“A fruta mais descarada da espécie vegetal, exibicionista, safada, preferência nacional”. Sônia Carneiro Leão
República das bananas é um termo pejorativo para um país dito subdesenvolvido, politicamente instável, submisso a um país rico e frequentemente com um governante corrompido e opressor, revolucionário ou não, ou por uma junta militar. Sua economia é, em grande parte, dependente da exportação de monoculturas, tais como bananas, café, laranjas ou cana-de-açúcar, ou até mesmo a extração de minerais. Normalmente, tem classes sociais estratificadas, incluindo uma grande e empobrecida classe trabalhadora e uma plutocracia que compreende as elites de negócios, política e militares, embora o nível de desigualdade social das Américas Central e do Sul seja, atualmente, menor do que em alguns países desenvolvidos. Esta oligarquia controla as produções do setor primário e, assim, explora a economia do país. O termo foi criado por O. Henry, um humorista e cronista estadunidense. William Sydney Porter (1862-1910), mais reconhecido pelo pseudônimo O. Henry, foi um escritor americano conhecido principalmente por seus contos, embora também tenha escrito poesia e não ficção. Suas obras incluem " O Presente dos Magos ", " A Duplicidade de Hargraves " e " O Resgate do Chefe Vermelho ", além do romance " Repolhos e Reis" . Os contos de Porter são conhecidos por suas observações naturalistas , narrativa espirituosa e finais surpreendentes .Originalmente, o termo referia-se a Honduras e foi apresentado no livro de contos curtos Cabbages and Kings, de 1904, ambientados na América Central. “República”, nessa conjuntura política, no sentido marxista, era também um eufemismo de “ditadura”. Alguns trechos do livro nos quais o termo é usado são: “Na constituição desta pequena e marítima república bananeira havia uma secção esquecida”; tínhamos com quase todos os países estrangeiros exceto Bélgica e essa República bananeira, Anchuria.
O termo fortaleceu-se devido à forte presença das empresas estadunidenses United Fruit Company e Standard Fruit, que dominavam a produção de frutas como bananas e abacaxis nos países da América Central e Caribe, especialmente Honduras. A exportação de frutas era a grande fonte de riqueza destes países. Assim, as companhias tinham grande poder sobre a economia local destes países e, quando estes países não respondiam aos interesses das companhias, as empresas utilizavam-se da força para garanti-los. Exemplo disso foi quando, em 1910, um barco partiu de Nova Orleans rumo a Honduras com o objetivo de instalar um novo presidente pela força, pois o governo daquele país não cortara os impostos cobrados da companhia. O novo presidente empossado permitiu que a empresa ficasse livre de pagar impostos durante 25 anos. As duas ditaduras sul-americanas fictícias criadas por Hergé (1930) para cenário de algumas aventuras de Tintim, San Theodoros e Nuevo Rico, são exemplos perfeitos da arquetípica República das Bananas. O conceito foi explorado no filme Bananas, de 1971, que se passa na fictícia San Marcos. Em 2016, após um período de instabilidades e disputas políticas no Brasil, o cartunista Carlos Latuff satirizou o período com um formato de brasão da república em cujo ramo de café foi substituído por bananas. O cultivo de bananas pelo Homem teve início no Sudeste da Ásia.
Existem ainda muitas espécies de
banana selvagem na Nova Guiné, na Malásia, Indonésia e Filipinas. Indícios
arqueológicos e paleoambientais recentemente revelados em Kuk Swamp, na
província das Terras Altas Ocidentais da Nova Guiné, sugerem que esta atividade
remonta pelo menos a até 5 000 a.C., ou mesmo a até 8 000 a. C. Tais dados
tornam, esse local, “o berço do cultivo de bananas”. É provável, contudo, que
outras espécies de banana selvagem tenham sido objeto de cultivo
posteriormente, noutros locais do Sudeste asiático. A banana é mencionada em
documentos escritos, pela primeira vez na história, em textos budistas de cerca
de 600 a. C. Sabe-se que Alexandre, o Grande comeu bananas nos vales da Índia
em 327 a.C. Só se encontram, porém, plantações organizadas de banana a partir
do século III na China. Em 650, os conquistadores Islâmicos levaram-na à
Palestina. Foram, provavelmente, os mercadores árabes que a divulgaram por
grande parte de África, provavelmente até à Gâmbia. A palavra banana
teve origem na África Ocidental e, adotada pelos portugueses e espanhóis, veio
a ser usada, por exemplo, na língua inglesa. Nos séculos XV e XVI, colonizadores
portugueses começaram a plantação sistemática de bananais nas ilhas atlânticas,
no Brasil e na costa ocidental africana. Mas elas permaneceram desconhecidas,
por muito tempo, da maior parte da população europeia. Júlio Verne (1828-1905),
na obra “A Volta ao Mundo em Oitenta Dias” (1872), descreve-a detalhadamente,
pois sabe que grande parte dos seus leitores a desconhece.
É
próprio da concepção de teoria per se admitir a crítica externa,
conforme as regras aceita pela continuidade que cuida, suscita e critica as
teorias. O campo de existência das teorias é recente e frágil. Constituiu-se
pela primeira vez há vinte séculos em Atenas, onde a instauração da filosofia
abriu uma esfera livre de debate de ideias sem sanção, exclusão, nem liquidação
dos participantes. Depois, a ciência europeia criou o seu próprio campo, onde
toda teoria deve obedecer às regras empíricas, regras lógicas limitadoras e
aceitar a verificabilidade que poderiam desmenti-las. Um sistema de ideias
permanece teoria enquanto aceita a regra do jogo competitivo e crítico,
enquanto manifesta maleabilidade interna: capacidade de adaptação e modificação
na articulação entre seus subsistemas, assim como a possibilidade de abandonar
um subsistema e de substituí-los por outro. Uma teoria é capaz de modificar as
suas variáveis que se definem nos termos do seu sistema de pensamento. Em
consequência, as características fechadas dela são contrabalanceadas pela busca
de concordância entre a coerência e dos dados que evidencia: é isso que
constitui a racionalidade. Depende da interpretação daqueles que habitam o
mundo onde se aplica. A teoria sobrevive das trocas simbólicas, linguísticas e
científicas com o mundo real da imaginação humana. Enquanto teoria metaboliza o
real para sobreviver. O tipo aberto é ligado às regras pluralísticas
estruturais que alimenta.
As esferas filosófica e
científica são de existência democrática em geral para as teorias da sociedade.
Dizer concepção de abertura teórica necessita de condições externas favoráveis
significa dizer que todas as formas de sistema de ideias tendem a fechar-se por
si mesmo. O dogmatismo e a ortodoxia não são tendências naturais,
contrabalançadas somente por condições sociais exteriores. Racionalidade e
racionalização têm um mesmo tronco comum, a busca de coerência. Mas, enquanto a
racionalidade está aberta ao que resiste à lógica e mantém o diálogo com o
real, a racionalização integra à força o real na lógica do sistema e crê,
então, possuí-lo. Essa tendência racionalizadora equivale aqui à profunda
tendência idealista de todo sistema de ideias a absorver a realidade que
nomeia, designa, descreve, explica. Sob certo ponto de vista noológico,
os sistemas de ideias não se alimentam somente de energias e paixões humanas,
evidenciadas pela tradição do empirismo lógico. Ipso facto no âmbito da
formação da complexidade centrifugam e esvaziam o real que evidenciam.
Desvelando as “leis” que governam o mundo, as teorias da ciência aspiram à
soberania dessas leis. A inveterada tendência a tomar o mapa pelo território, a
palavra pela coisa, a ideia pela realidade, depende do espírito humano, de sua
aptidão crítica e autocrítica, favorecida pelas situações pluralistas e
abertas. O “remédio” só pode estar na abertura do sistema, o qual depende da
abertura do espírito humano.
A partir do ideário do
Renascimento, o mundo é requestionado (cf. Hale, 2003); depois que
Cristóvão Colombo (1451-1506) do chão aumentou a Terra e Copérnico e Galileu
diminuíram-na no céu. Deus é requestionado, assim como o homem; a
interdependência dessas reflexões determina uma problematização generalizada,
de fato alongada. A perda dos antigos fundamentos de inteligibilidade e de
crença suscita a procura incessante de novos fundamentos e a formação
ininterrupta de novos sistemas filosóficos, os quais levantam mais questões do
que fornecem respostas, o que relança em constante permanência a busca. E,
assim, a noosfera filosófica europeia desenvolve-se com uma intensidade
prodigiosa apresentando duas faces opostas e atreladas: de um lado, uma
atividade critica, que já não se exerce apenas, nem principalmente, sobre a
religião, mas sobre os próprios sistemas racionais (racionalizadores), sobre as
ideias dominantes, os princípios, os fundamentos; por outro lado, a elaboração
ininterrupta de sistemas, até o maior de todos, Friedrich Hegel; a partir dele a história da filosofia
será um corpo a corpo sem tréguas entre o pensamento antissistemático. A
cultura serve como laboratório noológico, onde se pode poder observar a
formação, o florescimento dos sistemas, seus conflitos, suas simbioses, suas
trocas, suas corrupções, suas escleroses, as suas mutações, os seus
rejuvenescimentos, mas também as suas agonias.
Na história social e da
técnica do Renascimento não existia o que se poderia chamar de “economia
italiana”. Havia muitas economias, algumas diversas de âmbito regional e outras
de âmbito internacional, localizadas todas elas na unidade geográfica e espacial
da península. Duas cidades à beira de rios e duas às margens dos mares, Milão e
Florença, Genova e Veneza, formavam o quadrilátero da prosperidade da Itália
durante a Renascença. Nenhuma delas possuía população superior a 100 mil
habitantes. Mas, em contrapartida, tinham energia e disposição suficiente para
capitanear a liderança econômica da península, como tino para estenderem seus
interesses tanto para o coração da Europa em direção às cidades alemãs,
francesas a flamengas como para Constantinopla e o restante do Levante.
Dedicavam-se como atividade econômica ao comércio de luxo: seda, brocados,
âmbar, especiarias, ouro e prata, como às atividades que atendiam o consumo
cotidiano, como têxteis, tendo em vista que em Florença, além da Casa dos
Médici (cf. Abreu e Lima, 2012), foi um poderoso centro lanífero. Veneza também
acolheu uma formidável indústria naval para dar sustento ao seu império de
comunicação marítimo que se estendia pelas ilhas gregas e alcançava vários
portos do mar Negro. A comunicação marítima gerou uma burguesia pródiga,
sequiosa de ostentar posição de mando e desejosa de preservar-se através da
cultura e do patrocínio das artes.
A competição entre as
diversas cidades fez a glória dos artistas de seu tempo histórico e social,
muitos deles foram cobiçados por várias cortes que os prodigalizavam com
recursos monetários, promoção e prestígio. Não por acaso, em geografia urbana,
hinterlândia corresponde a uma área geográfica que pode se tratar de um
município ou um conjunto de municípios servida por um porto e a este conectada
por uma rede de transportes, através da qual recebe e envia mercadorias ou
passageiros do porto ou para o porto. Trata-se, portanto, da área de influência
pragmático de uma cidade portuária que, por concentrar significativa atividade
econômica, pode engendrar uma rede urbana, constituída por centros menores. O
conceito passou a ser utilizado também no caso de cidades não portuárias que
são “cabeças-de-rede”. O termo pode ser aplicado à área que circunda um centro
de comércio, ou de setor de serviços e da qual provêm os seus clientes. O
conceito foi aplicado à área de ex-colônias na África, apesar de não serem
parte da colônia, eram por ela influenciadas. A mãe de Isotta, Bianca Borromeo,
viúva e iletrada, pois seu marido havia morrido entre os anos 1425 e 1433,
providenciou para que ela e as suas irmãs Ginevra e Laura tivessem uma boa
educação, tendo aprendido latim e grego numa idade precoce, primeiro sob a
orientação de Matteo Bosso e mais tarde de Martino Rizzoni (1404-1488), um dos
mais brilhantes alunos de Guarino da Verona (1370-1460), sendo um dos mais respeitados
poetas, humanistas e pensadores italianos.
Durante a
maior parte do século XX, as bananas e o café dominaram por completo a economia
de exportação da América Central. Na década de 1930, constituíam mais de 75 por
cento das exportações da região, nos anos 1960 ainda as preenchiam em 67 por
cento. O termo “República das Bananas” tornou-se vulgar, então, para designar a
generalidade dos países da América Central, ainda que, sob o aspecto
estritamente econômico, sem conotação necessariamente depreciativa, apenas Costa
Rica, Honduras, e Panamá assim possam ser designados, já que a sua economia é,
de longe, dominada pelo comércio da banana. Muitos países da União Europeia
importam, tradicionalmente, muitas das bananas que consomem, das suas antigas
colônias das Caraíbas, garantindo-lhes preços acima dos praticados no comércio
globalizado. Desde 2005, tais Acordos estão em vias de serem revogados, devido
à pressão de grupos económicos poderosos, a maioria dos quais com sede nos
Estados Unidos. Tal alteração no comércio iria beneficiar os países produtores
da América Central, onde várias empresas norte-americanas têm interesses
estabelecidos.
Uma compilação dos nomes das espécies, subespécies, híbridos, variedades, assim como de nomes vulgares utilizados em várias línguas e etnias, é mantida na Universidade de Melbourne, Australia, demonstrando que os nomes vulgares são apenas locais e não correspondem a espécies, nem a cultivares reconhecidos. São por vezes reconhecidos quatro tipos principais de variedades de banana: a banana-prata, a banana-maçã, pequena e arredondada, a banana-caturra, também reconhecida como banana-d`água ou Cavendish, banana-figo[a] e a banana-da-terra. Entre as bananas de mesa, contam-se as variedades maçã, ouro, prata e nanica: anã, baé, caturra, ou Dwarf Cavendish. Esta última deve o seu nome ao porte da bananeira sendo, na verdade, uma banana de grande dimensão. Outras variedades incluem a banana das Canárias, a banana da Madeira, a Gros Michel, a Latacan, a Nanican e a Grande Anã. A variedade Cambuta, como é designada em Cabo Verde, uma nação localizada em um arquipélago vulcânico perto da costa Noroeste da África é resistente em climas mais frios, sendo a mais utilizada em zonas subtropicais e temperadas/quentes. A variedade Valery, introduzida pelos portugueses em São Tomé, em 1965 e depois em Angola, foi responsável por um surto na produção de bananas nesse país até 1974. A banana, enquanto verde, é constituída essencialmente por água e amido, e, por isso, seu sabor é adstringente. Contudo, por essa mesma razão, pode ser utilizada como fonte de hidratos de carbono em vários pratos. Pode ser produzida farinha a partir de bananas verdes. À medida que vão amadurecendo, o amido transforma-se em açúcares mais simples, como a glicose e a sacarose, que lhe dão o sabor doce. Além de consumida fresca, é utilizada para diversos fins. Em sobremesas de colher, citam-se o banana split, ou mesmo as bananadas, feitas com banana-anã ou com banana-prata.
Banana é também ingrediente indispensável na conhecida salada
de frutas (ainda que oxide facilmente), podendo, também, ser utilizada na
confecção de sangria. A fruta também é o principal ingrediente do chamado
banana bread, reconhecido também como “pão de banana”. Mas a banana-pão
é muito utilizada para outros fins culinários, como na confecção de “banana
chips”, uma espécie de aperitivo feito com rodelas de banana desidratada ou
frita, ou como acompanhamento de diversos pratos tradicionais. As bananas anã e
prata são frequentemente servidas cruas, misturadas com arroz e feijão ou com
outros acompanhamentos. Em alguns locais regionais do Brasil, como em Antonina
e cercanias, serve-se banana-da-terra crua acompanhando o prato típico da
região, o barreado, bem como na forma de “bala de banana”. No Rio de Janeiro e
em Pernambuco, o cozido é composto por carnes, tubérculos e legumes, além de
banana-da-terra e banana-nanica. No Sul de Minas Gerais, é famoso o “virado de
banana-nanica”, que conta também com farinha de milho e queijo mineiro. No
litoral Norte de São Paulo, o prato principal da culinária caiçara
chama-se “azul-marinho” e é constituído por “postas de peixe cozidas com
banana-nanica verde sem casca, acompanhadas de pirão feito com o caldo do
peixe, banana cozida amassada e farinha de mandioca”. Estas comunidades tradicionalmente
produzem, o aperitivo ou bebida, aguardente de banana. Banana serve para
a fabricação de outras bebidas, como a cerveja de banana. Esta bebida alcoólica
é importante para a renda de países como a República Democrática do Congo.
A banana-anã é ainda utilizada para assar. A banana-maçã é indicada para problemas intestinais, ao aumentar facilmente o volume da massa fecal, ainda que possa causar aparente obstipação. A produção de sumo a partir de banana é dificultada pelo fato de se produzir apenas polpa quando o fruto é esmagado. Assim, não é possível obter “verdadeiro” sumo de banana, ainda que a polpa possa ser misturada ao sumo de outros frutos. Existem sumos fermentados a partir da polpa. Esta pode ainda ser utilizada na confecção de diversas compotas especialmente com banana-figo e banana-anã. Existem relatos de que seria usada, esmagada com mel, como remédio contra a icterícia em determinadas regiões asiáticas onde o rizoma da bananeira é utilizado para o mesmo fim. Apesar de parecer não utilizável, a casca da banana contém vários nutrientes, açúcares naturais como a glicose e sacarose e minerais. Com isso, pode ser aproveitada no consumo alimentício, proporcionando baixo custo sem deixar para trás o bom paladar. É ainda muito utilizada na alimentação de animais. É proverbial seu uso na alimentação dos macacos. Salienta-se que a banana não deve ser utilizada como única fonte de alimentação de macacos, pois contém pouco cálcio e muito fósforo, causando desequilíbrio alimentar comum, que prejudica a formação e a manutenção da estrutura óssea dos animais. A bananeira tem sido uma fonte de fibra para tecidos de alta qualidade. No Japão, o cultivo de banana histórica e culturalmente para vestuário e uso doméstico remonta pelo menos ao século XIII.
No
sistema japonês, folhas e brotos são cortados a partir da planta periodicamente
para garantir a suavidade. Brotos colhidos são cozidos em primeiro em soda
cáustica para preparar fibras para fazer fios têxteis. Esses brotos de banana
produzem fibras de diferentes graus de maciez, produzindo fios e tecidos com
diferentes qualidades para usos específicos. Por exemplo, as fibras
ultraperiféricas da brotos são mais rudes, sendo adequados para toalhas de
mesa, enquanto as fibras mais suaves da parte interna são desejáveis para
quimonos e hakamas. Este tradicional processo japonês de fazer roupas requer muitos
passos, todos feitos à mão. No sistema nepalês, ao contrário, o tronco é
colhido e pequenos pedaços são submetidos a um processo de amaciamento,
extração de fibras mecânicas, branqueamento e secagem. A seguir, enviam-se as
fibras para o Vale de Katmandu, para uso em tapetes de seda com textura
semelhante. Esses tapetes de fibra de bananeira são tecidos a mão pelos
tradicionais métodos nepaleses e suas vendas são certificadas. Apesar de o
consumo das bananas ser prático e simples, o seu transporte é delicado e requer
cuidados especiais, pois amadurece quando retirada de seu cacho e amassa com
facilidade por ter uma casca não muito resistente. Além disso, como é uma fruta
muito aromática, transfere o seu odor para objetos que com ela entrem em
contato. A maior parte da produção para o mercado interno é constituída por
bananas verdes para cozinhar ou bananas-pão - as variedades utilizadas como
fruta são facilmente danificadas durante o seu transporte, mesmo quando
transportadas apenas no seu país de origem.
As variedades
comerciais de sobremesa mais consumidas nas regiões temperadas são as espécies
Musa acuminata ou o gênero híbrido Musa X paradisíaca que são importadas em
larga escala dos trópicos. São muito populares também devido ao fato de
constituírem uma fruta não sazonal, que pode ser consumida fresca durante todo
o ano. No comércio global, a variedade de cultivo de maior importância econômica
é, de longe, a chamada banana banana-cavendish, banana-caturra, em cultura
lusófona, que superou em popularidade, na década de 1950, a variedade Gros
Michel, depois de esta ter sido dizimada pelo mal-do-panamá, um fungo que
atacava raízes das bananeiras e mata bananeiras, podendo inviabilizar áreas de
cultivo por muitos anos. Seus sintomas incluem o amarelecimento e murcha das
folhas, que terminam se quebrando e formando uma aparência de “guarda-chuva”. A
disseminação ocorre principalmente por meio de mudas contaminadas, água e solo
infectado. Tal como acontece com outros tipos de fruta, é comum que o mercado
internacional seja monopolizado por pouco mais de uma variedade. Isso não se
deve, contudo, ao sabor, mas às facilidades de transporte e de duração em
armazenamento: de facto, as variedades mais comercializadas raramente são mais
saborosas que outras menos cultivadas por razões económicas. As infrutescências
(cachos) são colhidas quando estão desenvolvidas, se se destinarem ao mercado
interno. Para exportação, são colhidas ainda verdes e com cerca de 3/4 que poderiam atingir, em armazéns para esse efeito no país
onde serão consumidas.
O momento da colheita
exige grandes cuidados de modo a não machucar as bananas que perdem atratividade
e qualidade se apresentarem manchas provocadas pelos choques. Os cachos são,
então, despencados, ou seja, separados nas pencas que os constituem,
rejeitando-se as pencas das extremidades com cerca de 25 % da produção, por
serem mais sujeitas aos choques durante o seu transporte, bem como pela sua
forma e tamanho pouco adequado para a comercialização e para um eficaz
acondicionamento. Esses excedentes podem ser utilizados pela indústria
transformadora de alimentos, na produção de “purés”, polpas para a confecção de
sumos sendo fermentados ou não ou na alimentação de animais. Em muitos casos,
os excedentes são, simplesmente, deitados fora. As pencas são postas, então, em
repouso para que exsudem a seiva em excesso, sendo depois lavadas e mergulhadas
numa solução fungicida que evitará o apodrecimento a partir dos cortes. As
pencas podem ainda ser cortadas em grupos (clusters) menores, de modo a
aumentar a quantidade de fruta embalada por unidade de volume, no sentido
fordista, geral em caixas de cartão que podem ser envolvidas por sacos de
polietileno e que são embarcadas, salvo raras exceções, nos chamados “barcos
fruteiros”. Para retardar o amadurecimento, in statu nascendi é
necessário renovar o ar no local de transporte, para retirar o etileno, hormona
produzida pelas bananas e que acelera a sua maturação.
Para induzir o
amadurecimento das bananas, o ambiente do armazém pode ser preenchido com
etileno. Contudo, se o fruto for comercializado verde, permitindo a maturação
mais lenta, o sabor tornar-se-á mais agradável, e a polpa, mais firme, ainda
que a casca possa ficar manchada de amarelo escura ou castanho. O sabor e a
textura são, assim, afetados pela temperatura em que amadurecem. No transporte,
elas são expostas a uma temperatura de cerca de 12 °C e a uma humidade relativa
próxima da saturação. Em temperaturas mais baixas, contudo, a maturação é
definitivamente inibida e as frutas tornam-se cinzentas. O plantio da banana é realizado
por mudas e a colheita dos primeiros cachos ocorre entre 12 a 18 meses,
dependendo do clima, variedade, fertilidade do solo, estado de sanidade
da planta e tratos culturais. As bananas constituem o alimento básico de
milhões de pessoas em vários países economicamente em via de
desenvolvimento. Em determinados países tropicais a banana verde (não madura) é
largamente utilizada da mesma forma que as batatas em outros países, podendo
ser fritas, cozidas, assadas, guisadas etc. De fato, as bananas assim
utilizadas são semelhantes à batata, não apenas no sabor e na textura, como a
nível de composição nutricional e calórica. Em 2005, a Índia liderou a produção
mundial de bananas, representando cerca de 23% da produtividade mundial - sendo
que a maioria se destina ao consumo interno.
País em desenvolvimento
ou país emergente são termos geralmente usados para descrever um país que
possui um padrão de vida entre baixo e médio, uma base industrial em
desenvolvimento e um Índice de Desenvolvimento Humano variando entre médio e
elevado. A classificação de países é difícil, visto que não existe uma única
definição internacionalmente reconhecida de país desenvolvido e os níveis de
desenvolvimento, econômico e social, podem variar muito dentro do grupo dos países
em desenvolvimento, sendo comparativamente que alguns desses países possuem
alto padrão de vida médio. Algumas organizações internacionais, como o Banco
Mundial, utilizam classificações estritamente numéricas considerando todos os
países com renda baixa e média como “em desenvolvimento”. Os países com
economias mais avançadas do que outras nações em desenvolvimento, mas que ainda
não demonstraram sinais plenos de desenvolvimento, são agrupados sob a
designação de países recentemente industrializados. A econometria é a área que
utiliza métodos estatísticos e matemáticos para analisar dados e testar
hipóteses e prever tendências. Ela combina a teoria econômica e análise quantitativa
para dar um embasamento científico e mensurável às poderosas relações,
transformando ideias qualitativas em relações quantitativas e ajudando na
tomada de decisões.
Os quatro países que
mais exportam, contudo, são o Equador, a Costa Rica, as Filipinas, e a
Colômbia, que somam cerca de dois terços das exportações mundiais, exportando
cada um mais de um milhão de toneladas. De acordo com as estatísticas da FAO,
só o Equador é responsável por mais de 30 por cento das exportações globais. A
maioria dos produtores, por todo o mundo praticam, contudo, uma agricultura de
baixa escala e de subsistência - consumo próprio e venda e mercados locais. Já
que as bananas são uma fruta não sazonal, estão disponíveis durante todo o ano,
pelo que podem ser utilizadas durante as estações mais susceptíveis de escassez
alimentar - alturas em que o produto de uma colheita já foi consumido enquanto
que o produto da seguinte ainda não está disponível. É por esta razão que o
cultivo de banana tem uma importância fulcral em qualquer sistema sustentado de
luta contra a fome. Nos últimos anos, a competição a nível de preços por parte
dos supermercados tem diminuído ainda mais as já baixas margens de lucro da
maioria dos produtores de banana. As principais empresas do ramo, como
Chiquita, Fresh Del Monte Produce, Dole Food Company e Fyffes têm as suas
próprias plantações no Equador, na Colômbia, na Costa Rica e Honduras. Tais
plantações exigem grande e intensivo investimento de capital e aplicação
tecnológica de know How, tornando os proprietários das lucrativas
plantações extremamente influentes no mercado em nível econômico e político nos
seus países, em detrimento dos pequenos produtores. Isso justifica o fato de
estarem disponíveis como artigo de “comércio justo” em alguns países.
O plantio da banana é realizado
por mudas e a colheita dos primeiros cachos ocorre entre 12 a 18 meses,
dependendo do clima, variedade, fertilidade do solo, estado de sanidade da
planta e tratos culturais. As bananas constituem o alimento básico de milhões
de pessoas em vários países “em via de desenvolvimento”. Em determinados países
tropicais a banana verde (não madura) é largamente utilizada da mesma forma que
as batatas em outros países, podendo ser fritas, cozidas, assadas, guisadas
etc. De facto, as bananas assim utilizadas são semelhantes à batata, não apenas
no sabor e na textura, como a nível de composição nutricional e calórica. Em
2005, a Índia liderou a produção mundial de bananas, representando cerca de 23%
da produtividade mundial - sendo que a maioria se destina ao consumo interno.
Os quatro países que mais exportam, contudo, são respectivamente o Equador, a
Costa Rica, as Filipinas, e a Colômbia, que somam cerca de dois terços das
exportações mundiais, exportando cada um mais de 1 milhão de toneladas. De
acordo com as estatísticas da Food and Agriculture Organization (FAO), ou, Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura, só o Equador produz de 30 % das exportações. A maioria dos produtores praticam
uma agricultura de baixa escala e de subsistência - consumo próprio e venda e
mercados locais. Tendo em vista que as bananas são uma fruta não sazonal, estão
disponíveis durante todo o ano, pelo que podem ser utilizadas durante as
estações mais susceptíveis de escassez alimentar, dialeticamente em que o
produto da colheita já foi consumido, enquanto que o produto da seguinte ainda
não está disponível. É por esta razão que o cultivo de banana tem uma
importância fulcral em qualquer sistema sustentado de luta contra a fome.
Nos últimos anos, a
competição a nível de preços por parte dos supermercados tem diminuído ainda
mais as já baixas margens de lucro da maioria dos produtores de banana. As
principais empresas do ramo, como Chiquita, Fresh Del Monte Produce, Dole Food
Company e Fyffes têm as suas próprias plantações no Equador, na Colômbia, na
Costa Rica e Honduras. Tais plantações exigem grande e intensivo investimento
de capital e de know How, tornando os proprietários das grandes e
lucrativas plantações extremamente influentes em nível económico e político nos
seus países, em detrimento dos pequenos produtores. Isso justifica o fato de
estarem disponíveis como artigo de “comércio justo” em alguns países. O
comércio global de bananas tem uma longa história que começou com a fundação da
United Fruit Company (Chiquita), no final do século XIX. Durante a maior
parte do século XX, as bananas e o café dominaram por completo a economia de
exportação da América Central. Na década de 1930, constituíam mais de 75 % das
exportações da região, nos anos 1960 ainda as preenchiam em 67 %. O termo
"República das Bananas" tornou-se vulgar, então, para designar a
generalidade dos países da América Central, ainda que, sob o aspecto
estritamente económico (sem conotação necessariamente depreciativa) apenas
Costa Rica, Honduras, e Panamá possam ser designados, já que a sua
economia é, de longe, dominada pelo comércio da banana.
Muitos países da União
Europeia (UE) importam, tradicionalmente, muitas das bananas que consomem, das suas
antigas colónias das Caraíbas, garantindo-lhes preços acima dos praticados no
comércio global. Desde 2005, tais Acordos estão em vias de serem revogados,
devido à pressão de grupos económicos poderosos, a maioria dos quais com sede
nos Estados Unidos. Tal alteração no comércio iria beneficiar os países
produtores da América Central, onde várias empresas norte-americanas têm
interesses estabelecidos. A banana é o segundo fruto mais produzido atrás da
laranja e consumido no Brasil, tanto como sobremesa como acompanhamento nas
refeições, ainda que ocupe apenas 0,87 % do total das despesas de alimentação
dos brasileiros em geral; surge daí a expressão ideológica “a preço de banana”
para referir que algo é pouco dispendioso. Em termos gerais, ainda que as
condições naturais permitam uma produção de alta qualidade, é corrente afirmar
que existe baixa eficiência na produção e no manejo pós-colheita. Em
2018, o Brasil produziu 6,7 milhões de toneladas de banana em 461.751 hectares,
sendo o 4º maior produtor do mundo, se considerarmos apenas as bananas comuns;
somando-se a produção de plantain (banana-da-terra), o país é o 7º maior
produtor mundial de bananas, no geral. O estado que mais produz é São Paulo com
1 milhão de toneladas, seguido por Bahia com 828 mil toneladas, Minas Gerais com
825 mil toneladas, Santa Catarina com 723 mil toneladas e Pernambuco com 491
mil toneladas, entre outros. Todos os estados do Brasil têm produção de banana.
Ao contrário de outros países, que plantam banana para exportar, 98% da
colheita brasileira de banana abastece o mercado interno.
Bibliografia Geral Consultada.
CHAMPION, Jean, Botanique et Génétique
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de Mestrado. Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias. Campos dos Goytacazes:
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, 2016; entre outros.
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