quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Clementina de Jesus - Voz de Rainha Ginga e Quelé de Valença (RJ).

                                                                                                   Ubiracy de Souza Braga

Sucesso pra mim só trouxe coisas boas. Muitos amigos, bons mesmo, amigos mesmo de fé”. Clementina de Jesus

                                                           
Nascida em 1901, data cravada pelos jovens biógrafos, que contestam a oficialização de 1902 como o ano em que Clementina veio ao mundo, a neta de escravos que viviam em Minas Gerais era uma banto legítima. Os bantus constituem um grupo etnolinguístico localizado principalmente na África subsaariana e que engloba cerca de 400 subgrupos étnicos diferentes. A unidade desse grupo, contudo, aparece de maneira mais clara no âmbito linguístico, uma vez que essas centenas de grupos e subgrupos têm, como língua materna, uma língua da família bantu. Os bantus são provavelmente originários dos Camarões e do sudeste da Nigéria. Por volta de 2000 a. C., começaram a expandir seu território na floresta equatorial da África central, são aquelas que ocorrem na região de representação espacial da linha do Equador, marcadas por altas temperaturas, elevada quantidade de chuva e vegetação latifoliada, com folhas grandes, largas e verdes durante todo o ano. Mais tarde, por volta do ano 1000, ocorreu uma segunda fase de expansão mais rápida, para o leste, e finalmente uma terceira fase, em direção ao sul do continente, quando os bantos se miscigenaram. Os bantos se misturaram então aos grupos autóctones e constituíram novas sociedades.

“Rainha Quelé”, “Rainha Ginga”, “Tina” são algumas das reverências carinhosas, afetivas a Clementina de Jesus da Silva, nascida 120 anos em 7 de fevereiro de 1901 em Valença, região sul do estado do Rio de Janeiro. Neta de escravos torturados e filha de escravos libertos das lavouras dos “barões de café”, a menina “Tina” saiu do bairro valenciano do Carambita rumo à capital com os ouvidos e a lembrança impregnados de cânticos, batuques, crenças e tradições que ajudaram a enriquecer a raiz do samba carioca, temperado nos terreiros da Praça 11 no centro da cidade do Rio de Janeiro e nas emergentes escolas de samba dos anos 1920/30/40. Ela participou ativamente de todo esse rico processo de transformação do samba em uma das identidades da cultura brasileira. A voz ancestral e o talento inigualável de interpretar sambas, jongos, partidos e outros ritmos de matriz africana foram reconhecidos no fim da vida: “Tina” subiu ao palco pela primeira vez aos 63 anos de idade e conseguiu manter a regência de “Rainha Quelé” e “Rainha Ginga” por mais de 20 anos, até nos deixar, em 1987.

Os bantus distribuem-se, no continente africano, no sentido oeste-leste, desde os Camarões e o Gabão às ilhas Comores; no sentido norte-sul, do Sudão à África do Sul, cobrindo toda a parte meridional da África, onde somente os bosquímanos e os hotentotes têm línguas de origens diferentes. Enquanto os bosquímanos e hotentotes eram nômades caçador-coletores e pastores, os bantos eram agricultores sedentários e já conheciam o uso do ferro. Esses avanços lhes permitiram colonizar um amplo território, ao longo de aproximadamente quatro mil anos, forçando o recuo dos povos nômades. No entanto, os bantos absorveram alguns fenômenos linguísticos típicos das línguas khoisan, como o clique. Embora não existam informações precisas, o subgrupo etnolinguístico banto mais numeroso parece ser o Zulu. A língua zulu é a mais falada na África do Sul, onde é uma das 11 línguas reconhecidas pelos colonizadores como oficiais. Mais da metade dos 50 milhões de habitantes da África do Sul é capaz de compreendê-la; mais de nove milhões de pessoas têm o Zulu como língua materna, e mais de 15 milhões falam o Zulu fluentemente.


Na década de 1920, os sul-africanos relativamente liberais, os missionários e a  intelectualidade negra começaram a usar o termo bantus e termos mais depreciativos (“Kaffir”) para se referir coletivamente aos bosquimanos sul-africanos. Após a 2ª guerra mundial (1939-1945), o Partido Nacional governista adotou oficialmente o seu uso, enquanto o crescente movimento esquerdista indígena apoiado pela União Soviética e seus aliados liberais adotaram o termo “negro”, de modo que “bantus” tornou-se identificado com as políticas da Apartheid. Na década de 1970, o termo “bantus” estava tão desacreditado como uma designação etno-racial que o governo da apartheid mudou para o termo “preto” em suas categorizações raciais oficiais, restringindo-a a africanos que falavam idiomas Bantu, mais ou menos na mesma época em que o Movimento da Consciência Negra liderado por Steve Biko e outros estavam definindo, como Black (“preto”), o conjunto de oprimidos sul-africanos estratificados etnicamente por negros, mestiços e indianos.
Amélia Laura e Paulo Baptista, pais dela, escaparam da escravidão devido à Lei do Ventre Livre. O casal se mudou para Valença, polo cafeeiro fluminense. Ela cuidava da casa, ele era pedreiro e carpinteiro. Clementina nasceu ali e aprendeu cantos de família - tesouros africanos. Nascida na comunidade do Carambita, bairro da periferia da cidade de Valença, no sul do Rio de Janeiro, mudou-se com a família para a capital aos oito anos de idade, radicando-se no bairro de Osvaldo Cruz. Lá acompanhou de perto o surgimento e desenvolvimento da escola de samba Portela, frequentando desde cedo as rodas de samba da região. Em 1940 casou-se e mudou para a Mangueira. Trabalhou como doméstica por mais de 20 anos, até ser descoberta pelo compositor Hermínio Bello de Carvalho em 1963. Devota da Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, participava de festas das igrejas da Penha e de São Jorge, no subúrbio do extinto Estado da Guanabara (1974) cantando canções de romaria. Considerada rainha do partido alto, com seu timbre de voz inconfundível, foi homenageada por Elton Medeiros com o partido “Clementina, Cadê Você?” cantada por Clara Nunes com o “P. C. J, Partido Clementina de Jesus” (1977), de autoria do compositor da Portela Candeia.         

É a ternura de negra velha sorridente. Todos com quem se envolvia tinham a compulsão de chamá-la Mãe, como a chamava os músicos do musical “Rosa de Ouro”. Uma pessoa capaz de interromper um depoimento dado à televisão para discutir sobre o café com a moça que o servia. Um brilho especial nos olhos que cativou desde os mais humildes ao imperador Haile Selassiê. Talvez por ter trabalhado tantos anos na condição subalterna, sendo negra e ter começado a carreira artística aos 63 anos, nunca tratava de forma diferente devido à posição social. O respeito ao peso ancestral de sua voz: uma África que estava diluída em nossa cultura é evocada subitamente na voz e nos cânticos que Clementina aprendeu com sua mãe, filha de escravos. Clementina surgiu como o elo perdido entre a moderna cultura negra brasileira e a África Mãe. Os geneticistas não esqueceram da África. Um projeto para cartografar a variação genômica do continente sequenciou os genomas de 320 pessoas de 7 grupos étnicos e linguísticos distintos, gerando um importante recurso de saúde pública e história das populações. O consórcio científico descobriu várias regiões genômicas que estão nesse momento sendo submetidas à seleção darwiniana, entre elas as envolvidas na resistência à malária e à hipertensão. Existem também padrões regionais de mescla com as populações euroasiáticas: o resto da humanidade saiu da África, mas parte dela regressou para o continente em algum momento.
            Do ponto de vista conceitual samba é um gênero musical, que deriva de um tipo de dança, de raízes africanas, surgido no Brasil pós-colonial e considerado uma das principais manifestações culturais populares brasileiras. Dentre suas características originais, possui dança acompanhada por pequenas frases melódicas e refrões de criação anônima, alicerces do samba de roda nascido no Recôncavo Baiano. Apesar de ser um gênero musical resultante das estruturas musicais europeias e africanas, foi com os símbolos da cultura negra brasileira que o samba se alastrou pelo território nacional. Embora houvesse variadas formas de samba no Brasil e não apenas na Bahia, como também no Maranhão, em Minas Gerais, em Pernambuco e em São Paulo sob a forma de diversos ritmos e danças populares regionais que se originaram do batuque, o samba como gênero musical é entendido como uma expressão musical urbana surgida no início do século XX na cidade do Rio de Janeiro, nas casas das chamadas “tias baianas” - migrantes da Bahia -, quando o “samba de roda”, entrando em contato com outros gêneros musicais populares entre os cariocas, como a “polca”, o “maxixe”, o “lundu” e o “xote”, fez nascer um gênero de caráter totalmente singular: o samba
            Lembremos que a coreografia do samba urbano, desenvolvida e difundida a partir da cidade do Rio de Janeiro, compreende diversas formas: samba de salão, samba em cortejo, bailado de mestre-sala e porta-bandeira etc., entre as quais os passistas solistas, desenvolvida do samba de roda baiano vêm incorporando configurações acrobáticas próximas do estilo dos que jogam capoeiras. O termo “ethnologia” está sendo empregado conceitualmente em seu sentido moderno desde Adam Franz Kollár que a designa como “a ciência das nações e povos, ou, o estudo dos eruditos no qual investigam nas origens, línguas, costumes e instituições das várias nações, e finalmente, na pátria e antigas sedes para poder julgar melhor as nações e povos de seus próprios tempos”. Pode-se dizer que o estudo da etnologia acompanhou a expansão civilizatória do mundo ocidental europeu para o oriente, África, Austrália, Américas e Oceania. No início, confundia-se com o estudo das raças e dos povos conquistados. A divisão humana nas raças que conhecemos foi uma invenção dos europeus que estudavam a desigualdade das raças para justificar seus objetivos colonialistas. As gramáticas, dicionários e catecismos indígenas, as cartas dos descobrimentos e relatos de viajantes são fontes empíricas etnográficas, históricas, sociológicas e linguísticas.

          A vida de Clementina de Jesus tinha tudo para ser igual à de milhões de pobres brasileiros se não fossem a sua insistência em cantar, a sua voz e o destino. Com apenas dez anos, foi morar com a família em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Um vizinho, que sempre escutava a menina Clementina de Jesus cantando dentro de casa, ofereceu para a garota o papel de solista em procissões e festas religiosas. Após a morte do pai, a situação financeira da família ficou muito complicada e Clementina de Jesus “não teve alternativa a não ser trabalhar como empregada doméstica, lavadeira e passadeira”. Durante mais de 20 anos, esta foi a atividade que a sustentou. Ainda menina, costumava acompanhar a mãe, uma lavadeira que gostava de cantar corimas, jongos, lundus, “incelenças” e modas de cantorias, enquanto trabalhava. Foi  nesta conjuntura histórica que aprendeu os cantos de escravos que, anos mais tarde, fariam a sua fama nos palcos. 
Pouco tempo antes de morrer, em um depoimento, Clementina de Jesus disse que todos os integrantes da casa onde trabalhou como empregada doméstica gostava de ouvi-la cantar, “com exceção da proprietária, que dizia que a sua voz era irritante, por parecer um miado de gato”. No final dos anos 1920, passou a frequentar blocos de Carnaval que, depois, seriam transformados em escolas-de-samba. Depois de dois casamentos, um  deles com Albino Correia da Silva, o “Pé Grande”, um torcedor fanático da escola de samba do Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira, o destino bateu à porta de Clementina de Jesus e a empregada doméstica deu lugar a uma cantora que marcou a história social da música popular brasileira. Seu canto rouco e quase falado, fora dos padrões estéticos consumistas, conquistou a crítica livresca, compositores, artistas e, principalmente, o povo brasileiro. Um dos retratos do sincretismo, Clementina de Jesus estabeleceu uma mediação complexa entre o folclore nacional dos terreiros de candomblé com a linguagem contemporânea. Em 1964, em pleno golpe de Estado de 1° de abril, quando já contava com 62 anos, a cantora teve o reconhecimento artístico e a sua grande oportunidade profissional.                
O compositor e produtor Hermínio Belo de Carvalho, que já havia visto Clementina de Jesus se apresentar em bares do Rio de Janeiro, convidou-a para fazer alguns shows. Ainda em 1963, Hermínio levou Paulinho da Viola para conhecer o “Zicartola”, bar e restaurante fundado por Cartola e a Dona Zica na Rua da Carioca que se convertera em um reduto de sambistas, chorões artistas, intelectuais e jornalistas. Quando aparecia por lá, o jovem Paulinho acompanhava, no cavaquinho ou no violão, compositores e intérpretes e também se apresentando cantando músicas de outros autores e, após fazer um show com o compositor Zé Ketti, incentivado pelo mesmo a cantar suas próprias músicas no “Zicartola”.  No ano seguinte, após ter acompanhado o cantor Ciro Monteiro no “Zicartola”, decidiu abandonar seu posto de trabalho bancário para se dedicar exclusivamente à música. Também em 1964, seu primo Oscar Bigode, que era diretor de bateria da Portela, o convenceu a mudar de escola de samba e o apresentou para a ala de compositores da agremiação do bairro Oswaldo Cruz, onde Paulinho mostrou parte do samba e que Casquinha, um dos compositores portelenses, havia gostado e completado com a segunda parte, criando-se assim o samba “Recado”.
Já em 1965, participou do musical “Rosa de Ouro”, montado por Kléber Santos e Hermínio Bello de Carvalho, que marcou o retorno de Araci Cortes e lançou comercialmente Clementina de Jesus, e que culminou na gravação do LP “Rosa De Ouro” Vol.1, pela gravadora Odeon. Ainda naquele ano, o nome de Paulinho da Viola apareceu no LP “Roda de Samba”, da Musidisc. Essa gravadora, a mesma onde Paulinho estava registrando seus sambas, pediu para Zé Ketti organizar o conjunto “A Voz do Morro”, composto por integrantes do conjunto “Rosa de Ouro” - Anescar do Salgueiro, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, Nelson Sargento e Paulinho - e acrescidos de Oscar Bigode, Zé Cruz e o próprio Ketti. No processo de trabalho de finalização desse álbum, um funcionário da Musidic não gostou do nome “Paulo César” e, tendo conhecimento da anedota, o jornalista Sérgio Cabral e o compositor Zé Ketti inventaram o nome artístico Paulinho da Viola. Nesse primeiro disco, temos a representação de seu mundo, notável canção, como nas composições “Coração vulgar”, “Conversa de malandro” e “Jurar com lágrimas”. Em 1968, com a produção de Hermínio Bello de Carvalho, registrou o histórico LP: “Gente da Antiga” ao lado de Pixinguinha e João da Baiana.  

Gravou cinco discos solo, sendo dois com o título “Clementina de Jesus”, “Clementina, Cadê Você?” e “Marinheiro Só” e fez diversas participações, como nos discos “Rosa de Ouro”, “Cantos de Escravos”, Clementina e convidados e “Milagre dos Peixes”, de Milton Nascimento, em que interpretou a música “Escravos de Jó”. Em 1983 foi homenageada por um espetáculo no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com a participação de Paulinho da Viola, João Nogueira, Elizeth Cardoso e outros nomes do samba. Rainha Ginga e Quelé. Foram duas maneiras de chamar Clementina de Jesus, com a imponência do título de realeza e com a corruptela carinhosa de seu nome. Clementina evocava tais sentimentos aparentemente complexos e contraditórios. A ternura e o profundo respeito e devoção. O respeito ao peso ancestral de sua voz: uma África que estava diluída em nossa cultura é evocada subitamente na voz e nos cânticos que Clementina aprendeu com sua mãe, filha de escravos. Clementina surgiu como o elo perdido entre a moderna cultura negra brasileira e a África Mãe. Clementina causou uma fascinação em boa parte da MPB. Artistas tão diferentes como João Bosco, Milton Nascimento e Alceu Valença fizeram questão de registrar sua voz em seus álbuns. Apesar disso Clementina nunca foi um grande sucesso em vendagem de discos. E deveria ser? Talvez por ter gravado quase que somente temas folclóricos, ou por sua voz não obedecer aos padrões estéticos tradicionais. O que realmente impressionava nas participações no palco, onde representava um contato étnico direto com seu público.
No dia 7 de dezembro do mesmo ano, depois de ouvir um recital clássico de Mozart e Villa-Lobos, o público que lotava o Teatro Jovem, na enseada de Botafogo, ficou assustado ao ver entrar no palco uma cantora negra de voz anasalada. Mas ela estava acompanhada por Paulinho da Viola, César Faria e Elton Medeiros. O sucesso foi imediato, a ponto de Hermínio Belo de Carvalho criar o musical Rosas de Ouro, que percorreu as principais capitais brasileiras. Chamada carinhosamente de “Tina” ou “Quelé” pelos amigos compositores, Clementina de Jesus gravou mais de 120 músicas e participou de discos de grandes artistas negros, como Milton Nascimento. O compositor Paulinho da Viola teve duas músicas de sua autoria, “Essa Nega Pede Mais” e “Na Linha do Mar” incluídas no repertório de “Marinheiro Só”, um dos maiores sucessos que contou em entrevistas o fascínio da cantora. – “Tudo o que se fala de Clementina de Jesus não tem a dimensão da presença dela. Ouvi-la cantando, sentada, com o seu vestido de renda, era algo absolutamente fascinante, difícil de transmitir, de traduzir em palavras”. Pobre, economicamente, mas notável em sua démarche artística, Clementina de Jesus morreu aos 85 anos, no dia 19 de julho de 1987.
Enfim, um teatro agitou a cena cultural de Botafogo na primeira metade da década de 1960. Com sede em um casarão no número 522 da Praia de Botafogo, o Teatro Jovem nasceu, em 1960, do entusiasmo de estudantes e artistas pela arte engajada, popular e de forte cunho social, bastante em voga naquela época. Apesar das inúmeras dificuldades, o teatro produziu espetáculos memoráveis – com destaque para o musical “Rosa de Ouro” – e revelou grandes nomes da dramaturgia e da música, como Paulinho da Viola, a cantora Clementina de Jesus e os atores Flávio Migliaccio, Milton Gonçalves e Isabel Ribeiro. A experiência do Teatro Jovem foi tão inovadora que inspirou a criação dos Centros Populares de Cultura (CPCs) da União Nacional dos Estudantes (UNE). A diversidade social sempre fez bem à cultura do Rio de Janeiro desde os tempos em que o imperador D. Pedro II patrocinava animados saraus no Palácio da Quinta da Boa Vista, reunindo músicos de choro e eruditos. Com o Teatro Jovem comparativamente não foi diferente. De uma heterodoxia reunindo universitários e jovens artistas foi que surgiu o espaço cultural. Sob a direção do estudante de arquitetura Kleber Santos, ali foram encenados espetáculos com escopo na cultura popular. A estreia se deu com a peça “A mais-valia vai acabar, Seu Edgar”, de Oduvaldo Vianna Filho. Mas o primeiro sucesso de público veio em 1963, com “Todo Mundo Ri”, comédia de Flávio Migliaccio, que aos 29 anos, começava a fazer participações artísticas também no Grande Teatro Tupi, da TV Tupi.
Bibliografia geral consultada.

GAETA, Antonio da, La Maravigliosa Conversione alla Santa Fede di Cristo della Regina Singa, e del Svo Regno di Matamba nell`Africa Meridionale. Napoli: Edizione Giacinto Passaro, 1669; CASTILHON, Jean-Louis, Zingha, Reine d`Angola: Historie Africaine en Deux Parties. Paris: Editeur Lacombe, 1769; D´ABRANTÉS, Duchesse, “Zingha, Reine de Matamba e d`Angola”. In: D. D`Abrantès, Les Femmes Célèbres de Tous les Pays. Paris: Editeur Lachevardiere, 1834; FERNANDES, Florestan, A Integração do Negro na Sociedade de Classes. Tese de Livre Docência em Sociologia. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo. 3ª edição. São Paulo: Editora Ática, 1978; GLASGOW, Roy Arthur, Nzinga: Resistência Africana à Investida do Colonialismo Português em Angola, 1582-1663. São Paulo: Editora Perspectiva, 1982; COELHO, Heron (org.), Rainha Quelé. Clementina de Jesus. Valença: Editora Valença, 2001; CABRAL, Muniz Sodré de Araújo,  Samba - O Dono do Corpo. Rio de Janeiro: Editora Mauad, 1998; Idem, Antropologia do Espelho. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 2002; BENJAMIN, Roberto Emerson Câmara, A África Está em Nós: História e Cultura Afro-brasileira. João Pessoa, PB: Editora Grafset, 2004; BUSCADIO, Gabriela Cordeiro, A Chama Não Se Apagou: Candeia e a Gran Quilombo: Movimentos Negros e Escolas de Samba nos Anos 70. Dissertação de Mestrado. Departamento de História. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2005; BEZERRA, Octávio, Atabaque Nzinga [Filme]. Brasil: Editor Elo Company, 2006; MARCIANO, Ivaldo de França Lima, Entre Pernambuco e África. História dos Maracatus-nação do Recife e Espetacularização da Cultura. Tese de Doutorado. Departamento de História. Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2010; PEREIRA, Amílcar Araújo, O Mundo Negro: Constituição do Movimento Negro Contemporâneo no Brasil (1970-1995). Tese de Doutorado. Departamento de História. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2010; FONSECA, Mariana Bracks, Nzinga Mbandi e as Guerras de Resistência em Angola. Século XVIII. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em História Social. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamernto de História. São Paulo; Universidade de São Paulo, 2012; SILVA, Carlos Alberto Silva da, Clementina de Jesus: Um Corpo Cultural, Ancestral e da Indústria Cultural. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem. Florianópolis: Universidade do Sul de Santa Catarina, 2016;  entre outros.

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