sábado, 6 de dezembro de 2025

Fim de Semana em Taipei – Livro-razão, Cinema & Paradoxos da Cidade.

 Ser sensível é uma coisa e sensato é outra. Uma tem a ver com a alma, a outra com a razão. Denis Diderot                                

                   

           A trama de Fim de Semana em Taipei (2024) gira em torno de um agente americano da DEA (Evans) que se reencontra a motorista mercenária de Taipei (Gwei) e se envolve afetivamente com ela. Weekend in Taipei teve sua estreia mundial no Vieshow Cinemas Xinyi em Taipei, Taiwan, em 1º de setembro de 2024, e foi lançado na França e em Taiwan em 25 de setembro de 2024. O filme recebeu críticas mistas, que elogiaram as sequências ágeis de ação e as performances, mas criticaram “o roteiro e o desenvolvimento dos personagens”. John Lawlor, um agente da DEA que se disfarça em um restaurante chinês em Minneapolis, a cidade mais populosa de Minnesota, nos Estados Unidos, e a sede do condado de Hennepin. Conhecida como parte das Cidades Gemelas (junto com Saint Paul), é uma região rica em cultura e natureza, com destaque para o sistema de lagos e parques, a cena musical e o cenário artístico e de teatro, isto é, para reunir evidências de tráfico de drogas por um bilionário e comerciante de frutos do mar disfarçado chamado Kwang, quebrar o disfarce devido ao seu colega, tornando meio ano de seu trabalho secreto em vão.  No entanto, ele recebe um e-mail de um informante anônimo em Taipei que afirma possuir o livro-razão da Kwang Enterprises. John informa seu supervisor, mas a alegação é descartada como uma farsa, e o pedido de John para seguir a pista é rejeitado, com seu supervisor até mesmo forçando-o a tirar uma licença de fim de semana para mantê-lo longe do caso. Implacável, John decide viajar para Taipei durante esse período com uma identidade falsa. Enquanto isso, em Taipei, Kwang descobre que seu filho adotivo, Raymond, é o informante que roubou seu livro-razão. Ximending é um bairro e distrito comercial no distrito de Wanhua, em Taipei, Taiwan. A área de pedestres de Ximending foi a primeira zona  construída em Taipei e a maior de Taiwan. Ximending se tornou uma rua de teatro bem conhecida em Taipei na década de 1930 e cresceu ainda mais próspera após a derrota do Japão, tornando-se muito mais popular na década seguinte. 

Em um ponto, a Wuchang St Section 1 tinha mais de dez teatros. No entanto, na década de 1990, conforme a cidade de Taipei se desenvolveu em direção ao Distrito Leste e se afastou de Ximending, ela começou a perder negócios. Em 1999, o governo da cidade e as lojas locais estabeleceram Ximending como uma área de pedestres, proibindo a entrada de veículos nos fins de semana e feriados nacionais, uma mudança que atraiu jovens consumidores e trouxe de volta os negócios. Hoje, Ximending tem mais de vinte teatros e seis mil vendedores, e é uma área popular para pequenos shows, lançamentos de álbuns e apresentações de rua. Também é o lar dos Red Envelope Clubs, criados na década de 1960.  Devido à sua história social, cultural e política, Ximending abriga diversos locais históricos. O Templo Ximending Mazu é um dos templos históricos mais importantes e proeminentes. Originalmente inaugurado como um mercado, o Teatro Red House é outro edifício de destaque. O homônimo Portão Oeste e as Muralhas de Taipé foram demolidos em 1905. O Mercado Chunghwa costumava se estender até esta área, mas foi demolido em 1992. Economicamente Ximending atrai uma média de mais de 3 milhões de compradores/consumidores por mês. Vendedores individuais se reúnem nas ruas, bem como nos grandes edifícios comerciais, como a Loja de Departamentos Wannien e a Praça Shizilin, durante o dia, e a Loja de Departamentos Wanguo e a Eslite 116 mais tarde à noite. A localização central de Ximending em Taipei o torna facilmente acessível, cobrindo a área Noroeste da Estação Ximen do Metrô de Taipei. Como muitas linhas de ônibus se concentram na Rua Zhonghua, Ximending também é uma área importante para baldeações. Ximending também é acessível pela saída 6 da Estação Ximen do Metrô de Taipei (Linha Bannan e Linha Songshan-Xindian). Ximending tem uma taxa de criminalidade mais alta em comparação com o resto da cidade, com relatos de brigas violentas e prostituição. Em resposta, a área também está sujeita a mais policiamento.

Taiwan é uma pequena ilha com cerca de 23 milhões de habitantes que funciona como uma democracia semipresidencialista. Localizada a 180 km da China, a ilha luta para que permaneça independente e não seja reconhecida como parte do território chinês. Para garantir sua soberania contra um dos maiores impérios do mundo, Taiwan apostou na tecnologia e desenvolveu o Escudo de Silício, uma estratégia que evita o ataque dos vizinhos chineses. O termo foi criado por Craig Addison, um jornalista que escreve para o veículo jornalístico The South China Morning Post. O profissional lançou o livro Silicon Shield: Taiwan's Protection Against Chinese Attack e deu uma entrevista à British Broadcasting Corporation (BBC) falando sobre o tema. O primeiro esclarecimento que o jornalista fez é que Taiwan não possui um “escudo de verdade”, como ocorre igualmente com os antimísseis que Israel utiliza para evitar ataques aéreos sobre o confronto armado da Palestina. A terminologia funciona como uma estratégia da ilha, que é líder mundial na fabricação de chips semicondutores. Os produtos, que são essenciais na fabricação de celulares, computadores, videogames e carros, são geralmente feitos de silício e acabam sustentando parte da economia moderna. Um ataque chinês ao país poderia, portanto, afetar a produção dos chips e causar um estrago não só na economia chinesa, mas mundial. - O escudo de silício é semelhante ao conceito de MAD (“Destruição Mútua Assegurada”) que teve progênie na Guerra Fria, um período de tensão político-ideológica entre os Estados Unidos e a União Soviética, que durou de 1947 a 1991, sem um confronto entre as potências, porque qualquer ação militar no estreito de Taiwan seria tão prejudicial para a China quanto para Taiwan e os Estados Unidos da América.

                            


De modo que, com efeito, evita o início do conflito e protege o pequeno território de um ataque militar ordenado por Pequim, explicou Addison. A Terceira Crise do Estreito de Taiwan (1996) representou o resultado de uma série de testes com mísseis realizados pela República Popular da China em águas circundantes de Taiwan - incluindo o Estreito de Taiwan - entre 21 de julho de 1995 a 23 de março de 1996. O primeiro conjunto de mísseis, disparados de meados ao final de 1995, teriam sido destinados a enviar um sinal forte ao governo da República da China sob Lee Teng-hui, que era visto como pertencente ao movimento propagandista de uma política externa distante da Política de Uma China e pró-Independência de Taiwan. O segundo conjunto de mísseis foram disparados no início de 1996, com a intenção deliberada de intimidar o eleitorado de Taiwan na corrida para a eleição presidencial de 1996. O Exército de Libertação Popular também foi mobilizado na província de Fujian, que realiza manobras navais de 15 a 25 agosto de 1995. Em resposta, os Estados Unidos da América enviaram uma frota militar na Ásia, a maior desde a Guerra do Vietnã, também reconhecido como Segunda Guerra da Indochina, chamada no Vietnã de Guerra de Resistência contra a América ou Guerra Americana, foi um grande conflito armado que aconteceu no Vietnã, Laos e Camboja de 1º de novembro de 1955 até a queda de Saigon em 30 de abril de 1975. Foi a segunda das Guerras da Indochina e foi travada entre o Vietnã do Norte e o governo do Vietnã do Sul.

O exército norte-vietnamita era apoiado pelas repúblicas da União Soviética, China e aliados comunistas, enquanto os sul-vietnamitas eram apoiados pelos Estados Unidos, Coreia do Sul, Austrália, Tailândia, e outras nações anticomunistas. O presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, que serviu como o 42º presidente do país por dois mandatos, entre 1993 e 2001, também ordenou que outros navios fossem implantados na região em março de 1996. O Japão atuou não só como estímulo econômico, mas também como exemplo. A imensa e ininterrupta expansão da economia japonesa foi decisiva para criar um dinâmico mercado em toda a área circundante do Pacífico. O crescimento mais marcante foi o apresentado pela Coreia do Sul, que a partir dali começou a ser conhecido como o “Milagre do rio Han”. Na década de 1960, o país era um dos mais pobres países da região, com menor desenvolvimento. Da década de 1980 até o presente, a Coreia do Sul se transformou em um país desenvolvido, com renda alta e elevados valores de IDH, uma medida média das conquistas de desenvolvimento humano básico em um país e do PIB per capita. O progresso de Taiwan seguiu o mesmo rumo. No final da década de 1990, as exportações chegavam a 202% do Produto Nacional Bruto em Singapura e a 132% em Hong Kong. O índice de crescimento era alto nos tigres, e, a despeito da crise asiática, a população tinha alto nível de alfabetização e a economia girava em torno da sólida base da construção naval, produtos têxteis, petroquímicos e equipamentos elétricos. O crescimento mais notável ocorreu principalmente na economia usurária de entrepostos.

O termo discurso pode também ser definido sociologicamente do ponto de vista lógico da análise política. Quando pretendemos significar algo a outro é porque temos a intenção de lhe transmitir um conjunto de informações coerentes - essa coerência é uma condição essencial para que o discurso seja entendido. São as mesmas regras gramaticais utilizadas para dar uma estrutura real compreensível ao discurso que simultaneamente funcionam com regras lógicas para estruturar o pensamento. Um discurso político, comparativamente, tem uma estrutura social e finalidade muito diferente do discurso econômico, mas politicamente pode operar a dimensão econômica produzindo efeitos sociais específicos em termos de persuasão. Os economistas assumiram que o estudo das ações econômicas do homem poderia ser feito abstraindo-se as outras dimensões culturais do comportamento humano: dimensões morais, éticas, religiosas, políticas, etc., e concentraram seu interesse naquilo que eles identificaram como as duas funções sociais elementares exercidas por todo e qualquer indivíduo: o consumo e a produção. O chamado homo economicus nada mais é do que “um fragmento qualquer de ser humano, a sua parcela que apenas produz e consome no mundo das mercadorias, cujo único critério de verdade apoiava-se na evidência”. O conceito teórico, e portanto, abstrato, é um postulado da racionalidade global vigente. É caracterizada pelo triunfo dos economistas que encontraram nele, a semelhança dos biólogos no darwinismo, e na psicologia uma teoria do comportamento coerente.

Um estudo de ideologias da administração, por outro lado, não está preocupado com as origens do espírito capitalista, mas sim com as armas ideológicas empregadas na luta pela ou contra a industrialização. E quando ideologias são formuladas para defender um conjunto de interesses econômicos, é mais esclarecedor examinar a estratégia de argumentação do que insistir em que o argumento é autointeressado. Os argumentos em serviço próprio dos grupos dominantes podem não parecer um campo de estudos promissor, no entanto, sociologicamente Reinhard Bendix acredita que essas ideias desenvolvidas podem ser consideradas um sintoma das relações sociais de classe em mudança, ou seja, indícios para a compreensão das sociedades industriais. Portanto, Bendix (2019), propõe analisar detalhadamente, se já não é um truísmo, as evidências observáveis dos fenômenos do mundo social em seus próprios termos. Segundo o autor, é nesse nível das ações sociais que ocorre a experiência humana, e o estudo das ideologias da gestão empresarial ilustra que ele também pode constituir uma abordagem para o entendimento da estrutura social. As interpretações gerenciais dadas para a relação de autoridade nos empreendimentos econômicos, juntamente com a concepção em oposição assimétrica, mas em nível de complementariedade na relação capital “versus” trabalho acerca de sua posição enquanto classes na sociedade industrial emergente constituem uma imagem conjunta das relações de classe. Imagem que mudando em tempo e espaço e que diferem de um país para outro. Esse aspecto da estrutura social é analisado pelo exame da posição ideológica em termos de seus corolários lógicos. Enquanto um conjunto de práticas e saberes sociais estão relacionados à autoridade dos empregadores e, em sentido mais amplo, à posição de classe de empregadores e empregados na sociedade globalizada.

Três correntes filosóficas contemporâneas são responsáveis pela criação deste conceito: o hedonismo, o utilitarismo e o sensualismo. O hedonismo, que afirma que o homem está sujeito, tal como os animais, à lei natural dos instintos e que, portanto, se encontra implícita a procura do prazer, do bem-estar e distanciamento da dor. O utilitarismo, para quem o útil é valioso e contrapõe o prazer calculado ao irracional, classificando os prazeres nobres e pobres. O sensualismo quando afirma serem os sentidos a fonte do conhecimento. Os economistas construíram um método teórico unanimemente aceite, elaboraram-se práticas econômicas que se encontra em todas as obras fundamentais: a lei da maximização da utilidade e leis sobre a utilidade marginal, aplicadas ao consumo e à produção. A razão biopsicológica essencial a toda a atividade humana é o interesse pessoal. Este primeiro princípio é então afetivo, pois define a única razão da atividade econômica; o homem não obedece senão à razão consumista.  No nível de análise econômico, oligopólio é uma forma evoluída de monopólio, no qual um grupo de empresas ou governos promove o domínio de determinada oferta de produtos e/ou serviços. Corresponde a uma estrutura de mercado de concorrência imperfeita, no qual o mercado é controlado por um número reduzido de empresas. Cada uma tem que considerar os comportamentos e as reações das outras quando toma decisões de mercado.

No oligopólio, os bens produzidos podem ser homogêneos ou apresentar alguma diferenciação sendo que, geralmente, a concorrência se efetua mais ao nível de fatores como a qualidade, o serviço pós-venda, a fidelização ou a imagem, e não tanto ao nível do preço. As causas típicas do aparecimento de mercados oligopolistas são a escala mínima de eficiência e características da procura. Em tais mercados existe concorrência, mas as quantidades produzidas são menores, para que os preços sejam maiores do que nos mercados concorrenciais, ainda que relativamente ao monopólio as quantidades sejam superiores e os preços per se sejam menores. Nos mercados oligopolistas onde não exista cooperação entre as empresas a curva da procura do produto da empresa depende da reação das outras empresas. A concorrência neste tipo de mercado para evitar guerras de preços poderá ser feita a outros níveis como nas características dos produtos distintas do preço, qualidade, imagem, fidelização, etc. O oligopólio pode permitir que as empresas obtivessem lucros elevados a custo dos consumidores e do progresso econômico, caso a sua atuação no mercado seja baseada economicamente na formação de cartéis, pois assim terão os mesmos lucros como um monopólio. Em um oligopólio, as alterações nas condições sociais de atuação de uma empresa irão influenciar o desempenho de outras empresas no mercado. Isto provoca reações que são mais relevantes quando o número de empresas do oligopólio é reduzido. Em contrapartida, um truste é uma coligação econômica ou financeira, de empresas que tem como objetivo diminuir e eliminar a concorrência, parcelarizando o mercado.

      

Quando se verifica a formação de trustes, a concorrência é transferida para a área da qualidade e apoio ao cliente, porque não existe concorrência no que diz respeito aos preços. No oligopólio, muitas vezes ocorre à criação de um cartel, onde as poucas empresas dominantes fazem um acordo para manter o preço do produto comercializado. Tanto os cartéis como o truste exercem poder de pressão sobre o mercado. Ao contrário do truste, no cartel as empresas envolvidas continuam independentes no âmbito legal. Tanto o monopólio quanto o oligopólio contribuem para uma concorrência imperfeita. A diferença entre monopólio e oligopólio é que no monopólio existe apenas um fornecedor ou vendedor, que domina o mercado, enquanto que no oligopólio existem poucos fornecedores do mesmo produto. Quando um produto é considerado essencial para a economia de um país, muitas vezes esse país estabelece leis que impedem a criação de monopólios e oligopólios. Talvez o maior exemplo de oligopólio no Brasil seja o mercado de telecomunicações, no qual poucas empresas controlam o mercado.

No caso da telefonia móvel, a fusão das empresas TIM e Vivo consistiu no primeiro oligopólio nesta área do mercado. Também são conhecidos oligopólios no caso da montagem de veículos, na produção de ônibus, por exemplo, o que pode contribuir decisivamente para o aumento do preço das passagens do transporte público. Capital financeiro pode ser entendido como o capital representado por títulos, obrigações, certificados e outros papéis negociáveis e rapidamente conversíveis em dinheiro. Uma vez que as necessidades de liquidez variam significativamente entre os agentes econômicos, há uma grande variedade de instrumentos, sob a forma de contratos, que combinam diferentes ativos e são comercializados nos mercados financeiros. Em termos simplificados, a lógica financeira consiste em “fazer dinheiro a partir de dinheiro”, sem necessariamente passar pela questão da reprodução do trabalho na esfera da produção de mercadorias. O predomínio crescente dessa lógica, de caráter rentista - isto é, que não tem como finalidade a produção, mas a remuneração do detentor de um ativo - na economia mundial globalizada ocorre desde pelo menos o início da década de 1980. 

            Fim de Semana em Taipei tem como representação social um filme de ação e suspense de 2024, dirigido por George Huang e coescrito com Luc Besson. Estrelado por Luke George Evans, é um ator e cantor galês. Sua primeira atuação profissional no cinema foi no filme Sex & Drugs & Rock & Roll (2010), seguido de Robin Hood, O Retorno de Tamara (2010) e o sucesso de bilheteria Fúria de Titãs (2010), Gwei Lun-mei, uma atriz taiwanesa. Ela começou sua carreira de atriz em 2002, com o filme Blue Gate Crossing. Gwei então apareceu em mais alguns filmes antes de obter amplo reconhecimento pelo filme Secret, dirigido por Jay Chou, no qual Gwei interpretou o personagem Lu Hsiao-yu e Sung Kang, um ator de cinema norte-americano. Os papéis mais reconhecidos que interpretou são Han Lue em Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio (2006), Velozes e Furiosos 5 – Operação Rio (2011), Velozes e Furiosos 6 (2013), Velozes & Furiosos 9 (2021) e Velozes e Furiosos 10 (2023). O filme Fim de Semana em Taipei, é uma coprodução realizada entre França e Taiwan, produzido e distribuído pela EuropaCorp, uma empresa cinematográfica francesa com sede em Saint-Denis, um subúrbio ao Norte de Paris, e um dos poucos estúdios independentes na atualidade de serviço completo que produzem e distribuem comercialmente seus longas-metragens, com o apoio da Comissão de Cinema de Taipei, que foi filmado e ambientado em Taipei, Taiwan.  

            George Jay Huang é um diretor de cinema, escritor, produtor e educador norte-americano. Ele é mais reconhecido por escrever e dirigir o filme Nadando com Tubarões, de 1994. Além de trabalhar em seus próprios filmes, ele também contribui com trabalhos de outros cineastas independentes, incluindo Robert Rodríguez. Filho de imigrantes taiwaneses, George Huang cresceu desenvolvendo uma paixão ávida por cinema. Após o Ensino Médio, matriculou-se na Universidade da Califórnia, Berkeley, para cursar administração, mas durante esse período estagiou na Lucasfilm. Após a graduação, matriculou-se em um programa de produção na Universidade do Sul da Califórnia (USC). Após se formar na USC, Huang começou a trabalhar como assistente executivo na Columbia Pictures. Em 1992, a Columbia adquiriu os direitos de distribuição do filme El Mariachi, de Robert Rodríguez. Enquanto o filme estava sendo preparado para lançamento, Rodriguez fez amizade com o jovem Assistente de estúdio com quem compartilhava o amor pelo cinema. Rodriguez, natural e residente de San Antonio, Texas, ficou no apartamento de Huang em Los Angeles. Robert Rodriguez, reconhecido por suas técnicas de produção cinematográfica de alta qualidade e economia de dinheiro, ficou impressionado com a atitude indiferente de Huang em relação à forma como seus superiores gastavam milhões e milhões na produção de um único filme.   

George Huang, acreditando que suas próprias histórias originais jamais seriam contadas, compartilhou algumas ideias de roteiro com Rodriguez, que prontamente disse ao seu novo amigo e colega de quarto que precisava largar o emprego imediatamente e fazer seus próprios filmes. Huang, compreensivelmente, relutou em aceitar essa ideia, mas, em janeiro de 1993, renunciou ao seu cargo na Columbia. Huang então começou a escrever e a buscar financiamento para um roteiro vagamente baseado em suas experiências na Columbia. Lançado o filme de estreia de Huang, Nadando com Tubarões (1994), é uma sátira da política de Hollywood do ponto de vista de um subordinado do estúdio. Desde então, Huang passou a fazer muito trabalho satisfatório nos bastidores, com participações na direção de diversas séries de televisão de curta duração como Significant Others (1998), Live Through This (1994) e The Invisible Man (2020). Ele também dirigiu os filmes independentes Trojan War (1997), estrelado por Jennifer Love Hewitt e How to Make a Monster (2001) que se tornou um favorito cult, estrelando Clea DuVall como o único papel principal. Huang filmou a fita de audição de Elijah Wood que lhe rendeu o papel de Frodo Bolseiro na trilogia de filmes O Senhor dos Anéis (2001-2003). Em 2006, a Dimension Films adquiriu os direitos da série de histórias em quadrinhos Madman (2003) e planejou ter um filme dirigido por Huang e produzido por Rodriguez e Elizabeth Avellán. O criador da série, Mike Allred, foi definido para escrever o roteiro junto com Huang. O projeto acabou não dando certo, no entanto, com Allred anunciando que havia revertido os direitos do filme Madman em 2015. Huang escreveu o roteiro de Final Recipe, uma coprodução sul-coreana-chinesa-tailandesa de 2013, estrelada por Michelle Yeoh e dirigida por Gina Kim, nascida em 1973, na Coreia do Sul, é cineasta e acadêmica. Seu trabalho abrange desde os filmes-ensaio pessoais Gina Kim`s Vídeo Diary (2001) e Faces of Seoul (2009), às coproduções de estúdios internacionais Never Forever (2007) e Final Recipe (2013), passando por peças em realidade virtual, como sua recente trilogia cinematográfica sobre mulheres coreanas de conforto para o exército norte-americano – Bloodless (2017), Tearless (2021) e Comfortless (2023).       

É precisamente neste sentido, comparativamente, que procede nas comunidades humanas, uma força-tarefa do Órgão para o Controle/Combate das Drogas (DEA) está se aproximando das entregas do cartel para Chicago. As tensões dentro do cartel surgem quando um tenente sedento de poder assassina o chefe e, subsequentemente, exige que Earl seja mantido sob maior controle. No meio de um grande processo de carregamento de cocaína, Earl descobre que Mary está gravemente doente. Depois que Ginny tem uma conversa séria com ele, ele adia a entrega da droga para fazer as pazes com Mary antes de sua morte, o que provoca a ira do cartel. Ele retoma a entrega quando o DEA e o cartel se aproximam dele. Earl é espancado e ameaçado pelos executores do cartel, mas eles cedem depois de saber da morte de sua ex-mulher. Enquanto ele se dirige em direção ao ponto de entrega, ele é preso pelos agentes de Controle ou Combate das Drogas. Quando Earl se declara culpado de todas as acusações e é mandado para a prisão, sua família lhe demonstra seu apoio. Na prisão, ele retorna a sua produção horticultura. Leo Sharp ficou desanimado com os problemas financeiros com seu negócio de flores e posteriormente foi abordado por trabalhadores mexicanos em sua fazenda em Michigan (EUA), que o solicitaram para transportar narcóticos para o Cartel de Drogas de Sinaloa, no México. O sucesso de Sharp em evitar a detecção de policiais, por mais de dez anos enquanto transportava milhares de libras de cocaína, o catapultou para a lenda urbana entre os traficantes de drogas que sabiam de suas façanhas. Sharp usou uma picape Lincoln Mark LT para transportar entre 100 e 300 kg (220 e 660 lb) de cocaína por vez da fronteira Sul dos Estados Unidos da América até a cidade Detroit, no estado de Michigan.

No livro Narcotráfico - Um Jogo de Poder nas Américas (1996), José Arbex Jr. procura compreender as questões sociais e políticas das drogas dentro de um contexto amplo, a questão do narcotráfico dentro de um grande jogo de poder. O narcotráfico forma um império de 500 bilhões de dólares anuais, corrompe os poderes constituídos, políticos e policiais e compra a indústria e o comércio de países inteiros. Os consumidores são homens e mulheres de todas as idades e profissões, de todas as classes sociais. As máfias do narcotráfico formam “Estados dentro do Estado”, com suas leis e exército. O narcotráfico e a criminalidade a este associado ameaçam as sociedades, as economias e as instituições democráticas ao colocar em perigo os valores éticos sobre os quais sociedades consumidoras estas se baseiam, no sentido merceológico e, na esfera econômica e esfera política constituem obstáculos importantes ao desenvolvimento humano sustentável e ao desenvolvimento econômico. A criminalidade economicamente organizada, inclusive a vinculada ao processo de trabalho do narcotráfico, é um problema transfronteiriço e transnacional que se desenvolve compulsoriamente no continente e que requer uma cooperação maior e mais eficiente entre todos os Estados das Américas. O consumo e a produção de drogas ilegais acarretam custos sociais enormes e que as diversas formas de violência ligadas ao seu caráter ilegal atentam contra a segurança da população como um todo. A questão da distribuição, dizia Marx (2011), determina a proporção de produtos que cabem ao indivíduo; a troca determina os produtos que cada indivíduo reclama como parte da divisão do que lhe foi designada pela distribuição. Produção, distribuição, troca, consumo formam assim um silogismo modelo; a produção constitui o geral, a distribuição e a troca, o particular, o consumo, o singular para o qual tende o conjunto. Trata-se, sem dúvida, de um encadeamento real, mas muito superficial.

A produção é determinada por leis naturais gerais, a distribuição pela contingência social, e esta pode, por consequência, exercer sobre a produção uma ação mais ou menos estimulante; a troca situa-se entre ambas como um movimento social de caráter formal, e o ato final do consumo concebido não só como resultado, mas também como última finalidade; é, a bem dizer, exterior a toda economia, salvo na medida em que reage por sua vez sobre o ponto de partida, abrindo de novo todo o processo. Não há nada mais banal que a acusação feita aos economistas de considerarem a produção exclusivamente como um fim em si, alegando que a distribuição tem igual importância. Esta censura baseia-se precisamente na concepção econômica segundo a qual a distribuição existe como esfera autônoma, independente, lado a lado com a produção. Existe um duplo caráter do consumo: por um lado, o indivíduo que desenvolve suas faculdades ao produzir, igualmente as despende, as consome no ato da produção, tal como a procriação natural é um consumo de forças vitais. Em segundo lugar há o consumo dos meios de produção que empregamos, porque se desgastam e se dissolvem, como na combustão, por exemplo, nos elementos do universo. O mesmo acontece com a matéria-prima, que não conserva sua forma e sua constituição naturais, mas que se vê desgastada. O ato de produção é, em todos aspectos e ao mesmo tempo, ato designado de consumo produtivo.  

Raymond, sem saber do tráfico de drogas de Kwang, acredita que o livro-razão documenta o envolvimento da Kwang Enterprises na matança de golfinhos e pretende expor o papel de seu pai na poluição ambiental. Joey, a esposa de Kwang que foi forçada a se casar com ele há 15 anos para proteção, implora pela vida de seu filho. No entanto, Raymond revela que já confiou o livro-razão a um amigo, que o está entregando ao agente da DEA John no Marriott Taipei. Kwang envia seus homens para recuperar o livro-razão, mas ao tentar desmembrar Raymond como punição, ele é nocauteado por Joey e Raymond. A mãe e o filho então vão para o hotel, com a intenção de avisar os agentes da DEA. Como Raymond dá a Kwang o número do quarto errado, eles alcançam John primeiro e dizem que Joey e John se conhecem. Antes que Joey possa explicar a situação, os homens de Kwang chegam, levando ao tiroteio entre as duas facções. Os companheiros de John são todos mortos a tiros, e o livro-razão é apreendido, mas John consegue escapar com Joey e Raymond. Depois de escapar dos homens de Kwang e da polícia, Joey leva John e Raymond para a vila de pescadores onde cresceu, buscando refúgio na casa de sua avó. Ela revela que John é, na verdade, o pai de Raymond, chocando ambos.

John confronta Joey, que conheceu enquanto estava disfarçado como traficante de drogas há 15 anos, revelando sua verdadeira identidade a ela depois de se apaixonar e ajudá-la a escapar. Joey revela que estava grávida na época, mas não teve a chance de contar a John antes de partir, e ficou com o coração partido ao perceber que John estava mentindo para ela o tempo todo. Ele se desculpa e promete nunca mais deixá-la e Raymond, levando à reconciliação. Enquanto isso, Raymond percebe que uma miniatura de rinoceronte na mesa de Kwang é, na verdade, um pen drive contendo uma versão digital de seu livro-razão. Apesar das objeções de seus pais, ele foge da vila para voltar para casa e roubar o pen drive de Kwang, mas é pego por Kwang. Kwang mantém Raymond como refém e convoca Joey e John para negociar. John se oferece para trocar suas vidas, e as duas facções concordam em se encontrar em Ximending, um bairro e distrito comercial no distrito de Wanhua, em Taipei. A área de pedestres de Ximending foi a primeira zona de pedestres construída em Taipei e continua sendo a maior de Taiwan. No entanto, Kwang quebra sua promessa durante a reunião, recusando-se a libertar Raymond e sequestrando Joey. Pouco antes de seus homens executarem John, ele os supera e derrota todos os capangas de Kwang. Ele então percorre os becos complexos e alcança o veículo de Kwang em fuga, expulsando-o e forçando-o a fugir a pé. A perseguição continua, culminando em uma briga em um teatro, onde John subjuga Kwang e o manda prender pela polícia que chega. Ao se reunir com Joey e Raymond, a família se reconcilia e viaja para Paris, onde Joey revela que está grávida do segundo filho.

Bibliografia Geral Consultada.

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