quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Theo Kojak - Antologia Dramática & Herança Greco-Americana.

                                           Se queres a verdadeira liberdade, deves fazer-te servo da filosofia”. Epicuro

                 

          Anthologiai eram coleções de pequenos poemas e epigramas gregos, porque na cultura grega a flor simbolizava os sentimentos mais refinados que somente a poesia pode expressar. A palavra vem do grego antigo ἀνθολογία (anthología, “coleta de flores”), de ἀνθολογέω (anthologéō, “eu colho flores”), de ἄνθος (ánthos, “flor”) + λέγω (légō, “eu colho, pego, coletar”), inventado por Meleagro de Gadara, um poeta e compilador de epigramas em torno de 60 a. C, originalmente como Στέφανος στέφανος (stéphanos, “guirlanda”) para descrever uma coleção de poesia, renomeada antologia. Uma série antológica ou série de antologia contemporaneamente é uma série de rádio, televisão ou filme que abrange diferentes gêneros e apresenta uma história diferente e um conjunto diferente de representação de personagens em cada episódio, temporada, segmento ou curta. Estes geralmente têm um elenco diferente em cada episódio, mas várias séries no passado, como Four Star Playhouse (1952), empregavam uma trupe permanente de atores que apareciam em um drama diferente a cada semana. Algumas séries antológicas, como Studio One (1947), começaram no rádio e depois se expandiram para a televisão.  Muitos programas populares de rádio antigos eram séries de antologia.

Em algumas séries, como Inner Sanctum Mysteries (1941-1952), a única constante era o anfitrião, que introduzia e concluía cada apresentação dramática. Um dos primeiros programas foi The Collier Hour, transmitido na NBC Blue Network de 1927 a 1932. Como a primeira grande antologia dramática do rádio, adaptou histórias sociais e seriados do Collier`s Weekly (1888) em um movimento calculado para aumentar as assinaturas e competir paralelamente, foi uma decisão emocional, impulsionada pela admiração simultânea com o The Saturday Evening Post, uma revista americana publicada seis vezes por ano. Passa a ser semanalmente de 1897 até 1963 e, quinzenalmente até 1969. Das décadas de 1920 a 1960, foi uma das revistas de maior circulação e influência entre a classe média americana, com ficção, não ficção, charges e reportagens que chegavam a dois milhões de lares por semana. Exibido na quarta-feira anterior à distribuição de cada semana da revista, o programa logo passou para os domingos, a fim de evitar spoilers com dramatizações de histórias que apareciam simultaneamente na revista. Telly Savalas, nascido Aristotles Savalas, em Garden City, Long Island, Nova Iorque, em 21 de janeiro de 1922 e falecido na Universal City, Califórnia, em 22 de janeiro de 1994, foi um ator de televisão e cinema dos Estados Unidos, filho de imigrantes gregos. 

Serviu como soldado na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e estreou como ator tardiamente em seriados televisivos no final dos anos 1950. Antes de ser escalado como Kojak, era conhecido apenas por papéis de bandido, muitos deles rodados na Itália. Também foi indicado para o Oscar, em 1963, por sua atuação coadjuvante em Birdman of Alcatraz (1962). Através do personagem de detetive Kojak, em 1973, que Telly Savalas tornou-se internacionalmente reconhecido, além de ganhar um Emmy pela atuação na série. A fama fez com que chegasse a gravar dois discos de canções românticas. Com o fim do seriado, retirou-se da vida artística e a se dedicar ao golfe, seu hobby favorito. Além de interpretar Kojak, também interpretou Ernst Stavro Blofeld, um supervilão fictício da série de romances e filmes James Bond, criado por Ian Fleming, On Her Majesty`s Secret Service, um filme britânico de ação, aventura, drama, romance, thriller e espionagem de 1969, o sexto da série 007. O ator australiano George Lazenby interpreta Bond pela primeira e única vez substituindo Sean Connery, que voltaria em Diamonds are Forever. O editor dos filmes Peter R. Hunt, pediu aos produtores Harry Saltzman e Albert R. Broccoli para dirigir a realização do filme. Em 1979 teve papel relevante no filme “Dramático Reencontro no Poseidon”, sequência de “O Destino de Poseidon”. Morreu em 1994 de câncer de bexiga. Foi enterrado na ala George Washington do Forest Lawn Memorial Park, em Los Angeles, Estados Unidos. Em sua lápide, uma reconhecida citação de Platão: “A hora da partida chegou, e seguimos nossos caminhos: eu para morrer, e você para viver. O que é melhor só Deus sabe”.                                


Kojak é uma série de TV norte-americana produzida pela rede de TV CBS, entre 23 de outubro de 1973 e março de 1978, assumindo o horário da série sobre detetives, Cannon (1971-1976), que passou a ser exibida uma hora antes. A série teve 125 episódios, divididos em cinco temporadas. Ela foi estrelada pelo ator Telly Savalas no papel-título. Charmoso e com um estilo que incorpora alguns elementos da malandragem das ruas de Nova York, Theo Kojak era um competente e extravagante tenente de polícia, que trabalhava no 13º Distrito, zona Sul de Manhattan, o mais antigo e densamente povoado dos cinco burgos que formam a cidade estadunidense de Nova Iorque. Nos anos 1980 o personagem retornou em duas ocasiões, em telefilmes de maior duração. Em 1989 a ABC tentou reviver a série, mas não obteve sucesso e o projeto foi abandonado na primeira temporada. Em 2005 foi relançada por um canal a cabo, com o ator Ving Rhames no papel de Kojak, sem também obter maior êxito. O detetive Theo Kojak, ou simplesmente Kojak (Savalas) foi visto pela primeira vez numa pequena participação no telefilme The Marcus-Nelson Murders (1973). Este filme, baseado em caso real, serviu de inspiração para o personagem Kojak. O sucesso foi imediato, e a Columbia Broadcasting System (CBS) decidiu criar a série com o personagem, que estreou dois meses depois. O nome do primeiro episódio foi traduzido para O Cerco do Terror. Fundada em 1927, em Nova Iorque, a CBS faz parte das três maiores redes de televisão estadunidenses, ao lado da NBC e da ABC. Possui importantes instalações técnicas de produção e operações no CBS Broadcast Center e na sede da Paramount no One Astor Plaza, ambas em Nova Iorque, além da Television City e do CBS Studio Center, em Los Angeles.

Manhattan e o condado de Nova Iorque consistem na Ilha de Manhattan e de várias outras pequenas ilhas adjacentes: Roosevelt Island, Randall`s Island, Wards Island, Governors Island, Liberty Island, parte de Ellis Island, e U Thant Island; assim como Marble Hill, uma pequena seção continental de terra, adjacente ao The Bronx. A cidade de Nova Iorque começou no extremo Sul de Manhattan, se expandiu para o Norte, e então, entre 1874 e 1898, incorporou terras dos condados ao seu redor. Apesar de manter um certo ar conservador, Kojak muitas vezes usava de métodos que aprendia nas ruas, escandalizando seus superiores. Ele comandava uma equipe que incluía os detetives Stavros (George Savalas, irmão de Telly e às vezes identificado como Demóstenes nos créditos de abertura), Saperstein (Mark Russel) e Rizzo (Vince Conti). Faziam parte do elenco ainda o detetive-chefe Frank McNeil (Dan Frazer), ex-parceiro de Kojak nas ruas, e o tenente Bobby Crocker (Kevin Dobson). Algumas particularidades do detetive (sua calvície lustrosa e a mania de chupar pirulitos, por exemplo), aumentaram ainda mais a simpatia do público pelo personagem. Por sua atuação como Kojak, Savalas recebeu um Prêmio Emmy de melhor ator em série dramática de televisão e o seriado recebeu o Globo de Ouro de melhor série dramática em 1975. No Brasil, a série foi apresentada nos anos 1970 pela Rede Globo de TV em horário nobre. A popularidade foi tanta que o nome Kojak tornou-se sinônimo de calvície, e o personagem acabou virando até marchinha de carnaval. Por conta desse sucesso, ele fez visitas promocionais ao país. Em 1989, a série foi reapresentada nas madrugadas de terça-feira da Rede Manchete, com sede no Rio de Janeiro fundada em 5 de junho de 1983 pelo empresário e jornalista Adolpho Bloch, antes do encerramento de sua programação. Em 2014 estreou na Rede Brasil.                                                           

Os greco-americanos ​​são americanos de ascendência grega total ou parcial. Eles somam pelo menos 1,2 milhão, dos quais 264.066 (22%) com mais de cinco anos de idade falam grego em casa. Os Estados Unidos abrigam o maior número de gregos fora da Grécia, seguidos por Chipre e Austrália. Os greco-americanos têm as maiores concentrações na cidade de Nova York, Boston, e Chicago, mas se estabeleceram em grandes áreas metropolitanas por todos os Estados Unidos. Em 2000, Tarpon Springs, Flórida, abrigava a maior comunidade de greco-americanos proporcionalmente, com pouco mais de 10%. Na região da cidade de Nova York, Astoria, no Queens, abriga uma vibrante comunidade grega e um bairro grego oficial. Bairros gregos oficialmente designados pelas cidades existem em Chicago, Detroit e Tarpon Springs, na região de Tampa. Enclaves da comunidade grega também foram encontrados em outras áreas metropolitanas, como na região da Baía de São Francisco, Los Angeles, Filadélfia e em áreas rurais como Campbell, Ohio. Há também fortes comunidades gregas em Boston, no Vale do Lago Salgado e na Carolina do Norte, especialmente nas áreas de Charlotte e Asheville. O primeiro grego a pisar em solo americano foi Johan Griego (João, o Grego), em 1492. Ele era membro da expedição de Cristóvão Colombo. Pelo menos dois outros gregos o seguiram depois; eram irmãos que navegaram com Colombo em sua segunda (1493) e terceira (1498) expedições. Historiadores espanhóis e ingleses mencionam três gregos que navegaram com Fernão de Magalhães em 1520 em sua viagem à Patagônia.

            O bairro se define como uma organização coletiva de trajetórias individuais. A organização da vida cotidiana se articula na prática ao menos segundo dois registros: 1. Os comportamentos, cujo sistema se torna visível no espaço social da rua e que se traduz pelo vestuário, pela aplicação mais ou menos estrita dos códigos de cortesia, o ritmo de andar, o modo como se evita ou ao contrário se valoriza este ou aquele espaço público. 2. Os benefícios simbólicos que se espera socialmente obter pela maneira de “se portar” no espaço do bairro aparecem como o lugar onde se manifesta um “engajamento” social: uma arte de conviver com parceiros (vizinhos, comerciantes) que estão ligados a você pelo fato concreto, mas essencial, da proximidade e da repetição. Existe uma regulação articulando um ao outro esses dois sistemas com o auxílio do conceito de conveniência, que surge no nível dos comportamentos, representando um compromisso pelo qual cada pessoa, renunciando à anarquia das pulsões individuais, contribui para a vida coletiva, retirando daí benefícios simbólicos necessariamente protelados. Ipso facto, pela relação social “saber comportar-se”, o usuário se obriga a respeitar para que seja possível a vida cotidiana. A contrapartida desse tipo de imposição é para o usuário a certeza de ser reconhecido e, portanto, considerado afetivamente por seus pares, e fundar assim em benefício próprio uma relação de forças nas diversas trajetórias que percorre.

O bairro é por definição, segundo Michel de Certeau, um domínio do ambiente social, pois constitui para o usuário uma parcela conhecida do espaço urbano na qual positiva ou negativamente ele se sente reconhecido. Pode-se, portanto apreender o bairro, simplificadamente, como esta porção do espaço público em geral em que se insinua um “espaço privado particularizado” pelo fato do uso quase cotidiano desse espaço social integrado. A fixidez do habitat dos usuários, o costume recíproco do fato da vizinhança, os processos de reconhecimento que se estabelecem graças à coexistência concreta em um mesmo território urbano, todos esses elementos práticos se nos oferecem como imensos campos de exploração em vista de compreender um pouco melhor esta grande desconhecida que é a nossa vida cotidiana. O bairro surge como o domínio onde a relação espaço/tempo é a mais favorável para um usuário ordinário que deseja deslocar-se por ele a pé saindo de sua casa. Por conseguinte, é o pedaço da cidade atravessado por um limite distinguindo o espaço privado do espaço público: é o que resulta de uma caminhada, da sucessão de passos numa calçada, pouco a pouco significada pelo seu vínculo orgânico com a residência. Diante do conjunto da cidade, atravancado por códigos que o usuário não domina, mas que deve assimilar para poder viver aí, em face de uma configuração in statu nascendi dos lugares impostos pelo urbanismo, diante dos desníveis sociais internos ao espaço urbano, o usuário sempre consegue criar para si algum lugar de aconchego, itinerários para o seu uso ou seu prazer, que são as marcas que ele soube, por si mesmo, impor ao espaço urbano.                                 

Metodologicamente o bairro é uma noção dinâmica, que necessita de progressiva aprendizagem. Vai progredindo mediante a repetição do engajamento do corpo do usuário no espaço público até exercer uma apropriação. A trivialidade desse processo, partilhado por cidadãos, torna inaparente a sua complexidade enquanto prática cultural e a sua urgência para satisfazer o desejo urbano dos usuários da cidade.  Pelo fato do seu uso habitual, o bairro pode ser considerado como a privatização progressiva do espaço público. O bairro constitui o termo médio de uma dialética existencial entre o dentro e o fora. E é na tensão entre esses dois termos, um dentro e um fora, que vai aos poucos se tornando o prolongamento de um dentro, que se efetua a apropriação do espaço. Um bairro poder-se-ia dizer, é assim uma ampliação do habitáculo; pelo usuário, ele se resume à soma das trajetórias individuais inauguradas a partir do seu local conscrito na origem de sua habitação. Não é propriamente uma superfície urbana transparente para todos ou estatisticamente mensurável, mas antes as condições e possibilidades oferecidas a cada um de inscrever na cidade um sem-número de trajetórias cujo núcleo irredutível continua sendo sempre a esfera do privado.  Existe a elucidação de uma analogia formal entre o bairro e a moradia: cada um deles tem, com os limites que lhe são próprios, a mais alta taxa de controle pessoal possível, pois tanto aqueles como esta são os únicos lugares vazios onde, de maneira diferente, se pode fazer aquilo que se quiser.

O limite público/privado, que parece ser a estrutura fundadora do bairro para a prática de um usuário, não é apenas uma separação, mas dialeticamente constitui uma separação que une. Michel de Certeau (1925-1986) chama atenção para a relação entrada/saída, dentro/fora se imiscui comparativamente dentre relações sociais como casa/trabalho, conhecido/desconhecido e assim por diante, mas representa sempre uma relação social entre uma pessoa e o mundo material e social, condicionado por uma dialética constitutiva da autoconsciência que vai haurir, nesse movimento de ir e vir, de mistura social e de recolhimento íntimo, a certeza de si mesma enquanto imediatamente social. Essa diferença entre a essência e o exemplo, entre a imediatez e a mediação, quem faz não somos nós apenas, mas a encontramos na própria certeza sensível; e deve ser tomada na forma em que nela se encontra, e não como nós acabamos de determina-la. Na certeza sensível, que é uma relação inexorável na vida, por exemplo, um momento é oposto como o essente simples e imediato, ou como a essência: o objeto. O outro momento, porém, é posto como o inessencial e o mediatizado, momento que nisso não é “em-si”, mas por meio do Outro: o Eu, um saber, que sabe o objeto só porque ele é; saber que pode ser ou não. Mas o objeto é o verdadeiro e a essência: ele é, tanto faz que seja conhecido ou não. 

Permanece mesmo não sendo conhecido – enquanto o saber não é, se o objeto não souber que pode ser. Trata-se da singularidade de apreensão do objeto. O indivíduo, ator, identidade, grupo social, classe social, etnia, minoria, movimento social, partido político, corrente de opinião pública, poder estatal, todas estas “manifestações de vida”, não mais se esgotam no âmbito da sociedade nacional, o que nos faz admitir que a diferenciação em comunidades locais, tribos, clãs, grupos étnicos, nações e até mesmo Estados, perderam ao menos algo do seu significado anterior. Na chamada “sociedade global” generalizam-se as relações sociais, processos e as estruturas de dominação e apropriação, antagonismo e integração. Modificam-se os indivíduos, as coletividades, as instituições, as formas culturais, os significados das coisas, gentes e ideias, vistos em configurações histórico-sociais. Se as ciências sociais nascem e desenvolvem-se como forma de autoconsciência científica da realidade social, pode-se imaginar que elas podem ser seriamente desafiadas quando essa realidade já não é mais a mesma. A formação da sociedade global pode envolver novos problemas epistemológicos, além de históricos e/ou ontológicos. É o êxtase do estranhamento absoluto que na realidade é fruto de análise e interpretação.

Seus nomes são listados como: Nikolao, Ioanni e Mattheo. Outro grego, Dom Doroteo Teodoro, era um marinheiro que desembarcou na chamada Baía de Boca Ciega, no sítio arqueológico de Jungle Prada, na atual São Petersburgo, Flórida, com a expedição de Narváez em 1528. Ele foi fundamental na construção das jangadas que os sobreviventes da expedição construíram e navegaram desde o atual Rio St. Mark, na Flórida, até naufragarem perto da Ilha de Galveston, no Texas. Teodoro foi capturado por nativos enquanto navegavam ao longo da costa do Golfo em direção ao Oeste e nunca mais foi visto. Presume-se que ele tenha sido morto pelos nativos. Dom Doroteo Teodoro é considerado o primeiro grego a ter pisado em solo que hoje faz parte dos Estados Unidos. Pedro de Candia (“Petros, o Cretense”), um aventureiro e soldado grego de Creta, é reconhecido por ser um tenente de Francisco Pizarro que conquistou o império do Peru e fundou a cidade de Lima. Quando Francis Drake (1540-1596) chegou a Valparaíso, Chile, em 1578, encontrou lá um piloto grego chamado Ioannis que atuou como piloto de Drake até acidade de Lima, Peru. Dez anos depois, Thomas Cavendish (1560-1592) encontrou um piloto grego chamado Georgio, que conhecia as águas do Chile. Ambos os pilotos gregos devem ter estado na região por muitos anos para terem conhecimento suficiente das águas para atuarem como pilotos de navios visitantes. Em 1592, o capitão grego Juan de Fuca (1536-1602) de nome original: Ioannis Fokas ou Apostolos Valerianos, navegou pela costa do Pacífico sob a bandeira espanhola, em busca da lendária Passagem Noroeste entre o Pacífico e o Atlântico.

Ele relatou ter descoberto uma massa de água, um estreito que leva seu nome: o Estreito de Juan de Fuca, que faz parte da fronteira entre o Canadá e os Estados Unidos. Há um relato de que um grego cretense chamado Konopios operava um café na Nova Inglaterra em 1652. Os registros mostram que um grego, Michael Dry (Youris), tornou-se cidadão naturalizado por ato da Assembleia Geral de Maryland em 1725. Isso faz de Dry o primeiro grego reconhecido por residir permanentemente no que são os Estados Unidos. Cerca de 500 gregos de Esmirna, Creta e Mani se estabeleceram em New Smyrna Beach, Flórida, em 1768. A colônia não prosperou e os colonos se mudaram para Santo Agostinho em 1776. Em novembro de 1777, uma capela grega foi estabelecida em Santo Agostinho, onde os gregos podiam orar com seus próprios ritos. Quase 200 anos depois, a capela foi designada Santuário Nacional Ortodoxo Grego de São Fócio pela Igreja Ortodoxa Grega e existe até hoje como um remanescente de sua presença, tendo sido construída sobre o local da Casa Avero, considerada o primeiro local de culto ortodoxo grego nos Estados Unidos. O primeiro estudioso greco-americano notável foi John Paradise. 

Ele foi persuadido a imigrar para a América por Benjamin Franklin e Thomas Jefferson, a quem conheceu na Europa. Paradise casou-se com uma integrante da notável família Ludwell (1810-1852), uma das famílias coloniais mais proeminentes da Virgínia. Evstratii Delarov (1744-1808), natural do Peloponeso, foi o primeiro explorador e comerciante grego documentado a chegar ao Alasca. De 1783 a 1791, ele foi responsável por todas as operações comerciais russas nas Ilhas Aleutas e no Alasca. Ele é considerado o primeiro governador de fato do Alasca. Michel Dragon, um comerciante grego que participou da Guerra da Independência Americana como tenente. Registros antigos mostram que Michel Dragon (Michalis Dracos) e Andrea Dimitry (Andrea Drussakis Demetrios) se estabeleceram em Nova Orleans por volta de 1799. Michel Dragon foi tenente na Revolução Americana e Andrea Dimitry (1775-1852) participou da Guerra de 1812. Andrea casou -se com a filha de Michel Dragon, Marianne Celeste Dragon, e estabeleceu uma pequena comunidade em Nova Orleans. O casamento entre eles em 1799 foi o primeiro casamento conhecido entre gregos na América. Seu filho foi o embaixador dos Estados Unidos na Costa Rica e Nicarágua, Alexander Dimitry. Outro refugiado grego chamado George Marshall também veio para os Estados Unidos por volta desse período. Ele nasceu em Rodes em 1782. Marshall ingressou na Marinha dos Estados Unidos em 1809 e escreveu Marshall`s Practical Marine Gunnery. Marshall teve uma carreira naval de sucesso e tornou-se mestre artilheiro. Seu filho, George J. Marshall, também serviu na marinha. Seu genro era George Sirian. Devido aos problemas com o Estreito de Gibraltar, os Estados Unidos estavam desesperados por comércio com a Europa. Piratas extorquiam americanos, o que levou a duas Guerras da Barbária. Eventualmente, os Estados Unidos formaram o Esquadrão do Mediterrâneo. 

Muitos navios americanos viajaram para o Império Otomano, nomeadamente para Ayvalık. A Guerra da Independência Grega começou em 1821 e durou até 1830. Os americanos estabeleceram missionários na Grécia. Entre os missionários estava Jonas King. Os proeminentes abolicionistas americanos Samuel Gridley Howe (1801-1876) e Jonathan Peckham Miller (1797-1847) participaram na Guerra Grega. Jonathan Peckham Miller adotou o órfão grego Lucas M. Miller. Samuel Gridley Howe também recolheu vários refugiados e trouxe-os para Boston. Alguns dos refugiados que ele trouxe incluíam John Celivergos Zachos e o escritor Christophorus Plato Castanis. A Nova Inglaterra e Boston tornaram-se o lar de inúmeros refugiados gregos durante a década de 1820. Alguns deles foram: o escritor Petros Mengous, Photius Fisk, Gregory Anthony Perdicaris, Evangelinos Apostolides Sophocles, George Colvocoresses e Garafilia Mohalbi. Havia uma grande presença grega no Mount Pleasant Classical Institute e em outras universidades locais. Centenas de órfãos gregos chegaram à Nova Inglaterra. Alguns contribuíram significativamente para os Estados Unidos da América. O Movimento de Escravos Gregos foi iniciado por abolicionistas de Boston. O Movimento dos Escravos Gregos começou na década de 1820, durante o fluxo de jovens refugiados para a Nova Inglaterra. O movimento contribuiu para inúmeras pinturas, esculturas, poemas, ensaios e canções. A morte da escrava grega Garafilia Mohalbi (1817-1830) foi um gatilho para a comoção. Ela foi retratada em muitos poemas e canções. O Movimento dos Escravos Gregos foi tão popular na mídia americana que o escultor Hiram Powers criou a obra “A Escrava Grega”. O Movimento dos Escravos Gregos representou na esfera política uma estratégia abolicionista para abolir a escravidão nos Estados Unidos. O tema acabou se disseminando, alguns exemplos incluem: “O Mercado de Escravos” (pintura de Gérôme), “O Mercado de Escravos” (pintura de Boulanger) e “O Mercado de Escravos” de Otto Pilny. Alguns dos jovens refugiados gregos se tornaram abolicionistas.   

 

John Celivergos Zachos tornou-se um educador proeminente. Ele também foi um ativista dos direitos das mulheres e abolicionista. Photius Fisk foi outro abolicionista que lutou pela causa antiescravagista. Gregory Anthony Perdicaris foi um milionário rico que criou a estrutura para as companhias de gás e eletricidade. George Colvocoresses foi um capitão da Marinha dos Estados Unidos. O Estreito de Colvos recebeu esse nome em sua homenagem. George Sirian foi outro marinheiro da Marinha dos Estados Unidos. O Prêmio George Sirian de Serviço Meritório leva seu nome. Harvard criou um departamento inteiro dedicado a Evangelinos Apostolides Sophocles. O órfão grego Lucas Miltiades Miller tornou-se um congressista dos EUA. Na Guerra Civil Americana, os greco-americanos lutaram por ambos os lados, União e Confederação, com gregos proeminentes como George Colvocoresses (1847-1932), John Celivergos Zachos (1820-1898) e Photius Fisk (1809-1890) participando da guerra pelo lado da União. Uma Companhia Grega dentro da Milícia Confederada da Louisiana foi formada para gregos que lutaram pelos Estados Confederados da América. Após a Guerra Civil, a comunidade grega continuou a prosperar em Nova Orleans, Louisiana. Em 1866, a comunidade era numerosa e próspera o suficiente para ter um consulado grego e a primeira igreja ortodoxa grega oficial nos Estados Unidos. Durante esse período, a maioria dos imigrantes gregos para o Novo Mundo vinha da Ásia Menor e das ilhas do Egeu ainda sob domínio otomano. Em 1890, havia quase 15.000 gregos vivendo nos Estados Unidos.                       

A imigração aumentou na década de 1890 e no início do século XX, em grande parte devido às oportunidades, ao deslocamento causado pelas dificuldades do domínio otomano, às Guerras Balcânicas e à 1ª Guerra Mundial. A maioria desses imigrantes vinha do Sul da Grécia, das províncias do Peloponeso, Lacônia e Arcádia. Historicamente cerca de 450.000 gregos chegaram aos Estados Unidos entre 1890 e 1917, a maioria trabalhando nas cidades do Nordeste dos Estados Unidos; outros trabalharam na construção de ferrovias e em minas no Oeste dos Estados Unidos; outros 70.000 chegaram entre 1918 e 1924. Cada onda de imigração contribuiu para o crescimento do helenismo nos Estados Unidos. A imigração grega nessa época era composta por mais de 90% de homens, em contraste com a maioria dos outros fluxos migratórios europeus para os Estados Unidos, como os de origem italiana e irlandesa, que apresentavam uma média de 50% a 60% de homens. Muitos imigrantes gregos esperavam trabalhar e retornar à sua terra natal após acumularem capital e dotes para suas famílias. No entanto, a perda de sua pátria devido ao genocídio grego e à troca de populações de 1923 entre a Grécia e a Turquia, que deslocou 1.500.000 gregos da Anatólia, Trácia Oriental e Ponto, fez com que os imigrantes econômicos iniciais se estabelecessem permanentemente nos Estados Unidos. Os gregos foram desnaturalizados de jure de suas terras natais e perderam o direito de retornar, e suas famílias foram consideradas refugiadas. Além disso, os primeiros limites de imigração amplamente implementados nos Estados Unidos contra imigrantes não europeus ocidentais foram feitos em 1924, criando um incentivo para que os imigrantes solicitassem a cidadania, trouxessem suas famílias e se estabelecessem permanentemente nos Estados Unidos. Menos de 30.000 imigrantes gregos chegaram aos Estados Unidos entre 1925 e 1945, a maioria dos quais eram “noivas por correspondência” para homens gregos solteiros e membros da família que vinham se juntar a parentes.

Os eventos do início da década de 1920 forneceram o estímulo para as primeiras organizações religiosas e cívicas nacionais greco-americanas permanentes. Em 1922, como resposta à campanha e às ações anti-gregas da organização terrorista KKK, foi fundada a Associação Educacional Progressista Helênica Americana para combater cultural e politicamente os sentimentos xenófobos dirigidos aos contingentes de imigrantes gregos, “promovendo a não-violência, a divulgação educacional e a plena americanização da comunidade grega”. O sentimento anti-imigração, particularmente entre os jornais de propriedade de William Randolph Hearst (1863-1951), forneceu o background para julgamentos sensacionais na década de 1920, incluindo a condenação de Alexander Pantages (1867-1936), imigrante grego e pioneiro do cinema, em 1929. Sua sentença de 50 anos de prisão foi posteriormente anulada. Após 1945, os gregos voltaram a chegar em grande número, fugindo da devastação econômica causada pela Segunda Guerra Mundial e pela Guerra Civil Grega. De 1945 a 1982, aproximadamente 211.000 gregos imigraram para os Estados Unidos. Esses imigrantes mais recentes foram menos influenciados pelas fortes pressões de assimilação cultural das décadas de 1920 e 1930 e revitalizaram a identidade greco-americana em áreas como a mídia em língua grega. Alexander Pantages foi um empresário de vaudeville greco-americano e um dos primeiros produtores de filmes. Ele criou um grande e poderoso circuito de teatros no oeste dos Estados Unidos e no Canadá. No auge de seu império, Pantages possuía ou administrava 84 teatros nos Estados Unidos e Canadá. Em 1929, ele “foi acusado de estuprar uma dançarina de 17 anos chamada Eunice Alice Pringle. 

Ele foi considerado culpado, mas absolvido em apelação”. A publicidade negativa levou à venda de seus negócios e ele deixou permanentemente de ser uma força no ramo de exibições ou vaudeville. Ele é praticamente esquecido nos relatos históricos do desenvolvimento inicial do cinema. Ele morreu em fevereiro de 1936. Há controvérsia sobre o ano de seu nascimento, mas é provável que ele tenha nascido em 1867 na ilha de Andros, Grécia. Andros (em grego: Άνδρος) é uma ilha e unidade regional da Grécia, situada ao Norte do arquipélago das Cíclades (Kiklades), localizado uns 10 km a Sudeste de Eubeia, e a 10 km a norte de Tinos. Sua área é de 374 km², tem cerca de 40 km de comprimento e uma largura máxima de 16 km. É montanhosa e com vales férteis. A população é de 10 009 habitantes (2001). A capital é a cidade homônima de Andros. Entre outubro e novembro de 1827 houve desembarque de um pequeno destacamento de marines para caçar piratas na ilha. Sugere-se que ele tenha nascido “Péricles” Pantages, mas mudou seu nome para “Alexandre” quando ouviu falar de Alexandre, o Grande. Em uma correspondência pessoal entre Rodney Pantages, filho de Alexandre, e Arthur Dean Tarrach, biógrafo de Pantages, essa afirmação, entretanto, é negada. Aos nove anos, ele fugiu de casa enquanto acompanhava seu pai em uma viagem de negócios ao Cairo, Egito. Rodney Pantages administrou o Hollywood Pantages Theater, construído por seu pai em 1929, até que a família Pantages o vendeu em 1949 para a RKO Theatres e marcou a primeira vez desde a virada do século que a família Pantages não possuía um cinema em Los Angeles.                          

Eunice Irene Pringle (1912-1996) foi uma aspirante a dançarina, notável por acusar o proprietário de cinema de Los Angeles, Alexander Pantages, de estupro em 1929, o que resultou em um julgamento sensacional. Pringle alegou que Pantages a havia atacado em 9 de agosto de 1929, em um pequeno escritório anexo ao seu teatro no centro da cidade, depois que ela foi vê-lo para discutir sua audição. A cobertura jornalística do julgamento, particularmente pelo Los Angeles Examiner de William Randolph Hearst, foi hostil a Pantages, que tinha sotaque grego, enquanto retratava Pringle como a vítima inocente. Em inúmeras reportagens no Examiner, desde o momento em que o caso foi divulgado no jornal em 10 de agosto de 1929 até o fim do julgamento, Pantages foi retratada como solitária, distante, fria, sem emoção, efeminada e europeia, enquanto Pringle, nascida nos Estados Unidos, foi retratada como “a jovem de 17 anos mais doce desde Clara Bow”. Havia retratos com sua família, explosões de lágrimas no tribunal e longas entrevistas na imprensa, que a retratavam com um senso de decoro e empatia. Pantages não concedeu entrevistas durante o julgamento. Pantages foi considerado culpado e condenado a 50 anos. Sua condenação foi anulada em apelação e ele foi absolvido em um novo julgamento igualmente sensacional em 1931.         

Mitos de Hollywood alegam que Joseph P. Kennedy, o patriarca da famosa família americana, pagou a Pringle US$ 10.000 para entrar no escritório de Pantages e acusá-lo de estupro, com o objetivo de destruir sua reputação e perspectivas de negócios e forçar Pantages a aceitar a oferta de Kennedy para comprar a rede de cinemas Pantages. Pantages havia se recusado veementemente a vender quando Kennedy o abordou inicialmente. A condenação destruiu a reputação de Pantages. Apesar do sucesso em seu recurso, ele vendeu sua rede de lojas para a Warner Bros. Após o incidente, Pringle se afastou do mundo do entretenimento. Posteriormente, circulou uma história de que Pringle teria implicado Kennedy em “uma confissão realizada em seu leito de morte, enquanto este se encontrava em meio a um evidente envenenamento por cianeto, logo após o julgamento”. O suposto incidente é descrito na biografia de Kennedy escrita por Ronald Kessler, “Sins of the Father”, bem como em “Hollywood Babylon II”, de Kenneth Anger. Em 1935, Pringle casou-se com Robert White, herdeiro de uma empresa de móveis. Após se divorciar de White, ela se casou com Richard Ellis Worthington, um psicólogo, em 1947. Eles viveram em Chicago por alguns anos antes de se mudarem para o Condado de San Diego em 1955. O casal teve uma filha, Marcy. Pringle faleceu em 1996, aos 84 anos.

Em seguida, foi para o mar e passou os dois anos seguintes trabalhando como marinheiro. Chegou aos Estados Unidos no início da década de 1880. Seus laços com sua terra natal parecem voláteis; ele nunca mais pisou na Grécia, embora tenha ajudado seus parentes financeiramente e até mesmo trazido seu irmão, Nicholas, para morar nos Estados Unidos. Ele costumava se autodenominar “Rei Grego”, talvez emulando o “Super Judeu” de Louis B. Mayer. Após dois anos no mar, desembarcou no Panamá e passou algum tempo ajudando os franceses a escavar o Canal do Panamá, mas, após contrair malária, foi aconselhado por um médico a se mudar para climas mais frios. Seguiu para o norte, parando brevemente em Seattle, mas acabando por se estabelecer em São Francisco, onde trabalhou como garçom e também, por um curto período e sem sucesso, como boxeador. Deixou São Francisco em 1897 e rumou para o Território de Yukon, no Canadá, durante a Corrida do Ouro de Klondike, foi uma migração entre 1896 e 1899 de cerca de 100.000 garimpeiros para a região de Klondike em Yukon, no Noroeste do Canadá. O ouro foi descoberto por mineradores locais em 16 de agosto de 1896 e, quando as notícias chegaram a Seattle e São Francisco no ano seguinte, desencadeou uma debandada de garimpeiros. Alguns ficaram ricos, mas a maioria foi em vão. A corrida foi imortalizada na cultura popular, por exemplo, em artefatos, filmes, jogos, literatura e fotografias, acabando na próspera cidade mineradora de Dawson City. Durante o tempo em que viveu no frio intenso de Dawson City, trabalhou como garçom e porteiro na Ópera de Dawson City, economizando dinheiro para investir no ramo do entretenimento local.

Posteriormente, administrou o local, apresentando espetáculos com uma companhia teatral. O empreendimento terminou quando a Ópera foi destruída por um incêndio em 9 de janeiro de 1900, mas Pantages e a companhia providenciaram a construção de um novo teatro, com iluminação elétrica e chaminés de tijolos. Originalmente programado para abrir menos de duas semanas após o incêndio, em 26 de fevereiro de 1900, o Teatro Orpheum teve sua primeira "noite típica de 'vinho, mulheres e música'", fechando às 2h30 da manhã seguinte e arrecadando mais de US$ 3.000 (equivalente a US$ 113.388 em 2024) com "vinho e outras 'bebidas'". Em junho, Pantages adquiriu um projetor e tornou os filmes parte regular da programação do Orpheum. No outono de 1900, ele e a artista Kathleen 'Kate' Rockwell começaram a trabalhar e a viver juntos, depois que ela deixou a trupe que a havia trazido do norte de Victoria, BC , em agosto do ano anterior, e se juntou à companhia Orpheum de Pantages. Em novembro de 1902, ela retornou a Victoria, arrendando o Teatro Orpheum em fevereiro de 1903, para apresentar vaudeville e filmes. Embora os detalhes de sua partida do Yukon sejam desconhecidos, Pantages era proprietário e gerente do teatro em abril de 1903.

Imigrantes gregos fundaram mais de 600 restaurantes na área metropolitana de Nova York entre as décadas de 1950 e 1970. A imigração da Grécia para os Estados Unidos atingiu o pico entre as décadas de 1950 e 1970. Após a admissão da Grécia na União Europeia em 1981, o número anual de imigrantes nos Estados Unidos caiu para menos de 2.000. Nos últimos anos, a imigração grega para os Estados Unidos tem sido mínima; na verdade, o saldo migratório tem sido positivo para a Grécia. Mais de 72.000 cidadãos americanos vivem na Grécia (1999); a maioria deles são greco-americanos. A religião predominante entre os gregos e greco-americanos é o cristianismo ortodoxo grego. Há um número considerável de americanos descendentes das comunidades judaicas sefarditas e romaniotas, que são menores na Grécia. Uma Igreja Ortodoxa Grega é qualquer uma das três classes de igrejas cristãs, cada uma associada de alguma forma ao cristianismo grego, aos cristãos de língua árabe do Levante ou, de forma mais ampla, ao rito usado no Império Romano do Oriente. O significado mais amplo refere-se a “todo o corpo do cristianismo ortodoxo (calcedônio), às vezes também chamado de ortodoxo oriental, católico grego ou geralmente Igreja Grega”. Um segundo significado, mais restrito, refere-se a “qualquer uma das várias igrejas independentes dentro da comunhão mundial do cristianismo ortodoxo [oriental] que mantêm o uso da língua grega em contextos eclesiásticos formais”. Nesse sentido, sociologicamente as Igrejas Ortodoxas Gregas são o Patriarcado Ecumênico de Constantinopla e suas dependências, os Patriarcados de Alexandria, Antioquia e Jerusalém, a Igreja da Grécia e a Igreja de Chipre.

O terceiro significado refere-se à Igreja da Grécia, uma Igreja Ortodoxa Oriental que opera dentro das fronteiras modernas da Grécia. Historicamente, o termo “Ortodoxo Grego” tem sido usado para descrever todas as igrejas ortodoxas orientais, visto que o termo “grego” pode se referir à herança do Império Bizantino. Durante os primeiros oito séculos da história cristã, a maioria dos principais desenvolvimentos intelectuais, culturais e sociais da Igreja Cristã ocorreu no Império Bizantino ou em sua esfera de influência, onde a língua grega era amplamente falada e usada na maioria dos escritos teológicos. A capital do império, Constantinopla, foi um importante centro inicial do cristianismo, e suas práticas litúrgicas, tradições e doutrinas foram gradualmente adotadas em toda a Ortodoxia Oriental, ainda fornecendo os padrões básicos da Ortodoxia contemporânea. Assim, os ortodoxos orientais passaram a ser chamados de ortodoxos “gregos”, da mesma forma que os cristãos ocidentais passaram a ser chamados de católicos “romanos”. No entanto, a designação “grega” foi abandonada pelas igrejas eslavas e outras igrejas ortodoxas orientais como parte dos despertares nacionais dos seus povos, começando já no século X d.C. Assim, no início do século XXI, geralmente apenas as igrejas mais intimamente ligadas à cultura e etnia grega ou bizantina eram chamadas culturalmente de “ortodoxas gregas” na linguagem popular de senso comum. A ortodoxia grega foi definida como uma tradição religiosa enraizada na preservação da identidade grega. Em 2022, o governo dos Estados Unidos da América estimou estatisticamente que de 81 a 90% da população da Grécia se identificava como ortodoxa grega.

Bibliografia Geral Consultada.

LEBER, George, História da Ordem da AHEPA 1922-1972. Washington, DC: Ordem da AHEPA, 1972; GINZBURG, Carlo e PONI, Carlo, “Il Nome e il Come: Scambi Ineguale e Mercato Storiografico”. In: Quaderni Storici, n˚ 40, 1979; SCOURBY, Alice, “Três Gerações de Greco-americanos: Um Estudo Sobre Etnicidade”. In: International Migration Review 14.1 (1980): 43–52; SCHULTZ, Sandra L. “Ajustando a Tradição do Casamento: Gregos para Greco-americanos”. In: Journal of Comparative Family Studies 12.2 (1981): 205–218; CONSTANTELOS, Demetrios, Compreendendo a Igreja Ortodoxa Grega: Sua Fé, História e Prática. New York: Editor Seabury Press, 1982; KUNKELMAN, Gary, A Religião da Etnicidade: Crença e Pertencimento em uma Comunidade Greco-americana. Editor David Garland, 1990; CALLINICOS, Constance, Afrodite Americana: Tornando-se Feminina na América Grega. Editor Pella, 1990; JUJSDANIS, Gregory. “Gregos-americanos e a Diáspora”. Diáspora: Uma revista de Estudos Transnacionais 1#2 (1991): 209–223; ORFANOS, Spyros D. (Editor), Lendo a América Grega: Estudos sobre a Experiência dos Gregos nos Estados Unidos. Editor Pella, 2002; GEORGAKAS, Dan, Minha Detroit: Crescendo como Grego e Americano na Cidade do Motor. Editor Pella, 2006; LESSING, Lauren, “Laços Que Unem: O Escravo Grego de Hiram Powers e o Casamento do Século XIX”. In: American Art. 24 (1): 41–65, 2010; JURGENS, Jane, “Gregos-americanos”. In: Enciclopédia Gale da América Multicultural. 3ª ed. Editada por Thomas Riggs. Vol. 2, Gale, 2014, pp. 237–253; MOSKOS, Peter C. Greco-americanos: Luta e Sucesso. Editor Routledge, 2017; GEORGIOU, Leonidas V., Conversas com FDR em sua iniciação na AHEPA: Fragatas, Navios de Guerra, Espionagem e um Vínculo Sentimental com a Grécia. Estados Unidos: Knollwood Press, 2019; GARCIA, Clara Pereira, Sob o Prisma da Destruição: Análise dos Volumes IV, V e VI das “Grands Voyages” de Theodore de Bry (1594-1596) Inspirados na “História del Mondo Nuovo” de Girolamo Benzoni (1565). Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em História. Seropédica: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2025; entre outros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário