quarta-feira, 16 de março de 2016

Eddie, a Águia – Esqui & Cinebiografia Dramática Esportiva.

                                                                       Não importa o ninho, se o ovo é de águia”. Abraham Lincoln                                

       

          Abraham Lincoln (1809-1865) foi um político norte-americano que serviu como o 16° presidente dos Estados Unidos, posto que ocupou de 4 de março de 1861 até seu assassinato em 15 de abril de 1865. Lincoln liderou o país de forma bem-sucedida durante sua maior crise interna, a Guerra Civil Americana (1861-1865), preservando a integridade territorial do país, abolindo a escravidão e fortalecendo o governo nacional. Criado em uma família carente na fronteira Oeste, Lincoln foi autodidata, tornou-se advogado, líder do Partido Whig, deputado estadual de Illinois durante a década de 1830 e membro da Câmara dos Representantes por um mandato durante a década de 1840. Após uma série de debates em 1858, que repercutiu em todo o país mostrando a sua oposição à escravidão, Lincoln perdeu uma disputa para o Senado para seu arquirrival, Stephen A. Douglas. Lincoln, um moderado de “swing state” (“estado decisivo”), garantiu a nomeação para a candidatura presidencial de 1860 pelo Partido Republicano. Com quase nenhum apoio do Sul, ele percorreu o Norte e foi eleito presidente da República. Sua eleição fez com que sete estados escravistas do Sul declarassem sua secessão da União e formassem os Estados Confederados da América. A ruptura com os sulistas fez com que o partido de Lincoln obtivesse amplo controle do Congresso, mas nenhuma ação ou reconciliação foi realizada. Em seu segundo discurso de posse, ele explicou na prática que “ambas as partes desprezavam a guerra, mas uma delas faria guerra ao invés de permitir a sobrevivência da nação e a outra aceitaria a guerra ao invés de deixar esta perecer, e veio a guerra”.

Quando o Norte optou com entusiasmo pela união nacional, após o ataque confederado no Forte Sumter, em 12 de abril de 1861, Lincoln concentrou os esforços militares e políticos na guerra. Seu objetivo neste momento era unir a nação. Como o Sul estava em rebelião, Lincoln exerceu sua autoridade para suspender o habeas corpus para prender e deter sem julgamento e temporariamente milhares de separatistas suspeitos. Lincoln lidou habilmente com um conflito diplomático no final de 1861, evitando que o Reino Unido reconhecesse os Estados Confederados como nação independente. Seus esforços para a Abolição da Escravidão incluíram a assinatura da Proclamação de Emancipação em 1863, encorajando os “estados escravocratas de fronteira” (“Border States”) a tornarem a escravidão ilegal e dando impulso ao Congresso para a aprovação da Décima Terceira Emenda à Constituição, que finalmente pôs fim à escravidão, em dezembro de 1865. Lincoln supervisionou ostensivamente os esforços de guerra, especialmente na escolha de generais importantes, incluindo o comandante-geral Ulysses S. Grant. Lincoln reuniu os líderes das maiores facções de seu partido em seu governo e pressionou-os a cooperarem. Sob a liderança de Lincoln, a União criou um bloqueio naval que fechou o comércio com o Sul, assumiu o controle dos “Border States” no início da guerra, ganhou o controle das comunicações com canhoneiras nos sistemas fluviais do Sul e tentou repetidamente capturar a capital confederada, Richmond, na Virgínia.

A cada general que não obteve sucesso, Lincoln os substituiu até que finalmente Grant obteve êxito, em 1865. Um político excepcionalmente astuto e profundamente envolvido com as questões de poder em cada estado, Lincoln apoiou os War Democrats e conseguiu sua reeleição em 1864. Como líder de uma facção moderada do Partido Republicano, Lincoln notou que suas políticas e personalidade haviam “explodido para todos os lados”: os “Republicanos Radicais” exigiam um severo tratamento do Sul, os War Democrats desejavam um maior comprometimento (os “Copperheads”, democratas pacifistas, desprezavam os membros do seu partido que defendiam o conflito) e os secessionistas irreconciliáveis tramaram o seu assassinato. Politicamente, Lincoln reagiu, colocando seus oponentes uns contra os outros e apelando para o povo americano com seu poder de oratória. O seu Discurso de Gettysburg, de 1863, tornou-se um dos discursos mais citados na história dos Estados Unidos da América e um ícone da demonstração dos princípios de nacionalismo, republicanismo, igualdade, liberdade e democracia. Ao fim da guerra, em face da persistente e amarga divisão do país, Lincoln mostrou-se moderado quanto à sua Reconstrução, buscando reunir a nação rapidamente através de uma política de reconciliação generosa. Seis dias depois de o general Robert E. Lee (1807-1870), comandante das forças Confederadas, se render, Lincoln foi assassinado pelo ator e confederado John Wilkes Booth (1838-1865). Como foi o primeiro presidente dos Estados Unidos ter sido assassinado, sua morte levou seu país a entrar em luto. Lincoln tem sido consistentemente considerado por estudiosos e pelo povo como um dos três maiores presidentes dos Estados Unidos da América.

                            


Salto de esqui é um esporte olímpico de inverno criado na Noruega no início do século XIX. Espalhou-se pela Europa e pela América do Norte no início do século XX através, principalmente, de Sondre Norheim (1825-1897), pioneiro do esqui moderno. Sondre Auverson nasceu em Øverbø e cresceu em Morgedal uma localidade da comuna de Kviteseid, no condado de Telemark, na Noruega. Esquiar era uma atividade muito popular em Morgedal. Sondre passou a fazer da descida livre uma atividade recreativa, ganhando fama pelo seu desempenho. Realizou várias inovações na tecnologia do esqui desenhado o novo equipamento, como diferentes ligações e esquis mais curtos com os lados curvos para facilitar as inclinações. Também criou o esqui de Telemark, que é a origem nos protótipos atualmente produzidos. Sondre Norheim foi reconhecido pelos seus contemporâneos como “um mestre na arte de esquiar”. Combinou o esqui vulgar com os saltos e o slalom. Em 1868, ganhou a primeira competição nacional de esqui em Christiania, derrotando os seus adversários mais novos por uma larga vantagem. Foi ganhando reputação e, criou novos termos ski e slalåm reconhecidos mundialmente. As pistas de salto são classificadas de acordo com a distância que os esquiadores percorrem no ar, e têm especificações quanto à área de largada, à curvatura e à área de decolagem.

Cada salto é avaliado de acordo com a distância percorrida e o estilo executado. A pontuação da distância está relacionada ao K-point, linha desenhada na área de pouso, alguns metros antes do fim da colina, e que serve como referencial para os saltos. A pontuação de cada juiz que avalia o estilo pode alcançar um máximo de 20 pontos, sendo descontados pontos em caso de erros, imprecisões ou imperfeições na decolagem, no voo ou no pouso. A técnica dos saltos evoluiu com o decorrer dos anos, passando de saltos com os esquis paralelos, o corpo curvado para frente até o quadril e os “braços estendidos para frente” que é a técnica Kongsberger, a primeira largamente utilizada, até saltos com os esquis em formato de V, o corpo inteiramente curvado para frente e os braços estendidos para trás, junto ao cóccix estilo V, a técnica utilizada nos dias atuais. Esporte majoritariamente masculino, começou a ter grande participação feminina na década de 1990, mas a primeira competição oficial reconhecida pela Federação Internacional de Esqui só ocorreu em 1998, na Suíça. Eventos femininos foram incluídos no Campeonato Mundial de Esqui Nórdico em 2009 e na Copa do Mundo em 2011. Após uma tentativa frustrada de inclusão no programa dos Jogos Olímpicos de Inverno em 2010, as mulheres participaram na competição pela primeira vez em 2014. Além dos Jogos Olímpicos, do Mundial e da Copa do Mundo, as principais competições de salto de esqui são o Torneio Quatro Pistas, o Holmenkollen Ski Festival e o Campeonato Mundial de Voo de Esqui.

Eddie the Eagle tem como representação social um filme biográfico de comédia dramática esportiva de 2015 dirigido por Dexter Fletcher. Ele se formou no clube de drama Anna Scher Theatre. Seu primeiro papel foi como Baby Face em Bugsy Malone (1976). Como ator mirim, ele participou de produções britânicas no início dos anos 1980 como The Long Good Friday, The Elephant Man, e The Bounty. Adulto, ele apareceu na televisão como o adolescente rebelde Spike Thomson em Press Gang e em Murder Most Horrid (1991) com Dawn French. Seu sotaque norte-americano foi tão convincente que muitas vezes ele foi confundido com um americano nativo. Ele já atuou em filmes como Caravaggio (1986), The Rachel Papers (1989), Lock, Stock and Two Smoking Barrels (1998), Layer Cake (2004) e Doom Universal como o oficial de comunicações apelidado de Pinky. Na televisão, trabalhou na série da HBO, Band of Brothers como John Martin e em um papel coadjuvante na BBC no drama histórico The Virgin Queen. Ele também interpretou no clip da música Some Kind of Bliss de Kylie Minogue em 1997. Fletcher atuou em uma série da BBC baseada no livro de Imogen Edwards Jones, Hotel Babylon. Ele também participou no episódio “The Booby and the Beast”, da série da BBC Robin Hood 2, como o alemão Friedrich e na série de rádio 2008 The Way We Live Right Now.

O filme Eddie, a Águia é estrelada por Taron Egerton como Michael Edwards, um esquiador britânico que em 1988 se tornou o primeiro competidor a representar a Grã-Bretanha no salto de esqui olímpico desde 1928. St. Moritz, na Suíça, foi apontada pelo COI para sediar a segunda Olimpíada de Inverno em 1928. As oscilantes condições meteorológicas apresentaram desafios ao país-sede. A cerimônia de abertura foi realizada com uma nevasca. Em contraste, comparativamente, as condições sociais de clima quente atormentaram todo o restante dos jogos. Por causa do clima rigoroso, a prova de 10 mil metros da patinação de velocidade teve de ser abandonada e oficialmente cancelada. O tempo não foi o único aspecto digno de nota dos Jogos de 1928; Sonja Henie da Noruega fez história olímpica quando venceu a patinação artística com quinze anos de idade. Ela se tornou a mais jovem campeã olímpica da história, uma excelência que ela mantém por 74 anos. Hugh Jackman, Christopher Walken, Iris Berben e Jim Broadbent também fazem parte do elenco cinematográfico. O filme teve sua primeira exibição pública no Butt-Numb-A-Thon em Austin, Texas, em 12 de dezembro de 2015 e sua estreia mundial no Festival de Cinema de Sundance de 2016 em 26 de janeiro de 2016. O filme foi lançado nos Estados Unidos da América em 26 de fevereiro de 2016 pela 20th Century Fox e no Reino Unido em 28 de março de 2016 pela Lionsgate. O filme recebeu críticas geralmente positivas e, em 2017, foi indicado ao Empire Award de Melhor Filme Britânico.                           

O Butt-Numb-A-Thon também reconhecido como BNAT foi uma maratona de filmes realizada em Austin, Texas, todos os anos em dezembro, de 1999 a 2016. Era apresentado por Harry Knowles do Ain`t It Cool News em comemoração ao seu aniversário. O festival exibia 24 horas de filmes antigos, bem como estreias. Embora o BNAT tenha sido palco de inúmeras exibições especiais e aparições de celebridades, tão importante quanto, ou até mais, para explicar a essência e o tom deste evento são os muitos outros filmes que foram exibidos, bem como o impacto espetacular único de assistir a 12 ou 13 filmes e 30 ou 40 trailers de filmes antigos em sequência, ao longo de um período de 24 horas, sem nunca sair das dependências do cinema. O BNAT apresentou eventos como uma banda de música tradicional americana tocando ao vivo durante o clássico do cinema mudo de Buster Keaton, O General ; a entrega de tortas de carne fresca aos participantes durante a exibição antecipada de Sweeney Todd; doses de caviar e vodca oferecidas aos participantes para reproduzir uma cena do extraordinário filme: O Curioso Caso de Benjamin Button; e o uso de dispositivos de choque elétrico para eletrocutar membros da plateia adormecidos durante uma exibição intencionalmente interminável às 3 horas da manhã do filme Ataque do Monstro de Gila, da década de 1950.

Desde jovem, Michael “Eddie” Edwards nutre aspirações olímpicas. Quando suas tentativas de competir nos Jogos de Verão falham, ele experimenta o esqui nos Jogos de Inverno. Apesar de habilidoso no esporte, é rejeitado pelos dirigentes olímpicos britânicos por ser considerado grosseiro. Percebendo que poderia entrar para a equipe como saltador de esqui, um esporte do qual o Reino Unido não participa há seis décadas, Eddie se muda para um centro de treinamento em Garmisch-Partenkirchen, na Alemanha Ocidental. Eddie treina sozinho e, após completar o salto de 15 metros (49 pés) na primeira tentativa, se lesiona na primeira tentativa em uma rampa de 40 metros (130 pés). Bronson Peary, um ex-saltador de esqui americano que abandonou o esporte após um conflito com seu mentor, Warren Sharp, decide treinar Eddie. Com pouco tempo para se classificar para as Olimpíadas de Inverno de 1988 em Calgary, Eddie e Bronson empregam vários métodos pouco ortodoxos para aprimorar a técnica de Eddie, e ele consegue completar o salto de 40 metros com sucesso. Para se qualificar para a divisão olímpica britânica no salto de esqui, Eddie precisa completar um salto de uma rampa de 70 metros. Ele consegue e garante uma vaga na equipe olímpica britânica. Numa tentativa de impedir a participação de Eddie nos Jogos de Inverno, os dirigentes exigem que ele salte 61 metros.

Eddie melhora seu desempenho e, eventualmente, consegue um salto de treino de 61 metros, o que inesperadamente o qualifica, após ele não conseguir repetir a marca oficialmente. Bronson aconselha Eddie a treinar por mais quatro anos e competir nos Jogos de 1992 para evitar o vexame, mas Eddie não se deixa abalar. A chegada de Eddie a Calgary é recebida com desdém por seus rivais britânicos, que o embebedam para que ele perca a cerimônia de abertura. Apesar de terminar em último lugar no salto de 70 metros com um recorde britânico de 60,5 metros (198 pés), as comemorações entusiasmadas de Eddie o tornam querido pelo público, e a mídia o apelida de Eddie "a Águia". Depois que Bronson critica a falta de seriedade de Eddie, este se desculpa publicamente e participa do salto de 90 metros (300 pés), que ele nunca havia tentado. Comovido pela dedicação de Eddie, Bronson viaja para Calgary para oferecer seu apoio. Após uma conversa inspiradora com seu ídolo, Matti “O Finlandês Voador” Nykänen, Eddie realiza “um salto milagroso de 90 metros”. Mais uma vez, entretanto, ele chega em último, mas seu desempenho olímpico lhe rende reconhecimento social no discurso de encerramento do Presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos. Warren Sharp se reconcilia com Bronson, e Eddie retorna para casa como um herói nacional. 

Finlandeses Voadores (Flying Finns) é a representação da denominação dada pela mídia internacional ao grupo de atletas da Finlândia que, nos anos 1920 e 30 do século passado, dominaram as provas de atletismo de meio-fundo e fundo dos Jogos Olímpicos, alcançando na época a mesma supremacia em qualidade e quantidade hoje em poder de africanos nas mesmas provas, principalmente de atletas do Quênia e da Etiópia. O primeiro finlandês a receber o apelido no singular foi Hannes Kolehmainen, também conhecido como Hannes Risonho, que apareceu do nada nos Jogos de Estocolmo 1912 para ganhar três medalhas de ouro e quebrar dois recordes mundiais nas provas de longa distância, incluindo um ouro na maratona nos primeiros Jogos pós-I Guerra Mundial, em Antuérpia 1920. Como o aparecimento de Paavo Nurmi em 1920, o apelido passou a ser usado no plural, designando todo o grupo que com ele viria a vencer e dominar essas distâncias durante todo o período anterior à II Guerra Mundial (1939-1945), como Ville Ritola, Albin Stenroos, Harry Larva, Toivo Loukola, Ilmari Salminen até o bicampeão olímpico Volmari Iso-Hollo, maior nome dos 3000 metros com obstáculos na década de 1930. Com a finalização da guerra global, a Finlândia perdeu gradativamente seu domínio nestas provas, primeiro para europeus-orientais na década de 1950 até a chegada dos participantes africanos nos anos 1960 que passaram a ser os grandes campeões das provas de fundo, interrompidos apenas duas vezes, por aquele último representante de uma estirpe inigualável de fundistas voadores, o finlandês Lasse Virén, campeão dos 5.000 metros e 10.000 metros dos Jogos de Munique 1972 e Montreal 1976.

Até a década de 1920 o salto de esqui não tinha um estilo determinado. Os primeiros saltadores a desenvolverem uma técnica para melhorar os saltos foram Jacob Tullin Thams e Sigmund Ruud. A técnica Kongsberger, que recebeu esse nome por ter sido criada na cidade norueguesa de Kongsberg, consistia em curvar a parte superior do tronco até a altura do quadril e manter os braços estendidos e os esquis paralelos. A distância média dos saltos feitos nessa posição subiu de 45 metros para mais de 100 metros. Na década de 1950 o suíço Andreas Daescher e o alemão Erich Windisch modificaram a técnica Kongsberger e posicionaram os braços para trás, acompanhando a extensão do tronco. Batizada com os sobrenomes dos dois atletas, a técnica serviu de modelo para o esporte até a década de 1970, quando o alemão Jochen Danneberg introduziu uma nova forma de descer a pista até a decolagem. No lugar de manter os braços estendidos à frente do corpo, Danneberg posicionou os braços para trás, e com isso aumentou sua eficiência aerodinâmica. A última grande revolução no salto de esqui foi feita pelo sueco Jan Boklov, que criou em 1985 o Estilo V, no qual os esquis, durante o voo, não ficavam paralelos, e sim formando um ângulo, como na letra V.

A técnica surgiu por acidente, quando Boklov errou a decolagem e, mesmo assim, fez o melhor salto de sua vida. Repetiu o “erro” e o bom resultado também se repetiu. O sueco, então, aprimorou a nova técnica até vencer a Copa do Mundo de 1989. Inicialmente ridicularizado, o Estilo V mostrou-se mais efetivo, aumentando a distância média dos saltos em cerca de 10%. Mesmo assim, saltadores mais experientes relutavam em aplicá-la, o que abriu espaço nas competições para jovens arrojados. Um deles, Toni Nieminen, conquistou aos 16 anos de idade o ouro na pista longa individual e por equipes e o bronze na pista normal dos Jogos Olímpicos de Inverno de 1992, quando a técnica ainda começava a se popularizar e seu domínio representava uma enorme vantagem, de fato, todos os medalhistas da edição usaram o Estilo V. Mesmo punida pelos juízes nos primeiros anos de uso, a distância maior compensava a perda de pontos e a técnica passou a ser a mais utilizada, sendo assim até os dias atuais. O aumento da importância da aerodinâmica no desempenho do atleta fez com que muitos saltadores forçassem a perda de peso corporal para aumentar a distância de seus saltos. Alguns chegaram a desenvolver casos de anorexia e bulimia. Para coibir isso, a Federação Internacional estabeleceu em 2004 uma relação entre peso e altura do atleta e tamanho dos esquis, de modo a compensar o ganho de aerodinâmica causado por um fator com a perda provocada pelo outro.

Os esquis utilizados no salto são produzidos especialmente para este esporte e não podem ultrapassar 145% da altura do atleta. Entretanto, o saltador deve ter um índice de massa corporal mínimo de 21 para utilizar esquis com comprimento máximo, uma medida para compensar ganhos de eficiência aerodinâmica conseguidos por atletas muito magros. A largura do esqui varia entre 9,5 e 10,5 centímetros, e o peso do esqui em quilogramas deve ter valor igual ao comprimento em metros. As botas são fabricadas em material flexível, que permite ao saltador inclinar-se para a frente durante o salto. A fixação das botas nos esquis deve ser paralela e posicionadas de modo que no máximo 57% do comprimento do esqui fique à frente dos pés. Na região do calcanhar há uma corda que mantém a bota presa ao esqui ao mesmo tempo em que permite o movimento daquela parte do pé. Embora algumas modalidades de esqui permitam o uso de mais de um material na composição do traje (um tecido mais reforçado em determinadas partes da roupa, por exemplo), no salto de esqui o traje deve ser produzido inteiramente com o mesmo material, geralmente microfibra, que deve ser elástico e aerodinâmico, permitindo a passagem do ar, mas também permitindo que o saltador caminhe normalmente, não podendo ser muito apertado. Os saltadores também utilizam capacetes, óculos de proteção e luvas. A utilidade de uso de equilíbrio e impulso de bastões é proibido.

O salto de esqui foi muito tempo uma atividade majoritariamente masculina, com poucas mulheres se destacando e nenhuma competição feminina realizada até o final do século XX. A primeira mulher a se destacar na modalidade foi a duquesa condessa Paula Lambert, que estabeleceu em 1911 um recorde pessoal de 22 metros. Essa marca, também um recorde mundial, foi superada em 1926 pela norueguesa Olga Balsted-Eggen, que saltou 26 meros. Sua compatriota Johanna Kolstad assumiu o posto de recordista mundial no ano seguinte e estabeleceu diversas marcas até alcançar 71,5 metros em 1937. Durante várias décadas nenhuma mulher se destacou, até que em 1976 Anita Wold começou a participar do Torneio Quatro Pistas e estabeleceu o recorde feminino em Sapporo, a quinta maior cidade do Japão, capital da prefeitura de Hocaido, no Norte do país. com 97,5 metros. A primeira mulher a superar os 100 metros foi a finlandesa Tiina Lehtola,  110 metros em 1981. No início da década de 1990 algumas mulheres começaram a ser incluídas no ranking da Federação Internacional de Esqui, mas a falta de treinamento de saltadoras e inclusão desportiva ainda era um entrave para a realização de competições femininas. A alemã Eva Ganster foi a primeira mulher a saltar em pistas de voo de esqui e entrou para o Livro dos Recordes em 1997 após alcançar 167 metros na pista de Kulm, na Áustria. Na mesma pista, a austríaca Daniela Iraschko estabeleceu um novo recorde em 2003 ao saltar 200 metros, a maior distância saltada por uma mulher.

A primeira competição feminina reconhecida pela Federação Internacional ocorreu em 1998 durante o Campeonato Mundial Júnior de St. Moritz, na Suíça. Outros eventos foram realizados e a partir de 2004 as mulheres passaram a disputar a Copa Continental, realizada em várias etapas em países europeus. O salto de esqui feminino foi adicionado ao programa da Universíada de Inverno de 2005 em Innsbruck, Áustria, e passou a fazer parte do Campeonato Mundial de Esqui Nórdico em 2009, na edição de Liberec, República Checa. Em 2007, uma versão feminina do Torneio Quatro Pistas foi realizada durante o verão, e em 2011 foi criada a Copa do Mundo feminina, com periodicidade anualmente e várias etapas disputadas, tendo como primeira campeã a estadunidense Sarah Hendrickson. Para integrar cada vez mais as mulheres ao universo do salto de esqui, uma competição mista foi introduzida ao programa do Grand Prix de Verão em 2012. Houve uma tentativa de incluir a competição feminina de salto de esqui no programa dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2010 em Vancouver, Canadá, mas o pedido foi rejeitado pelo Comitê Olímpico Internacional pela alegada falta de competidoras de alto nível. Nem mesmo uma disputa judicial travada na Suprema Corte do Canadá, em que a equipe feminina dos Estados Unidos acusava o COI de violar a Carta Canadense dos Direitos e das Liberdades ao negar às mulheres o direito de participar da competição, fez o Comitê mudar de ideia. O evento só foi adicionado ao programa olímpico em 2011, e disputado pela primeira vez na edição de 2014, em Sochi, Rússia.

Bibliografia Geral Consultada.

FAULKNER, Harold Underwood, The Decline of Laissez Fare, 1897-1917. New York Press, New York, 1951; Idem, História Económica de los Estados Unidos. Buenos Aires: Editora Nueva, 1954; STAMPP, Kenneth Milton, La Esclavitud en los Estados Unidos (la Instituición Peculair). Barcelona: Ediciones Oikos tau, 1966; NAPOLEONI, Claudio, Smith, Ricardo, Marx. Considerazioni sulla Storia del Pensiero Econômico. Torino: Boringhieri Editore, 1970; VAN GENNEP, Arnold, Os Ritos de Passagem. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 1978; FOUCAULT, Michel, História da Sexualidade I: A Vontade de Saber. 5ª edição. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1984; MUSIL, Robert, O Homem Sem Qualidades. São Paulo: Editora Nova Fronteira, 1989; CORSI, Giancarlo, “Inclusione: La Società Osserva l`Individuo”. In: Teoria Sociológica, I (1): 279-301, 1993; JARNUT, Jörg, Storia dei Longobardi. Turim: Giulio Einaudi Editore, 1995; CASTEL, Robert, As Metamorfoses da Questão Social. Petrópolis (RJ): Editora Vozes, 1999; ALBANESE, Catherine, A Republic of Mind and Sprit: A Cultural History of American Metaphysical Religion. New Haven: Yale University, 2007; BARNES, Stuart, Nationwide Football Annual 2008-2009. Londres: Editor Sportsbooks, 2008; CAVALIERI, Marco Antônio Ribas, O Surgimento do Institucionalismo Norte-Americano: Um Ensaio sobre o Pensamento e o Tempo de Thorstein Veblen. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Economia. Faculdade de Ciências Econômicas. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2009; ORTHUP, Solomon, Doze Anos de Escravidão: A História Real de Solomon Northup. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2014; FERLA, Paula; MARZUCA, Alejandra; SERDÜIT, Uwe; WELP, Yanina, “Corriendo de Atrás”. Análisis de los Concejos Vecinales de Montevideo”. Íconos - Revista de Ciencias Sociales, (48): 121-137, 2014; SOUZA, Luís César, Sociedade, Futebol, Torcidas Organizadas e Educação: Da Violência Explícita às Contradições não Evidentes. Tese de Doutorado. Faculdade de Educação. Goiás: Universidade Federal de Goiás, 2014; SILVA, André Oídes Matoso e, Para Um Empirismo Radical: Sobre William James e a Relação Contemporânea entre Psicologia e Espiritualidade. Tese de Doutorado. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2016; entre outros.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário