sexta-feira, 18 de março de 2016

Banana – América Latina, República das Bananas & Coração da Bananeira.

 A fruta mais descarada da espécie vegetal, exibicionista, safada, preferência nacional”. Sônia Carneiro Leão                         

         República das bananas é um termo pejorativo para um país dito subdesenvolvido, politicamente instável, submisso a um país rico e frequentemente com um governante corrompido e opressor, revolucionário ou não, ou por uma junta militar. Sua economia é, em grande parte, dependente da exportação de monoculturas, tais como bananas, café, laranjas ou cana-de-açúcar, ou até mesmo a extração de minerais. Normalmente, tem classes sociais estratificadas, incluindo uma grande e empobrecida classe trabalhadora e uma plutocracia que compreende as elites de negócios, política e militares, embora o nível de desigualdade social das Américas Central e do Sul seja, atualmente, menor do que em alguns países desenvolvidos. Esta oligarquia controla as produções do setor primário e, assim, explora a economia do país. O termo foi criado por O. Henry, um humorista e cronista estadunidense. William Sydney Porter (1862-1910), mais reconhecido pelo pseudônimo O. Henry, foi um escritor americano conhecido principalmente por seus contos, embora também tenha escrito poesia e não ficção. Suas obras incluem " O Presente dos Magos ", " A Duplicidade de Hargraves " e " O Resgate do Chefe Vermelho ", além do romance " Repolhos e Reis" . Os contos de Porter são conhecidos por suas observações naturalistas , narrativa espirituosa e finais surpreendentes .Originalmente, o termo referia-se a Honduras e foi apresentado no livro de contos curtos Cabbages and Kings, de 1904, ambientados na América Central. “República”, nessa conjuntura política, no sentido marxista, era também um eufemismo de “ditadura”. Alguns trechos do livro nos quais o termo é usado são: “Na constituição desta pequena e marítima república bananeira havia uma secção esquecida”;  tínhamos com quase todos os países estrangeiros exceto Bélgica e essa República bananeira, Anchuria. 

         O termo fortaleceu-se devido à forte presença das empresas estadunidenses United Fruit Company e Standard Fruit, que dominavam a produção de frutas como bananas e abacaxis nos países da América Central e Caribe, especialmente Honduras.  A exportação de frutas era a grande fonte de riqueza destes países. Assim, as companhias tinham grande poder sobre a economia local destes países e, quando estes países não respondiam aos interesses das companhias, as empresas utilizavam-se da força para garanti-los. Exemplo disso foi quando, em 1910, um barco partiu de Nova Orleans rumo a Honduras com o objetivo de instalar um novo presidente pela força, pois o governo daquele país não cortara os impostos cobrados da companhia. O novo presidente empossado permitiu que a empresa ficasse livre de pagar impostos durante 25 anos. As duas ditaduras sul-americanas fictícias criadas por Hergé (1930) para cenário de algumas aventuras de Tintim, San Theodoros e Nuevo Rico, são exemplos perfeitos da arquetípica República das Bananas. O conceito foi explorado no filme Bananas, de 1971, que se passa na fictícia San Marcos. Em 2016, após um período de instabilidades e disputas políticas no Brasil, o cartunista Carlos Latuff satirizou o período com um formato de brasão da república em cujo ramo de café foi substituído por bananas. O cultivo de bananas pelo Homem teve início no Sudeste da Ásia. 

Existem ainda muitas espécies de banana selvagem na Nova Guiné, na Malásia, Indonésia e Filipinas. Indícios arqueológicos e paleoambientais recentemente revelados em Kuk Swamp, na província das Terras Altas Ocidentais da Nova Guiné, sugerem que esta atividade remonta pelo menos a até 5 000 a.C., ou mesmo a até 8 000 a. C. Tais dados tornam, esse local, “o berço do cultivo de bananas”. É provável, contudo, que outras espécies de banana selvagem tenham sido objeto de cultivo posteriormente, noutros locais do Sudeste asiático. A banana é mencionada em documentos escritos, pela primeira vez na história, em textos budistas de cerca de 600 a. C. Sabe-se que Alexandre, o Grande comeu bananas nos vales da Índia em 327 a.C. Só se encontram, porém, plantações organizadas de banana a partir do século III na China. Em 650, os conquistadores Islâmicos levaram-na à Palestina. Foram, provavelmente, os mercadores árabes que a divulgaram por grande parte de África, provavelmente até à Gâmbia. A palavra banana teve origem na África Ocidental e, adotada pelos portugueses e espanhóis, veio a ser usada, por exemplo, na língua inglesa. Nos séculos XV e XVI, colonizadores portugueses começaram a plantação sistemática de bananais nas ilhas atlânticas, no Brasil e na costa ocidental africana. Mas elas permaneceram desconhecidas, por muito tempo, da maior parte da população europeia. Júlio Verne (1828-1905), na obra “A Volta ao Mundo em Oitenta Dias” (1872), descreve-a detalhadamente, pois sabe que grande parte dos seus leitores a desconhece.

                                


            É próprio da concepção de teoria per se admitir a crítica externa, conforme as regras aceita pela continuidade que cuida, suscita e critica as teorias. O campo de existência das teorias é recente e frágil. Constituiu-se pela primeira vez há vinte séculos em Atenas, onde a instauração da filosofia abriu uma esfera livre de debate de ideias sem sanção, exclusão, nem liquidação dos participantes. Depois, a ciência europeia criou o seu próprio campo, onde toda teoria deve obedecer às regras empíricas, regras lógicas limitadoras e aceitar a verificabilidade que poderiam desmenti-las. Um sistema de ideias permanece teoria enquanto aceita a regra do jogo competitivo e crítico, enquanto manifesta maleabilidade interna: capacidade de adaptação e modificação na articulação entre seus subsistemas, assim como a possibilidade de abandonar um subsistema e de substituí-los por outro. Uma teoria é capaz de modificar as suas variáveis que se definem nos termos do seu sistema de pensamento. Em consequência, as características fechadas dela são contrabalanceadas pela busca de concordância entre a coerência e dos dados que evidencia: é isso que constitui a racionalidade. Depende da interpretação daqueles que habitam o mundo onde se aplica. A teoria sobrevive das trocas simbólicas, linguísticas e científicas com o mundo real da imaginação humana. Enquanto teoria metaboliza o real para sobreviver. O tipo aberto é ligado às regras pluralísticas estruturais que alimenta.

As esferas filosófica e científica são de existência democrática em geral para as teorias da sociedade. Dizer concepção de abertura teórica necessita de condições externas favoráveis significa dizer que todas as formas de sistema de ideias tendem a fechar-se por si mesmo. O dogmatismo e a ortodoxia não são tendências naturais, contrabalançadas somente por condições sociais exteriores. Racionalidade e racionalização têm um mesmo tronco comum, a busca de coerência. Mas, enquanto a racionalidade está aberta ao que resiste à lógica e mantém o diálogo com o real, a racionalização integra à força o real na lógica do sistema e crê, então, possuí-lo. Essa tendência racionalizadora equivale aqui à profunda tendência idealista de todo sistema de ideias a absorver a realidade que nomeia, designa, descreve, explica. Sob certo ponto de vista noológico, os sistemas de ideias não se alimentam somente de energias e paixões humanas, evidenciadas pela tradição do empirismo lógico. Ipso facto no âmbito da formação da complexidade centrifugam e esvaziam o real que evidenciam. Desvelando as “leis” que governam o mundo, as teorias da ciência aspiram à soberania dessas leis. A inveterada tendência a tomar o mapa pelo território, a palavra pela coisa, a ideia pela realidade, depende do espírito humano, de sua aptidão crítica e autocrítica, favorecida pelas situações pluralistas e abertas. O “remédio” só pode estar na abertura do sistema, o qual depende da abertura do espírito humano.

A partir do ideário do Renascimento, o mundo é requestionado (cf. Hale, 2003); depois que Cristóvão Colombo (1451-1506) do chão aumentou a Terra e Copérnico e Galileu diminuíram-na no céu. Deus é requestionado, assim como o homem; a interdependência dessas reflexões determina uma problematização generalizada, de fato alongada. A perda dos antigos fundamentos de inteligibilidade e de crença suscita a procura incessante de novos fundamentos e a formação ininterrupta de novos sistemas filosóficos, os quais levantam mais questões do que fornecem respostas, o que relança em constante permanência a busca. E, assim, a noosfera filosófica europeia desenvolve-se com uma intensidade prodigiosa apresentando duas faces opostas e atreladas: de um lado, uma atividade critica, que já não se exerce apenas, nem principalmente, sobre a religião, mas sobre os próprios sistemas racionais (racionalizadores), sobre as ideias dominantes, os princípios, os fundamentos; por outro lado, a elaboração ininterrupta de sistemas, até o maior de todos, Friedrich  Hegel; a partir dele a história da filosofia será um corpo a corpo sem tréguas entre o pensamento antissistemático. A cultura serve como laboratório noológico, onde se pode poder observar a formação, o florescimento dos sistemas, seus conflitos, suas simbioses, suas trocas, suas corrupções, suas escleroses, as suas mutações, os seus rejuvenescimentos, mas também as suas agonias.

Na história social e da técnica do Renascimento não existia o que se poderia chamar de “economia italiana”. Havia muitas economias, algumas diversas de âmbito regional e outras de âmbito internacional, localizadas todas elas na unidade geográfica e espacial da península. Duas cidades à beira de rios e duas às margens dos mares, Milão e Florença, Genova e Veneza, formavam o quadrilátero da prosperidade da Itália durante a Renascença. Nenhuma delas possuía população superior a 100 mil habitantes. Mas, em contrapartida, tinham energia e disposição suficiente para capitanear a liderança econômica da península, como tino para estenderem seus interesses tanto para o coração da Europa em direção às cidades alemãs, francesas a flamengas como para Constantinopla e o restante do Levante. Dedicavam-se como atividade econômica ao comércio de luxo: seda, brocados, âmbar, especiarias, ouro e prata, como às atividades que atendiam o consumo cotidiano, como têxteis, tendo em vista que em Florença, além da Casa dos Médici (cf. Abreu e Lima, 2012), foi um poderoso centro lanífero. Veneza também acolheu uma formidável indústria naval para dar sustento ao seu império de comunicação marítimo que se estendia pelas ilhas gregas e alcançava vários portos do mar Negro. A comunicação marítima gerou uma burguesia pródiga, sequiosa de ostentar posição de mando e desejosa de preservar-se através da cultura e do patrocínio das artes.

A competição entre as diversas cidades fez a glória dos artistas de seu tempo histórico e social, muitos deles foram cobiçados por várias cortes que os prodigalizavam com recursos monetários, promoção e prestígio. Não por acaso, em geografia urbana, hinterlândia corresponde a uma área geográfica que pode se tratar de um município ou um conjunto de municípios servida por um porto e a este conectada por uma rede de transportes, através da qual recebe e envia mercadorias ou passageiros do porto ou para o porto. Trata-se, portanto, da área de influência pragmático de uma cidade portuária que, por concentrar significativa atividade econômica, pode engendrar uma rede urbana, constituída por centros menores. O conceito passou a ser utilizado também no caso de cidades não portuárias que são “cabeças-de-rede”. O termo pode ser aplicado à área que circunda um centro de comércio, ou de setor de serviços e da qual provêm os seus clientes. O conceito foi aplicado à área de ex-colônias na África, apesar de não serem parte da colônia, eram por ela influenciadas. A mãe de Isotta, Bianca Borromeo, viúva e iletrada, pois seu marido havia morrido entre os anos 1425 e 1433, providenciou para que ela e as suas irmãs Ginevra e Laura tivessem uma boa educação, tendo aprendido latim e grego numa idade precoce, primeiro sob a orientação de Matteo Bosso e mais tarde de Martino Rizzoni (1404-1488), um dos mais brilhantes alunos de Guarino da Verona (1370-1460), sendo um dos mais respeitados poetas, humanistas e pensadores italianos.  O comércio global de bananas tem uma história pontual que começou com a fundação da United Fruit Company (Chiquita), no final do século XIX.

     

            Durante a maior parte do século XX, as bananas e o café dominaram por completo a economia de exportação da América Central. Na década de 1930, constituíam mais de 75 por cento das exportações da região, nos anos 1960 ainda as preenchiam em 67 por cento. O termo “República das Bananas” tornou-se vulgar, então, para designar a generalidade dos países da América Central, ainda que, sob o aspecto estritamente econômico, sem conotação necessariamente depreciativa, apenas Costa Rica, Honduras, e Panamá assim possam ser designados, já que a sua economia é, de longe, dominada pelo comércio da banana. Muitos países da União Europeia importam, tradicionalmente, muitas das bananas que consomem, das suas antigas colônias das Caraíbas, garantindo-lhes preços acima dos praticados no comércio globalizado. Desde 2005, tais Acordos estão em vias de serem revogados, devido à pressão de grupos económicos poderosos, a maioria dos quais com sede nos Estados Unidos. Tal alteração no comércio iria beneficiar os países produtores da América Central, onde várias empresas norte-americanas têm interesses estabelecidos.

Uma compilação dos nomes das espécies, subespécies, híbridos, variedades, assim como de nomes vulgares utilizados em várias línguas e etnias, é mantida na Universidade de Melbourne, Australia, demonstrando que os nomes vulgares são apenas locais e não correspondem a espécies, nem a cultivares reconhecidos. São por vezes reconhecidos quatro tipos principais de variedades de banana: a banana-prata, a banana-maçã, pequena e arredondada, a banana-caturra, também reconhecida como banana-d`água ou Cavendish, banana-figo[a] e a banana-da-terra. Entre as bananas de mesa, contam-se as variedades maçã, ouro, prata e nanica: anã, baé, caturra, ou Dwarf Cavendish. Esta última deve o seu nome ao porte da bananeira sendo, na verdade, uma banana de grande dimensão. Outras variedades incluem a banana das Canárias, a banana da Madeira, a Gros Michel, a Latacan, a Nanican e a Grande Anã. A variedade Cambuta, como é designada em Cabo Verde, uma nação localizada em um arquipélago vulcânico perto da costa Noroeste da África é resistente em climas mais frios, sendo a mais utilizada em zonas subtropicais e temperadas/quentes. A variedade Valery, introduzida pelos portugueses em São Tomé, em 1965 e depois em Angola, foi responsável por um surto na produção de bananas nesse país até 1974. A banana, enquanto verde, é constituída essencialmente por água e amido, e, por isso, seu sabor é adstringente. Contudo, por essa mesma razão, pode ser utilizada como fonte de hidratos de carbono em vários pratos. Pode ser produzida farinha a partir de bananas verdes. À medida que vão amadurecendo, o amido transforma-se em açúcares mais simples, como a glicose e a sacarose, que lhe dão o sabor doce. Além de consumida fresca, é utilizada para diversos fins. Em sobremesas de colher, citam-se o banana split, ou mesmo as bananadas, feitas com banana-anã ou com banana-prata. 

Banana é também ingrediente indispensável na conhecida salada de frutas (ainda que oxide facilmente), podendo, também, ser utilizada na confecção de sangria. A fruta também é o principal ingrediente do chamado banana bread, reconhecido também como “pão de banana”. Mas a banana-pão é muito utilizada para outros fins culinários, como na confecção de “banana chips”, uma espécie de aperitivo feito com rodelas de banana desidratada ou frita, ou como acompanhamento de diversos pratos tradicionais. As bananas anã e prata são frequentemente servidas cruas, misturadas com arroz e feijão ou com outros acompanhamentos. Em alguns locais regionais do Brasil, como em Antonina e cercanias, serve-se banana-da-terra crua acompanhando o prato típico da região, o barreado, bem como na forma de “bala de banana”. No Rio de Janeiro e em Pernambuco, o cozido é composto por carnes, tubérculos e legumes, além de banana-da-terra e banana-nanica. No Sul de Minas Gerais, é famoso o “virado de banana-nanica”, que conta também com farinha de milho e queijo mineiro. No litoral Norte de São Paulo, o prato principal da culinária caiçara chama-se “azul-marinho” e é constituído por “postas de peixe cozidas com banana-nanica verde sem casca, acompanhadas de pirão feito com o caldo do peixe, banana cozida amassada e farinha de mandioca”. Estas comunidades tradicionalmente produzem, o aperitivo ou bebida, aguardente de banana. Banana serve para a fabricação de outras bebidas, como a cerveja de banana. Esta bebida alcoólica é importante para a renda de países como a República Democrática do Congo. A banana-da-terra e a banana-figo são utilizadas fritas, tal como a banana-anã, que deve, contudo, ser preparada “à milanesa”, isto é, passada por ovo batido e, depois, por farinha de trigo e farinha de rosca antes de ser frita, caso contrário, desmancha-se durante a fritura.

 A banana-anã é ainda utilizada para assar. A banana-maçã é indicada para problemas intestinais, ao aumentar facilmente o volume da massa fecal, ainda que possa causar aparente obstipação. A produção de sumo a partir de banana é dificultada pelo fato de se produzir apenas polpa quando o fruto é esmagado. Assim, não é possível obter “verdadeiro” sumo de banana, ainda que a polpa possa ser misturada ao sumo de outros frutos. Existem sumos fermentados a partir da polpa. Esta pode ainda ser utilizada na confecção de diversas compotas especialmente com banana-figo e banana-anã. Existem relatos de que seria usada, esmagada com mel, como remédio contra a icterícia em determinadas regiões asiáticas onde o rizoma da bananeira é utilizado para o mesmo fim. Apesar de parecer não utilizável, a casca da banana contém vários nutrientes, açúcares naturais como a glicose e sacarose e minerais. Com isso, pode ser aproveitada no consumo alimentício, proporcionando baixo custo sem deixar para trás o bom paladar. É ainda muito utilizada na alimentação de animais. É proverbial seu uso na alimentação dos macacos. Salienta-se que a banana não deve ser utilizada como única fonte de alimentação de macacos, pois contém pouco cálcio e muito fósforo, causando desequilíbrio alimentar comum, que prejudica a formação e a manutenção da estrutura óssea dos animais. A bananeira tem sido uma fonte de fibra para tecidos de alta qualidade. No Japão, o cultivo de banana histórica e culturalmente para vestuário e uso doméstico remonta pelo menos ao século XIII. 

No sistema japonês, folhas e brotos são cortados a partir da planta periodicamente para garantir a suavidade. Brotos colhidos são cozidos em primeiro em soda cáustica para preparar fibras para fazer fios têxteis. Esses brotos de banana produzem fibras de diferentes graus de maciez, produzindo fios e tecidos com diferentes qualidades para usos específicos. Por exemplo, as fibras ultraperiféricas da brotos são mais rudes, sendo adequados para toalhas de mesa, enquanto as fibras mais suaves da parte interna são desejáveis para quimonos e hakamas. Este tradicional processo japonês de fazer roupas requer muitos passos, todos feitos à mão. No sistema nepalês, ao contrário, o tronco é colhido e pequenos pedaços são submetidos a um processo de amaciamento, extração de fibras mecânicas, branqueamento e secagem. A seguir, enviam-se as fibras para o Vale de Katmandu, para uso em tapetes de seda com textura semelhante. Esses tapetes de fibra de bananeira são tecidos a mão pelos tradicionais métodos nepaleses e suas vendas são certificadas. Apesar de o consumo das bananas ser prático e simples, o seu transporte é delicado e requer cuidados especiais, pois amadurece quando retirada de seu cacho e amassa com facilidade por ter uma casca não muito resistente. Além disso, como é uma fruta muito aromática, transfere o seu odor para objetos que com ela entrem em contato. A maior parte da produção para o mercado interno é constituída por bananas verdes para cozinhar ou bananas-pão - as variedades utilizadas como fruta são facilmente danificadas durante o seu transporte, mesmo quando transportadas apenas no seu país de origem.

As variedades comerciais de sobremesa mais consumidas nas regiões temperadas são as espécies Musa acuminata ou o gênero híbrido Musa X paradisíaca que são importadas em larga escala dos trópicos. São muito populares também devido ao fato de constituírem uma fruta não sazonal, que pode ser consumida fresca durante todo o ano. No comércio global, a variedade de cultivo de maior importância econômica é, de longe, a chamada banana banana-cavendish, banana-caturra, em cultura lusófona, que superou em popularidade, na década de 1950, a variedade Gros Michel, depois de esta ter sido dizimada pelo mal-do-panamá, um fungo que atacava raízes das bananeiras e mata bananeiras, podendo inviabilizar áreas de cultivo por muitos anos. Seus sintomas incluem o amarelecimento e murcha das folhas, que terminam se quebrando e formando uma aparência de “guarda-chuva”. A disseminação ocorre principalmente por meio de mudas contaminadas, água e solo infectado. Tal como acontece com outros tipos de fruta, é comum que o mercado internacional seja monopolizado por pouco mais de uma variedade. Isso não se deve, contudo, ao sabor, mas às facilidades de transporte e de duração em armazenamento: de facto, as variedades mais comercializadas raramente são mais saborosas que outras menos cultivadas por razões económicas. As infrutescências (cachos) são colhidas quando estão desenvolvidas, se se destinarem ao mercado interno. Para exportação, são colhidas ainda verdes e com cerca de 3/4 que poderiam atingir, em armazéns  para esse efeito no país onde serão consumidas.

               

O momento da colheita exige grandes cuidados de modo a não machucar as bananas que perdem atratividade e qualidade se apresentarem manchas provocadas pelos choques. Os cachos são, então, despencados, ou seja, separados nas pencas que os constituem, rejeitando-se as pencas das extremidades com cerca de 25 % da produção, por serem mais sujeitas aos choques durante o seu transporte, bem como pela sua forma e tamanho pouco adequado para a comercialização e para um eficaz acondicionamento. Esses excedentes podem ser utilizados pela indústria transformadora de alimentos, na produção de “purés”, polpas para a confecção de sumos sendo fermentados ou não ou na alimentação de animais. Em muitos casos, os excedentes são, simplesmente, deitados fora. As pencas são postas, então, em repouso para que exsudem a seiva em excesso, sendo depois lavadas e mergulhadas numa solução fungicida que evitará o apodrecimento a partir dos cortes. As pencas podem ainda ser cortadas em grupos (clusters) menores, de modo a aumentar a quantidade de fruta embalada por unidade de volume, no sentido fordista, geral em caixas de cartão que podem ser envolvidas por sacos de polietileno e que são embarcadas, salvo raras exceções, nos chamados “barcos fruteiros”. Para retardar o amadurecimento, in statu nascendi é necessário renovar o ar no local de transporte, para retirar o etileno, hormona produzida pelas bananas e que acelera a sua maturação.

Para induzir o amadurecimento das bananas, o ambiente do armazém pode ser preenchido com etileno. Contudo, se o fruto for comercializado verde, permitindo a maturação mais lenta, o sabor tornar-se-á mais agradável, e a polpa, mais firme, ainda que a casca possa ficar manchada de amarelo escura ou castanho. O sabor e a textura são, assim, afetados pela temperatura em que amadurecem. No transporte, elas são expostas a uma temperatura de cerca de 12 °C e a uma humidade relativa próxima da saturação. Em temperaturas mais baixas, contudo, a maturação é definitivamente inibida e as frutas tornam-se cinzentas. O plantio da banana é realizado por mudas e a colheita dos primeiros cachos ocorre entre 12 a 18 meses, dependendo do clima, variedade, fertilidade do solo, estado de sanidade da planta e tratos culturais. As bananas constituem o alimento básico de milhões de pessoas em vários países economicamente em via de desenvolvimento. Em determinados países tropicais a banana verde (não madura) é largamente utilizada da mesma forma que as batatas em outros países, podendo ser fritas, cozidas, assadas, guisadas etc. De fato, as bananas assim utilizadas são semelhantes à batata, não apenas no sabor e na textura, como a nível de composição nutricional e calórica. Em 2005, a Índia liderou a produção mundial de bananas, representando cerca de 23% da produtividade mundial - sendo que a maioria se destina ao consumo interno.

País em desenvolvimento ou país emergente são termos geralmente usados para descrever um país que possui um padrão de vida entre baixo e médio, uma base industrial em desenvolvimento e um Índice de Desenvolvimento Humano variando entre médio e elevado. A classificação de países é difícil, visto que não existe uma única definição internacionalmente reconhecida de país desenvolvido e os níveis de desenvolvimento, econômico e social, podem variar muito dentro do grupo dos países em desenvolvimento, sendo comparativamente que alguns desses países possuem alto padrão de vida médio. Algumas organizações internacionais, como o Banco Mundial, utilizam classificações estritamente numéricas considerando todos os países com renda baixa e média como “em desenvolvimento”. Os países com economias mais avançadas do que outras nações em desenvolvimento, mas que ainda não demonstraram sinais plenos de desenvolvimento, são agrupados sob a designação de países recentemente industrializados. A econometria é a área que utiliza métodos estatísticos e matemáticos para analisar dados e testar hipóteses e prever tendências. Ela combina a teoria econômica e análise quantitativa para dar um embasamento científico e mensurável às poderosas relações, transformando ideias qualitativas em relações quantitativas e ajudando na tomada de decisões.

Os quatro países que mais exportam, contudo, são o Equador, a Costa Rica, as Filipinas, e a Colômbia, que somam cerca de dois terços das exportações mundiais, exportando cada um mais de um milhão de toneladas. De acordo com as estatísticas da FAO, só o Equador é responsável por mais de 30 por cento das exportações globais. A maioria dos produtores, por todo o mundo praticam, contudo, uma agricultura de baixa escala e de subsistência - consumo próprio e venda e mercados locais. Já que as bananas são uma fruta não sazonal, estão disponíveis durante todo o ano, pelo que podem ser utilizadas durante as estações mais susceptíveis de escassez alimentar - alturas em que o produto de uma colheita já foi consumido enquanto que o produto da seguinte ainda não está disponível. É por esta razão que o cultivo de banana tem uma importância fulcral em qualquer sistema sustentado de luta contra a fome. Nos últimos anos, a competição a nível de preços por parte dos supermercados tem diminuído ainda mais as já baixas margens de lucro da maioria dos produtores de banana. As principais empresas do ramo, como Chiquita, Fresh Del Monte Produce, Dole Food Company e Fyffes têm as suas próprias plantações no Equador, na Colômbia, na Costa Rica e Honduras. Tais plantações exigem grande e intensivo investimento de capital e aplicação tecnológica de know How, tornando os proprietários das lucrativas plantações extremamente influentes no mercado em nível econômico e político nos seus países, em detrimento dos pequenos produtores. Isso justifica o fato de estarem disponíveis como artigo de “comércio justo” em alguns países.

O plantio da banana é realizado por mudas e a colheita dos primeiros cachos ocorre entre 12 a 18 meses, dependendo do clima, variedade, fertilidade do solo, estado de sanidade da planta e tratos culturais. As bananas constituem o alimento básico de milhões de pessoas em vários países “em via de desenvolvimento”. Em determinados países tropicais a banana verde (não madura) é largamente utilizada da mesma forma que as batatas em outros países, podendo ser fritas, cozidas, assadas, guisadas etc. De facto, as bananas assim utilizadas são semelhantes à batata, não apenas no sabor e na textura, como a nível de composição nutricional e calórica. Em 2005, a Índia liderou a produção mundial de bananas, representando cerca de 23% da produtividade mundial - sendo que a maioria se destina ao consumo interno. Os quatro países que mais exportam, contudo, são respectivamente o Equador, a Costa Rica, as Filipinas, e a Colômbia, que somam cerca de dois terços das exportações mundiais, exportando cada um mais de 1 milhão de toneladas. De acordo com as estatísticas da Food and Agriculture Organization (FAO),  ou, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, só o Equador produz de 30 % das exportações. A maioria dos produtores praticam uma agricultura de baixa escala e de subsistência - consumo próprio e venda e mercados locais. Tendo em vista que as bananas são uma fruta não sazonal, estão disponíveis durante todo o ano, pelo que podem ser utilizadas durante as estações mais susceptíveis de escassez alimentar, dialeticamente em que o produto da colheita já foi consumido, enquanto que o produto da seguinte ainda não está disponível. É por esta razão que o cultivo de banana tem uma importância fulcral em qualquer sistema sustentado de luta contra a fome.

Nos últimos anos, a competição a nível de preços por parte dos supermercados tem diminuído ainda mais as já baixas margens de lucro da maioria dos produtores de banana. As principais empresas do ramo, como Chiquita, Fresh Del Monte Produce, Dole Food Company e Fyffes têm as suas próprias plantações no Equador, na Colômbia, na Costa Rica e Honduras. Tais plantações exigem grande e intensivo investimento de capital e de know How, tornando os proprietários das grandes e lucrativas plantações extremamente influentes em nível económico e político nos seus países, em detrimento dos pequenos produtores. Isso justifica o fato de estarem disponíveis como artigo de “comércio justo” em alguns países. O comércio global de bananas tem uma longa história que começou com a fundação da United Fruit Company (Chiquita), no final do século XIX. Durante a maior parte do século XX, as bananas e o café dominaram por completo a economia de exportação da América Central. Na década de 1930, constituíam mais de 75 % das exportações da região, nos anos 1960 ainda as preenchiam em 67 %. O termo "República das Bananas" tornou-se vulgar, então, para designar a generalidade dos países da América Central, ainda que, sob o aspecto estritamente económico (sem conotação necessariamente depreciativa) apenas Costa Rica, Honduras, e Panamá possam ser designados, já que a sua economia é, de longe, dominada pelo comércio da banana.

Muitos países da União Europeia (UE) importam, tradicionalmente, muitas das bananas que consomem, das suas antigas colónias das Caraíbas, garantindo-lhes preços acima dos praticados no comércio global. Desde 2005, tais Acordos estão em vias de serem revogados, devido à pressão de grupos económicos poderosos, a maioria dos quais com sede nos Estados Unidos. Tal alteração no comércio iria beneficiar os países produtores da América Central, onde várias empresas norte-americanas têm interesses estabelecidos. A banana é o segundo fruto mais produzido atrás da laranja e consumido no Brasil, tanto como sobremesa como acompanhamento nas refeições, ainda que ocupe apenas 0,87 % do total das despesas de alimentação dos brasileiros em geral; surge daí a expressão ideológica “a preço de banana” para referir que algo é pouco dispendioso. Em termos gerais, ainda que as condições naturais permitam uma produção de alta qualidade, é corrente afirmar que existe baixa eficiência na produção e no manejo pós-colheita. Em 2018, o Brasil produziu 6,7 milhões de toneladas de banana em 461.751 hectares, sendo o 4º maior produtor do mundo, se considerarmos apenas as bananas comuns; somando-se a produção de plantain (banana-da-terra), o país é o 7º maior produtor mundial de bananas, no geral. O estado que mais produz é São Paulo com 1 milhão de toneladas, seguido por Bahia com 828 mil toneladas, Minas Gerais com 825 mil toneladas, Santa Catarina com 723 mil toneladas e Pernambuco com 491 mil toneladas, entre outros. Todos os estados do Brasil têm produção de banana. Ao contrário de outros países, que plantam banana para exportar, 98% da colheita brasileira de banana abastece o mercado interno.

Bibliografia Geral Consultada.

CHAMPION, Jean, Botanique et Génétique des Bananiers. Tomo 1. Nota e Documento Sobre Les Bananiers et Leur Culture. Paris: International Federation of Accountants; Société Européenne de Transaction Commerciale, 171-202, 1967; BLEINROTH, Ernesto Walter, Banana: Cultura, Matéria-prima, Processamento e Aspectos Econômicos. 2ª ed. rev. e ampl. Campinas: Instituto de Tecnologia de Alimentos, 1995; BORGES, Ana Lucia; SILVA, Sebastião de Oliveira, “Extração de Macronutrientes por Cultivares da Banana”. In: Revista Brasileira Fruticultura. Cruz das Almas, 17 (1): 57- 66, 1995; DADZIE, Benjamin, e ORCHARD, John, Evaluación Rutinaria Postcosecha de Híbridos de Bananos y Plátanos: Criterios y Métodos. Roma: International Network for the Improvement of Banana and Plantain 2, 1997; MANICA, Ivo, Fruticultura Tropical 4. Banana. São Paulo: Editora ‎ Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1997; FERRÃO, José; “Bananeira”, in Enciclopédia Verbo Luso-Brasileira da Cultura. Edição Século XXI, Volume IV, Editorial Verbo, Braga, março de 1998; CASTRO, Eduardo Viveiros De, A Inconstância da Alma Selvagem e Outros Ensaios de Antropologia. 5ª edição. São Paulo: Editor Cosac Naify, 2002; ARMELLA, Virginia Aspe, “Lo Maravilloso - To Thaumaston - Un Elemento Olvidado en la Poética”. In: Signos Filosóficos, (8) 51-70; 2002; HALE, John, La Civilisation de L`Europe à la Ranaissance. Sarthe-France: Éditions Perrin, 2003; BORGES, Ana Lucia e SOUZA, Luciano da Silva, O Cultivo da Bananeira. Cruz das Almas-BA. Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, 2004; Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo, Banana Musa spp.: Normas de Classificação. São Paulo: CEAGESP. Documentos, 29, 2006; FEHLAUER, Tércio Jacques, RODRIGUES-OTUBO, Benedita Maria, SANDRINI, Márcio, DESTRO, Deonísio, “Caracterização da Produção de Genótipos de Banana Introduzidos na Região de Bonito – MS”. In: Revista Brasileira Fruticultura. Jaboticabal (SP), Vol. 32, n° 3, pp. 938-943, 2010; BORGES, Rogério de Sá, SILVA, E. Sebastião de Oliveira, OLIVEIRA, Fernando Teixeira de, ROBERTO, Sérgio Ruffo, “Avaliação de Genótipos de Bananeira no Norte do Estado do Paraná”. In: Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal – São Paulo, Volume 33, n° 1, pp. 291-296, 2011; BROCHADO, Rodrigo Lopes, Desempenho Agronômico de Cultivares de Bananeira em Dois Ciclos de Produção no Norte Fluminense. Dissertação de Mestrado. Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias. Campos dos Goytacazes: Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, 2016; entre outros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário