segunda-feira, 31 de março de 2025

A Cartada Final – Cidade, Cetro, Regra do Jogo & Profissionalismo.

Para agir com conhecimento de causa não basta saber o que devemos querer”. Émile Durkheim

          A Cartada Final (The Score) é um filme norte-americano de 2001, dirigido por Frank Oz, um produtor de televisão anglo-estadunidense e um dos responsáveis pelos famosos fantoches e personagens de programas como Sésame Street (1969) e The Muppet Show (1974). O filme tem como representação um “veterano ladrão” que está prestes a se aposentar e um jovem unem forças a fim de realizar um assalto considerado impossível. Nick Wells (Robert De Niro) é um criminoso profissional que decidiu abandonar a vida de crimes, após quase ser capturado em seu último assalto. Nick pretende agora levar uma vida pacata com sua namorada Diane (Ângela Bassett), que coordena seu clube de jazz em Montreal no Canadá. Até que Max (Marlon Brando), seu grande amigo e financiador de Nick em seus trabalhos ilegais, lhe faz uma oferta impossível de recusar, isto é: o roubo de um histórico cetro francês que havia sido descoberto recentemente e que estava em exibição na cidade. Para realizar o roubo, Nick precisa da ajuda de um cúmplice, Jackie Teller (Edward Norton), que é um jovem, dinâmico, talentoso e agressivo ladrão, mesmo que para tanto ele tenha que quebrar sua própria regra individualista que socialmente prefere nunca trabalhar com parceiros. Até que Max (Marlon Brando), seu grande amigo e financiador em seus trabalhos ilegais, lhe faz uma oferta impossível de recusar: o roubo de um histórico cetro francês que havia sido descoberto recentemente e que estava em exibição na cidade. Porém, para realizar o roubo Nick precisa da ajuda praticamente de um cúmplice, que para tanto “ele tenha que quebrar sua própria regra de nunca trabalhar com parceiros”. 

         O tempo, como a unidade negativa do ser-fora-de-si, é igualmente um, sem mais nem menos, abstrato, ideal. Ele é o ser, que, enquanto é, não é, e enquanto não é; ele é o vir-a-ser intuído, segundo Hegel, isto é, analogamente, tal que são determinadas as diferenças simplesmente momentâneas, as que imediatamente se suprassumem como exteriores, isto é, que são apesar disso exteriores a si mesmas. O tempo é como o espaço uma pura forma de sensibilidade ou do intuir, é o sensível, mas, assim como a este espaço, também ao tempo não diz respeito a diferença de objetividade e de uma consciência subjetiva contra ela. Quando se aplicam estas determinações de espaço e tempo, então seria aquele a objetividade abstrata, este [o tempo], porém a subjetividade abstrata. O tempo é o princípio representativo que o Eu=Eu da autoconsciência pura; mas é o mesmo princípio ou o simples conceito ainda em sua total exterioridade e abstração – como o mero vir-a-ser intuído, o puro ser-em-si como um vir-fora-de-si. O tempo é igualmente contínuo como o espaço, pois ele é a negatividade abstratamente referindo-se a si e nesta abstração ainda não há nenhuma diferença real. No tempo, diz-se, tudo surge e perece, se se abstrai de tudo, a saber, do recheio do tempo e igualmente do recheio do espaço, fica de resto o tempo vazio como o espaço vazio, são então postas e representadas estas abstrações de exterioridade, como se elas fossem por si. O real é limitado, e o outro para esta negação está fora dele, a determinidade é assim nele exterior a si, e daí a contradição de seu ser; a abstração opera nessa exterioridade de sua contradição e a inquietação da mesma é o próprio tempo. 

           Por isso o finito é transitório e temporário, porque ele não é, como o conceito nele mesmo, a negatividade total, mas tem em si, como sua essência universal, entretanto – diferentemente da mesma essência – é unilateral, e se relaciona à mesma como à sua potência. Só o natural, na vida, na realidade concreta é, portanto, enquanto é finito, sujeito ao tempo; o verdadeiro, porém, a ideia, o espírito, é eterna. A intemporalidade absoluta é diferente da duração; é a eternidade que é sem o tempo natural. Mas o próprio tempo é, em seu conceito, eterno; pois ele, não quer qualquer tempo, nem o agora, mas significativamente o tempo-enquanto-tempo, é seu conceito; este tempo, porém, como cada conceito em geral, é o eterno, e também é presente absoluto. O que não está no tempo é o sem-processo; o péssimo e o mais perfeito não estão no tempo, dura. O péssimo, da pior qualidade, porque ele é uma universalidade abstrata, assim espaço, assim tempo mesmo; sua duração não é vantagem. O duradouro é mais altamente cotado do que o transitório; mas toda florescência, toda bela vitalidade tem morte cedo. Mas também o mais perfeito dura, não só o universal sem-vida, inorgânico, mas também o outro universal, o concreto em si, o gênero, a lei, a ideia, o espírito. Representa o processo total ou apenas um momento do processo que entra no tempo enquanto os momentos do conceito têm a aparência da independência; mas as diferenças excluídas portam-se como reconciliadas e retomadas à paz. A noção de desenvolvimento passa a ser central depois dessa concepção na filosofia da história e, para o bem ou para o mal até os dias presentes. Mesmo a ideia de progresso, que implicava o depois poder ser explicado em função do antes, encalhou, de certo modo nos recifes materiais do século XX, ao sair das esperanças ou das ilusões que acompanharam a chamada “travessia do mar” aberto pelo século XIX. 

Esse questionamento refere-se a várias ocorrências distintas entre si que não atestam um progresso moral da humanidade, e sim, uma dúvida sobre a história como portadora de sentido, dúvida renovada, per se no que se refere ao seu método, objeto e como tal nas grandes dificuldades não só em fazer do tempo um princípio de inteligibilidade, como em inserir aí um princípio de identidade. A história humana, isto é, uma série de acontecimentos reconhecidos como acontecimentos por muitos, acontecimentos que podemos pensar que importarão aos olhos dos historiadores de amanhã e, ao qual cada um de nós, por mais consciente que seja de nada representar nesse caso pode vincular algumas circunstâncias ou imagens particulares, como se fosse a cada dia menos verdadeiro que os homens, que fazem a história, pois, senão, quem mais senão homens, não sabem que a fazem. Hegel dizia que a verdade é o todo. Esta é a questão fundamental da filosofia. Que se não enxergamos o todo, podemos atribuir valores exagerados a verdades limitadas, prejudicando a compreensão de uma verdade geral. Essa visão é sempre provisória, nunca alcança uma etapa definitiva e acabada, caso contrário a dialética estaria negando a si própria. O método dialético nos incita a revermos o passado, à luz do que está acontecendo no presente, ele questiona o presente em nome do futuro, o que está sendo em nome do que “ainda não é”. Para Hegel, o trabalho é o conceito chave para compreensão da superação da dialética na história, atribuindo o verbo suspender com três significados: negação de uma determinada realidade, conservação de algo essencial dessa realidade e elevação a um nível superior. 

A filosofia descreve a realidade e a reflete, portanto, a dialética busca, não interpretar, mas refletir acerca da realidade. A dialética é a história das contradições. O reprimido permanece dentro da totalidade. Esta contradição não é apenas do pensamento, mas da realidade concreta. Então, tudo está em processo de constante devir. Esse padrão é nosso velho conhecido, visto que é algo do qual a filosofia durante séculos de elaboração utilizou para conhecer. E isto fica claro da seguinte maneira; se o saber é igual ao conceito e a essência corresponde o objeto, logo o conceito precisa corresponder ao objeto e vice-versa, basta para nós, portanto, verificar em nosso exame, diz Friedrich Hegel (2007) se o objeto corresponde ao conceito. Por isso, é necessário manter os dois momentos do exame; o conceito, quer dizer, “ser para outro e o objeto consequentemente ser em si mesmo”. Com isso verificamos que não é necessário um “padrão de medida”, no sentido funcionalista, um instrumento que capte o raio, mas de outro modo, é necessário investigar a partir do que é dado, embora, aquilo que é dado fique no limite da própria consciênciaDessa forma, a consciência é consciência do objeto e por identificar este objeto como um elemento extrínseco torna-se “consciência de si mesmo”. A consciência do que é verdadeiro é consciência do “seu saber da verdade”, que estabelece na relação entre tempo e espaço é a própria consciência. 

Hegel admite Marx, não enxerga o trabalho em toda a sua contraditória materialidade e por isso o idealiza e o vê de maneira unilateralmente positiva, minimizando a força da sua negatividade: a essência humana, o ser humano, equivale para Hegel à consciência de si, em vez de reconhecer na consciência de si a consciência de si do homem, quer dizer, “de um homem real, que vive num mundo real, objetivo, e é condicionado por ele”. Por isso, Hegel, na interpretação de Marx da Introdução de 1857, caiu na ilusão de conceber o real como resultado do pensamento, que se encontra em si mesmo, se aprofunda em si mesmo e se movimenta por si mesmo, enquanto o método que consiste em elevar-se do abstrato ao concreto é para o pensamento precisamente a maneira de se apropriar do concreto, de reproduzi-lo como concreto espiritual. Portanto, ao assumir o conceito hegeliano de dialética, Marx foi levado a modificá-lo, mas a perspectiva de Marx implicava não só uma reavaliação do papel do trabalho material na autocriação da sociedade e na autotransformação do ser humano, como também exigia uma reavaliação dos trabalhadores e de sua concepção orgânica como força material de trabalho capaz de dar prosseguimento à autotransformação histórica da humanidade na modernidade. A definição histórica do sábado e do domingo como dias de descanso semanal remunerado é uma conquista relativamente recente dos trabalhadores. Foi resultado da luta operária surgida na Inglaterra historicamente depois da Revolução Industrial, no início do século XIX. Na Antiguidade, em termos de análise comparada, os romanos e os adeptos de religiões pagãs dedicavam o sábado ao deus Saturno, que regia a agricultura. Esse dia reservado para o descanso, numa forma de agradecimento ao deus por uma boa colheita. Em outras religiões, como no judaísmo, o sábado também já era consagrado como um dia de repouso semanal. 

O domingo ganhou esse “status” um pouco mais tarde. Só na Era Cristã é que passou a ser considerado sagrado, “porque Jesus ressuscitou dos mortos neste dia”. Por conta disso, os cristãos consagraram o domingo ao Senhor e, para que os fiéis pudessem ir tranquilamente aos cultos, era natural que fosse reservado um dia sem trabalho. Porque pode fazer história e revolucionar a estrutura dessa sociedade, em sua transitoriedade assimilando assim as conquistas mais profundas da filosofia. Utilizando o conhecimento para superar/conservar a situação particular de classe que lhes é imposta. Em sua concepção dialética, a filosofia, “não pode se realizar sem a superação do proletariado; e o proletariado não pode se superar sem a realização da filosofia”.  O modo de pensar dialético atento à infinitude do real e a irredutibilidade do real ao saber distingue os planos de análise e de realidade de quem opera sociologicamente. Implica uma interpretação da consciência no sentido dela se abrir para o reconhecimento do novo, inédito, no âmbito das “mediações complexas” e das contradições sociais que irrompem no campo visual do sujeito e lhe revelam a existência de problemas que não estava enxergando. Hegel é o primeiro a ter visibilidade na Filosofia colocando a questão da consciência e autoconsciência vis-à-vis à consciência comum. É conspícuo a jornada de trabalho que evidência a interrupção do trabalho, fora das crenças religiosas, para que o homem possa gozar e reconstituir-se.    

        Uma forma de atividade generalizada que tomou lugar na vida social não pode, evidentemente, permanecer tão desregulamentada, em seu desempenho e atividade, sem que disso resulte os impactos sociais sobre a divisão do trabalho e as mais profundas perturbações. Mas sofrer no trabalho não é uma fatalidade. No filme A Cartada Final, o cetro roubado é um cetro francês histórico que estava em exibição na cidade de Montreal. O cetro valia US$ 30 milhões e foi roubado na Alfândega de Montreal. É, em particular, como decorre e testemunhamos, uma fonte factível de desmoralização geral real. Pois, precisamente porque as funções econômicas absorvem o maior número de cidadãos, para o pleno desenvolvimento da vida social, há uma multidão de indivíduos, como dizia Freud, cuja vida transcorre quase toda no meio industrial e comercial; a decorrência disso é que, como tal meio é pouco marcado pela moralidade, a maior parte da existência transcorre fora de toda e qualquer ação moral. A tese funcionalista expressa como uma espécie de antídoto da civilização, e que o sentimento do dever cumprido se fixe fortemente em nós, é preciso que as próprias circunstâncias históricas em que vivemos permanentemente desperto. Não queremos perder de vista, que a atividade de uma profissão só pode ser regulamentada eficazmente por “um grupo próximo o bastante dessa mesma profissão para conhecer bem seu funcionamento, para sentir todas as suas necessidades e poder seguir todas as variações destas”. O único grupo que corresponde sociologicamente a essas condições sociais no tempo e espaço é o que seria formado por todos os agentes de uma mesma condição social reunidos num mesmo corpo.

E que a sociologia durkheimiana conceitua de corporação ou grupo profissional. É na ordem econômica que o grupo profissional existe tanto quanto a moral profissional. Desde que, não sem razão, com a supressão das antigas corporações, não se fizeram mais do que tentativas fragmentárias e incompletas para reconstituí-las em novas bases sociais. A primeira observação familiar da crítica de Émile Durkheim (1999), é que a corporação tem contra si seu próprio passado histórico. De fato, ela é tida como intimamente solidária do antigo regime político e, por conseguinte, como incapaz de sobreviver a ele. Na história da filosofia, o que permite considerar as corporações uma organização temporária, boa apenas para uma época e uma civilização determinada, é, ao mesmo tempo, sua grande antiguidade e a maneira como se desenvolveram na história. Se elas datassem unicamente da Idade Média, poder-se-ia crer, de fato que, nascidas com um sistema político, deviam necessariamente desaparecer com ele. Mas, na realidade, têm uma origem bem mais antiga. Em geral, elas aparecem desde que as profissões existem, isto é, desde que a atividade deixa de ser puramente agrícola. Se não parecem ter sido conhecidas na Grécia, até o tempo da conquista romana, é porque os ofícios, sendo desprezados, eram exercidos exclusivamente por estrangeiros e, por isso mesmo, achavam-se excluídos da organização socialmente legal da cidade. Mas em Roma, comparativamente, elas datam pelo menos dos primeiros tempos da República; uma tradição chegava até a atribuir sua criação ao rei Numa, um sabino escolhido como segundo rei de Roma. Sábio, pacífico e religioso, dedicou-se a elaboração das primeiras leis de Roma, assim como dos primeiros ofícios religiosos da cidade e do primeiro calendário. É verdade que, por tempo, elas tiveram de levar uma existência bastante humilde, pois os historiadores e os monumentos só raramente as mencionam; não sabemos muito bem como eram organizadas no âmbito da sociedade.

Mas o caráter desses agrupamentos se modificou; eles acabaram tornando-se verdadeiras engrenagens da administração, pois desempenhavam funções oficiais; cada profissão era vista como um serviço público, cujo encargo e cuja responsabilidade ante o Estado cabiam à corporação correspondente. Foi a ruína da instituição. Porque, segundo Durkheim, essa dependência em relação ao Estado não tardou a degenerar numa servidão intolerável que os imperadores só puderam manter pela coerção. Todas as sortes de procedimentos foram empregadas para impedir que os trabalhadores escapassem das pesadas obrigações que resultavam, para eles, de sua própria profissão. Evidentemente, tal sistema de trabalho só podia durar enquanto o poder político fosse o bastante para impô-lo. É por isso que ele não sobreviveu à dissolução do Império. Aliás, as guerras civis e as invasões haviam destruído o comércio e a indústria; os artesãos aproveitaram essas circunstâncias para fugir das cidades e se dispersar nos campos. Assim, os primeiros séculos de nossa era viram produzir-se um fenômeno que devia se repetir tal qual no fim do século XVII: a vida corporativa se extinguiu quase por completo. Mal subsistiram alguns vestígios seus, na Gália e na Germânia, nas cidades essencialmente de origem romana. Portanto, naquele momento, um teórico tivesse tomado consciência da situação, teria provavelmente concluído, como o fizeram hic et nunc nas conjunturas das sociedades globais os “economistas de mercado”, que as corporações não tinham, ou, em todo caso, mais razão de ser, que haviam desaparecido irreversivelmente, e sem dúvida seria retrógrada e irrealizável toda tentativa de reconstituí-las. Os acontecimentos desmentiriam tal profecia.

De fato, após um “eclipse da razão” de algum tempo caminhando para os nossos dias, as corporações recomeçaram nova existência em todas as sociedades europeias. Cetro é um bastão com utilidade de uso, na esfera política por autoridades reais, geralmente empunhado pelo monarca na mão direita e uma das insígnias do poder soberano. O grande dilema na modernidade é que a teoria não previa a intensa luta supranacional, que ultrapassa os limites imaginários e físicos. Quando limitou a convivência em uma fronteira, não pode conceber a ideia de que governos de outros países que tentassem controlar outrem, só causariam o que nós podermos perceber: o caos e banhos de sangue moderno e contemporâneo. Idealizou uma criatura mística chamada Leviatã, em sua ilustração como um monstro composto por vários homens dispostos como escamas. Quer dizer que o soberano que controla a sociedade civil é formado pelo conjunto de indivíduos, demonstrando também que o ser humano deu ao Estado o direito de controlá-lo como se deseja. Todos os seres humanos buscam o sucesso contínuo na obtenção dos objetos de desejo, isto é, procuram a felicidade. É justamente essa busca que conduz os homens à guerra no estado de natureza e é, em última instância, o medo da morte que os leva a criarem o estado civil. Isto porque sem o medo da morte a procura pela felicidade conduz a uma “guerra de todos contra todos”, e para terem certeza de que alcançariam a felicidade, teriam que se tornarem poderosos na busca por um poder. Mas esta busca motivada por um desejo contínuo de poder e mais poder salvaguardaria a felicidade, outra coisa não é senão a satisfação dos desejos. Os homens ao se valerem dos meios políticos e sociais, mas disponíveis para serem felizes na vida cotidiana inevitavelmente entrariam em guerra uns contra os outros. 

A cidade encontra-se no contexto das sociedades ocidentais em que a autonomia e a liberdade estão associadas ao período de transição para a idade adulta. A contracultura pode influenciar o modo como os jovens representam e antecipam o que é ser adulto, na vida individual e coletiva, claramente quando a literatura sugere que as representações do papel de adulto adquirem na modernidade uma configuração própria. A pós-modernidade é um conceito da sociologia histórica que designa a condição sociocultural e estética dominante no capitalismo após a queda real do Muro de Berlim (1989), a “revolução retificada” segundo Jürgen Habermas, da União Soviética e a crise das ideologias nas sociedades ocidentais no final do século XX, com a dissolução da referência à razão como uma garantia de condição e possibilidade de compreensão do mundo através de esquemas totalizantes. O uso do termo se tornou corrente embora haja controvérsias quanto ao seu significado e a sua pertinência. Algumas escolas de pensamento sociais e políticas situam sua origem no alegado esgotamento do projeto moderno, que dominou a estética e a cultura até final do século XX. No ensaio: A Condição Pós-Moderna, François Lyotard caracteriza a pós-modernidade como uma decorrência da morte das “grandes narrativas” totalizantes, fundadas na crença no progresso e nos ideais iluministas de igualdade, liberdade e fraternidade. Outros, porém, afirmam que a pós-modernidade seria apenas uma extensão da modernidade, período em que, segundo Walter Benjamin, ocorre a perda da aura do objeto artístico em razão do que ele nomeou “a obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”, em múltiplas formas: cinema, fotografia, vídeo, etc. Para o crítico marxista norte-americano Frederic Jameson, a pós-modernidade representa a “lógica cultural do capitalismo tardio”, correspondente à chamada terceira fase do capitalismo, conforme o esquema proposto analogamente por Ernest Mandel. Outros autores preferem evitar o termo.

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, um dos principais popularizadores do termo pós-modernidade no sentido de forma póstuma da modernidade, prefere usar a expressão “modernidade líquida” - uma realidade ambígua, multiforme, na qual, como na clássica expressão do Manifesto Comunista, de Marx & Engels (1848) “tudo o que é sólido se desmancha no ar”. O filósofo francês Gilles Lipovetsky prefere o termo “hipermodernidade”, por considerar não ter havido de fato uma ruptura com os tempos modernos chaplinianos - como o prefixo “pós” dá a entender. Segundo Lipovetsky, os tempos atuais são modernos, com uma exacerbação de certas características das sociedades modernas, tais como o individualismo, o consumismo, a ética hedonista, a fragmentação do tempo e do espaço. O filósofo alemão Jürgen Habermas relaciona o conceito de pós-modernidade a tendências políticas e culturais entre neoconservadores, determinadas a combater os ideais iluministas. A perspectiva individualista do “Flower Power”, condicionada historicamente, contraria as transformações dos sistemas de ensino e de formação que no processo civilizatório induzem também a períodos mais longos de coabitação entre pais e filhos adultos, facilitados por mudanças culturais, que permitem aos jovens pela via geracional optar pela “coabitação entre gerações”.

A popularidade de Zygmunt Bauman entrou em franca ascendência quando o autor passou a analisar a pós-modernidade sob o “prisma da liquidez” (2004). Como uma época em que nada é feito realmente para durar, em que a fixidez das relações sociais obtém um valor descartável no processo de social de comunicação, em que toda comunicação é um processo de trabalho, mas nem todo processo de trabalho é um processo de comunicação, elaborando o conceito de modernidade líquida que se afasta da pós-modernidade, na medida em que a modernidade representa um continuum. Ela teria se transformado numa versão consumista, individualista e despolitizada. O conceito de sociedade é comumente utilizado para expressar o processo de estratificação de cidadãos de um país, governados por instituições nacionais que aspiram ao bem-estar dessa coletividade. Todavia, a sociedade não é um mero conjunto de indivíduos vivendo juntos em um determinado lugar, é também a existência de uma organização social, de instituições e leis que regem a vida dos indivíduos e suas relações mútuas. Há também alguns pensadores cujo debate insiste em reforçar a oposição entre indivíduo e sociedade, reduzindo, com frequência, ao conflito entre o genético e o social ou cultural. Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber conceituaram com propriedade a sociedade. Cada um definiu-a a partir da atividade política, social ou econômica do indivíduo. As relações sociais entre os indivíduos tendem a ser menos frequentes e menos duradouras.

O que na análise, muda comparativamente a esses traços gerais de comportamento, refere-se à hierarquia e o poder que criaram para si as posições fixas e tradicionais. A partir da maneira como as pessoas se apresentam dispostas uma ao lado da outra, pode-se facilmente deduzir a diferença de prestígio entre elas. Sabemos o que significa quando uma pessoa se encontra sentada num plano mais elevado, tendo todas as demais em pé a circundá-la. Ou quando está em pé, e as demais sentadas ao seu redor; quando alguém aparece de súbito, e as pessoas reunidas levantam-se; quando alguém se ajoelha diante de outra pessoa; quando não se convida aquele que acabou de entrar a sentar-se. Já uma enumeração indiscriminada de exemplos como esses demonstram a quantidade de configurações mudas que o poder tem como significado e apresenta. Seria necessário investiga-las, definindo com maior exatidão o seu significado social e político. Durante um culto religioso numa igreja, os fiéis ajoelham-se muitas vezes; estão acostumados, e mesmo com prazer não atribuem significado a esse gesto frequente. O orgulho daquele que se encontra em pé reside no fato dele estar livre e não se apoiar em coisa alguma. Seja porque interfira aí a lembrança psicológica da primeira vez em que ele, quando criança, pôs-se de pé sozinho, sentindo-se independente. Aquele que se levantou, pôs-se de pé em consequência de certo esforço e, assim procedendo, faz-se tão alto quando pode ser. Mas aquele que se encontra de pé há muito tempo expressa certa capacidade de resistência, porque pode ser visto por inteiro, sem ter medo ou ocultar-se. Quanto mais tranquilo se revelar esse “seu estar em pé”, quanto menos ele se voltar para espiar em nas direções visíveis, tão mais seguro ele parecerá. Não temerá sequer um ataque pelas costas, invisivelmente a seus olhos. O “estar em pé”, repentinamente, causa a impressão de uma energia ainda não consumida, pois é algo que se encontra no princípio de todo movimento, não por acaso, usualmente, fica-se em pé antes de se andar ou correr.

Trata-se da posição central, a partir da qual, sem que haja transição alguma, pode-se passar seja para outra posição, seja para uma forma qualquer de movimento. As pessoas tendem a supor naquele que está em pé a presença de uma tensão maior. Mesmo nos momentos nos quais sua intenção é inteiramente diversa; no momento seguinte, talvez se deite para dormir. O um fato disciplinar é que na história da vida cotidiana, seja ela social ou tipicamente política é que se superestima aquele indivíduo que se encontra em pé. Simbolicamente, o cetro, é considerado o portador das forças divinas além de um atributo dos deuses. É um tipo de taco ou bastão mais grosso numa das extremidades e geralmente feito de algum material sólido - podendo ser de madeira, pedra, ou metal - normalmente utilizado para fins de necessária força física ou em batalhas de estilo corpo a corpo, em especial pelas forças policiais. Variam de tamanho, peso, material e manuseio, podendo causar danos leves ou pesados. Seu nome vem do francês casse-tête, que significa literalmente “quebra-cabeça”. É um bastão de madeira ou de metal utilizado por policiais ou militares, podendo ser usado também para a segurança pessoal. Nativos da Califórnia usavam clavas entalhadas de um único tronco ou galho de árvore. As dimensões das clavas variavam em torno de 3 cm a 4 cm de diâmetro, 20 cm a 30 cm de comprimento e a cabeça, geralmente arredondada, de 8 cm a 10 cm de diâmetro e 8 cm a 10 cm. O comprimento total da arma variava de 30 a 70 cm. Na parte final do cabo havia um furo transversal onde passava um cordão de couro, que servia para prender a arma no pulso do nativo.  O acabamento era dado por pedras cortantes e facas e o tingimento era feito com hematita avermelhada e dióxido de manganês escuro.

Eram usadas geralmente em batalhas, bem como em caçadas. Os Astecas do México incrustavam seus tacapes de madeira com lascas de obsidiana, uma pedra vulcânica e vítrea, que causava terríveis ferimentos em suas vítimas. Foi desenvolvida há muitos séculos como uma arma de madeira pelos habitantes de Okinawa, no Japão, especificamente como arte marcial, para uso no caratê. Duas tonfas eram frequentemente usadas simultaneamente, sendo uma arma muito eficiente contra ladrões. Os movimentos circulares da tonfa eram usados como forma de ataque, a parte lateral era usada para bloquear golpes de nunchakus e as extremidades para ataques penetrantes. Por volta de 1580, foram impostas leis que proibiram o uso e a posse de armas, até de espadas velhas e ferrugentas, para tentar restaurar a paz e trazer prosperidade a Okinawa. Isso ajudava a prevenir perdas de vida desnecessárias entre o povo e prevenir o surgimento de guerras civis, mas deixava os camponeses de Okinawa sem defesa contra os ninjas. Apesar das técnicas de mão vazia desenvolvidas nos campos de batalha serem eficazes, não o eram contra ataques em massa. Substituindo o ultrapassado cassetete, a tonfa se tornou um bastão ainda mais resistente, feito de fibra sintética e sendo usada como arma de defesa policial. Do ponto de vista da cultura e história, a tonfa, antes de se tornar arma, era usada há mais de oito séculos na China e Japão para “moer e descascar arroz e feijão”. A tonfa foi apenas um dos instrumentos agrícolas usados na China antiga que passaram a ser utilizados como armas em função do desarmamento civil.

Quando se trata de estudar as origens das artes marciais, é importante constatar de pronto que é impossível estabelecer ou identificar qual o momento exato em que surgiram, e o máximo que se pode fazer são conjecturas a partir do ambiente sociocultural em que se desenvolveu, traçando uma linha de acontecimentos mais ou menos coerente, haja vista que alguns aspectos duma arte marcial, algumas técnicas e/ou personagens têm uma origem bem conhecida ou documentada, porém, o conjunto não se fecha, se não se incluírem outras fontes, como relatos e anedotas. O que se sabe é que todos os povos que se organizaram em sociedade possuem alguma forma de defesa, isto é, pelo menos possuem estrategicamente uma força armada, pois os ajuntamentos de pessoas eventuais entravam em choque, por recursos naturais ou outros motivos. Da Grécia, vem outro exemplo de desenvolvimento das artes marciais como disciplina. As cidades-estados disputavam a supremacia sobre as demais, pelo que apareceram os períodos ateniense, espartano, tebano etc. Em tais circunstâncias, somente em Esparta as disciplinas militares tiveram relevo, em ambiente que foi dado destaque ao desenvolvimento físico, para fazer valer frente aos embates e os cidadãos espartanos (“esparciatas”) treinavam de maneira forte tanto “a luta armada como a desarmada”.

Em se tratando de luta desarmada, no ambiente helênico desenvolveu-se a arte marcial do pancrácio, que teria surgido por volta do século VII Antes da Era Comum, ou antes e cujo arcabouço técnico englobaria os mais variados movimentos e golpes, desde socos a estrangulamentos. Como esporte sabe-se ter feito parte dos Jogos Olímpicos. Caminhando pelos segredos extraordinários na Ásia, onde se acredita ser o berço das artes marciais modernas, sabe-se que o exército de Alexandre Magno enfrentou guerreiros de várias origens, como de China e Índia. É impossível creditar o desenvolvimento das artes marciais asiáticas ao contacto com os gregos, pois logicamente existiam já naquelas paragens suas próprias disciplinas, tanto é que se deu enfrentamento entre exércitos e não de um exército e pessoas desarmadas. Infere-se ter havido certamente a troca de conhecimentos, o que era inevitável, após a estabilização das relações. De qualquer forma, havia na Índia uma forma de luta chamada de vajramushti, a qual parecer ter sido transmitida a outros países ou mesmo comunidades, no processo de trocas culturais na Ásia. Posto que se diga tratar mais de especulações, diante da lacuna documental e de que, mesmo existindo algum documento, se tratam de coletâneas de relatos etnográficos, lendas míticas ou anedotas, de fato, as artes marciais passaram a ter caracteres mais formais, no sentido de formalização disciplinar, quando um monge budista indiano chamado Bodhidharma, considerado o primeiro grande mestre, por volta do ano 520 da Era Comum, no fito de empreender uma longa jornada em busca de iluminação espiritual, viajou originalmente desde a Índia até a China.

O monge ficava onde lhe dessem abrigo, em templos ou casas, e aproveitava para evangelizar de acordo com sua doutrina. Sua jornada o teria levado até o Templo Shaolin e, quando Bodhidharma viu as condições físicas precárias em que se encontravam os monges daquele sítio, exortou-os no sentido que a pessoa deveria evoluir por completo, desenvolvendo o lado espiritual, mas sem esquecer do físico, pelo que instruiu todos na prática de exercícios. A prática dos exercícios evoluiu para um sistema de defesa pessoal, até com o uso de armas e outros instrumentos, fazendo surgir uma reputação de que os monges lutadores seriam experts em diversas modalidades e formas de combate, pelo que se difundiu pela China. Os monges de Shaolin não se isolaram apenas na China e levaram seus conhecimentos religiosos, filosóficos e marciais para outros recantos, entre estes o Japão. Antes das influências sínica e nipônica, já existia uma espécie de luta desarmada e nativa de Oquinaua, que era praticada abertamente, chamada de mutô, cujo embate começava com empurrões muito parecidos com os de sumô, depois, seguindo-se com aplicação de golpes de arremesso e torção. Vencia aquele que realmente derrubasse ou submetesse o adversário. Era uma prática social cujo fito mor era recreativo, mas que, segundo alguns autores e mestres, teria sido a semente do caratê, que foi então sendo moldado e modificado sob a influências do boxe sino-meridional.

Bibliografia Geral Consultada.

MACPHERSON, Crawford Brough, Libertá e Proprietà alle Origini del Pensiero Borghesi. La Teoria dell`Individualismo Possessivo da Hobbes a Locke. Milano: Casa Editrice Isedi, 1973; DELEUZE, Gilles, Cinéma II: l` Imagem-temps. Paris: Éditions Minuit, 1985; HOBBES, Thomas, Leviatano. Tradutore G. Micheli. Biblioteca Universale Rizzoli, 1991; SOARES, Luiz Eduardo, A Invenção do Sujeito Universal: Hobbes e a Política como Experiência Dramática do Sentido. Tese de Doutorado em Ciência Política. Rio de Janeiro: Instituto Universitário de Pesquisas do Estado do Rio de Janeiro, 1991; DURKHEIM, Émile, As Regras do Método Sociológico. 2ª edição. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1999; DAMIÃO, Carla Milani, Sobre o Declínio da Sinceridade. São Paulo: Editora Loyola, 2004; GROTIUS, Hugo, O Direito da Guerra e da Paz. 2ª edição. Rio Grande do Sul:  Editora Unijuí, 2005; HEGEL, Friedrich, Fenomenologia do Espírito. 4ª edição. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2007; CRIGNON, Philippe, Hobbes et la Represéntation: Une Ontologie Politique. Paris: Thèse. Université de Paris 8. Saint-Denis, 2007; ANDRADE, Daniel Pereira, Nietzsche: A Experiência de Si como Transgressão. São Paulo: Editora Annablume, 2007; GALARD, Jean, A Beleza do Gesto: Uma Estética das Condutas. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008; LOUREIRO, Roberto de Oliveira, O Ócio Criativo e as Inteligências Múltiplas: Dimensões de Domenico De Masi e Howard Gardner sobre o Trabalho Contemporâneo. Tese de Doutorado. Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciência Sociais. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2009; LUHMANN, Niklas, Introducción a la Teoría de Sistemas. Org. Javier Torres Nafarrete. Madri: Unión Internacional de Arquitetos, 2012; GIMBO, Fernando Sepe, Foucault, o Ethos e o Pathos de um Pensamento. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Departamento de Filosofia e Metodologia das Ciências. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, 2015; WILLIAMS, Raymond, Televisão: Tecnologia e Forma Cultural. São Paulo; Belo Horizonte: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2016; JOLLY, Claude, Destutt de Tracy. L’Idéologie Rationnelle. Paris: Editeur Librairie J. Vrin - Bibliothèque des Philosophies, 2024; BARBER, Nicholas, “De Ainda Estou Aqui a Wicked, por que Oscar 2025 é o mais politizado de todos os tempos”. In: https://www.bbc.com/portuguese/25/01/2025; entre outros. 

sábado, 29 de março de 2025

Millenium – Jornalismo & Homens que Não Amavam as Mulheres.

      Não existem inocentes, apenas diferentes graus de responsabilidade”. Stieg Larsson

          Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechou-se o acesso à ilha onde ela e membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o velho patriarca do clã, recebe, no dia de seu aniversário, uma flor emoldurada - o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer misteriosamente. Henrik está convencido de que ela foi assassinada e que um Vanger a matou, provavelmente por ganância, pelo fato social de ela ser a virtual herdeira de todo o império industrial de Henrik. O livro desenvolve-se apresentando os fatos cotidianos e os vários personagens pouco a pouco, deixando o leitor curioso sobre o desfecho da história. Mikael Blomkvist é um jornalista e cofundador da revista Millenium, que se dedica principalmente a desmascarar escândalos na alta finança, mas que acabou de ser declarado culpado de um caso de difamação a uma as mais influentes personalidades suecas. Lisbeth Salander é uma investigadora excepcional e irreverente, que trabalha em uma empresa de segurança, com muitos trunfos na manga, que irá juntar forças com Mikael para desvendar o mistério da família Vanger. É considerada dependente do ponto de vista da Justiça, pelo fato de ser aparentemente desequilibrada, o que se revela sendo um equívoco ao longo do livro, tendo em vista que é uma jovem muito astuta e inteligente, já teve várias famílias adotivas e fugiu de todas. Henrik Vanger é um grande empresário na reforma com um passado familiar conturbado, mas que anda obcecado há 40 anos com o desaparecimento da menina dos seus olhos, a sua sobrinha Harriet Vanger.

            O filme Os Homens que Não Amavam as Mulheres (2012) baseiam-se no livro do escritor sueco Stieg Larsson (1954-2004), o primeiro da Trilogia Millennium. Trata-se de um enigmático romance “huis clos” ambientado na ilha fictícia de Hedestad, Suécia. Huis clos (“Entre quatro paredes”) é uma peça teatral de Jean-Paul Sartre (1905-1980), escrita em 1944. Marcada pelo existencialismo do autor, é reconhecida pela frase mundialmente famosa: “O inferno são os outros”, dita pelo personagem Garcin. Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um extraordinário império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechou-se o acesso à ilha onde ela e membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o velho patriarca do clã, recebe, no dia de seu aniversário, uma flor emoldurada - o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer. Henrik está convencido de que ela foi assassinada e que um Vanger a matou, provavelmente por ganância, pelo fato dela ser a virtual herdeira de todo o império industrial de Henrik. O livro desenvolve-se apresentando os fatos sociais e os vários personagens pouco a pouco, deixando o leitor curioso sobre o desfecho da história social. Foi um jornalista e escritor sueco, famoso pela trilogia policial Millennium, livros publicados postumamente, após a morte súbita de Stieg, em 2004. A trilogia representou um sucesso de crítica e de público em todos os países em que foi lançada. No seu país de origem, Suécia, uma em cada quatro pessoas leu pelo menos um exemplar da série. Em 2011 o filme ganhou o British Academy Film Awards (BAFTA) na categoria social de Melhor filme em língua não inglesa.

Desapareceu sem deixar testemunhas, qualquer prova, como se houvesse crime perfeito, mas Henrik está convencido que foi assassinada. Aproveitando-se da problemática situação em que se encontra Mikael, Henrik pede-lhe para escrever um livro sobre a biografia da família Vanger, como desculpa para investigar o desaparecimento de Harriet. Dragan Armanskij é dono da empresa na qual Lisbeth trabalha, a Milton Security. Ele tem um afeto especial por sua funcionária, a quem trata gentilmente. Stieg Larsson recebeu o Prêmio Chave de Vidro para o Melhor Romance Policial da Academia Sueca de Ficção Policial, pelo livro Män som hatar kvinnor em 2006. Uma questão de dimensão social e política na esfera do projeto social democrata, por muitos caracterizada como transformadora do sistema, foi o projeto de constituição dos “fundos de assalariados”, apresentado pelo Partido Socialdemocrata e elaborado originalmente no interior do movimento sindical. A proposta consistia na transferência de uma parte dos ganhos das empresas de certo tamanho, a fundos especiais por ramo industrial, geridos por diretórios com uma maioria de representantes dos assalariados. Os defensores do projeto costumavam apresentá-lo como um terceiro passo na luta do movimento operário para a transformação da sociedade; o primeiro passo tinha consistido na conquista da democracia política e o segundo, no estabelecimento de uma sociedade de bem-estar. Agora, o direito de cidadão em geral, os assalariados, seriam coparticipes da propriedade real do capital. Os adversários do projeto vociferavam, acusando a socialdemocracia de ter abandonado seu pragmatismo anterior, de ter tirado sua máscara e de estar disposta a instaurar uma nova e perigosa modalidade de socialismo na sociedade sueca. Comparado com o desenho originalmente, o projeto finalmente aprovado em 1983, após grandes discussões políticas, mostrou-se uma versão muito diluída do primeiro. O debate tão inflamado foi paulatinamente esfriando.

         Chama-se jornalismo político a especialização da profissão jornalística nos assuntos relativos à política global em níveis local, regional e nacional, ao parlamento, aos partidos e a todas as esferas de poder formal na sociedade. Em vários veículos, a cobertura política é fundida com a editoria Nacional. As pautas do jornalismo político incluem a cobertura de eventos tais como: 1) eleições, revoluções, golpes de Estado, votações parlamentares, decretos, negociações entre partidos e blocos de poder etc., 2) as instituições que geram produtos e fatos políticos: governos, ministérios, secretarias, partidos, órgãos oficiais, institutos de pesquisa de opinião, as políticas públicas dos ministérios da área institucional, secretarias de governo e o dia-a-dia do poder. Nestes assuntos incluem-se: negociações, acordos e trâmites de projetos de lei, mudanças de cargos, processos contra políticos e ocupantes de cargos públicos, além de escândalos políticos, abuso de poder, tráfico de influência e a invenção da corrupção. Como na maior parte das especializações jornalísticas, as fontes primárias de Política são divididas entre protagonistas políticos, inclusive sem cargo público, autoridades públicas: presidentes, governadores, prefeitos, ministros, secretários, senadores, deputados, vereadores, especialistas ou analistas políticos, cientistas sociais e cientistas políticos, politólogos, antropólogos e usuários, estes sim, os eleitores, contribuintes, correligionários. Não por acaso os jornalistas que cobrem política em nível nacional costumam ser concentrados naturalmente na capital do país.

A trilogia foi adaptada em três filmes cinematográficos na Suécia e um nos Estados Unidos da América apenas do primeiro livro. A editora então, do ponto de vista merceológico, encomendou uma expansão da trilogia ao escritor David Lagercrantz, totalizando seis livros. Lagercrantz nascido em Solna, em 4 de setembro de 1962 é um escritor, jornalista e conferencista sueco. A sua obra mais conhecida é a biografia do futebolista sueco Zlatan Ibrahimović, escrita em conjunto por ele e pelo biografado, com o título Jag är Zlatan Ibrahimović, literalmente: Eu sou o Zlatan Ibrahimović, publicada em 2011, e traduzida para 4 línguas estrangeiras. Em 2013, recebeu da editora Norstedts a incumbência de escrever uma continuação da Trilogia Millennium de Stieg Larsson. O novo romance policial recebeu o título Det som inte dödar oss, literalmente: O que não nos mata, e foi publicado em 2015. Foi o segundo autor mais bem-vendido no mundo em 2008, atrás apenas de Khaled Hosseini, após o sucesso da tradução de seu primeiro livro, The Girl With the Dragon Tattoo. O último livro da trilogia, The Girl Who Kicked the Hornets` Nest, tornou-se um sucesso nos Estados Unidos da América, em 2010.

Em março de 2015, a série vendeu mais de 80 milhões de cópias pelo mundo. Stieg Larsson foi um dos mais influentes jornalistas e ativistas políticos suecos. Trabalhou na destacada TT News Agency; anteriormente Tidningarnas Telegrambyrå até 2013, que significa “o escritório de telegramas do jornal” é uma agência de notícias sueca, a maior da Escandinávia, de propriedade conjunta dos jornais do país e dos grupos de mídia por trás deles. Os serviços da TT são usados como fonte exclusiva de notícias nacionais por muitos veículos de comunicação locais. A TT News Agency é o serviço nacional de notícias da Suécia, com uma história que remonta à década de 1920. Fornece artigos de notícias, imagens, vídeos e infográficos para veículos de comunicação, empresas e autoridades públicas da Suécia. A TT News Agency é classificada como uma das agências de notícias mais lucrativas da Europa. O número de funcionários é, em 2018, de 208 pessoas. É de propriedade privada das maiores empresas de mídia suecas e está livre de quaisquer esferas governamentais, religiosas ou políticas. O Chief Executive Officer (CEO), que significa Diretor Executivo, é o cargo mais alto de uma empresa, ipso facto, hierarquicamente acima dele apenas o dono ou presidente, e editor-chefe é Per-Anders Broberg.

À frente da revista Expo, fundada por ele, denunciou organizações neofascistas e racistas. É coautor de Extremhögern, livro sobre a extrema direita em seu país. Stieg Larsson nasceu em 15 de agosto de 1954, nominalmente como Karl Stig-Erland Larsson, em Skelleftehamn. Seu pai e seu avô materno trabalhavam na fundição local. Sofrendo de envenenamento por arsênico, seu pai se demitiu e a família se mudou para Estocolmo. A família vivia em condições difíceis e decidiram deixar o Stieg, de apenas um ano para trás. Até os 9 anos, ele morou com seus avós em uma pequena cabana no interior, perto da vila de Bjursele, na comuna de Norsjö. Ele estudou na escola da vila e costumava esquiar até chegar lá durante os longos invernos suecos, época que ele lembrava de ter sido muito boa de se viver. Stieg Larsson não gostava do movimento ambiente urbano da cidade de Umeå, para onde ele se mudou para conviver com os pais depois que seu avô, Severin Boström, morreu de infarto aos 50 anos. Larsson se formou na escola secundária em 1972 então se candidatou a uma vaga na Joint Colleges of Journalism, em Estocolmo, mas não passou no exame de admissão. Em 1974, Larsson foi convocado pelo Exército devido à lei de alistamento e serviu 16 meses de serviço obrigatório, treinando com morteiros na unidade de infantaria em Kalmar. Sua mãe, Vivianne, morreu em 1991, devido a complicações de um câncer de mama e a um aneurisma.

           Seus habitantes, por extensão, se denominaram burgensis, burgari - burgueses - termo atestado pela primeira vez de forma corrente no século VIII. Com a conquista normanda da Inglaterra o termo bürg foi importado e aparece no século XII como bury, borough, burgh, denominando uma cidade. Aparece na mesma época também no Norte do Reino da França. O conceito é associado ao de cidadania, cujas origens históricas estão na Antiguidade. Tanto a Grécia como Roma organizaram suas sociedades urbanas de maneira a integrar um corpo de cidadãos, que viviam em um espaço físico bem definido, eram regidos por leis específicas e detinham relevantes direitos políticos, não atribuídos a outras classes. Após a queda do Império Romano as cidades entraram em declínio comercial e a população se ruralizou em larga proporção. No processo social e de comunicação através de crescimento dos burgos o estatuto de cidadão adquiriu uma base jurídica diferenciada. Passou a ser exclusivo dos habitantes livres, ou homens livres do servilismo ou escravidão, e capazes de exercer direitos especiais. A este grupo social específico, apenas, ficou restrito o uso do termo burguês, um sinônimo de cidadão. Outros residentes dos burgos passaram a ser em alemão: Lumpen-proletariat (lumpen, “trapo, farrapo” + proletariat, “proletariado”), ou “lumpesinato”, ou ainda “subproletariado”, designando na economia marxista, a população situada socialmente abaixo do nível do proletariado, do ponto de vista das condições sociais de vida e de trabalho, formada por frações pobres de miseráveis, não organizadas do proletariado, não apenas destituídas de recursos econômicos, mas também desprovidas de consciência de classe, não sendo suscetíveis de servir aos interesses particulares da burguesia.

Em 1982, a social-democracia conseguiu, entretanto, recuperar o controle do governo. Em 1979, tornou-se membro da Comissão Norte-Sul da Organização das Nações Unidas (ONU), encarregada de melhorar as relações entre os países industrializados e o 3º Mundo. Como presidente da Comissão das Nações Unidas para Questões de Desarmamento e Segurança, lutou a partir de 1981 por uma Escandinávia livre de armas atômicas. De volta ao poder em 1982, Olof Palme passou dois anos trocando acusações com a União Soviética, devido à presença de submarinos soviéticos em águas territoriais suecas, desta vez sem esquecer a política interna. Com uma desvalorização da coroa sueca e uma série de medidas drásticas, seu governo conseguiu retomar as rédeas da economia. A modificação das relações políticas e partidárias fez com que a organização social e política da Suécia, apesar da manutenção de um consolidado sistema pluripartidarista, se aproximasse do sistema clássico de contradição e oposição assimétrica exequível do bipartidarismo anglo-saxão com mediações complexas um bloco liberal oposto ao socialista.  Mas a Suécia continua a ser uma economia pujante e com um Estado Social que é continuamente repensado através de suas lutas sociais e políticas, à medida das capacidades da economia sueca e não de certas e determinadas correntes ideológicas que fazem lobby junto do poder político e usam sindicatos como “correias de transmissão” dos partidos políticos, como é lugar-comum em Portugal e outros países continentais do Sul da Europa.

O bipartidarismo tradicional nasce após a Revolução Francesa. Com maior ou menor êxito, foram sendo implantados na Europa parlamentos bipartidaristas nos quais se apresentaram sempre dois blocos opostos que se rivalizam em conservadores e liberais. Uma interpretação muito comum, mas errônea quando se fala do Estado Social na Suécia, é a ideia de representação social de que este foi o resultado político de um produto exclusivo da esquerda e que anteriormente às ideias socialistas que germinaram no século XIX, não existia qualquer tipo de Estado Social nesse país. Na realidade, foi a Igreja sueca que lançou as primeiras pedras na construção do Estado Social sueco, quando esta instituiu em 1734 a obrigação de cada paróquia ter um asilo para os mais desfavorecidos e economicamente carenciados. O sistema eleitoral dessa instituição cristã é único no mundo. A cada quatro anos, os cidadãos filiados à igreja elegem nominalmente uma espécie de Parlamento da Igreja Sueca (“Svenska kyrkan”), a que é a maior organização religiosa do país. Esse Parlamento é composto tanto por representantes do clero como por leigos e tem o poder de decidir não só questões mundanas, como a reforma das paróquias e o valor de doações a países pobres, mas também assuntos de ordem teológica, mas também de ordem sociológica, a exemplo do casamento entre pessoas do mesmo sexo, aprovado pela Igreja Sueca em 2009. Até a segunda metade do século XIX a Suécia manteve-se um país relativamente pobre e tipicamente subdesenvolvido no quadro comparativo da Europa que tinha então já iniciado a sua industrialização nos países economicamente mais avançados.

            Uma interpretação muito comum, mas errônea quando se fala do Estado Social na Suécia, é a ideia de representação social de que este foi o resultado político de um produto exclusivo da esquerda e que anteriormente às ideias socialistas que germinaram no século XIX, não existia qualquer tipo de Estado Social nesse país. Na realidade, foi a Igreja sueca que lançou as primeiras pedras na construção do Estado Social sueco, quando esta instituiu em 1734 a obrigação de cada paróquia ter um asilo para os mais desfavorecidos e economicamente carenciados. O sistema eleitoral dessa instituição cristã é único no mundo. A cada quatro anos, os cidadãos filiados à igreja elegem uma espécie de Parlamento da Igreja Sueca (“Svenska kyrkan”), a que é a maior organização religiosa do país. Esse Parlamento é composto tanto por representantes do clero como por leigos e tem o poder de decidir não só questões mundanas, como a reforma das paróquias e o valor de doações a países pobres, mas também assuntos de ordem teológica, mas também de ordem sociológica, a exemplo do casamento entre pessoas do mesmo sexo, aprovado pela Igreja Sueca em 2009. Até ao início da segunda metade do século XIX a Suécia manteve-se um país relativamente pobre e “subdesenvolvido economicamente, no quadro da formação política na Europa que tinha então já iniciado a sua industrialização nos países economicamente mais avançados. Até ao início do século XX a Suécia manteve um crescimento econômico acelerado, para o qual contribuíram também as inovações tecnológicas e esforços técnico-científico constituído por vários inventores e empreendedores suecos.

            Ainda no século XIX, surgem diversas empresas inovadoras, chamadas por Erixon (1996) de “empresas gênio”. A primeira delas foi a Atlas, mais tarde reconhecida como Atlas Copco, fundada em 1873. Sua produção econômica foi, inicialmente, voltada para equipamentos pesados ferroviários, mais tarde entrando no mercado de compressores de ar e perfuratrizes. Em 1876, é fundada a Ericsson, que instalou sistemas telefônicos por todo o país. Seu sucesso foi tão grande que, em 1885, Estocolmo era a cidade com o maior número de telefones instalados em todo o mundo. No final da década de 1870, surge a Alfa-Laval, empresa que produz máquinas de laticínios. Em 1891, funda-se a ASEA, produtora de motores de corrente alternada e de equipamentos de transmissão de energia elétrica de longa distância. Em 1904, surge a AGA, que em poucos anos torna-se líder mundial de equipamentos de gás para uso industrial e médico. Por fim, em 1907, é fundada a SKF, produtora de rolamentos, que também assume rapidamente uma posição de líder global em seu segmento. O surgimento de empresas como a Ericsson (1876), a Volvo (1927), a Saab (1937) são alguns exemplos reais daquilo que foram e representaram nas últimas décadas do século XIX e as primeiras do século XX para a consolidação da economia sueca. A Suécia deixou assim de ser apenas mais um país rural e com uma economia baseada quase exclusivamente na em produtos primários da agricultura (e pesca), para se transformar volitivamente, numa Nação moderna e competitiva pautada por um claro investimento econômico no processo de industrialização mecanizada e urbanização articulada com a demanda social.  

Até ao início do século XX a Suécia manteve um crescimento econômico acelerado, para o qual contribuíram também as inovações tecnológicas e esforços técnico por vários inventores e empreendedores suecos. Ainda no século XIX, surgem diversas empresas inovadoras, chamadas por Erixon (1996) de “empresas gênio”. A primeira delas foi a Atlas, mais tarde reconhecida como Atlas Copco, fundada em 1873. Sua produção econômica foi, inicialmente, voltada para equipamentos pesados ferroviários, mais tarde entrando no mercado de compressores de ar e perfuratrizes. Em 1876, é fundada a Ericsson, que instalou sistemas telefônicos por todo o país. Seu sucesso foi tão grande que, em 1885, Estocolmo era a cidade com o maior número de telefones instalados em todo o mundo. No final da década de 1870, surge a Alfa-Laval, empresa que produz máquinas de laticínios. Em 1891, funda-se a ASEA, produtora de motores de corrente alternada e de equipamentos de transmissão de energia elétrica de longa distância. Em 1904, surge a AGA, que em poucos anos torna-se líder mundial de equipamentos de gás para uso industrial e médico. Por fim, em 1907, é fundada a SKF, produtora de rolamentos, que também assume rapidamente uma posição de líder global em seu segmento. O surgimento de empresas no ramo industrial como a Ericsson (1876), a Volvo (1927), a Saab (1937) são alguns exemplos reais daquilo que foram e representaram nas últimas décadas do século XIX e as primeiras do século XX para a consolidação da economia sueca. A Suécia deixou assim de ser apenas mais um país rural e com uma economia baseada quase exclusivamente em produtos primários da agricultura (e pesca), para se transformar numa Nação moderna e competitiva pautada no processo de industrialização mecanizada e urbanização articulada com a demanda social.

No início do século XIX, quase toda a população mundial vivia no campo e produzia alimentos, por sua teoria alimentar para o controle do aumento populacional, reconhecida como malthusianismo e na Suécia não era diferente. Isso quer dizer que a produção econômica de cada país e seu padrão de vida era determinada por sua capacidade de produzir alimentos. As condições naturais ao redor do polo norte não são particularmente favoráveis para atividades agropecuárias, mormente Suécia, Noruega e Finlândia estavam entre os países europeus de fato mais pobres historicamente. Apesar disso, a Suécia vinha de uma revolução pró-mercado na agricultura que seria importante para o rápido crescimento que viria mais adiante. Nos anos entre 1790 e 1815, o governo transferiu a propriedade de grandes áreas rurais para fazendeiros, estimulando o livre mercado na produção e comercialização de produtos do setor primário. Isso criou no país um ambiente onde o mecanismo de preços de mercado direcionava as ações dos agentes. Outras características fundamentais foram os investimentos que fizeram em canais e estradas e o surgimento de companhias de comércio e de sociedades de crédito para financiar capital. Por fim, a Suécia foi o primeiro país do mundo ocidental a ter escolas públicas e gratuitas, criando uma população alfabetizada e muito mais economicamente produtiva. Esse ambiente favorável causou positivamente um “surto demográfico” e de prosperidade que terminou de abrir as portas para a industrialização. Até meados do século XIX, micro-indústrias espalhadas pelas zonas rurais do país, principalmente de aço e madeira, desenvolveram-se em organizações maiores e especializadas, caracterizando uma I Revolução Industrial. Nos anos 1850, a maior parte das tarifas e barreiras às importações foram abolidas, e em 1873, o país adotou economicamente o padrão-ouro, o que significa uma paridade fixa entre sua moeda oficial e o ouro. 

Além disso, a malha ferroviária foi largamente ampliada, tanto pelo governo como por empresas, interligando todo o país. Com uma área terrestre de 407 311 km², um comprimento de 1 572 km e uma largura de 499 km, a Suécia é o terceiro maior país da União Europeia em termos de superfície. É constituída por um terreno plano ou ondulado na sua parte sul, enquanto a parte norte apresenta uma planície costeira seguida de um interior acidentado culminando em alta montanha junto à fronteira com a Noruega. Como consequência topográfica, a Suécia pôde especializar-se na produção e exportação de bens que a Europa demandava: aço, madeira e aveia, enquanto importava tudo aquilo que não produzia internamente. No final do século, era um dos países mais abertos ao comércio exterior da Europa. Com o aumento abrupto nas exportações, os investimentos na indústria também aumentaram. Estima-se que entre 1850 e 1890, a taxa de investimento sobre o PIB tenha crescido de 5% para 10%. A abertura comercial permitiu ao país importar pesada quantidade de bens de capital, sendo um dos aspectos essenciais para a segunda Revolução Industrial que viria em seguida. O outro foi o robusto mercado de crédito e capital que se desenvolveu. Em 1848 foi editada uma lei de sociedades abertas, e em 1866 foi estabelecida a Bolsa de Valores de Stockholm (cf. Hilferding, 2011), o principal mercado de valores dos países nórdicos. Foi fundada em 1863, tendo sido adquirida em 1998 pela empresa sueco-finlandesa OMX, a qual, por sua vez, aderiu em 2008 à NASDAQ OMX Group. O principal índice de referência da Bolsa de Valores de Estocolmo é o OMX-S30. Este índice engloba as 30 empresas com maior volume de negócios da bolsa. Ao banco central sueco foi estabelecido em 1897 a legalidade contratual de prover liquidez ao mercado de crédito, fomentando a criação de bancos, que por sua vez financiavam pequenos negócios. Novas indústrias surgiram, em diversos novos setores e, em alguma medida substituíram os setores antigos, que agora encontravam competição internacional mais acirrada. Em suma, nos primeiros anos do século XX a economia sueca era robusta, estável e naturalmente dinâmica.               

As políticas econômicas desse período foram, portanto, quase todas liberais. Benefícios sociais, redistribuição de lucros, alta carga tributária, e todas as coisas que caracterizam o Estado do Bem-Estar Social não estiveram presentes até 1950. A Suécia era um país que tinha, para sua época, um mercado livre e, consequentemente, forte. E isso se reflete em sua taxa média de crescimento: Crescimento médio do PIB per capita no período, ajustado pelo poder de compra de cada país ou região. Aqui já temos o argumento mais forte de todos para refutar a hipótese de que o Estado do Bem-Estar Social trouxe qualidade de vida aos suecos: antes mesmo de serem adotadas as medidas que caracterizam essa linha de condução econômica, o sueco já tinha poder de compra 1,68x o europeu e 3,21x o mundial. É senso comum que a causa não pode ocorrer cronologicamente depois do efeito, então não é possível que as políticas adotadas a partir de meados do século XX expliquem o alto padrão de vida dos suecos em 1950. Essa explicação vem, na verdade, das políticas conduzidas durante 100 anos anteriores ao pós-guerra. A diferença de taxas de crescimento pode parecer pouca, mas ao aplicá-las pelos 130 anos a que correspondem, percebemos que o PIB per capita sueco aumentou mais de oito vezes no período, enquanto que o europeu não aumentou nem quatro. PIB per capita dos países europeus em 1950, em dólares internacionais de 1990 e ajustado ao poder de compra de cada país. Com tamanha abundância de recursos, muitas famílias suecas faziam caridade. De acordo com Per Bylund, isso foi determinante para que a aceitasse que o Estado assumisse o papel de organizar e distribuir essas assistências.

Todo o Estado do Bem-Estar Social sueco foi idealizado e construído pelo Partido Social Democrata (SAP), na sigla em sueco. Dos quase 110 anos em que a Suécia foi um reino separado da Noruega, o partido esteve no poder por nada menos que 69 deles, inclusive 40 anos ininterruptos, entre as décadas de 1936 e 1976. Desde seu primeiro governo, na década de 1920, o SAP já buscava nacionalizar a economia no bom e velho estilo de economia política soviético. Diante da dificuldade política encontrada nessa abordagem, mais adiante escolheu-se deixar a produção de bens a cargo dos procedimentos técnicos capitalistas, mas deram ao Estado a responsabilidade intervencionista da “justa distribuição” de seus frutos à sociedade. Em um congresso de 1951, dois economistas de uma confederação sueca de sindicatos, Gösta Rehn e Rudolf Meidner, apresentaram um programa de políticas macroeconômicas reconhecido como modelo Rehn-Meidner (cf. Quintas, 2017), também chamado Modelo Sueco. Esse modelo serviu para a condução econômica no país pelo menos até início da década de 1970, mesmo que nem sempre tenha se conseguido cumpri-lo à risca. Nos anos que se seguiram da 2ª guerra mundial, a economia sueca estava superaquecida pelo processo de reconstrução europeu. O problema que antes da guerra de desemprego, agora era de inflação causada pela disputa por mão-de-obra. O governo tentou, através de diversas medidas conter a inflação, entre elas um congelamento de salários em 1949 e 1950.

O modelo Rehn-Meidner de política econômica e salarial desenvolvido em 1951 por dois economistas do Departamento de Pesquisa da Confederação Sindical Sueca (LO), Gösta Rehn e Rudolf Meidner. Os quatro principais objetivos a serem alcançados foram: inflação baixa, pleno emprego, alto crescimento e igualdade de renda. O modelo foi teorizado como tentativa de solucionar o problema da inflação, mas sem abrir mão do pleno emprego vigente. Recomendava-se usar gastos públicos e impostos para manter o nível de atividade econômica logo abaixo daquele que normalmente seria o de pleno emprego e que pudesse, portanto, gerar pressões inflacionárias. As “ilhas de desemprego” que sobrassem seriam eliminadas através da indução de políticas ativas de planejamento no mercado de trabalho, ao por exemplo determinar “retreinamento” ou “realocação de trabalhadores”. A partir de meados da década de 1950, as negociações salariais passaram a ser conduzidas centralizadamente entre as centrais sindicais conjuntas de patrões e empregados. Essas negociações resultaram em aumentos nos salários de trabalhadores pouco produtivos, e imposição de limites aos salários mais altos, parte do que o modelo cunhou de “política salarial solidária”. A Suécia foi também o primeiro país do mundo a recuperar-se da Grande Depressão de 1929, o colapso do capitalismo e também do liberalismo econômico e o fato de ter conseguido manter a sua neutralidade axiológica durante a 1ª grande guerra (1914-1918) e a 2ª guerra mundial (1939-1945) permitiu-lhe evitar a destruição e morte que arruinou economicamente países da Europa durante décadas e abriu as portas à ocupação soviética a outros tantos. 

A revista Life descreveu em 1938 a Suécia como sendo o país com o “padrão de vida mais elevado do Mundo”.  Padrão este, segundo Nobre (2014) que nada teve de socialista ou se baseou sequer em qualquer tipo de modelo socialista ou marxista. As empresas não lucrativas do mercado deveriam ser empurradas para o que se convencionou chamar de política salarial solidária, com aumento dos salários reais em linha com o crescimento da produtividade, obrigando-as a melhorar sua capacidade produtiva para melhorar a rentabilidade, por meio de medidas como também o ajuste estrutural. como robotização e automação da produção, e através de meios subjetivos mais indiretos, como melhores condições de trabalho, com o objetivo de diminuir as taxas de licenças médicas e aumentar a produtividade. Tudo isso liberou recursos de trabalho, que foram então mobilizados em corporações de alta produtividade, por meio de políticas ativas de mercado de trabalho, visto que se beneficiaram dos custos do trabalho comparativamente favoráveis ​​a eles e estavam expandindo a produção à medida que a demanda geral aumentava quando os salários reais e o poder de compra aumentavam. Isso levou a tomada de lucros crescentes que foram reinvestidos na melhoria da capacidade produtiva dessas empresas, em parte para aumentar a lucratividade, em parte para atender à demanda crescente, em parte porque os incentivos fiscais favoreceram investimentos de típicos de longo prazo em Pesquisa & Desenvolvimento, ao invés de capital ganhos e dividendos e, em parte, para que essas corporações não se tornem improdutivas e corram o risco de falência, garantindo alto crescimento da produtividade e aumento dos salários. 

O modelo é estatizante e intervencionista, baseado em uma interação sociológica entre a economia fiscal keynesiana, o crescimento real dos salários, as políticas ativas do mercado de trabalho e a intervenção estatal. O objetivo era criar uma espiral positiva como parte do ciclo de negócios, de acordo com a teoria keynesiana, permanece a ideia de que o importante, em termos de política fiscal, não é a geração de déficits, mas sim o papel do gasto público na complementação de uma demanda efetiva insuficiente, uma vez que a criação de um Estado de bem-estar expansivo e o investimento público para manter a demanda doméstica ao longo dos ciclos econômicos garantiam segurança, proteção e estabilidade ao trabalho, capital, empresas e consumidores. Isso, por sua vez, ajudou a garantir baixa inflação, ao ajudar a evitar espirais salários-preços e, assim, fortaleceu os sindicatos com os salários reais em linha com o crescimento da produtividade, combinado com os efeitos do Estado de bem-estar e programas sociais, levou ao aumento do poder de compra e da confiança do consumidor. Resultando em aumento da demanda geral e aumento, manter um ciclo que levou a altas taxas de crescimento e pleno emprego, alimentado por tributação progressiva e redistribuição da riqueza, que aumentou ainda mais o poder de compra e garantiu a igualdade de renda.

O boom econômico que tomou conta da Europa no pós-guerra e que ficou conhecido como o período dos Trinta Anos Gloriosos por só ter terminado com a crise do petróleo em 1973, conferiu ainda mais prosperidade e pujança à já muito forte economia sueca. Designa o período compreendido de 1945 a 1975 que se seguiram ao final da 2ª guerra mundial e que constituíram um período de crescimento económico na maioria dos países notadamente os membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), uma organização econômica intergovernamental criada por 37 países membros, fundada em 1961 para estimular o progresso econômico e o comércio mundial através dessas lideranças. Basta ter-se em conta que em 1970 a Suécia ocupava normalmente o 3º lugar nos rankings mundiais comparativos de rendimento per capita. Contudo, a crise do petróleo de 1973 e o fim dos Trinta Gloriosos não deixou a Suécia, nem nenhuma outra economia da Europa imune aos seus efeitos. As consequências foram um abrandamento da subida do padrão de vida na Suécia, a que se seguiu a grave recessão económica do início da década de 1990 e que obrigou a uma reforma do Welfare State sueco, que havia se tornado “demasiado pesado”, na falta de melhor expressão e desajustado em relação à economia do país. Os problemas económicos trazidos por um Estado Social trabalhista são notórios que entre 1950 e 1975 a despesa do Estado sueco em políticas sociais subiu de 20% para 50% do PIB.

As figuras dominantes da política sueca destas décadas foram também personalidades novas. Por um lado, Olof Palm, que em 1969 tinha sucedido a Tage Erlander como líder socialdemocrata, manteve-se como tal durante 16 anos, até aquela noite de fevereiro de 1986 em que foi assassinado numa rua central de Estocolmo. E, por outro lado, Ingvar Carlsson que assumiu então como o quinto chefe na história de um partido, próximo a cumprir 100 anos de existência. Como a figuração política mais importante do setor liberal durante esse período surgia Thorbjorn Falldin, um agricultor do norte da Suécia e chefe do Partido de Centro, que ocupou o cargo de primeiro-ministro durante cinco anos dos seis anos de mandato em que os partidos liberais contaram com maioria parlamentar. Nestas duas décadas surgiram dificuldades econômicas às quais o país não estava acostumado. Isto é, referida à crise do petróleo afetou a Suécia de maneira extraordinariamente forte, dado a dependência energética da sua indústria. A indústria sueca orientada para a exportação, começou a perder espaços no mercado internacional, devido ao nível relativamente elevado de seus salários e à crescente concorrência produzida com a emergência de novas nações industriais. 

Áreas centrais da indústria sueca, como por exemplo os estaleiros, tiveram na prática que ser liquidadas em consequência das condições de crise então vigentes no mercado internacional/globalizado. Durante alguns anos, o ritmo do crescimento econômico diminuiu ou se deteve totalmente, a inflação foi considerada bastante alta e surgiram déficits fiscais que foram parcialmente financiados mediante o endividamento externo da economia. Simultaneamente ao desenvolvimento desse tipo político de contradições, que tendiam a fortalecer a divisão do espectro político sueco num bloco de direita e outro de esquerda, surgiram também controvérsias não demarcadas nessa escala tradicional de direita-esquerda. Com frequência trata-se de questões que é possível referir a outra dimensão, aquela existente entre a ideia de desenvolvimento ou não-desenvolvimento. Tende-se aqui para a produção de alinhamento diferente, situando-se as ideologias de conservadores, liberais e socialdemocratas de um lado e o Partido de Centro, os comunistas e o Partido Verde de outro. Os problemas derivados da tensão existente entre esses dois polos de desenvolvimento contra não-desenvolvimento, podem em alguns casos atravessar também um mesmo partido, o que é especialmente válido para a socialdemocracia. Nesta ordem de problemas, a questão que tem despertado maior atenção na política sueca é o problema da energia atômica. A Suécia contava, em virtude tecnológica bem-sucedida, com um considerável arsenal de energia atômica em 1980.

A Suécia é uma monarquia constitucional parlamentarista, em que o chefe de Estado é um monarca, com poderes e funções meramente oficiais e cerimoniais. O atual rei é Carlos XVI Gustav da Suécia desde 1973. Foi o único filho homem do príncipe Gustavo Adolfo, Duque da Bótnia Ocidental, e sua esposa, a princesa Sibila de Saxe-Coburgo-Gota. Seu pai morreu quando ele tinha menos de um ano de idade, fazendo de Carlos Gustavo o herdeiro e depois sucessor de seu avô, o rei Gustavo VI Adolfo. Sua herdeira aparente é a princesa Vitória, Princesa Herdeira da Suécia, a sua primeira filha com a sua esposa, a rainha consorte Sílvia Sommerlath. Vitória ascendeu a princesa herdeira, passando à frente de seu irmão Carlos Filipe, Duque da Varmlândia, em 1º de janeiro de 1980, depois de aprovada uma nova lei estabelecendo a primogenitura absoluta. A herdeira sueca atual é a princesa Vitória, Princesa Herdeira da Suécia, a primogênita do rei, é a primeira na linha de sucessão ao trono sueco. A governação do país é efetuada pelo governo, liderado pelo primeiro-ministro, e respondendo politicamente perante o parlamento. O primeiro-ministro é Kjell Stefan Löfven do Partido Social-Democrata, desde 3 de outubro de 2014. O Governo Löfven é uma coligação do Partido Social-Democrata com o Partido Verde. Entre o começo de 2012 e o fim de 2014, ele foi o líder da oposição e do seu partido. Após as eleições gerais de 2014, ele foi nomeado primeiro-ministro, liderando um governo de coalizão minoritária com o Partido Verde. Ele foi confirmado para um segundo mandato em 18 de janeiro de 2019 após longas negociações depois da inconclusiva eleição de 2018, com o impasse resultante resolvido devido à abstenção dos membros do Partido do Centro, do Partido de Esquerda e dos Liberais.

Bibliografia Geral Consultada.

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