“A felicidade não está na estrada que leva a algum lugar. A felicidade é a própria estrada”. Bob Dylan
Autodidata é a pessoa que tem a
capacidade de aprender algo sem ter um professor ou mestre lhe ensinando ou
ministrando aulas. O próprio indivíduo, com seu esforço particular intui, busca
e pesquisa o material necessário para sua aprendizagem. O autodidatismo é alvo
de estudos acadêmicos, devido especialmente a expansão de sistemas educacionais
on-line. Estes estudos visam a compreensão das práticas pedagógicas, a relação
entre o uso de tecnologia e a concepção de conhecimento e educação envolvidas
no processo. Dentre autodidatas famosos, podem ser citados o 16º presidente dos
Estados Unidos da América, Abraham Lincoln, o músico Jimi Hendrix, os
escritores Ray Bradbury, Machado de Assis, José Saramago e o polímata Leonardo
da Vinci, o fundador da Microsoft Bill Gates, o divulgador de banda desenhada
Vasco Granja, o ator e comediante Rowan Atkinson, inventor Alexander Graham
Bell, o cineasta Stanley Kubrick, o cineasta, musico, roteirista e escritor
Woody Allen, o fundador da Ford Henry Ford, o romancista Charles Dickens, a
escritora, compositora e poetisa Doutora Honoris Causa Carolina de
Jesus, o cineasta, produtor e animador Walt Disney, o animador e diretor de
animação John Kricfalusi e o físico Albert Einstein, entre outros.
A
tecnologia permitiu ao ser humano colonizar todos os continentes e adaptar-se a
praticamente todos os sistemas climáticos estudados. Nas últimas décadas, os
seres humanos têm explorado a Antártida, as profundezas dos oceanos e o espaço
sideral, embora a longo prazo a colonização desses ambientes ainda seja
inviável. Com uma população de mais de sete bilhões de indivíduos, os seres humanos
estão entre os mais numerosos grandes mamíferos do planeta. A maioria dos seres
humanos (60,3%) vive na Ásia. O restante vive na África (15,2%), nas Américas
(13,6%), na Europa (10,5%) e na Oceania (0,5%). A habitação humana em sistemas
ecológicos fechados e em ambientes hostis, como a Antártida e o espaço
exterior, é cara, normalmente limitada no que diz respeito ao tempo e restrita
a avanços e expedições científicas, militares e industriais. A vida no espaço
tem sido muito esporádica, com não mais do que treze pessoas vivendo no espaço
por vez. Entre 1969 e 1972, duas pessoas de cada vez estiveram na Lua. Desde a
conquista da Lua, nenhum outro corpo celeste foi visitado por seres humanos,
embora tenha havido uma contínua presença humana no espaço desde o lançamento
da primeira tripulação a habitar a Estação Espacial Internacional, em 31 de
outubro de 2000.
Desde 1800, a população
humana aumentou de um bilhão a mais de sete bilhões de indivíduos. Em 2004,
cerca de 2,5 bilhões do total de 6,3 bilhões de pessoas (39,7%) residiam em
áreas urbanas, e estima-se que esse percentual continue a aumentar durante o século
XXI. Em fevereiro de 2008, as Nações Unidas estimaram que metade da população
mundial viveria em zonas urbanas até ao final daquele ano. Existem muitos
problemas para os seres humanos que vivem em cidades como a poluição e a
criminalidade, especialmente nos centros e favelas de cada cidade. Entre os
benefícios da vida urbana incluem o aumento da alfabetização, acesso à global
ao conhecimento humano e diminuição da suscetibilidade para o desenvolvimento
da fome. Os seres humanos tiveram um efeito dramático sobre o ambiente. A
atividade humana tem contribuído para a extinção de inúmeras espécies de seres
vivos. Como atualmente os seres humanos raramente são predados, eles têm sido
descritos como superpredadores. Através da urbanização e da poluição, os humanos
são os principais responsáveis pelas alterações climáticas globais. A espécie
humana é tida como a principal causadora da extinção em massa do Holoceno, uma
extinção em massa, que, desgraçadamente, se continuar ao ritmo que ocorre atualmente, per se poderá acabar com metade
de todas as espécies ao longo do próximo século.
Música folclórica tem como representação social um gênero musical que inclui a música folclórica tradicional e o gênero contemporâneo que evoluiu da primeira durante o chamado “renascimento folclórico” do século XX. Alguns tipos de música folclórica podem ser chamados de world music. A música folclórica tradicional tem sido definida de várias maneiras: como música transmitida oralmente, música com compositores desconhecidos, música tocada em instrumentos tradicionais, música sobre identidade cultural ou nacional, música que muda entre gerações (processo folclórico), música associada ao folclore de um povo ou música executada por costume ao longo de um longo período de tempo. Ela tem sido contrastada com os estilos comercial e clássico. O termo se originou no século XIX, mas a música folclórica se estende além disso. A partir de meados do século XX, uma nova forma de música folclórica popular evoluiu da música folclórica tradicional. Este processo e período são chamados de (segundo) “renascimento folclórico” e atingiram o auge na década de 1960. Esta forma de música é às vezes chamada de música folclórica contemporânea ou música de renascimento folclórico para distingui-la das formas folclóricas anteriores. Entretanto, revivalismos menores e semelhantes ocorreram em outras partes do mundo em outras épocas, mas o termo música folclórica normalmente não foi aplicado à nova criação desses renascimentos. Este tipo de música folclórica também inclui gêneros de fusão como folk rock, folk metal e outros.
Embora a música folclórica contemporânea seja um gênero geralmente distinto da música folclórica tradicional, em inglês americano ela compartilha o mesmo nome e geralmente compartilha os mesmos artistas e locais que a música folclórica tradicional. Bob Dylan, nasceu Robert Allen Zimmerman, em Duluth, em 24 de maio de 1941. É uma cidade do estado do Minnesota, no Condado de Saint Louis, Estados Unidos da América. É um importante centro siderúrgico, localizado em área próxima às das jazidas de ferro. É a terra natal de Bob Dylan, Prêmio Nobel da Literatura de 2016. Segundo o censo nacional de 2010, a população é de 86 265 habitantes e a densidade populacional é de 491,3 hab./km². É a quarta cidade mais populosa do Minnesota. Possui 38 208 residências, que resulta em uma densidade de 217,62 residências/km². A cidade carrega o nome de Daniel Greysolon (1639-1710), Sieur du Lhut, o primeiro explorador europeu da região. De acordo com o United States Census Bureau, a cidade tem uma área total de 226,44 km², dos quais 175,6 km² estão cobertos por terra e 51 km² por água. Greysolon foi um soldado e explorador francês, o primeiro europeu reconhecido a visitar a região onde se localiza a cidade de Duluth, Minnesota, e a nascente do Lago Superior, em Minnesota. Seu nome às vezes é anglicizado como “DuLuth”, e é o homônimo de Duluth, Minnesota, bem como de Duluth, Geórgia. Daniel Greysolon assinou como “Dulhut” nos manuscritos remanescentes. Ele nasceu por volta de 1639 em Saint-Germain-Laval, perto de Saint-Étienne (Forez), França, e visitou a Nova França pela primeira vez em 1674.
Em setembro de 1678, Dulhut deixou Montreal para o Lago Superior, passando o inverno perto de Sault Sainte Marie e chegando ao extremo Oeste do lago no outono do ano seguinte, onde concluiu as negociações de paz entre os povos Anishinaabe (Saulteur) e Dakota (Sioux). Em 2 de julho de 1679, DuLhut fincou a bandeira da França “na grande vila dos Nadouecioux, chamada Izatys”, uma cidade Dakota Mdewakanton no lugar que hoje é chamado de Lago Mille Lacs. Em junho de 1680, Duluth ouviu falar da captura de um padre católico chamado “Louis Henpin” (Louis Hennepin) que havia sido capturado por outros “Nadouecioux” (Sioux), entre os quais Duluth vivia. Após receber a notícia de sua captura, Duluth partiu imediatamente para encontrar o padre franciscano e exigir sua libertação. Duluth negociou a liberdade do padre, mas, ao fazê-lo, violou as leis que proibiam o comércio com nativos sem a aprovação do governo, o que acabou gerando problemas em Montreal. Atraído pelas histórias da cultura nativa do Mar Ocidental ou Mar Vermelho, provavelmente o Grande Lago Salgado em Utah, Duluth chegou ao Rio Mississippi pelo Rio Saint Croix em 1680, e então retornou ao Forte de Buade, onde ouviu que mercadores invejosos na natureza de Quebec e o intendente Jacques Duchesneau de la Doussinière et d`Ambault (1631-1696) o estavam caluniando.
Foi intendente da Nova
França de 1675 a 1682. Ele foi forçado a retornar a Montreal e depois à França
em 1681 para se defender de “falsas acusações de traição”, retornando no ano
seguinte. Duluth posteriormente estabeleceu postos de comércio de peles para
promover os interesses franceses no Lago Nipigon e no Forte Caministigoyan, foi
um forte francês na América do Norte, na foz do Rio Kaministiquia no Lago
Superior, local da cidade de Thunder Bay, Ontário, provavelmente em 1684 ou 1685,
não em 1679 como algumas fontes sugerem, e no Forte St. Joseph (Porto Huron)
entre o Lago Erie e o Lago Huron, guarnecido com 50 homens. Ele morreu de gota,
doença inflamatória das
articulações causada pelo acúmulo excessivo de ácido úrico no sangue (hiperuricemia),
que se deposita na forma de cristais nas articulações, provocando crises de dor
e inchaço. Morreu em Montreal em 25 de fevereiro de 1710 e foi enterrado
na igreja Recollet. Montreal tem uma Avenida Duluth (Avenue Duluth em
francês), nomeada em homenagem a Greysolon, localizada no bairro “The Plateau”
da cidade (reconhecido como Le Plateau-Mont Royal em francês). A avenida
tornou-se bastante popular entre moradores e turistas após ser redesenhada no
início da década de 1980. Ela foi projetada para ser mais amigável aos
pedestres, com calçadas bem projetadas, muitas árvores e floreiras.
Diz-se que foi
inspirada nas ruas Woonerf, precisamente na Holanda e na Bélgica, onde “pedestres
e ciclistas têm prioridade sobre veículos motorizados, que têm um limite de
velocidade reduzido”. Duluth, Minnesota, também tem uma estrada que leva o nome
de duLhut, Greysolon Road, que se estende dos bairros de Endion a Congdon. Vale
lembrar que Colder by the Lake, produziu uma ópera cômica original
baseada na vida de Daniel Greysolon, intitulada Les Uncomfortables, isto
é, um trocadilho com o título do musical Les Misérables. A música
foi composta por Tyler Kaiser e o libreto escrito por Margi Preus e Jean
Sramek, todos de Duluth. A obra foi encenada em 2001, 2002 e 2016. Bob Dylan é
um cantor, compositor, escritor, ator, pintor e artista visual norte-americano,
e apresenta uma importante figuração na cultura popular há mais de 50
anos. Grande parte do seu trabalho mais célebre data da década de 1960, quando
canções como “Blowin` in the Wind” (1963) e “The Times They Are a Changin”
(1964) se tornaram hinos dos “movimentos pelos direitos civis e de oposição à
Guerra do Vietnã”. Suas letras durante esse período incorporaram uma ampla gama
de influências políticas, sociais, filosóficas e literárias, desafiaram as
convenções da música pop e apelaram à crescente contracultura. A música folk,
na cultura norte-americana, atingiu o auge de popularidade historicamente nas
décadas de 1950 e 1960 e Bob Dylan incorporou as tensões sociais dessa época da
melhor forma, ou seja, com o social irradiado nos detalhes e humor.
Robert Allen Zimmerman
(em hebraico: Zushe ben Avraham) nasceu no hospital St. Mary de Duluth, em
Minnesota, no dia 24 de maio de 1941 e cresceu em Hibbing, Minnesota, no Mesabi
Iron Range a Oeste do Lago Superior. Os estudos realizados por vários de seus
biógrafos demonstraram que seus avós paternos, Zigman e Anna Zimmerman,
emigraram de Odessa (atualmente Ucrânia) para os Estados Unidos por causa de um
pogrom antissemita ocorrido em 1905. Seus avós maternos, Benjamin e
Lybba Edelstein, eram judeus lituanos que chegaram à América em 1902. Em sua
autobiografia, Crônicas (Vol. 1), Dylan escreveu que o apelido de sua
avó materna era Kyrgyz e que sua família era procedente de Istambul. Seus
pais, Abram Zimmerman e Beatrice “Beatty” Stone, faziam parte de uma pequena,
mas muito unida comunidade judaica. Robert Zimmerman viveu em Duluth até seus
seis anos, quando seu pai contraiu poliomielite e sua família voltou à cidade
natal de sua mãe, Hibbing, Minnesota, onde passou o resto de sua infância.
Robert passou boa parte de sua juventude escutando rádio: em um primeiro
momento, escutando emissoras de Shreveport, em Louisiana, country, e
posteriormente, rock and roll. Na sua estadia na escola, formou várias bandas,
como The Shadow Blasters e The Golden Chords, com a qual chegaria
a tocar no programa de busca de talentos Rock and Roll Is Here to Stay.
No anuário escolar de 1959, Zimmerman assinalou sua ambição era “unir-se a
Little Richard”, um cantor, compositor e pianista. Foi eleito pela revista Rolling
Stone como o 8º maior artista da música de todos os tempos.
Uma figura influente na música e cultura populares por sete décadas, ele foi apelidado de “The Innovator”, “The Originator” e “The Architect of Rock and Roll”. O trabalho mais célebre de Penniman data de meados da década de 1950, quando seu carismático espetáculo e música dinâmica, caracterizada por “tocar piano frenético, bater violão e vocais estridentes”, lançaram as bases para o rock and roll. Suas inovadoras vocalizações emotivas e música ritmada também desempenharam um papel fundamental na formação de outros gêneros musicais populares, incluindo soul e funk. Ele influenciou inúmeros cantores e músicos em todos os gêneros musicais, do rock ao hip hop; sua música ajudou a moldar o rhythm and blues nas próximas gerações. No mesmo ano, usando o pseudônimo de Elston Gunn, Bob Dylan tocou em duas apresentações com Bobby Vee, acompanhando ao piano e improvisando com palmas. Em setembro de 1959, Zimmerman se mudou para Minneapolis, para estudar na Universidade de Minnesota. Seu interesse inicial no rock and roll deu lugar a uma aproximação ao folk. Em 1985, Dylan explicou sua atração pelo folk: “A coisa sobre o rock`n`roll é que para mim de qualquer jeito ele não era suficiente (...). Havia bons bordões e ritmo pulsante (...), mas as canções não eram sérias ou não refletiam a vida realista. Eu sabia que quando eu entrei na música folk, era um tipo de coisa mais sério. As canções eram enchidas com mais desespero, tristeza, mais triunfo, mais fé no sobrenatural, sentimentos mais profundos”. Logo começou a tocar no 10 O `Clock Scholar, uma cafeteria a quadras do campus universitário, e se viu envolvido no circuito folk de Dinkytown.
Durante seus dias en
Dinkytown, Zimmerman passou a se chamar de “Bob Dylan”. Em uma entrevista
concedida em 2004, Dylan disse: “Você nasce, sabe, com nomes errados, pais
errados. Digo, isso acontece. Você se chama do que quiser se chamar. Este é o
país da liberdade”. Em sua autobiografia, Crônicas (Vol. 1), Dylan
escreveu sobre a mudança de nome: “Eu havia visto alguns poemas de Dylan
Thomas. A pronúncia de Dylann e Allyn era parecida. Robert Dylan. A letra D
tinha mais força. Entretanto, o nome Roberto Dylan não era tão atraente como
Robert Allyn. As pessoas sempre haviam me chamado de Robert ou Bobby, mas Bobby
Dylan me parecia vulgar, e além disso já haviam Bobby Darin, Bobby Vee, Bobby
Rydell, Bobby Neely e muitos outros Bobbies. A primeira vez que me perguntaram
meu nome em Saint Paul, instintiva e automaticamente soltei: Bob Dylan”.
Queremos dizer com isso que a individuação, ou princípio de individualização,
metodologicamente descreve a maneira segundo qual uma coisa é identificada
como distinguida de outras coisas. O conceito aparece em numerosos campos e é
encontrado em obras de pensadores diversos, mas sobretudo extraordinários neste
panteão como Carl Jung, Gilbert Simondon, Bernard Stiegler, Friedrich
Nietzsche, Arthur Schopenhauer, David Bohm, Henri Bergson, Gilles Deleuze e
Manuel De Landa.
É expressa na ideia
geral do objeto de poder ser referenciado sendo identificado como algo
individual, logo “não sendo outra coisa”. Isso inclui como uma “pessoa uma” é
realizada para ser diferente dos outros elementos do mundo e como ela se
distingue de outras pessoas. A individuação, conforme descrita por Jung, por
exemplo, é um processo através do qual o ser humano evolui de um estado
infantil de identificação para um estado de maior diferenciação, o que implica
uma ampliação da consciência. Através desse processo, há identificação menos
com as condutas e valores encorajados pelo meio no qual se encontra e mais com
as orientações difundidas do “Si-mesmo”, representando assim a totalidade
referida analiticamente como o conjunto das instâncias psíquicas sugeridas por
Carl Jung, tais como persona, sombra, self, constitutivo
de sua personalidade individual. Em
primeiro lugar, “contracultura” é um movimento que tem seu auge na década de
1960 quando teve lugar e espaço um estilo de mobilização e contestação social e
utilizando novos meios de comunicação em massa. Jovens inovando estilos,
voltando-se mais para o antissocial aos olhos das famílias mais conservadoras,
com um espírito mais libertário, resumido como uma cultura underground,
“cultura alternativa” ou “cultura marginal”, focada principalmente nas
transformações da consciência, dos valores e do comportamento, na busca de
outros espaços e novos canais de expressão para o indivíduo e pequenas
realidades do cotidiano, embora o hippie, que representa esse auge,
almejasse a transformação da sociedade como um todo, através da tomada de
consciência, da mudança de atitude e conhecimento do protesto político.
O movimento hippie foi um comportamento coletivo de contracultura dos anos 1960. Embora tendo uma relativa queda de popularidade nos anos 1970 nos Estados Unidos da América, a célebre máxima paz e amor (“Peace and Love”), que precedeu a expressão “Ban the Bomb”, a qual criticava o uso letal de armas nucleares. As questões ambientais, a prática de nudismo (ou naturismo) e a emancipação sexual eram ideias respeitadas recorrentemente através de atos e caminhadas por estas comunidades. A contracultura no âmbito dos estudos e pesquisas sobre as humanidades pode ser definida como um ideário altercador que questiona valores centrais vigentes e instituídos na cultura ocidental. Justamente por causa deste ponto de vista, são pessoas que costumam se excluir socialmente e algumas que se negam a se adaptarem às visões aceitas pelo mundo. Com o vultoso crescimento dos meios de comunicação massivos, a difusão de normas, valores, gostos e padrões de comportamento se libertavam das amarras tradicionais e locais ou regionais, comumente a religiosa e a familiar, ganhando uma dimensão mais universal e aproximando a juventude de todo o globo terrestre, de uma maior integração cultural e humana. Destarte, a contracultura desenvolveu-se na América Latina, Europa e principalmente nos Estados Unidos onde os indivíduos pragmáticos buscavam valores novos. Em 1971, foi organizado no vale de Avándaro perto da cidade de Toluca, uma cidade vizinha Cidade do México, e ficou conhecido como O Woodstock Mexicano. Nudez publicamente, uso de drogas desvairadamente, bem como a presença da bandeira dos Estados Unidos orgulhosamente escandalizaram a sociedade mexicana a tal ponto que o governo reprimiu performances de rock and roll na década.
O festival, comercializado como prova da modernização do México, nunca esperou atrair as massas como se fez, e o governo teve de dispersar os participantes encalhados em massa no final. Isso ocorreu durante a era do presidente Luis Echeverría, uma época extremamente repressiva na história mexicana. De outra parte, no âmbito da contracultura o pacifismo teve como escopo, especialmente, a guerra imperialista norte-americana contra o Vietnã e está presente nas primeiras cenas do filme Hair. – “Claude sai da sua casa na fazenda e é levado pelo pai até o ônibus que o levará à cidade, atravessa de caminhonete a zona rural americana com sua igrejinha simples, a estrada de terra, as frutas e as plantações. Deixa sua família para servir a pátria. Ele chega ao Central Park onde se encontra um grupo de jovens. Berger está lendo em voz alta para o grupo a convocação para o alistamento militar: - “Quem alterar, fraudar, destruir propositadamente, danificar propositadamente ou modificar de algum modo essa convocação, pode ser multado em até 10.000 dólares ou ser preso por até 5 anos”. Em seguida, o grupamento social como representação da contracultura queima a convocação e foge dos policiais que assistiam a tudo e passam a persegui-los. Está aí definida e segundo escritor marxista francês Guy Debord, a “dis-posição” cultural conscientemente ardilosa dos hippies frente à guerra de extermínio humano imperialista. Nascido no estado de Minnesota, neto de imigrantes judeus russos, aos dez anos de idade Dylan escreveu seus primeiros poemas e, adolescente, aprendeu piano e guitarra sozinho.
Começou cantando em grupos de rock, imitando Little Richard e Buddy
Holly, mas, quando foi para a Universidade de Minnesota em 1959, voltou-se para
a folk music, impressionado com a obra do lendário cantor folk,
Woody Guthrie, a quem foi visitar em Nova Iorque em 1961. Em 2004 foi eleito
pela revista Rolling Stone o 7º maior cantor de todos os tempos e, pela
mesma revista, o 2º melhor artista da música de todos os tempos, ficando atrás
somente dos extraordinários Beatles, de Liverpool, Inglaterra e uma de suas
principais canções, “Like a Rolling Stone”, foi escolhida como a melhor de
todos os tempos. Influenciou diretamente grandes nomes do rock norte-americano
e britânico dos anos de 1960 e 1970. Em 2012, Dylan foi condecorado com a Medalha
Presidencial da Liberdade pelo presidente dos Estados Unidos Barack Obama. Foi
laureado com o Nobel da Literatura de 2016, por “ter criado novos modos de
expressão poética no quadro da tradição da música americana”. E, assim,
tornou-se o primeiro e único artista na história a ganhar, além do Prêmio Nobel,
o Pulitzer, o Oscar, o Grammy e o Globo de Ouro.
A cultura, que
caracteriza as sociedades humanas, é organizada/organizadora via o veículo
cognitivo da linguagem, a partir, segundo Morin (1998, 2008), do “capital
cognitivo coletivo” dos conhecimentos adquiridos, das competências aprendidas,
das experiências vividas, da memória histórica, das crenças míticas de uma
sociedade. E, dispondo de seu capital cognitivo, a cultura institui as
regras/normas que organizam a sociedade e governam os comportamentos
individuais. Estas regras geram processos sociais e regenera globalmente a
complexidade social adquirida por essa mesma cultura. Assim, a cultura não deve
ser compreendida pelas metáforas estruturais, que são termos impróprios em uma
organização recursiva onde o que é produzido e gerado torna-se produtor e
gerador daquilo que o produz ou gera. Isso facto, cultura e sociedade estão em
relação geradora mútua; nessa relação, não podemos esquecer as interações entre
indivíduos, eles próprios portadores ou transmissores de cultura, que regeneram
a sociedade, a qual regenera a cultura. Daí a tese sociológica segundo a qual,
“se a cultura contém um saber coletivo acumulado em uma memória social, se é
portadora de princípios, modelos, esquemas de conhecimento, se gera uma visão
de mundo, se a linguagem e o mito são partes constitutivas da cultura, então a
cultura não comporta somente uma dimensão cognitiva: é uma máquina cognitiva
cuja práxis é cognitiva”.
Ainda aqui, o que abre o conhecimento é o que fecha o conhecimento. Desde o seu nascimento, o ser humano conhece não só por si, para si, em função de si, mas, também pela sua família, pela sua tribo, pela sua cultura, pela sua sociedade, para elas, em função delas. Assim, o conhecimento de um indivíduo alimenta-se de memória biológica e de memória cultural, associadas na própria memória, que obedece a várias entidades de referência, diversamente presentes nela. Tudo o que é linguagem, lógica, consciência, tudo o que é espírito e pensamento, constitui-se na encruzilhada dialógica entre dois princípios de tradução, um contínuo, o outro descontínuo (binário). As aptidões individuais organizadoras do cérebro humano necessitam de condições socioculturais para se atualizarem, as quais necessitam das aptidões do espírito humano para se organizarem individual e socialmente. A cultura está nos espíritos, vive nos espíritos, os quais estão na cultura, vivem na cultura. Meu espírito conhece através da minha cultura, vivem na cultura. Meu espírito conhece através da minha cultura, mas, em certo sentido, a minha cultura conhece através do meu espírito. Assim, portanto, as instâncias produtoras do conhecimento se coproduzem umas às outras; há uma unidade recursiva complexa estabelecida entre produtores e produtos do conhecimento, ao mesmo tempo em que há relação hologramática entre cada uma das instâncias, cada uma contendo as outras e, nesse sentido, cada uma contendo o todo enquanto todo. Falar em complexidade é falar respectivamente em relação de interação per se complementar, concorrente, antagônica, recursiva e hologramática entre essas instâncias cogeradoras do reconhecimento humano. Mas não é apenas essa complexidade que permite compreender a possível autonomia relativa do espírito (faculdades intelectuais) e no sentido técnico do cérebro individual. Mas é assim mesmo que o espírito individual pode autonomizar-se em relação à sua determinação biológica. Recorrendo às suas fontes e recursos socioculturais.
Em relação à
determinação cultural utilizando sua aptidão bioantropológicas para organizar o
conhecimento. O espírito individual pode alcançar a sua autonomia jogando com a
dupla dependência que, ao mesmo tempo, o constrange, limita e alimenta. Pode
jogar, pois há margem, entre hiatos, aberturas, defasagens. Entre o bioantropológico
e o sociocultural, o ser individual e a sociedade. Assim, a
possibilidade de autonomia do espírito individual está inscrita no princípio de
seu conhecimento. E isso em nível de seu conhecimento cotidiano, quanto em
nível de pensamento filosófico ou científico. A cultura fornece ao pensamento
as suas condições sociais e materiais de formação, de concepção, de
conceptualização. Impregna, modela e eventualmente governa os conhecimentos
individuais. A cultura e, pela via da cultura, a sociedade está no interior do
conhecimento. O conhecimento está na cultura e a cultura está na representação
do conhecimento. Um ato cognitivo per se é, ipso facto, um elemento do complexo
cultural coletivo que se atualiza em um ato cognitivo individual. As nossas
percepções ou mesmo concepções estão sob um controle, não apenas de constantes
fisiológicas e também psicológicas, mas níveis de variáveis culturais e
históricas. A percepção é submetida a categorizações, conceptualizações,
taxinomias, que influenciarão o reconhecimento e a identificação das cores, das
formas, dos objetos. O conhecimento intelectual organiza-se em função de
paradigmas que selecionam, hierarquizam, rejeitam as ideias sociais e as técnicas,
bem como em função de significações mitológicas e de projeções imaginárias.
Assim se opera a “construção social da realidade”, ou antes, a “co-construção social da realidade”, visto que a realidade se constrói também a partir de dispositivos cerebrais, em que o real (imagem) se consubstancializa e se dissocia do irreal (ficção), que constitui a visão de mundo, que se concretiza em verdade, em erro, na mentira. Para conceber a sociologia do conhecimento, é necessário, segundo Edgar Morin, conceber não só o enraizamento do conhecimento na sociedade e a interação social do conhecimento/na sociedade. Mas no anel recursivo no qual o conhecimento é produto/produtor sociocultural que comporta uma dimensão própria cognitiva. Os homens de uma cultura, pelo seu modo de conhecimento, produzem a cultura que produz seu reconhecimento. A cultura gera os conhecimentos que regeneram a cultura. Ao considerar-se a que ponto o conhecimento é produzido por uma cultura, dependente de uma cultura, integrado a uma cultura, pode-se ter a impressão de que nada seria capaz de libertá-lo. Mas isso seria, sobretudo, ignorar as potencialidades de autonomia relativa, no interior de todas aquelas culturas, dos espíritos individuais. Os indivíduos não são todos, e nem sempre, mesmo nas condições culturais mais fechadas, máquinas triviais obedecendo impecavelmente à ordem social e às injunções culturais. Isso seria ignorar que toda cultura está vitalmente aberta ao mundo exterior, de onde tiram conhecimentos objetivos e que conhecimentos e ideias migram entre as culturas.
Seria ignorar que
aquisição de uma informação, a descoberta de um saber, a invenção de uma ideia,
podem modificar e transformar uma sociedade, mudar o curso da história. Assim,
o conhecimento está ligado, por todos os lados, à estrutura da cultura, à organização
social, à práxis histórica. Sempre por toda parte, o conhecimento científico
transita pelos espíritos individuais, que dispõem de autonomia potencial, a
qual pode em certas condições sociais e políticas atualizarem-se e tornar-se um
pensamento pessoal crítico. Sobre a
aquisição do conhecimento pesa um formidável determinismo. Ele nos impõe o que
se precisa conhecer, como se deve conhecer, o que não se pode conhecer.
Comanda, proíbe, traça os rumos, estabelece os limites, ergue cercas de arame
farpado e conduz-nos ao ponto onde devemos ir. E também que conjunto prodigioso
de terminações sociais, culturais e históricas é necessário para o nascimento
da menor ideia, da menor teoria. Não bastaria limitarmo-nos a essas
determinações que pesam do exterior sobre o conhecimento. É necessário
considerar, também, os determinismos intrínsecos ao conhecimento, que são muito
mais implacáveis. Em primeiro lugar, princípios iniciais, comandam esquemas e
modelos explicativos, os quais impõem uma visão de mundo e das coisas que
governam e controlam de modo imperativo e proibitivo a lógica dos discursos,
pensamentos, teorias. Ao organizar os paradigmas e modelos explicativos
associa-se o determinismo organizado dos sistemas de convicção e de crença que,
quando reinam, impõem a força imperativa do sagrado, normalizadora do dogma,
proibitiva do tabu. As doutrinas e ideologias dominantes dispõem também da
força imperativa e coercitiva que leva a evidência aos convictos e o temor
inibitório aos desalmados.
Bibliografia Geral Consultada.
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