“Não ser amado é falta de sorte, mas não amar é a própria infelicidade”. Albert Camus
Paris é a capital econômica e comercial da França, onde os negócios da Bolsa e das finanças se concentram. A densidade da sua rede ferroviária, rodoviária e da sua estrutura aeroportuária, fazem-na arquitetonicamente um ponto de convergência para os transportes internacionais. A cidade abriga dois aeroportos internacionais: o Aeroporto de Paris-Charles de Gaulle, o segundo aeroporto mais movimentado da Europa, e o Aeroporto de Paris-Orly. Inaugurado em 1900, o metrô da cidade, o Metropolitano de Paris, atende 5,23 milhões de passageiros diariamente; é o segundo sistema de metrô mais movimentado da Europa, superado apenas pelo metrô de Moscou. A Gare du Nord é a 24ª estação ferroviária mais movimentada do mundo, porém a primeira localizada fora do Japão, com 262 milhões de passageiros em 2015. Em 2018, Paris recebeu 16,8 milhões de turistas, sendo a 8ª cidade mais visitada do mundo, como a segunda cidade da Europa, depois de Londres. O clube de futebol Paris Saint-Germain e o clube de Rugby Stade Français estão sediados em Paris. O Stade de France, com 81 mil lugares, construído para a Copa do Mundo da Fédération Internationale de Football Association de 1998, está localizado ao Norte da cidade, na comuna vizinha de Saint-Denis. Paris organiza anualmente o torneio Grand Slam de tênis. Um torneio Grand Slam de tênis refere-se aos quatro campeonatos mais importantes do circuito mundial de tênis: o Australian Open, Roland Garros (Aberto da França), Wimbledon e US Open. Sediou os Jogos Olímpicos de Verão de 1900 e 1924 e 2024. Foi a cidade-sede das Copas do Mundo FIFA de 1938 e 1998, a Copa do Mundo de Rugby Union de 2007 e o Campeonato Europeu de Futebol de 1960, 1984 e 2016. A competição de ciclismo de estrada Tour de France finaliza-se em Paris em julho.
Paris é a capital e a mais populosa cidade da França, com uma população estimada em 2020 de 2 148 271 habitantes em uma área de 105 km². Desde o século XVII, Paris é um dos principais centros de finanças, diplomacia, comércio, moda, ciência e artes da Europa. A cidade de Paris é o centro e sede de governo da região administrativa de Ilha de França, que tem uma população estimada em 2020 de 12 278 210 habitantes, ou cerca de 18% da população da França. Em 2017, a região de Paris teve um PIB de 709 bilhões de euros. De acordo com a Pesquisa de Custo de Vida da Economist Intelligence Unit em 2018, Paris era a “segunda cidade mais cara do mundo, atrás apenas da Singapura e à frente de Zurique, Hong Kong, Oslo e Genebra”. Abrangendo numerosos monumentos e por conta de seu considerável papel político e econômico, Paris é também uma importante cidade na história social e política da humanidade. Sua posição monopolista numa encruzilhada entre os itinerários comerciais terrestres e fluviais no coração de uma rica região agrícola a tornou uma das principais cidades francesas ao longo do século X, beneficiada com palácios reais, ricas abadias e uma catedral. Durante o decorrer do século XII, tornou-se um dos primeiros espaços públicos europeus do ensino e da arte. A importância econômica e política de Paris foi reforçada quando os Reis de França e a corte se fixaram na cidade. Assim, Paris se “converteu”, na falta de melhor expressão, em uma das mais importantes cidades de todo o mundo ocidental, na capital da maior potência política europeia (século XVII), no centro cultural da Europa (século XVIII) e na capital da arte e do lazer (século XIX).
O surrealismo representou um movimento artístico e literário nascido em Paris na década de 1920, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais. Reúne artistas anteriormente ligados ao dadaísmo ganhando dimensão mundial. Influenciado pela Psicanálise de Sigmund Freud (1856-1939), o surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Um dos seus objetivos foi produzir uma arte que, segundo o movimento, estava sendo destruída pelo racionalismo. O poeta e crítico André Breton (1896-1966) era o principal líder e mentor deste movimento. A palavra surrealismo supõe-se ter sido criada em 1917 pelo poeta Guillaume Apollinaire (1886-1918), jovem artista ligado ao cubismo, e autor da peça teatral As Mamas de Tirésias (1917), considerada uma precursora do movimento. Um dos principais manifestos do movimento é o Manifesto Surrealista, de 1924. Além de Breton, seus representantes mais conhecidos são Antonin Artaud (1896-1948), no teatro, Luis Buñuel (1900-1983), no cinema, e Max Ernst (1891-1976), René Magritte (1898-1967) e Salvador Dalí (1904-1989), no campo das artes plásticas. Grande parte da estética surrealista apoia-se na concepção de imagem poética de Pierre Reverdy, segundo a qual a imagem nasce não da comparação, mas da aproximação entre duas realidades afastadas. E quanto mais distantes forem as realidades aproximadas, mais forte será a imagem poética. Reverente distancia mais ainda o mundo captado pelos sentidos e o mundo criado pela poesia. Além disso, a linguagem surrealista faz grande uso de descontextualizações, esvazia-se um significante de seu significado para atingir novos e inusitados significados. Herança de Arthur Rimbaud (1854-1991), procuram o desregramento também das relações sociais de significação para a emersão de uma nova linguagem. Há uma busca da expressão por meio de uma linguagem não-instrumental e uma associação de liberdade à ruptura do discursiva.
Em 1929, os
surrealistas publicam um segundo manifesto e editam a revista A Revolução
Surrealista. Entre os artistas ligados ao grupo em épocas variadas estão os
escritores franceses, Antonin Artaud (1896-1948), também dramaturgo, Paul
Éluard (1895-1952), Louis Aragon (1897-1982), Jacques Prévert (1900-1977) e
Benjamin Péret (1899-1959), que viveu no Brasil. Entre os escultores
encontram-se os italianos Alberto Giacometti (1901-1960), o pintor italiano
Vito Campanella (1932), assim como os pintores espanhóis extraordinários Salvador Dali (1904-1989), Juan Miró (1893-1983) e Pablo
Picasso, o pintor belga René Magritte (1898-1967), o pintor alemão Max
Ernst (1891-1976) e o reconhecido cineasta espanhol Luis Buñuel (1900-1983). Nos
anos 1930, o movimento internacionaliza-se e influencia outras tendências,
conquistando adeptos em países da Europa e nas Américas, tendo Breton assinado
um manifesto com Leon Trótski (1879-1940) na tentativa de criar um movimento
internacional que lutava pela liberdade na arte -: o Manifesto por uma Arte
Revolucionária Independente (FIARI). Salvador Dalí e René Magritte criaram
as mais reconhecidas obras pictóricas do movimento. Dalí entrou para o grupo em
1929, e participou do rápido estabelecimento do estilo visual entre 1930 e
1935. O surrealismo como movimento de comunicação visual, tinha encontrado um
método: expor a verdade psicológica ao despir objetos ordinários de sua
significância normal, a fim de criar uma imagem que ia além da organização
formal ordinária.
Em 1932, vários
pintores surrealistas produziram obras que foram marcos da evolução da estética
do movimento: La Voix des Airs, de Magritte, é um exemplo deste
processo, no qual são vistas três grandes esferas representando sinos
pendurados sobre uma paisagem. Outra paisagem surrealista do mesmo ano é Palais
Promontoire, de Tanguy, com suas formas líquidas. Formas como estas se
tornaram a marca registrada de Dali, particularmente com sua obra A
Persistência da Memória, na qual relógios de bolso derretem. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) comprovou
ser disruptiva para o surrealismo. Os artistas continuaram com as suas obras,
incluindo Magritte. Muitos membros do movimento continuaram a corresponder-se e
a encontrar-se. Em 1960, Magritte, Duchamp, Ernst e Man Ray encontraram-se em
Paris. Apesar de Dali não se relacionar mais com Breton, ele não abandonou os
seus motivos dos anos 30, incluindo referências à sua obra “Persistência do
Tempo” posterior. O trabalho de Magritte tornou realista na sua representação
de objetos, enquanto mantinha o elemento de justaposição, como na sua obra Valores
Pessoais (1951) e Império da Luz (1954). Magritte continuou a
produzir obras que entraram para o vocabulário artístico, como Castelo nos
Pireneus, que faz uma referência a Voix de 1931, na sua suspensão sobre
a paisagem. Algumas personalidades do movimento Surrealista foram expulsas e
vários destes artistas, como Roberto Mattam continuaram próximos ao surrealismo
como ele mesmo se definiu.
A ficção absurda é um
gênero de romances, peças de teatro, poemas, filmes ou outras mídias que se
concentra nas experiências de personagens em situações em que não conseguem
encontrar nenhum propósito inerente à vida, muitas vezes representadas por
ações e eventos em última análise sem sentido que questionam a certeza de
conceitos existenciais como verdade ou valor. Em alguns casos, pode se sobrepor
ao absurdo literário. O gênero literário absurdista surgiu na década de 1950 e na
década de1960, predominantemente na França e na Alemanha, motivado pela
desilusão do pós-guerra. A ficção absurdista é uma reação contra o aumento do
Romantismo em Paris na década de 1830, o colapso da tradição religiosa na
Alemanha e a revolução social e filosófica liderada pelas expressões de Søren
Kierkegaard e Friedrich Nietzsche. Elementos comuns na ficção absurdista
incluem sátira, humor negro, incongruência, a humilhação da razão e
controvérsia sobre a condição filosófica de ser “nada”. A ficção absurda em
forma de peça é conhecida como Teatro Absurdo. Ambos os gêneros são
caracterizados por um olhar na experiência dos personagens, centrado na ideia
de que a vida é incongruente, irreconciliável e sem sentido. A característica
integral da ficção absurda envolve a experiência da luta para encontrar um
propósito intrínseco na vida, retratado pelos personagens em exibição de ações
sem sentido nos eventos fúteis dos quais participam.
O termo “absurdo” tem raízes no latim “absurdus”, que significa “contrário à razão” ou “desarmônico”. O termo elabora o conceito da palavra moderna correspondente à identificação da natureza irracional e incongruente da vida cotidiana. A ideologia e a filosofia por trás do gênero de ficção absurdista derivam do niilismo e do existencialismo extraídos do mundo do século XX. Søren Kierkegaard (1813–1855), reconhecido como o “pai do existencialismo”, foi um prolífico escritor dinamarquês que se opôs aos limites convencionais da filosofia, psicologia, teologia, ficção e crítica literária. A filosofia de Kierkegaard contende com a plausibilidade da cristandade e, inerentemente, contesta o senso de propósito que ela desperta na vida pessoal. O conceito de absurdo foi usado por Kierkegaard para denominar o ponto em que a fé se torna indefensável, mas válida para aqueles que a empregam, e somente ela. Kierkegaard influenciou o trabalho de Jean-Paul Sartre e Albert Camus. O existencialismo como uma abordagem ou teoria filosófica enfatiza a existência do indivíduo único e o conceito de um indivíduo como um agente livre na determinação de seu próprio significado ou propósito na vida. Por outro lado, o niilismo é o reconhecimento de que a vida não tem significado intrínseco. A ficção absurda em relação ao existencialismo expressa o que acontece quando a existência humana não tem significado ou propósito, portanto, toda comunicação se rompe.
A Soprano Careca
(1950), de Eugène Ionesco, é um texto de ficção absurdista que enfatiza em
profundidade a noção da incapacidade da humanidade de se comunicar entre si.
Friedrich Nietzsche (1844–1900) foi um crítico cultural, compositor, poeta,
filólogo e um estudioso do latim e grego que também rendeu profunda inspiração
na filosofia ocidental e na história intelectual moderna. Nietzsche é outro
influenciador primário na filosofia e ideologia por trás do absurdo. Seu
interesse pelo niilismo, em particular suas opiniões sobre o cristianismo e
Deus, alude às tradições do mundo ocidental em sua dependência da religião como
uma “bússola moral” e uma fonte de significado perene. Nietzsche afirmou que
essa dependência é agora inviável, aparecendo em seu livro A Gaia Ciência,
publicado em 1882 e traduzido em 1974. Os escritos de Nietzsche influenciaram a
ficção absurdista, influenciando Jean-Paul Sartre e Albert Camus.
Particularmente, a compreensão de Camus sobre o niilismo foi radicalmente
motivada pela concepção que Nietzsche apresentou sobre a vida e a morte e as
perspectivas niilistas de afirmações. Particularmente, ela se consolidou como
uma postura filosófica e doutrinal na história social a partir do século XV, em
que filósofos renascentistas consideravam a existência de uma verdade única e
antiga revelada à humanidade em diversos tempos e tradições, por vezes
preservada e transmitida por ritos e textos esotéricos. Em sentido estrito, essencialmente visava
inicialmente a conciliação de doutrinas pagãs, filosofia platônica, judaísmo e
o cristianismo; genericamente, refere-se a uma tentativa de
abranger diversas formas de fé religiosas ou entendimentos filosóficos. Seu
sentido ampliou-se, porém, com a espiritualidade moderna a partir do século XX.
Dente Canino (2009) tem como representação um
filme de arte dramática psicológica absurdista grego, dirigido por Yorgos Lanthimos. Nascido em Atenas, Grécia, em 27 de
maio de 1973, é um cineasta, produtor e roteirista grego. Graduado em Cinema e
Audiovisual, foi indicado quatro vezes ao Oscar: Em 2010 por Kynodontas,
na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, por The Lobster em 2017, na
categoria de Melhor Roteiro Original e por The Favourite em 2019 e Poor
Things em 2024, respectivamente, nas categorias de Melhor Diretor e Melhor
Filme. Escrito por Lanthimos e Efthymis Filippou, o filme tem como escopo a
relação matrimonial de um marido e uma esposa (Christos Stergioglou e Michelle
Valley) que mantêm seus filhos (Angeliki Papoulia, Christos Passalis e Mary
Tsoni) “ignorantes do mundo” fora de sua propriedade até a idade adulta. Dente
Canino é o terceiro longa-metragem de Lanthimos. Ganhou o Prêmio Un
Certain Regard no Festival de Cinema de Cannes de 2009 e foi indicado ao
Oscar de Melhor Filme Estrangeiro na 83ª edição do Oscar. Un Certain Regard
(UCR) é uma mostra paralela à seleção oficial do Festival de Cannes, lançada
durante a edição de 1978 do festival. A cada ano vinte filmes fazem parte da
seleção. O prêmio Un Certain Regard é concedido a um desses filmes na forma de
distribuição no circuito francês e €30 mil ao diretor do filme vencedor. Un
Certain Regard coloca em perspectiva “um cinema mais atípico que os da
seleção principal e recompensa cineastas pouco conhecidos”. Sociologicamente, o absurdismo, por
outro lado, como movimento filosófico é uma extensão ou divergência do existencialismo,
que se concentra na “inutilidade da humanidade” e, especificamente, na “angústia
e ansiedade emocionais” presentes quando a existência de um propósito é
desafiada. As perspectivas existencialistas e agnósticas são exploradas em
romances e teatros absurdistas em sua expressão de enredo e personagens. Os
principais absurdistas incluem Franz Kafka, Albert Camus, Samuel Beckett e
Eugène Ionesco.
A cultura da Grécia
Antiga é a base sobre a qual se eleva a cultura da civilização ocidental. Como
sabemos, exerceu poderosa influência sobre os romanos, que se encarregaram de
repassá-la a diversas partes da Europa. A civilização grega antiga teve
influência na linguagem, na política, no sistema educacional, na filosofia, na
ciência, na tecnologia, na arte e na arquitetura moderna, particularmente
durante a renascença da Europa ocidental e de resto durante os diversos
reviverem neoclássicos dos séculos XVIII e XIX. Conceitos sociológicos como
cidadania e democracia são gregos, ou pelo menos de pleno desenvolvimento nos
manuscritos dos gregos. Os historiadores e escritores políticos cujos trabalhos
sobreviveram ao tempo eram, em sua maioria, atenienses ou pró-atenienses e
todos conservadores. Por isso se conhece melhor a história de Atenas do que a
história das outras cidades. Além disso, esses homens concentraram seus
trabalhos em aspectos políticos, militares e diplomáticos, ignorando o que veio
a se conhecer modernamente por áreas de conhecimento em história econômica e
social. O homem é criação propiciada pelo processo real de transformação da
realidade e por uma formação ideal exagerada da faculdade da imaginação que faz
a essência do homem criador.
A Grécia, em grego: Ελλ?δα, oficialmente República Helênica, é um país europeu localizado na parte meridional dos Bálcãs e confina a Norte com a República da Macedônia, com a Bulgária, e com a Albânia, a Leste com a Turquia, quer em fronteira terrestre, quer com fronteira marítima no mar Egeu, a Sul com o mar Mediterrâneo e a Oeste com o mar Jônico, pelo qual tem ligação com a Itália. Localizada no Sudeste da Europa, junto de Ásia e África, a Grécia é o berço de nascimento da democracia, da filosofia ocidental, da dialética, dos Jogos Olímpicos, da Literatura ocidental e da historiografia, bem como da ciência política, e dos mais importantes princípios matemáticos. E, além disso, o berço de nascimento do teatro ocidental, incluindo os gêneros drama, tragédia e comédia. A Grécia é desenvolvida de forma plena, embora economicamente condicionada pelas políticas ocidentais desenvolvimentistas desde a fenomenologia de Hegel de 1807 e os debates políticos de Marx de 1867. Basil representa um escritor Greco-britânico que cresceu na Inglaterra e passa por uma crise de criatividade e parte para Creta, terra natal de seu pai. Enquanto espera para embarcar no navio que o levará à ilha, cuja saída está atrasada por causa do mau tempo, conhece Zorba, um grego simples e entusiasmado. Com vários apelidos, segundo ele próprio conta em sua narrativa que um deles é “Epidemia”, pois espalharia o caos onde passa. Zorba simpatiza com Basil e pede que ele o acompanhe na viagem, como seu intérprete e talvez cozinheiro. Basil pretende reabrir a mina de linhito de seu pai.
Zorba conta a
experiência com mineração e Basil concorda com sua companhia. A mina necessita
de reparos, mas Zorba convence um grupo de monges que permita remover um pouco
da madeira da floresta deles, que fica em uma montanha próxima e inventa um
meio de transportá-la para a mina. Quando Zorba e seu patrão retornam à cidade,
a velha prostituta ajuda o inglês a superar sua timidez. Assim, ele toma
coragem e vai visitar a viúva e os dois acabam fazendo amor. Mas rumores
começam a percorrer a ilha após o escritor ter sido visto entrando na casa dela
e um dos muitos admiradores da viúva é tomado pelo desespero e em seguida se
suicida. Em virtude deste acontecimento, os aldeões começam a apedrejá-la e o
escritor, testemunhando tudo aquilo, manda chamar Zorba. Quando ela está
prestes para ser esfaqueada, Zorba chega e interfere, fazendo o agressor soltar
a arma, mas quando tudo parecia contornado ela, em um momento de descuido, é
apunhalada pelo pai do jovem que se matara. Sentindo que a prostituta estava
prestes a morrer, Zorba bondosamente concorda em se casar com ela e enquanto
trabalha na mina fica sabendo que a saúde dela piorou. Ele volta rápido e ela
morre em seus braços mas, apesar das mortes, o trabalho não pode parar e a vida
continua com todo seu esplendor, não importando o que aconteça. Zorba é um
cântico à liberdade do grego, consciente de sua historicidade diante do mundo
que vê na existência terrena, uma dimensão do mundano e transitório arquétipo
de seu único esteio antes da aniquilação.
Para que a espécie
humana pudesse sobreviver, a psique precisou ser socializada e dar sentido a um
mundo aparentemente sem-sentido natural-biológico. Ao criar as significações,
institui-se a sociedade que é a origem de si mesma. Não se poderia pensar a humanidade
fora do mundo de significações, ou a subjetividade, a partir do termo “para
si”, das representações das instituições sociais. O “para si” é inferido a
partir das instancias, interdependentes, em que todas existem, mas nenhuma se
mantém sem a outra, numa completa relação de atividade e reciprocidade
representando a totalidade do sujeito. Enfim, Castoriadis admite que é
impossível fazer filosofia sem uma ontologia, isto é, sem uma interrogação
sobre o ser, mas, ao contrário do que possa pensar aquele para quem ontologia
soa como “palavra proibida”, sua reflexão é inteiramente articulada à questão
política. Não sendo, pois, uma idealização, mas um pensamento radical sobre a
possibilidade de uma sociedade na qual os homens tenham consciência de seu poder.
Por sua vez, o imaginário radical enquanto imaginário social aparece como
corrente do coletivo anônimo, traduzindo-se na sociedade e no que para o
social-histórico é posição, criação e fazer ser. Duas dimensões não
incomunicáveis nem estáticas, análise psíquica, tout court, tenha a sua
participação oculta na formação do que é próprio na criação.
O gênero absurdista
surgiu da literatura modernista do final do século XIX e início do século XX,
em oposição direta à literatura vitoriana, que se destacou pouco antes desse
período. Foi amplamente influenciado pelos movimentos existencialista e niilista
na filosofia, e pelos movimentos dadaísta e surrealista na arte. As influências
filosóficas existencialistas e niilistas na ficção absurdista foram resultantes
da desilusão do pós-guerra. Romancistas e compositores de ficção absurdista
exigiam liberdade das convenções prevalecentes no movimento filosófico de 1940
na França. Outros eventos históricos que impactaram o estilo e a filosofia do
movimento literário incluem a bomba atômica e a Guerra Fria. Psicólogos da
Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, e da Universidade de Colúmbia
Britânica publicaram um Relatório em 2009 demonstrando que “a leitura de contos
absurdos melhorou a capacidade dos participantes de encontrar padrões”. Suas
descobertas resumiram que, quando as pessoas precisam se esforçar para
encontrar consistência e significado em uma história fragmentada, isso aumenta “os
mecanismos cognitivos responsáveis pela aprendizagem implícita de
regularidades estatísticas”. O escritor franco-argelino Albert Camus (1913-1960)
é o romancista a quem a maioria dos críticos literários atribui o conceito
absurdista, com o romance mais famoso L`Étranger (O Estrangeiro,
1942), e seu ensaio filosófico “O Mito de Sísifo” (1942).
Albert Camus nasceu em Mondovi, uma comuna italiana da região do Piemonte, província de Cuneo, em 7 de novembro de 1913 e faleceu em Villeblevin, uma comuna francesa na região administrativa de Borgonha-Franco-Condado, no departamento de Yonne, em 4 de janeiro de 1960. Foi um escritor, filósofo e jornalista franco-argelino, reconhecido por suas contribuições à literatura e ao pensamento filosófico do século XX. Sua obra abrange romances, peças teatrais, ensaios e artigos, nos quais explorou temas como o absurdo da condição humana, a revolta e a busca por significado. Em 1957, foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura. Camus nasceu na Argélia, então parte da França colonial, e trabalhou em diversas profissões antes de dedicar-se à escrita, incluindo funções como vendedor de peças automotivas e funcionário público. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), integrou a Resistência Francesa e atuou como editor do jornal Combat, onde expressou suas posições políticas e éticas. Em sua produção literária e filosófica, destacou-se por abordar questões sociais como a liberdade, a justiça e a responsabilidade individual. Sua filosofia, frequentemente associada ao absurdismo, enfatiza a contradição entre a busca humana por sentido e a aparente indiferença do universo. Entre suas obras mais reconhecidas estão O Estrangeiro (1942), O Mito de Sísifo (1942) e A Peste (1947). Durante a Guerra de Independência da Argélia (1954–1962), manifestou-se a favor de uma solução negociada, opondo-se tanto ao violento colonialismo francês quanto à violência dos movimentos independentistas. Albert Camus faleceu em um acidente de carro em 1960, aos 46 anos de idade. Sua obra permanece influente na filosofia, na literatura e nos debates sobre moralidade e política.
O extraordinário boêmio
e falante de alemão Franz Kafka é outro romancista de ficção absurdista. O
romance de Kafka, “O Processo”, foi publicado em 1925, após sua morte em 1924.
O romance aborda a incapacidade da sociedade de se comunicar em um mundo sem
propósito. Metodologicamente uma grande quantidade de ficção absurdista pode
ser humorística ou irracional por natureza. O humor absurdista é descrito como
uma forma de comédia que se baseia em non-sequiturs, violação de causalidade e
justaposições imprevisíveis. No entanto, a marca registrada do gênero não é nem
comédia nem absurdo, mas sim o estudo do comportamento humano em
circunstâncias, sejam realistas ou fantásticas, que parecem sem propósito e
filosoficamente absurdas. A ficção absurda pressupõe pouco julgamento sobre os
personagens ou suas ações; essa tarefa é deixada para o leitor. Além disso, a
“moral” da história geralmente não é explícita, e os temas ou realizações dos
personagens, se houver, são frequentemente ambíguos por natureza. Ao contrário
de muitas outras formas sociológicas de ficção, as obras absurdistas não
terão necessariamente uma estrutura de enredo tradicional, ou seja, ação
ascendente, clímax, ação descendente, etc. Os elementos sociais convencionais
da ficção, como enredo, caracterização e desenvolvimento, tendem a estar
ausentes. Alguns estudiosos explicam que essa ficção implica um “afastamento” abstrato
de uma norma. Há também o caso do questionamento da validade da razão humana,
da qual surgem as percepções das leis naturais. A ficção absurdista também não
busca apelar ao chamado inconsciente coletivo, pois é ferozmente individualista
e se concentra quase exclusivamente na exploração dos sentimentos subjetivos de
um indivíduo ou de um ser sobre sua existência.
Durante a década de 1990, Yorgos Lanthimos dirigiu uma série de vídeos para companhias gregas de dança-teatro. Desde 1995, ele dirige comerciais de TV, videoclipes, curtas-metragens e peças de teatro experimental. Ele também era um membro da equipe criativa que projetou as cerimônias de abertura e o encerramento das Olimpíadas de 2004 em Atenas. A carreira de Lanthimos no cinema começou com o filme mainstream My Best Friend (2005), que codirigiu com Lakis Lazopoulos, e o filme experimental Kinetta (2005) que estreou no Festival Internacional de Cinema de Toronto de 2005. Seu terceiro longa-metragem, Kynodontas (2009), ganhou o prêmio Un Certain Regard no Festival de Cannes de 2009 e foi indicado para Melhor Filme Estrangeiro no 83º Oscar. Em 2010, ele coproduziu Attenberg (2010), um drama grego dirigido por Athina Rachel Tsangari. Seu quarto longa-metragem, Alpeis (2011), ganhou o Prêmio Osella de Melhor Roteiro no 68º Festival Internacional de Cinema de Veneza. O roteiro do quinto filme de Lanthimos, The Lobster, ganhou o Prêmio ARTE International 2013 como Melhor Projeto CineMart no 42º International Film Festival Rotterdam. O filme foi selecionado para concorrer ao Palme d`Or no Festival de Cannes de 2015 e ganhou o Prêmio do Júri. No 75º Festival de Cinema de Veneza, ele apresentou seu trabalho mais recente, The Favourite (2018), e ganhou o Grande Prêmio do Júri. O filme empatou com o maior número de indicações ao 91º Oscar, com dez, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor para Lanthimos. Em fevereiro de 2019, foi relatado que Lanthimos estava trabalhando em uma adaptação do romance Jim Thompson 1964 Pop. 1280, previsto para escrever e dirigir. O livro foi adaptado para o cinema pelo diretor francês Bertrand Tavernier, em 1981, com o título Coup de Torchon, e enredo na África Ocidental Francesa, em 1938.
Etimologicamente o
termo “absurdo” origina raízes no latim “absurdus”, que significa “contrário à
razão” ou “desarmônico”. O termo elabora o conceito da palavra moderna
correspondente à identificação da natureza irracional e incongruente da vida
cotidiana. A ideologia e a filosofia por trás do gênero de ficção absurdista
derivam do niilismo e do existencialismo extraídos do mundo do século XX. Søren
Kierkegaard (1813–1855), reconhecido como o “pai do existencialismo”, foi um
prolífico escritor dinamarquês que se opôs aos limites convencionais da
filosofia, psicologia, teologia, ficção e crítica literária. A filosofia de
Kierkegaard contende com a plausibilidade da cristandade e, inerentemente,
contesta o senso de propósito que ela desperta na vida pessoal. O conceito de
absurdo foi usado por Kierkegaard para denominar o ponto em que a fé se torna
indefensável, mas válida para aqueles que a empregam, e somente ela.
Kierkegaard influenciou decisivamente o trabalho de Jean-Paul Sartre (1905-1980)
e Albert Camus. O existencialismo como uma abordagem ou teoria
filosófica enfatiza a existência do indivíduo único e o conceito de um indivíduo
como um agente livre na determinação de seu próprio significado ou propósito de
interpretação na vida. Por outro lado, o niilismo é o reconhecimento de que a
vida não tem significado intrínseco. A ficção absurda em relação ao
existencialismo expressa o que acontece quando a existência humana não
tem significado ou propósito, portanto, toda comunicação se rompe.
A Soprano Careca (1950), de
Eugène Ionesco, é um texto de ficção absurdista que enfatiza em profundidade a
noção da incapacidade da humanidade de se comunicar entre si. É drama em 11
cenas de Eugène Ionesco, que a chamou de “antipeça”. Foi produzida pela
primeira vez em 1950 e publicada em 1954 como La Cantatrice chauve; o
título também é traduzido como A Prima Donna Careca. A peça, um exemplo
importante do Teatro do Absurdo consiste principalmente numa série de conversas
sem sentido entre dois casais que eventualmente se deterioram em balbucios. Friedrich
Nietzsche (1844-1900) foi um crítico cultural, compositor, poeta, filólogo e um
estudioso do latim e grego que também rendeu profunda inspiração na filosofia
ocidental e na história intelectual moderna. Nietzsche é outro influenciador
primário na filosofia e ideologia por trás do absurdo. Seu interesse pelo
niilismo, em particular suas opiniões sobre o cristianismo e Deus, alude às
tradições do mundo ocidental em sua dependência da religião como uma “bússola
moral” e fonte de significado. Nietzsche afirmou que essa dependência é agora
inviável, aparecendo em seu livro A Gaia Ciência, publicado em 1882 e
traduzido em 1974. Os escritos de Nietzsche influenciaram a ficção absurdista, e
extraordinariamente Sartre e Camus. Particularmente, a compreensão de Camus
sobre o niilismo foi motivada pela concepção que Nietzsche apresentou sobre a
vida e a morte e as perspectivas niilistas. O Teatro do Absurdo representa uma designação
pós-Primeira Guerra Mundial (1914-1918) para peças de ficção absurdistas,
especificamente aquelas escritas principalmente por dramaturgos europeus no
final do século XX, e também para o estilo de teatro que evoluiu a partir de
suas obras. Martin Esslin (1918-2002),
um crítico literário, conceituou o termo “Teatro do Absurdo” em seu ensaio de
1960, Teatro do Absurdo.
Esslin relacionou essas peças selecionadas com base no amplo tema do absurdo, semelhante à maneira como Camus usou o termo em seu ensaio de 1942, O Mito de Sísifo. A ideologia do Teatro do Absurdo é extraída do existencialismo e expressa o resultado da existência humana se tornando privada de significado ou propósito e o resultado de toda comunicação, portanto, rompida. A construção lógica e argumentação dentro do teatro absurdista deram lugar a características de discurso irracional e ilógico e à conclusão final do silêncio. O Teatro do Absurdo envolve um fascínio pelo absurdo em uma variedade de formas; o existencial, filosófico, emocional e dramatúrgico. O Teatro do Absurdo como uma forma dramática inerentemente leva o teatro ao extremo, ao mesmo tempo em que levanta questões sobre como a realidade e a irrealidade realmente se parecem. Martin Esslin nomeou os quatro dramaturgos definidores do movimento do Teatro do Absurdo como Samuel Beckett, Arthur Adamov, Eugène Ionesco e Jean Genet. Em edições posteriores de seu ensaio, ele incluiu um quinto dramaturgo, Harold Pinter (1930-2008). Outros escritores que também são associados a este movimento estético existencialista por Esslin e outros críticos são Tom Stoppard, Friedrich Dürrenmatt, Fernando Arrabal, Edward Albee, Boris Vian e Jean Tardieu. O Teatro do Absurdo subverte a forma teatral convencional que o público espera ao assistir a uma peça. O movimento da trama é arbitrário; os personagens do teatro absurdista são, em sua maioria, desconhecidos e com motivações sociais estranhas, o cenário é frequentemente irreconhecível e, às vezes, imutável ou desolado, e os diálogos parecem sem sentido. Para os dramaturgos absurdistas, tanto o caos como a irracionalidade representam a realidade socialmente melhor do que a racionalidade e a ordem. As peças do ponto de vista teatral podem ser de natureza tanto trágica quanto cômica, características do gênero tragicomédia no teatro.
Dogtooth foi o primeiro longa-metragem da
Boo Productions, uma empresa de publicidade sediada em Atenas. O Greek Film
Center apoiou o projeto com cerca de € 200.000, e grande parte da produção
foi realizada com a ajuda de voluntários. Outros € 50.000 foram oferecidos pelo
estúdio de produção. Anna Kalaitzidou e Christos Passalis eram atores de teatro
que foram escalados após terem trabalhado com Lanthimos anteriormente. Mary
Tsoni não era uma atriz profissional; ela era cantora de uma banda punk.
Lanthimos tinha uma abordagem aberta tanto à atuação quanto ao estilo visual e
sentiu que pareceria falso se ele se envolvesse demais nos detalhes. Somente
quando os ensaios começaram, ele começou a desenvolver uma ideia do estilo dramatúrgico
em que o filme deveria ser rodado para o público: um em que ele tentou combinar
um ambiente realista com “enquadramento realmente rígido e um visual legal e
surreal para combinar com a narrativa”. O
filme estreou no 62º Festival de Cinema de Cannes em 18 de maio de 2009, e foi
exibido em festivais de cinema como os reconhecidos Festival Internacional de
Cinema de Toronto e o Festival de Cinema de Maryland. Foi lançado na Grécia em
11 de novembro de 2009 pela Feelgood Entertainment. A Verve Pictures adquiriu
os direitos de distribuição para o Reino Unido e o lançou em 23 de abril de
2010. A Kino International o lançou nos Estados Unidos da América em 25 de
junho de 2010.
Sinopse: Um casal, seu filho adulto e duas
filhas adultas vivem em um condomínio cercado. As crianças não têm conhecimento
do mundo exterior; seus pais dizem que estarão prontas para sair assim que
perderem um dente-de-cão, e que só se pode sair com segurança de carro. As
crianças se divertem com brincadeiras de resistência, como colocar as mãos
debaixo de água quente. Elas acreditam ter um irmão do outro lado da cerca para
quem jogam suprimentos. Os pais recompensam o bom comportamento com adesivos e
o mau com violência. O pai paga uma funcionária de sua fábrica,
Christina, para ir à casa dela e fazer sexo com o filho. Frustrada com a recusa
do filho em lhe dar cunilíngua, Christina troca sua faixa de cabeça com a filha
mais velha em troca de cunilíngua. A filha mais velha convence a filha mais
nova a lamber seu ombro, trocando a faixa. Mais tarde, a filha mais nova se
oferece para lamber a filha mais velha novamente. A mais velha não tem nada a
oferecer em troca, mas a mais nova não se importa e experimenta lamber outras
partes do corpo. O pai visita um centro de treinamento de cães e exige que seu
cão seja devolvido. O treinador se recusa porque o cão ainda não terminou o
treinamento e pergunta: “Queremos um animal ou um amigo?” Quando as crianças
ficam aterrorizadas com um gato de rua no jardim, o filho o mata com uma
tesoura de poda. Decidindo tirar vantagem do incidente, o pai rasga suas
roupas, cobre-se de sangue falso e conta aos filhos que seu irmão invisível
foi morto por um gato, a criatura mais perigosa.
Depois de ensiná-los a latir de quatro para afastar os gatos, a família realiza uma cerimônia em memória do irmão. Christina novamente troca sexo oral com a filha mais velha. Esta rejeita a oferta de gel para cabelo e exige as fitas VHS de Hollywood na bolsa. Ela assiste aos filmes (Rocky IV e Tubarão) em segredo e depois recria cenas e cita diálogos. Quando o pai descobre as fitas, bate nela com uma delas, depois vai ao apartamento de Christina e a atinge com o videocassete, amaldiçoando seus futuros filhos por serem corrompidos por “más influências”. Os pais decidem que, com Christina indisponível, o filho escolherá uma das irmãs como nova parceira sexual. Depois de acariciar as duas irmãs de olhos fechados, ele escolhe a mais velha. Ela se sente desconfortável durante o sexo e, em seguida, ameaça o irmão no estilo dos diálogos de filmes de Hollywood. Durante uma apresentação para comemorar o aniversário de casamento dos pais, a filha mais nova pára para descansar, a mais velha continua e dança a coreografia de Flashdance, aparentemetne perturbando o sossêgo dos pais. Naquela noite, ela quebra um dente canino com um haltere e se esconde no porta-malas do carro do pai. O pai descobre fragmentos de dente e a procura em vão. Ele dirige para o trabalho no dia seguinte; o carro fica parado do lado de fora da fábrica, sem ninguém para cuidar dele.
O primeiro-ministro
grego, George Papandreou, encerrou a reunião do gabinete em 25 de janeiro de
2011 dizendo: “A notícia de que o filme Dogtooth, de Yorgos Lanthimos,
foi indicado para Melhor Filme Estrangeiro vai muito além do mundo do
cinema, das artes e da cultura. Diz respeito a todo o país, ao seu povo, à nova
geração de artistas que seguem o lema: “Sim, nós podemos fazer isso em tempos
difíceis”. E continuou: “Não direi que as notícias mostram que milagres
acontecem, porque o sucesso de Yorgos Lanthimos se baseia em trabalho duro,
talento e seu potencial infinito. Características que caracterizam as forças
criativas que conduzem a Grécia a uma nova era; forças que merecem nosso apoio
e o terão. Bravo Yorgos”. O Comité de Cinema Grego escolheu por unanimidade Dogtooth
para representar a Grécia no Óscar. O crítico grego Dimitris Danikas deu a Dogtooth
uma classificação de oito em dez (“com entusiasmo”), chamando-o de “negro,
surreal, de pesadelo” e escrevendo que Dogtooth é tão importante para o
cinema grego quanto o filme Reconstitution de 1970 de Theodoros
Angelopoulos (1935-2012), teve uma longa trajetória até se envolver com cinema.
Primeiramente cursou Direito em Atenas, mas não chegou a concluir o curso.
Theodoros Angelopoulos,
mais reconhecido como Theo Angelopoulos, nascido em Atenas, Grécia, em 17
de abril de 1936 e morto em 24 de janeiro de 2012, foi um cineasta grego. Theo
Angelopoulos teve uma longa e duradoura trajetória até se envolver com cinema.
Primeiramente cursou Direito em Atenas, mas não chegou a concluir o curso. Em
seguida estudou Literatura, na Universidade de Sorbonne, em Paris. Depois de
formado começou a estudar Cinema, mas antes de se graduar entra em conflito com
os professores e é expulso da escola em que estava matriculado. Ao voltar para
a Grécia, começa a trabalhar como crítico de cinema, em um jornal de esquerda
chamado Mudança Democrática. Com o golpe militar de 1967, fica
desempregado. No entanto, em 1968, realiza um antigo sonho ao dirigir seu
primeiro filme, A Emissão, um curta-metragem. Em um curto período de
tempo, apesar da falta de recursos financeiros, consegue finalizar dois filmes.
Com seu terceiro longa-metragem, A Viagem dos Comediantes, de 1975,
consegue sucesso internacional. A partir daí torna-se o diretor grego mais
reconhecido no mundo, colecionando, mais tarde, diversos prêmios
internacionais, entre eles, a Palma de Ouro, por A Eternidade e Um Dia. Seus
filmes são reconhecidos pelas longas cenas sem cortes (plano-sequência), pelo
silêncio, alegorias e referências mitológicas, além da temática que percorre os
caminhos da melancolia na civilização moderna - de maneira mais específica em
duas fases: a primeira mais marxista-brechtiana, e a segunda, a partir de Viagem
a Citera, com abordagens mais emocionais e subjetivas. Angelopoulos foi
atropelado por um motociclo no Pireu, Sul de Atenas, em 24 de janeiro de 2012.
Levado para o hospital, ficou na unidade de cuidados intensivos, mas acabou por
não resistir aos múltiplos ferimentos sofridos no acidente, tendo falecido no
mesmo dia.
A sua casa e o seu
arquivo pessoal ficaram destruídos nos incêndios de 2018 que atingiram as
localidades costeiras da Ática em julho de 2018. Em seguida estudou Literatura,
na Universidade de Sorbonne, em Paris. Depois de formado começou a estudar
Cinema, mas antes de se graduar entra em conflito com os professores e é
expulso da escola em que estava matriculado. Ao voltar para a Grécia, começa a
trabalhar como crítico de cinema, em um jornal de esquerda chamado “Mudança
Democrática”. Com o golpe militar de 1967, fica desempregado. No entanto, em
1968, realiza um antigo sonho ao dirigir seu primeiro filme, “A Emissão”, um
curta-metragem. Em um curto período de tempo, apesar da falta de recursos,
consegue finalizar dois filmes. Com seu terceiro longa-metragem, “A viagem dos
comediantes’, de 1975, consegue sucesso internacional. A partir daí torna-se o
diretor grego mais reconhecido no mundo, colecionando, mais tarde, diversos
prêmios internacionais, entre eles, a Palma de Ouro, por A Eternidade
e Um Dia. Seus filmes são reconhecidos pelas longas cenas sem cortes (plano-sequência),
pelo silêncio, alegorias e referências mitológicas, além da temática que
percorre os caminhos da melancolia na civilização moderna, de maneira mais
específica em duas fases: a primeira mais marxista-brechtiana, e a segunda, a
partir de “Viagem a Citera”, com abordagens mais emocionais e subjetivas. Angelopoulos
foi atropelado por um motociclo no Pireu, Sul de Atenas, em 24 de janeiro de
2012. Levado para o hospital, ficou na unidade de cuidados intensivos, mas
acabou por não resistir aos múltiplos ferimentos sofridos no acidente, tendo
falecido no mesmo dia.
Bibliografia Geral Consultada.
MORIN, Edgar, Le Cinema ou l`Homme Imaginaire. Paris: Editions Minuit, 1978; BOYM, Svetlana, The Future of Nostalgia. Nova Iorque: Basic books, 2001; BOBBIO, Norberto, Il Futuro della Democrazia. 1ª edizione. Itália: Einaudi Editore, 2005; MÁDOZ, Inmaculada Cuquerella, La Superación del Nihilismo en la Obra de Albert Camus: La Vida como Obra Trágica. Tese de Doutorado. Valência: Universität de Valência, 2007; SANTOS, Patrícia da Silva, (Im) possibilidades na Literatura de Franz Kafka. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo, 2009; BERNARDES, Cartolina Donega, A Odisseia de Nikos Kazantzákis: Epopeia Moderna do Heroísmo Trágico. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Letras. Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas. São José do Rio Preto: Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, 2010; SILVA, Ricardo Barbosa da, Culto à Guerra: Uma Abordagem Historiográfica do Militarismo na Esparta Clássica. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em História. Instituto de Ciências Humanas. Pelotas: Universidade Federal de Pelotas, 2017; VIRGOLINO, Mariano Figueiredo, Redes, Stásis e Estabilidade na Grécia Antiga: Um Estudo em Cultura Política. Tese de Doutorado. Programa de Pós-graduação em História Social. Instituto de História. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2018; BERARDI, Franco, Depois do Futuro. São Paulo: Ubu Editora, 2019; BARROS, Eudenia Magalhães, Contingências da Vida: Sobre Corpos Transformados em um Mundo Feito para Capacitados. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Centro de Humanidades. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2021; VIEWEG, Klaus, Hegel: O Filósofo da Liberdade – Biografia. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2024; COELHO BRANCO, Carla Maria, A Filosofia do Absurdo de Albert Camus: A Redenção do Absurdo. Dissertação de Mestrado em Filosofia. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2025; VIANA, Maria Laura Vieira Cavalcanti, Passado no Futuro da Ficção Científica. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Comunicação. Centro de Artes e Comunicação. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2025; entre outros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário