Ubiracy de Souza Braga
“In the future everyone will be famous for
fifteen minutes”. Andy Warhol
A
famosa frase: - “No futuro, todos terão seus quinze minutos de fama”, como profetizou
certa vez o cineasta e pintor norte-americano Andy Warhol, reconhecido pelos
coloridos retratos da glamorosa Marilyn Monroe e Elvis Presley tornou-se sua marca na modernidade. Mais do que isso, sua
fama parece ter se tornada eterna, como tem ocorrido no tempo e espaço quando é
cada vez mais celebrada. É o que garante o jornal norte-americano The New York Times. No primeiro semestre
de 2015, por exemplo, foram programadas pelo menos três mostras com criações de
Andy Warhol nos Estados Unidos da América. Em uma extensa reportagem sobre o legado de um
dos criadores e principal representante da Pop Art, o jornal divulgou que nada
menos que 40 exposições com obras do artista, muitas delas até então inéditas
para o público, “inundarão museus e instituições de arte nos próximos cinco
anos”. Isso porque a fundação que leva o nome de Andy Warhol está na terceira
fase de um projeto que visa popularizar cada vez mais o trabalho do artista,
morto em 1987. É neste sentido que a fundação doou mais de 14
mil obras, sobretudo fotografias e gravuras, “com a condição de que os museus
as exibam no prazo de cinco anos”. Já foram distribuídas, desde 1999,
52.786 obras do artista para 322 instituições diversas, sobretudo nos Estados
Unidos da América.
Marca
é a representação simbólica de uma entidade, qualquer que seja ela,
objeto/símbolo que permite identificá-la de um modo imediato como, por exemplo,
um sinal de presença, uma simples pegada. Na teoria da comunicação, pode ser um
signo, um símbolo ou um ícone. Uma simples palavra pode referir uma marca. O
termo é frequentemente usado hoje em dia como referência a uma determinada
empresa: um nome, uma marca verbal, imagens ou conceitos que distinguem o
produto, serviço ou a própria empresa. Quando se fala em marca, é comum estar
se referindo, na maioria das vezes, a uma representação gráfica no âmbito e
competência do designer, onde
a marca pode ser representada graficamente por uma composição de símbolo ou logotipo, tanto individualmente quanto combinados. No entanto, o conceito de
marca é bem mais abrangente que a sua representação gráfica. Marca não é um
conceito fácil de definir. A marca em essência representa produção-consumo com
uma série específica de atributos, benefícios e serviços uniformes aos
compradores. A garantia de qualidade surge entre marcas, mas a
marca é um símbolo mais complexo, pois em princípio, a relação social entre complexo e símbolo, coincide em muitos aspectos do desejo, comparativamente , pois ambos se enraízam num núcleo de significado arquetípico.
Analogamente
se referem enquanto um conjunto de práticas e saberes sociais a unidades de geração que desenvolvem perspectivas, reações e
posições políticas e afetivas diferentes em relação a um mesmo mercado. O
nascimento em um contexto social idêntico, mas em um período específico, faz
surgirem diversidades nas ações dos sujeitos. Outra característica é a adoção
ou criação de estilos de vida distintos pelos indivíduos, mesmo vivendo em um
mesmo nível social. A unidade geracional constitui uma adesão mais concreta em
relação àquela estabelecida pela conexão geracional. Mas a forma como grupos sociais
de uma mesma “conexão geracional” lidam com os fatos históricos vividos, por
sua geração, fará surgir distintas unidades geracionais no âmbito da mesma
conexão geracional no conjunto da sociedade. Karl Mannheim não esconde sua
preferência pela abordagem histórico-romântica alemã. E destaca que este é
um exemplo bastante claro de como a forma de se colocar uma questão pode variar
de país para país, assim como de uma época para outra.
Sociologicamente a globalização representa um dos processos de aprofundamento da divisão internacional do
trabalho, da integração econômica, social e política, em seus extremos que teria sido
impulsionado pela redução dos meios sociais de comunicação dos países no final
do século XX e início do século XXI. Embora vários estudiosos situem a origem
da globalização em tempos modernos, Marx analisou a sua história social e
econômica na gênese do industrial capitalista relacionado com os chamados descobrimentos do Novo
Mundo pelos europeus. Um país com imprensa livre hoje pode ter acesso, algumas
vezes por televisão por assinatura ou satélite, a emissoras de difusão de
comunicação, desde a NHK do Japão a Cartoon Network norte-americana.
A globalização é analisada por sociólogos, historiadores e cientistas políticos como o movimento social sob o
qual se constrói o processo de hegemonia econômica, política e
cultural ocidental sobre as demais nações. Esta nova dominação é constituída por redes assimétricas, e as relações de poder se dão mais pela via cultural e econômica do que pelo uso coercitivo de força.
O
pensador marxista italiano Antonio
Negri admite em seu livro “Império”, que a nova realidade sócio-política
do mundo é definida por uma forma de organização distinta das chamadas hierarquias
em classes ou das estruturas de poder “arborizadas”, metaforicamente partindo
de um tronco único para diversas ramificações ou galhos cada vez menores. Entende
que entidades organizadas através de redes como corporações, organizações não
governamentais, incluindo grupos separatistas,
têm mais poder e mobilidade e mais chances de sobrevivência no ambiente do que
instituições paradigmáticas da pré-modernidade como Estado, partidos políticos
e empresas nacionais. Antonio Negri é reconhecido como o pensador político e coautor, com
Michael Hardt, do livro Império (2000).
A tese marcante de Império como estratégia de poder global é que a globalização e informatização dos mercados
mundiais desde o fim dos anos 1960, levaram um declínio progressivo na soberania
dos Estados-nação com a emergência de uma nova forma de soberania, composta por
séries de organismos nacionais e supranacionais unidos sobre uma única regra
lógica de governo. Esta nova forma global de soberania é o que os autores
chamam “Império”. Esta mudança representa a “subordinação real da existência
social pelo capital”.
O
movimento artístico Art pop surgido na década de 1950 na Inglaterra e parte do continente europeu, alcançou sua maturidade na década de 1960 nos
Estados Unidos da América. A defesa do popular traduz uma atitude artística adversa ao
hermetismo da arte moderna. Nesse sentido, esse movimento se coloca na cena
artística como “uma das mãos que não se movia”. O nome desta escola
estético-artística coube ao crítico britânico Laurence Alloway sendo uma das
primeiras e mais famosas imagens relacionadas ao estilo de vida. A Pop art propunha que
se admitisse a crise da arte que assolava o século XX. Procurava a estética das
massas, através da definição da chamada “cultura pop”, aproximando-se do que
se costuma chamar kitsch. A Pop art representa a passagem da
modernidade para a pós-modernidade na cultura ocidental. Com o objetivo da
crítica da sociedade globalizada pelos objetos de consumo, ela opera com signos
estéticos, de cores inusitadas, massificados pela publicidade e pelo binômio produção-consumo,
usando produtos com cores intensas, fluorescentes, reproduzindo objetos do
cotidiano em tamanho consideravelmente grande, como de uma escala de cinquenta
para um objeto pequeno e inversamente ao tamanho normal.
Do
ponto de vista da modernidade (cf.
Berman, 2003), a análise etnográfica de Mesquita (2009: 10) apresenta-nos uma
relação social comparativamente associada de sentido duplo na relação. Durante anos, a interpretação de
Andy Warhol foi coberta por brumas, tornando-se a interpretação do temperamento
do artista, do seu personagem histórico e social, de suas estratégias de marketing e de suas supostas relações com as formas de arte e de
apropriação estética da modernidade. Assim, o artista foi visto ora como a “linha de frente
do capitalismo”, ora como seu “epitáfio cultural”. Pensou-se nele como o
antimodernismo por excelência e uma defesa da antiarte. O que foi ficando
distante, no entanto, foi “sua obra e o modo como ele articulava os seus
elementos”. E de fato, “há dez anos, todos os críticos formalistas
norte-americanos descartavam a arte pop in
toto, essa rejeição global não admitia levar em consideração nenhuma
qualidade ou particularidade individual”.
Marshall
Berman, o pensador que lecionava ciência política no The City College of New
York e filosofia política e urbanismo na City University of New York, com sua
obra reconhecida internacionalmente All That Is Solid Melts Into Air: The
Experience of Modernity (1982; 2012), tornou-se o mais famoso ensaio marxista
dos anos 1980, cujo título alude a frase do Manifesto Comunista, de Marx e
Engels de 1848 associada à linguagem estética em que o marxista humanista
apresenta-se radicalmente contrário ao conceito de “pós-modernismo” e acreditava
na retomada do humanismo marxista. O livro desenvolve a crítica da modernidade,
constituindo-se de análises argutas de vários autores e suas épocas e pela
ficcionalização das ideias de Fiódor Dostoiévski, até as vanguardas artísticas do
século XX. Pode-se ter analogamente uma ideia da complexidade da relação entre
modernidade e o modernismo do século XIX, se prestarmos atenção a duas vozes mais distintas, através de Nietzsche
que incluem a dicotomia apolíneo/dionisíaca, a vontade de poder, que é
geralmente aceito pelos modernismos do nosso tempo, e Marx, que ainda não era
especificamente associado ao modernismo antes da filosofia de Marshall Berman.
Vale
lembrar - mutatis mutandis - que Nietzsche contamina a reflexão crítica na Arte. O trágico sempre
será afirmativo e não reativo. O reativo, dialético, é simplesmente conservação
de força frente ao inesperado. Que precisa do controle e da submissão daquele
que é atingido pelo inusitado. O trágico afirma-se na consciência plena do
acaso como constituinte da própria realidade e o “cosmiza” ativamente e não
reativamente. O trágico não só afirma a necessidade a partir do acaso, como
afirma o próprio acaso. Não só afirma a ordem a partir da desordem, como afirma
a própria desordem. Não só afirma o cosmos a partir do caos, como afirma o
caos. Reitera, sobretudo, o próprio devir. Essa é a grande inversão que tira do pensamento qualquer pressuposição de sentido e valor,
para construí-los a partir do “jogo de forças” visando expansão de potência. A
tese de Nietzsche e sua relação pressupõe que o
valor é Der Wille zur Macht, se firmando enquanto força e
moldando agentes contra a realidade, melhor dizendo: a falta de valor em si e sentido próprio.
Essa
reflexão é singular diante da tese: -“Escrevo para apagar meu nome” - na
afirmação de Georges Bataille (2003) e assume um sentido quase programático
quando o livro como um puzzle é História do olho. Publicada
originalmente em 1928, sob o pseudônimo de Lord
Auch, a novela que marca a estreia do escritor no mundo das Letras
expressa, como nenhum outro texto seu, esse desejo de apagamento, já que busca
dissimular de forma obstinada os traços que permitem identificar o verdadeiro
nome do autor. Não são poucas, aliás, as referências autobiográficas presentes
em História do olho. A começar pelo
livro produzido a partir de circunstâncias puramente existenciais. A
intervenção do psicanalista em sua vida foi decisiva. História do olho traz outra reminiscência de W.-C., que aparece na
página de rosto, colocando tudo o que se segue sob o pior dos signos. O nome de
Lord Auch faz referência ao hábito de
um dos meus amigos: quando irritado, em vez de dizer “aux chiottes!”, ele
abreviava dizendo “aux ch”. Em inglês, Lord significa Deus (nas Escrituras): Lord Auch é Deus “se aliviando”. A
vivacidade da história impede que ela se torne pesada; cada criatura transfigurada
por cada lugar: Deus mergulhado nela rejuvenesce o céu. Ser Deus, nu solar,
numa noite chuvosa, no campo: vermelho, divinamente, cagar com a majestade de
uma tempestade, o rosto dissimulado, separado do resto, ser impossível em lágrimas: quem saberia, antes de mim, o que
é a majestade? O olho da consciência e as tábuas da justiça encarnando o eterno retorno. Existe
imagem mais angustiada sobre esta representação do remorso?
Georges Bataille estava então prestes a completar trinta anos de idade, vividos em constante estado de crise. Era um homem dividido pela vida desregrada, dedicada ao jogo, à bebida e aos bordéis e profundas inquietações filosóficas, fomentadas, sobretudo por suas leituras dos místicos, além de Nietzsche e do Marques de Sade. Tal cisão só fazia realçar a solidão e angústia crescente na medida de suas obsessões fúnebres, relacionadas à violência erótica e ao êxtase profano-religioso. Oscilando, como ele mesmo definiu, “entre a depressão e a excitação extrema”, buscou a terapia e passou a frequentar o consultório de Borel em 1926, à procura do processo de transferência e da compreensão da saída para seus impasses existenciais. A intervenção do psicanalista foi decisiva. O próprio Bataille confidenciou a Madeleine Chapsal antes de seu falecimento, em 1961: - “Fiz uma psicanálise que talvez não tenha sido muito ortodoxa, porque só durou um ano. É um pouco breve, mas afinal transformou-me do ser completamente doentio que era em alguém relativamente viável”.
Georges Bataille estava então prestes a completar trinta anos de idade, vividos em constante estado de crise. Era um homem dividido pela vida desregrada, dedicada ao jogo, à bebida e aos bordéis e profundas inquietações filosóficas, fomentadas, sobretudo por suas leituras dos místicos, além de Nietzsche e do Marques de Sade. Tal cisão só fazia realçar a solidão e angústia crescente na medida de suas obsessões fúnebres, relacionadas à violência erótica e ao êxtase profano-religioso. Oscilando, como ele mesmo definiu, “entre a depressão e a excitação extrema”, buscou a terapia e passou a frequentar o consultório de Borel em 1926, à procura do processo de transferência e da compreensão da saída para seus impasses existenciais. A intervenção do psicanalista foi decisiva. O próprio Bataille confidenciou a Madeleine Chapsal antes de seu falecimento, em 1961: - “Fiz uma psicanálise que talvez não tenha sido muito ortodoxa, porque só durou um ano. É um pouco breve, mas afinal transformou-me do ser completamente doentio que era em alguém relativamente viável”.
Com
isso, sociologicamente o tema da arte sofria uma desdramatização. Se o
ideológico, afinal não passava de uma consequência pura e simples de um
processo prático, material, que importância maior poderia ter, na sua esfera social de ação, as controvérsias que
lançavam, uns contra os outros, os sujeitos históricos? Os dramas subjetivos
reconhecidos como secundários remetiam os pesquisadores à realidade tida como
objetiva, que era o nível onde podiam ser encontradas as causas concretas, isto
é, a “verdade dos fenômenos”. A questão filosófica cedia lugar a um campo de
estudos bem mais restrito, que ficava entregue à competência exclusiva dos
sociólogos, incumbidos de verificar a que grupamentos, classes ou atores
sociais se ligavam as representações ideológicas. Os marxistas do final do
século XIX e, sobretudo do início do século XX, em sua maioria, adotaram uma
concepção dedutivamente sociológica da ideologia, que interpela os indivíduos no plano individual e coletivo, limitando-se ao recurso
mental (análise) - e neste sentido poder denunciar politicamente - as formas
diretas mais simples da expressão dos interesses materiais das classes sociais
nos discursos, nos programas de ação ou na produção artística em geral.
Sob
a influência do movimento literário da New
Left, Marshall Berman refletiu analiticamente sobre uma série de questões
sociais e políticas que ampliam o horizonte das esquerdas em relação aos
elementos constitutivos da modernidade. Nos Estados Unidos da América, a Nova Esquerda está associada aos
movimentos sociais populares, como o de um processo amplo de irradiação social como o hippie,
os de protesto à guerra do Norte contra o Vietnã e pelos direitos civis, que visavam
acabar com a opressão de classe, inclusiva ao gênero, raça e sexualidade. Apresentou
o modo como o indivíduo pode experimentar, de modo rico, em verdadeira
profusão, tudo o que a cultura moderna nos oferece, como consumidores na literatura,
nas artes em geral, na cotidianidade da vida urbana, sem cair nos vícios
empobrecedores ou “reificantes” da existência, ensejados pelo capitalismo, ou
na crítica mais convencional marxista que não atenta para essas condições e
possibilidades. Em Marshall Berman, o marxismo, em larga medida, perdeu o
sentido libertário original presente na obra de Marx, autor que ele classifica
como um dos fundadores da concepção crítica
de modernidade.
Ipso facto Marshall
Berman disserta com habilidade sobre três fases antevista da longue durée de Fernand Braudel (1990) na história da modernidade. De início do
século XVI até o fim do século XVIII onde as pessoas estão apenas começando a
experimentar a vida moderna, quando ainda mal fazem ideia do que e como as atingiu.
Quando a grande onda revolucionária de 1789-1790, batalhões de limousinants integravam já os grupos da
construção; os auvergnats enxameavam
por toda parte; os tanoeiros de Saintonge os empregavam todos os anos etc., demarca
o início da segunda fase, onde ganha vida um setor moderno da esfera pública e
que compartilha o sentimento de viver em uma era revolucionária se expande a
ponto de abarcar virtualmente o mundo nacional. Estados nacionais cada vez mais
poderosos, burocraticamente estruturados e mal geridos. Que lutam com obstinação
para expandir seu poder; movimentos sociais de massificação e de nações,
ameaçando seus governantes políticos, lutando por obter controle sobre suas vidas; dirigindo e manipulando muitas pessoas e
instituições, um mercado capitalista globalizado, drasticamente flutuante, em
permanente expansão.
Enfim,
de acordo com Anette Michellson, a partir de 1969, Andy Warhol passa a
trabalhar em outro sistema típico da sociedade norte-americana. Seus trabalhos
envolvem um maior número de assistentes e ele passa a se ocupar do que ele
chama de “business art”, assemelhando-se com a obra de um grande costureiro ou
como um produtor de cinema dos estúdios de Hollywood. A sua melhor época como
pintor antecede esse período, com trabalhos variados, mas que guardam
semelhanças e questões permanentes, sobretudo para a pintura e os trabalhos
feitos a partir de procedimentos artesanais, mas do tipo fordista de produção
em série com o uso da simulação de imagens repetidas transferidas para a tela
por meio da fabricação de produtos em uma linha de produção, digamos, como um
ato que de alguma forma capitalística
de protesto social. A Pop art está
sendo produzida como a solução para o hermetismo da arte informal, guardas as proporções, da Europa e
dos Estados Unidos.
Os
intérpretes que se ocupavam das pinturas do símbolo Coca-Cola e das sopas
Campbell`s realizadas por Warhol perguntavam se aquelas obras representavam uma
crítica ou uma adesão à sociedade de consumo? As pinturas de Warhol aparecem
como o principal exemplo, para a tensão criada pelo olhar e a mediação de sua
análise da arte pop, depreendendo daí dialeticidade através das relações
simbolizadas que ela estabelece com a cultura e os meios de comunicação de
massa, da produção da imagem do cotidiano com uma espécie de celebração
reificada das relações materiais entre coisas. No entanto, contraria a ideia de
que a organização das imagens na tela parte do pressuposto dessa obra enquanto
ready-made. Simplesmente como uma
manifestação da esfera política radical da intenção estética de Marcel Duchamp de romper com a artesania
da operação artística. Trata de apropriar-se de algo que já está feito: escolhe
produtos específicos revelador nos mercados industriais, realizados com finalidade prática e não artística como o
urinol de louça, pá, roda de bicicleta, e os eleva abstratamente à categoria de
obra de arte. Ele é o artista que, através da dimensão do olhar, reúne as condições
e possibilidades da arte e da imagem. Andy
Warhol entabula uma genialidade inventiva sob
a reprodutibilidade técnica da comunicação no plano visual.
O objeto de pensamento,
comparativamente como no marxismo, é incorporado de forma dialetizadora propondo o espectador a
se relacionar abstratamente com a arte pretendendo a superação. A imitação é uma categoria do pensamento estético para
os que aproximam o uso da imagem em sua reprodutibilidade técnica. O que
importa é o mecanismo real como
Warhol desmonta/monta essas réplicas na galeria, como ele trata da ideia
fordista da produção em serie e como ele transforma esse olhar com a apreensão
do material isolado. A descontinuidade ou transformação do processo social
criativo do olhar conduzirá à produção daquilo que designamos como objeto da
utilização de procedimentos técnicos bastante eficazes. Caracteriza-se por uma operação de conteúdo de
sentido que faz retornar o literário ao problema da arte, contrariando a ênfase
modernista na forma do objeto artístico. Decide qualificar a produção de “ready
mades”. A expressão se referia primariamente aos poucos objetos que não
sofreram qualquer intervenção formal. Na qualidade de objetos, assim transformados,
temos os objetos ajudados, retificados, corrigidos e recíprocos, segundo o modo
pelo qual sua forma sofre, positivamente, a interferência genial do artista. A experiência da viagem é a experiência de fronteira e do horizonte aberto para ser ele mesmo. A epifania do olhar é uma etapa fundamental da descoberta e da constituição de sua própria identidade e do conhecimento aberto e magnífico do mundo que o cerca. É a sua consciência que perambula, descobre cada detalhe do mundo e olha tudo de novo como realização da primeira vez.
Bibliografia
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Paisagem Urbana de Vitória. Dissertação de Mestrado em Arquitetura e
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Camila Goulart, O Espectro do Caos: A
Contemporaneidade e a Ambivalência da Arte. Dissertação de Mestrado.
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Uberlândia, 2016; MIDLEJ, Dilson
Rodrigues, Apropriação de Imagens nas Artes Visuais no Brasil e na Bahia.
Tese de Doutorado. Escola de Belas Artes.
Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2017; entre outros.
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