“Roma non fu fatta in un Giorno”. John Heywood (1538)
O Estado absolutista nasceu originariamente da Renascença. Muitas de suas técnicas essenciais, quer administrativas, quer diplomáticas, foram criadas historicamente na Itália. Põe-se assim a pergunta: porque razão a Itália nunca construiu o seu absolutismo nacional? É óbvio que instituições medievais como o Papado e o Império, com seu caráter universalista, atuaram na Itália e na Alemanha no sentido de frustrar o desenvolvimento de uma monarquia territorial ortodoxa, mas distante ainda da construção da nação. Em Itália, o Papado resistiu as tentativas de unificação territorial da península. Todavia, este fato não bastava para impedir o resultado, pois longos períodos houve em que foi notória a debilidade do Papado. Um monarca forte como o francês Filipe o Belo não teria dificuldade em tratar o assunto “manu militari”, com meios simples e óbvios – raptar em Anagni, aprisionar em Avignon. Foi a ausência em Itália de um poder político com esse ascendente que permitiu ao Papado as suas manobras políticas. Há que buscar algures a determinante fundamental que impossibilitou a formação de um absolutismo nacional. Reside precisamente do capital mercantil nas cidades do Norte da Itália, que permitiu a formação de um poderoso Estado feudal reorganizado ao nível nacional. Foi a riqueza e a vitalidade das comunas da Toscana e da Lombardia que derrotaram os mais sérios esforços para a constituição de uma monarquia feudal que servisse de base a um posterior absolutismo (a tentativa de Frederico II, no século XIII, para alargar o seu baronato, relativamente progressivo, a partir de sua base no Sul). O Imperador dispunha de muitos recursos.
O Imperador dispunha de muitos
recursos para os seus projetos. O Sul da Itália era essa região da Europa
ocidental onde à hierarquia feudal, em pirâmide, implantada pelos Normandos, se
associava um forte legado bizantino de aristocracia Imperial. O Reino da
Sicília ficara desamparado na confusão dos últimos anos de dominação normanda,
quando os barões locais se tornaram senhores da autoridade sobre as províncias
régias. Frederico II assinalou a sua chegada ao Sul de Itália com a promulgação
das leis de Cápua de 1220, em que se reafirmava o forte controle centralizado
do Regno. Os bailios do rei substituíram
os prefeitos das cidades, os principais castelos voltaram à posse dos nobres, a
herança de feudos ficou sujeita à aprovação régia, foram canceladas as doações
de terras dominiais e restaurados os tributos feudais afetos à manutenção da
frota. As leis de Cápua formam impostas a fio de espada; dez anos mais tarde,
as Constituições de Melfi (1231) vieram completá-las, com a codificação do
sistema jurídico e administrativo do reino, a supressão dos últimos vestígios de
autonomia urbana e a severa restrição dos senhorios clericais. Nobres, prelados
e cidades ficaram subordinados à monarquia, graças a um apurado sistema
burocrático, incluindo um corpo judiciário, juízes e comissários de província,
que trabalhava com documentos escritos e com rotação dos funcionários de modo a
impedir que estes se envolvessem nos interesses senhoriais.
Multiplicara-se os castelos, para
intimidar cidades e ou senhores rebeldes. A população muçulmana da Sicília
ocidental, que resistia nas montanhas, tornando-se um espinho que constantemente
fustigava o Estado Normando, foi vencida e fixada na Apúlia: a colônia árabe de
Lucerna passou a fornecer a Frederico uma excelente força de tropas
profissionais islâmicas para as suas campanhas em Itália. Economicamente, não
era menos racional a organização do Regno. Abolidas as portagens internas, foi instaurado
apenas um serviço aduaneiro externo. O controle pelo Estado do comércio externo
de cereais permitiu grandes lucros ao domínio real, o maior produtor siciliano
de trigo. Uma substancial receita fiscal provinha de importantes monopólios de
mercadorias e dos impostos sobre aterra, cada vez mais regulares; foi até
criada a cunhagem nominal de ouro. A solidez e prosperidade desta fortaleza
Hohenstaufen do Sul permitiu que Frederico II ousadamente se apostasse em criar
um Império unitário abrangendo toda a península. Reclamando a herança de todas
a Itália, com a maior parte dos senhores feudais disseminados pelo Norte aliados
à sua causa, o Imperador tomou a Marca e invadiu a Lombardia. Por momentos, as
suas ambições pareciam estar a ponto de realizar-se: em 1239-40, Frederico II
ensaiou o que seria a futura administração da Itália como reino
único, dividido em províncias governadas por vigários-gerais e capitães-generais,
moldados sobre os funcionários judiciais da Sicília, nomeados pelo imperador e
selecionados entre a corte da Apúlia. As vagas desagregadoras da guerra impediram a
estabilização desta estrutura, mas a sua lógica e coerência eram indubitáveis.
Até
mesmo os recuos finais e a morte do imperador não dearticularam a causa
gibelina. O seu filho Manfredo, ilegítimo e sem título imperial, em breve
operava a restauração do poder Hohenstauffen sobre a sobre a península, com a
vitória, em Montaperti, sobre os guelfos de Florença; alguns anos depois, os
seus exércitos ameaçaram capturar o próprio Sumo Pontífice em Orvieto, num
movimento que prefigurava o futuro coup de main francês de Anagni. Os
sucessos temporários da dinastia haviam porém de revelar-se ilusórios: nas prolongadas
guerras entre os guelfos e os gibelinos, a linha Hohenstauffen acabaria por ser
derrotada e destruída. O Papado foi o vencedor nesta contenda, tendo
orquestrado ruidosamente a luta contra o “Anticristo” imperial e sua
descendência. Mas o papel ideológico e diplomático desempenhado pelos sucessivos
papas – Alexandre III, Inocente IV e Urbano IV – no ataque ao poder Hohenstauffen
em Itália não correspondeu nunca à verdadeira força política e militar do
Papado. Durante muto tempo, faltaram à Santa Sé até os modestos recursos administrativos
de um principado medieval: só no século XII, após a Questão das Investiduras
com o imperador da Alemanha, o Papado se fez dotar de um aparelho de corte
normal comparável aos dos Estados seculares da época, com a constituição da Curia
Romana. Consequentemente, diferentes fases, curiosamente divergentes,
seguiu o poder papal na sua dupla senda, eclesiástica e secular. Dentro da própria
igreja universal, o Papado foi construindo gradualmente uma autoridade
centralista e autocrática, cujas prerrogativas ultrapassavam em muito as de
qualquer monarquia temporal de seu tempo.
Carne e Sangue têm como representação um filme de aventura histórica erótica de 1985, dirigido por Paul Verhoeven, nascido em Amsterdã, em 18 de julho de 1938 é um renomado diretor e produtor de cinema dos Países Baixos. A história se passa em 1501, no início da Itália moderna, e acompanha dois grupos de mercenários em guerra e sua longa disputa. O roteiro é parcialmente baseado em material não utilizado para a série de televisão holandesa Floris, que foi a estreia de Verhoeven, Soeteman e Hauer. O filme, originalmente intitulado God`s Own Butchers, também era reconhecido como The Rose and the Sword nos primeiros lançamentos em VHS. Foi o primeiro filme em inglês de Verhoeven. Após seu lançamento em agosto de 1985, Carne e Sangue foi um fracasso de bilheteria, arrecadando apenas US$ 100.000 com um orçamento de produção de US$ 6,5 milhões. Desde então, o filme conquistou um pequeno número de seguidores cult. O biógrafo do diretor o chamou de “um filme crucial de Verhoeven, porque a luta entre lógica e espiritualidade é muito familiar ao diretor; esses são os elementos que ainda lutam por prioridade em sua própria mente”. Formou-se em Matemática e Física na Universidade de Leida e o curso de Cinema na Academia de Cinema da Holanda
A
Nederlandse Filmacademie (NFA) foi fundada em 1958. A academia é o único
instituto reconhecido na Holanda que oferece treinamento para preparação para o
trabalho nas diversas disciplinas de equipe. É possível se especializar em
direção de ficção, direção de documentários, roteiro, edição, produção, design
de som, cinematografia, design de produção e multimídia interativa/efeitos
visuais. A Academia Holandesa de Cinema está situada na Markenplein 1, em
Amsterdã. É uma divisão da Universidade de Artes de Amsterdã. É um instituto
holandês de educação profissional superior localizado em Amsterdã. A
universidade é composta por: Academia de Arquitetura; Academia de Teatro e
Dança; Breitner Academy – educação em artes; Conservatório de Amsterdã –
academia de música; Academia de Cinema da Holanda; Academia Reinwardt – estudos
de museologia. A região denominada Países Baixos, incluindo Bélgica, Países
Baixos e Luxemburgo e o País onde se situa a Holanda têm a mesma toponímia. Os
nomes de lugares com Neder (ou lage), Nieder, Nether (ou baixo) e Nedre (em
idiomas germânicos) e Bas ou inferior (em idiomas romances) estão sendo usados
em locais em toda a Europa. Às vezes, eles são usados em uma relação lítica com
um terreno mais alto que é consecutivamente indicado como superior, Boven, Oben
ou Haut.
No caso dos Países
Baixos, a localização geográfica da região inferior foi mais ou menos a jusante
do nome. A localização geográfica da região superior, no entanto, mudou
tremendamente ao longo do tempo, dependendo da localização do poder econômico e
militar que rege a área dos Países Baixos. Os romanos fizeram uma distinção
entre as províncias romanas da Germania Inferior a jusante, atualmente parte da
Bélgica e da Holanda e da Germania Superior a montante, atual parte da
Alemanha. A designação “Baixo” para se referir à região retorna novamente ao
ducado do século X do Baixo Lorena, que abrangeu grande parte dos Países
Baixos. Mas, desta vez, a região superior correspondente é a Alta Lorena,
atualmente no Norte da França. Os Duques da Borgonha, que governaram os Países
Baixos no século XV, usaram o termo les pays de par deçà (“as terras
daqui”) para os Países Baixos, em oposição a les pays de par delà (“as
terras de lá”) para sua terra natal original: Borgonha, na atual região
centro-leste da França. Sob o domínio dos Habsburgos, Les pays de par deçà
se desenvolveu em pays d`embas (“terras aqui em baixo”), uma expressão
dêitica em relação a outras possessões dos Habsburgos como Hungria e Áustria.
Isso foi traduzido como Neder-landen nos documentos oficiais holandeses
contemporâneos. Do ponto de vista regional, Niderlant era também a área entre o
Mosa e o baixo Reno no final da Idade Média. A área conhecida como Oberland
(país alto) estava neste contexto, considerada como a região da atual Colônia.
A partir de meados do
século XVI, o termo “Países Baixos” perdeu o seu significado lítico original.
Era provavelmente o nome mais usado, além de Flandres, para designar a região
do atual Países Baixos, especialmente na Europa, em língua românica. A
Guerra dos Oitenta Anos (1568–1648) dividiu os Países Baixos em uma
República Holandesa do Norte independente (o país precursor da Holanda) e uma
Holanda meridional controlada pela Espanha (o Estado precursor da Bélgica). Os
Países Baixos é uma designação que inclui os países da Holanda, Bélgica e
Luxemburgo, embora na maioria dos idiomas romances, o termo “Países Baixos”
seja usado como o nome especificamente dos Países Baixos. É usado como sinônimo
do termo mais neutro e geopolítico Benelux. Em sentido estrito, o nome Holanda
designa a região formada pelas províncias de Holanda do Norte e Holanda do Sul.
Foram ainda propostas as grafias alternativas “Neerlândia”, por Ivo Xavier, e “Nederlândia”,
por José Pedro Machado. Em 2019, o governo dos Países Baixos lançou uma
campanha para que a nação fosse designada como “Países Baixos”, e que o
topônimo “Holanda” fosse evitado quando se referindo a todo país. Em 1° de janeiro
de 2020, a Holanda passou a ter um novo logotipo e a designar-se oficialmente
por Netherlands, i.e., Países Baixos.
Iniciou sua carreira no cinema dirigindo documentários para a Marinha dos Países Baixos e para canais de TV locais. Verhoeven é reconhecido por fazer filmes sobre violência simbólica ou de forte conteúdo erótico, sejam dramas ou ficção científica. Suas obras mais reconhecidas são os filmes: 1. RoboCop (1987), com a participação de Peter Weller, Nancy Allen, Dan O`Herlihy, Kurtwood Smith, Miguel Ferrer e Ronny Cox. A ação decorre num futuro próximo na cidade de Detroit, Michigan, profundamente corroída pelo crime. RoboCop centra-se na história de um policial, Alex Murphy (Weller), que é brutalmente assassinado por um grupo de criminosos, e subsequentemente é revivido pela Omni Consumer Products (OCP), como um ciborgue força da lei conhecido como “RoboCop”. RoboCop inclui temas sobre os media, corrupção, autoritarismo, ganância, privatização, identidade, distopia, gentrificação e natureza humana. Foi muito bem recebido pela crítica e foi considerado como um dos melhores filmes de 1987, resultando numa franquia de mídia que inclui vários produtos, duas sequências, uma série de televisão, duas séries de animação, uma minissérie televisiva, videojogos e vários adaptações para banda desenhada. Foi produzido com um orçamento modesto de US$ 13 milhões, conseguindo gerar uma receita de mais de US$ 53 milhões.
2. Total Recall (1990), o filme é vagamente baseado no conto de Philip K. Dick, “We Can Remember It for You Wholesale”. O filme narra a história social de um trabalhador da construção civil que de repente se vê envolvido em espionagem em Marte e incapaz de determinar se as experiências são reais ou o resultado de implantes de memória. Foi escrito por Ronald Shusett, Dan O`Bannon, Jon Povill, e Gary Goldman, e ganhou um Oscar especial por seus efeitos visuais. A trilha sonora foi composta por Jerry Goldsmith, que ganhou BMI Film Music Award. Com um orçamento de US$50 a 65 milhões, Total Recall foi um dos filmes de orçamento mais caros feitos no momento de seu lançamento, embora as estimativas de seu orçamento de produção variem e se ele realmente manteve o recorde, não é certo. Existe igualmente uma refilmagem de 2012, com o mesmo título, trazendo Colin Farrell no papel principal. 3. Basic Instinct (1992), estrelado por Michael Douglas e Sharon Stone, o filme acompanha o detetive Nick Curran enquanto ele investiga o assassinato de um rico astro do rock em São Francisco. Ele inicia um relacionamento intenso com Catherine Tramell, uma escritora enigmática e principal suspeita. O roteiro foi desenvolvido por Eszterhas na década de 1980 e se tornou alvo de “uma guerra de lances.” A Carolco Pictures garantiu os direitos do filme e trouxe Verhoeven para dirigir. Stone foi escalada para interpretar Tramell após o papel ter sido rejeitado por várias atrizes. A produção foi marcada por protestos e intensos conflitos entre Eszterhas e Verhoeven. Basic Instinct estreou em Los Angeles em 18 de março de 1992 e foi lançado nos cinemas dos Estados Unidos pela TriStar Pictures em 20 de março de 1992. O filme recebeu críticas mistas após seu lançamento, com elogios às atuações de Douglas e Stone, à trilha sonora de Jerry Goldsmith e à edição, enquanto sua escrita e desenvolvimento de personagens foram criticados. Também gerou controvérsia devido “ao seu conteúdo sexualmente explícito”, violência e representação sexual de relacionamentos homossexuais.
Apesar do protesto público, Basic Instinct foi um sucesso comercial, arrecadando US$ 352,9 milhões em todo o mundo e se tornando o quarto filme de maior bilheteria de 1992. Devido ao seu sucesso e controvérsia, inspirou muitos imitadores e foi rotulado como “talvez o thriller erótico por excelência da década de 1990”. Desde seu lançamento, Instinto Selvagem passou por uma reavaliação crítica. O filme foi reconhecido por suas representações inovadoras da sexualidade no cinema convencional de Hollywood e foi descrito por um estudioso como “uma obra-prima do neofilme noir que brinca com, e transgride, as regras narrativas do filme noir”. Numerosas versões foram lançadas em vídeo doméstico, incluindo uma versão do diretor com cenas estendidas nunca antes vistas nos cinemas norte-americanos. Uma sequência, Instinto Selvagem 2, foi lançada 14 anos depois, em 2006. O filme é estrelado por Stone, mas foi feito sem o envolvimento de Verhoeven ou Douglas. Recebeu críticas negativas e foi relativamente malsucedido.
4. Starship Troopers (1997), é um filme norte-americano de ficção científica de 1997, dirigido por Paul Verhoeven e com roteiro de Edward Neumeier, baseado no romance Starship Troopers de Robert A. Heinlein. O enredo narra a história do jovem soldado Johnny Rico (Casper Van Dien) e de suas aventuras na Mobile Infantry, uma unidade militar futurista. O filme mostra a progressão da carreira militar de Rico, de recruta a oficial, num “ambiente de guerra” que põe a humanidade contra uma espécie de seres reconhecidos como “insetos” ou “aracnídeos”. Originalmente, o filme foi criado a partir de um enredo chamado “Bug Hunt at Outpost Nine”, mas posteriormente, foi licenciado como Starship Troopers, inspirado em um romance de Robert A. Heinlein (1907-1988). Em entrevista ao jornal The A.V. Club de entretenimento pelo The Onion, Verhoeven revelou o uso satírico de ironia e hipérbole é como “brincar com o fascismo, ou a imagem fascista, para mostrar certos aspectos da sociedade norte-americana. Claro, o filme é sobre: vamos todos para a guerra e vamos todos morrer”. Em 1998, Starship Troopers foi indicado para o Oscar de melhores efeitos visuais. Com um orçamento de US$105 milhões, o filme fez quase US$55 milhões de bilheteira. Um relançamento do filme em 2020 levou a bilheteira total até aos US$121 milhões. O filme foi inicialmente mal recebido pelos críticos, e foi o único de sua franquia lançado nas telas de cinema.
Apesar disso, atualmente é considerado um cult classic por ser visto como uma crítica contundente do absurdo dos valores de guerra. Em 2012, a Slant Magazine colocou-o na vigésima posição em sua lista dos “100 Melhores Filmes da Década de 1990”. No filme Carne e Sangue a história se passa em 1501, no início da Itália moderna, e acompanha dois grupos de mercenários em guerra e sua longa disputa. Roma, a capital italiana, foi durante séculos o centro político e religioso da civilização ocidental como capital do Império Romano e como sede da Santa Sé. Após o declínio do Império Romano, a Itália sofreu inúmeras invasões de povos estrangeiros, desde tribos germânicas, como os lombardos e ostrogodos, aos bizantinos, aos normandos, entre outros. Séculos mais tarde, Itália tornou-se o berço das repúblicas marítimas e do Renascimento, um movimento intelectual extremamente frutífero que seria fundamental na formação subsequente do pensamento europeu. Durante grande parte de sua história pós-romana, a Itália foi fragmentada em vários reinos, tais como o Reino da Sardenha; o Reino das Duas Sicílias e o Ducado de Milão, etc., e Cidades-Estado, mas foi unificada em 1861, após um período tumultuado da história reconhecido como Il Risorgimento (“O Ressurgimento”). Entre o final do século XIX e o fim da Segunda Guerra Mundial, a Itália possuiu um império colonial que estendia seu domínio até à Líbia, Eritreia, Somália, Etiópia, Albânia, Dodecaneso e uma concessão em Tianjin, na China.
O roteiro é
parcialmente baseado em material não utilizado para a série de televisão
holandesa Floris, que foi a estreia de Verhoeven, Soeteman e Hauer. Floris
foi uma série de televisão neerlandesa de 1969, escrita por Gerard Soeteman,
estrelando Rutger Hauer e Jos Bergman, dirigida por Paul Verhoeven. O sucesso de séries televisivas como a
britânica Ivanhoé, a francesa Thierry La Fronde e a flamenga Johan en
de Alverman inspiraram Carel Enkelaar, gerente da NTS, predecessora da
emissora de televisão Nederlandse Programma Stichting, a produzir uma série
similar, localizada nos Países Baixos. Apesar de filmada em preto e branco
(P&B), tecnologia já ultrapassada na época, a série obteve bastante sucesso
e teve muitas refilmagens ao longo dos anos. Ela também foi transmitida na
Alemanha Oriental e Escócia. Narra a história social do Conde Floris van
Roozemond (etnograficamente a maneira de escrever varia, com o/oo, s/z e d/dt)
em seu retorno para casa depois de uma viagem ao redor do mundo, que,
acompanhado pelo indiano Sindala, descobre seu castelo ocupado por Maarten van
Rossum, motivo pelo qual ele se alia a Wolter van Oldesteijn, por aliado com a
Borgonha em oposição a Karel van Gelre, duque de Gueldres, aliado do pirata
frísio Greate Pier.
Note-se que, com
exceção de Sindala, os outros personagens são figuras históricas, mas se esse Floris
tivesse sido o Floris V da Holanda ele seria anacrônico, por ter vivido
no final do século XIV, enquanto os outros viveram no século XV. Um claro
anacronismo é a presença de Pier Gerlofs Donia, que era seu contemporâneo, mas
não era um pirata ativo antes da morte de Filipe, o Belo. Na série, Pier é
sempre protegido e cercado por pelo menos três guardas membros do Arumer
Zwarte Hoop (Bando Negro de Arum, chamado Gelderse Friezen na série). Apesar
de ter sido planejada como uma série infantil, Floris obteve grande
popularidade entre os adultos também. Considerando isso, o duelo de espadas no
castelo, visto no primeiro episódio, foi surpreendentemente realista. A série
também tinha um elemento educativo, como quando demonstrava a passagem de tempo
através do badalar de sinos e explicava a origem de palavras (como vernagelen,
por exemplo). Floris é retratado como um típico cavaleiro-herói, não
muito brilhante, mas bom espadachim. Sindala é o personagem esperto, que aplica
conhecimento científico oriental de maneira prática (também com valor
educativo). As locações incluem o castelo medieval De Doornenburgh, próximo a
Doornenburg, na província neerlandesa da Guéldria e nas cidades belgas de
Bruges e Gante. Floris foi o primeiro grande trabalho tanto de Paul
Verhoeven como de Rutger Hauer e marcou a primeira cooperação dos dois.
Posteriormente seguiriam os filmes Turks Fruit (Delícias Turcas)
e Soldaat van Oranje (Soldado de Laranja). As ideias não
aproveitadas na série foram usadas depois no filme Flesh & Blood,
também dirigido por Verhoeven com Hauer no papel principal. Encontrar ator para
a série era um problema porque a televisão ainda era considerada inferior ao
teatro. Hauer foi apresentado a Verhoeven como “talvez não um ator tão bom, mas
que fará e enfrentará qualquer coisa”. Verhoeven estava mesmo preocupado com a
inexperiência em atuar de Hauer, mas ele tinha boa aparência física, podia
segurar espadas e cavalgar eficientemente e fez a maioria das cenas sem
precisar de dublês.
O nome original da série era Floris and the Fakir (Floris e o Faquir) e Verhoeven usou dois planos cinematográficos por precaução. Hauer aprendeu a atuar em televisão rápido o bastante. Floris foi uma grande produção, contando com 80 atores e 2500 figurantes. Verhoeven ultrapassou o orçamento de 355 000 guilders em mais de 300% (o custo total não pode ser mais ser calculado com exatidão, mas é estimado em ƒ 1 200 000 ou € 545 000). Quando isso ficou claro, já era tarde demais para interromper a produção porque o diretor fez uso de um “planejamento vertical”, no qual a filmagem foi realizada por ator unitariamente em vez de pôr episódio. Interromper a produção significaria perder todo o trabalho. Como uma produção televisiva desse porte nunca havia sido feita antes nos Países Baixos, houve muito pioneirismo. As gravações eram normalmente feitas em estúdio, mas Floris, era filmado principalmente ao ar livre. Todos no set, incluindo Verhoeven, tinham de aprender na prática. Os trabalhos também não eram designados especificamente: todos faziam um pouco de tudo. “Nós não ficávamos parados, de braços cruzados, fumando um cigarro quando não era nossa vez”. Ironicamente, encontrar boas locações para essa produção foi difícil devido à popularidade que a televisão havia obtido, resultando na onipresença de antenas de transmissão. O filme, originalmente intitulado God`s Own Butchers, também era reconhecido como The Rose and the Sword nos primeiros lançamentos em VHS. Foi o primeiro filme em inglês de Verhoeven. Após seu lançamento em agosto de 1985, Carne e Sangue foi um fracasso de bilheteria, arrecadando apenas US$ 100.000 com um orçamento de produção de US$ 6,5 milhões. Desde então, o filme conquistou um pequeno número de seguidores cult.
O biógrafo do diretor o chamou de “um filme
crucial de Verhoeven, porque a luta entre lógica e espiritualidade é muito
familiar ao diretor; esses são os elementos que ainda lutam por prioridade em
sua própria mente”. Foi o primeiro diretor a receber pessoalmente o prêmio Framboesa
de Ouro de pior filme do ano por Showgirls. um filme de drama
erótico franco-estadunidense de 1995 escrito por Joe Eszterhas e dirigido por
Paul Verhoeven e estrelado pela ex-atriz adolescente Elizabeth Berkley, Kyle
MacLachlan, e Gina Gershon. O filme é centrado em torno de uma stripper
fictícia Nomi Malone (Elizabeth Berkley), mostras as aventuras desta estrela
ascendente nos shows eróticos de Las Vegas e sobe na hierarquia decadente de stripper
para showgirl. Este filme, cinematograficamente por seu conteúdo
erótico, foi muito mal recebido pela crítica, mas se tornou um cult. Ao
dar entrevistas sobre por que foi receber o prêmio, disse que era uma crítica
construtiva e não uma chacota. O filme seguinte, Starship Troopers,
baseado no livro homônimo de Robert A. Heinlein, também causou polêmica, com
opiniões divergentes entre os fãs do escritor. Paul Verhoeven e mora com sua
esposa em Los Angeles, nos Estados Unidos da América. No dia 9 de janeiro de
2025, ele, sua esposa e seus dois cachorros foram evacuados em consequência dos
incêndios florestais. O filme é estrelado por Rutger Hauer, Jennifer Jason
Leigh, Tom Burlinson, Susan Tyrrell, Ronald Lacey, Bruno Kirby e Jack Thompson.
O roteiro foi escrito por Verhoeven e Gerard Soeteman (1936-2025) que foi um
roteirista e escritor de quadrinhos holandês. Mas, quadrinhos baseados em sua
série de televisão Floris. Ele trabalhou com Paul Verhoeven nos filmes Turkish Delight e Black Book. E escreveu o roteiro de The
Assault, que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1986.
Bibliografia Geral Consultada.
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