoiado
por Cuba e pela União Soviética, e para ensinar guerra de guerrilha. Em
1981 ele foi para Honduras para treinar os Contras apoiados pelos EUA que
estavam lutando contra o governo sandinista da Nicarágua, que era apoiado por
Cuba e pela União Soviética; o Exército de El Salvador; e os esquadrões da
morte de Honduras. Ele fez uma segunda viagem a Angola e treinou rebeldes no
mato angolano para Holden Roberto, dirigente nacionalista e líder de um
movimento considerado terrorista durante a Guerra Colonial portuguesa. Iniciou
a sua atividade política em 1954 com a fundação da União dos Povos do Norte
de Angola, mais tarde designada UPA. Ele interagiu com o terrorista
venezuelano Carlos, conhecido como o Chacal. Em 1989 visitou Yasser
Arafat (1929-2004) em Túnis. A cidade atual foi construída enquanto estava sob
o controle político-administrativo do governo francês (1881-1956) e, quando o
país se tornou independente, Tunes passou a ser sua capital.
Arafat
compartilhou elementos de seu plano de paz, e Sturgis foi interrogado pela Central
Intelligence Agency (CIA) em seu retorno. Em obituário publicado em 5 de
dezembro de 1993, o The New York Times citou o advogado de Sturgis,
Ellis Rubin, dizendo que morreu de câncer uma semana depois de ter sido
internado em hospital de veteranos em Miami, cinco dias antes de completar 69
anos. Foi relatado que os médicos diagnosticaram câncer de pulmão que se espalhou
para os rins e que ele deixou uma esposa, Jan, e uma filha chamada Autumn. Ele
frequentou a Universidade do Cairo, onde se formou como engenheiro civil. Nos
seus tempos de estudante, aderiu à Irmandade Muçulmana e à associação de
estudantes, da qual foi presidente entre 1952 e 1956. Ainda durante a sua
estadia no Cairo, Arafat desenvolveu uma relação próxima com Haj Amin
Al-Husseini, reconhecido como o Mufti de Jerusalém. Em 1956 ele serviu ao
exército obrigatório egípcio durante a Crise do Suez. No Congresso Nacional
Palestiniano, no Cairo, em 3 de fevereiro de 1969, Arafat foi nomeado líder da Organização
para a Libertação da Palestina (OLP). Como líder era muito requisitado pela
mídia global para entrevistas. Numa delas, para a jornalista da CNN Christiane
Amanpour, uma jornalista e apresentadora de televisão britânico-iraniana ele
perdeu o controle e deixou a cena, chateado com as perguntas da jornalista.
Esse fato rendeu manchetes no mundo todo.
Enfim,
Rose-Ackerman destaca também que a prática da burocracia do governo federal se
concentrava basicamente na alfândega e nos correios, ambos marcados por
diversos casos de corrupção. Segundo os analistas, a mobilização popular e o
papel da imprensa, com os chamados muckrackers, “jornalistas
investigativos” da época que tentavam expor os escândalos de corrupção, foram
cruciais para mudar essa situação. - “Havia um movimento de cidadãos muito
ativo, o Movimento Progressista, organizado por pessoas que estavam tentando
fazer com que o governo se tornasse mais limpo e honesto”. A primeira agência
reguladora de grandes corporações nos Estados Unidos da América surgiu em 1887.
O assassino Charles Julius Guiteau (1841-1882), cometeu o crime após ter
pedidos de emprego negados pelo presidente. - “(O vice-presidente)
Chester Arthur substituiu Garfield e o “escândalo envolvendo o assassinato
forneceu um certo incentivo para mudanças. Além disso, havia alegações de que o
próprio Arthur estaria envolvido em corrupção, então ele se tornou um apoiador
da reforma”. Richard Schneirov observa que, a partir do final dos anos 1880,
consolidou-se também uma nova percepção de que na vida não eram apenas “homens
maus” (políticos) que causavam a corrupção, e sim grandes empresas, o que levou
a esforços para maior regulação.
Em
1887, em resposta a diversos escândalos envolvendo a construção civil de
ferrovias, incluindo os casos de pagamento de propinas, foi criada a Interstate
Commerce Commission (ICC), agência responsável pela regulamentação de
ferrovias. Ampliada a partir de 1906 para abranger outros setores, a ICC foi a
primeira agência a monitorar grandes corporações nos EUA. Seguiram-se várias
outras medidas para regular o setor bancário, o mercado de capitais, alimentos,
medicamentos, em um movimento que se estendeu por décadas. Apesar dos avanços,
os Estados Unidos não eliminaram totalmente o problema, e ainda registram
eventuais casos de corrupção. - “Os americanos não sentem que a sociedade
resolveu completamente o problema da corrupção”. No Estado de Illinois, onde
vivo, afirma, “dois dos últimos quatro governadores, George Ryan e Rod
Blagojevich, acabaram na prisão por casos de corrupção e um congressista
da cidade em que vivo, chamado Aaron Schock, renunciou no mês passado, em meio
a um escândalo envolvendo financiamento de campanha e gastos particulares
extravagantes”, ressalta inda. - “Nenhum país superou totalmente o problema. O
que se vê é uma mudança de variedades mais visíveis e nocivas para outras menos
visíveis”, complementa Johnston.
O ex-governador de Illinois Rod Blagojevich foi afastado do cargo em 2009 e posteriormente preso após envolvimento em escândalo de corrupção. Segundo analistas, entre os principais desafios atuais está o financiamento de campanhas políticas. Apesar de a Suprema Corte ter legalizado em 2010 contribuições sem limites de empresas e indivíduos por meio dos chamados Super PACs formados por comitês de ação política que não são ligados oficialmente a nenhum candidato ou partido, mas podem arrecadar fundos e fazer campanhas a favor ou contra candidatos ou causas), a decisão é polêmica. - “Só porque houve uma decisão legal não quer dizer que a população vá mudar sua definição do que é apropriado”, diz Rose-Ackerman. “(A decisão) não é relacionada diretamente com corrupção, mas é sobre a influência do dinheiro na política, o que é uma questão mais ampla que simplesmente propinas ou corrupção”. Ao comparar a situação dos Estados Unidos com o Brasil, Johnston lembra que, nos Estados Unidos, “o combate à corrupção levou mais de um século para surtir efeito”. Ele vê avanços no Brasil. - “Nós fizemos progressos contra a corrupção, mas levou 150 anos”. Acho que no Brasil há razão para otimismo. O problema agora já não pode mais ser varrido para baixo do tapete.
No
Índice de Percepção da Corrupção de dezembro de 2014, divulgado pela Transparência
Internacional, os Estados Unidos da América (EUA) apareceram na 17ª posição entre
175 países, ao lado de Irlanda, Hong Kong e Barbados. O Brasil situou-se em 69º
lugar, ao lado de Bulgária, Grécia, Itália, Romênia, Senegal e Suazilândia. A
falta de um funcionalismo público profissional favorecia a prática de apadrinhamento
político tanto no nível federal quanto nos Estados e municípios americanos. -
“Você não precisava fazer um concurso. Apenas se dirigia ao chefe do
departamento, ao prefeito, governador, presidente dos EUA, e pedia um emprego”,
disse à BBC Brasil o historiador Richard Schneirov, professor da Indiana States
University. A especialista em corrupção
Susan Rose-Ackerman, professora de Direito e Ciências Políticas da Universidade
de Yale, relembra que grandes projetos de infraestrutura, como a construção de
ferrovias e portos, estavam em andamento e podiam ser vulneráveis à corrupção.
Vítimas ou vilãs? Escândalos levantam debate sobre corrupção nas empresas. A
instituição integra a Ivy League que reúne as oito universidades de mais
prestígio e se localiza na cidade de New Haven, no estado de Conneticut na
região nordeste dos Estados Unidos. Passaram pela universidade cinco
ex-presidentes norte-americanos, dentre eles George Bush pai e filho, e Bill Clinton,
além de dezenas de líderes mundiais e mais de 60 ganhadores do prêmio Nobel.
Bibliografia geral
consultada.
KILPATRICK, Caroll, “Nixon Resigns”. In: Washington Post. Friday, August 9, 1974; AGEE, Philip, Dentro da Companhia: Diário da CIA. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1975; BOWMAN, Scott, The Modern Corporation and American Political Thought Law, Power and Ideology. University Park: Pennsylvania States University Press, 1996; WACQUANT, Loic, “Crime e Castigo nos Estados Unidos: de Nixon a Clinton”. In: Dossiê Cidadania e Violência. Rev. Sociol. Polít. (13) nov. 1999; VIROLLI, Maurizio, O Sorriso de Nicolau. São Paulo: Editora Estação Liberdade, 2002; KAPUSCINSKI, Ryszard, Los Cinco Sentidos del Periodista (Estar, Ver, Oír, Compartir, Pensar). México: Editor Fundación Proa, 2003; LUCCHESE, Maria Cecilia, Em Defesa do Planejamento Urbano: Ressonâncias Britânicas e a Trajetória de Harry James Cole. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Escola de Engenharia de São Carlos: Universidade de São Paulo, 2009; MARTINS, Gabriela Pereira, O Positivismo: Uma Linguagem dos Sentimentos. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Instituto de Ciências Humanas. Juiz de Fora: Universidade Federal de Juiz de Fora, 2010; HILFERDING, Rudolf, Il Capitale Financiario. Milano: Editore Mimesis, 2011; KLÖCKNER, Luciano (Org.), O Repórter Esso - A Síntese Radiofônica Mundial que fez História. 2ª edição. Porto Alegre: Editora AGE; Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2011; CONTRERA, Flávio, Política Externa Americana no Pós-guerra Fria: Como se Posicionam Democratas e Republicanos? Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Ciência Política. Departamento de Ciências Sociais. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, 2017; LIMA, Humberto Alves de Vasconcelos, Entre o Saber e o Segredo: Uma Leitura Realista da Tolerância da Espionagem Internacional na Era do Medo. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Direito. Faculdade de Direito. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2017; GALDINO NETO, José Francelino, Os Fantasmas do Vietnã na Guerra ao Terror: A Política Externa de Barack Obama e a Tese das duas Presidências. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ciência Política. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2018; Entrevista com Vincent Bevins: “A Cruzada Anticomunista da Guerra Fria Continua Moldando o Mundo”. Disponível em: https://jacobin.com.br/2020/05/; ARBAGE, Jorge, “A Diplomacia Triangular: Nixon, Kissinger e a China”. In: Epígrafe. São Paulo, volume 10, nº 2, pp. 89-120, 2021; MACHADO, Rodolfo Costa, Por Dentro da Liga Mundial Anticomunista – Gênese e Gestão da WACL: Filonazistas, Contrarrevolução Asiática e o Protótipo Latino-americano da Operação Condor (1943-1976). Tese de Doutorado. Programa de Estudos Pós-Graduados em História. Faculdade de Ciências Sociais. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2022; entre outros.
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