Ubiracy de Souza Braga
“Não houve uma calamidade como o impacto de um asteroide”. Steve Louis Brussatte (2019)
Barão Franz Nopcsa (1877-1933) foi um aristocrata, aventureiro, acadêmico e paleontólogo húngaro. É amplamente considerado um dos fundadores da paleobiologia e da albanologia. Nasceu de uma linhagem de aristocratas húngaros em 1877 na Transilvânia, quando a cidade fazia parte da Áustria-Hungria. Em 1895 a irmã mais jovem de Nopcsa, Ilona, descobriu ossos de dinossauros na propriedade da família em Szentpéterfalva, em Săcele, Transilvânia. Isto fez Nopcsa matricular-se na Universidade de Viena para estudar os ossos fossilizados. Ele avançou em seus estudos e pesquisas, podendo fazer sua primeira palestra acadêmica aos vinte e dois anos. Além dos répteis mesozoicos, Nopcsa tinha outra paixão: Independência nacional para a Albânia, que não fora uma mera província do Império Otomano turco-balcânico. Ele foi dentre estrangeiros que se aventuraram nas áreas tribais hostis e montanhosas no norte daquele país, aprendendo os principais saberes, costumes e dialetos albaneses. Oficialmente reconhecida República da Albânia, é um país montanhoso da península Balcânica no sudeste da Europa. O termo deriva da palavra turca para montanha e à cordilheira dos Balcãs, que se estende do leste da Sérvia ao mar Negro.
Tem uma área total de 27 400 km² e uma população em torno de 3 milhões de habitantes. Situada na borda ocidental da península, limita-se ao norte com o Montenegro, a nordeste com o Kosovo, a leste com Macedônia do norte e Grécia e ao sul e oeste com o Mar Adriático, do lado do qual se encontra a Itália. A língua oficial é o albanês. O Congresso de Berlim (1877-1878), que mudou a face da Europa, deu terras da Albânia ao vizinho Montenegro. Com o assentimento dos turcos, os albaneses formaram a Liga de Prizren contra a espoliação, A League of Prizren, oficialmente Liga para a Defesa dos Direitos da Nação Albanesa, era uma organização albanesa fundada em 10 de junho de 1878 na cidade velha de Prizren, na Kosay Vilayet do Império Otomano, e suprimida em 1881 quando as potências imperialistas puseram navios no Mar Adriático em apoio a Montenegro. Reconhecendo, tardiamente que a luta representava Independência política, os turcos apoiaram a esquadra e os albaneses perderam os portos de Antivardi e Dulcigno. O movimento nativista procurou outros caminhos. Fundaram-se escolas para a difusão da língua, editaram-se livros, e veio a lume o primeiro jornal, Drita. Mas a liga de Prizren teve de ser dissolvida. A revolução social dos jovens Turcos (1908) deu novo ânimo aos patriotas, que passaram a reclamar uma Albânia autônoma no círculo do império.
Os bunkers foram ideia de Enver Hoxha, que governou a Albânia do pós-guerra por 40 anos. Mas seu regime era tão brutal quanto surreal. Convencido de que todos, desde a vizinha e antiga Iugoslávia até a Grécia, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e até mesmo seus ex-aliados na União Soviética queriam invadir seu país, Hoxha deu aval à construção de milhares dessas estruturas por todo o país - uma estimativa conservadora gira em torno de 100 mil. Segundo Dowling (2018), Hoxha cunhou um termo para descrever esse estado de prontidão dos albaneses: gjithmone gati, ou “sempre prontos”. Tal sentimento veio em parte de suas experiências na 2ª guerra mundial. As forças armadas pequenas e mal equipadas da Albânia foram esmagadas quando a Itália fascista invadiu o país em 1939. O conflito terminou oficialmente depois de apenas 5 dias. Mas a resistência, não. Entre os principais integrantes da resistência, estavam os exércitos comunistas liderados por Hoxha. Quando o vento passou a soprar a favor dos Aliados. A resistência albanesa cresceu, ganhando força estratégica nos esconderijos das montanhas que libertaram a capital, Tirana, em novembro de 1944. Esse exército de comunistas e nacionalistas chegava em torno de 70 mil homens. A Albânia tornou-se um Estado comunista alinhado com os revolucionários soviéticos.
Um dos encarregados da construção civil
dessas estruturas foi Pellumb Duraj, comandante de um destacamento de
engenharia baseado em Burell, no norte da Albânia. Mas Hoxha queria ter certeza
de que qualquer invasor em potencial seria impedido de atacar primeiro, e criou
uma vasta rede de bunkers. Assim, os
albaneses passaram a conviver com eles em praias, vilarejos e encruzilhadas. Essa
resistência militar a nível nacional exigiria um projeto de construção de
grande vulto. A Albânia se tornaria uma terra coberta de bunkers. Os mais numerosos foram o
Qender Zjarri (QZ), ou “posição de tiro” projetado para acomodar apenas
uma ou duas pessoas, eles foram construídas com concreto armado. Seu projetista
foi Josif Zagali, um engenheiro filiado ao partido comunista de Hoxha durante a
2ª guerra mundial (1940-45), “Zagali montou uma cúpula arredondada no topo do
bunker, de modo que balas e fragmentos de granada pudessem ser repelidos, dando
ao QZ sua forma característica” Esses bunkers
seriam construídos em pequenos números que poderiam se defender mutualmente.
Suas peças em tese foram projetadas para serem pré-fabricadas e depois
montadas no local.
Construir os bunkers foi uma missão tão monumental que quase todas as grandes fábricas da Albânia se envolveram. Fábricas
de cimento produziam placas de concreto pré-fabricadas que um exército de
trabalhadores montaria in loco. Com a ajuda da China, uma nova e
monumental fábrica de aço foi construída em 1974 para produzir metal, grande
parte com o objetivo de reforçar os bunkers
de Hoxha. Ipso facto, Duraj teve de
negociar com as associações típicas encarregadas pelos assentamentos rurais,
organizados de forma muito parecida com as fazendas coletivas na União
Soviética. - “Não tínhamos experiência, então, foi o começo de um novo desafio,
muito difícil. De certa forma, poderíamos dizer que todo o país estava
envolvido nesse processo. A administração coube aos militares, mas a população
se responsabilizou pelo trabalho pesado. Empresas de construção civil
produziriam os bunkers, as empresas de transporte público os transportariam
para o campo e, então, teríamos que contratar pessoas in loco de acordo com
suas habilidades. O trabalho não qualificado era feito por soldados”. Os
pequenos bunkers QZ eram apenas o que
dizia respeito às responsabilidades de Dura.
O mar Adriático representa uma parte
do mar Mediterrâneo, um golfo muito alongado fechado ao norte. Ele banha o
norte e o leste da Itália e o oeste dos Bálcãs. Os países banhados pelo mar
Adriático são a Itália, a Eslovênia, a Croácia, a Bósnia e Herzegovina, o
Montenegro e a Albânia. O mar Adriático possui diversos portos importantes,
destacando-se Veneza (Mestre) e Trieste, que foi por muito tempo a saída
marítima do Império Austro-Húngaro para o mar Mediterrâneo. O Adriático tem
cerca de 800 km de extensão por 160 km de largura. As águas apresentam alto
teor de sal. O clima é mediterrâneo, com verões quentes e secos e invernos
amenos e úmidos. Ele se estende do golfo de Veneza, ao norte, até o estreito de
Otranto, ao sul, onde na altura da Albânia, se encontra com o mar Jônio. A
costa leste, dividida entre Eslovênia, Croácia, Bósnia e Herzegovina,
predominam rochas e montanhas. O Reino da Iugoslávia representou
um Estado dos Bálcãs, na Europa, que existiu no período constituído entre 1918
até o início da década de 1941, dirigido pela dinastia real sérvia dos Karadjordjevic, englobando os
territórios dos atuais Estados da Bósnia e Herzegovina, Sérvia, Montenegro,
Macedônia do Norte e a maior parte da Eslovênia e da Croácia.
Politicamente o novo reino foi proclamado em 1° de dezembro de 1918 pelo príncipe regente Alexandre Karadjordjevic, em nome de seu pai, o rei Pedro I da Sérvia. A Croácia, o território esloveno, a Bósnia, a Herzegovina (anexada ao Império Austro-Húngaro em 1908 e reunida no Estado dos Eslovenos, Croatas e Sérvios) e Montenegro uniram-se, assim, ao Reino da Sérvia que já incluía o Kosovo, a Macedónia do Norte e a Voivodina. O território eslavo da Caríntia na recém-constituída República da Áustria decidiu não se unir ao novo reino. A cidade portuária dálmata de Zadar e algumas ilhas dálmatas foram cedidas à Itália que voltariam à Iugoslávia após a Segunda Guerra Mundial. A cidade de Rijeka, reconhecida em italiano como Fiume, foi declarada Estado livre, mas com a geopolítica foi ocupada e, em 1924, anexada pela Itália. As tensões com a Itália continuaram, com esta reivindicando mais territórios na costa da Dalmácia e com o novo reino exigindo a Ístria, parte da antiga província costeira austríaca que havia sido anexada à Itália mas que contava em sua população número considerável de croatas e eslovenos. Concluído o processo de formação territorial, o novo reino apresentava um território menor comparativamente do que da futura República Socialista Federal da Iugoslávia e uma população robusta em torno de 13 milhões de habitantes.
As
guerras balcânicas de 1912 punham em perigo o território nacional, que era
cobiçado por montenegrinos, sérvios e gregos (cf. Alves, 2014; Menezes, 2019).
O velho diplomata Ismail Kemal Vlórë, depois de assegurar apoio das capitais
europeias, proclamou a Independência em 28 de novembro de 1912, em Vlorë, tendo
sido escolhido líder para encabeçar o governo provisório. A Conferência de Londres de 1912-1913
reconheceu o fato político e pôs a Albânia neutra
sob a proteção das grandes potências. Kosovo ficou, todavia, com a Sérvia,
embora tivesse uma população de 800 mil albaneses. A fronteira com a Grécia foi
determinada por um protocolo posterior, de Florença (1913). As potências
indicaram Guilherme de Wied, príncipe renano, como rei da Albânia. Não
conseguiu governar. Os gregos tomaram Gjirokaster os montenegrinos Scutári e a
revolta política de inspiração popular turca arrebentou em Tirana. O soberano,
que assumira em março de 1914, retirou-se em 3 de setembro. Em agosto tinha começado
a 1ª grande guerra. Assediada por todos os lados, apesar de neutra, na política
externa do vale-tudo, a Albânia foi ocupada pelos beligerantes até 1918.
Na
Conferência de Paris, o presidente
Wilson impediu a partilha do seu território entre os vizinhos, mas só na
Conferência dos Embaixadores (1921) foram reconhecidas como válidas as suas
fronteiras de 1913. Desde 1920, tinha formado governo próprio, sob Suleiman
Delvina, escolhera Tirana para capital e entrara para a Sociedade das Nações.
As forças de ocupação deixaram o país: primeiro os aliados, franceses e
italianos, por fim os iugoslavos. Não foram fáceis os primeiros anos do
pós-guerra. A única figura notável é a de Ahmed Zogu, jovem senhor feudal do
Mati, chefe do clã dos Zogoli, que se fez ministro do Interior de 1920 a 1922 e
primeiro-ministro de 1922 a 1924. Seu nome completo era Ahmed Beg Zogú (ou Zogi).
Ele era filho de um chefe muçulmano albanês do clã Zogoli, da região de Mati, localizada
no centro da Albânia. Depois de estudar na Escola Militar Monastir, foi enviado
a Istambul por três anos para completar seus estudos. Mais tarde, ele viveu por
algum tempo em Viena, onde se alistou no exército austríaco; em 1912 ele alcançou
o posto de coronel.
Nopcsa com roupas dos guerreiros albaneses. |
Ele
estava encarregado de organizar um corpo de tropas albanesas dentro do exército
austríaco para lutar contra a Sérvia e Montenegro durante as Guerras dos
Bálcãs. Em 1912 ele participou, em nome da região de Mati, na declaração de Independência
da Albânia. A eclosão da 1ª grande guerra (1914-18) obrigou-o a deixar o país.
Ele lutou contra os sérvios nas fileiras do exército austro-húngaro durante a
guerra. Após o fim do conflito, ele retornou à Albânia e fundou o Partido Popular, do qual participou da luta contra a Itália e a Sérvia para
manter a independência de seu país. Ele foi o primeiro político albanês que, em
1920, convocou a realização de uma Assembleia
Internacional para salvar a Albânia
da divisão territorial. Em 1921 ocupou vários cargos no governo albanês, como a
pasta de ministro do Interior e da Guerra. Desde então, ele enfrentou várias
tentativas de divisão e várias tentativas de invasão iugoslava, pelas quais
ganhou grande popularidade entre a
nação. Em 1922 foi eleito primeiro-ministro da Albânia, cargo que ocupou por
dois anos. Ele deixou a sede do governo após um ataque contra ele. No início de
1924, a revolução liderada pelo bispo Fan Noli o forçou a deixar o país. Ele
retornou depois com o apoio do governo iugoslavo, depôs o
presidente Fan Noli em dezembro de 1924. No início de 1925, foi nomeado pelo
Parlamento como Presidente da República da Albânia.
Uma
revolução liberal derrubou-o em junho, mas em dezembro voltava ao país, com
recursos e homens reunidos na Iugoslávia. Aliou a Albânia à Itália por dois
tratados (1926-1927) e, um ano mais tarde, passava de presidente da República a
rei, como Zog I que faleceu em 1961 no exílio na França.
E não foi por acaso, mas por vocação política que ele se tornou o líder da resistência nacionalista contra os
turcos que ocupavam a nevrálgica região semiárida em constante processo de
transformação política. Durante o seu mandato político, segundo Fernández, Tamaro
e Duran (2020), “caracterizado pelo autoritarismo”, tomou uma série de medidas
visando se aproximar da Itália, país com o qual assinou um tratado de amizade e
segurança em 1926, e uma aliança militar em 1927. Em 1º de setembro de 1928
fez-se proclamar rei da Albânia com o nome de Zogú I. Sua ascensão ao trono
produziu-se graças ao apoio do presidente italiano Mussolini. Em 3 de setembro
de 1932, ele teve que enfrentar um complô liderado pelos ex-ministros Ismail
Haki Pasaru e Sbiron Koleka, que desejavam distanciar a influência ideológica italiana
da Albânia. No início de 1935, houve numerosos motins devido ao confronto de
Zogú com seu colaborador mais próximo, o primeiro-ministro Muharren Bairaktari.
Resolvido o problema, ele encomendou a formação de um novo governo para Mehdi
Frasheri. Em março de 1936, ele proclamou a mobilização
dos homens até 40 anos de idade e enviou tropas para a fronteira com a
Iugoslávia. Em 1936, Zogú concedeu à Itália o monopólio econômico e político sobre
o território albanês, o que estabeleceu um protetorado italiano sobre a
Albânia.
Em 25 de novembro de 1937, presidiu as comemorações do 25º aniversário da Independência do país. Em 27 de abril de 1938 casou-se com a Princesa Geraldina, a rainha consorte do rei Zog I da Albânia que era reconhecida pelo nome de “Rosa Branca da Hungria”. Geraldina nasceu em Budapeste, filha do conde Gyula Apponyi de Nagy-Appony de Gladys Virginia Stewart, filha de John Henry Stewart de Virginia, um diplomata que serviu como cônsul norte-americano em Antuérpia, na Bélgica, e sua esposa Mary Virginia Ramsay Harding. Através de sua mãe Gladys era um primo distante de Richard Nixon. Após a invasão da Albânia pelas tropas italianas em 1939, Mussolini o depôs em 7 de abril e forçou-o ao exílio do país. Victor Manuel III foi proclamado rei da Albânia. Os italianos queriam fazer da Albânia sua porta de entrada para os Bálcãs. Zogú permaneceu durante a 2ª guerra mundial em Londres. Após o fim da guerra, estabeleceu-se em Paris, onde renunciou ao trono em 1946, pouco depois de ser deposto, enfim à revelia, após o estabelecimento da República popular comunista. Ele viveu na capital francesa, longe da vida pública sem declarações. Seu filho Skandar o sucedeu como pretendente ao trono. Ao morrer, Zogú foi sepultado envolto na velha bandeira de tradição monárquica albanesa, na qual se lia a inscrição real de expressão populista nacionalista: “A pátria acima de tudo”.
Franz Nopcsa fazia discursos entusiasmados e contrabandeava armas. Em 1912, os
estados balcânicos juntaram forças sociais e políticas para expulsar os turcos.
Sendo bem sucedidos, os estados passaram a ser livres quando mergulharam
imediatamente em conflitos étnicos internos. Todavia, fora destes conflitos, a
Albânia apareceu como um Estado independente. Numa conferência internacional
com o objetivo de esclarecer o status
da Albânia, Nopcsa foi inicialmente um candidato ao trono daquele país. Depois,
durante a 1ª grande guerra (1914-18), Nopcsa acabou assumindo o papel de um
espião da Áustria-Hungria. Ele também liderou um grupo de voluntários de guerra
albaneses. No entanto, com a fatalidade da derrota da Áustria-Hungria no final
da guerra, a Transilvânia nativa de Nopcsa foi cedida à Romênia. Como
consequência, o barão de Felső-Szilvás perdeu os títulos de suas propriedades
rurais e outras possessões de ordem social e econômica. Forçado a conseguir
emprego pago pelo trabalho, ele se empregou como chefe do Instituto Geológico
Húngaro.
Franz Nopcsa e Bajazid Doda em 1931. |
Mas
o exercício do cargo de Nopcsa no Instituto
Geológico teve vida curta. Ele se transferiu para Viena com Bayazid Doda,
seu secretário e amante albanês de muito tempo para estudar fósseis. Apesar disso, ele
se deparou com dificuldades financeiras. Para cobrir seus débitos, ele vendeu
sua coleção de fósseis para o Museu de
História Natural de Londres. Em pouco tempo Nopcsa ficou deprimido.
Finalmente, em 1933, ele suicidou-se, atirando fatalmente em seu amante e
depois em si mesmo. Nopcsa deixou uma quantidade considerável de publicações
científicas e diários privados. Os diários descrevem a alma de um homem
complexo, com grande intuição, mas sem a habilidade sociológica para
compreender as causas dos outros. Sua devoção à causa dos albaneses contrastava
com sua indiferença para a compreensão humana. Sua principal contribuição à paleontologia
e à paleobiologia, decorreu ser um dos primeiros cientistas que tentaram reconstituir
seus fósseis tentando “colocar carne sobre os ossos”.
Na política o que faz andar são relíquias de sentido e muitas vezes seus detritos, os restos invertidos de grandes ambições. Nome que no sentido da memória deixaram de ser próprios. Núcleos simbolizadores se esboçam e talvez se fundem três funcionamentos distintos (mas conjugados) das relações políticas entre práticas espaciais e significantes: o crível, o memorável e o primitivo. Lembramos que, de acordo com o psicanalista Jurandir Freire Costa no ensaio: “A Inocência e o Vício: Estudos sobre o Homoerotismo” (1992; 195): - “O termo homossexualismo nos vemos implicados no constructo histórico-político-econômico-libidinal burguês do século XIX, o qual caracteriza a humanidade como dividida em hetero e homossexuais, correlativa à normal/patológico, na sociologia normativa durkheimiana que transforma as vivências da experiência sexual desses sujeitos sociais em digamos: “desvio de personalidade”. Remete à construção histórica a figura imaginária do homossexual como uma modalidade do humano (ou desumano) com perfil psicológico único.
Falar de homossexualidade para compreendê-la é falar de uma personagem imaginária que teve historicamente a função de ser antinorma do ideal de masculinidade burguês. Quando Oscar Wilde irrompeu na cena intelectual e mundana da Londres dos anos 1880, o amor entre pessoas do mesmo sexo gerava uma vaga consciência social. Sua existência era mais conhecida por termos eufemísticos como “sodomia”, “pecado nefando”, “uranismo” ou “pederastia”. De volta à capital inglesa, Wilde casa-se com Constance Lloyd, herdeira de um advogado dublinense. O casamento agitado devido às aventuras de Wilde passaria companhia de outros homens, mas impediu que a hipocrisia da conservadora sociedade inglesa falasse abertamente desse aspecto da vida do escritor. Tiveram dois filhos, Cyril e Vyvyan, e viveram juntos por muitos anos. Embora Wilde tenha de certa forma, abandonado Constance antes que ela se decidisse pela separação com o divórcio.
Bajazid
Doda nasceu em 1888 em Štirovica, uma aldeia habitada por albaneses na região
do Alto Reka da Macedônia, durante o Império Otomano. Ele foi para a Romênia para trabalhar no
exterior, como muitos outros habitantes do Alto Reka. Em Bucareste, Romênia, em 1906 ele conheceu
o barão e estudioso húngaro Franz Nopcsa, que o contratou como seu servo. Os
dois se tornaram amantes e começaram a viver juntos. Franz e Doda deixaram
Bucareste para a mansão da família Nopcsa em Săcel, na Transilvânia, e depois
disso passaram alguns meses em Londres, onde Doda adoeceu com gripe. Em
novembro de 1907 os dois viajaram para Shkodër, onde mantiveram uma casa de
1907 a 1910 e novamente a partir de outubro de 1913. Eles viajaram ao redor de
Mirditë e foram sequestrados pelo famoso bandido Mustafa Lita. Após sua
libertação em Prizren, eles foram para Skopje visitar a casa de Doda em Upper
Reka. De volta a Shkodër, eles foram visitar as terras das tribos Hoti e Gruda.
Ambos viajaram juntos e separadamente pelas terras albanesas. Durante a guerra
mundial entre 1915-1916, Nopcsa levou Doda com ele enquanto servia no exército
austro-húngaro em Kosovo. Após a guerra, eles viveram principalmente em Viena,
onde Nopcsa publicou livros se tornou reconhecido como albanólogo,
mas também como paleontólogo e geólogo. No entanto, por cerca de 3 anos eles
fizeram uma turnê pela Europa em uma motocicleta, em busca de fósseis. Em 25 de
abril de 1933, sofrendo de depressão Nopcsa matou Doda enquanto ele dormia e
depois cometeu suicídio
Isto é importante na medida que comparativamente os paleontólogos estavam interessados em interpretar as formas dos ossos. Mas ele deu um passo à frente, tentou deduzir etnograficamente a dinâmica havia por trás da fisiologia e o comportamento propriamente dito dos dinossauros que ele estava estudando. Ele foi o primeiro “a sugerir que estes arcossauros cuidavam de suas crias e exibiam comportamento social complexo”. Outra das teorias que estava à frente de seu tempo foi a de que as aves evoluíram de dinossauros terrestres que desenvolveram penas para correr mais rápido. Esta teoria encontrou apoio na década de 1960 e depois ganhou ampla aceitação, embora depois achados fósseis de dinossauros emplumados arborícolas sugerissem que o desenvolvimento do voo talvez fosse mais complexo do que previra. Sua conclusão de que alguns répteis do Mesozoico “eram de sangue quente” é compartilhada pela comunidade científica, pois a sua característica exige consagração integral do seu tempo e de suas energias, não só ao seu estudo próprio, que poderia ser feito sem eu gabinete, mas à educação e ao ensino de seus discípulos o que poderá ser realizado sem eu front laboratorial.
O Museu Peabody de História Natural da Universidade de Yale está entre os museus de história natural mais antigos, maiores e mais prolíficos do mundo ocidental. Foi fundada pelo filantropo George Peabody em 1866, a pedido de seu sobrinho Othniel Charles Marsh, o primeiro paleontólogo. Reconhecido do público por seu Grande Salão dos Dinossauros, que inclui um Brontossauro juvenil montado e o mural de 34 metros de comprimento A Idade dos Répteis, também possui exposições permanentes dedicadas ao processo de evolução humana e de mamíferos; dioramas da vida selvagem; artefatos egípcios; e pássaros, minerais e nativos norte-americanos de Connecticut. O primeiro exemplar do gênero Brontossauros foi nomeado em 1879 pelo paleontólogo Othniel Charles Marsh e esse espécime ainda está em exibição no Museu Peabody da Yale University, em New Haven, Connecticut. Em 1903 Elmer Riggs, outro paleontólogo, julgou que o brontossauro aparentemente era do mesmo gênero que o Apatosaurus, que Charles Marsh havia descrito etnograficamente em 1877. Depois de muitas análises teóricas controversas, cientistas chegaram à conclusão que os fósseis originais de brontossauros e apatossauros parecem suficientemente diferentes para pertencerem a grupos distintos. - “Em geral, um brontossauro pode ser mais facilmente distinguido de um apatossauro por seu pescoço mais longo e mais estreito”, explica o principal autor do estudo Emanuel Tschopp, um paleontólogo de vertebrados na Universidade Nova de Lisboa, em Portugal. - “Portanto, embora os dois sejam animais tremendamente massivos e robustos, apatossauros são ainda mais extremos que brontossauros”. O estudo essencialmente modesto de quase 300 páginas, analisou 477 características de antropologia física diferentes em 81 espécimes de saurópodes; uma empreitada que envolveu cinco anos de pesquisa e visitas de reconhecimento a coleções de museus na Europa e nos Estados Unidos.
O objetivo inicial da pesquisa era esclarecer as relações entre as espécies que compõem a família dos saurópodes, conhecidas como diplodocídeos, ou membros da família Diplodocidae, que inclui diplodocos, apatossauros e agora brontossauros. Os cientistas concluíram que existem apenas três espécies de taxionomia de brontossauros: Brontosaurus excelsus (do grego “Lagarto Trovão”), ocorreu no Jurássico Superior da América do Norte, o primeiro que pode ter sido descoberto, Brontosaurus parvus e Brontosaurus yahnahpin. Para Mike Taylor, paleontólogo de vertebrados na University of Bristol, que não participou dessa pesquisa, a coisa mais empolgante sobre o novo estudo é “a magnífica abrangência do trabalho que o grupo realizou, as ilustrações lindamente detalhadas e informativas, e o extremo cuidado para tornar todo o trabalho reproduzível e verificável. Ele realmente estabelece um novo padrão. Sinto uma profunda admiração pelos autores”. Outro paleontólogo de vertebrados, Mathew Wedel da Western University of Health Sciences, em Pomona, na Califórnia, que também não colaborou no artigo, concorda e vai além: “a incrível quantidade de trabalho envolvida aqui é a base na qual outras pesquisas se fundamentarão durante décadas futuras”.
Emmanuel Tschopp um paleontólogo suíço especializado em filogenia e evolução dos dinossauros saurópodes, especificamente do Jurássico Superior da Formação Morrison nos Estados Unidos e da Formação Lourinhã em Portugal. Em 2008 concluiu o Mestrado em Paleontologia pela Universidade de Zurique, na Suíça. Em 2014, obteve o seu primeiro doutoramento, e o segundo em 2014, ambos pela Universidade Nova de Lisboa sob orientação do seu professor, Octávio Mateus. Atualmente é Humboldt Fellow na Universidade de Hamburgo, na Alemanha. Emanuel esteve envolvido na descrição ou descoberta de vários espécimes de dinossauros, incluindo a reclassificação do Brontossauros como uma espécie separada do Apatosaurus e do Galeomopuscomo uma espécie separada do Diplodocus salienta que há uns 15 anos ou mais a pesquisa do grupo teria sido impossível nesse nível de detalhe. Embora Kenneth Carpenter, diretor e curador responsável de paleontologia no Eastern Prehistoric Museum da Utah State University (USU), considere o estudo impressionante, ele ressalta que o fóssil no qual o apatossauro se baseia nunca foi descrito em detalhes, e sugere que os pesquisadores deveriam ter feito isso, se quisessem compará-lo a brontossauros. De fato, reconhecer o brontossauro separadamente de apatossauros só é “a ponta do iceberg”. - “O imenso apatossauro montado no Museu Americano de História Natural provavelmente também é algo diferente, ou novo, que ainda tem de ser classificado e batizado. E é possível que outro apatossauro muito completo, exposto em um museu em Tóquio, seja mais um dinossauro inédito e distinto”. Essa recém-descoberta diversidade de saurópodes enfatiza “que o [período] Jurássico na América do Norte em que esses animais viviam pode ter sido um tempo bem esquisito”. - “Você basicamente teve uma explosão dessas ‘coisas’ em ambientes que poderiam ter sido muito rigorosos e inclementes, o que leva à pergunta como eles poderiam ter encontrado alimentos suficientes para sustentar todos eles”.
Em outras palavras: em se tratando de pesquisa científica que ajudou a reinventar o imaginário social dobre o brontossauro e também pode ter originado novos mistérios. O Parque Provincial de Ischigualasto, no nordeste da província argentina de San Juan, localizada no oeste do país, junto à Cordilheira dos Andes é uma aglomeração que compõe a capital e os departamentos de Rawson, Rivadavia, Chimbas, Santa Lucia e Pocito. San Juan está localizada ao oeste da Argentina e faz parte da Região de Cuyo. Através dela podemos ver desde cumes de neves, montanhas, serras, rios, vales e um céu aberto, que funciona como a melhor iluminação para todas essas formas visuais de comunicação. A província está custodiada por três grandes estruturas montanhosas: a Cordilheira dos Andes, depois a Pré-cordilheira e ao Leste as Serras Pampeanas. Junto da Cordilheira, está a Pré-cordilheira, estendida ao longo de toda a província de San Juan. Nos cumes da cordilheira nascem os rios, entre eles o Jáchal, o Bermejo e o Rio Valle, alimentado pelas chuvas. O mais importante dos rios é o da Província, o Rio San Juan, com três afluentes que se originam nas neves da Cordilheira dos Andes. Nasce a mais de 4000 metros de altura e desce até 650 metros no Vale de Tulum. Esta descida pode ser aproveitada como fonte de energia. A província inteira é beneficiada com as caudalosas águas deste rio. De fato, para que seja aproveitado de forma integral foi implementada a represa e central hidroelétrica Punta Negra e Los Caracoles. A Cordilheira se estende longitudinalmente do Norte até o Sul e para o Oeste. Por séculos, Ischigualasto foi um importante ponto de travessia para o gado conduzido do Chile até a Argentina.
Mas os poucos que habitam a área são boiadeiros, e não por acaso também é o melhor lugar do mundo, segundo Brusatte (2019), para encontrarmos os dinossauros mais antigos. Isso se deve ao fato social de que as rochas vermelhas, marrons e verdes esculpidas e erodidas em formatos tão mágicos se formaram historicamente no Triássico, em um ambiente perfeito para a preservação de fósseis. Em análise comparada, em muitos aspectos, essa paisagem era semelhante à região de lagos da Polônia que preservou as pegadas do Prorotodactylus e de outros dinossauromorfos. Em seis milhões de anos, os rios deram origem a sequências repetidas de arenito, formado nos canais, e lamito, formado a partir das partículas mais finas que escapavam do rio e se acumulavam nas planícies ao redor. Muitos dinossauros provavelmente percorriam essas planícies, junto com uma outra grande variedade de animais: anfíbios grandes, dicinodontes cujos ancestrais sobreviveram à extinção do final do Permiano, répteis herbívoros com bico chamados rincossauros e pequenos cinodontes semelhantes ao cruzamento ente o rato da montanha e o iguana.
As primeiras grandes viagens de
coleta de dados foram lideradas pelo professor Alfred Sherwood Romer,
paleontologista de Harvard, que estava lá dirigindo um carro velho pelo deserto
por ter uma hipótese de que Ischigualasto seria a próxima grande fronteira de
pesquisa. Naquela viagem, ele encontrou parte de um crânio e de um esqueleto de
um animal. Ele varreu o máximo que conseguiu da rocha, enrolou os ossos em
jornais, simples assim, aplicou uma camada de gesso para o endurecimento e a
proteção dos ossos, e os extraiu do solo. Ele enviou os ossos para Buenos
Aires, onde seriam colocados em um navio com destino aos Estados Unidos da
América (EUA) para que Romer pudesse limpá-los cuidadosamente e estuda-los em
seu laboratório. Mas os fósseis foram desviados. Eles ficaram detidos por dois
anos no porto de Buenos Aires antes de as autoridades aduaneiras liberarem sua
partida. Quando os fósseis chegaram tardiamente a Harvard, somente anos mais
tarde paleontólogos reconheceram que o pesquisador encontrara o primeiro
dinossauro de verdade em Ischigualasto.
Os argentinos não gostaram da remoção arquitetada e Osvaldo Reig e
José Bonaparte passaram a organizar as próprias expedições que partiram com destino a Ischigualasto em
1959, retornando três vezes no início de suas pegadas na década gloriosa dos
anos 1960. Após anos de estudo, Reig descreveu os fósseis como uma nova espécie de dinossauro que foi
chamada de Herrerasaurus, um dos mais antigos dinossauros. Seu nome
significa “lagarto de Herrera”, em homenagem ao rancheiro que descobriu o
primeiro espécime, uma criatura que podia saltar sobre as pernas. Um trabalho sério
e disciplinar de investigação demonstrou que os fósseis detidos por Alfred
Romer pertenciam ao mesmo animal, e as descobertas revelaram uma versão
primitiva do T. Rex ou do Velociraptor
que viveram aproximadamente a 75 a 71 milhões de anos atrás, durante a última
parte do período Cretáceo. Esses répteis voadores dos períodos Triássico e
Cretáceo - primeiros vertebrados a voar - eram um grupo diferente de animais,
assim como os répteis marinhos da época, como os ictiossauros e os
plesiossauros. Aquele foi um dos fundadores da dinastia dos chamados “predadores
inteligentes e ágeis” que chegariam ao topo da cadeia alimentar e, por fim, evoluíram
para os primeiros pássaros. No final do século XIX, a maioria pensava que o T. Rex
era um exímio corredor, alimentando imaginação fantástica a respeito. Mas essa
visão ficou ultrapassada por volta da metade do século XX, quando se tornou
possível entender pela tração animal e passou a ser considerado como lento e
vagaroso.
Bibliografia geral consultada.
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Tags: Paleobiologia, Dinossauros, Guerras Balcânicas, Cinema, Jurandir Freire Costa, Steve Brussate, Bajazid Doda, Franz Nopcsa, Ubiracy de Souza Braga.
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