segunda-feira, 28 de abril de 2025

Papa da Dignidade – Cultura Católica & Solidariedade Orgânica.

                 Apenas os que dialogam podem construir pontes e vínculos”. Papa Francisco

           Francisco, S.J., nascido Jorge Mario Bergoglio, em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936 e morto na cidade do Vaticano, em 21 de abril de 2025, foi o 266º Papa da Igreja Católica, Bispo de Roma e Soberano da Cidade do Vaticano de 13 de março de 2013 até a data da sua morte. Foi o primeiro Bispo de Roma a ser membro da Companhia de Jesus (Jesuítas), o primeiro nascido nas Américas e no Hemisfério Sul, bem como o primeiro pontífice não nascido na Europa em mais de 1 200 anos e o primeiro papa a utilizar o nome de Francisco. Tornou-se arcebispo de Buenos Aires em 28 de fevereiro de 1998 e foi elevado ao cardinalato em 21 de fevereiro de 2001, véspera da festa da Cátedra de São Pedro, com o título de Cardeal-presbítero de São Roberto Belarmino, por São João Paulo II. Foi eleito papa em 13 de março de 2013. No decorrer de sua vida pública, Papa Francisco destacou-se por sua humildade, preocupação com os pobres e compromisso com o diálogo inter-religioso. Francisco teve uma abordagem menos formal ao papado do que seus antecessores, tendo escolhido residir na casa de hóspedes Domus Sanctae Marthae, em vez de nos aposentos papais do Palácio Apostólico usado por papas anteriores. Ele sustentava que a Igreja deveria ser mais aberta e acolhedora. Não apoiava o capitalismo definido “selvagem”, o marxismo de Karl Marx (1818-1883), ou as versões marxistas da Teologia da Libertação. Francisco manteve as visões tradicionais da Igreja em relação ao aborto, casamento, ordenação de mulheres e celibato clerical. Opunha-se ao consumismo e apoiava a ação sobre as mudanças climáticas, escopo de seu papado com a promulgação da Encíclica Laudato si'. Na diplomacia internacional, ajudou a restaurar as relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Cuba e apoiou a causa dos refugiados durante as crises migratórias da Europa e da América Central. Desde 2018, é um oponente vocal tradicional do neonacionalismo. Enteretanto, seu papado deu ênfase ao combate de abusos sexuais por membros do clero católico, tornando obrigatórias as denúncias e responsabilizando quem as omite.

            Jorge Mario Bergoglio nasceu numa família de imigrantes italianos. O seu pai, Mario Giuseppe Bergoglio, nascido na cidade de Turim (Piemonte) em 2 de abril de 1908 e falecido em 24 de setembro de 1961, era um trabalhador ferroviário. Sua mãe, Regina Maria Sivori, nascida em Buenos Aires, de pais de origem piemontesa e lígure, em 28 de novembro de 1911 e falecida em 8 de janeiro de 1981, era dona de casa. Casaram-se na capital argentina no dia 12 de dezembro de 1935. Mario Giuseppe também jogava basquetebol no San Lorenzo, um dos cinco grandes do futebol argentino e cujas origens haviam sido impulsionadas por um padre. Jorge tornar-se-ia torcedor sanlorencista, tendo afirmado que não perdeu nenhum jogo do título argentino de 1946, quando tinha dez anos. Em carta aos dirigentes do clube que o visitaram uma semana após tornar-se Papa, relembrou: “Tem vindo à minha memória, belas recordações, começando desde a minha infância. Segui, aos dez anos, a gloriosa campanha de 1946. Aquele gol de Pontoni!”. Nascido e criado no bairro de Flores, sede do San Lorenzo, o Papa Francisco era o mais velho de cinco filhos: Oscar Adrián Bergoglio (1938–1997), Marta Regina Bergoglio (1940–2007), Alberto Horácio Bergoglio (1942–2010) e Maria Elena Bergoglio, nascida em 1948, sua única irmã viva. Inicialmente, alguns órgãos de imprensa teriam afirmado que Jorge Bergoglio fez graduação e mestrado em química, na Universidade de Buenos Aires, porém mais tarde se verificou que esta informação era incorreta, tendo ele apenas um diploma técnico em química pela Escuela Técnica Industrial n° 27 Hipólito Yrigoyen, Buenos Aires, Argentina. Na juventude, teve uma doença respiratória que infelizmente numa operação de remoção lhe fez perder um pulmão. 

Durante a sua adolescência, teve uma namorada, Amalia.  Ingressou no noviciado da Companhia de Jesus em 11 de março de 1958. Fez o juniorado em Santiago, Chile. Graduou-se em Filosofia em 1960, na Universidade Católica de Buenos Aires. Entre os anos 1964 e 1966, ensinou Literatura e Psicologia, no Colégio Imaculada, na Província de Santa Fé, e no Colégio do Salvador, em Buenos Aires. Graduou-se em Teologia em 1969. Recebeu a ordenação presbiteral no dia 13 de dezembro de 1969, pelas mãos de Dom Ramón José Castellano. Emitiu seus últimos votos na Companhia de Jesus em 1973, quando também foi nomeado Mestre de Noviços, no Seminário da Villa Barilari, em San Miguel. No mesmo ano foi eleito superior provincial dos jesuítas, na Argentina. Em 1980, após o período do provincialato, retornou a San Miguel, para ensinar em uma escola dos jesuítas. No período de 1980 a 1986 foi reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de San Miguel. Após obter seu doutorado na Alemanha, foi confessor e diretor espiritual em Córdoba. Francisco falava fluentemente o castelhano (sua língua materna), italiano, relativamente bem francês e alemão, e pouco o inglês, assim como o português e o latim. Em 20 de maio de 1992, o Papa João Paulo II o nomeou bispo auxiliar de Buenos Aires, com a ser titular de Auca (Aucensi). Sua ordenação episcopal deu-se a 27 de junho de 1992, pelas mãos do cardeal Quarracino, de Dom Emilio Ogñénovich e de Dom Ubaldo Calabresi. Em 3 de junho de 1997, foi nomeado arcebispo coadjutor de Buenos Aires. Tornou-se arcebispo de Buenos Aires no dia 28 de fevereiro de 1998. Foi nomeado ordinário para os fiéis de rito oriental sem ordinário próprio, pelo populismo católico do Papa João Paulo II (1920-2005), em 30 de novembro de 1998.           

         A famosa frase: - “No futuro, todos terão seus quinze minutos de fama”, como profetizou certa vez o cineasta e pintor norte-americano Andy Warhol, reconhecido pelos coloridos retratos da glamorosa Marilyn Monroe e Elvis Presley tornou-se sua marca na modernidade. Mais do que isso, sua fama parece ter se tornada eterna, como tem ocorrido no tempo e espaço quando é cada vez mais celebrada. É o que garante o jornal norte-americano The New York Times. No primeiro semestre de 2015, por exemplo, foram programadas pelo menos três mostras com criações de Andy Warhol nos Estados Unidos da América. Em uma extensa reportagem sobre o legado de um dos criadores e principal representante da Pop Art, o jornal divulgou que nada menos que 40 exposições com obras do artista, muitas delas até então inéditas para o público, “inundarão museus e instituições de arte nos próximos cinco anos”. Isso porque a fundação que leva o nome de Andy Warhol está na terceira fase de um projeto que visa popularizar cada vez mais o trabalho do artista, morto em 1987. É neste sentido que a fundação doou mais de 14 mil obras, sobretudo fotografias e gravuras, “com a condição de que os museus as exibam no prazo de cinco anos”. Já foram distribuídas, desde 1999, 52.786 obras do artista para 322 instituições diversas, sobretudo em seu significado nos Estados Unidos da América. Neste sentido, marca é a representação simbólica de uma entidade, qualquer que seja ela, objeto/símbolo que permite identificá-la de um modo imediato como, por exemplo, um sinal de presença, uma simples pegada. Na teoria social da comunicação, isto é, em sua dimensão, pode ser um signo, um símbolo ou um ícone. 

Uma simples palavra pode referir uma marca. O termo é frequentemente usado hoje em dia como referência a uma determinada empresa: um nome, uma marca verbal, imagens ou conceitos que distinguem o produto, serviço ou a própria empresa. Quando se fala em marca, é comum estar se referindo, na maioria das vezes, a uma representação gráfica no âmbito e competência do designer, onde a marca pode ser representada graficamente por uma composição de símbolo ou logotipo, tanto individualmente quanto combinados. No entanto, o conceito de marca é bem mais abrangente que a sua representação gráfica. Marca não é um conceito fácil de definir. A marca em essência representa produção-consumo com uma série específica de atributos, benefícios e serviços uniformes aos compradores. A garantia de qualidade surge entre marcas, mas a marca é um símbolo mais complexo, pois em princípio, a relação social entre complexo e símbolo, coincide em muitos aspectos do desejo, comparativamente, pois ambos se enraízam num núcleo de significado arquetípico. Analogamente se referem sociologicamente enquanto um conjunto de práticas e saberes sociais a unidades de geração que desenvolvem perspectivas, reações e posições políticas e afetivas diferentes em relação a um mesmo mercado de consumo editorial. O nascimento em um contexto idêntico, mas em um período específico, faz surgirem diversidades nas ações dos sujeitos. Outra característica é a adoção ou criação de estilos distintos pelos indivíduos, mesmo vivendo em um mesmo nível social. A unidade geracional constitui uma adesão mais concreta em relação àquela estabelecida pela conexão geracional.

Mas a forma como grupos sociais da mesma conexão geracional lida com os fatos históricos vividos, por sua geração, fará surgir distintas unidades geracionais no âmbito da mesma conexão geracional no conjunto da sociedade. O sociólogo Karl Mannheim não esconde sua preferência pela abordagem histórico-romântica alemã. E destaca que este é um exemplo bastante claro de como a forma de se colocar uma questão pode variar de país para país, assim como de uma época para outra. Ipso facto, sociologicamente falando a relação social entendida por globalização representa um dos processos de aprofundamento da divisão internacional do trabalho, da integração econômica, social e política, em seus extremos que teria sido impulsionado pela redução dos meios sociais de comunicação dos países no final do século XX e início do século XXI. Embora vários estudiosos situem a origem da globalização em tempos modernos, Marx analisou a sua história social e econômica na gênese do industrial capitalista relacionado com os chamados descobrimentos/achamentos do Novo Mundo pelos europeus. Um país com imprensa livre hoje pode ter acesso, algumas vezes por televisão por assinatura ou satélite, a emissoras de difusão de comunicação, desde a NHK do Japão a Cartoon Network norte-americana. A globalização é analisada por sociólogos, historiadores e cientistas políticos como o movimento social sob o qual se constrói o processo de hegemonia econômica, política e cultural ocidental sobre as demais nações. Esta nova dominação é constituída por redes assimétricas, e as relações de poder se dão mais pela via cultural e econômica do que pelo uso coercitivo de força.  

         Historicamente as ordens mendicantes de franciscanos e dominicanos, formam uma resposta surgida do interior da Igreja face a movimentos similares, mas que se tinham colocado à margem e sobretudo fora da Igreja. Foram, portanto, uma resposta a uma necessidade social política, cultural e religiosa daqueles tempos. As suas características eram essencialmente urbanas: vida em comunidade, vida itinerante, vida de pobreza como exemplo e pregação. Ao invés das antigas ordens religiosas, especialmente os beneditinos, dedicados ao trabalho manual e agrícola, estas novas ordens vão marcar e surgem e simultâneo com o despontar da nova classe, a burguesia, constituída por comerciantes, pequenos artificies, operários e serventes nas cidades. O seu carácter aberto e não elitista, democrático na organização interna, a grande mobilidade que se conjuga no tempo e lugar com a abertura das rotas comerciais na Europa, vão tornar estas ordens religiosas atrativas para toda uma nova classe social, urbana, em crescimento de literacia, ascendente social e politicamente, com novas formas de expressão na retórica, na literatura, na arte e arquitetura e na teologia.  A ordem nasceu sob o signo da verdade (Veritas, em latim), isto é o estudo, a pesquisa e a reflexão e pregação da verdade revelada por Jesus Cristo e pela Igreja. Daí que não surpreenda que este empreendimento comunicativo e de trabalho dentre inúmeros membros da ordem se tenham tornado famosos teólogos, escritores e doutores da Igreja. A sua atividade de ensino e da busca intelectual, tiveram como fruto grande pensadores, e deram inúmeros contributos para a história social da Europa e do mundo.

 Nos quase oito séculos de história desta ordem, inúmeros foram os seus membros que se destacaram, entre os quais se realça Santo Tomás de Aquino, Santa Catarina de Siena, Santo Alberto Magno, Beato Inocêncio V, Papa Bento XI, São Pio V, Papa Bento XIII, Henri Dominique Lacordaire, Fr. Luís Beltran, Beato Raimundo de Cápua, Bartolomeu Las Casas, São Raimundo de Penaforte, São Vicente Ferrer, São Francisco Coll e o Prêmio Nobel da Paz de 1958, Dominique Pire. Em Portugal será de lembrar Frei Luís de Sousa, André de Resende, S. Frei Gil, Fr. Soeiro Gomes, Frei Bartolomeu dos Mártires, Teresa de Saldanha, Frei Francisco Foreiro, Frei Jerónimo de Azambuja, Frei Luís de Soto Mayor, entre muitos outros. Após sofrerem tortura física, os frades informam aos policiais o horário e o local de reunião do grupo, onde Marighella costumava receber recursos oriundos dos frades. Marighella foi então surpreendido e executado por policiais do velho Departamento de Ordem Política e Social (Dops) paulista, sob o comando do delegado Sérgio Paranhos Fleury. O Dops, criado em 30 de dezembro de 1924, foi o órgão do governo brasileiro, utilizado principalmente durante o Estado Novo e mais tarde na Ditadura Militar de 1964, cujo objetivo era censurar e reprimir movimentos políticos e sociais contrários ao regime no poder. O órgão, que tinha a função de assegurar e disciplinar a ordem militar no país foi instituído em 17 de abril de 1928 pela lei nº 2304 que tratava de reorganizar a Polícia do Estado. Frei Betto, refugia-se no Rio Grande do Sul onde é encontrado, preso, e une-se ao restante do grupo no presídio de Tiradentes, na capital São Paulo, em 1971. Os frades são posteriormente julgados e sentenciados a quatro anos de reclusão em regime fechado. A única exceção é Frei Tito, que é libertado como valor de troca do suíço Giovanni Enrico Bucher, com outros presos políticos, em 11 de junho de 1970.

Frei Tito não supera as sequelas psicológicas sofridas após ser preso e torturado: comete suicídio. De acordo com Durkheim (2014), os indivíduos têm certo nível de integração com os seus grupos, o que ele chama de integração social. Níveis anormalmente baixos ou altos de integração social poderiam resultar num aumento das taxas de suicídio: a) níveis baixos porque baixa integração social resulta numa sociedade desorganizada, levando os indivíduos a se voltar para o suicídio como uma última alternativa; b) níveis altos porque as pessoas preferem destruir a si próprias a viver sob o grande exercício de controle da sociedade, o que resultou no caso de suicídio egoísta no território norte-americano de Ariel Castro. O trabalho de Durkheim influenciou os proponentes das teorias sociais funcionais do controle, e é frequentemente mencionado como um estudo sociológico clássico. Baseado em um dos três livros em que Frei Betto descreve suas experiências na prisão, “Batismo de Sangue” é impactante e expõe de forma nua e crua o que representou a ditadura civil-militar brasileira. O roteiro do longa-metragem Batismo de Sangue é uma adaptação do livro homônimo de Frei Betto, vencedor do prêmio Jabuti. O filme dirigido por Helvécio Ratton ganhou os prêmios de Melhor Diretor e Melhor Fotografia no Festival de Brasília. A película retrata a vida de cinco frades dominicanos e o desenrolar de seus dias, cheios de perseguições, torturas e sofrimentos. Resistentes à ditadura militar e movidos por ideais cristãos, os frades Tito, Betto, Oswaldo, Fernando e Ivo passam a apoiar logística e politicamente o grupo guerrilheiro Ação Libertadora Nacional, comandado por Carlos Marighella. Durante os primeiros anos da ditadura instalada em 1964, jovens frades seguidores de São Domingos desempenharam papel importante na oposição às forças armadas. Eles deram cobertura à ALN, grupo guerrilheiro comandado por Carlos Marighella – ex-deputado federal e um dos principais opositores do governo. Os frades defendiam que viver o evangelho era integrar-se à comunidade através de práticas sociais concretas, que defendessem os injustiçados. Pagaram o preço com perseguição, cadeia, tortura e exílio.

Frente ao endurecimento do regime e das prisões de pessoas mais próximas a eles, os cinco seminaristas são obrigados a se separar. Aos poucos, os que não conseguem sair do país são presos – no meio da noite ou na rua, sem qualquer aviso prévio e sem dar informações aos parentes e amigos, que ficam sem notícias alguma do que está sendo feito dos presos políticos. Junto com as prisões, começam as torturas. Aqueles que não têm parentes influentes, como é o caso de Betto, sofrem violências intermináveis e são obrigados a delatar amigos e companheiros. O filme demonstra também o lado psicológico dos torturados. Por mais que estes queiram resistir, a tortura é forte demais e eles acabam cedendo às pressões. Apesar dos nomes falsos e de todas as principais medidas de segurança tomadas, um a um, eles vão caindo nas armadilhas do Aparelho Repressivo de Estado. Dentro da prisão, cada um resiste também como pode e se apoia nas possibilidades de comunicação e do que melhor poderá conseguir lutar pela sua sobrevivência. É neste sentido que os freis, já presos, celebram uma missa. Cercados por um contexto político em que os torturadores tentam ao nível ideológico desacreditá-los de tudo que foi importante para eles. Em um lugar em que muitos perdem a fé e a esperança no que estão fazendo, rezar uma missa e relembrar tudo o que os trouxe até ali é dar força a si mesmos e aos outros, é uma maneira de resistir à repressão e reafirmar sua rebeldia. Na linguagem teórica as palavras e expressões funcionam como conceitos.

Foi criado cardeal no Consistório Ordinário Público de 2001, ocorrido em 21 de fevereiro de 2001, presidido pelo Papa João Paulo II (1920-2005), recebendo o título de cardeal-presbítero de São Roberto Belarmino. Curiosamente, quando foi nomeado, convenceu centenas de argentinos a não viajarem para Roma. Em vez de irem ao Vaticano celebrar a nomeação, inversamente, “pediu que dessem o dinheiro da viagem aos pobres”. Foi membro dos seguintes dicastérios, os departamentos ou órgãos da Cúria Romana, a estrutura administrativa central da Igreja Católica, que são responsáveis por diferentes áreas da vida e da missão da Igreja, funcionando de forma semelhante a ministérios de um governo civil: Congregação para o Clero; Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos; Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica; Pontifícia Comissão para a América Latina; Pontifício Conselho para a Família. O cardeal Bergoglio foi eleito em 13 de março de 2013, no segundo dia do conclave, escolhendo o nome de Francisco. Ele é o primeiro jesuíta a ser eleito Papa, o primeiro Papa do continente americano, do Hemisfério Sul e o primeiro não europeu investido como bispo de Roma em mais de 1 200 anos, desde Papa Gregório III, que nasceu na Síria e governou a Igreja Católica entre 731-741. Quando lhe foi perguntado, na Capela Sistina, se aceitava a escolha, disse: “Eu sou um grande pecador, confiando na misericórdia e paciência de Deus, no sofrimento, aceito”. O Habemus Papam foi através de Jean-Louis Pierre Tauran.

É difícil escapar à impressão de que em geral as pessoas usam medidas falsas, dizia Freud (2011), com razão, sobre a questão tópica do mal-estar na civilização, de que buscam poder, sucesso, riqueza para si mesmas e admiram aqueles que os têm, assim subestimando os autênticos valores da vida. E, no entanto, corremos o risco, num julgamento assim genérico, de esquecer a variedade do humano - last but not least – e de sua vida psíquica. Existem homens que não deixam de ser venerados pelos contemporâneos, como Herman Hesse (1877-1962), embora sua grandeza repouse em qualidades e realizações inteiramente alheias aos objetivos e ideais da multidão. Provavelmente se há de supor que apenas uma minoria reconhece esses grandes homens, enquanto a maioria os ignora. Mas a coisa, é claro, pode não ser tão simples assim, devido à incongruência entre as ideias e os atos das pessoas e à diversidade dos seus desejos. A ideia de que o homem adquire noção de seu vínculo com o mundo por um sentimento imediato, desde o início orientado para isso, é tão estranha, ajusta-se tão mal à nossa trama, que podemos tentar uma explicação psicanalítica, isto é, genética para esse sentimento. A seguinte linha de pensamento se oferece. Normalmente nada é mais seguro do que o sentimento de nós mesmos, de nosso Eu. Este Eu nos aparece como autônomo, unitário, bem demarcado de tudo o mais. Que esta aparência é enganosa, que o Eu na verdade, se prolonga para dentro, sem fronteira nítida, numa entidade psíquica inconsciente a que denominamos Id, à qual ele serve de fachada – isto aprendemos com a psicanálise, mas que não é bem o nosso caso, na sociologia que propugnamos.

De todo modo a patologia nos apresenta um grande número de estados em que a delimitação do Eu ante o mundo externo se torna problemática, e nos faz lembrar a expressão de despedida do extraordinário filósofo Gilles Deleuze que tomamos de empréstimo, através das palavras, entre as palavras, que se vê e que se ouve: - “A vergonha de ser um homem: haverá razão melhor para escrever?”. Ipso facto, no prefácio à 2ª edição da obra Da Divisão do Trabalho Social, de Émile Durkheim (2010) lembra-nos da ideia que ficou na penumbra na primeira edição e que parece útil ressaltar e determinar melhor, pois ela esclarecerá melhor algumas partes do presente trabalho. Trata-se do papel que os agrupamentos profissionais estão destinados a desempenhar na organização social dos povos contemporâneos. Mas o que proporciona, particularmente nos dias de hoje, excepcional gravidade a esse estado é o desenvolvimento então desconhecido, que as funções econômicas adquiriram nos últimos dois séculos, aproximadamente. Estamos longe do tempo em que eram desdenhosamente abandonadas às classes inferiores, pois diante delas, vemos as funções militares, administrativas, religiosas recuarem cada vez mais. Somente as funções científicas, adverte o pragmático sociólogo, que encetou sua obra magnífica em torno de dez anos de produção ininterrupta, de reconhecimento, estão em condição de disputar-lhes o lugar – e ainda assim, a ciência contemporaneamente só tem prestígio na medida em que pode servir à prática, isto é, em grande parte, condicionada na vida às “profissões econômicas”. É por isso que se pode dizer que elas são ou tendem a ser essencialmente de tipos industriais.

Uma forma de atividade generalizada que tomou lugar na vida social não pode, evidentemente, permanecer tão desregulamentada, em seu desempenho e atividade, sem que disso resulte os impactos sociais sobre a divisão do trabalho e as mais profundas perturbações. Mas sofrer no trabalho não é uma fatalidade. É, em particular, como decorre e testemunhamos, uma fonte de desmoralização geral real. Pois, precisamente porque as funções econômicas absorvem o maior número de cidadãos, para o pleno desenvolvimento da vida social, há uma multidão de indivíduos, como dizia Freud, cuja vida transcorre quase toda no meio industrial e comercial; a decorrência disso é que, como tal meio é pouco marcado pela moralidade, a maior parte da existência transcorre fora de toda e qualquer ação moral. A tese funcionalista expressa na pena de Émile Durkheim, como uma espécie de antídoto da civilização, e que o sentimento do dever cumprido se fixe fortemente em nós, é preciso que as próprias circunstâncias em que vivemos permanentemente desperto. A atividade de uma profissão só pode ser regulamentada eficazmente por “um grupo próximo o bastante dessa mesma profissão para conhecer bem seu funcionamento, para sentir todas as suas necessidades e poder seguir todas as variações destas”. O único grupo que corresponde a essas condições é o que seria formado por todos os agentes de uma mesma condição reunidos num mesmo corpo. E que a sociologia durkheimiana conceitua de corporação ou grupo profissional. É na ordem econômica que o grupo profissional existe tanto quanto a moral profissional. Desde que com a supressão técnica das antigas corporações, não se fizeram mais do que tentativas fragmentárias e incompletas para reconstituí-las em novas bases sociais. 

Os únicos agrupamentos dotados de permanência são os que se chamam sindicatos, seja de patrões, seja de operários. Historicamente, temos aí in statu nascendi o começo e o princípio ético de uma organização profissional, mas ainda de forma rudimentar. Isto porque, em primeiro lugar, um sindicato é uma associação privada, sem autoridade legal, desprovida, por conseguinte, de qualquer poder regulamentador. O número deles é teoricamente ilimitado, mesmo no interior de uma categoria industrial; e, como cada um é independente dos outros, se não se constituem em federação e se unificam, não há neles nada que exprima a unidade da profissão em seu conjunto de práticas e saberes sociais. Não só os sindicatos de patrões e de empregados são distintos uns dos outros, o que é legítimo e necessário, como não há entre eles contatos regulares. Não existe organização comum que os aproxime sem fazê-los perder sua individualidade e na qual possam elaborar em comum uma regulamentação que, estabelecendo suas relações mútuas, imponha-se a ambas as partes com a mesma autoridade; por conseguinte, é sempre a “lei dos mais forte” que resolve os conflitos, e o estado de guerra subiste inteiro. Salvo no caso de seus atos pertencentes à esfera moral comum estão na mesma situação. A tese sociológica in statu nascendi é: para que uma moral e um direito profissionais possam se estabelecer nas diferentes profissões, é necessário, pois, que a corporação, em vez de permanecer um agregado confuso e sem unidade, se torne, ou antes, volte a ser, um grupo definido, organizado, uma instituição pública.

Jean-Louis Pierre Tauran nascido em Bordeaux, em 5 de abril de 1943 e morto em Hartford, em 5 de julho de 2018, foi um cardeal francês, Presidente-emérito do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-Religioso e camerlengo da Câmara Apostólica. Em 13 de março de 2013, foi encarregado de anunciar ao mundo a escolha do Papa Francisco, com a célebre frase Habemus Papam. Nascido em Bordeaux, França, seu nome de batismo é Louis-Pierre. Ele recebeu o sacramento da confirmação em 5 de junho de 1955, a partir de Paul-Marie-André Richaud, arcebispo de Bordeaux, futuro cardeal. Estudou na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, licenciado em filosofia e teologia, e doutorado em Direito Canônico de 1973 e no Instituto Católico de Toulouse. Também estudou na Pontifícia Academia Eclesiástica, em Roma. Além de seu francês nativo, ele fala espanhol, inglês e italiano. Ordenado padre em 20 de setembro de 1969, em Bordeaux, por Marius Maziers, arcebispo de Bordeaux. Foi pároco na arquidiocese de Bourdeaux. Entrou no serviço diplomático da Santa Sé em 1975. Secretário da Nunciatura, na República Dominicana, entre 1975 e 1978. Secretário da Nunciatura no Líbano, entre 1979 e 1983. Foi membro no Conselho para os Assuntos Públicos da Igreja a partir de julho de 1983. Participou de missões no Haiti, de 1984 e Beirute e Damasco, em 1986 e da delegação da Santa Sé para a Conferência sobre Segurança e Cooperação Europeia, Conferência sobre o Desarmamento, em Estocolmo, na Suécia e no Fórum Cultural em Budapeste, e sucessivas reuniões em Viena.

A Cidade do Vaticano possui uma rede de comunicação social de transportes razoavelmente bem desenvolvida considerando comparativamente a sua grandeza espacial. Como país com 1,05 km de comprimento e 0,85 km de largura, que tem um sistema de transporte de pequenas dimensões, sem aeroportos ou estradas. Existe um heliporto e uma ferrovia de bitola padrão conectando-se à rede da Itália e à estação de São Pedro de Roma por uma ferrovia de 852 m, onde apenas 300 m estão dentro do território do Vaticano. O Papa João XXIII foi o primeiro Papa a fazer uso desta estrada de ferro e o Papa João Paulo II a usou também, embora muito raramente. O transporte ferroviário no Vaticano é utilizado principalmente para transporte de mercadorias. Como a Cidade do Vaticano não tem aeroporto, pois é um dos poucos estados independentes no mundo sem tal infraestrutura, é servida pelos aeroportos que servem Roma, o Aeroporto Internacional de Roma e, em menor medida, o Aeroporto de Roma Ciampino, que serve como porta de entrada e partida para visitas internacionais do Papa. A cidade é servida por um sistema de telefone moderno e independente, pela Farmácia do Vaticano e pelos correios. O sistema postal foi fundado em 11 de fevereiro de 1929, e dois dias mais tarde tornou-se operacional. Em 1 de agosto, o estado começou a liberar seus próprios selos postais, sob a autoridade do Gabinete Filatélico e Numismático da Cidade do Vaticano.

O serviço postal da cidade é, por vezes, reconhecido como “o melhor do mundo”, e as cartas chegam ao seu destino antes do serviço postal de Roma. O Vaticano também controla seu próprio domínio de Internet, rede mundial de computadores, que está registrado como (.va). O serviço de banda larga é amplamente fornecido na Cidade do Vaticano. À Cidade do Vaticano foi também atribuído um prefixo de rádio, HV, e às vezes é usada por operadores de rádio amador. A Rádio Vaticano, que foi organizada por Guglielmo Marconi (1874-1937), faz transmissões em frequências de ondas curtas, ondas médias e FM e na rede Internet. Suas principais antenas de transmissão estão localizadas em território italiano. Serviços de televisão são fornecidos através de uma outra entidade, o Centro Televisivo do Vaticano. O jornal L`Osservatore Romano é oficialmente semimultilingue da Santa Sé. É publicado por uma empresa privada, sob a direção de leigos católicos, mas como relatórios sobre as informações oficiais. No entanto, os textos oficiais de documentos estão na Acta Apostolicae Sedis, o jornal oficial da Santa Sé, que tem um apêndice para documentos da Cidade do Vaticano. Rádio Vaticano, o Centro Televisivo Vaticano, L`Osservatore Romano não são órgãos de Estado do Vaticano, distinta da Santa Sé, listadas no Anuário Pontifício, que os coloca na separadamente na seção “Instituições ligadas com a Santa Sé”, à frente das secções de serviço diplomático da Santa Sé no estrangeiro e ao Corpo Diplomático acreditado junto à Santa Sé, após o que é colocado na seção sobre o Estado da Cidade do Vaticano.

A cultura do Vaticano é obviamente correspondente à cultura da Igreja Católica e o seu expoente são as obras de arquitetura como a Basílica de São Pedro, a Arquibasílica de São João de Latrão, a Praça de São Pedro, a Capela Sistina e a coleção dos Museus Vaticanos. O palácio onde reside o Papa tem 5 mil quartos, duzentas salas de espera, 22 pátios, 100 gabinetes de leitura, 300 casas de banho e dezenas de outras dependências destinadas a recepções diplomáticas. Dos fogões vaticanos saíram tentações como os ovos beneditinos (um capricho de Bento XI), a lagosta com trufa branca (habitual nas coroações do Renascimento), a mousse de faisão ao molho chaudfroid (prato preferido de Pio VI) ou o maçapão de água de rosas (uma iguaria na Idade Média). A arquitetura do Vaticano, o canto gregoriano cantado pelo Coro da Capela Sistina, além das vestimentas e símbolos utilizados pelo Papa, pelos Cardeais e pelos soldados da Guarda Suíça, são considerados como uns dos principais resquícios da cultura medieval na atualidade. A Biblioteca Apostólica Vaticana e as coleções dos Museus Vaticanos são da mais alta importância histórica, científica e cultural. Em 1984, o Vaticano foi adicionado pela UNESCO para a lista do Patrimônios Mundiais; é o único que consiste em um Estado inteiro. Além disso, é o único local registrado na UNESCO como um centro monumental no “Registo Internacional dos Bens Culturais sob Proteção Especial” de acordo com a Convenção para a Proteção dos Bens Culturais em Caso de Conflito Armado de Haia, assinada em 1954. No território do Vaticano existem vários edifícios de origem muito antiga. Contudo, existem propriedades que não estão na Cidade do Vaticano, mas que, em virtude do Tratado de Latrão assinado entre a Santa Sé e a Itália, estão sujeitas à extraterritorialidade com isenção de impostos e expropriação.

Vaticano ou Cidade do Vaticano, em italiano: Stato della Città del Vaticano, é a sede da Igreja Católica e uma cidade-Estado soberana sem costa marítima, cujo território consiste de um enclave murado dentro da cidade de Roma, capital da Itália. Com cerca de 44 hectares (0,44 km²) e com uma população estimada de 1 000 habitantes, é a menor entidade territorial do mundo administrada por um Estado. O Tratado de Latrão, de 1929, que criou a cidade-Estado do Vaticano, descreve-a como uma nova criação (preâmbulo e no artigo III) e não como um vestígio dos muito maiores Estados Pontifícios (756–1870), que anteriormente abrangiam a região central da Itália. A maior parte desse território foi absorvida pelo Reino de Itália em 1860 e a porção final, a cidade de Roma, com uma pequena área perto dela, dez anos depois, em 1870. Os papas residem nesta harmoniosa área, que em 1929 tornou-se Cidade do Vaticano, desde o retorno de Avinhão em 1377. Antes, residiam no Palácio de Latrão na colina Célio, no lado oposto da cidade de Roma, local que Constantino cedeu ao Papa Milcíades em 313. A assinatura dos Acordos que estabeleceram o novo Estado teve recepção “lugar praticado” de produção de feitos de poder, neste último edifício, dando origem ao nome Tratado de Latrão, pelo qual é reconhecido. A Cidade do Vaticano é um Estado eclesiástico (ou teocrático-monárquico), governado pelo bispo de Roma, o Papa.

            Nos primeiros mil anos da história católica, diferentes variedades do cristianismo se desenvolveram nas áreas cristãs ocidental (latino) e oriental da Europa. Embora a maioria das igrejas de tradição oriental não esteja mais em comunhão com a Igreja Católica, historicamente, após o Grande Cisma de 1054, atualmente participam igrejas particulares autônomas de ambas as tradições, também conhecidas como "igrejas sui iuris". A maior e mais conhecida é a Igreja Latina, a única igreja de tradição ocidental, com mais de 1 bilhão de membros em todo o mundo. Relativamente pequenas em termos de aderentes em comparação com a Igreja Latina, são as 23 igrejas católicas orientais autônomas, com um número combinado de 17,3 milhões de seguidores, de acordo com estimativas de 2010. A Igreja Latina é governada pelo papa e por bispos diocesanos designados diretamente por ele. O papa exerce um papel patriarcal direto sobre a Igreja Latina, que é considerada a parte original e ainda principal do cristianismo ocidental, uma herança de certas crenças e costumes originários da Europa e do noroeste da África, alguns dos quais são herdados por muitas denominações cristãs que traçam suas origens na Reforma Protestante. Uma igreja sui iuris é definida no Código de Cânones para as Igrejas Orientais como um “grupo de fiéis cristãos unidos por uma hierarquia” que é reconhecido pelo Papa em sua capacidade de autoridade suprema em questões de doutrina dentro da igreja. O termo é uma inovação do CCEO para denotar a relativa autonomia das Igrejas Católicas Orientais, que estão em comunhão com o Papa, mas possuem estruturas de governança e tradições litúrgicas separadas das da Igreja Latina. 

       Algumas igrejas católicas orientais são governadas por um patriarca que é eleito pelo sínodo dos bispos dessa igreja, outras são chefiadas por um arcebispo maior, outras estão sob uma metropolita e outras são organizadas como eparquias individuais. Cada igreja tem autoridade sobre os detalhes de sua organização interna, ritos litúrgicos, calendário litúrgico e outros aspectos de sua espiritualidade, sujeitos apenas à autoridade do papa. A Cúria Romana tem um departamento específico, a Congregação para as Igrejas Orientais, para manter relações com elas. Países, regiões ou grandes cidades são servidas por igrejas específicas conhecidas como dioceses na Igreja Latina, ou eparquias nas Igrejas Católicas Orientais, cada uma supervisionada por um bispo. Segundo dados estatísticos de 2008, a Igreja Católica possui 2 795 dioceses. Os bispos em um determinado país são membros de uma conferência episcopal nacional ou regional. As dioceses são divididas em paróquias, cada uma com um ou mais padres, diáconos ou ministros eclesiais leigos. As paróquias são responsáveis pela celebração diária dos sacramentos e pela pastoral dos leigos. De acordo com estimativas de 2016, hic et nunc existem 221,7 mil paróquias em todo o mundo. Na Igreja Latina, os homens católicos podem servir como diáconos ou sacerdotes, recebendo ordenação sacramental. Homens e mulheres podem servir como ministros extraordinários da comunhão, como leitores, ou como coroinhas. Historicamente, meninos e homens só foram autorizados a servir como “servidores de altar”; no entanto, desde os anos 1990, meninas e mulheres também são permitidas para esse tipo de serviço. Os católicos ordenados, bem como os membros dos leigos, podem entrar na vida consagrada, seja individualmente, como eremita ou “virgem consagrada”, ou ingressando em um instituto de vida consagrada, melhor dizendo, um instituto religioso ou um instituto secular, no qual recebe votos confirmando seu “desejo de seguir os três conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência”. Os conselhos evangélicos, em um contexto afetivo cristão, são geralmente entendidos como princípios e práticas inspirados na vida e ensinamentos de Jesus, que podem ser seguidos por pessoas que buscam uma vida mais radicalmente dedicada a Deus e ao serviço do próximo. Exemplos de institutos de vida consagrada são osque ocorrem entre os beneditinos, os carmelitas, os dominicanos, os franciscanos, os missionários da caridade, os legionários de Cristo e as irmãs da misericórdia. 

“Institutos religiosos” é um termo moderno que abrange “ordens religiosas” e “congregações religiosas”, que já foram distinguidas no direito canônico. Os termos “ordem religiosa” e “instituto religioso” tendem a ser usados como sinônimos coloquialmente. Por meio de instituições de caridade católicas e além, a Igreja Católica é o maior provedor não governamental de educação e saúde no mundo. A maior parte dos funcionários públicos são os clérigos católicos de diferentes origens étnicas e nacionais. É o território soberano da Santa Sé e de residência do Papa, referido como o Palácio Apostólico. O tratado e os pactos associados receberam o nome do Palácio de Latrão, onde foram assinados em 11 de fevereiro de 1929, e o parlamento italiano os ratificou em 7 de junho de 1929. O tratado reconheceu a Cidade do Vaticano como um Estado independente sob a soberania da Santa Sé. O governo italiano também concordou em dar à Igreja Católica Romana “uma compensação financeira pela perda dos Estados Pontifícios”. Em 1948, o Tratado de Latrão foi reconhecido na Constituição da Itália como regulador das relações entre o Estado e a Igreja Católica. O tratado foi significativamente revisado em 1984, acabando com o status do catolicismo como “a única religião estatal”. Francesco Pacelli foi o braço direito do secretário de Estado de Pio XI, Pietro Gasparri, durante as negociações do Tratado de Latrão. Durante a unificação da Itália em meados do século 19, os Estados Pontifícios sob Pio IX resistiram à incorporação à nova nação, mesmo quando quase todos os outros países italianos se juntaram a ela; entretanto, o sonho de Camillo Cavour de proclamar o Reino da Itália a partir dos degraus da Basílica de São Pedro não se concretizou.

O nascente Reino da Itália invadiu e ocupou a Romagna, a parte oriental dos Estados Pontifícios em 1860, deixando o Lácio nos domínios do papa. O Lácio, incluindo a própria Roma, foi ocupado e anexado em 1870. Nos anos seguintes, as relações entre o papado e o governo italiano foram hostis, e os direitos soberanos do papa ficaram reconhecidos como a Questão Romana. Os chamados Estados Pontifícios, para sermos breves, que compunham a parte central da península Itálica, pertenciam à Igreja Católica desde os tempos medievais, tendo sido doados pelo rei franco Pepino, o Breve, ao papa. No ano de 754, o papa Estêvão II recebeu de Pepino o ducado de Roma e as terras conquistadas dos lombardos com o título de Patrimônio de São Pedro. Em 1861, os italianos promoveram a unificação política da península, mas não conseguiram anexar Roma, dada a forte presença militar francesa em apoio ao papa. Em 1870, os alemães, liderados pelo Reino da Prússia, declararam guerra à França, durante o processo de unificação alemã. Napoleão III retirou as tropas francesas de Roma. Aproveitando este momento, os italianos anexaram Roma ao Reino de Itália. O papa Pio IX não aceitou a perda do “Patrimônio de São Pedro” e declarou-se prisioneiro do governo italiano, dando origem à Questão Romana. A conclusão da terceira guerra de Independência italiana não passou sem consequências para a situação política interna. Tanto os seguidores de Giuseppe Mazzini (1805-1872), político, maçom e revolucionário da unificação italiana, quanto os católicos lançavam violentas acusações contra a forma de administração moderada. A isto juntou-se a crise do governo Bettino Ricasoli (1809-1880) e sua substituição por um governo presidido por Urbano Rattazzi em 10 de abril de 1867. Foi neste clima político fervoroso, envenenado pelas malditas polêmicas e marcado pela invenção crescente impopularidade do governo, que amadureceu a última empresa do chamado “partido de  ação”, intencionado marchar sobre Roma um pequeno exército de voluntários comandado por Giuseppe Garibaldi (1807-1882) e a jogar “a carta da insurreição popular na capital”. 

Ainda uma vez Rattazzi politicamente assumiu atitude ambígua, antes aprovando tacitamente a empresa, e depois chamado por Napoleão III a respeitar os empenhos assumidos pelo governo italiano, fazendo prender Garibaldi em Sinalunga, na província de Siena em 24 de setembro de 1867 e forçando-o a estadia obrigatória em Caprera. Mas com isto não conseguiu parar a ação. Poucos dias depois, evitando o bloqueio naval em volta da ilha, Garibaldi conseguiu chegar até a Toscana e assumir o comando de mais de 9 mil voluntários. No mesmo tempo, Napoleão III julgando que foram violados os Acordos, ordenou a partida de Tolone de uma expedição de 20 000 homens com destino a Roma para garantir a proteção do papa. Uma primeira tentativa de insurreição falhou entre os dias 22 e 23 de outubro de 1867: um grupo de voluntários, guiado pelos irmãos Enrico e Giovanni Cairoli (1842-1869), penetrou na cidade com objetivo de levar armas para os revolucionários, mas deparou-se com os guardas pontifícios em Villa Glori. Os mortos foram 76, incluindo dois irmãos comandantes. Três dias mais tarde Giuseppe Garibaldi, chegando em Monterotondo, próximo de Roma, obrigou a guarnição pontifícia a se render, mas em 3 de novembro de 1867, em Mentana, último posto avançado no caminho da capital, sofreu uma dura derrota por parte da guarnição francesa que tinha acabado de desembarcar em Civitavecchia e que era superior em número e sobretudo armada com os novíssimos fuzis Chassepots, que eram recarregáveis pela culatra. 

A adoção do fuzil Chassepot em 30 de agosto de 1866 foi acelerada pela vitória do Reino da Prússia sobre a Áustria em Sadová, obtida em boa parte graças ao uso do moderno fuzil Dreyse, depois pela adoção pelo Reino da Baviera do fuzil Werder M1869. O fuzil Chassepot foi fabricado pela Manufacture d`armes de Saint-Étienne (MAS), Manufacture d`Armes de Châtellerault (MAC), Manufacture d`Armes de Tulle (MAT) e, até 1870, na Manufacture d`Armes de Mutzig no antigo Château des Rohan. Muitos também foram fabricados sob contrato na Inglaterra, os Chassepots “Potts et Hunts” entregues à Marinha Francesa, na Bélgica (em Liège) e na Itália em Brescia (pela Glisenti). O número aproximado de fuzis Chassepot disponíveis para a “Armée de terre” em julho de 1870 era de 1 037 555 unidades. Além disso, os fabricantes estaduais podiam entregar 30 mil novos fuzis por mês. Os fabricantes de armas na Inglaterra e na Áustria também produziram fuzis Chassepot para apoiar o esforço de guerra francês. O arsenal Steyr na Áustria entregou 12 mil carabinas Chassepot e 100 mil peças para a França em 1871.  A fabricação do fuzil Chassepot terminou em fevereiro de 1875, quatro anos após o fim da Guerra Franco-Prussiana, com aproximadamente 700 mil outros fuzis Chassepot fabricados entre setembro de 1871 e julho de 1874. O Chassepot recebeu o nome de seu inventor, Antoine Alphonse Chassepot (1833–1905), que, a partir de meados da década de 1850, construiu várias formas experimentais de fuzis por retrocarga. 

Os dois primeiros modelos do Chassepot ainda usavam o sistema de espoleta de percussão. O terceiro modelo, usando um sistema semelhante ao fuzil de agulha Dreyse prussiano, tornou-se o fuzil de serviço francês em 30 de agosto de 1866. No ano seguinte, fez sua primeira aparição na Batalha de Mentana em 3 de novembro de 1867, onde infligiu graves perdas sobre as tropas de Giuseppe Garibaldi. Foi relatado no Parlamento francês que “Les Chassepots ont fait merveille!”. As pesadas balas de chumbo cilíndricas disparadas em alta velocidade pelo fuzil Chassepot causaram feridas que foram ainda piores do que as do fuzil Minié. Em 1868, todo o exército francês ativo foi rearmado com o Chassepot. Na Guerra Franco-Prussiana (1870-1871), o Chassepot encontrou sua contraparte prussiana, o fuzil Dreyse. O Chassepot tinha várias vantagens sobre o Dreyse. Ele apresentava um obturador de borracha na “cabeça” do ferrolho para fornecer uma vedação de gás mais eficiente. Embora tenha disparado um calibre menor (11 mm vs. 15,4 para o Dreyse), a munição do Chassepot tinha mais pólvora (5,68 gramas contra 4,85 gramas), resultando em maior velocidade de saída (436 metros por segundo, 33% sobre o Dreyse), a trajetória mais plana e um alcance mais longo. Assim, as miras do Chassepot poderiam ser elevadas até 1 600 metros, enquanto a configuração de miras máxima do Dreyse era de apenas 600 metros. O Chassepot pesava 4,1 kg contra 4,57 kg do fuzil de agulha. Também era mais curto (1 310 mm vs. 1 424 mm). Após a guerra, 20 mil fuzis Chassepot capturados foram vendidos ao Xá da Dinastia Persa Cajar. O excedente do Chassepot foi exportado para a China. Guerreiros do Império Etíope foram equipados com fuzis Chassepot durante a Primeira Guerra Ítalo-Etíope de 1896.

A Guarda Suíça Pontifícia, também conhecida como Guarda Suíça Papal ou simplesmente Guarda Suíça, é uma força armada, guarda de honra e unidade de segurança protetora, mantida pela Santa Sé que protege o Papa e o Palácio Apostólico dentro do território do Estado da Cidade do Vaticano. Estabelecida em 1506 pelo Papa Júlio II, está entre as unidades militares mais antigas em operação contínua, e às vezes é chamada de "o menor exército do mundo”.  A Guarda Suíça é reconhecida por seu uniforme de gala da era renascentista, consistindo de uma túnica listrada em vermelho, azul escuro e amarelo, capacete alto com plumas e armas tradicionais, como a alabarda. Os guardas desempenham suas funções de proteção em trajes funcionais e com armas de fogo modernas. Desde a tentativa de assassinato do Papa João Paulo II em 1981, a Guarda tem dado maior ênfase às suas funções não cerimoniais e tem visto treinamento aprimorado em antimilitares irregulares, ataques estilo comando , contrainteligência , táticas de contra-atirador, contraterrorismo , combate a curta distância, desarmamento e descarte de bombas , proteção executiva, resgate de reféns, inteligência humana, evacuação médica , reconhecimento , direção tática, serviços médicos táticos e tiro rápido tático com armas de pequeno porte. A Guarda Suíça é uma unidade militar de elite e altamente seletiva em seu recrutamento: os candidatos devem ser homens católicos suíços solteiros, com idade entre 19 e 30 anos e pelo menos 1,74 metros, que tenham concluído o treinamento básico com as Forças Armadas Suíças e possuam um diploma profissional ou Ensino Médio.  

Em 2024, havia 135 membros. A missão de segurança da Guarda Suíça estende-se às viagens apostólicas do Papa, ao palácio pontifício de Castel Gandolfo e ao Colégio Cardinalício quando o trono papal está vago. Embora a Guarda atue como vigilante da Cidade do Vaticano, a segurança geral e a aplicação da lei da cidade-estado são conduzidas pelo Corpo de Gendarmaria da Cidade do Vaticano, que é um órgão separado. A Guarda Suíça Pontifícia tem suas origens no século XV. O Papa Sisto IV (1471-1484) aliou-se à Confederação Suíça e construiu quartéis na Via Pellegrino após prever a possibilidade de recrutar mercenários suíços. O pacto foi renovado pelo Papa Inocêncio VIII (1484-1492) para usar tropas suíças contra o Duque de Milão. Alexandre VI (1492-1503) posteriormente utilizou os mercenários suíços durante sua aliança com o Rei da França. Durante o reinado dos Bórgias, começaram as Guerras Italianas, nas quais os mercenários suíços eram presença constante nas linhas de frente entre as facções em guerra, às vezes pela França, às vezes pela Santa Sé ou pelo Sacro Império Romano-Germânico. Os mercenários se alistaram quando souberam que o Rei Carlos VIII da França entraria em guerra com Nápoles. Entre os participantes da guerra contra Nápoles estava o Cardeal Giuliano della Rovere, o futuro Papa Júlio II (1503-1513), que conhecia bem os suíços, tendo sido Bispo de Lausanne anos antes. A expedição fracassou, em parte graças às novas alianças realizadas por Alexandre VI contra os franceses.

Quando o Cardeal della Rovere se tornou Papa Júlio II em 1503, ele pediu à Dieta Suíça que lhe fornecesse um corpo constante de 200 mercenários suíços. Isso foi possível graças ao financiamento dos mercadores alemães de Augsburg, Ulrich e Jacob Fugger, que haviam investido no Papa e acharam adequado proteger seu investimento. É uma cidade no Sul do estado alemão da Baviera. É a capital e sede de administração da Suábia bem como da respectiva região administrativa (Bezirk). Atualmente, a cidade tem cerca de 270 000 habitantes e é desse modo a terceira maior cidade da Baviera, depois de Munique e Nuremberg. Augsburgo é uma “cidade independente” (Kreisfreie Städte) ou distrito urbano (Stadtkreis), ou seja, possui estatuto de distrito (kreis). Situa-se na confluência dos rios Wertach e Lech. Em setembro de 1505, o primeiro contingente de 150 soldados partiu em marcha para Roma, sob o comando de Kaspar von Silenen (1467-1517), e entrou na cidade em 22 de janeiro de 1506, agora considerada a data oficial da fundação da Guarda. – “Os suíços veem a triste situação da Igreja de Deus, Mãe do Cristianismo, e percebem quão grave e perigoso é que qualquer tirano, ávido por riquezas, possa atacar impunemente a Mãe comum do Cristianismo”, declarou o teólogo suíço Ulrico Zuínglio (1484-1531), que mais tarde se tornou um reformador protestante.

O Papa Júlio II (1443-1513) concedeu mais tarde à Guarda o título de “Defensores da liberdade da Igreja”. A força variou muito em tamanho ao longo dos anos e, ocasionalmente, foi dissolvida e reconstituída. Seu engajamento hostil mais significativo foi em 6 de maio de 1527, quando 147 dos 189 Guardas, incluindo seu comandante Caspar Röist (1478-1527), morreram lutando contra as tropas do Sacro Imperador Romano Carlos V na resistência feita pela Guarda Suíça durante o Saque de Roma, a fim de permitir que Clemente VII escapasse pelo Passetto di Borgo, escoltado pelos outros 42 guardas. O último campo de batalha está localizado no lado sul da Basílica de São Pedro, perto do Campo Santo Teutônico (Cemitério Alemão). Clemente VII foi forçado a substituir a Guarda Suíça esgotada por um contingente em torno de 200 mercenários alemães (Custodia Peditum Germanorum).  Em 1537, o Papa Paulo III (1468-1549) ordenou que a Guarda Suíça fosse reintegrada e enviou o Cardeal Ennio Filonardi (1466-1549) para supervisionar o recrutamento. O sentimento antipapal na Suíça dificultou o recrutamento. Em 1548, o papado chegou a um Acordo com o prefeito de Lucerna, Nikolaus von Meggen, para empossar 150 novos guardas suíços sob o comandante Jost von Meggen, sobrinho do prefeito. Nikolaus foi o prefeito de Lucerna em 1548. A Guarda Suíça tornou-se associada à família de Franz Ludwig Pfyffer von Altishofen, (1699-1772), militar suíço, 15º Comandante da Guarda Suíça Pontifícia Pfyffer von Altishofen que forneceu nove em cada dez comandantes entre 1652 e 1847. 

Forçado a recuar em território italiano, Garibaldi foi preso pelas tropas do rei e enviado de volta para Caprera. A onda de indignação da opinião pública contra o governo, presidido pelo general Luigi Federico Menabrea, sucedido a Urbano Rattazzi em 27 de outubro de 1867 no auge da crise romana, e contra a França foi muito forte e juntou-se à crise aberta pela lei sobre o moído. Em 14 de dezembro de 1869 o governo Menabrea foi forçado a demitir-se e foi substituído por um ministério presidido por Giovanni Lanza, que se valeu, como ministro das finanças, da obra muito eficaz de Quintino Sella. Tratava-se de uma virada em relação aos governos anteriores, regidos por homens de confiança do rei (o chamado “partido da corte”), quase sempre reconhecido sem a prerrogativa de experiência política e econômica. Ele dedicou-se primeiro ao “saneamento financeiro” e equilíbrio do balanço, assumindo providências muito severas, entre as quais o aumento dos impostos diretos e indiretos, cortes nas despesas militares, redução dos escritórios centrais e periféricos. O governo Lanza gozou também da situação internacional particularmente favorável e aproveitou-se deste fato para resolver definitivamente a Questão Romana. O conflito que eclodiu em 19 de julho de 1870 entre França e Reino da Prússia criou as condições necessárias para “uma fácil intervenção militar pelo Reino de Itália”. No começo de agosto de 1870, Napoleão III foi forçado a retirar a pequena expedição que estacionava no Lácio, enquanto na Itália aumentava a pressão popular para que o governo acelerasse uma solução baseada na força bruta da política.

Em 1º de setembro de 1870, o imperador Napoleão III foi feito prisioneiro pelos prussianos e no dia 4, em Paris, foi proclamada a República. No dia 5, o governo italiano decidiu por unanimidade ocupar Roma. O conde Gustavo Ponza de S. Martino foi enviado para a capital para tentar uma solução pacífica com o papa Pio IX. O rei Vítor Emanuel II oferecia ao papa todas as garantias necessárias para a independência espiritual da Santa Sé, mas o papa recusou decididamente qualquer negociação. Assim o exército italiano, comandado pelo general Cadorna, invadiu o Estado Pontifício sem encontrar resistência. Foi necessário usar a força somente para entrar em Roma: em 20 de setembro de 1870 a artilharia italiana abriu uma brecha nos muros perto da Porta Pia e a cidade foi conquistada. Morreram 49 soldados italianos e 19 soldados pontifícios. Em 2 de outubro de 1870, um plebiscito sancionou a anexação de Roma e do Lácio ao Reino de Itália: em 135 188 votantes, 133 681 foram favoráveis e 1 507 contrários. Um mês mais tarde, Pio IX propagou a encíclica Respicientes na qual declarou “injusta, violenta, nula e inválida” a ocupação italiana, isto é, “denunciou a condição de cativeiro do pontífice e excomungou o rei da Itália”. De sua parte, politicamente, o senado italiano votou, em 27 de janeiro de 1871, a transferência da capital de Florença para Roma com “94 votos favoráveis e 39 contrários”. Desaparecia assim o último território do poder temporal da Igreja Católica e no mesmo tempo foram subtraídos, ao movimento democrático, um objetivo e um argumento de agitação política que no passado haviam qualificado sua ação. Desde então a esquerda mudará sua identidade assumindo conotações profundamente diferentes.

Os católicos, ao contrário, não modificaram sua posição de rígida contraposição em relação ao novo estado italiano, não obstante o parlamento havia votado uma lei das garantias de 21 de março de 1871, com a qual assegurava para a Igreja a absoluta liberdade de culto e a soberania sobre os prédios do Vaticano, de Latrão e da casa de Castel Gandolfo considerados fora do território (extraterritorialidade), destinando também para a mesma, uma côngrua, doação anual, igual àquela que o erário pontifício pagava para o mantimento da corte do Papa. Passaram-se alguns decênios para ser removida a absoluta e taxativa proibição de Pio IX de participar, mesmo que com o voto, da vida política (non expedit). Ao lado da questão social, constituída pela revolta meridional, se flanqueava, porém, sem entrelaçar, a questão da conclusão do processo de unificação, começando pela questão romana que se tornou mais incandescente pela decisão do primeiro parlamento italiano de declarar, na sessão de 27 de março de 1861, Roma capital do Reino de Itália quando ainda a cidade estava firmemente nas mãos do papa, garantido pelo apoio das principais potências da Europa. A favor de uma rápida conquista de Roma mobilizou-se em particular o Partido de Ação e mais em geral os democratas. Depois que os moderados conseguiram dirigir e controlar plenamente o processo de unificação, para a corrente democrática a questão romana permaneceu praticamente como o único cavalo de batalha e único tema qualificativo para conservar e recuperar uma identidade e uma presença política significativa. De fato, socialmente, ela servia particularmente para que a corrente democrática alcançasse seu objetivo.

Em primeiro lugar a relevância internacional da questão romana a colocava no centro dos difíceis equilíbrios da complexa rede de alianças tecidas pelos moderados no contexto europeu. Fazer precipitar a situação acelerando e forçando o processo de unificação (pondo a questão romana em termos revolucionários) significaria colocar em gravíssima dificuldade a direita, fazer emergir suas contradições e colocar em crise toda a política externa. Tanto mais que a onda de geral simpatia da qual gozou a revolução italiana entre as potências liberais, andou rapidamente apagando-se, e a Itália, que com a unificação ficou maior do que o previsto, agora era vista com geral desconfiança. Em segundo lugar a impossibilidade de separar a questão romana dá problemática político-religiosa exasperava a contraposição entre o intransigente anticlericalismo (e por certos aspectos anticatolicismo) dos democratas e a lógica de mediação e de compromissos de uma parte da direita. A fórmula separatista de Cavour "livre Igreja em livre estado" baseava-se de fato na ideia de um compromisso estável entre Estado liberal e Igreja católica, fundado sobre a renúncia, por parte da segunda, ao próprio poder temporal em troca do domínio espiritual, e sobre o empenho do primeiro a garantir não somente a plena liberdade religiosa, mas o “primado ético-civil do catolicismo como base da vida nacional”. Neste sentido orientaram-se as negociações iniciadas pelo Conde de Cavour com a Santa Sede, e continuada por Bettino Ricasoli, que em 12 de junho de 1861 sucedeu a Cavour na guia do governo. Católico praticante, o barão Ricasoli tentou convencer o Papa Pio IX para uma solução negociada, e de abrandar a posição francesa sobre a questão. Mas recebeu uma dupla recusa: Pio IX defendeu o próprio poder temporal com intransigência, opondo um seco “non possumus” (não podemos).

            A Constituição da República Italiana pós-Segunda Guerra Mundial (1939-1945), adotada em 1948, afirma que as relações entre o Estado e a Igreja Católica “são reguladas pelos Tratados de Latrão”. Em 1984, a concordata foi significativamente revista. Ambos os lados declararam: “O princípio da religião católica como única religião do Estado italiano, originalmente referido pelos Pactos de Latrão, será considerado como não estando mais em vigor”. O apoio financeiro estatal exclusivo para a Igreja também foi encerrado, e substituído por financiamento através de um imposto de renda pessoal dedicado chamado “otto per mille”, ao qual outros grupos religiosos, cristãos e não cristãos, também têm acesso. A partir de 2013, havia outros dez grupos religiosos com acesso. A concordata revista regulava as condições sob as quais o Estado concede reconhecimento legal aos casamentos eclesiásticos e às declarações eclesiásticas de nulidade dos casamentos. O acordo também acabou com o reconhecimento estatal de títulos de cavaleiro e títulos de nobreza conferidos pela Santa Sé, o direito do Estado de solicitar honras eclesiásticas para aqueles escolhidos para desempenhar funções religiosas para o Estado ou a casa real, e o direito do Estado de apresentar objeções políticas à proposta de nomeação de bispos diocesanos. Em 2008, foi anunciado que o Vaticano não adotaria mais imediatamente todas as leis italianas, citando conflitos extraordinários sobre questões de direito à vida após o julgamento e decisão do caso Eluana Englaro (1970-2009), uma mulher italiana que entrou em um estado vegetativo persistente em 18 de janeiro de 1992, na sequência de um acidente de carro e, posteriormente, se tornou o leitmotiv de uma batalha judicial e política entre apoiantes e opositores da eutanásia. Pouco depois de Eluana tinha sido mantida em suporte artificial de vida, seu pai pediu para ter seu tubo de alimentação e removido para permitir que ela morra naturalmente. As autoridades recusaram o seu pedido, mas a decisão foi alterada.

Bibliografia Geral Consultada.

DURKHEIM, Émile, La Science Sociale et l`Action. Paris: Presses Universitaires de France, 1970; Idem, As Formas Elementares da Vida Religiosa: O Sistema Totêmico na Austrália. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1996; Idem, As Regras do Método Sociológico. 2ª edição. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1999; AGAMBEN, Giorgio, Homo Sacer: O Poder Soberano e a Vida Nua I. 2ª edição. Belo Horizonte: Editora Universidade Federal de Minas Gerais, 2002; MAGNONI, Maria Salete, Imprensa como Instância de Poder: Uma Leitura das Recordações do Escrivão Isaías Caminha de Lima Barreto. Tese de Doutorado em Literatura Brasileira. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2010; LIBÂNEO, José Carlos; SANTOS, Akiko (Org.), Educação na Era do Conhecimento em Rede e Transdisciplinaridade. 3ª edição. Campinas: Editora Átomo & Alínea, 2010; WEISS, Raquel Andrade, Émile Durkheim e a Fundamentação Social da Moralidade. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2010; Artigo: “Papa Francisco demite comandante da Guarda Suíça por excesso de autoritarismo”. In: https://oglobo.globo.com/brasil/03/12/2014MAINENTI, Geraldo Márcio Peres, “O Jornalismo como Quarto Poder: A Liberdade de Imprensa e a Proteção dos Direitos da Personalidade”. Alceu, volume 14, n° 28; pp. 47-61; jan./jun. 2014; BALTHASAR, Hans Urs Von, A Verdade é Sinfônica: Aspectos do Pluralismo Cristão. São Paulo: Paulus Editora, 2016; MARTUCCELLI, Danilo, La Condition Sociale Moderne. L`Avenir d`une Inquiétude. Paris: Éditeur Gallimard, 2017; GARIBALDI, Lorena Barros, Comunicação e Religião: Um Estudo Comparado sobre Terrorismo no L’Osservatore romano e no Al-Azhar observer. Dissertação de Mestrado em Comunicação Social. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2018; SILVA, José Luiz da, A Revelação do Amor: Fundamento da Igreja em Saída no Pensamento do Papa Francisco na Evangelii Gaudium. Belo Horizonte: Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião, vol. 19, n° 60, pp. 1275, 2021; PAULA DAMO, Lílian; SILVA, Narbal, “Felicidade no Trabalho e Diferentes Perspectivas Geracionais: Uma Revisão Integrativa da Literatura”. In: Conhecimento & Diversidade. Niterói, vol. 13, n° 31, pp. 127-151, 2021; SÁNCHEZ, Claudio, “Do diretor de Som da Liberdade, “Cabrini” traz corajosa saga de santa italiana”. In: https://www.gazetadopovo.com.br/05/12/2024ZICCARDI, Victoria Vera, “Tratamento de Silêncio: O Tipo de Abuso Psicológico que Pode Levar a Problemas de Saúde”. In:  https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2025/03/22/entre outros.

sábado, 26 de abril de 2025

Elektra – Artes Marciais, Magia & Ação de Culturista Feminina.

A especialização é na realidade a chave para o caráter dos sistemas abstratos modernos”. Anthony Giddens

           Elektra é um filme norte-americano de 2005, dos gêneros aventura, ação, fantasia e drama, dirigido por Rob Bowman, com o roteiro de Raven Metzner, Zak Penn e Stu Zicherman baseado na história de Zak Penn e na personagem criada por Frank Miller. Na disciplina, os elementos físicos são intercambiáveis, pois cada um se define pelo lugar que ocupa na série, e pela distância que o separa dos outros. A unidade não é, portanto, nem o território (unidade de dominação), nem o local (unidade de residência), mas a posição na fila; o lugar que alguém ocupa numa classificação, o ponto em que se cruzam uma linha e uma coluna, o intervalo numa série de intervalos que se pode percorrer sucessivamente. A disciplina, representa arte de dispor em fila, e da técnica para a transformação dos arranjos. Ela individualiza os corpos por uma localização que não os implanta, mas os distribui e os faz circular numa rede social de relações. As disciplinas, organizando as “celas”, os “lugares” e as “fileiras” criam espaços complexos: ao mesmo tempo arquiteturais, funcionais, hierárquicos. São espaços contíguos que realizam a fixação e permitem propriamente a circulação; recortam segmentos individuais e estabelecem ligações operatórias; marcam lugares e indicam valores; garantem a obediência dos indivíduos, mas também uma melhor economia de tempo e dos gestos.

São espaços mistos: reais, que regem a disposição dos edifícios, de salas, de móveis, mas ideais, pois projetam sobre essa organização caracterizações, estimativas, hierarquias. A primeiras das grandes operações da disciplina é a constituição de “quadros vivos” que transformam as multidões confusas, inúteis ou perigosas em multiplicidades organizadas. O tempo controla o corpo e com ele todos os controles minuciosos do poder. O homem de tropa é um fragmento de espaço móvel, antes de ser uma coragem ou honra. O corpo se constitui como peça de uma máquina multissegmentar. São também peças as várias séries cronológicas (cf. Jung, 1991) que a disciplina deve combinar para formar um tempo composto. O tempo de uns se deve ajustar ao tempo de outros de maneira que se possa extrair a máxima quantidade de forças de cada um e combiná-la num resultado ótimo. Pode-se dizer que a disciplina produz, um quadro espetacular de movimentação a partir dos corpos que controla, originam-se quatro tipos de individualidades no continente europeu, ou antes uma individualidade dotada de quatro características: é celular, pelo jogo de repartição espacial, é orgânica, pela codificação das atividades, é genética, pela acumulação do tempo, pode ser vista como a progressiva concentração de algo ao longo do tempo, é combinatória, pela composição das forças sociais. E utiliza quatro grandes formas técnicas: constrói quadros; prescreve manobras; impõe exercício; enfim, para realizar a combinação das forças, organiza as “táticas”, segundo o estratagema: corpo útil, corpo inteligível. 

A tática, arte de construir, com os corpos localizados, atividades codificadas e as aptidões formadas, aparelhos em que o produto das diferentes forças se encontra majorado por sua combinação calculada é sem dúvida a forma mais elevada da prática disciplinar. Nesse saber, os teóricos do século XVIII viam o fundamento geral de toda a prática de guerra militar, inclusiva desde o controle e o exercício dos corpos individuais, até a utilização das forças específicas às multiplicidades mais complexas. Arquitetura, anatomia, mecânica, economia do corpo disciplinar. É possível que fomentar a guerra seja como estratégia seja a continuação da política. Se há uma série guerra-política que passa pela estratégia, há uma série exército-política que passa pela tática. É a estratégia que permite compreender a guerra como uma maneira de conduzir a guerra entre os Estados; é a tática que permite compreender o exército como um princípio para manter a ausência da guerra na sociedade civil. A unidade entre teoria geral da sociedade e análise genial começa com a renúncia à premissa do progresso técnico, nos clássicos modernos, em torno da virada do século. A concepção da sociologia nesses clássicos, com os seus entendimentos e a sua proliferação, repousa sobre uma interdisciplinaridade que é abandonada, em grande parte, pela sociologia. A sua relação com teorias complexas interdisciplinares, a teoria de sistemas, a teoria da evolução, as teorias da informação e da comunicação, é mais caracterizada pelo não-entendimento, pela adaptação ou pela rejeição precipitadas do que pela disposição aberta para aprender. Por causa disso, a sociologia mal contribui, de maneira inovadora, para o discurso interdisciplinar.               

Mas o isolamento nas ciências históricas, só permite esperar uma nova concepção teórica interdisciplinar, que deveria ser aceita como uma pretensão geralmente científica do estilo de Auguste Comte (cf. Lacerda, 2010). Onde se pratica, a re-historização da sociologia com a concentração sobre o discurso diante de uma crise da sociologia. Alguns estudam os clássicos por causa de soluções exemplares de problemas abstratos, desenvolvidas no contexto da própria “construção” teórica; outros usam o retorno aos clássicos para a reconstrução de um auto-entendimento histórico da sociologia, buscando reconstruir, frequentemente, nada além daquele “auto-entendimento histórico” que serve para a própria posição, justificando-a com o brilho de uma legitimação histórica. Jennifer Anne Garner nascida em Houston, em 17 de abril de 1972, é uma talentosa atriz norte-americana. Foi criada em Charleston, local de nascimento de uma personagem de destaque em sua carreira, Sydney Bristow, na série Alias. Também ficou reconhecida por estrelar o filme 13 Going on 30 (2004), como Jenna Rink e extraordinariamente pela sequência de papéis de Elektra Natchios nos filmes Daredevil (2003), Elektra (2005) e Deadpool e Wolverine (2024). Começou fazendo faculdade de Engenharia Química (como seu pai), mas sua paixão pelo teatro falou mais alto. Depois de formada, mudou-se para New York em busca de trabalho como atriz e, enquanto isso, trabalhou como hostess num restaurante chamado Isabella`s e participou de peças teatrais e espetáculos musicais da Broadway. Conseguiu uma ponta artística na série Felicity, onde conheceu Scott Foley, de quem ficou casada durante quatro anos. 

Antes do enorme sucesso de Alias, Jennifer diz que estava desesperada e ansiosa para arranjar um emprego. Fez uma bateria de testes para a série e treinou duramente Taekwondo, para não fazer feio. Seus hábitos alimentares e sua educação foram claramente úteis para o sucesso da personagem. Hoje é uma das mais amadas atrizes da televisão e do cinema, com sua personalidade naturalmente alegre e simpática. Quando participou de Pearl Harbor, conheceu Ben Affleck, seu segundo marido. Mas foi no filme Demolidor, em que também contracenam juntos, que os dois tornaram-se amigos. Com o rompimento de Ben com Jennifer Lopez e de Jennifer com Michael Vartan, os dois começaram a sair juntos. Se casaram no dia 29 de junho de 2005, nas Ilhas Turks e Caicos. O casal tem três filhos: Duas filhas, Violet Anne Affleck, nascida em 1 de dezembro de 2005, e Seraphina Rose Elizabeth Affleck (nascida em 6 de janeiro de 2009), e um filho, Samuel Garner Affleck, nascido em 27 de fevereiro de 2012. Garner possui uma cadela da raça Golden Retriever com o nome de Martha Stewart, em homenagem à apresentadora de televisão norte-americana. Em 1° de julho de 2015 anunciou que ela e Ben Affleck estavam se divorciando. Em um comunicado divulgado à imprensa americana, o casal afirmou: - “Depois de muita reflexão e considerações cautelosas, nós tomamos a difícil decisão de nos divorciarmos. Nós seguimos com amor e amizade um pelo outro e com um compromisso de sermos bons pais para nossos filhos. Pedimos que a privacidade deles seja respeitada neste momento difícil. Este será o nosso único comentário sobre este assunto particular, da família. Obrigado pela compreensão”. Em março de 2017 ambos decidiram cancelar o divórcio.  Embora Garner tenha deixado de frequentar a igreja regularmente depois de se mudar para Los Angeles, cada um de seus três filhos foi batizado como membro da Igreja Metodista em sua cidade natal, Charleston, Virgínia Ocidental.  Em 2015, ela e sua família começaram a frequentar cultos semanais da Igreja Metodista em Los Angeles. 

É compreensível que não haja na Terra, qualquer Igreja universal à qual todos os cristãos devam obedecer, uma vez que não há nenhum poder aos quais todos os outros Estados estejam sujeitos. Nos domínios dos diversos príncipes e estados, existem cristãos, mas cada um deles se sujeita ao Estado do qual é membro, não podendo, por conseguinte, sujeitar-se às ordens de qualquer outra pessoa. Assim, uma Igreja capaz de mandar, julgar, absolver, condenar ou praticar qualquer outro ato é o mesmo que um Estado civil formado por homens cristãos; o Estado civil tem esse nome por serem seus súditos os homens, enquanto a Igreja é assim denominada pelo fato de seus súditos serem os cristãos. Governo espiritual e temporal são apenas palavras trazidas ao mundo ocidental para confundir os homens, enganando-os quanto a seu soberano legítimo. A naturalidade segundo a qual a sociologia retoma assuntos de sua própria história social não é um fato de se estranhar. Não só por causa do surgimento espontâneo e abrupto da redescoberta da perspectiva histórica, mas, também, porque não há justificativa para essa virada enquanto traço de ruptura. Isso parece ainda mais estranho, na medida em que o tratamento de clássicos na sociologia é quase sempre ambivalente. A sociologia acentua com mais ênfase que as demais ciências a condição social dos enunciados científicos. Ser ultrapassado seria, não só interpretar um destino, sua história, sua transversalidade, mas uma finalidade de todo trabalho científico. Isso coincide, cientificamente, com a crença em um progresso da argumentação científica. O progresso social é entendido como diferenciação da sociologia, mesmo quando o objeto de pesquisa sumiu há muito tempo. O que resta do ponto de vista técnico-metodológico, é uma multiplicidade de construções teóricas abstratas e, per se metodológicas, sobre níveis separados de problemas, sem ser independentes, dispostos lado a lado, nos quais a sociologia é usada para colocar em primeiro plano de maneira construtiva. Desde de 1920 não se legitimou em análise abstrata comparada uma teoria com Émile Durkheim, Vilfredo Pareto, Georg Simmel, Ferdinand Tönnies ou Max Weber, logrou obter repercussão positiva. 

Mas não é hora de problematizar o desenvolvimento teórico na sociologia. Isso inclui procurar, finalmente, o comum entre as tentativas de definições da sociologia, além de tudo o que as separa. Assim será possível tratar a pergunta sobre por que os clássicos ainda não puderam ser ultrapassados. Colocar tais perguntas numa fase de um discurso de “crise da sociologia” não desfaz a nossa responsabilidade de levar em conta esse discurso como problema. Mas a crise da sociologia e o mal-estar da sociologia consigo mesma não são novidade. Isto é, o estabelecimento da sociologia como ciência repousa sobre a precondição da crise da ciência. Haverá uma crise permanente da sociologia ou tratar-se-ia de uma crise do próprio objeto com impactos sociais na sociologia? Uma contradição que aparentemente está no fundo de boa parte deste debate reside em sua tarefa difusa e equívoca, assumida pela sociologia ao longo do processo histórico da sua cientificação e a ela atribuída, parcialmente, pelas exigências sociais e políticas. Por um lado, a sociologia como análise concreta do presente considera a sua tarefa primordial como sendo descobrir a “modernidade concreta”, de mostrar e tornar compreensíveis tendências do desenvolvimento social, assim como de proporcionar medidas para a solução de problemas sociais. A sociologia é uma teoria social com tendência para a análise e visão de problemas. Mas concentra-se, frequentemente, em dados e objetos particulares nacionais. Assim, a análise da modernidade, no âmbito da concepção de história, de ciência e de teoria da sociedade, reduz-se a uma análise de sociedades nacionais que não satisfaz a pretensão de uma teoria da dinâmica atual.

A unidade entre teoria geral da sociedade e análise genial começa com a renúncia à premissa do progresso, nos clássicos modernos, em torno da virada do século. A concepção da sociologia nesses clássicos, com os seus entendimentos e a sua proliferação, repousa sobre uma interdisciplinaridade que é abandonada, em grande parte, pela sociologia. Melhor dizendo, a sua relação com teorias complexas interdisciplinares, como a teoria de sistemas, a teoria da evolução, as teorias da informação e da comunicação, é mais caracterizada pelo não-entendimento, pela adaptação ou pela rejeição precipitadas do que pela disposição aberta para aprender. Por causa disso, a sociologia mal contribui, de maneira inovadora, para o discurso interdisciplinar. Mas o isolamento perante as ciências históricas, a psicologia, a biologia ou a economia, só permite, atualmente, esperar uma nova concepção teórica interdisciplinar, que deveria ser aceita, de antemão, como uma pretensão geralmente científica de estilo comtiano. Onde se pratica, a re-historização da sociologia com a concentração sobre o discurso diante de uma crise da sociologia. Alguns estudam os clássicos por causa de soluções exemplares de problemas abstratos, desenvolvidas no contexto da própria “construção” teórica; outros usam o retorno aos clássicos para a reconstrução de um auto-entendimento histórico da sociologia, buscando reconstruir, frequentemente, nada além daquele “auto-entendimento histórico” que serve para a própria posição, justificando-a com o brilho de uma legitimação histórica.

O interesse, amplamente na moda, hic et nunc, pela história da sociologia é uma consequência da crise mal interpretada da disciplina, mas esse interesse histórico não é nenhum interesse simples e único, é de fato algo em torno de um dilema real.  A sociedade plenamente burguesa desenvolvida e, sem dúvida a nossa, ainda é per se uma sociedade de perversão explosiva e fragmentada. Não obstante, seria preciso interrogar justamente esse tema tão frequente de que as perversões estão fora do discurso e que somente a suspensão de um obstáculo, a quebras de um segredo pode abrir o caminho que conduz até ele. Esse anão seria para incitar a falar, para sempre levar a recomeçar a falar nesse tema que, nas fronteiras de quase todo o discurso contemporâneo, ele é exibido nas telas de cinema como o segredo simmeliano quer é indispensável desencavar, uma coisa quase que abusivamente reduzida ao mutismo das relações de imagens, ao mesmo tempo difícil e necessária, preciosa e perigosa de ser vista? Num caso religioso, fazendo do sexo o que, por excelência devia ser “confessado”, apresenta-se sempre como enigma inquietante: não o que se demonstra obstinadamente, mas o que se esconde em toda parte, presença insidiosa quando se corre o risco de se ouvir porque fala em voz baixa e muitas vezes disfarçada.  O segredo do sexo não é, sem dúvida, a realidade fundamental em relação à qual se dispõem, todas as incitações a “pôr em fila” as insídias do discurso sobre sexo – que tentem quebrá-lo quer o reproduzam de forma obscura, pela própria maneira da falar. Trata-se, segundo Foucault (2014; 2021), ao contrário, de um tema que faz parte da própria mecânica dessas incitações: maneira de dar forma à exigência de falar, fábula indispensável à economia infinitamente proliferante do discurso sobre o sexo. O que é próprio das sociedades modernas não é o terem condenado o sexo a permanecer na obscuridade, mas sim o terem-se devotado a falar dele sempre, induscutivelmente, valorizando-o como o segredo na sociedade. 

Quer dizer, cometer-se-ia um engano em ver nessa proliferação dos discursos um simples ou complexo fenômeno midiático, quantitativo, um puro acréscimo como se fosse indiferente o que neles se diz, como se o fato de falar nisso fosse, em si, mais importante do que as formas de imperativos que se lhe impõe ao falar. Pois essa colocação do sexo em discurso não estaria ordenada no sentido de afastar da realidade as formas de sexualidade insubmissas à economia estrita da reprodução. Historicamente da infância à velhice foi definida norma sexual e cuidadosamente caracterizando todos os desvios; organizaram-se controles pedagógicos e tratamentos médicos. Toda essa atenção loquaz com que nos alvoroçamos em torno da sexualidade, há dois ou três séculos, não estaria ordenada em função de uma preocupação elementar: assegurar o povoamento, reproduzir a força de trabalho, reproduzir a forma das relações sociais; em suma, proporcionar uma sexualidade economicamente útil e politicamente necessária? Do século XIX aos nossos dias representaram antes de mais nada, a idade da multiplicação: uma dispersão de sexualidades, um reforço de suas formas absurdas, uma implantação múltipla das “perversões”, melhor dizendo, iniciadora de heterogeneidades sexuais. Leis naturais da matrimonialidade e regras imanentes da sexualidade começaram a se inscrever em dois registros distintos. Afigura-se um mundo da perversão, secante em relação ao da infração legal ou moralmente consentida, não sendo, entretanto, simplesmente uma variedade sua. Surge toda uma entalha distinta, apesar de alguns parentescos com antigos libertinos. O que significa o surgimento dessas sexualidades periféricas? Que a medicina penetrou com grande aparato nos prazeres do casal: inventou uma patologia orgânica, funcional ou mental, originada nas práticas “incompletas”; classificou as possíveis formas de prazeres anexo; integrou-os ao “desenvolvimento” e às “perturbações” do instinto; empreendeu a gestão de todos eles

O desporto e as artes marciais são duas formas de conhecimento que apresentam algumas diferenças na sua essência. Artes marciais são disciplinas físicas e mentais codificadas em diferentes graus, que tem como objetivo um alto desenvolvimento de seus praticantes para que possam defender-se ou submeter o adversário mediante diversas técnicas. São sistemas para treinamento de combate, geralmente sem o uso de armas de fogo ou de outros dispositivos modernos. Atualmente, as artes marciais, para além de praticadas enquanto treinamento militar, policial e de defesa pessoal, são também praticadas como desporto de combate. No início do século XX, as artes marciais mudaram radicalmente os seus fundamentos e passaram a ter uma presença mais espiritual e introspetiva na mente de todos os seus praticantes. O termo “Do” que está presente em várias disciplinas marciais, como o Judô, Karaté-Do, Taekwondo, Aikidô, Kendô, entre outras, significa arte e método de interpretação técnico-metodológico e é por isso que todas as modalidades marciais são uma referência no desporto mundial, pois cultivam a ordem e um método prático de ensino disciplinado dos seus elementos essencialmente. Entretanto, existem diversos estilos, sistemas e escolas de artes marciais. O que diferencia as artes marciais da mera violência física cotidiana, como as chamadas “brigas de rua”, é a organização de técnicas num sistema coerente de combate e desenvolvimento físico, mental e espiritual como a prática de exercícios físicos utilizado em exercícios da escola. No período histórico contemporâneo, diversas práticas e saberes marciais ficaram vinculadas unicamente à luta e à defesa pessoal, situação muito distinta do Oriente, do ponto de vista da análise comparada, que as integra a um sistema filosófico que prepara o praticante também física e espiritualmente, criando uma consciência da futilidade de viver competindo e de utilizar sua arte para defender quem não tem o mesmo preparo disciplinarmente. 

           Mas a Europa também mantinha uma tradição filosófica de unir a arte marcial às ciências, desde o período greco-romano, passando pelos nobres europeus na Idade Média e cientistas no Renascimento, todos aplicavam o método científico em suas práticas. Atualmente, pessoas de elite cultural de uma boa parte do mundo estudam artes marciais por diferentes aspectos políticos e sociais, desde a estética a outros motivos pessoais, a saber: condicionamento físico, defesa pessoal, coordenação física, lazer, desenvolvimento pessoal de disciplina, participação em um grupo social e estruturação da personalidade, visto que a prática de condicionamento possibilita o extravasamento da tensão que harmoniza o indivíduo, focalizando-o positivamente. O enfoque na respiração proporciona benefícios físicos e psicológicos, diminuição do cansaço, potencialização dos movimentos, aumento da autoconsciência etc. O episódio Paint it Black, mutatis mutandis – representando o 22º episódio da segunda temporada da intrigante e satírica série Elementary foi a primeira experiência de Lucy Liu na direção.

Atualmente, as artes marciais e o desporto estão interligados entre si pelas regras desportivas que os seus praticantes seguem e respeitam. Elas são definidas para a segurança de todos e é por isso que as competições são divididas por sexo, idade, peso e classes, de modo a que sejam o mais equilibradas possível. Por exemplo, a competição de Taekwondo não permite que sejam aplicados socos na cabeça, assim como outras artes marciais têm medidas específicas que visam proteger a integridade física dos seus praticantes. No entanto, a existência das regras sociais (cf. Durkheim, 2010) distingue um combate de competição de uma luta pela própria vida. A prática do desporto é justa e equilibrada, contudo, quando se trata de lutar pela vida, a justiça deixa de ter um valor absoluto e todos querem ter uma vantagem em relação aos demais. Quando se trata da defesa pessoal, a ameaça não surge necessariamente do mesmo sexo, peso ou classe e as artes marciais aqui são treinadas para serem aplicadas como medidas de prevenção contra todos. As artes marciais trabalham a sobrevivência e estão dispostas a cumprir as “regras de rua”, isto é a inexistência de regras, ao passo que no desporto, existem regras que todos têm obrigatoriamente de cumprir. As artes marciais incluem vários exercícios que se destinam a manter a segurança de todos os indivíduos, mas é sempre uma simulação de um combate real. O desporto permite que um praticante tire o proveito das regras, sem se preocupar com o que poderia ocorrer se estas fossem diferentes  que o herói é Matt Murdock, pois durante o primeiro encontro mostrado em flashback ele ficou tão empolgado com a moça que para impressioná-la revelou seus poderes.

No entanto, o rápido romance terminou quando o campus da universidade onde Matt estudava foi atacado por nacionalistas gregos que queriam matar o pai de Elektra. Apesar dos esforços de Matt, ele não conseguiu salvá-lo. Traumatizada, Elektra resolve voltar para a Grécia, abandonando Matt. Os dois se reencontrariam anos depois, com Matt já transformado em Demolidor e ela, em ninja assassina. Dessa forma, assim com o mito grego que deu nome realmente a ela, Elektra se torna extremamente cruel em função da dor causada pela perda do pai. Elektra acaba sendo contratada pelo chamado “Rei do Crime” para ser sua assassina particular. Mercenário, o antigo criminoso que ocupara “esse lugar e que havia se afastado ao ser preso pelo Demolidor e logo depois de sofrer de um tumor cerebral que quase o matou, decide matar Elektra quando se recupera, para voltar [originalmente] para o seu emprego”. O duelo entre Elektra e o Mercenário é um momento memorável da Marvel nos anos 1980, culminando com a morte da vilã. Mercenário usa as armas Sais para perfurá-la e a deixa agonizante. A moça se arrasta até o apartamento de Murdock, e morre em seus braços. Elektra foi trazida de volta à vida ressignificada pelo clã ninja Tentáculo, e novamente treinada por Stick e os Virtuosos.  

A sinceridade é uma virtude valorizada em circunstâncias onde as divisórias entre “amigo” e “inimigo” eram geralmente distintas e tensas. A vasta extensão de sistemas sociais abstratos associada à modernidade transforma a natureza da amizade. Não por acaso o sociólogo inglês percebe que a amizade é com frequência um modo de reencaixe, mas ela não está diretamente envolvida nos próprios sistemas abstratos, que superam explicitamente a dependência ligada a laços pessoais. O oposto de “amigo”, discursivamente, já não é mais “inimigo”, nem mesmo “estranho”; ao invés disto é “conhecido”, “colega”, ou “alguém que não conheço”. Acompanhando esta transição, a honra é substituída pela lealdade que não tem outro apoio a não ser o afeto pessoal, e a sinceridade substituída pelo que podemos chamar de autenticidade: a exigência de que o outro seja aberto e bem intencionado. Embora estas conexões sociais possam envolver “intimidade emocional”, isto não é uma condição da manutenção da confiança pessoal. Laços pessoais institucionalizados e códigos de sinceridade e honra informais ou informalizados fornecem estruturas de confiança. É bastante errôneo, realçar a impessoalidade dos sistemas abstratos contra as intimidades da vida pessoal cotidiana, como a maior parte das explicações sociológicas correntes tendem a fazer.

A vida pragmaticamente falando e, portanto, os laços sociais que ela envolve estão profundamente entrelaçados com os sistemas abstratos de mais longo alcance como ocorre com o partido político. O termo “confiança” aflora com muita frequência na linguagem cotidiana. A questão para Anthony Giddens é: como estas mudanças afetaram as relações de intimidade pessoal e sexual? Pois estas não são apenas simples extensões da organização da comunidade ou do parentesco. A amizade, por exemplo, desde Georg Simmel ou Friedrich Nietzsche, foi pouco estudada pelos sociólogos, mesmo se considerarmos a intuição de Alain Touraine a respeito, mas ela proporciona uma pista importante para fatores de amplo alcance que influenciam a vida pessoal. Temos de compreender o caráter da amizade em contextos pré-modernos precisamente em associação com a comunidade local e o parentesco. A confiança nos amigos era frequentemente de importância central. Nas culturas tradicionais, com a exceção parcial de algumas vizinhanças citadinas em Estados agrários, havia uma divisão bem clara entre membros reconhecidos como “os de dentro e os de fora ou estranhos”. As amplas arenas de interação não hostil com outros anônimos, característica da atividade social moderna, não existia. Nestas circunstâncias, a amizade era institucionalizada e um meio de criar alianças mais ou menos duradouras com contragrupos potencialmente 

Escólio: Elektra Natchios (Ηλέκτρα Νάτσιος), ou simplesmente Elektra, é uma personagem fictícia que aparece nas histórias em quadrinhos publicadas pela Marvel Comics. Criada por Frank Miller, a personagem apareceu pela primeira vez em Daredevil #168 (1981). Miller baseou a aparência da personagem em Lisa Lyon, uma culturista física feminina. Ela é um interesse amoroso do super-herói Demolidor, mas a sua natureza violenta e o estilo de vida mercenário acabam por dividir os dois. Do ponto de vista da personagem Elektra é uma assassina altamente treinada, de ascendência grega, e usa “um par de sais como a sua arma de marca”. É uma das criações mais reconhecidas de Miller, mas o subsequente uso por outros artistas e escritores acabaram por tornar-se controverso, isto porque a Marvel tinha originalmente prometido “não ressuscitá-la sem a permissão de Miller”. Também apareceu como personagem de suporte de Wolverine dos X-Men, bem como noutras séries e minisséries assim como em adaptações para o ecrã. Elektra ficou em #22 entre as “100 Mulheres Mais Sexy das histórias em quadrinhos”, uma lista criada pela Comics Buyer`s Guide. Nos filmes Demolidor - O Homem sem Medo (2003) e Elektra (2005), a personagem é interpretada pela atriz Jennifer Garner. Élodie Yung tem o seu papel na segunda temporada da série Marvel`s Daredevil. Na primeira história, Elektra aparece como a vilã ninja, mas o Demolidor a reconhece como seu primeiro amor: Elektra Natchios, filha então adolescente de um embaixador grego. Ela também percebe que o herói é Matt Murdock, pois durante o primeiro encontro mostrado em flashback ele ficou tão empolgado com a moça que para impressioná-la revelou seus poderes que o herói é Matt Murdock, pois durante o primeiro encontro demonstrado visivelmente em flashback ele ficou tão empolgado com a moça que para impressioná-la revelou seus poderes.

No entanto, o rápido romance terminou quando o campus da universidade onde Matt estudava foi atacado por nacionalistas gregos que queriam matar o pai de Elektra. Apesar dos esforços de Matt, ele não conseguiu salvá-lo. Traumatizada, Elektra resolve voltar para a Grécia, abandonando Matt. Os dois se reencontrariam anos depois, com Matt já transformado em Demolidor e ela, em ninja assassina. Dessa forma, assim com o mito grego que deu nome realmente a ela, Elektra se torna extremamente cruel em função da dor causada pela perda do pai. Elektra acaba sendo contratada pelo chamado “Rei do Crime” para ser sua assassina particular. Mercenário, o antigo criminoso que ocupara “esse lugar e que havia se afastado ao ser preso pelo Demolidor e logo depois de sofrer de um tumor cerebral que quase o matou, decide matar Elektra quando se recupera, para voltar [originalmente] para o seu emprego”. O duelo entre Elektra e o Mercenário é um momento memorável da Marvel nos anos 1980, culminando com a morte da vilã. Mercenário usa as armas Sais para perfurá-la e a deixa agonizante. A moça se arrasta até o apartamento de Murdock, e morre em seus braços. Elektra foi trazida de volta à vida pelo clã ninja Tentáculo, e novamente treinada por Stick e os Virtuosos. 

A sinceridade é uma virtude valorizada em circunstâncias onde as divisórias entre “amigo” e “inimigo” eram geralmente distintas e tensas. A vasta extensão de sistemas sociais abstratos associada à modernidade transforma a natureza da amizade. Não por acaso o sociólogo inglês percebe que a amizade é com frequência um modo de reencaixe, mas ela não está diretamente envolvida nos próprios sistemas abstratos, que superam explicitamente a dependência ligada a laços pessoais. O oposto de “amigo”, discursivamente, já não é mais “inimigo”, nem mesmo “estranho”; ao invés disto é “conhecido”, “colega”, ou “alguém que não conheço”. Acompanhando esta transição, a honra é substituída pela lealdade que não tem outro apoio a não ser o afeto pessoal, e a sinceridade substituída pelo que podemos chamar de autenticidade: a exigência de que o outro seja aberto e bem intencionado. Embora estas conexões sociais possam envolver “intimidade emocional”, isto não é uma condição da manutenção da confiança pessoal. Laços pessoais institucionalizados e códigos de sinceridade e honra informais ou informalizados fornecem estruturas de confiança. É bastante errôneo, contudo, realçar a impessoalidade dos sistemas abstratos contra as intimidades da vida pessoal cotidiana como a maior parte das explicações sociológicas correntes tendem a fazer.

A vida pragmaticamente falando e, portanto, os laços sociais que ela envolve estão profundamente entrelaçados com os sistemas abstratos de mais longo alcance como ocorre com o partido político. O termo “confiança” aflora com muita frequência na linguagem cotidiana. A questão para Anthony Giddens é: como estas mudanças afetaram as relações de intimidade pessoal e sexual? Pois estas não são apenas simples extensões da organização da comunidade ou do parentesco. A amizade, por exemplo, desde Georg Simmel ou Friedrich Nietzsche, foi pouco estudada pelos sociólogos, mesmo se considerarmos a intuição de Alain Touraine a respeito, mas ela proporciona uma pista importante para fatores de amplo alcance que influenciam a vida pessoal. Temos de compreender o caráter da amizade em contextos pré-modernos precisamente em associação com a comunidade local e o parentesco. A confiança nos amigos era frequentemente de importância central. Nas culturas tradicionais, com a exceção parcial de algumas vizinhanças citadinas em Estados agrários, havia uma divisão bem clara entre membros reconhecidos como “os de dentro e os de fora ou estranhos”. As amplas arenas de interação não hostil com outros anônimos, característica da atividade social moderna, não existia. Nestas circunstâncias, a amizade era institucionalizada e vista como meio de criar alianças mais ou menos duradouras com outros contragrupos potencialmente hostis. Amizades institucionalizadas eram formas, provavelmenente, de camaradagem, assim como mormente ocorrem nas reconhecidas “fraternidades de sangue”, socialmente, ou politicamene, dentre “companheiros de armas”. 

Institucionalizada ou não, a amizade era em geral baseada em valores de sinceridade e honra. Alguns sentidos do termo, embora partilhem amplas afinidades eletivas com outras utilidades de usos, são de implicação relativamente desimportante. Quer dizer, alguém que diz: “confio que você esteja bem”, normalmente quer dizer algo mais com esta fórmula de polidez do que “espero que você esteja com boa saúde” – embora mesmo aqui “confio” tenha uma conotação algo mais forte que “espero”, implicando algo mais próximo a “espero não ter motivos para duvidar”. A atitude de crença ou crédito que entra em confiança em alguns contextos mais significativos já se encontra aqui. Quando alguém diz: “confio em que X se comportará desta maneira”, esta implicação social é mais evidente, embora não muito além do nível do “conhecimento indutivo fraco”. É reconhecido que se conta com X para produzir o comportamento em questão, dadas as circunstâncias normais apropriadas. Eles não se relacionam aos sistemas perpetuadores das relações sociais de confiança, mas são designações referentes aos comportamentos dos outros; o indivíduo envolvido não é requisitado a demonstrar aquela “fé” religiosa que a confiança envolve em seus significados essencialmente.       

A principal definição de “confiança” no Oxford English Dictionary é descrita como “crença ou crédito em alguma qualidade ou atributo de uma pessoa ou coisa, ou a verdade de uma afirmação”, e esta definição proporciona um ponto de partida útil. “Crença” e “crédito” estão claramente ligados de alguma forma à “fé”, da qual, seguindo Simmel, mas embora reconhecendo que a fé e confiança são intimamente aliadas, Niklas Luhmann faz uma distinção entre as duas que é a base de sua obra sobre o tema. A confiança, diz ele, deve ser compreendida especificamente em relação ao risco, um termo que passa a existir apenas no período moderno. A noção se originou com a compreensão de que resultados inesperados podem ser uma consequência de nossas próprias atividades ou decisões, ao invés de exprimirem significados ocultos de natureza ou intenções inefáveis da Deidade. Mas “risco”, substitui em grande parte o que antes era pensado como fortuna (fortuna ou destino) e torna-se separado das cosmologias. A confiança pressupõe, segundo Giddens, consciência das circunstâncias de risco, o que não ocorre com a crença. Tanto a confiança como a crença se referem a expectativas que podem ser frustradas ou desencorajadas. A crença, como Niklas Luhmann a emprega, se refere a atitude mais ou menos que as coisas similares permanecerão estáveis.                  

 Quando se trata da questão de confiança, o indivíduo considera conscientemente as alternativas para seguir um curso específico de ação. Alguém que compra um carro usado, ao invés de um novo, “arrisca-se a adquirir uma dor de cabeça”. Ele ou ela deposita confiança na pessoa do vendedor ou na reputação da firma para tentar evitar que isto ocorra. Deste modo, um indivíduo que não considera alternativas está numa situação de crença, enquanto alguém que reconhece essas alternativas e tenta calcular os riscos assim reconhecidos, engaja-se em confiança. Numa situação de crença, uma pessoa reage ao despontamento culpando outros, em circunstâncias de confiança ela ou ele deve assumir parcialmente a responsabilidade e pode “se arrepender de ter depositado confiança em alguém ou algo”. A distinção entre confiança e crença depende de a possibilidade de frustração ser influenciada pelo próprio comportamento prévio da pessoa e, portanto, de uma discriminação correlata “entre risco e perigo”. Isto é, Luhmann alega a possibilidade de separar risco e perigo deve derivar de características sociais da modernidade. Ela surge, essencialmente, de uma compreensão do fato de que a maioria das contingências que afetam a atividade humana são humanamente criadas, “e não meramente dadas por Deus ou pela natureza”. A abordagem sociológica é extremamente importante, no sociedade particular, e na vida e dirige nossa atenção para várias discriminações conceituais que deve ser feita na compreensão da confiança.  

O que indica isto em termos de confiança pessoal? A resposta a esta questão segundo Giddens, é fundamental para a transformação da intimidade no século XX. A confiança em pessoas não é enfocada por conexões personalizadas no interior da comunidade local e das redes de parentesco. A confiança pessoal torna-se um projeto, a ser “trabalhado” pelas partes envolvidas, e requer a abertura do indivíduo para o outro. Onde ela não pode ser controlada por códigos normativos fixos, a confiança tem que ser ganha, e o meio de fazê-lo consiste em abertura e cordialidade demonstráveis. Nossa preocupação peculiar com “relacionamentos”, no sentido em que a palavra é agora tomada, é expressiva deste fenômeno. Relacionamentos são laços baseados em confiança, onde a confiança não é pré-dada, mas trabalhada, e onde “o trabalho envolvido significa um processo mútuo de autorrevelação”. A confiança pessoal, por conseguinte, tem que ser estabelecida através do processo de autoquestionamento: a descoberta de si torna-se um projeto diretamente envolvido com a reflexividade na modernidade sociológica contemporânea. Para Christopher Lasch: - conforme o mundo vai assumindo um aspecto cada vez mais ameaçador, a vida torna-se busca de bem-estar através de exercícios, dietas, drogas, regimes espirituais de vários tipos, autoajuda psíquica e psiquiatria.

Depois de “ressuscitar”, na falta de melhor expressão, a personagem Elektra variou entre um comportamento de anti-heroína e de vilã, até que finalmente recebeu uma série própria que mostra sua busca por redenção. Elektra se tornou uma das mais famosas personagens das HQs, com sua “roupa vermelha e às vezes um lenço na cabeça da mesma cor”. Enquanto esteve livre de seu lado maléfico, usava uma roupa branca e agia como heroína. O designer gráfico é, convenientemente, um conhecedor e utilizador das mais variadas técnicas e ferramentas de desenho, mas não só. Tem como principal moeda de troca a habilidade para aliar a sua capacidade técnica à crítica e ao repertório conceitual, sendo fornecedor de matéria-prima intelectual, baseada numa cultura visual, social e psicológica. Não é apenas um mero executante, mas sim um condutor criativo que tem em vista um objetivo comunicacional alcançado quase sempre por meio de metodologias projetuais que o auxiliam a projetar. O estudo do design gráfico esteve ligado a outras áreas do conhecimento técnico e científico como a Psicologia, Teoria da Arte, Comunicação Social, Ciência da Cognição, entre muitas outras específicas.

No entanto o design gráfico possui um conhecimento próprio que se desenvolveu através da sua história, mas tem se tornado mais evidente nos últimos anos. Algo que pode ser percebido pela criação de cursos de doutorado e mestrado, específicos sobre design, no Brasil e no resto do mundo. No primeiro caso resulta o movimento artístico com início por volta de 1930, tendo como precursor o pintor e escultor húngaro Victor Vasarely (1906-1997).  As obras da Op Art apresentam diferentes figuras geométricas, em preto e branco ou coloridas, combinadas de tal modo que provocam no espectador sensações de movimento, sobretudo, quando muda-se o ponto de observação. Destacam-se como principais pintores deste movimento histórico e social Victor Vasarely, Alexandre Calder, Josef Albers e Richard Anuszkiewicz. O movimento perdurou por algumas décadas e logo foi superado pelo Pop Art, movimento artístico que se desenvolveu na Inglaterra e Estados Unidos da América (EUA) no final dos anos 1950, período marcado pelo reerguimento das grandes sociedades industriais afetadas pelos efeitos da 2ª guerra mundial (1939-1945), representa a distinção histórica do termo Pop Art do inglês Popular Art significa Arte Popular, produzida pelos veículos de comunicação.  Representava um retorno a arte figurativa. Inspirada na chamada “cultura de massa”, estudada por Edgar Morin, criticava os prazeres da sociedade consumista que se formava no contexto pós-guerra. Os artistas recorriam à ironia para elaborar a crítica sociológica do que estetizava o excesso de consumo, tais como os provenientes da esfera publicitária, do cinema, dos quadrinhos e áreas afins na produção social contemporânea. 

O símbolo não sendo já de natureza linguística deixa de se desenvolver numa só dimensão. As motivações que ordenam os símbolos não apenas já não formam longas cadeias de razões, mas nem sequer cadeias. A explicação linear do tipo de dedução lógica ou narrativa introspectiva já não basta para o estudo das motivações simbólicas. A classificação dos grandes símbolos da imaginação em categorias motivacionais distintas apresenta, com efeito, pelo próprio fato da não linearidade e do semantismo das imagens, grandes dificuldades. Metodologicamente, se se parte dos objetos bem definidos pelos quadros da lógica dos utensílios, como faziam as clássicas “chaves dos sonhos”, segundo as estruturas antropológicas do imaginário, cai-se rapidamente, pela massificação das motivações, numa inextricável confusão. Parecem-nos mais sérias as tentativas para repartir os símbolos segundo os grandes centros de interesse de um pensamento, certamente perceptivo, mas ainda completamente impregnado de atitudes assimiladoras nas quais os acontecimentos perceptivos não passam de pretextos para os devaneios imaginários. Tais são as classificações mais profundas de analistas das motivações do simbolismo religioso ou da imaginação de modo geral literária. 

Tanto escolhem como norma classificativa uma ordem de motivação cosmológica e astral, na qual são as grandes sequências das estações, dos meteoros e dos astros que servem de indutores à fabulação, tanto são os elementos de uma física primitiva e sumária que, pelas suas qualidades sensoriais, polarizam os campos de força no continuum homogêneo do imaginário individual e coletivo; tanto, enfim, se suspeita que são os dados sociológicos do microgrupo ou de grupos que se estendem aos confins do grupo linguístico que fornecem quadros primordiais para os símbolos. Quer a imaginação estreitamente motivada seja pela língua, seja pelas funções sociais, se modele sobre essas matrizes sociológicas e antropológicas, quer pelos seus genes raciais intervenham bastante misteriosamente para estruturar os conjuntos simbólicos, distribuindo seja as mentalidades imaginárias, sejam os rituais religiosos, querem ainda, com uma matriz evolucionista, se tente estabelecer uma hierarquia das grandes formas simbólicas e restaurar a unidade no dualismo de Henri Bergson das Deux Sources, quer enfim que atravessando a técnica da psicanálise se tente encontrar uma síntese entre as pulsões de uma libido em evolução e as pressões recalcadoras do microgrupo familiar. São estas diferentes classificações das motivações simbólicas que precisamos criticar antes de estabelecer um método pretensamente firme na ordem das motivações.

Ao que parece o ator social, queira ou não, está orientado de acordo com um conjunto de restrições culturais. Podemos citar também um processo social identificado pelo sociólogo norte-americano de institucionalização das máscaras, que seriam “expectativas abstratas e estereotipadas” sobre um papel específico. A máscara se converteria então, em uma “representação coletiva” uma vez que estas são construídas em “performances” individuais que não são mais do que a forma ou expressão dessas representações coletivas individualizadas e personalizadas com as características de cada indivíduo. Quando, por exemplo, um ator social adentra um grupo social específico, encontra correspondente a ele, a fixação de uma máscara particular. Goffman chega a sugerir o caráter abstrato e geral das máscaras sociais e as converte em veículos ideais no processo de socialização, pois o que as representações coletivas traduzem é o modo como o grupo se pensa em suas relações com os objetos que o afetam. Através das máscaras sociais a atuação é “modelada e adaptada à compreensão e as expectativas da sociedade na qual se apresenta”. E através deste ajustamento que não é constituído da mesma maneira que o indivíduo e as coisas que o afetam são de outra natureza.

Jim Steranko começou a desenhar muito jovem. Isto é bom. Estudou quadrinhos dominicais e as populares “tiras diárias”, principalmente as que traziam a arte de Milton Caniff, Alex Raymond, Hal Foster e Chester Gould. Seus tios lhe davam revistas de Walt Disney e Superman. Durante a adolescência, quando das férias escolares ele se apresentou em circos, em números de ilusionismo e escapismo que aprendera com seu pai. Na escola, ele participou da equipe de ginástica, atuando nas argolas e nas barras paralelas. Depois lutaria boxe e a disciplinar esgrima. Aos 17 anos, Steranko foi preso por roubar carros. Chico Buarque um ao menos. Qual adolescente não se viu contagiado no meio urbano pelos rachas também chamado popularmente de pega, é uma forma de corrida ilícita praticado em áreas urbanas, rural ou rodovias com automóveis e também poderosas motocicletas. O grupo de rock and roll Bill Haley and His Comets iniciou carreira na vizinha Filadélfia, Pensilvânia e Steranko, que se encontrava aos 20 anos de idade tocava guitarra, tornou-se amigo do guitarrista de Haley Frank Beecher (1921-2014). Nessa época, Steranko trabalhava como artista durante o dia para uma gráfica de Reading, criando e desenhado panfletos para os clubes suburbanos mobilizados que se utilizavam de dança locais comercial, enquanto a noite se apresentava como músico.

Bill Haley & His Comets representou uma banda de rock and roll que teve início nos anos 1950 e que continuou até a morte de Bill Haley em 1981. É também reconhecida pelos nomes Bill Haley and The Comets e Bill Haley`s Comets. Foi um dos primeiros grupos de músicos brancos a levar o rock às grandes plateias norte-americanas e ao redor do mundo. Seu líder, Bill Haley, era um músico de country; depois de gravar uma versão country de “Rocket 88”, uma canção de R&B considerada o primeiro Rock and Roll gravado, ele mudou seu estilo para um novo som chamado rockabilly. Embora diversos integrantes do Comets tenham ficado famosos, foi Bill Haley quem permaneceu como o astro. Com sua postura individualmente energética ao palco, muitos fãs consideram-nos tão revolucionários para sua época quanto os comparativamente Beatles e os Rolling Stones foram para as suas. Após cinco anos tentando a Marvel Comics, em 1965 Steranko entrou para os quadrinhos através da Harvey Comics, com o editor Joe Simon quando foi contratado para criar uma linha de super-heróis para a editora que se tornara reconhecida com seus personagens infantis, como o Gasparzinho. Para Simon e Harvey Comics, Steranko criou os heróis Spyman, Magicmaster e o Gladiador. Ele demonstrou seu Secret Agent X para a Paramount, como um projeto de animação para a TV e se encontrou com o editor da Marvel Stan Lee. Steranko conseguiu arte-finalizar duas páginas de Jack Kirby para uma ilustração típica de “Nick Fury”, publicado pela primeira vez em 1970 pela Supergraphics numa edição limitada do Steranko Portfolio One e depois de 30 anos na coleção Nick Fury, Agent of S.H.I.E.L.D. Ele começou desenhando 12 páginas de Nick Fury, Agent of S.H.I.E.L.D., criada por Stan Lee e Jack Kirby (1917-1994), juntos vários personagens clássicos dos quadrinhos, que trouxe as inventivas parafernálias eletrônicas e equipamentos como o Porta-aviões aéreo Helicarrier - um dirigível da organização SHIELD, além dos androides Life Model Decoy e automóveis com uso de airbags.

Esta invenção é muito mais do que uma espécie de almofada feita de nylon e que possui internamente uma espécie de explosivo que vai formar uma reação química, responsável por gerar um gás que vai encher o airbag. Segundo o professor Baltus Bonse com graduação em Engenharia Química (1989), Mestrado em Ciência e Engenharia de Materiais (1993) e doutorado em Ciências (1999), todos pela Universidade Federal de São Carlos. Atualmente é professor e pesquisador em regime de dedicação integral do Centro Universitário da FEI e credenciado no Mestrado em Engenharia Mecânica - Área de Materiais e Processos, isto é, quando, as primeiras patentes surgiram nos Estados Unidos da América nos anos 1950. Usava-se sistemas baseados em ar comprimido, que não conseguiam inflar os airbags primitivos de forma eficaz. A organização terrorista Hydra também surgiu nessas histórias. Durante todos os anos do Universo Cinematográfico da Marvel, o nome Hydra (ou Hidra) já apareceu algumas vezes. É uma organização terrorista da Marvel Comics, cujo nome inicial era A Besta, algo que não foi oficializado nas HQs. A organização surgiu quando extraterrestes com aparência reptiliana vieram a Terra e corromperam uma sociedade asiática. Steranko começou a desenhar e arte-finalizar os trabalhos de Jack Kirby em Strange Tales #151 em 1966, quando se incumbiu das capas de Nick Fury e, raro entre artistas, a escrever as histórias a partir do nº 155. Não por acaso, Nick Fury, se tornou um dos marcos da Era de Prata.

No caso brasileiro, em particular, posteriormente, também passaram a colaborar professores de outras universidades ou núcleos de pesquisas, como o Prof. Araújo da Fundação Armando Alvarez Penteado e Faculdades Santa Marcelina), Regina Giora da Universidade Mackenzie, Glória Kreinz do Núcleo de Divulgação Científica José Reis e Roberto Elísio dos Santos do Centro Universitário Municipal de São Caetano do Sul), que hoje ocupa a função de vice-coordenador. Possui um acervo com HQs de diversos países, porém não é aberta ao público, apenas para pesquisadores da Universidade. Os títulos podem ser pesquisados no site, também possível acessar edições digitais da revista Quadreca, fundada na década de 1970 pela professora Sônia Luyten. Em 2011, realiza a I Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos. Em 2013, durante a segunda edição do evento, são lançados livros pela Criativo Editora: Os Pioneiros no Estudo de Quadrinhos no Brasil, Intersecções Acadêmicas – Panorama das Primeiras Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos e Histórias em Quadrinhos e Práticas Educativas, a Editora inaugura selo em parceria com o Observatório.

O Editor acabou perdendo o interesse pelo gibi (negrinho), embora Víctor Santos ainda tivesse várias narrativas sobre o personagem. Santos começou a trabalhar em Polar depois de terminar seu trabalho em Godzilla: Kingdom of Monsters para IDW Publishing em 2011 e enquanto esperava o roteiro de The Mice Templar. Ele afirmou que geralmente trabalha em seus próprios projetos durante as pausas, de modo que “nunca [passa] muito tempo sem desenhar”. Em outubro de 2014, a Dark Horse Comics anunciou que Polar: Came From the Cold seria adaptado para um “filme de ação ao vivo”, produzido como uma colaboração entre a divisão de entretenimento da editora e a Constantin Film. Um roteiro específico para o filme foi escrito por Jayson Rothwell, e as empresas esperavam poder começar a filmar o filme na primavera de 2015. Em outubro de 2017, foi anunciado que Mads Mikkelsen estrelaria o thriller de ação Polar. O diretor sueco Jonas Åkerlund dirigiu a adaptação de Rothwell a partir da história em quadrinhos “Polar: Came From the Cold” (2013) de Victor Santos. A Mister Smith Entertainment estreou o longa-metragem para compradores no American Film Market, que ocorrido em 1º de novembro de 2017 em Santa Monica, Califórnia, Estados Unidos da América. Depois de “ressuscitar”, a personagem Elektra variou entre um comportamento de anti-heroína e de vilã, até que finalmente recebeu uma série própria que mostra sua busca por redenção. Não por acaso Elektra se tornou uma das mais famosas personagens das HQs, com sua roupa vermelha e às vezes um lenço na cabeça da mesma cor.

Enquanto esteve livre de seu lado maléfico, usava uma roupa branca e agia como heroína. Elektra é interpretada pela atriz francesa Élodie Yung na segunda temporada da série Marvel's Daredevil. Ela foi brevemente mencionada na primeira temporada como alguém que Matt namorou na faculdade. Na segunda temporada ela retorna a Nova York para que Matt a ajude a derrotar o Tentáculo. Ela foi criada por Stick quando era menina e treinada em artes marciais até que o Casto a considerou muito perigosa. Stick a faz ser adotada por um embaixador grego para mantê-la segura. Quando mais velha, ela é enviada por Stick para fazer com que Matthew Murdock volte para o seu lado, mas Elektra acaba se apaixonando por ele. Eles terminam a relação quando Elektra captura o homem que assassinou o pai de Matt e o dá a oportunidade de matá-lo, o qual Matt recusa. Matt tenta convencê-la de que ela não pertence a guerra de Stick e pode ser independente, e eles quase reatam antes de Elektra matar um ninja do Tentáculo. No aeroporto, ela é atacada por um dos assassinos de Stick e o procura para matá-lo, mas Matt os impede de lutar antes do Tentáculo aparecer e sequestrar Stick. Quando eles vão resgatá-lo, eles descobrem que está destinada a ser o líder do Tentáculo reconhecido na ficcionalização literária como “O Céu Negro”, mas Matt a convence de escolher seu próprio caminho e eles escapam. Eles enfrentam Nobu e seus ninjas no telhado em um duelo final, onde Elektra sacrifica sua vida para salvar Matt. Seu túmulo é desenterrado pela Mão e o corpo é colocado em um recipiente, deixando o seu destino uma incógnita.

Bibliografia Geral Consultada.

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