Ubiracy de Souza Braga
“O convidado é melhor juiz de uma refeição que o cozinheiro”. Aristóteles
Interpretação é uma ação social que consiste em estabelecer, simultânea ou consecutivamente, comunicação verbal ou não verbal entre duas entidades que podem estar em oposição assimétrica ou em nível de complementaridade. O contexto disciplinar do trabalho arbitral inclui a avaliação e a análise comparada, tendo como escopo o resultado dos esforços individuais e coletivos dos árbitros que são públicos, imediatos, passível de verificabilidade em vídeo, tanto quanto aos companheiros de linha de campo, como a pessoas mais representativas fora do vídeo. A atividade dos árbitros no futebol está associada às diferentes condições que geram “estresse psicológico”. As posturas críticas em torno de um conjunto de práticas e saberes sociais, sua ambivalência por parte dos treinadores, jogadores, meios e processos sociais de comunicação, inferindo o apelo dos entusiastas os quais creem que eles tendem a perseguir sua equipe, o abuso verbal, as ameaças físicas, as agressões e a avaliação pelos companheiros de arbitragem fazem parte da vida cotidiana dos árbitros. O arbitrar, como qualquer outra atividade social dinâmica não representa apenas atividade, ou expressões típicas de reconhecimento fisiológicas. Mas os processos sociais e subjetividades culturais que orientam determinada prática como transformação de expressão própria do pensamento.
Estratégia
é uma palavra com origem no termo grego strategia, que significa plano,
método, manobras ou estratagemas usados para alcançar um objetivo ou resultado
específico. Na sua origem, a palavra estratégia estava estritamente relacionada
com a arte de fazer guerra de um líder militar, como um general, por exemplo.
Mais tarde, passou a ser mais abrangente, sendo que atualmente a estratégia
está relacionada com a vertente militar, econômica, psicológica e política da
preparação para a defesa de um país contra uma determinada ameaça. Pode
significar planejamento bélico, ou seja, a combinação e aplicação dos recursos
bélicos no comando de grandes forças militares. De
acordo com Maquiavel, hic et nunc, a estratégia estabelecia a ligação próxima e óbvia entre
a política e o militar durante uma guerra. Mas historicamente com a ocorrência da modernização em função da 2ª guerra mundial,
os avanços tecnológicos mudaram as estratégias militares, tendo sido criados
novos tipos de guerra, como a guerra fria, a guerra revolucionária e guerra
subversiva. A palavra estratégia tem vários significados e é um conceito que
está presente em vários contextos, econômicos sociais e políticos sendo por
isso aparentemente difícil a sua definição. Em sentido figurado, uma estratégia
normalmente é estipulada para ultrapassar algum puzzle, e nestes casos
pode ser sinônimo de habilidade, astúcia ou esperteza.
A arte de jogar está irremediavelmente vinculada, em cada instante do jogo, as regras e métodos constituindo princípios básicos do desporto, cabendo ao árbitro em sua esfera de competência a sua preservação. Toda vez que a ordem é (des) afiada compete a ele, somente a ele, restabelecê-la. Os elementos mais representativos do sistema esportivo são muitos, mas destacam-se comentaristas de carreira ou jornalistas esportivos, dirigentes, atletas, e torcedores que se tornam instrumentos geridos por influências valorativas que decorrem do poder político, econômico, midiático e outros. Para estes quesitos desportivos, o árbitro, em geral, só é julgado pelos erros que comete ou julgam que ele cometeu. Dentre esses elementos de poder, o aspecto econômico é condicionante em que o árbitro tem que administrar, pois, analogamente, o teto salarial de um árbitro permanece extremamente inferior ao reconhecimento do jogador, mesmo que se torne um árbitro internacional. Para um jogador de destaque, a valorização financeira pode chegar a cifras altas no mercado europeu. O investimento de entidades financeiras patrocinadoras vai para o clube e o jogador, e em somas cada vez mais elevadas de acordo com o êxito da equipe ou do atleta. Uma contradição interessante no meio desportivo, e, portanto liberal, é que o jogador é profissional e o árbitro é amador.
Zona
Cinzenta é uma expressão comum na língua inglesa (gray area) que
significa que algo está em uma região nebulosa, que nem tudo é preto ou branco.
Do ponto de vista técnico-metodológico implica reconhecer que a zona cinzenta
da Arbitragem é uma terminologia usada no futebol para designar o local no
campo de jogo onde há a maior dificuldade para a arbitragem tomar a decisão
correta dentro da grande área. Ela é uma faixa de campo que fica entre o
árbitro e os atuais árbitros assistentes, que é como são chamados os árbitros
de campo. Popularmente reconhecidos com “bandeirinhas”, os juízes assistentes
têm como função auxiliar o árbitro. Os “bandeirinhas” devem indicar quando a
bola está fora do jogo, qual equipe deve fazer o arremesso lateral e quando um
jogador está em posição de impedimento. Essa zona vem recebendo uma atenção
especial da FIFA nos treinamentos dos árbitros de elite, já que esta zona
“foge” a diagonal padrão dos árbitros centrais, ficando distante de sua
visualização. Desta forma, é em lances que ocorrem nesta região que acontecem
muitos erros de arbitragem. Por isso, ultimamente a FIFA tem orientando para
que sempre que as jogadas ocorrem dentro desta área, os centrais devem
“abandonar” sua trajetória normal para poder se aproximar do local da tomada de
decisão.
Neste aspecto o trivial não é mais o Outro, é a experiência que constata uma diferença aparentemente fraca e, no entanto fundamental que distingue seu resultado das trivialidades distribuídas pelos especialistas da cultura do futebol, não mais designando o objeto do discurso, mas o seu lugar. Este é o ponto de chegada de uma trajetória. Não é um estado, tara ou graça inicial, mas algo que veio a ser, efeito de um processo de afastamento em relação a práticas reguladas e falsificáveis, uma ultrapassagem do comum numa posição particular. Bem longe de se dar arbitrariamente o privilégio de falar em nome do ordinário (ele é indizível), ou de pretender estar neste lugar geral, ou, pior, de oferecer à edificação uma cotidianidade hagiográfica, trata-se de atribuir à sua historicidade o movimento que reconduz os procedimentos de análise para suas fronteiras, até o ponto em que se mudam, ou mesmo se perturbam, pela irônica e louca banalidade que falava, mas em verdade que desenha o ordinário em um corpo de técnicas de análise, para indicar os deslocamentos que levam para o lugar-comum.
O caminho técnico a percorrer consiste em reconduzir as práticas e as línguas científicas para seu país de origem, a “everyday life”, a vida cotidiana. Este retorno, a cada dia mais insistente, tem o caráter paradoxal de ser também um exílio em relação às disciplinas cujo rigor se mede pela estrita definição de seus limites, pois seus modos de proceder, os seus objetos formais e as condições de sua falsificação, desde que ela se fundou como uma pluralidade de campos limitados e distintos, em suma, desde que não é mais do tipo teológico, a ciência constituiu o todo como o seu resto, e este resto se tornou o que agora denominamos cultura. Esta clivagem organiza a modernidade. Esta linha divisória, aliás, mutável, continua sendo estratégica nos combates para confirmar ou contestar os poderes das técnicas sobre as práticas sociais. Ela separa as línguas artificiais que articulam os procedimentos do saber e as línguas naturais que organizam a atividade significante comum.
Alguns destes debates mais profícuos que dizem precisamente respeito à relação de cada ciência com a cultura, podem ser precisados, e é possível indicar suas possíveis saídas, através de duas personagens que aí se defrontam, curiosamente próximas e antinômicas: o perito e o filósofo. Abre a ambos a tarefa de mediadores entre um saber e a sociedade, o primeiro enquanto introduz a sua especialidade na área mais vasta e complexa de decisões sociopolíticas, o segundo enquanto reinstaura, relativamente a uma técnica particular a pertinência de interrogações gerais. No perito, uma competência se transmuta em autoridade social; no filósofo, as questões banais se tornam um princípio de suspeita num terreno técnico. É verdade que o perito prolifera na sociedade contemporânea, mais do que outras, comparativamente, para se tornar a sua figura generalizada, tensionada entre a exigência de uma crescente especialização e a de um processo comunicativo tanto mais necessário, mas que pode mudar de forma e conteúdo de sentido. Mas o seu sucesso não é assim tão espetacular A lei produtivista de uma atribuição que é condição de eficácia simbólica e a lei social de uma circulação que reside sob a forma do intercâmbio se contradizem dentro dele.
Alguns destes debates mais profícuos que dizem precisamente respeito à relação de cada ciência com a cultura, podem ser precisados, e é possível indicar suas possíveis saídas, através de duas personagens que aí se defrontam, curiosamente próximas e antinômicas: o perito e o filósofo. Abre a ambos a tarefa de mediadores entre um saber e a sociedade, o primeiro enquanto introduz a sua especialidade na área mais vasta e complexa de decisões sociopolíticas, o segundo enquanto reinstaura, relativamente a uma técnica particular a pertinência de interrogações gerais. No perito, uma competência se transmuta em autoridade social; no filósofo, as questões banais se tornam um princípio de suspeita num terreno técnico. É verdade que o perito prolifera na sociedade contemporânea, mais do que outras, comparativamente, para se tornar a sua figura generalizada, tensionada entre a exigência de uma crescente especialização e a de um processo comunicativo tanto mais necessário, mas que pode mudar de forma e conteúdo de sentido. Mas o seu sucesso não é assim tão espetacular A lei produtivista de uma atribuição que é condição de eficácia simbólica e a lei social de uma circulação que reside sob a forma do intercâmbio se contradizem dentro dele.
Sem dúvida, cada vez mais cada especialista deve ser também um perito, melhor dizendo, o intérprete e o tradutor de sua competência para outro campo no âmbito da diversidade. E como é que estes conseguem passar de sua técnica representada pela língua dominada e reguladora, para a língua, mais comum, de outra situação? Mediante curiosa operação, que “converte” a competência em autoridade simbólica. Contudo, inscreve-se na linguagem comum das práticas, onde, aliás, uma superprodução de autoridade implica a sua própria desvalorização, uma vez que ela é procurada sempre mais como uma soma igual ou inferior de competência. Mas quando continua crendo ou dando a crer que age como cientista, confunde o lugar social e o discurso técnico, toma um pelo outro. Lembra Certeau (1993) que reconhecendo como científico, seu discurso não passava da linguagem ordinária dos jogos táticos entre poderes econômicos e autoridades simbólicas.
Neymar Júnior é um futebolista brasileiro que atua na posição de ponta-esquerda. Atualmente defende o Paris Saint-Germain (PSG) e nacionalmente a Seleção Brasileira. Revelado pelo clube Santos, fez sua estreia no time profissional em 7 de março de 2009, aos 17 anos, quando se tornou o principal futebolista em atividade no país. Em 2013, foi vendido ao Barcelona em alta no mercado do futebol, após ser protagonista da conquista da Copa das Confederações FIFA 2013 pela Seleção Brasileira. Ao lado de Messi, Iniesta, Xavi, Daniel Alves e Luís Suárez, conquistou a Liga dos Campeões da UEFA 2014/15 e se transformou no principal futebolista no ranking brasileiro e um dos principais do mundo globalizado. Em 2015, foi finalista do prêmio Bola de Ouro da FIFA de melhor jogador do mundo. Em 2017 se tornou “a transferência mais cara da história do futebol mundial, com sua venda milionária ao Paris Saint-Germain por € 222 milhões”. Além disso, nesse mesmo ano foi pela segunda vez na carreira, um dos três finalistas da premiação da FIFA de melhor jogador do mundo, atualmente nomeada como “The Best FIFA Football Awards”, ou apenas, “FIFA The Best”. Também foi finalista pela revista France Football, responsável pela entrega da “Bola de Ouro” (Ballon d`Or).
A eliminação de 2014 não abalou o prestígio internacional do futebol brasileiro, e a nossa seleção chega à Rússia como uma das mais cotadas para a conquista do título. O time atravessa ótima fase desde que o técnico Tite assumiu seu comando em setembro de 2016. De lá para cá, já foram disputadas 17 partidas entre amistosos e compromissos oficiais, e a equipe obteve 83,3% de aproveitamento, com 13 vitórias, três empates e apenas uma derrota. O Brasil sobrou nas Eliminatórias Sul-Americanas, e encerrou sua participação dez pontos à frente do Uruguai, o segundo colocado. Seu único revés aconteceu na partida de estreia, diante do Chile, no já distante ano de 2015. Contudo, o time foi pouco testado contra adversários europeus, e quando enfrentou a Inglaterra teve muitas dificuldades. O grupo atual é aparentemente menos dependente de Neymar do que o de quatro anos atrás. No esquema 4-1-4-1 do técnico Tite o craque do Paris Saint-Germain (PSG) atua pela ponta-esquerda, com Gabriel Jesus centralizado no ataque. O meio de campo tem Paulinho, no auge de sua carreira no espetacular Barcelona, e os laterais Daniel Alves e Marcelo, remanescentes com maior protagonismo. O problema elementar num quadro de atuação equilibrado é a falta de reposição à altura. Em caso de contusão de algum dos titulares o time poderia vir a ter grandes problemas.
A transferência de Neymar Jr para Barcelona envolveu polêmica. Quando foi oficializada em 25 de maio de 2013, o valor divulgado da negociação era de 57 milhões de euros. Mas o valor total da transação pode ter sido entre 86 milhões a 95 milhões de euros. O anúncio colocava fim a uma “especulação de meses sobre a possível saída do jogador do clube Santos”. O Real Madrid chegou a fazer uma proposta superior ao rival catalão e acreditava que poderia negociar com o clube brasileiro. Mas Neymar Júnior já estava comprometido com o clube desde antecipadamente desde novembro de 2011, antes mesmo da disputa do Campeonato Mundial de Clubes da FIFA daquele ano. Um vice-presidente do Barcelona confirmou que o jogador recebeu 10 milhões de euros em adiantamento. E caso o acordo não fosse cumprido por uma das partes, havia indenização a ser paga.
A Justiça espanhola resolveu investigar o caso no início de 2014, quando um dos sócios do Barcelona exigiu esclarecimentos sobre a forma pela qual o clube comprou o atacante brasileiro, confirmou-se “indícios de delitos” nos contratos entre Neymar, a empresa de seu pai e o presidente do Barcelona, Sandro Rosell. O escândalo teve como primeiro efeito social a saída de Rosell do comando do clube. O novo presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, admitiu que Neymar custou 86,2 milhões de euros ao Barcelona, mas que a diferença monetária para os 57,1 milhões de euros anunciados foram referente a luvas, parcerias sociais entre o clube e a Fundação Neymar e ações de marketing. O pai de Neymar confirmou que recebeu no total 40 milhões de euros como na negociação do seu filho para o futebol espanhol e que agiu com conhecimento de Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, então presidente do clube Santos, para negociar os termos da transferência entre o clube espanhol e o agente articulada para julho de 2014.
Chris Eaton, diretor de integridade do Centro Internacional de Segurança no Esporte (ICSS), entidade sem fins lucrativos criada no Qatar para investigar, em diálogo com a FIFA, questões relacionadas à proteção aos atletas, ao comportamento deles em campo e ao combate à corrupção, expressa principalmente com a venda de resultados. Quando vê um jogador de futebol simulando, fingindo, enganando o árbitro, o dirigente sente um temor: - “de que aquele sujeito de chuteiras seja um corrupto em potencial”. É uma visão combativa, certamente, mas vista aparentemente como exagerada por muitos. E que amplia a discussão da interpretação sobre os limites da simulação em um campo de futebol. Para Eaton, no momento em que um jogador abre brecha para o fingimento com o objetivo de vencer uma partida, a corrupção está mais viva; se o atleta dá uma concessão à burla da regra, também faz uma concessão em seu caráter, e aí abre o caminho até para ajeitar resultados - a grande preocupação normativa no ICSS.
À frente do técnico de futebol da seleção brasileira Tite, o jogador Neymar grita, possivelmente de dor após receber um “pisão no pé”, de Miguel Layún da seleção do México, o que amplificou a polêmica envolvendo o craque brasileiro. O futebol é jogado numa zona cinzenta entre o que o olho pode ver, num teatro de operações que, numa fração de segundos de tempo e espaço que escapa aos juízes, aos bandeirinhas e aos próprios jogadores que estão fora do contexto da ação. A improbabilidade de saber ao certo e definitivamente o que aconteceu, faz parte do fascínio e intriga do futebol. Mesmo cada vez mais aprimorado o “árbitro de vídeo” que pretende elucidar, através da seleção e análise do evento, aquelas ambiguidades visuais permanecem na zona nebulosa de interpretação sociológica porque são marcas instantâneas do futebol. Nada é mais ambíguo do que o contato físico, no corpo a corpo que o futebol admite e tenta regulamentar, entre a disputa na peleja e o atirar-se contra o corpo do outro. Entre a entrada dura, mas legítima, e a jogada desleal, entre o lance legal, a falta para cartão amarelo e para cartão vermelho levando-o à expulsão do jogo.
Zona
Cinzenta é uma expressão comum na língua inglesa (gray area) que
significa que algo está em uma região nebulosa, que nem tudo é preto ou branco.
Do ponto de vista técnico-metodológico implica reconhecer que a zona cinzenta
da Arbitragem é uma terminologia usada no futebol para designar o local no
campo de jogo onde há a maior dificuldade para a arbitragem tomar a decisão
correta dentro da grande área. Ela é uma faixa de campo que fica entre o
árbitro e os atuais árbitros assistentes, que é como são chamados os árbitros
de campo. Popularmente reconhecidos com “bandeirinhas”, os juízes assistentes
têm como função auxiliar o árbitro. Os “bandeirinhas” devem indicar quando a
bola está fora do jogo, qual equipe deve fazer o arremesso lateral e quando um
jogador está em posição de impedimento. Essa zona vem recebendo uma atenção
especial da FIFA nos treinamentos dos árbitros de elite, já que esta zona
“foge” a diagonal padrão dos árbitros centrais, ficando distante de sua
visualização. Desta forma, é em lances que ocorrem nesta região que acontecem
muitos erros de arbitragem. Por isso, ultimamente a FIFA tem orientando para
que sempre que as jogadas ocorrem dentro desta área, os centrais devem
“abandonar” sua trajetória normal para poder se aproximar do local da tomada de
decisão.
A Uefa abriu na sexta-feira, 22/03/2019, um processo disciplinar contra o atacante Neymar Jr. por insultos ao árbitro da partida perdida pelo Paris Saint-Germain (PSG) para a Manchester United por 3 a 1, o que poderia acarretar uma suspensão pela Liga dos Campeões. Este expediente é a continuação lógica da investigação iniciada pela instância disciplinar da instituição no dia 13 de março contra a estrela brasileira. A Uefa decidirá de fato e de direito se o jogador Neymar Júnior infringiu o artigo 15.d de seu código disciplinar, que estipula que um jogador pode ser punido “com uma suspensão de três jogos ou outro período por insultar (um árbitro)”. Sem poder jogar Neymar, lesionado, assistiu ao jogo das arquibancadas do Parque dos Príncipes a eliminação de sua equipe na Liga dos Campeões e deixou aflorar sua irritação nas redes sociais, depois do árbitro da partida recorrer ao “árbitro de vídeo” (VAR) nos acréscimos do jogo para marcar um pênalti a favor do Manchester United, que acabou vencendo por 3 a 1 e avançando às oitavas de final da Champions.
O International Football Association Board (IFAB), órgão que trata das regras do método de futebol aprovou por unanimidade o uso de árbitros assistentes de vídeo (VARs), na sua 132ª Reunião Geral Anual (AGM), realizada em Zurique. O evento histórico foi liderado pelo presidente da FIFA, Gianni Infantino. O VAR é composto por um conjunto de câmeras que transmitem as imagens para uma sala isolada do campo, onde assistentes de vídeo podem rever as jogadas. Existem apenas quatro tipos de lances que podem ser revistos. Esta assistência pode ocorrer a pedido do árbitro, em caso de dúvidas em uma das jogadas que podem ser revistas, ou caso os assistentes observem um lance duvidoso e comuniquem o juiz da partida através do fone de ouvido. Neste momento, os assistentes de vídeo reproduzem as imagens em seus monitores e transmitem suas conclusões ao árbitro. É este último que toma a decisão final. Pode fazê-lo depois de também consultar as imagens em um monitor localizado na lateral ou confiar exclusivamente no critério dos assistentes que asseguram que a decisão correta.
O International Football Association Board (IFAB), órgão que trata das regras do método de futebol aprovou por unanimidade o uso de árbitros assistentes de vídeo (VARs), na sua 132ª Reunião Geral Anual (AGM), realizada em Zurique. O evento histórico foi liderado pelo presidente da FIFA, Gianni Infantino. O VAR é composto por um conjunto de câmeras que transmitem as imagens para uma sala isolada do campo, onde assistentes de vídeo podem rever as jogadas. Existem apenas quatro tipos de lances que podem ser revistos. Esta assistência pode ocorrer a pedido do árbitro, em caso de dúvidas em uma das jogadas que podem ser revistas, ou caso os assistentes observem um lance duvidoso e comuniquem o juiz da partida através do fone de ouvido. Neste momento, os assistentes de vídeo reproduzem as imagens em seus monitores e transmitem suas conclusões ao árbitro. É este último que toma a decisão final. Pode fazê-lo depois de também consultar as imagens em um monitor localizado na lateral ou confiar exclusivamente no critério dos assistentes que asseguram que a decisão correta.
Uma das funções do VAR é, segundo o site da FIFA, “ajudar o árbitro a determinar se houve alguma infração que impeça de validar o gol”. Inicialmente, pensava-se que o VAR não poderia corrigir o impedimento, porque este não é mencionado nas quatro situações (gols, pênaltis, cartões vermelhos e erros de identidade), mas, na verdade, o sistema está habilitado para reverter qualquer ação técnica que possa ter influenciado um gol. Neste caso, dizem os especialistas, o ritmo do jogo não é atrasado, porque o gol em si já paralisa a partida. Em março de 2015, Serge Aurier, na época lateral do PSG, foi o primeiro jogador punido pela Uefa por comentários feitos nas redes sociais, recebendo três jogos de suspensão. Desfalque por lesão contra o Chelsea, “o lateral marfinense publicou em sua página na rede social Facebook um vídeo em que aparece comemorando a classificação parisiense e xingando o árbitro. Aurier, porém, pediu desculpas pouco após o incidente, algo que Neymar ainda não fez”. O projeto do árbitro de vídeo é brasileiro e foi criado por Manoel Serapião, com o apoio da Comissão de Arbitragem da CBF e da Escola Nacional de Arbitragem de Futebol (ENAF).
Sua aprovação pela FIFA representa uma nova era para o futebol, com o uso da tecnologia para árbitros, ajudando a aumentar a integridade e a justiça no jogo. Antes de tomar sua decisão, os membros do IFAB receberam os resultados da análise independente do uso do VAR, realizados pela universidade belga KU Leuven desde o início de 2016. A filosofia do árbitro de vídeo é “interferência mínima, benefício máximo” e visa à redução da injustiça causada por “erros claros e óbvios” nas seguintes situações: Gol/Não gol; Penalidade/Sem penalidade; Cartão vermelho direto; Identificação equivocada. Os princípios de um “Programa de Assistência e Aprovação de Implementação” (IAAP) de arbitro de vídeo (VAR), supervisionados pelo IFAB em conjunto com a FIFA, foram aprovados para assegurar consistência, aprimoramento e qualidade nas competições de futebol que desejam usar o recurso técnico-científico. Foi aprovado um manual para consulta preliminar, contendo protocolo, princípios e requisitos obrigatórios para permitir o rigoroso processo de aprovação obrigatória.
Bibliografia geral consultada.
ANDREWS, David; JACKSON, Steven, Sports Stars: The Cultural Politcs of Sporting Celebrity. Londres: Routledge, 2001; SODRÉ, Muniz, Mandinga Cuerpo. Colômbia: Ediciones Manati, 2002; COURTNEY, Richard, Jogo, Teatro & Pensamento. São Paulo: Editora Perspectiva, 2003; LIMA, Luiz Costa, Trilogia do Controle: O Controle do Imaginário; Sociedade e Discurso Ficcional; O Fingidor e o Censor. Rio de Janeiro: Editor Topbooks, 2007; AZEVEDO, Aldo Antonio de, “A Imaterialidade do Trabalho do Jogador de Futebol: Uma Interpretação”. In: Sociedade e Cultura, Volume 11, n°2, jul./dez. 2008; pp. 305-313; GIULIANOTTI, Richard, Sociologia do Futebol: Dimensões Históricas e Esporte das Multidões. São Paulo: Editora Nova Alexandria, 2012; CONSTELA, Carlos Vergara;
MARTÍNEZ, Eric Valenzuela (editores), Todo es Cancha: Análisis y Perspectivas
Socioculturales del Fútbol Latinoamericano. Santiago: Cuarto Propio, 2014; SOUZA,
Gustavo César Arêas de, Em Nome da Excitação: Uma Etnografia da Relação Política
entre Torcedores Organizados e Dirigentes de Futebol. Dissertação de Mestrado.
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Instituto de Ciências Humanas e
Sociais. Seropédica (RJ): Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro, 2014; DUNNING, Eric, Sociologia do Esporte e os Processos Civilizatórios. São Paulo: Annablume Editora, 2014; ANDRADE, Polyanna Peres, “É muito mais que entrar em campo e defender um time”: qualidade de vida no trabalho, bem-estar/mal-estar no trabalho e carreira de jogadores de futebol profissional. Tese de Doutorado em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações. Brasília: Universidade de Brasília, 2016; RANGEL, Leonardo Coutinho de Carvalho, Esposas de Cristo: Santidade e Fingimento no Portugal Seiscentista. Tese de Doutorado em História. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2018; MENEZES DOS ANJOS,
Fabio, Psicanálise e Esporte: O Mal-estar na Carreira de Atletas
Profissionais. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em
Psicologia. Instituto de Psicologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2019; entre outros.
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