“O cinema é o modo mais direto de entrar em competição com Deus”. Federico Fellini
Nos sistemas de crenças monoteístas, Deus é geralmente compreendido como o ser supremo, criador e principal objeto da fé. Nos sistemas de crenças politeístas, um deus é “um espírito ou ser que se acredita ter criado, ou que controla alguma parte do universo ou da vida, motivo pelo qual tal divindade é frequentemente adorada”. A crença na existência de pelo menos um deus é chamado de teísmo. As concepções de Deus variam consideravelmente. Muitos teólogos e filósofos notáveis desenvolveram argumentos a favor e contra a existência de Deus. O ateísmo rejeita a crença em qualquer divindade, enquanto o agnosticismo é a crença da imaginação de que a existência de Deus é desconhecida ou incognoscível. Alguns teístas veem o conhecimento sobre Deus como derivado da fé. Deus é frequentemente concebido como a maior entidade existente. Muitas vezes acredita-se que Deus é a causa de todas as coisas e, portanto, é visto como o criador, sustentador e governante do universo. Frequentemente considerado incorpóreo e independente da criação material, enquanto o panteísmo sustenta que Deus é o próprio universo. A onipresença ou omnipresença é a capacidade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Em teologia, a onipresença é um atributo divino segundo o qual Deus está presente em todos os pontos da criação. Em conjunto à simplicidade divina, pode-se dizer que Deus está totalmente presente em cada ponto do universo, enquanto o deísmo sustenta que ele não está envolvido com a humanidade, sendo separado da sua criação. Algumas tradições atribuem significado espiritual à manutenção de alguma forma de relacionamento com Deus, muitas vezes envolvendo atos como adoração e oração, e o veem como a fonte de toda obrigação moral.
Deus às vezes é descrito sem referência ao gênero, enquanto outros usam terminologia específica de gênero. Deus é referido por nomes diferentes dependendo do idioma e da tradição cultural, às vezes com diferentes nomes usados em referência aos seus vários atributos. O termo deus tem origem no termo latino deus, que significa divindade ou deidade A existência de Deus é tema de debate na teologia, filosofia da religião e cultura popular. Em termos filosóficos, a questão envolve as disciplinas da epistemologia, a natureza e o âmbito do conhecimento e da ontologia, estudo da natureza do ser ou da existência e da teoria do valor, uma vez que algumas definições de Deus incluem perfeição. Argumentos ontológicos referem-se a qualquer argumento a favor da existência de Deus baseado em raciocínio a priori, sendo seus principais defensores Anselmo e René Descartes. Argumentos cosmológicos, usam conceitos em torno da origem do universo para defender a existência de Deus. O argumento teleológico, também chamado de “argumento da criação”, usa a complexidade do universo como prova da existência de Deus. Críticos desta linha de pensamento dizem que o ajuste fino necessário para um universo estável com vida na Terra é ilusório, pois os humanos só são capazes de observar a pequena parte deste universo que conseguiu tornar possível tal observação, chamado de princípio antrópico, e assim não aprenderiam sobre, por exemplo, vida em outros planetas que não ocorreram devido a diferentes leis da física. Os não-teístas argumentam que processos complexos que têm explicações naturais a serem descobertas ao sobrenatural, fenômeno chamado de deus das lacunas.
Outros teístas, como John Henry Newman, que acreditava que a evolução teísta era aceitável, também criticaram versões do argumento teleológico. O argumento da beleza afirma que este universo contém uma beleza especial e que não haveria nenhuma razão particular em relação à neutralidade estética além de Deus. Este ponto de vista é contestado pela existência de feiura no universo e também pelo argumento de que a beleza não tem realidade objetiva e, portanto, o universo poderia ser visto como feio. O argumento da moralidade defende a existência de Deus dada a suposição da existência objetiva da moral. Embora proeminentes filósofos não-teístas, como o ateu J. L. Mackie (1917-1981), concordassem que o argumento é válido, eles discordavam das suas premissas. David Hume argumentou que não há base para acreditar em verdades morais objetivas, enquanto o biólogo E. O. Wilson teorizou que os sentimentos de moralidade são um subproduto da seleção natural nos humanos e não existiriam independentemente da mente. O argumento da consciência, de forma aparentemente semelhante ao argumento em tono do concveito de moralidade, defende a existência de Deus dada a existência de uma consciência que informa sobre o certo e o errado, mesmo contra os códigos morais prevalecentes. O filósofo John Locke (1632-1704), em vez disso, argumentou que a consciência é uma construção social e, portanto, poderia levar a contradições morais. O ateísmo é a rejeição da crença na existência de divindades. O agnosticismo é a visão de que os valores de verdade de certas afirmações - especialmente afirmações metafísicas e religiosas, como a existência de Deus, do divino ou do sobrenatural - são desconhecidos e talvez incognoscíveis. O teísmo sustenta que Deus existe objetiva e independentemente do pensamento humano e às vezes é usado para se referir a qualquer crença em Deus ou deuses. Alguns veem a existência de Deus como uma questão empírica.
Richard Dawkins afirma
que “um universo com um deus seria um tipo de universo completamente diferente
de um universo sem um deus, e seria uma diferença científica”. Carl Sagan
argumentou que a doutrina de um “criador do universo” era difícil de provar ou
refutar e que a única descoberta científica concebível que poderia refutar a
existência de um criador, não necessariamente um Deus, seria a descoberta de
que o universo é antigo. Alguns teólogos, como Alister McGrath, teólogo
cristão, argumentam que a existência de Deus não é uma questão que possa ser
respondida utilizando o método científico. O agnóstico Stephen Jay Gould
argumentou que a ciência e a religião não estão em conflito e propôs uma
abordagem que divide o mundo da filosofia no que chamou de magistérios
não-interferentes, onde questões do sobrenatural, como aquelas relacionadas à
existência e natureza de Deus, são consideradas não empíricas e são o domínio
próprio da teologia. Os métodos da ciência deveriam então ser usados para
responder a qualquer questão empírica sobre o mundo natural, enquanto a
teologia deveria ser usada para responder a questões sobre o sobrenatural e o
valor moral. Nesta visão, a aparente pegada empírica do
magistério do sobrenatural nos eventos naturais torna a ciência o único ator no
mundo natural. Stephen Hawking e o coautor Leonard Mlodinow afirmam em seu
livro The Grand Design (2010), que é razoável perguntar quem ou o que
criou o universo, mas se a resposta for Deus, então seria meramente
desviada para quem criou Deus. Ambos os autores afirmam, no entanto, que é
possível responder a estas questões dentro do domínio da ciência e sem invocar
seres divinos.
Hush tem como representação social um
filme norte-americano de 2016, dos gêneros slasher, suspense e terror
psicológico, dirigido e editado por que também co-escreveu o roteiro com
Flanagan. Flanagan nasceu em 1978 em Salem, Massachusetts. Seu pai estava na
Guarda Costeira dos Estados Unidos da América e a família se mudava com
frequência. Embora tenha vivido apenas brevemente em Salem, isso deixou uma
impressão nele, e Flanagan manteve um interesse permanente tanto nos
julgamentos das bruxas de Salem quanto em tópicos associados, como histórias de
fantasmas e ficção de terror. Ele era aluno da Escola Secundária Archbishop
Spalding. Flanagan acabou indo para Maryland, onde estudou na Towson
University. Ele se formou com bacharelado em Mídia Eletrônica e Filme e
especialização em Teatro. O elenco de Hush ainda é composto por John Gallagher
Jr., Michael Trucco, Samantha Sloyan e Emilia “Emma” Graves. Foi produzido por
Trevor Macy, da Intrepid Pictures, e Jason Blum, da Blumhouse Productions. O
longa-metragem teve sua estreia mundial no South by Southwest, mais reconhecido
pela sigla SXSW, que representa um conjunto de festivais de cinema, mídia
interativa, música e tecnologia realizado anualmente em março em Austin, Texas,
nos Estados Unidos, em 12 de março de 2016 e foi lançado pela Netflix em 8 de
abril de 2016. Recebeu críticas positivas, com elogios às atuações e principalmente
à formação de clima de comunicação. Flanagan já teve um relacionamento com a
atriz do filme Absentia, Courtney Bell, com quem tem um filho. Desde
fevereiro de 2016 é casado com a atriz Kate Siegel, com quem tem um filho e uma filha.
Os filmes de Mike Flanagan, quando estudante, eram mais orientados para o melodrama. Posteriormente, ele os caracterizou como “impróprios para consumo público”, mas disse que foram “experiências de aprendizagem incríveis”. Seu primeiro filme dirigido após a formatura, Ghosts of Hamilton Street (2003), foi filmado em Maryland e contou com atores locais, incluindo Scott Graham, que Flanagan conheceu em Towson. Graham iria estrelar o curta-metragem de Flanagan de 2006, Oculus. Flanagan originalmente pretendia que a história social de Oculus fosse narrada em uma série de curtas-metragens, mas não conseguiu financiamento. Em vez disso, ele filmou o capítulo que incluía uma história de fundo e usou isso para demonstrar que poderia dirigir um filme de terror. O curta se tornou popular em festivais de cinema, e os produtores estavam interessados em desenvolver o conceito. Flanagan dirigiu Absentia (2011), que foi financiado por meio de uma campanha Kickstarter. Feito por US$ 70.000, e filmado em seu apartamento em Glendale, Califórnia, Absentia foi lançado em vídeo, mas ganhou popularidade quando a Netflix o ofereceu em seu serviço de streaming. Após o sucesso surpreendente de Absentia, Flanagan voltou para Oculus. A Intrepid Pictures se interessou pelo conceito e concordou em deixar Flanagan dirigir. A versão longa de Oculus foi filmada em 2012 e lançada nos cinemas pela Relativity Media em 2014. Flanagan fez seu próximo filme, Before I Wake, em 2013. O filme foi adquirido pela Relativity Media em 2014 e estava programado para ser lançado em 8 de maio de 2015, mas foi adiado para 25 de setembro de 2015 e retirado ao pedido de concordata da empresa.
Após um ano no tribunal de falências, a Relativity anunciou que o filme
seria lançado em 8 de abril de 2016, mas não lançou o filme na data prometida,
pois a empresa lutava para se recuperar. O filme estava programado para ser
lançado em 9 de setembro de 2016, mas três semanas antes dessa data, a
Relativity mais uma vez retirou o filme da programação, o que gerou uma
discussão pública entre Flanagan e o Chief Executive Officer da
Relativity Ryan Kavanaugh no Twitter. Kavanaugh afirmou que a data de 9 de
setembro foi uma “data ruim”, enquanto Flanagan sugeriu que a Relativity não
era financeiramente capaz de lançar o filme. Flanagan escreveu e dirigiu Ouija:
Origem do Mal, estrelado por Elizabeth Reaser, Henry Thomas e Annalise
Basso. A produção começou em setembro de 2015, e o filme foi lançado em outubro
de 2016 e arrecadou mais de $ 81 milhões em todo o mundo. Na mesma época, foi
revelado que Flanagan estava trabalhando em um “projeto secreto” chamado Hush.
Escrito em 2014 e filmado em março de 2015, o projeto foi mantido em sigilo até
uma exibição no Festival de Cinema de Toronto. Escrito por Flanagan e a atriz
principal Kate Siegel, e também estrelado por John
Gallagher Jr., Michael Trucco e Samantha Sloyan, o filme teve sua estreia
mundial no SXSW em março de 2016 e foi lançado exclusivamente na Netflix em 8
de abril de 2016.
O ocultismo tem
como representação de suas origens tradições ancoradas no hermetismo do antigo
Egito. Ele envolve aspectos como a magia, a alquimia e a cabala. O ocultismo
tem relação com o misticismo e o esoterismo e tem influências das religiões e
das filosofias orientais principalmente a Yoga, o Hinduísmo, o Budismo e
Taoísmo. O ocultismo em si não é considerado uma religião, é somente o estudo
do oculto. As raízes mais antigas reconhecidas do ocultismo são os
mistérios do antigo Egito, relacionados com o deus Hermes ou Thoth. Essa
parte do ocultismo ou doutrina é tratada no Hermetismo. Na Idade Média,
principalmente na Península Ibérica devido à presença de muçulmanos e judeus,
floresceu a alquimia, ciência relacionada com a manipulação dos metais, que
segundo alguns, seria na verdade uma metáfora para um processo mágico de
desenvolvimento espiritual. Tanto a alquimia quanto o ocultismo receberam
influência da cabala judaica, um movimento místico e esotérico pertencente ao
judaísmo. Alguns destes ocultistas medievais acabaram sendo condenados pela
Inquisição, acusados de serem bruxos e terem feito pacto com o diabo. Mas
existem trabalhos relacionados à cabala durante toda Idade Média. E de alquimia
na Baixa Idade Média. Hermes Trismegisto é uma figura mítica de origem
sincrética. Essa figura mítica indica o deus Thoth dos antigos egípcios,
considerado o inventor das letras do alfabeto e da escritura, escrita dos
deuses, e, portanto, revelador, profeta e intérprete da divina sapiência e do
divino logos.
Quando os gregos tiveram conhecimento desse deus egípcio, descobriram que apresentava muitas analogias com seu deus Hermes, intérprete e mensageiro dos deuses, e o qualificaram com o adjetivo “Trismegisto” que significa “três vezes grandíssimo”. Na Antiguidade tardia nos séculos da Era Imperial, sobretudo nos séculos II e III depois de Cristo, alguns teólogos e filósofos pagãos, em contraposição ao “cristianismo galopante”, produziram uma série de escritos, reconhecidos como literatura hermética, apresentando-os sob o nome desse deus, com a evidente intenção de opor às Escrituras divinamente inspiradas dos cristãos, como outras escrituras difundidas como divinas “revelações”. A literatura hermética hoje em dia está quase perdida. As pesquisas modernas já acordaram, sem sombra de dúvida, que sob a máscara do deus egípcio se escondem autores diversos, e que os elementos “egípcios” são exíguos. O Antigo Egito representou uma civilização do Antigo Oriente Próximo do Norte de África, concentrada ao longo ao curso inferior do rio Nilo. Era parte de um complexo de civilizações, as civilizações do vale do Nilo, do qual também faziam parte as regiões ao Sul do Egito, atualmente no Sudão, Eritreia, Etiópia e Somália. Tinha como fronteiras o mar Mediterrâneo, a Norte, o Deserto da Líbia, a Oeste, o Deserto Oriental Africano a leste e a primeira catarata do Nilo a Sul. Foi umas das primeiras grandes civilizações da Antiguidade e manteve durante sua existência uma continuidade nas suas formas políticas, artísticas, literárias e religiosas, explicável em parte devido aos condicionalismos geográficos, embora as influências culturais e contatos com o estrangeiro tenham sido também uma realidade.
Na realidade, trata-se de uma das últimas tentativas de resgate do
paganismo, amplamente fundado em doutrinas do platonismo da época, o médio
platonismo. Pela diversidade de temas, é pouco provável que todos esses livros
tenham sido escritos por uma única pessoa, mas representam o saber acumulado
pelos egípcios ao longo do tempo. Alguns autores figuristas consideravam Hermes
Trismegisto, bem como outros personagens lendários antigos, a mesma pessoa do
patriarca bíblico Enoque. É um conjunto de textos iniciáticos, datados
provavelmente do século I ao século III, que representaram a fonte de
inspiração do pensamento hermético e neoplatônico renascentista. Os habitantes
do Egito dão o nome Misr ao país, uma palavra que em árabe pode também
significar país, fortaleza ou “acastelado”. Segundo a tradição, Misr é o nome
usado no Alcorão para designar o Egito, e o termo pode evocar as defesas
naturais de que o país historicamente sempre dispôs. Outra teoria é que Misr
deriva da antiga palavra Mizraim, que por sua vez deriva de “md-r ou mdr”,
usada comumente pelos habitantes locais para designar o seu país. Acreditava-se
que a obra remontasse à Antiguidade egípcia, anterior a Moisés, e que nela
estivesse contido também o prenúncio original do cristianismo. O ocultismo
ressurgiu no século XIX, com os trabalhos de Eliphas Levi, Helena Petrovna
Blavatsky, Papus, Aleister Crowley, Rudolph Steiner, Joan Grant, Edgar Cayce,
Alice Bailey e outros.
Os símbolos permitem
que um ator compreenda uma pessoa que conhece, a qualquer tempo, mediante uma
comparação entre tipos de conduta e de aparência, com base em experiências
prévias de como se comportam outras pessoas. Se um indivíduo é totalmente
desconhecido, os observadores podem obter, a partir de sua conduta e aparência,
indicações que lhes permitam utilizar uma experiência anterior, que tenha tido
com indivíduos aproximadamente parecidos, e aplicar-lhes “estereótipos não
comprovados”. A informação socialmente a respeito do indivíduo serve para
definir a situação, tornando os outros capazes de conhecer o que deles se pode
esperar. Assim informados, saberão qual a melhor maneira de agir socialmente
para dele obter uma resposta desejada e, além disso, para dirigir
inteligentemente sua própria atividade. As máscaras, para ele, tecnicamente
constituem uma ferramenta expressiva padrão. Elas são compostas por uma
ambientação, uma aparência social e por modelos de representação. Como os
modelos se constroem mediante a relação natural entre a ambientação e a
aparências, os signos e o status social desempenham, portanto, um papel
decisivo para a interpretação que comumente a sociologia entende e analisa por
ser uma máscara social.
O símbolo não sendo já
de natureza linguística deixa de se desenvolver numa só dimensão. As motivações
que ordenam os símbolos não apenas já não formam longas cadeias de razões, mas
nem sequer cadeias. A explicação linear do tipo social de dedução lógica ou
narrativa introspectiva já não basta para o estudo das motivações simbólicas. A
classificação dos grandes símbolos da imaginação em categorias motivacionais
distintas apresenta, com efeito, pelo próprio fato da não linearidade e do semantismo
das imagens, grandes dificuldades. Metodologicamente, se se parte dos objetos
bem definidos pelos quadros da lógica dos utensílios, como faziam as clássicas
“chaves dos sonhos”, segundo as estruturas antropológicas do imaginário, cai-se
rapidamente, pela massificação das motivações, numa inextricável confusão.
Parecem-nos mais sérias as tentativas para repartir os símbolos segundo os
grandes centros de interesse de um pensamento, certamente perceptivo, mas ainda
completamente impregnado de atitudes assimiladoras nas quais os acontecimentos
perceptivos não passam de pretextos para os devaneios imaginários. Tais são as
classificações mais profundas de analistas das motivações do simbolismo
religioso ou da imaginação de modo geral literária.
Tanto escolhem como norma classificativa uma ordem de motivação cosmológica e astral, na qual são as grandes sequências das estações, dos meteoros e dos astros que servem de indutores à fabulação, tanto são os elementos de uma física primitiva e sumária que, pelas suas qualidades sensoriais, polarizam os campos de força no continuum homogêneo do imaginário individual e coletivo; tanto, enfim, se suspeita que são os dados sociológicos do microgrupo ou de grupos sociais que se estendem aos confins do grupo linguístico que fornecem quadros primordiais para os símbolos. Quer a imaginação estreitamente motivada seja pela língua, seja pelas funções sociais, se modele sobre essas matrizes sociológicas e antropológicas, quer pelos seus genes raciais intervenham bastante misteriosamente para estruturar os conjuntos simbólicos, distribuindo seja as mentalidades imaginárias, sejam os rituais religiosos, querem ainda, com uma matriz evolucionista, se tente estabelecer uma hierarquia das grandes formas simbólicas e restaurar a unidade no dualismo de Henri Bergson das Deux Sources, quer enfim que atravessando a técnica da psicanálise se tente encontrar uma síntese entre as pulsões de uma libido em evolução e as pressões recalcadoras do microgrupo familiar. São estas diferentes classificações das motivações simbólicas que precisamos criticar antes de estabelecer um método de análise pretensamente firme na ordem das motivações psicológicas e sociais.
Ao que parece o ator social, queira ou não,
está orientado de acordo com um conjunto de restrições culturais. Podemos citar
também um processo social identificado pelo sociólogo norte-americano de
institucionalização das máscaras, que seriam “expectativas abstratas e
estereotipadas” sobre um papel específico. A máscara se converteria então, em
uma “representação coletiva” uma vez que estas são construídas em “performances”
individuais que não são mais do que a forma ou expressão dessas representações
coletivas individualizadas e personalizadas com as características de cada
indivíduo. Quando, por exemplo, um ator social adentra um grupo social
específico, encontra correspondente a ele, a fixação de uma máscara particular.
Erving Goffman chega a sugerir o caráter abstrato e geral das máscaras sociais
e as converte em veículos ideais no processo de socialização, pois o que as
representações coletivas traduzem é o modo como o grupo se pensa em suas
relações com os objetos que o afetam. Através das máscaras sociais a atuação é
“modelada e adaptada a compreensão e as expectativas da sociedade na qual se
apresenta”. E através deste ajustamento que não é constituído da mesma maneira
que o indivíduo e as coisas que o afetam são de outra natureza.
Ocultismo
origina-se da palavra occultus: “escondido, secreto” representando
socialmente “o conhecimento do oculto”. No uso comum da língua inglesa,
oculto refere-se ao “conhecimento do paranormal”, em oposição ao “conhecimento
do mensurável”, geralmente referido como ciência. O termo é, por vezes,
entendido como conhecimento do que “destina-se apenas a certas pessoas” ou que “deve
ser mantido escondido”, mas para a maioria dos praticantes ocultistas é
simplesmente o estudo disciplinar da realidade espiritual mais profunda, que se
estende além da razão pura e das ciências físicas. Os termos “esotérico” e “arcano”
têm significados muito semelhantes e, por vezes, são intercambiáveis. Ele
também descreve um número de organizações mágicas ou ordens, os
ensinamentos e práticas ministradas por eles, e em grande parte da literatura
atual e histórica e a filosofia espiritual relacional. Ocultismo é um conjunto
vasto, um corpo de doutrinas proveniente de uma tradição primordial que se
encontraria na origem de todas as religiões e de todas as filosofias, mesmo as
que, aparentemente, dele parecem afastar-se ou contradizê-lo. O homem aqui
retratado seria um completo e arquétipo, composto não apenas de corpo, mas
também de emoção, razão e alma como divide a cabala.
Segundo algumas
tradições monoteístas e ocultistas, as religiões do mundo teriam sido
inspiradas por uma única fonte sobrenatural. Portanto, ao estudar essa fonte chegar-se-ia
à religião original. Outras tradições de orientação panteísta acreditam em
milhares de fontes em razão de seus deuses. O hinduísmo e o xintoísmo são
alguns exemplos. Muitas vezes um ocultista é referenciado como um mago. Alguns
acreditam que estes antigos Magos já conheciam a maior parte das descobertas da
ciência contemporânea e até além delas, tornando estas descobertas meros
achados. Nas ciências ocultas, a palavra de significado oculto refere-se ao conhecimento
não revelado ou “conhecimento secreto” em oposição ao engajamento de “conhecimento
ortodoxo” ou que é associado à ciência convencional. Para as pessoas que seguem
aprofundando seus estudos pessoais de filosofia ocultista, o conhecimento
oculto é algo comum e compreensível em seus símbolos, significados e
significantes. Este mesmo conhecimento “não revelado” ou “oculto” é assim
designado, por estar em desuso ou permanecer nas raízes das
culturas.
Originalmente no século XIX era entendido como utilidade de uso, por ter sido uma tradição que teria se mantido oculta à perseguição da Igreja e da sociedade e ipso facto, mesmo não pode ser percebido pela maioria das pessoas. Mesmo que muitos dos símbolos do ocultismo estejam sendo utilizados normalmente e façam parte da linguagem verbal ou escrita, permanecem assim, ocultos o seu significado e seu verdadeiro sentido. Desta maneira, tudo aquilo que se chama de “ocultismo” seria uma sabedoria intocada, que poucas pessoas chegam a tomar conhecimento, pois está além da visão objetiva da maioria, ou de seu interesse social. O ocultismo sempre foi concebido desde o início, como um saber acessível apenas as pessoas iniciadas, ou para aquelas que passaram por uma iniciação; uma inserção num grupo separado do “comum” e do “popular”; ou mesmo uma espécie de “batismo”, onde as pessoas seriam escolhidas, então guiadas e orientadas a iniciar numa nova forma de compreender e pensar o que já se conhece, e assim transcendendo-o. A percepção do oculto consiste, não em acessar fatos concretos e mensuráveis, mas trabalhar tanto com a mente e com o espírito. Refere-se ao treinamento mental, psicológico e espiritual que permite o despertar de faculdades ocultas.
Hush (“Hush - A Morte
Ouve”) representa um filme norte-americano de 2016, dos gêneros slasher,
suspense e terror psicológico, dirigido e editado por Mike Flanagan, e
estrelado por Kate Siegel, que também co-escreveu o roteiro com Flanagan. O
elenco é composto por John Gallagher Jr., Michael Trucco, Samantha Sloyan e
Emilia “Emma” Graves. Foi produzido em parceria por Trevor Macy, da Intrepid
Pictures, e Jason Blum, da Blumhouse Productions. O longa-metragem teve sua
estreia mundial no South by Southwest em 12 de março de 2016 e foi lançado pela
Netflix em 8 de abril de 2016. A autora de terror surda-muda Madison “Maddie”
Young perdeu suas habilidades de ouvir e falar após contrair meningite
bacteriana aos 13 anos, o que causou perda auditiva e paralisia temporária das
cordas vocais, que se tornou permanente depois de uma cirurgia clinicamente malsucedida.
Após o sucesso crítico de seu romance Midnight Mass, Maddie deixou a
cidade de Nova York para levar uma vida solitária na floresta com seu gato,
lutando na batalha das ideias para escrever seu próximo livro. Sua vizinha
Sarah a visita para devolver uma cópia de seu romance, e elas conversam sobre o
isolamento de Maddie e o desejo de Sarah de aprender mais sobre a língua de
sinais. Mais tarde naquela noite, um assassino mascarado com uma besta persegue
Sarah, que está ensanguentada, até a casa de Maddie.
Sarah bate na porta pedindo socorro, mas Maddie não a nota, com seus gritos passando despercebidos. Logo depois, o assassino a esfaqueia até a morte. O assassino rapidamente deduz que Maddie é surda e decide torná-la sua próxima vítima. Entrando sorrateiramente, ele rouba seu celular enquanto ela está em uma videochamada no laptop com sua irmã, Max, e tira fotos de Maddie, que ela recebe no computador. O assassino se revela do lado de fora, observando Maddie enquanto ela desesperadamente tranca as portas, antes de cortar a energia da casa e furar os pneus de seu carro. Maddie escreve “não vou contar, não vi [seu] rosto, namorado voltando para casa” na porta de vidro com batom, mas o assassino responde tirando a máscara. Ao descobrir que ela consegue ler lábios, ele ameaça levar seu tempo aterrorizando-a antes de, finalmente, invadir a casa. Ele então provoca Maddie, com o corpo de Sarah contra a janela. Provocando Maddie ao usar o corpo de Sarah para bater na janela, o assassino se distrai quando Maddie ativa o alarme do carro.
Ela abre uma janela e tenta pegar o celular de Sarah, mas o assassino retorna, e Maddie o machuca no braço com um martelo antes de se trancar dentro de casa. Logo, ela consegue sair e tenta correr, mas é forçada a voltar para dentro depois de quase ser atingida pelas flechas do assassino. Tentando escapar por uma janela no segundo andar, Maddie é atingida na perna, mas consegue derrubar o assassino do telhado e roubar sua besta antes de se esconder novamente dentro da casa. Enquanto Maddie, gravemente ferida, luta para armar a besta, o namorado de Sarah, John, chega procurando por ela. O assassino se faz passar por um policial respondendo a uma chamada, mas John começa a ficar desconfiado quando deixa cair o brinco de Sarah como troféu. Antes que John consiga imobilizar o assassino com uma pedra, Maddie acidentalmente o distrai batendo na janela, e o assassino o esfaqueia fatalmente no pescoço. John, moribundo, coloca o assassino em um estrangulamento para permitir que Maddie fuja, mas nota que não conseguiria fugir a tempo com uma perna ferida, logo então ela percebe que, ou será capturada ou vai morrer sangrando; sua única chance de sobrevivência é lutar. Maddie começa a pensar em todas as suas opções para escapar ou se esconder e percebe que em nenhuma vai ter sucesso. John morre e o homem se recupera quando Maddie toma a decisão de lutar.
Do lado de fora, testemunhando a realidade dura da vida, o
assassino se prepara para matar o gato de Maddie, mas ela o atinge no ombro com
a besta. Correndo para dentro, Maddie deixa cair a última flecha e tenta
pegá-la, mas o assassino bate à porta de correr em seu pulso. Pisando várias
vezes em seu braço e o esmagando, ele a deixa puxar sua mão machucada para
dentro e trancar a porta. Quando ele ameaça entrar na casa, Maddie escreve “venha,
covarde” na porta com seu próprio sangue. Enquanto o assassino soca a porta com
um ferro de roda, Maddie usa seu laptop para digitar uma descrição do assassino
e uma mensagem para sua família, antes de se trancar no banheiro, armada com
uma faca. Não conseguindo arrombar a porta, o assassino quebra o vidro do teto
do banheiro e desce pela claraboia, ficando atrás de Maddie, que não o percebe.
Mas quando sente a respiração dele em seu pescoço, ela se vira rapidamente e o
acerta. Ela o esfaqueia no joelho e ele a persegue até a cozinha, onde ela o
cega com spray inseticida e o desorienta com um alarme de fumaça visual. Ele
começa a estrangulá-la, mas ela, à beira de perder a consciência, o empala no
pescoço com um saca-rolhas, finalmente matando-o. Recuperando seu celular do
corpo dele, Maddie disca o 911 e senta na varanda do lado de fora com
seu gato, fechando os olhos e sorrindo enquanto as luzes das sirenes piscam
pela floresta e a polícia chega.
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Pós-Graduação em Filosofia e Metodologia das Ciências. São Carlos: Universidade
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