“O cinema não
tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho”. Orson Welles
George Orson Welles (1915-1985) foi um ator, diretor, escritor e produtor norte-americano. Nascido em Wisconsin, nos Estados Unidos da América, aos 16 anos começou a pintar e a participar de teatro experimental. Três anos depois estreou na Broadway e a partir de então nunca mais abandonou a carreira artística. É considerado um dos artistas mais talentosos do século XX na esfera social do teatro, do rádio e do cinema, em que obteve excelentes resultados. Ele alcançou o sucesso aos vinte anos graças à obra radiofônica, A Guerra dos Mundos, episódio adaptado do romance homônimo de Herbert George Wells, reconhecido como H. G. Wells (1866-1946), escritor britânico e membro da Sociedade Fabiana, uma agremiação política socialista que se opõe à luta de classes, sendo fundada em Londres naquele dia 4 de janeiro de 1884, através de uma ligação entre ela e o Partido Trabalhista manteve-se por toda a primeira metade do século XX, mas que causou comoção nos Estados Unidos da América (EUA) quando seus ouvintes, e portanto, receptores, imaginavam que se tratava do efeito de “uma retransmissão verdadeira de uma invasão de marcianos” (cf. Dutra, 2009). Esta estreia promissora lhe valeu um contrato social de trabalho de três filmes com o estúdio RKO Radio Pictures, empresa produtora e distribuidora de filmes criada pela Rádio Corporation of América (RCA), que lhe deu a liberdade criativa nas realizações comerciais. Apesar dos benefícios, apenas um do projeto conseguiu fazer brilhar a luz do dia: Citizen Kane (1941), seu filme mais bem sucedido.
Orson Welles segue Cidadão Kane com filmes aclamados na Sétima Arte: The Magnificent Ambersons (1942), onde Isabel reina na mansão Amberson, a mais espetacular de Indianápolis. Isabel ia casar-se com Eugene, brilhante inventor, mas ele a humilhou em público um dia e ela acabou se decidindo por Wilbur Minafer. O casal tem um filho, George, arrogante, invejoso, intratável. Após a morte de Wilbur, Eugene, agora rico fabricante de automóveis, corteja novamente Isabel, que enfim, o aceita. George, porém, deseja a mãe só para si e faz de tudo para atrapalhar o namoro. Com a ajuda da tia Fanny, ele provoca e também acaba vítima de uma série de infortúnios que se abate sobre a vida social e o ambiente familiar dos Ambersons; e Touch of Evil (1958), um filme noir norte-americano escrito e dirigido por Orson Welles, que também estrela o filme. Ramon Miguel Vargas é um chefe de polícia mexicano que está em lua-de-mel com sua mulher Susan Vargas numa cidadezinha bem perto da divisa de fronteira com os Estados Unidos da América. Quando um assassinato acontece, os conceitos da ética policial de Ramon Vargas se confrontam diretamente com os de Hank Quinlan, inversamente, neste caso, por ser considerado um capitão da corporação policial. O roteiro foi vagamente baseado no romance de Whit Masterson, Badge of Evil (1956). Em 1993, o filme foi selecionado para preservação no National Film Registry dos Estados Unidos da América pela Biblioteca do Congresso como sendo “culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo”.
Do ponto de vista técnico-metodológico o National Film Registry tem como escopo uma seleção de filmes escolhidos pela National Film Preservation Board para preservação na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. O conselho, criado em 1988 pelo National Film Preservation Act, foi autorizado por atos do Congresso em 1992, 1996, 2005 e em outubro de 2008. A lei de 1996 também criou uma fundação sem fins lucrativos, a National Film Preservation Foundation, que, apesar de afiliada ao National Film Preservation Board, é financiada pela economia de iniciativa privada. O National Film Registry, além de seletivo anualmente à lista em torno de 25 filmes considerados “visualmente, historicamente ou esteticamente significantes” (cf. MIguel, 2011), demonstra a variedade e diversidade do patrimônio cinematográfico norte-americano de modo a aumentar a conscientização da necessidade de preservação. Estar incluído na lista não é garantia de preservação. Para se qualificar à inclusão, o filme deve ter pelo menos dez anos de produção. Para a primeira seleção em 1989, o público indicou quase mil filmes para consideração. Membros do National Film Preservation Board desenvolveram cédulas individuais que poderiam ser incluídos. As cédulas foram contadas e organizadas à lista seleta de 25 filmes, que foi modificada por James Hadley Billington, bibliotecário do Congresso, e sua equipe na biblioteca para a seleção final. Desde 1997, o público consumidor “passou a poder indicar até cinquenta filmes por ano para consideração”. O emérito bibliotecário dentre principais historiadores da Rússia do mundo, e importante acadêmico lecionou em Harvard e Princeton, antes de ser durante 42 anos Chief Executive Officer de quatro instituições federais. Morreu pacificamente em Washington, DC, após uma breve doença, cercado por sua família quando contava com seus 89 anos.
Quando milhares de ouvintes sintonizaram a rádio CBS naquela noite de 30 de outubro de 1938, estava a narrada uma invasão de marcianos assassinos e impiedosos nos Estados Unidos. De acordo com um programa de rádio, os extraterrestres tinham pousado em Chicago e em St. Louis, aniquilado as forças de defesa, envenenado o ar com gás tóxico, entre muitos outros atos terríveis. Estima-se que quase um milhão de pessoas pensou que tudo isto estava realmente ocorrendo, porque uma fração dos ouvintes da rádio perdeu a parte inicial do programa, em que foi explicado que companhia “Mercury Theatre” de Orson Welles iria apresentar uma peça de teatro radiofônica. Orson Welles tinha apenas 23 anos. Assim que a notícia do pânico nas ruas chegou aos estúdios da Columbia Broadcasting System (CBS), Welles voltou à emissão para “relembrar os ouvintes de que tudo não passava de ficção”. A Comissão Federal de Comunicação investigou o caso, mas não encontrou qualquer lei que tivesse sido desrespeitada na apresentação de “A Guerra dos Mundos”. Depois do sucedido, Welles temeu pelo fim da sua carreira, mas, na realidade, a publicidade gerada por tudo isto resultou na sua contratação por um estúdio de Hollywood. Em 1941, ele dirigiu, escreveu, produziu e atuou no filme “Citizen Kane”, considerado por muitos o melhor filme norte-americano já produzido.
Embora
estes três filmes citados realizados de Orson Welles sejam consagrados, os críticos têm
argumentado significativamente que outras obras, como The Lady from Shanghai
(1947) em que o marinheiro irlandês Michael O` Hara conhece a bela Elsa,
enquanto ela monta uma carruagem puxada por cavalos no Central Park (NY). Três hooligans
emboscaram o treinador. Michael resgata Elsa e a acompanha para casa.
Michael revela que ele é um marinheiro e descobre que Elsa e seu marido, o
advogado de defesa criminal e portador de deficiência Arthur Bannister, são
recém-chegados a Nova York vindos de Xangai. Eles estão a caminho de São
Francisco pelo Canal do Panamá. Michael, atraído por Elsa apesar das dúvidas,
concorda em assassinar como um marinheiro capaz a bordo do iate de Bannister. Eles
são acompanhados no barco pelo parceiro de Bannister, George Grisby, que propõe
que Michael o assassine em uma trama para fingir sua própria morte; e Chimes
at Midnight (1966), é um filme de “comédia dramática” de 1965 dirigido e
estrelado por Orson Welles. A coprodução hispano-suíça foi lançada nos Estados
Unidos da América como “Chimes at Midnight” e na maior parte da Europa como Falstaff.
O enredo cinematográfico centra-se no personagem de William Shakespeare, Sir
John Falstaff, e na relação pai-filho que ele tem com o príncipe Hal, que deve
escolher entre a lealdade ao seu pai, o rei Henrique IV (1367-1413), ou
Falstaff. Orson Welles chegou a afirmar que o núcleo da história social do
filme representava “a traição da amizade”.
Mas que foram “subutilizados” comercialmente. Entretanto, em 2002, Welles foi eleito “o maior diretor de cinema de todos os tempos” (Costa, 2002) em duas votações do British Film Institute, entre os diretores e críticos, e uma ampla pesquisa etnográfica de “consenso crítico” e listas de melhores e retrospectivas históricas o consideram “o diretor mais aclamado de todos os tempos”. Os elogios a Citizen Kane se originaram por três motivos: Welles inovou a estética do cinema com técnicas até então raríssimas nas produções cinematográficas. Algumas delas são do ponto de vista técnico-metodológico referidos aos ângulos de câmera plongée e contra-plongée; exploração do campo e contracampo; narrativa não linear; edição ou montagem sofisticada para seu tempo e “utilidade de uso” no mercado, devido a percepção de não linearidade da narrativa. Orson Welles retratou melhor ainda em “Citizen Kane” a questão abstrata da vida e decadência do magnata da comunicação social norte-americana, baseado na história de William Randolph Hearst (1863-1951). É filme norte-americano de 1941 consagrado. Do ponto de vista marxista conceitual do processo de trabalho é obra realizada pelo trabalho abstrato consciente: dirigido, escrito, produzido e estrelado por Welles. O filme é considerado uma das obras-primas da história do cinema. É apontado por muitos críticos de cinema como o maior filme já produzido, e particularmente elogiado por sua inovação comunicativa na música, fotografia e estrutura narrativa. Foi lançado pela RKO Pictures. Citizen Kane, que foi o primeiro filme de Welles, ganhou um Oscar de roteiro original para Herman J. Mankiewicz e o próprio Welles. O único Oscar alcançado pelo brilhante cineasta ao longo de sua carreira, com a exceção do Oscar Honorário de 1970.
Hollywood é a mais antiga promissora “indústria
cultural” onde os estúdios de cinema e empresas de produção cinematográfica
surgiram. Mas também é o berço cinematográfico de vários gêneros de cinema,
entre os quais a comédia, drama, ação, musical, romance, horror e ficção
científica, constituindo um exemplo para outras indústrias cinematográficas
nacionais. O cinema dos Estados Unidos, muitas vezes chamado metonimicamente de
Hollywood, teve um grande efeito na indústria cinematográfica em geral desde o
início do século XX. Seu estilo dominante é o cinema clássico de Hollywood, que
se desenvolveu de 1917 a 1960 e caracteriza a maioria dos filmes realizados.
Enquanto os franceses Auguste e Louis Lumière são geralmente creditados com o
nascimento do cinema moderno, o cinema americano logo veio a ser uma força estratégica dominante
na indústria in statu nascendi. Produz o maior número de filmes de
qualquer cinema nacional de língua única, com mais de 700 filmes em inglês
lançados em média todos os anos. Enquanto os cinemas do Reino Unido
(299), Canadá (206), Austrália e Nova Zelândia também produzem filmes na mesma
língua, eles “não são considerados parte do sistema de Hollywood que também é
considerado um cinema transnacional”. Hollywood clássica produziu versões em
vários idiomas de títulos em espanhol ou francês.
Produção contemporânea de offshores, ou seja, sociedades ou contas bancárias, abertas em países ou territórios no exterior, que oferecem benefícios fiscais e políticas de privacidade e confidencialidade aos investidores de Hollywood para o Canadá,
Austrália, Nova Zelândia e assim por diante.
O ator Liam Neeson trabalha em Hollywood desde o início de 1980. Liam John Neeson nascido na cidade de Ballymena, em 7 de junho de 1952, é um ator norte-irlandês, reconhecido principalmente por sua interpretação dramática em filmes políticos que envolvem ação e raciocínio. A Irlanda é uma nação constituinte do Reino Unido, a única não situada na Grã-Bretanha. Localiza-se, como seu nome sugere, ao norte da Ilha da Irlanda, que divide com a República da Irlanda, país independente e soberano. Filho de uma família pobre, aos quinze anos já trabalhava como “operador de grua”, e pari passu mantinha uma carreira de “pugilista amador”. Aos 19 anos, seguiu para Belfast para obter o grau magistério de professor. Em 1976, sentindo-se atraído pela carreira de ator, inscreveu-se numa companhia de teatro de Belfast. Em 1981, enquanto estava em Dublin, o cineasta britânico John Boorman, radicado na Irlanda, convidou-o para interpretar um pequeno papel em Excalibur, baseado nos textos de Thomas Malory e roteiro de Rospo Pallenberg. Boorman ficou famoso por Excalibur, a Espada do Poder (1981), Floresta das Esmeraldas (1985) e seu conto autobiográfico Esperança e Glória (1987) onde narra suas próprias experiências de criança após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e que rendeu um Oscar Nomeação após Amargo Pesadelo (1972).O filme versa sobre a questão da dúvida sobre a espada do Rei Artur nas histórias do Ciclo Arturiano da Matéria da Bretanha, à qual são atribuídos poderes mágicos ou está associada à soberania da Grã-Bretanha.
Oficialmente Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, representa um Estado soberano insular localizado em frente à costa noroeste do continente europeu. O atual Reino Unido foi formado após o surgimento do Estado Livre Irlandês em 1922, que ganhou independência da coroa britânica. O Estado soberano localiza-se na ilha da Grã-Bretanha, e na parte nordeste da ilha da Irlanda, além de muitas outras ilhas menores. A Irlanda do Norte é a única parte do Reino Unido com uma fronteira terrestre, no caso, com a República da Irlanda. Fora essa fronteira terrestre, o país é cercado pelo oceano Atlântico, o mar do Norte, o canal da Mancha e o mar da Irlanda. A maior ilha, a Grã-Bretanha, é conectada com a França pelo Eurotúnel. Sociologicamente, o Reino Unido é uma união política de quatro países constituintes: Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales. O governo é regido por um sistema parlamentar, cuja sede está localizada na cidade de Londres, a capital da Inglaterra, e por uma monarquia constitucional que tem a rainha Isabel II como a chefe de Estado. As dependências da Coroa das Ilhas do Canal ou Ilhas Anglo-Normandas e a Ilha de Man, formalmente possessões da Coroa, não fazem parte da territorialidade do Reino Unido, mas formam uma confederação com ele. A maioria dos territórios habitados é autônoma internamente.
O país tem 14 territórios ultramarinos, todos remanescentes do Império Britânico, que no seu auge possuía quase um quarto da superfície da Terra, fazendo desse o maior império vivo da história mundial. Como resultado da “era imperial”, a influência britânica no mundo per se pode ser vista no idioma, na cultura e nos sistemas judiciários de muitas das antigas colônias, como o Canadá, a Austrália, a Índia e os Estados Unidos da América. A rainha Isabel II permanece como a chefe da Comunidade das Nações (Commonwealth) e chefe de Estado de cada uma das monarquias na Commonwealth. O Reino Unido é um país desenvolvido, com a quinta (PIB nominal) ou sétima (PPC) maior economia do mundo. Ele foi o primeiro país industrializado do mundo (cf. Kemp, 1976) e a principal potência mundial durante o século XIX e o começo do século XX, posto que a Revolução Industrial tornou possível um grande incremento da produtividade do trabalho humano, do produto per capita, muito mais além do que os antigos métodos permitiam, mas o custo econômico de duas guerras mundiais entre 1914-1918 e 1939-1945, decretou o declínio econômico e político de seu império na segunda metade do século XX, e concomitantemente reduziu o seu papel político hegemônico de líder nos temas mundiais. O Reino Unido, no entanto, permaneceu sendo uma potência global importante com forte influência econômica, cultural, militar e geopolítica, sendo uma potência nuclear, com o terceiro ou quarto maior gasto militar do mundo, dependendo do método de interpretação do cálculo. Tem assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas e é membro do Grupo dos 7, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, embora a União Europeia também esteja representada, assim como da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da Comunidade das Nações. Foi membro participante da União Europeia (UE) até 31 de janeiro de 2020. O Grupo dos 7 representa os países colonizadores “mais industrializados”.
O Iluminismo nasceu e foi produto dinâmico na França. Os pensadores desse movimento consideravam que o mundo estava sendo governado pela ignorância e superstição. Os dois emblemas irracionalistas da sociedade estavam representados na sociedade pela igreja (isto é, a Igreja Católica) e o rei, que na França era um monarca absolutista. Elas mantinham suas posições ideológicas sustentando-se na ignorância do povo. Para manter o povo sob controle, bem-comportado, segundo Hirst (2018: 45 e ss.) “a igreja vendia histórias de milagres e de punições eternas no inferno”. Os reis vendiam a ideia de que tinham sido ordenados por Deus e de que questionar sua autoridade seria uma afronta à religião, por isso o povo não tinha alternativa senão obedecer. Uma das figuras do Iluminismo resumiu seu programa da seguinte maneira: - “Eu gostaria de ver o último rei ser estrangulado com as entranhas do último padre”. Deve-se admitir que essa é uma visão exacerbada, mas o Iluminismo não foi um movimento revolucionário, nem esmo político. Em verdade, foi uma convergência de eruditos, escritores, artistas e historiadores que acreditavam que, à medida que a razão e a educação se disseminassem, a superstição e a ignorância perderiam força e as próprias pessoas deixariam de acreditar em bobagens como milagres ou reis que governavam com a permissão de Deus. Quando as pessoas recebem educação, se tornam esclarecidas. O problema era que as principais figuras do Iluminismo não eram democratas; elas se alegraram ao ver um governante iluminista praticando seus planos para formar “uma sociedade governada pela razão”.
Alguns monarcas na Europa do século XVIII foram, de alguma forma “déspotas esclarecidos”. Aboliram as punições bárbaras e a tortura, codificaram suas leis e começaram a fazer alguma coisa no sentido de educar o povo. De toda forma, a grande realização do Iluminismo, sem temor a erro, foi a produção de uma Enciclopédia. Neste sentido, é a primeira grande enciclopédia moderna, notável porque “não foi uma autoridade permanente escrita por sábios estabelecidos”. Mas foi uma enciclopédia radical, porque aplicava a razão a todas as coisas e não estabelecia uma hierarquia no conhecimento. Não começava, como pelo gosto da Igreja, falando sobre teologia e Deus. E onde se encontra Deus nessa enciclopédia? Sob as letras D (de Dieu) e R (de Religion). Essa enciclopédia é uma indexação alfabética do conhecimento, e o simples ato de fazê-la alfabética foi um desafio à Igreja e sua alegação de ser consagrada “a dona das mais elevadas verdades”. Todo conhecimento foi tratado da mesma maneira e submetido à mesma verificação. No verbete “Adoração”, a enciclopédia advertia: - “O mesmo modo de adorar o Deus verdadeiro jamais deve se desviar da razão, pois Deus é o autor da razão”. Os iluministas não se opunham necessariamente à ideia de Deus como criador ou um espírito idealizador no começo do Universo. Eles se opunham ao que chamavam de superstição e a como a Igreja usava isso para assumir o controle da mente dos homens. Odiavam o fato de a Igreja dizer às pessoas que elas iriam arder no inferno se fossem desobedientes.
Nos
domínios inventados dos diversos príncipes e Estados, existem cristãos, mas cada um deles
se sujeita ao Estado do qual é membro associado, não podendo, por conseguinte,
sujeitar-se às ordens de qualquer outra pessoa. Assim, uma Igreja capaz de
mandar, julgar, absolver, condenar ou praticar qualquer outro ato representa
igualmente um Estado civil formada por homens cristãos. O Estado civil tem esse
nome por serem seus súditos os homens, enquanto a Igreja é assim denominada
pelo fato de seus súditos serem os cristãos. Governos espirituais e temporais
podem existir para confundir os homens, enganando-os quanto a seu soberano
legítimo. Portanto, Thomas Hobbes aceitava a autoridade
bíblica baseado em sua revelação direta e milagres, mas como os milagres cessaram,
restava somente a interpretação dos textos bíblicos como entes autorizativos.
A
ausência de autoridade requeria a intervenção do Estado sobre a
religião e acarretava na impossibilidade de usar a Bíblia como lei. É preciso
haver um único governante, do contrário se origina a facção e a guerra civil,
entre a Igreja e o Estado, entre os espiritualistas e os temporalistas, entre a
espada da justiça e o escudo da fé. E o que é mais desastroso ainda, no próprio
coração de cada cristão, entre o cristão e o homem. Chamam-se pastores os
doutores da igreja, bem como os soberanos civis. É um título conferido por uma
variedade de igrejas cristãs a indivíduos de reconhecida importância,
particularmente nos campos da teologia ou doutrina católica. Os detalhes sobre
o título “Doutor da Igreja” variam de uma igreja particular para outra. As
obras destes Doutores variam consideravelmente nos temas e na forma. Alguns
doutores, como Gregório ou de Ambrósio, são proeminentes por suas epístolas e
tratados curtos. Catarina de Siena e João da Cruz escreveram sobre teologia
mística. Agostinho e Belarmino defenderam a Igreja católica contra a questão secular das heresias. A História
Eclesiástica do Povo Inglês de Beda é uma obra que fornece uma riqueza
incomparável de informações sobre a Inglaterra no início da Idade Média. É um
livro escrito por São Beda, para narrar a história do cristianismo e dos
ingleses. Acredita-se que foi completado em 731 d.C., quando Beda tinha 60 anos
de idade. É o primeiro livro a ter notas de rodapé. A teologia sistêmica
inclui os filósofos escolásticos Anselmo (1033-1109), Alberto Magno (1193-1280) e Tomás de Aquino (1125-1274). Se entre os pastores não houver alguma subordinação, de forma que haja um chefe dos pastores, serão ministrados aos homens doutrinas
contrárias, que poderão ser pretensiosamente falsas e necessariamente o será. O
soberano civil é o chefe dos pastores segundo a lei natural. Embora o poder do Estado e religião estivesse com os reis, não deixaram de ser fiscalizado em utilidade de uso, quando eram bem
quistos por suas capacidades ou por sua fortuna de bens.
A palavra Leviatã foi utilizada no Velho Testamento da Bíblia, no Livro de Jó, para descrever uma criatura mitológica que se assemelharia a um grande polvo ou uma grande baleia, e que na obra O Leviatã, de Thomas Hobbes, é utilizado para simbolizar o poder do Estado (autoridade), que segundo o filósofo seria a única maneira de superar o “estado da natureza” do homem, governado pelo egoísmo e pela insatisfação humana. Daí a sentença: Homo homini lúpus, criada originalmente por Plauto (254-184) em sua obra: Asinaria. No texto referente a esta argumentação se diz exatamente: Lupus est homo homini non homo, popularizada por Hobbes no século XVII, na qual ele retrata a natureza competitiva do ser humano (cf. Macpherson, 1979). O desejo que torna o homem corruptível é imutável, e em tese aparece quando o homem se sente livre do Leviatã. A prudência é uma presunção do futuro baseada numa experiência do passado. Porém, existe uma presunção de que as coisas do passado derivem de outras coisas que não são futuras, mas passadas também. O bellum omnium contra omnes representa, a disputa pelo poder no mundo, em que a análise sobre esse “estado-natural animalesco”, poderia ser resolvido dentro das fronteiras, sob o comando de um líder de governo soberano. O grande dilema obscuro na modernidade é que a teoria não previa a intensa luta supranacional, que ultrapassa os limites imaginários e físicos.
Quando limitou a convivência em uma fronteira, não pode
conceber a ideia de que governos de outros países que tentassem controlar
outrem, só causariam o que nós podermos perceber: o caos e banhos de sangue
moderno e contemporâneo. Idealizou uma criatura mística chamada Leviatã, em sua
ilustração como um monstro composto por vários homens dispostos como escamas.
Quer dizer que o soberano que controla a sociedade civil é formado pelo
conjunto de indivíduos, demonstrando também que o ser humano deu ao Estado o
direito de controlá-lo como se deseja. Assim, todos os seres humanos buscam o
sucesso contínuo na obtenção dos objetos de desejo, isto é, procuram a
felicidade. É justamente essa busca que conduz os homens à guerra no estado de
natureza e é, em última instância, o medo da morte que os leva a criarem o
estado civil. Isto porque sem o medo da morte a procura pela felicidade conduz
a uma “guerra de todos contra todos”, já que os homens, para terem certeza de
que alcançariam a felicidade, teriam que se tornarem poderosos na busca por um
poder. Mas esta busca motivada por um desejo contínuo de poder e mais poder
salvaguardaria a felicidade, que outra coisa não é senão uma satisfação dos
desejos. Os homens ao se valerem de todos os meios necessários para serem
felizes inevitavelmente entrariam em guerra uns contra os outros. Quem já
observou os procedimentos e os graus que levam um Estado florescente à guerra
civil e, em seguida, à ruína, ao ver qualquer outro Estado em ruínas deduzirá
que foi uma consequência das mesmas guerras e dos mesmos acontecimentos. Porém,
analogamente essa conjectura tem o mesmo grau de incerteza da conjectura do
futuro. Ambas estão baseadas apenas na experiência.
Os
seres humanos desejam aquilo que amam, e odeiam coisas pelas quais têm aversão.
Com o desejo significamos a ausência do objeto; com amor, sua presença. Com
aversão a ausência e, com ódio, a presença do objeto. Primeiro filósofo moderno
a articular uma teoria detalhada do contrato social, com sua obra Leviatã,
escrita em 1651, Thomas Hobbes foi um filósofo inglês do século XVII,
reconhecido como um dos fundadores da filosofia política e ciência política
moderna. Desde Hobbes o poder de um homem, universalmente considerado, consiste
nos meios de trabalho de que dispõe para alcançar, algum bem evidente tanto
original (natural) como instrumental (político). O maior de todos os poderes
humanos é o poder integrado de vários homens unidos com o consentimento de uma
pessoa natural ou civil: é o poder do Estado ou aquele representativo de um
número estipulado de pessoas, cujas ações estão sujeitas à vontade de
determinadas pessoas em particular, como é o poder de uma facção ou de facções
coligadas no mundo contemporâneo. Ter servos é poder, como também ter amigos,
pois isso significa união de forças. Igualmente, a riqueza, unida à
liberalidade, é uma relação estabelecida de poder, pois congrega, une amigos
& servos. Mas, sem a liberalidade, a riqueza não é protetora; pelo
contrário, expõe o homem à inveja e à rapina.
Reputação
de poder é representação de poder (cf. Crignon, 2007), porque, por meio delas,
obtemos a adesão e conquistamos o afeto político dos homens que precisam ser
protegidos. Êxito, analogamente também é poder, pois a reputação da sabedoria
ou da “boa fortuna” faz com que os outros homens temam, idolatrem ou confiem. O
valor ou conceito de um homem é, como para todas as outras mercadorias, seu
preço; isto é, depende de quanto seria dado pelo uso de seu poder. Assim, não é
absoluto, mas apenas uma consequência da necessidade e do julgamento alheio,
através do macróbio senhor dos códigos, escritor, filósofo e filólogo romano,
autor das Saturnais e do Comentário ao Sonho de Cipião. Segundo
uma das versões, nasceu por volta de 370 na Numídia, na África. Exerceu grande
influência na Idade Média pela transmissão e elaboração de uma parte da
tradição filosófica grega pagã no período pré-nissênico da escola neoplatônica
do Ocidente latino. A estima pública de um homem, é o valor que lhe é
conferido pelo Estado que denominamos ordinariamente dignidade. Esse valor de Estado é expresso pelo cargo público para o qual é designado, na magistratura como em funções públicas, ou quando esse valor é expresso
por títulos e honrarias que lhe são concedidos. A fonte da honra é o Estado, e
depende da vontade do soberano. A honra não sofre alterações se uma ação é
justa ou injusta. Ela consiste na opinião de poder.
- “Ser
indivíduo é ser proprietário – em uma primeira instância, proprietário de sua
própria pessoa e de suas capacidades, mas também daquilo que adquirimos através
do uso de nossas capacidades”. Dessa forma, ser livre é ser proprietário, e a
liberdade é ser independente em relação aos outros indivíduos. A igualdade é
também conceituada em relação à propriedade, uma vez que ser proprietário de
sua própria pessoa e de suas capacidades constitui um status que todo o
indivíduo pretende alcançar. A interpretação de Macpherson apresenta-nos uma
coerência temática, dinâmica, atual e irreprochável, pois ele trata de forma
perene os conceitos de propriedade, liberdade e democracia, onde o homem é artífice
de sua própria condição, e, além disso, pode conhecer tanto a presente condição
miserável quanto os meios para alcançar a paz e a prosperidade. Conceitos que
continuam inspirando a reflexão crítica no âmbito da política sobre as
condições e possibilidades de realização do poder interpretando o que está por
trás das relações sociais e de poder entre os homens.
A
constituição de uma Arquetipologia política de soberania é a resposta dada por
Hobbes à distinção entre o poder espiritual e o poder temporal ou civil. Não
importa se o soberano do governo secular é um líder temporal ou espiritual, se
é autoridade soberana representativa de um Estado civil ou cristão, pois neste
mundo não há outro reino senão o secular. Tal asserção equivale a dizer que
Hobbes quer explicar o Direito e o Estado sem transcender o plano do
simplesmente humano. A referida afirmação ressalta o caráter secularista da
teoria do Estado de Hobbes, já que fundar o Direito e o Estado em um plano
estritamente secular ou simplesmente humano significa romper com a ideia de
fundar o poder de dirigir a ação de homens em um plano teológico-metafísico. Ao
contrário de um aliciante plano na esfera social de vida voltado para
transcendência comandado por autoridades espirituais, desvela-se a possibilidade
de planejar a propriedade da vida, isto é, a “salvação”, em uma dimensão
política do agir humano que somente pode residir em uma esfera de ação política
da constituição do Estado, produto da vontade humana. Não se deve perder de
vista que Hobbes somente consegue emancipar um domínio temporal a partir do
momento em que reconhece a distinção entre poder espiritual e temporal.
E quem reconhecia a Bíblia em igualdade de interpretação como ele entenderia sua metáfora: ele referia-se, ao afirmar isso, à longa servidão e à posterior saída dos filhos de Israel do Egito sob a liderança de Moisés, modelo de um novo libertador, Lutero, complementado agora por ele, Thomas Hobbes, em relação à autonomia do poder civil diante da questão religiosa. A sua afirmação final do Leviatã será: - “A verdade que não se opõe aos interesses ou aos prazeres de ninguém é bem recebida por todos”. Com isso, alerta seu leitor para o fato de que mesmo as Escrituras, ao testemunharem sobre Deus, são obras dos homens. Seu principal objetivo é demonstrar que se deve ter cautela em relação ao magistério eclesiástico, que define tanto o que é canônico quanto as regras de interpretação do texto, o que é heresia, o que é verdade e o que é um poder civil legítimo, interferindo, em nome da religião revelada, em todas as esferas da vida civil. A mensagem do Iluminismo era: Religião é superstição. Por isso, a religião, que já fora um componente central na civilização europeia, devia perder a centralidade. A razão devia tomar seu lugar. Se seguíssemos a razão e a ciência, haveria progresso. O progresso era uma ideia nova. Os antigos não acreditavam em progresso, mas na existência de um ciclo de crescimento e deterioração: as instituições e a sociedade seriam puras e vigorosas na juventude, depois se instalaria um processo de corrupção; a história se desenvolveria em ciclos.
A Igreja não acreditava em progresso, ao menos não no progresso obtido por esforço humano independente de Deus, pois entendia que os humanos eram basicamente maus. Para ela, humanos guiados unicamente pela razão nunca seriam capazes de produzir uma sociedade perfeita. As ideias do Iluminismo tiveram seu primeiro experimento na Revolução Francesa, no fim do século XVIII. Frustrando as grandes esperanças quanto ao que a razão seria capaz de fazer, quando reis e Igreja foram banidos do poder a Revolução Francesa não inaugurou uma nova era de esclarecimento; na verdade gerou derramamento de sangue, tirania, ditadura. Mas antes disso acontecer, o último elemento da antiga mistura foi libertado de suas amarras pelo movimento do Romantismo do fim do século XVIII e início do século XIX. Foi um movimento esclarecedor que abrangeu toda a Europa, porém, foi mais expressivo na Alemanha, onde essas ideias foram trabalhadas com mais completude. Os adeptos deste movimento romântico não queriam que a razão controlasse nossas emoções e paixões. Achavam que um grande escritor ou artistas não era o que retomava com elegância um antigo tema dos clássicos, mas alguém capaz de desnudar a própria alma, seu furor, suas angústias, seu desespero. A arte devia ser emocional e expressiva. Ideias alemãs se desenvolveram em oposição às ideias do Iluminismo francês. O grande dilema na modernidade é que a teoria não previa a intensa luta supranacional, que ultrapassa os limites imaginários e físicos. Quando limitou a convivência em uma fronteira, não pode conceber a ideia de que governos de outros países que tentassem controlar outrem, só causariam o que nós podermos perceber: o caos e banhos de sangue moderno e contemporâneo.
Segundo o historiador Tom Kemp, a industrialização inglesa possuía características
concretas e únicas, tendo como resultado forças históricas profundamente
enraizadas e da oportunidade e circunstâncias sob as que se iniciaram e foram
seguidas. Uma vez iniciada, veio a luz todo um arsenal de inovações técnicas e
de organização. Estas puderam ser transplantadas a outros climas, algumas vezes
pelos próprios empresários ingleses e outras por adoção estrangeira. Trabalho e
capital, o mesmo que empresa, puderam cruzar as fronteiras. Pelo que respeita
ao continente, à medida que cada país começou a sentir o impacto da revolução,
começou a tomar forma o que poderia chamar-se sua “fisionomia econômica
nacional”. Sob a consideração deste aspecto, deve dar-se uma importância
considerável as estruturas e tradições nacionais. O nacionalismo, especialmente
no período que seguiu a Revolução Francesa, se constituiu em uma das grandes
forças da história europeia. Se formaram novos estados nacionais e os antigos
estados dinásticos adquiriram uma nova natureza. A expansão de uma classe média
comerciante e industrial aconteceu no seio destes estados. E mais, a
consciência de identidade nacional encontrou nela sua mais forte
expressão. O nacionalismo, o mesmo que o liberalismo, viu-se assim alimentado
pelo crescimento econômico. O Estado, já era nacional ou dinástico, tinha voz no parlamento e
voto popular, pois pode-se dizer na economia através de suas aduanas, suas unidades monetárias e todo o
corpo legal, civil e comercial, que regulava os tratados comerciais e
distinguia entre indígenas e estrangeiros. Ao largo do século XIX e à medida
que a vida econômica se fazia cada vez mais complexa e o nacionalismo se
convertia em uma força política de crescente importância, tomou parte mais
ativa e dominante na esfera produtiva econômica.
Em certos aspectos seria muito mais
lógico contemplar a industrialização europeia desde a base de uma perspectiva
continental, prescindindo das fronteiras nacionais. O que ressaltaria então
seria a importância dos fatores físicos, especialmente a localização e a
dotação de recursos, a hora de determinar a extensão e o índice de
industrialização. As áreas mais avançadas da Europa do século XIX tiveram por
núcleo as minas de carvão do Norte da França, Bélgica e a região ocidental da
Alemanha; desde a influência da industrialização se foi estendendo ao largo a
formação de oportunas vias de comunicação, incluindo nelas o mar, a outras
áreas destes mesmos países, criando instalações distantes em zonas que ligam
regiões do Sul e do Leste, contando-se centros administrativos, portos
marítimos e fluviais, além de depósitos minerais entre pontos chaves. Do ponto
de vista da divisão do trabalho social entre regiões industriais e
predominantemente agrárias se realizou sobre as divisões fronteiriças e, uma
vez estabelecida, conservou considerável influência até o presente. Contudo,
esta breve ilustração da industrialização europeia pode ser completada com
outra generalização, pois para ele, “tendemos a prestar especial atenção as
diferenças existentes ente a Inglaterra e o Continente durante os séculos XIX e
XX; não obstante, desde uma perspectiva mundial, o verdadeiramente importante é
a diferenciação existente entre a Europa e o resto do mundo”.
Se
excluímos os “povos transplantados” europeus e a América, os pesquisadores só
tem podido traçar leves sinais precursores – e ainda assim, praticamente só em
algumas partes da Índia e do Japão, de um processo de crescimento autônomo que
pode haver tido como consequência a industrialização em outros continentes. O
único argumento que nos sugere este enfoque é que o curso da história do que
resultou ser a “preparação” para a industrialização ocupa um espaço muito
prolongado e vem ligado a natureza global da civilização europeia tal como
surgiu da Idade Média. O fato de que a irrupção tivera lugar na Europa em
primeiro lugar, é mais importante que o ponto geográfico europeu donde
aconteceu em concreto. Em realidade, graças a sua posição geográfica e insular
e a possessão do tipo adequado de recursos disponíveis, o primeiro ato se
representou no cenário político britânico. Não obstante, em alguns lugares e
espaços, como o Norte da Itália e Flandres, homens destas mesmas
características haviam montado importantes industrias na Idade Média sem que deste
seguisse ali um processo geral de transformação econômica. Enfim, o
estabelecimento do controle capitalista sobre a indústria foi só um começo e
podia não levar a parte alguma, a menos de ver-se acompanhado por um câmbio em
conjunto da economia, isto é, no setor agrário, onde estava empregada a grande
massa da população trabalhadora. O que distinguiu o desenvolvimento britânico,
e o inglês particularmente, da Europa continental, foi o fato social de que
estas relações agrárias feudais começaram a rachar-se antes e, portanto, com
maior rapidez e exaustividade.
Embora
os seres humanos não sejam civilizados “por natureza”, na esteira do pensamento
de Norbert Elias (2011), possuem por natureza uma disposição que torna possível,
sob determinadas condições sociais, uma civilização que representa uma autorregulação
individual de impulsos do comportamento momentâneo, condicionado por afetos e
pulsões, ou o desvio desses impulsos de seus fins primários para alguns fins
secundários, sendo eventualmente também sua reconfiguração sublimada. É
decerto desnecessário, mas talvez útil, dizer que Sigmund Freud e Anna Freud
são os pais do conceito de “impulsos pulsionais humanos moldáveis, capazes de
sublimação”. O fato social de que processos de civilização não seriam possíveis
sem um potencial do biológico que os antecedesse é facilmente esquecido. Dado
que os seres humanos, diferentemente de muitos outros seres vivos sociais, não
possuem uma regulação nativa dos afetos e pulsões. Mas eles não podem
prescindir da sua mobilização de disposição natural rumo à
autorregularão mediante o aprendizado (pessoal/singular) dos controles
dos afetos e pulsões, no sentido de um modelo de civilização específico da
sociedade, a fim de que possam conviver consigo mesmos e com os outros seres
humanos. O processo universal de civilização individual pertence tanto às
condições da individualização do ser humano singular, como às condições da vida
social em comum dos seres humanos. No uso cotidiano da linguagem, o conceito de
civilização é, muitas vezes, despido de seu caráter enquanto “civilizer” originalmente
processual como derivação da cultura francesa.
O conceito alemão Kultur alude basicamente a fatos intelectuais, artísticos e religiosos e apresenta a tendência de traçar uma nítida linha divisória entre fatos deste tipo, por um lado, e fatos políticos, econômicos e sociais, por outro. O conceito francês e inglês comparado de civilização pode ser referir a realizações, mas também a atitudes ou “comportamentos” de pessoas, pouco importando se realizaram ou não alguma coisa. No conceito alemão de Kultur, em contraste, a referência a “comportamento”, o valor que a pessoa tem em virtude de sua mera existência e conduta, sem absolutamente qualquer realização, é provavelmente aspecto muito secundário. O sentido especificamente alemão do conceito Kultur encontra sua expressão clara em seu derivado, o adjetivo Kuluturell, que descreve o caráter e o valor de determinados produtos humanos, e não apenas o valor intrínseco da pessoa. Esta palavra, o conceito inerente a kulturell, porém, não pode ser traduzido exatamente para o francês e o inglês. A palavra Kultiviert (cultivado) aproxima-se muito do conceito ocidental de civilização. Até certo ponto, representa a forma mais alta de ser civilizado: até mesmo pessoas e famílias que nada realizaram de kulturell podem ser kultiviert. Tal como a palavra “civilizado”, kultiviert refere-se à forma da conduta social da pessoa. Descreve a qualidade real das pessoas, suas habitações, suas maneiras, sua fala, suas roupas, ao contrário de kulturell, que “não alude diretamente às próprias pessoas”, mas exclusivamente a realizações humanas peculiares.
Como
um apanhado algo sumarizado do que se apurou na investigação empírico-teórica das
transformações civilizatória acerca de seu direcionamento, pode-se dizer que
dentre os principais critérios para um processo de civilização estão as
transformações do habitus social dos seres humanos na direção de um
modelo de autocontrole mais bem proporcionado, universal, estável. Mas o que é
decisivo é que estes conceitos portam o selo não de seitas ou famílias, mas de
povos inteiros, ou talvez apenas de certas classes. Mas, em muitos aspectos, o
que se aplica a palavras específicas de grupos menores estende-se também a
eles: são usados basicamente por e para povos que compartilham uma tradição e
situação particulares, polindo-os na fala e na questão própria da escrita. É
neste sentido comparativo que o conceito de “civilização” minimiza as
diferenças nacionais entre os povos. Manifesta a autoconfiança de povos cujas
fronteiras nacionais e identidade nacional forma plenamente estabelecidas,
desde séculos, e que deixaram de ser tema de qualquer discussão, povos que há muito
se expandiram fora de suas fronteiras reais e colonizaram terras além delas. O
conceito alemão Kultur dá ênfase especial a diferenças nacionais e à
identidade particular de formação de grupos. Em virtude
disto, adquiriu em campos a pesquisa etnológica e antropológica uma
significação muito além da área linguística alemã e da situação em que se
originou o conceito.
Enquanto
o conceito político de civilização inclui a “função de dar expressão a
uma tendência continuamente expansionista de grupos colonizadores”, o conceito
de Kultur reflete a “consciência de si mesma de uma nação que teve de
buscar e constituir incessante e novamente suas fronteiras, tanto no sentido
político como no espiritual”. A orientação do conceito alemão de cultura, para Norbert
Elias (2011), com sua tendência à demarcação e ênfase dentre as diferenças, e
no seu detalhamento, entre grupos sociais, corresponde a este processo
histórico. A história coletiva
neles se cristalizou e ressoa. O indivíduo encontra essa cristalização já em
suas possibilidades de uso. Não sabe bem por que este significado teórico e
esta delimitação estão implicadas nas palavras, ou por que exatamente, esta
nuance e aquela possibilidade delas podem ser derivadas. Usam-nas porque lhes
parecem uma coisa natural. Porque desde a infância aprendem a ver a janela
do mundo através da lente conceitual. A sobrevivência do sistema de crenças
no Novo Mundo é notável, embora as tradições tenham se modificado com o tempo.
Uma das maiores diferenças entre o vodu da África Ocidental e o haitiano é que
os africanos “transplantados” ao Haiti, na tipologia clássica de Darcy Ribeiro,
correspondentes às nações criadas pela migração europeia para novos
espaços enquanto “lugares praticados” mundiais, procuram reconstituir formas de
vida idênticas às de sua origem. Entretanto, historicamente, a categoria social
chamada “Novo Mundo” é um termo criado pelos europeus para designar o
continente americano. A expressão teve seu uso difundido no período do
descobrimento do continente, a América, pois até então era desconhecido pelos
europeus, vindo a ser algo novo em relação aos continentes já reconhecidos.
O
conceito de figuração, é revelador, neste caso, pois distingue-se de
muitos conceitos abstratos da sociologia de Norbert Elias por incluir
expressamente os seres humanos em sua formação. No caso de Liam Neeson
há incorporação e brilhantismo de interpretação à atividade de trabalho social
como ator. Contrasta decididamente com um tipo ideal sociológico dominante
de formação de conceitos que se desenvolve sobretudo na investigação de objetos
sem vida, no campo da física e da filosofia para ela orientada. Há figurações
de estrelas, assim como as de plantas e de animais. Mas apenas os seres humanos
formam figurações magníficas uns em relação com os outros. O modo de sua
vida conjunta em grupos grandes e pequenos é, de certa maneira, singular e
sempre co-determinado pela transmissão de conhecimento de uma base geracional a
outra, por meio do ingresso do singular no mundo simbólico específico, de uma
figuração já existente dos seres humanos. Às quatro dimensões espaço-temporais
indissoluvelmente ligadas se somam, no caso dos seres vivos humanos, a
expressão de uma quinta, a de representação dos símbolos socialmente aprendidos.
Sem sua apropriação, por exemplo, o aprendizado de uma determinada língua,
especificamente social, os seres humanos não seriam capazes de se orientar no
seu mundo, e nem de se comunicar de forma clara uns com os outros.
O câncer de mama: “Nosso Amor” (2019) faz questão de demonstrá-lo. |
Um
ser humano adulto, que não teve livre acesso aos símbolos da língua e do
conhecimento de determinado grupo social, permanece de fora de todas as
figurações humanas e, não é propriamente dito um ser humano. O crescimento de
um jovem em figurações humanas, como processo e experiência, assim como o
aprendizado de um determinado esquema de autorregulação na relação com os seres
humanos, é condição indispensável do desenvolvimento rumo à humanidade.
Socialização e individualização de um ser humano são, portanto, nomes
diferentes para o mesmo processo. Cada ser humano assemelha-se aos outros e é,
ao mesmo tempo, diferente de todos os outros. O mais das vezes, as teorias
sociológicas deixam sem resolver o problema da relação entre indivíduo e
sociedade. Em seu ersatz o convívio em sociedades tem sempre, mesmo no
caos, na desintegração, na desordem social, uma forma absolutamente determinada.
É o que exprime o conceito concreto de figuração. Uma geração os
transmite a outra sem estar consciente do processo todo, e os conceitos
sobrevivem enquanto esta cristalização de experiências passadas e
situações retiver um valor existencial, uma função na existência
concreta da sociedade. Isto é, enquanto suas gerações sucessivas puderem
identificar suas próprias experiências nuas e cruas no significado das
palavras. Em outras ocasiões, eles apenas adormecem, ou o fazem em certos
aspectos vívidos, e adquirem um novo valor existencial com uma nova
situação. Mas são relembrados porque algo estado presente encontra expressão na
cristalização do passado corporificada nas palavras.
As novas relações econômicas e sociais e a necessidade de desenvolvimento motivaram entes subnacionais a se relacionar e cooperar com o mundo civilizado exterior. As novas tecnologias da informação, os avanços nas telecomunicações, a diminuição nos custos de transporte de cargas e pessoas também contribuíram para essa mudança, afinal tornaram o plano internacional mais acessível. Ipso facto, a dimensão metodológica do conceito de processo social refere-se às transformações amplas, contínuas, de longa duração – ou seja, em geral não aquém de três gerações - de figurações formadas por seres humanos, ou de seus aspectos, em uma de duas direções opostas. Uma delas tem, geralmente, o caráter de uma ascensão, a outra o caráter decorrente de um certo declínio. Em ambos os casos, os critérios são puramente objetivos. Eles independem do fato de o respectivo observador os considerar bons ou mesmo ruins. Exemplos disso são, comparativamente, a diferenciação crescente e decrescente de funções sociais. O aumento ou a diminuição do chamado “capital social”, ou melhor, do patrimônio social do saber, do nível de controle humano sobre a natureza não-humana ou da compaixão por outros homens, pertençam eles ao grupo estabelecido que for. Um deles pode tornar-se dominante, ou caber ao outro manter o equilíbrio. Assim um processo dominante, direcionado a uma maior integração, pode, sucessivamente, andar de par em par com uma desintegração parcial. Inversamente, um processo dominante de desintegração social, como exemplo, o processo de feudalização pode conduzir sob certas condições a uma reintegração sob novas bases, a princípio parcial e para seguir dominante um novo processo de formação do Estado.
A espada socialmente foi associada com a lenda Arturiana e incluem duas espadas. Ciclo Arturiano é um ciclo literário, a parte reconhecida da Matter of Britain (“Matéria da Bretanha”), quer dizer a lenda referente ao rei Artur e os cavaleiros (cf. Assumpção, 2014). Seu sucesso comunicativo deveu-se em grande parte ao fato de que conta duas histórias entrelaçadas que intrigaram autores posteriores. Uma diz respeito à cidade de Camelot, geralmente imaginada como uma utopia condenada de virtude cavalheiresca, desfeita pelas falhas fatais de Artur e Sir Lancelot. A outra diz respeito às buscas dos vários cavaleiros obter o Santo Graal; alguns obtiveram êxito (Galahad, Percival), e outros falharam (Lancelot). O conto medieval de Artur e seus cavaleiros está recheado de temas cristãos; estes temas envolvem a destruição dos planos humanos de virtude pelas falhas morais de seus personagens, e a busca de uma importante relíquia cristã. Finalmente, o relacionamento entre os personagens convidava ao tratamento na tradição de beleza do amor cortês, tais como Lancelot e Guinevere, ou Tristão e Isolda. Em anos mais recentes, a tendência é vinculada aos contos do rei Artur e seus cavaleiros com a mitologia céltica, geralmente em versões reconstruídas altamente romantizadas do início do século XX.
Sociologicamente
existe uma linha tênue na relação social entre cinema e arte e nesta medida os
vínculos entre cinema e política. Uma é a “Espada na Pedra” que estava cravada
numa pedra (ou bigorna) e é retirada por Arthur como símbolo de sua nobreza e
direito ao trono da Bretanha. Essa espada é denominada “Excalibur”. Esse nome é
da espada que foi dada a Arthur pela Dama do Lago. Muitas vezes Excalibur e a
Espada na Pedra, a prova da linhagem de Arthur, são benditas ser a mesma arma,
mas na maioria das versões elas são consideradas separadas. A espada é arma
para combate corpo a corpo, sendo usada tanto pela Infantaria quanto pela
Cavalaria (cf. Basile, 2014). Mesmo com o advento das armas de fogo, continua instrumento
bélico. Seu significado permanece relevante na história Antiga e Moderna. A
palavra é derivada da espada usada no fim do Império Romano, e pelo período da Baixa Idade Média, ipso facto vem do grego antigo Σπάρτα,
spártā, em referência direta à cidade-estado (polis) da Grécia
Antiga, Esparta, renomada pela utilidade de uso da técnica e ferocidade de guerreiros espadachins.
Se
deixarmos de lado o gênio de Platão – mutatis mutandis - que se erguia
acima de tudo e cuja obra literária foi conservada pela sua própria escola,
estratégia rara mesmo alcançando nossos dias, acreditamos que só um homem
dentre os escritores do círculo socrático, Xenofonte, chegou até nós através de
numerosos escritos. Em contrapartida, discípulos como Antístenes, Ésquines e
Aristipo, preocupados apenas com a imitação das diatribes morais através de seu
mestre, lembra-nos Jaeger (2011: 1214 e ss.), dificilmente representam para nós
mais do que simples nomes. E não é um mero jogo do acaso. Pela multiplicidade dos seus interesses, pela
sua forma de expor e pela sua personalidade viva, atraente mesmo nas suas
limitações, Xenofonte foi um favorito do público leitor. Com razão o
classicismo da baixa Antiguidade o considerava um dos representantes da charis
ateniense. Mesmo que não seja lido e interpretado como o primeiro prosador
grego, pelo ato transparente de simplicidade de sua linguagem; mesmo que
o julguemos apenas através da leitura dos grandes autores do seu século, ao
lado de um Tucídides, de um Platão, ou de um Demóstenes, tem-se a sensação intuitiva
de que ela era a encarnação mais pura de seu tempo na tradição da cultura. Xenofonte,
que nascera num dos demos atenienses, o mesmo que Isócrates descendia,
passou pelas mesmas experiências infelizes deste, e de Platão, na última década
da guerra de Peloponeso quando se tornou adulto.
Com tantos jovens de sua geração, sentiu-se atraído por Sócrates e, embora não tenha chegado a ser contado entre os seus discípulos, em sentido estrito, foi tão profunda a impressão que aquele homem lhe causou que, no regresso de seu serviço militar no exército de Ciro, ergueu ao mestre querido mais de um monumento perdurável, nas suas obras. Não foi Sócrates, porém, quem marcou o destino da sua vida, mas sim a ardente inclinação para a guerra e para a aventura humana, a qual arrastou para o círculo mágico cujo centro era a figura romântica de príncipe rebelde dos Persas, e o levou a alistar-se sob a bandeira do seu exército de mercenários gregos. Esta situação, que ele nos conta no mais brilhante dos seus livros, a Anábase, ou Expedição de Ciro, colocou-o num contato muito suspeito com as influências políticas de Esparta. E teve que pagar com a extradição para fora da sua cidade as inapreciáveis experiências militares, etnográficas e geográficas adquiridas na sua campanha na lide asiática. Na Anábase fala-nos da propriedade de Cilunte, na região agrária da Élide, que os Espartanos lhe ofereceram e que constituiu a sua segunda pátria. Gozou ali algumas décadas tranquilas, dedicadas à vida rústica, ao cuidado de sua propriedade e aos ócios literários. O gosto pelas variadas atividades do agricultor, juntamente com a recordação de Sócrates e a inclinação para tudo quanto fosse histórico e militar, é uma das principais características da formação da personalidade de Xenofonte e também uma das facetas mais importantes e preservadas de sua obra. A amarga experiência da democracia impelia-o interiormente a contatar com Esparta e a travar conhecimento mais íntimo com os dirigentes e a situação interna de Estado, que então exercia um domínio quase ilimitado sobre a Grécia.
Foi isto que o moveu a fazer o seu estudo sobre o Estado dos
Lacedemônios e o panegírico de Agesilau. Ao mesmo tempo, na sua História da
Grécia, estendeu o seu interesse político a toda história do seu tempo, e
recolheu na Ciropedia as suas impressões da Pérsia. Xenofonte permaneceu
longe da pátria durante os decênios que segue do novo apogeu ateniense, com a
segunda liga marítima; não voltou a ser chamado à sua cidade antes da
decadência desta liga, a última grande criação política de Atenas, data em que
procurou contribuir com alguns manuscritos de caráter prático para a obra de
reorganização do exército e da economia. Depois do fim da guerra da
confederação, perde-se o rastro do escritor. Contava 70 anos e o mais provável
é não ter sobrevivido. A sua vida abrande, pois, pouco ou mais ou menos, o
mesmo período da vida de Platão. Ao render homenagem à absoluta lealdade
política de Sócrates, Xenofonte atestava também a sua própria lealdade à
democracia ateniense, lealdade que muitos punha em dúvida.
Durante
muito tempo, a espada foi a principal arma para combate corpo a corpo, sendo
usada tanto pela Infantaria quanto pela Cavalaria. Mesmo com o
advento posterior das armas de fogo, continuou a ser usada como instrumento
bélico. Talvez devido à influência da cultura massificada, em especial dos
filmes de artes marciais japoneses, alimentou-se o mito de que as espadas
ocidentais, de dois gumes e lâmina reta, eram pesadas e de difícil manejo, em
comparação com a katana e outras armas orientais. Akira Kurosawa em seu
filme, Os Sete Samurais, é um filme japonês de 1954 realizado por Akira
Kurosawa que reproduz o Japão feudal do século XVI e sua maneira através da
qual os guerreiros lutavam por honra e dispunham de grande lealdade e
disciplina. Houve no decorrer da história vários samurais famosos por suas
habilidades com a espada katana, arma samurai por excelência, como Miyamoto
Musahi (1584-1645), dominando a técnica com duas espadas e escrevendo o livro
dos Cinco Anéis. A comparação entre peças históricas do Ocidente e do
Oriente demonstra muitas das vezes o contrário. Ipso facto, a espada foi
popularizada, principalmente, pelos livros de histórias medievais.
Musashi
do clã Tokugawa, foi considerado um herói no fim do período do Japão Feudal, um
período de transição, em que os tradicionais métodos dos samurais foram aos
poucos substituídos por armas de fogo (primitivas), ele simbolizou o auge do
guia bushido (“caminho do guerreiro”), no qual um homem com uma espada na mão
representava sua realização individual. Vários espadachins percorriam o país,
alguns procurando um adversário famoso como forma de promoção, outros buscando
aperfeiçoar sua técnica. Musashi foi um destes aventureiros. De acordo com o
livro dos Cinco Anéis, nunca foi derrotado em combate, apesar de ter enfrentado
mais de sessenta oponentes, algumas vezes mais de um simultaneamente. Com
apenas 17 anos entrou para o exército do Senhor de Terras Toyotomi Hideyoshi,
onde em julho de 1600 participou da tentativa de tomar e assaltar o castelo
Fushimi, e em agosto participou na defesa do Castelo Gifu sitiada. Este também
participou da Batalha de Sekigahara (1600), de acordo com o livro onde afirma
ter participado de seis batalhas intensas na juventude. Depois disso, Musashi
desaparece até reaparecer em 1604 em Kyoto, com 22 anos de
idade, quando derrotou a escola Yoshioka, em duelos com os três herdeiros da
linhagem da escola.
Após deixar Kyoto em 1605, segue de viagens pelo Japão aperfeiçoando a técnica de luta com monges através de diversos duelos. Em 1612, realizou seu duelo mais importante, contra Sasaki Kojirō, travado na ilha de Ganryūjima, próximo a ilha de Honshū. Na ocasião Musashi reconheceu que o oponente dominava sua técnica, e que teria de adotar uma inovação para poder derrotá-lo. Relata-se que este entalhou um bastão de madeira bokken, a partir de um remo quebrado, enquanto Kojirō o esperava impacientemente. Ao concluir o bastão, o duelo pode recomeçar, assim logo Kojirō saltou em direção a Musashi e quase lhe atingiu o pescoço, mas Musashi esquivou-se com um salto e acertou-lhe um golpe violento com seu bastão que partiu o crânio de Kojirō, matando-o. Entre 1614 e 1615, Musashi envolveu-se em outra guerra no Japão entre os clãs Tokugawa e Toyotomi, que iniciou quando Tokugawa sentiu que a família Toyotomi representava uma ameaça ao seu domínio territorial. Mais uma vez Musashi pelo lado dos Toyotomi, participou em duas batalhas castelo de Osaka, resultando na ruína do exército Toyotomi. No final, de alguma forma Musashi conseguiu ser adotado pelo clã Tokugawa.
Em 1621, após derrotar quatro adeptos do Togun-ryu na frente do lorde do domínio Himeji, este o confiou parte da função de organizar a cidade. Em 1622, seu filho adotivo tornou-se vassalo de Himeji. Depois disso, Musashi embarcou em mais uma série de viagens, onde adotou outro filho. Já em 1626, seu primeiro filho adotivo comete o ritual do Seppuku, vulgarmente reconhecido no ocidente por haraquiri, refere-se ao ritual suicida japonês reservado à classe guerreira, principalmente samurai, em que ocorre o suicídio por esventramento, por causa da morte de seu lorde. Em 1627, Musashi deu início a uma nova viagem que durou até 1634, quando decidiu se estabelecer no distrito de Kokura (Kitakyushu), junto com o segundo filho, onde entrou em serviço para o senhor de terras (daimyo) Ogasawara Tadazane. Após 10 anos, ele e seu filho participaram da revolta camponesa Rebelião de Shimabara, durante o Xogunato Tokugawa. Em 1643, Musashi retirou-se para a caverna Reigandō, a oeste da cidade de Kumamoto e eremita escreveu o tratado reconhecido, o livro dos Cinco Anéis, ou em japonês “Gorin No Sho”, concluído em 1645. Após concluir o livro, sentindo a aproximação da morte, Musashi liberou-se de suas posses materiais, entregou a cópia manuscrita do livro a seu discípulo mais íntimo, o irmão novo de Terao Magonojô. Nesse dia Musashi escreveu o manuscrito Dokkōdō, o Caminho do Andarilho Solitário, sobre os vinte e um princípios da vida. Faleceu em Kumamoto por volta do quinto mês, segundo o então calendário japonês. Sua vida tornou-se uma lenda e inspiração para o imaginário coletivo japonês em gravuras de estampa japonesa Ukiyo-e, livros, filmes, séries de TV, mangás e videogames.
A partir daí inicia-se a démarche ininterrupta de Liam Neeson em minisséries televisivas e filmes de modesto orçamento econômico. No filme The Mission (1986), de Roland Joffé, cineasta franco-britânico de origem judaica, um filme britânico de 1986, do gênero drama histórico, com roteiro de Robert Bolt e trilha sonora de Ennio Morricone. Mas especialmente notável por seus filmes The Killing Fields (Oscar de melhor filme de 1985) e The Mission (Palma de Ouro de 1986, em Cannes), revela-se sua participação como padre jesuíta. Entretanto, irradiou a atenção dos produtores de Hollywood com o papel de surdo na representação de Suspect (1987). Os papéis marginais sucediam-se desde de diretor de filmes de terror perseguido por Dirty Harry (Clint Eastwood) em The Dead Pool (1988) a um escultor irlandês liberal em The Good Mother (1988). O primeiro título de Liam Neeson enquanto protagonista Darkman (1990) ocorreu na esfera produção-consumo de implantar um super-herói capaz de fazer frente ao sucesso paralelo de Batman de 1989. Neeson procurou refúgio nos palcos ingleses e esporadicamente em Hollywood, nos Estados Unidos da América, para boas participações em filmes como Husbands and Wives (1992) de Woody Allen. Uma boa oportunidade surgiu quando Steven Spielberg, de visita a Londres, ficou impressionado com o seu talento em palco e as suas formas e aparências físicas com o “personagem do projeto que tinha em mãos”. Imediatamente convenceu-o a aceitar o papel histórico e político de Oskar Schindler (1908-1974), industrial alemão que resgatou mais de mil judeus da tragédia racista em Schindler`s List (1993), empregando-os para o trabalho operário nas suas fábricas de esmaltes e munições, localizadas na Polônia e República Checa respectivamente.
O filme Ordinary Love representa
um drama romântico britânico-irlandês de 2019, dirigido por Lisa Barros D`Sa e
Glenn Leyburn, a partir de um roteiro de Owen McCafferty. É estrelado por Liam
Neeson e Lesley Manville. O filme segue a história social de penúria de Joan
que foi diagnosticada com câncer e as adversidades que surgem no cotidiano com
seu marido, Tom. Sua estreia mundial ocorreu no Festival Internacional de
Cinema de Toronto em 9 de setembro de 2019. Foi lançado no Reino Unido em 6
de dezembro de 2019, pela Universal Pictures e Focus Features e,
em seguida, nos Estados Unidos em 14 de fevereiro de 2020 pela Bleecker
Street. Há o tempo do cotidiano que passa sem pressa, há o tempo que demora
a passar quando os personagens estão ansiosos pelos resultados médicos, há o
tempo que se dilata na quimioterapia e sempre há a espera, o que chega a ser
tema dialógico. Friedrich Hegel que parte da análise da consciência comum, não
podia situar como princípio primeiro uma dúvida universal que só é própria da
reflexão filosófica. Por isso mesmo ele segue o caminho aberto pela consciência
e a história detalhada que processa sua formação. A analogia em Hegel existe de
forma coincidente entre a história da filosofia e a história do desenvolvimento
do pensamento, mas este vir-a-ser é necessário, como é a força irresistível que
se manifesta lentamente através da profissão dos filósofos, que são
instrumentos de sua própria manifestação.
Assim,
preocupa-se apenas em definir os sistemas, sem discutir as peculiaridades e
opiniões dos diferentes filósofos. Na determinação do sistema, o que o preocupa
é a categoria fundamental que determina o todo complexo do sistema, e o
assinalamento das diferentes etapas, bem como as vinculasses destas etapas que
conduzem à síntese do espírito absoluto. Para compreender o sistema é
necessário começar pela representação, que ainda não sendo totalmente exata
permite, no entender de sua obra a seleção de afirmações e preenchimento do
sistema abstrato de interpretação do método dialético, para poder alcançar a
transformação da representação numa noção clara e exata. Temos a passagem da
representação abstrata, para o conceito claro e concreto através do acúmulo de
determinações. O movimento dialético separa e distingue
perenemente a identidade e a diferença, sujeito e objeto, finito e infinito, é
a alma vivente de todas as coisas, manifesta na Ideia Absoluta que é a força
geradora, a vida e o espírito eterno.
Mas a Ideia Absoluta seria uma existência abstrata se a noção de que procede não fosse mais que uma unidade abstrata, e não o que é em realidade, isto é, a noção filosófica que por um giro negativo sobre si mesma, revestiu-se novamente de forma subjetiva. Metodologicamente a determinação mais simples e primeira que o espírito pode estabelecer é o Eu, a faculdade de poder abstrair todas as coisas, até sua própria vida. Chama-se idealidade precisamente esta supressão da exterioridade. Entretanto, a questão do espírito não se detém na apropriação, transformação e dissolução da matéria em sua universalidade, mas, enquanto consciência religiosa, por sua faculdade representativa, penetra e se eleva através da aparência dos seres até esse poder divino, uno, infinito, que conjunta e anima interiormente todas as coisas, enquanto pensamento filosófico, como princípio universal, a ideia eterna que as engendra e nelas se manifesta. Isto quer dizer que o espírito finito se encontra inicialmente numa união imediata em sua relação com a natureza, a seguir em oposição com esta, e finalmente em identidade com esta, porque suprimiu a oposição e voltou a si mesmo e, consequentemente, o espírito finito é a ideia, mas ideia que girou sobre si mesma e que existe por si em sua própria realidade.
O
Reino da Polônia, em primeiro lugar, foi fundado em 1025 e em 1569 cimentou uma
associação política de longa data com o Grão-Ducado da Lituânia, assinando a
União de Lublin, formando a Comunidade Polaco-Lituana. A Comunidade
gradualmente deixou de existir nos anos 1772-1795, quando o território polaco
foi dividido entre o Reino da Prússia, o Império Russo e a Áustria. A Polônia
recuperou sua Independência, como a Segunda República Polonesa, no final da 1ª
grande guerra, em 1918. Duas décadas depois, em setembro de 1939, a 2ª guerra mundial
começou com a invasão da Polônia pela Alemanha nazista e a União Soviética como
parte do Pacto Molotov-Ribbentrop. Mais de seis milhões de cidadãos poloneses
morreram na guerra. Em 1944, a República Popular da Polônia foi proclamada e,
em 1947, depois de um breve período de uma guerra civil de baixa intensidade,
referendos e eleições fraudadas, o país se tornou um dos integrantes da chamada
“Cortina de Ferro”, representando o conjunto político de países aliados da
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Durante as Revoluções europeias
de 1989, o governo comunista polonês foi derrubado, decorrente da questão
retificada, e a Polônia adotou uma nova Constituição, que estabeleceu o país
como uma democracia e o renomeou para República denominação histórica
para a Polônia.
A
República Tcheca, em segundo lugar, é um país da Europa Central. A capital do
país é Praga, que também é sua maior e mais populosa cidade. A Boêmia, na parte
ocidental do país, é cercada por morros baixos e forma uma bacia drenada pelo
Labe (Elba) e a Moldava (Vltava). Morávia, a parte oriental também é
montanhosa e é banhada pelo rio Morava. Silésia, a parte do norte da Morávia,
entre a Morávia e a Polônia. Depois da Batalha de Mohács em 1526, o
Reino da Boêmia foi gradualmente integrado na Monarquia de Habsburgo como uma
das três partes principais, ao lado do Arquiducado da Áustria e o Reino da
Hungria. A Revolta Boêmia (1618-1620), contra os Habsburgos católicos,
levou à Guerra dos Trinta Anos, após a qual a monarquia consolidou sua regra,
reimposta ao catolicismo, e adotou uma política de germanização. Com a
dissolução do Sacro Império Romano em 1806, o reino da Boêmia tornou-se parte
do Império Austríaco. No século XIX, as terras checas tornaram-se a potência
industrial da monarquia e do núcleo da República da Checoslováquia, que foi
formado em 1918, após o colapso do Império Austro-Húngaro após a 1ª guerra mundial
(1914-1918). Depois de 1933, a Checoslováquia permaneceu como a “única
democracia restaurada na Europa Central”. Na sequência do Acordo de Munique e
anexação polonesa de Zaolzie, a Tchecoslováquia caiu sob ocupação alemã durante
a truculenta 2ª guerra mundial (1939-1945).
Em
terceiro lugar, um índice total estimado estatisticamente de 70 a 85 milhões de
pessoas pereceram, o que representou cerca de 3% da população mundial de
1940. As estatísticas de fatalidades da 2ª guerra mundial variam, com
estimativas de mortes totais variando dentre 70 a 85 milhões de pessoas. As
mortes causadas diretamente pela guerra, incluindo militares e civis mortos,
são estimadas em 50 a 56 milhões de pessoas, enquanto houve uma estimativa
adicional de 19 a 28 milhões de mortes por doenças relacionadas à guerra e
fome. As mortes de civis totalizaram 50 a 55 milhões. As mortes militares de
todas as causas totalizaram 21 a 25 milhões, incluindo mortes em cativeiro de
cerca de 5 milhões de prisioneiros de guerra. Estatísticas sobre o número de
militares feridos são incluídas sempre que disponíveis. Mais da metade do total de vítimas é contabilizada pelos mortos da República da China e União Soviética. A Federação Russa, na década de 1990, publicou uma
estimativa de perdas na União Soviética em 26,6 milhões, incluindo 8 a 9
milhões devido à fome e contágio de doenças.
Essas
perdas na maior tragédia humana de guerra são para o território da União
Soviética nas fronteiras de 1946 a 1991, incluindo os territórios anexados em
1939 a 1940. A República Popular da China, em 2005, estimou o número de vítimas
chinesas na Segunda Guerra Sino-Japonesa de 1937 a 1945, 20 milhões de mortos e
15 milhões de feridos. Em 2000, o número total de militares alemães mortos foi
estimado em 5,3 milhões por Rüdiger Overmans, do Gabinete de Pesquisa de
História Militar da Alemanha; esse número inclui 900 000 homens recrutados fora
das fronteiras da Alemanha Nazista em 1937, na Áustria e centro-leste da
Europa. As mortes de civis não estão incluídas. No entanto, em 2005, o governo
alemão estimou que 7 395 000 pessoas morreram, incluindo 4 300 000 de militares
mortos e desaparecidos da Alemanha, Áustria e homens recrutados fora das
fronteiras da Alemanha em 1937. Historiadores dos conflitos estabelecidos através
da guerra estimam que o Exército Vermelho foi responsável por 90% dos soldados
alemães mortos durante a 2ª guerra mundial. Estima-se que o número de poloneses
mortos é entre 5,6 e 5,8 milhões, de acordo com o Instituto da Memória Nacional
(2009).
Jean Valjean e Fantine, na adaptação de Os Miseráveis (1998). |
A documentação permanece fragmentada, mas hoje
estudiosos independentes da Polônia acreditam que 1,8 a 1,9 milhão de civis
poloneses (não judeus) e 3 milhões de judeus foram vítimas das políticas de
ocupação alemã e da guerra por um total de pouco menos de 5 milhões de mortos. O
governo japonês em 2005 colocou o número de mortes japonesas em 3,1 milhões. Em 1945, uma grande parte do país foi
libertada pelo Exército Vermelho, e a gratidão subsequente para os soviéticos,
combinada com a desilusão política com o Ocidente por não intervir, levou o
Partido Comunista da Tchecoslováquia a alcançar a vitória nas eleições de 1946.
Após o golpe de Estado ocorrido em 1948, a Tchecoslováquia tornou-se um Estado
comunista de partido único sob a influência da União Soviética. Em 1968 a insatisfação social e política culminou com movimento de reforma Primavera de Praga, que terminou com uma invasão dos exércitos
dos países do Pacto de Varsóvia, com exceção da Romênia.
A Tchecoslováquia permaneceu ocupada até 1989 quando, através da chamada Revolução de Veludo, quando o regime vitorioso comunista caiu e uma república parlamentar multipartidária foi formada. Refere-se à revolução não agressiva na antiga Checoslováquia que testemunhou a deposição do governo comunista daquele país. Esta é vista como uma das mais importantes revoluções de 1989. Em 1º de janeiro de 1993, a Tchecoslováquia pacificamente dissolveu-se em seus dois estados constituintes: a República Checa e a República Eslovaca. A Tchéquia representa um país desenvolvido com economia avançada e padrões de vida elevados. A Organização das Nações Unidas (ONU) classifica o país compondo o 14º lugar no ranking de desenvolvimento humano, ajustado à desigualdade social. A Tchéquia também se classifica como o quinto país pacífico na Europa, o melhor desempenho em governança democrática e mortalidade infantil. É democracia representativa parlamentar com a adesão na União Europeia desde maio de 2004, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e do Conselho da Europa.
Oskar
Schindler cresceu em Zwittau, Morávia, e teve vários trabalhos até se juntar a
Abwehr, em língua alemã: “defesa”, nome do serviço de informação do
exército alemão de 1920-1945. Reportava-se diretamente ao Oberkommando der Wehrmacht
(OKW), alto comando das forças armadas alemãs chefiado pelo almirante Wilhelm
Canaris até 1944. Antes da ocupação alemã da Checoslováquia, em 1938, Schindler
recolhia informações sobre caminhos-de-ferro e movimentos de tropas para o
governo alemão. Foi preso por espionagem pelo governo checoslovaco, mas foi
libertado segundo os termos do Acordo de Munique (1938). Schindler continuou o
seu trabalho de recolha de informações para os nazis, na Polônia, em
1939, antes da invasão daquele território, no início da 2ª guerra mundial. Em
1939 obteve uma fábrica de utensílios de cozinha em Cracóvia, Polônia, que
empregava 1750 trabalhadores, dos quais em torno de mil eram judeus no auge da
fábrica, em 1944. As suas ligações da Abwehr ajudaram Schindler a proteger os
trabalhadores judeus de uma deportação infeliz e da morte programada nos campos
de concentração. De início, Schindler estava interessado em fazer
dinheiro com o negócio.
Mais tarde começou a proteger os
seus trabalhadores sem olhar custos. Com o tempo, Oscar Schindler teve que
subornar os oficiais nazis com dinheiro e ofertas de luxo, obtidas no chamado
mercado-negro, para manter os respectivos empregados seguros. A surpreendente
interpretação de Liam Neeson valeu-lhe uma indicação para o Óscar de melhor
ator. Em janeiro de 1992 casou-se com a atriz inglesa Natasha Richardson, com
quem teve dois filhos: Michael (1995) e Daniel Jack (1996), quando contracenou
no êxito da Broadway Anna Christie. Considerado um ator consagrado, Neeson
começou a receber propostas de papéis principais em filmes produzidos por grandes
estúdios: Nell (1994), é drama norte-americano de 1994 dirigido por
Michael Apted, com roteiro escrito por William Nicholson. O filme é estrelado
por Jodie Foster, que também o produziu, como Nell Kellty, uma jovem que tem
que enfrentar pessoas pela primeira vez depois de ser criada numa cabana
isolada. Liam Neeson, Natasha Richardson, Richard Libertini e Nick Searcy são
destaque em papéis coadjuvantes. O filme é uma adaptação da peça teatral Idioglossia,
de Mark Handley, o roteiro de Nell foi desenvolvido pela coprodutora Renée
Missel e foi inspirado pelo tempo de Handley vivendo nas Cordilheira das
Cascatas na década de 1970, e a história dos gêmeos Poto e Cabengo, que criaram
sua própria língua.
O
filme Rob Roy - A Saga de uma Paixão (1995), é norte-americano
dirigido por Michael Caton-Jones, inspirado na vida social do escocês Robert
Roy McGregor e suas batalhas nas terras altas da Escócia. No início do século XVIII,
na Escócia, o marquês de Montrose (John Hurt) se compromete a entregar uma
carta de crédito de mil libras, mas o pagamento é feito em dinheiro vivo e
acaba sendo roubado pelo chefe da guarda (Tim Roth) particular do marquês. O
nobre exige o dinheiro de volta, e o capitão da guarda manda prender Rob Roy McGregor
(Liam Neeson), o chefe do clã, para poder se vingar. Para atraí-lo em tocaia,
estupra a mulher dele, Mary (Jessica Lange), queima sua casa e mata todos os
seus animais, o que provoca o desejo de vingança no clã ofendido. Caton-Jones
frequentou a Escola Nacional de Cinema e Televisão. Em outubro de 2017, Michael
Caton-Jones revelou que havia escolhido Sophie Okonedo para estrelar B. Monkey. O produtor Harvey Weinstein decidiu que a atriz não. Caton-Jones e
Weinstein discutiram o assunto acaloradamente e Caton-Jones disse: - “Não
estrague o elenco deste filme porque você quer transar, e então ele ficou louco”.
Weinstein disse à Variety que Caton-Jones havia deixado a produção
devido a “diferenças criativas”. Ela disse porque “senti que precisava, porque
eu tinha o filme saindo e não queria irritá-lo”.
O
filme Michael Collins - O Preço da Liberdade é um filme britânico-irlandês-estadunidense
de 1996, do gênero drama histórico-biográfico, escrito e dirigido por Neil
Jordan, baseado na vida do revolucionário irlandês Michael Collins. Preso em
1916 por participar de protestos contra o governo inglês, Collins vê na guerra
de guerrilha a chance de libertar a Irlanda do Norte do jugo da coroa, que
remonta a sete séculos. Nesse contexto político nasce o Exército Republicano
Irlandês (IRA), reconhecido por sua sigla em inglês. Usam a prática de
métodos de guerra assimétrica, frequentemente acusados de terrorismo, notório
principalmente por ataques à bomba e emboscadas com armas de fogo, quando tinha
como alvos tradicionais religiosos protestantes, políticos unionistas e
representantes do governo britânico. Na sua fundação, detinham ligações perigosas
com outros grupos nacionalistas irlandeses e um braço político do partido Sinn
Fein (“Nós Próprios”). Sua ideologia política variou no tempo histórico,
abrangendo republicanismo, nacionalismo, irredentismo, unionismo irlandês e
separatismo com relação ao processo colonizador da Grã-Bretanha, incluindo
também sectarismo e defesa da comunidade católica da Irlanda contra a minoria
protestante que eram vistos como legalistas em relação a Inglaterra. Em 1921 iniciaram o Acordo de Paz com a coroa,
dando origem à República da Irlanda do Norte. O conflito com os ingleses, no
entanto, está longe do fim.
O
filme Les Miserables (1998) é um filme britânico-estadunidense de 2012,
do gênero drama musical, dirigido por Tom Hooper para a Working Title Films,
com roteiro de William Nicholson adaptado do Les Misérables (musical),
de Alain Boublil, Claude-Michel Schönberg e Herbert Kretzmer, ipso facto
baseado no romance Os Miseráveis, de Victor Hugo. Estrelado por Hugh
Jackman, Russel Crowe, Anne Hathaway, Eddie Redmayne, Amanda Seyfried, Sacha
Baron Cohen e Helena Bonham Carter, Os Miseráveis estreou nos Estados
Unidos da América em 25 de dezembro de 2012, em Portugal, em 3 de janeiro de
2013, e no Brasil, em 1º de fevereiro de 2013. Trata-se de uma celebração pelos
25 anos do musical. A produção teve início em meados de março de 2011, e as
gravações, um ano depois. A história se passa na Revolução de Julho do século XIX
em duas batalhas: Waterloo e a insurreição republicana de junho de 1832.
Como ex-presidiário Jean Valjean sente-se discriminado por todos, contudo tenta recomeçar a vida e redimir-se do passado. Considerando-se homem livre, Jean Valjean quebra a condicional resultando na fuga contínua pela perseguição do inspetor Javert (Russell Crowe). Enquanto isso, do outro lado da França, Fantine (Anne Hathaway) enfrenta uma grande luta com sua filha Cosette. Ao viajar para o interior do país, a mãe deixa a menina com o casal Thénardier (Helena Bonham Carter e Sacha Baron Cohen), que maltratam a criança, como escrava e roubam seu dinheiro. Enquanto isso Fantine arranja emprego no interior, manda dinheiro para sua filha, enquanto o casal cobra cada vez mais e mais. Um dia um funcionário da fábrica descobre que ela tem uma filha ilegítima, e a expulsam do emprego em que trabalha. Desolada, e sem jeito de conseguir dinheiro, ela vende os invejados cabelos e dentes, e com as cobrança dos vilões, se prostitui e está com Tuberculose. Por fatos ocorridos no passado, Jean Valjean reconhece a doente Fantine e lhe faz a promessa de cuidar de sua filha.
No
filme Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma (1999), é um filme épico
de Space Opera norte-americano, pertencente a série de filmes Star
Wars, lançado em 1999, dirigido e escrito por George Lucas. É o primeiro
filme da trilogia prequela e o quarto da série rodado, embora o primeiro em
ordem cronológica. Foi estrelado por Liam Neeson, Ewan McGregor, Natalie
Portman, Jake Lloyd, Ian McDiarmid, Anthony Daniels, Kenny Baker, Pernilla
August e Frank Oz. Ameaça Fantasma ocorre cerca de 32 anos antes do filme
original, e segue o Mestre Jedi Qui-Gon Jinn e seu padawan Obi-Wan Kenobi, como
protetores da Rainha Amidala, na esperança de conseguir um fim pacífico para
uma disputa comercial interplanetária de grande escala no espaço sideral.
Em sua jornada juntam-se a eles Anakin Skywalker - um jovem escravo com forte
conexão com a Força - simultaneamente com o retorno dos misteriosos Sith. Lucas
começou a produção deste filme depois de considerar que os efeitos especiais
tinham avançado suficiente para ele produzir uma nova trilogia da série. As
filmagens começaram em 26 de junho de 1997, em locais como o Leavesden Film
Studios e o deserto da Tunísia. Os efeitos visuais incluíram o uso
extensivo do até então novo imagens geradas por computador (CGI). Ameaça
Fantasma foi o primeiro trabalho depois de 22 anos desde Star Wars,
em 1977.
Mas
Liam Neeson teve um papel secundário como o padre Vallon em Gangs of New
York (2002), protagonizou a comédia romântica Love Actually (2003) e
assumiu o papel de Alfred Kinsey, o autor de Sexual Behavior in the Human
Male, no filme Kinsey (2003), dirigido por Bill Condon. Em 2005, em Kingdom
of Heaven, assumiu o papel de Godfrey of Ibelin e do vilão Ra`s al Ghul em Batman
Begins. Também em 2005, Liam Neeson dublou Aslan, personagem da série de filmes
As Crônicas de Nárnia, um mundo fantástico criado pelo escritor
Irlandês Clive Staples Lewis como local narrativo. Em 2008 Liam Neeson faz a
dublagem do personagem James do jogo Fallout 3, nascido nos anos
fictício de 2226, e foi de tal forma considerado um cientista e também líder do
projeto político chamado Purity, uma ambiciosa estratégia não
governamental que iria possibilitar a remoção total da nefasta radiação
presente no Rio Potomac, um curso de água que banha Washington, D.C., capital
dos Estados Unidos da América, e os estados da Virgínia Ocidental, Virgínia e
Maryland. Estende-se por 652 km, nascendo a 933 metros de altitude e desaguando
na baía de Chesapeake, o maior estuário nos Estados Unidos. Desemboca no oceano
Atlântico cercada pelos estados americanos de Maryland e Virgínia. A
baía de Chesapeake cobre área de 166. 534 km² no Distrito
de Columbia, Nova Iorque, Pensilvânia, Delaware, Maryland, Virgínia e Virgínia
Ocidental. Mais de 150 rios desembocam na baía de Chesapeake.
No
filme Desconhecido teuto-nipo-britano-franco-estadunidense de 2011,
gênero suspense, dirigido por Jaume Collet-Serra, estrelado por Liam Neeson,
Diane Kruger, January Jones, Aidan Quinn, Bruno Ganz e Frank Langella. O filme
é baseado no romance francês de 2003, publicado em Inglês como Out of My
Head, de Didier Van Cauwelaert. Dr. Martin Harris e sua esposa, Liz
(January Jones), chegam em Berlim para uma conferência de biotecnologia.
Entretanto, ao chegar ao Hotel Adlon, Martin percebe que a sua maleta tinha
ficado no aeroporto. Ele pega um táxi dirigido por Gina (Diane Kruger). No
caminho para o aeroporto, o táxi colide com outro veículo e cai desgovernado no
rio. Martin perde a consciência após o impacto, mas Gina impede que ele se
afogue antes de fugir do local, para evitar a polícia, uma vez que ela é uma
imigrante ilegal da Bósnia. No dia de Ação de Graças, Martin acorda no hospital
depois de ter ficado quatro dias em coma. Ele volta ao hotel e descobre que
outro homem está com a sua esposa, que alega não o conhecer. Tenta entrar
em contato com antigo colega, professor Rodney Cole (Frank Langella), o qual
não pode atendê-lo por causa do feriado.
Martin
Harris então se dirige ao escritório do professor Leo Bressler (Sebastian
Koch), com quem tem um encontro marcado. Ele reconhece o impostor “Martin B”
(Aidan Quinn) conversando com Bressler. À medida que Martin tenta provar sua
identidade, mostrando a identidade e fotos de família – as quais tem o nome
de Martin, porém, o rosto dele havia sido substituído pelo do impostor. Confuso
com a crise de identidade, Martin desmaia e acorda de novo no hospital. Smith
(Olivier Schneider), um assassino enviado para matá-lo, mata a enfermeira
Gretchen Herfort (Eva Löbau), todavia, Martin consegue escapar. Com a ajuda de
Gina, ele se esforçará em demonstrar quem realmente é. Muitos atores alemães
foram escalados para o filme. Bock tinha anteriormente atuado em Bastardos
Inglórios (2009), em que durante a 2ª guerra mundial, o tenente americano
Aldo Raine (Brad Pitt) comanda um grupo com a missão específica na França:
matar o máximo de nazistas que eles conseguirem. Formado apenas por judeus, o
grupo político, reconhecido como Bastardos Inglórios, é temido pelos
alemães pela “utilidade de uso” da crueldade, mas estrelou Diane
Kruger e The White Ribbon, é um filme austríaco de 2009 dirigido por
Michael Haneke, sobre um coral de crianças em uma vila no norte da Alemanha
pouco antes da 1ª grande guerra. De acordo com Haneke, o filme é sobre “a
origem de todo tipo de terrorismo, seja ele de natureza política ou religiosa”.
Outros atores do elenco incluíram Adnan Maral como taxista turco e Petra
Schmidt-Schaller como um oficial de imigração. A própria Kruger é de
nacionalidade alemã, apesar de interpretar uma personagem não alemã.
Em
Vingança a Sangue Frio (2019), Nels (Liam Neeson), um equilibrado
e tranquilo homem de família, trabalha como motorista de um caminhão removedor
de neve da pista. O ator de 66 anos encarna um pai que busca se vingar da morte
do filho nas mãos de um cartel de drogas. Nels Coxman, personagem interpretado
por Neeson, vai matando um a um os membros do cartel, até chegar ao chefe da
organização. Seu trabalho é de um limpador de neves em estradas em uma pequena
estação de esqui próximo a Denver. A história de Denver tem início em 1858, com
a descoberta de ouro na região, que provocou forte corrente migratória e
permitiu o estabelecimento dos primeiros núcleos de colonização. Um deles,
fundado em 1860, recebeu o nome de Saint-Charles, mais tarde substituído por
Denver, em homenagem ao general James Denver, governador do território. O
núcleo tornou-se grande centro extrativo de prata e abastecedor dos campos de
mineração, ao longo das regiões montanhosas. Com a integração do Colorado à
federação, tornou-se capital em 1867. Denver tem um clima semiárido, com quatro
estações diferenciadas, muito influenciadas pela proximidade das Montanhas
Rochosas. A temperatura média anual é de 10.1 °C e a média anual de
precipitação é de 402mm, A neve chega a Denver em meados de outubro e pode
prolongar-se até abril. Os Invernos podem ser moderados com temperaturas
suaves, em 1990 registrou-se o recorde de -29 °C. A Primavera pode ser úmida
por causa dos ventos que vêm da Costa Oeste. Março é o mês em que mais neva na
cidade. As temperaturas podem elevar-se devido à influência do Golfo do México.
O Verão também é seco e as temperaturas médias são de 29 °C de máxima e 13 °C
de mínima. No Outono o ar proveniente do Ático provoca nevoes ao chocar com o
ar úmido vindo do Pacífico. Novembro é o mês em que chove mais.
Nels
Coxman usa um super caminhão próprio para este fim, com uma cunha de ferro na
frente para abrir o caminho no gelo. Seu mundo vai virar de ponta-cabeça quando
seu filho é morto por um poderoso traficante de drogas. Mas seu filho não era
usuário de drogas. Impulsionado pelo desejo de vingança e sem nada para perder,
ele fará tudo o que por preciso para destruir o cartel do tráfico de cocaína. A
americanização da obra, perde quase a sagacidade do roteiro original de
Kim Fupz Aakeson, adaptado por Frank Baldwin, não prejudica, entretanto, o
todo, que é salvo pelas longas sequências nas quais Neeson está ausente. A
disputa por território entre os brancos e os índios do Colorado une-se à
hostilidade alva das paisagens, sempre suja pela cor rubra do sangue derramado que
jorra dos inúmeros corpos deste filme. O conflito narcotraficante entre o
Búfalo Branco (Tom Jackson) e o Viking (Tom Bateman) ainda ganha relevância oportuna
com a subtrama policial, liderada por Kim Dash (Emmy Rossum), que incrementa a
sensação de que estamos vendo uma espécie de versão divertida. Expandindo-se
para inúmeras direções, Vingança a Sangue Frio é um longa-metragem simbolicamente
violento, eivado das “banalidades do mal”, das quais se referia a filósofa e cientista política Hannah Arendt, que
tem em Liam Neeson sua principal contradição em termos de paradoxos de consequências
não-intencionais.
Seu
trabalho disciplinar é imponente em estradas em uma pequena estação de esqui
próximo a Denver. A história de Denver tem início em 1858, com a descoberta de
ouro na região, que provocou forte corrente migratória e permitiu o
estabelecimento dos primeiros núcleos de colonização. Um deles, fundado em
1860, recebeu o nome de Saint-Charles, mais tarde substituído por Denver, em
homenagem ao general James Denver, governador do território. O núcleo tornou-se
grande centro extrativo de prata e abastecedor dos campos de mineração, ao
longo das grandes regiões montanhosas. Com a integração do Colorado à
federação, tornou-se capital em 1867. A Guerra de Black Hills, também
reconhecida Grande Guerra Sioux de 1876, foi um evento constituído por
uma série de batalhas e negociações que ocorreram em 1876 e 1877 de aliança
dos Lakota, Sioux e Cheyennes do Norte contra os Estados Unidos. A causa foi o desejo do governo dos Estados Unidos de obter a propriedade das
Black Hills.
O
Ouro foi descoberto nas Black Hills, e a presença dos colonos começaram a
invadir as terras de posse histórica dos nativos americanos e os Sioux e
Cheyenne se recusaram a ceder a propriedade. Tradicionalmente, os militares e
historiadores norte-americanos colocam os Lakota no centro da história
política, por causa de seus números, mas alguns nativos americanos acreditam
que os Cheyenne foram o principal alvo da campanha. Entre as muitas batalhas e
escaramuças da guerra estava a Batalha de Little Bighorn; frequentemente
reconhecida como a Custer`s Last Stand (“Última Resistência de Custer”),
representa o mais famoso dos muitos encontros entre o Exército dos Estados
Unidos da América e os índios montados das Planícies. Apesar da vitória dos
índios, os norte-americanos alavancaram os recursos naturais nacionais para
forçar os índios a se renderem, principalmente atacando e destruindo seus
acampamentos e propriedades. A Grande Guerra Sioux ocorreu sob o domínio dos presidentes
dos Estados Unidos Ulysses S. Grant que serviu como o 18º Presidente dos
Estados Unidos de 1869 até 1877 e Rutherford Birchard Hayes o 19º Presidente
dos Estados Unidos entre 1877 e 1881.
Como presidente, supervisionou o final da Reconstrução; iniciou os esforços que deram origem à Reforma do Serviço Púbico; e tentou uma reconciliação entre as divisões originadas pela Guerra da Secessão e Reconstrução em 1865, e se estendeu até o anos de 1877. O Acordo promulgado em 28 de fevereiro de 1877 anexou oficialmente as terras pertencentes aos Sioux e estabeleceu reservas indígenas permanentemente. Denver tem um clima semiárido equilibrado, com quatro estações diferenciadas, influenciadas pela proximidade das Montanhas Rochosas. A temperatura média anual é de 10.1 °C e a média anual de precipitação é de 402mm. A neve chega a Denver em meados de outubro e pode prolongar-se até abril. Os Invernos podem ser moderados com temperaturas suaves, mas em 1990 registrou-se o recorde de -29 °C. A Primavera pode ser úmida por causa dos ventos que vêm da Costa Oeste. Março é o mês em que mais ocorre neve na cidade. As temperaturas podem elevar-se devido à influência do Golfo do México. O Verão é seco e as temperaturas médias são de 29 °C de máxima e 13 °C de mínima. No Outono o ar proveniente do Ático provoca nevoes ao chocar com o ar úmido vindo do Pacífico. Novembro é o mês em que chove mais. Nels utiliza um super caminhão próprio, com uma cunha de ferro para abrir o caminho no gelo.
Seu
mundo vai virar de ponta-cabeça quando seu filho é morto por um poderoso
traficante de drogas. Mas seu filho não era usuário de drogas. Impulsionado
pelo desejo de vingança e sem nada para perder, ele fará tudo o que por preciso
para destruir o cartel do tráfico de cocaína. A sujeição da obra, perde quase a
sagacidade do roteiro original de Kim Fupz Aakeson, adaptado por Frank Baldwin,
mas não prejudica, entretanto, o todo, que é salvo pelas longas sequências nas
quais Neeson é presença ausente. A disputa por território entre os
brancos e os índios do Colorado une-se à hostilidade alva das paisagens. Sempre
suja pela cor rubra do sangue derramado que jorra dos inúmeros corpos humanos deste
filme. O conflito entre o Búfalo Branco (Tom Jackson) e o Viking
(Tom Bateman) ganha relevância abstrusa na complexa subtrama policial, liderada
por Kim Dash (Emmy Rossum), que incrementa a visão de que estamos vendo uma
espécie de “morte cansada”, de Fritz Lang. Expandindo-se, Vingança a Sangue
Frio (2011) retrata a violência. A questão abstrata do crime que deve
determinar e chegar a conceber o ser questionado. No questionado reside,
o que é perguntado, per se que previamente se põe e intenciona. Enquanto
procura, o questionamento necessita de orientação, prévia do ser procurado.
Este estado indeterminado de uma compreensão do ser, já sempre disponível no
limiar verbal, adquire nesse estado uma compreensão do
ser que é, em si mesmo, um fenômeno positivo que necessita de um próprio esclarecimento.
Bibliografia
geral consultada.
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