“A compaixão para com os animais é das mais nobres virtudes da natureza humana”. Charles Darwin
A
Filosofia da natureza é a expressão usada para descrever o estudo da natureza,
tanto do ponto de vista que chamamos científica,
ou empírica, quanto do ponto de vista metafísico, de uma ciência
geral de movimento e mudança, o movimento sendo entendido como qualquer tipo de
mudança, como mudança de qualidade ou de lugar. Como o nome sugere a filosofia
natural é interessada com esses movimentos e mudanças que ocorrem naturalmente,
tal como geração, crescimento, e movimentos espontâneos como do coração e
digestão, a queda de corpos e os movimentos circulares das esferas celestes.
Num sentido mais restrito ela se destinava a todo o trabalho de análise e
síntese de experiências comuns adicionados aos argumentos relativos à descrição
e compreensão da natureza. O termo ciência, todavia, emergirá historicamente um
pouco mais tarde, depois das descobertas científicas de Galileo di Vincenzo
Bonaulti de Galilei (1564-1642), reconhecido Galileu Galilei, René Descartes
(1506-1650) e Sir Isaac Newton (1643-1727) para o desenvolvimento da
investigação experimental independente e de natureza matemática, governada por
um método. Fora de dúvida, algumas emoções estudadas por intermédio dos
pesquisadores naturalistas são, evidentemente, consideradas primárias e
universais. Contudo, lembra Le Breton (2019: 256 e ss.), não há acordo em
relação ao repertório das emoções de base, pretensamente inatas e
fisiologicamente descritíveis.
Mas
a simples identificação das emoções de base gera enormes dificuldades. Além de
contrariar a realidade concreta humana, em nome das quais se realiza tal
digressão, ela ainda enfrenta um importante desmentido: nenhuma estrutura
neurofisiológica justifica a distinção de tais emoções. A botânica propugnada
por tais pesquisadores classifica a afetividade, a embala em celofane e a
estoca num herbário. Ela está condenada para sempre trabalhar sobre uma forma
ideal típica, seguindo o exemplo de obras que propõem chaves gestuais nas quais
cada desenho ilustra uma fisionomia: a alegria, a dor, a cólera ou certamente,
o genuíno tratamento de desprezo. A divisibilidade infinita do espaço implica a
do tempo, como fica evidente pela natureza do movimento. Mas podemos aqui
observar, afirma David Hume, que nada pode ser mais absurdo que o costume de
atribuir uma dificuldade aquilo que pretende ser uma demonstração. As
demonstrações não são comparativamente como as probabilidades, em que podem
ocorrer dificuldades, e um argumento pode contrabalançar outro, diminuindo a
prática de sua autoridade. Uma demonstração ou é irresistível, ou não tem força
alguma. Portanto, falar em objeções e respostas, em contraposição de argumentos
numa questão como essa, é o mesmo que confessar que a razão humana é um simples
jogo de palavras, ou que a pessoa que assim se exprime não está à altura desses
assuntos. Há demonstrações difíceis de compreender, por causa do caráter
abstrato de seu tema; nenhuma demonstração, porém, uma vez compreendida, pode
conter dificuldades que enfraqueçam sua autoridade. É uma máxima estabelecida
da metafísica que tudo que a mente concebe claramente inclui a ideia da
existência possível, ou, em outras palavras, que nada que imaginamos é impossível. Não poderia haver descoberta mais feliz para a
solução das controvérsias em torno das impressões sempre
precedem as ideias, e que toda ideia contida na imaginação apareceu primeiro em
uma impressão correspondente.
As percepções deste último tipo são todas tão claras e evidentes que não admitem discussão, ao passo que muitas de nossas ideias são tão obscuras que é quase impossível, mesmo para a mente humana que as forma, dizer qual é exatamente sua natureza e composição. Façamos uma aplicação desse princípio, a fim de descobrir algo mais sobre a natureza de nossas ideias de espaço e tempo (cf. Enzensberger, 1974; Guattari, 1990). As ideias da memória são mais vivas e fortes que as da imaginação, e que a primeira faculdade pinta seus objetos em cores mais distintas que as que possam ser usadas pela última. Ao nos lembrarmos de um acontecimento passado, sua ideia invade nossa mente com força, ao passo que, na imaginação, a percepção é fraca e lânguida, e apenas com muita dificuldade pode ser conservada firme e uniforme pela mente durante todo o período considerável de tempo. Temos aqui uma diferença sensível entre as duas espécies de ideias. Mas há uma outra diferença, não menos evidente, entre esses dois tipos de ideias. Embora nem as ideias da memória nem as da imaginação, nem as ideias vívidas nem as fracas possam surgir na mente antes que impressões correspondentes tenham vindo abrir-lhes o caminho, a imaginação não se restringe à mesma ordem na forma das impressões originais, ao passo que a memória está de certa maneira amarrada quanto a esse aspecto, sem nenhum poder de variação. É evidente que a memória preserva a forma original sob a qual seus objetos se apresentaram. A principal função da memória não é preservar as ideias simples, mas sua ordem e posição. Esse princípio se apoia em aspectos comuns e vulgares do dia a dia que podemos nos poupar o trabalho de continuar insistindo nele. Como a imaginação pode separar todas as ideias simples, e uni-las novamente da forma que bem lhe aprouver, nada seria mais inexplicável que as operações dessa faculdade, se ela não fosse guiada por alguns princípios universais, que a tornam, em certa medida, uniforme nos momentos e vivência e lugares praticados. Fossem as ideias inteiramente soltas e desconexas, apenas o acaso as ajuntaria; e seria impossível que as mesmas ideias simples se reunissem progressivamente de maneira regular em ideias complexas se não houvesse algum laço de união entre elas, alguma qualidade associativa, pela qual uma ideia naturalmente introduz outra.
Esse princípio de união entre as ideias não deve ser considerado uma conexão inseparável, tampouco devemos concluir que, sem ele a mente não poderia juntar duas ideias – pois nada é mais livre que essa faculdade. Devemos vê-lo apenas como uma força suave, que comumente prevalece, e que é a causa pela qual, entre outras coisas, as línguas se correspondem de modo tão estreito umas às outras: pois a natureza de alguma forma aponta a cada um de nós as ideias simples mais apropriadas para serem unidas em uma ideia complexa. As qualidades não dão origem a tal associação, e que levam a mente, dessa maneira, de uma ideia a outra, são três, a saber: semelhança, contiguidade no tempo e no espaço, e causa e efeito. Dois objetos podem ser considerados como estando inseridos nessa relação, seja quando um deles é a causa de qualquer ação ou movimento do outro, seja quando o primeiro é a causa da existência do segundo. Pois como essa ação ou movimento não é senão o próprio objeto, considerado sob um certo ângulo, e como o objeto continua o mesmo em todas as suas diferentes situações, é fácil imaginar de que forma tal influência dos objetos uns sobre os outros pode conectá-los na imaginação. Podemos prosseguir com esse raciocínio, observando que dois objetos estão conectados pela relação causa e efeito não apenas quando produz um movimento ou uma ação qualquer no outro, no outro, mas também quando tem o poder de os produzir.
Essa
é a fonte das relações de interesse e dever através dos quais os homens se
influenciam mutuamente na sociedade que se ligam pelos laços de governo e
subordinação. Um senhor é aquele que, por sua situação da força ou acordo, tem
o poder de dirigir, sob alguns aspectos particulares, as ações de outro homem. Um
juiz é aquele que, em todos os casos litigiosos entre membros da sociedade, é
capaz de decidir, com sua opinião a quem cabe a posse ou a propriedade de
determinado objeto. Quando uma pessoa possui certo poder, nada mais é
necessário para convertê-lo em ação que o exercício da vontade; e isso, em
todos os casos, é considerável possível, e em muitos, provável – especialmente
no caso da autoridade, em que a obediência do súdito é um prazer e uma vantagem
para seu superior. Está claro que, no curso de nosso pensamento social e na
constante circulação de nossas ideias, a imaginação passa facilmente de uma
ideia a qualquer outra que seja semelhante a ela. Assim como existe o
nascimento de uma semiologia e sociologia da celebridade e até mesmo mais
recentemente, uma economia da celebridade e tal qualidade, por si só, constitui
um vínculo afetivo e uma associação suficiente para a fantasia. É também
evidente que, com os sentidos, ao passarem de um objeto a outro, precisam
fazê-lo de modo regular, tomando-os sua contiguidade uns em relação aos outros,
a imaginação adquire, por um longo costume, o mesmo método, e
percorre as partes do espaço e do tempo ao conceber seus objetos.
Quanto
à conexão realizada pela relação de causa e efeito, basta observar que nenhuma
relação produz uma conexão mais forte na fantasia e faz com que uma ideia
evoque mais prontamente outra ideia que a relação de causa e efeito entre seus
objetos. Para compreender toda a extensão dessas relações sociais, devemos
considerar que dois objetos estão conectados na imaginação. Não somente quando
um deles é imediatamente semelhante ou contíguo ao outro, ou quando é a
representação da causa. Mas quando entre eles encontra-se inserido um terceiro
objeto, que mantém com ambos alguma dessas notáveis relações. Dentre as três
relações mencionadas, a de causalidade é a de maior extensão. Na história da
história da humanidade diversas transformações ocorreram quanto ao número de
habitantes na Terra. Desse modo, é possível perceber períodos nos quais o
número de habitantes era modesto e outros, como o atual, com números
considerados bastante elevados. O crescimento populacional significa uma
alteração no número de uma população de forma positiva. O crescimento
populacional ocorreu no decorrer da história, às vezes em ritmo compassado,
outras vezes de maneira veloz, um bom exemplo é o século XX, período no qual
houve maior crescimento da população. Fazendo uma retrospectiva quanto ao
número da população mundial, é possível traçar uma comparação entre o passado,
o presente e o futuro. Cerca de 300 milhões de pessoas era a população mundial
há 2.000 anos. A população permaneceu sem apresentar crescimento relevante em
extensos períodos, uma vez que havia momentos de apogeu no crescimento
populacional e outros de profundos declínios.
Ganso
é um nome comum para diversas espécies de aves aquáticas da família Anatidae.
É uma família biológica de aves anseriformes que inclui os patos, gansos e
cisnes. É uma família de distribuição cosmopolita, ocorrendo em todos os
continentes com exceção da Antártica ou Antártida ou Antártica é o mais
meridional e o segundo menor dos continentes, maior apenas que a Austrália, com
uma superfície de 14 milhões de km². Rodeia o polo Sul, e por esse motivo está
quase completamente coberta por enormes geleiras (glaciares), exceção
feita a algumas zonas de elevado aclive nas cadeias montanhosas e à extremidade
Norte da península Antártica. Sua formação se deu pela separação do antigo
supercontinente Gondwana há aproximadamente 100 milhões de anos e seu
resfriamento aconteceu nos últimos 35 milhões de anos. É o continente mais
frio, mais seco, com a maior média de altitude e de maior índice de ventos
fortes do planeta. A temperatura mais baixa da Terra (-93,2 °C) foi registrada
na Antártida, sendo a temperatura média na costa, durante o verão, de -10 °C;
no interior do continente, é de -40 °C. Muitos autores o consideram um grande “deserto
polar”, pela baixa taxa de precipitação no interior do continente. A altitude
média da Antártida é em torno de 2 mil metros. Ventanias com velocidades em torno de 100 km/h são comuns e podem durar vários dias. Ventos de até
320 km/h já foram registrados na área costeira.
Juridicamente, a Antártida está sujeita ao Tratado da Antártida, pelo qual as várias nações que reivindicavam territórios no continente, entre elas, Argentina, Austrália, Chile, França, Noruega, Nova Zelândia e Reino Unido concordam em suspender as suas reivindicações, abrindo o continente à exploração científica. Por esse motivo, e pela dureza das condições climáticas, não tem população permanente, embora tenha uma população provisória de cientistas e pessoal de apoio nas bases polares, que oscila entre mil (no inverno) e quatro mil pessoas (no verão). Dois destes assentamentos com uma população regular (incluindo crianças) são Villa Las Estrellas do Chile e Base Esperanza da Argentina. O nome da família Anatidae foi introduzido em 1820 pelo zoologista inglês William Elford Leach (1790-1836) num guia de conteúdo etnográfico do Museu Britânico. A estrutura da família Anatidae é relativamente simples, e as espécies que pertencem a ela foram pouco debatidas e como tal, as relações entre as subfamílias e tribos dentro dela são ainda pouco compreendidas. Essas aves são adaptadas a nadar e flutuar na superfície da água, em alguns casos ao mergulho em águas rasas. Essa família contem cerca de 174 espécies distribuídas em 53 gêneros. O Ganso-alvinegro, por exemplo, foi considerado parte da Anatidae, mas agora é “alocado” em sua própria família, a Anseranatidade. São aves geralmente herbívoras com comportamento monogâmico. Um número de espécies realiza migrações anuais. Algumas espécies foram também domesticadas. Esse grupo compreende aos gêneros Anser e Branta. Algumas outras aves, como as Tadornas, tem a palavra “ganso” em seus nomes. Seus parentes mais próximos são os cisnes (maiores que os gansos verdadeiros) e os patos (menores). Sociobiologia ou biossociologia tem como representação social o estudo do comportamento dos animais na natureza usando conceitos pari passu da psicologia, etologia, evolução, sociologia e da genética de populações.
O
termo foi popularizado por Edward Osborne Wilson (1929-2021), em seu livro: Sociobiologia: A Nova Síntese, lançado
em 1975. Essa disciplina científica propõe que comportamentos e sentimentos
animais, também existentes nos seres humanos, como o altruísmo e a
agressividade, são em parte derivados da genética, e não apenas adquiridos,
cultural ou socialmente. Tal proposta causou grande controvérsia no cenário
intelectual e até hoje divide os pesquisadores. Entretanto, boa parte das
críticas consiste em interpretações errôneas da teoria, que é muito confundida
com o darwinismo social. A sociobiologia não propõe o determinismo de qualquer
forma. A influência da cultura é diminuída, mas não eliminada. A cultura e os
genes não devem ser vistos como fatores antagônicos no comportamento, mas como
fatores que interagem, a cultura sendo um fator ambiental que afeta a maneira
como serão expressos os genes que tenham relação com o comportamento. Como o
homem é também um animal, este não está isento de ser um objeto de estudo da
sociobiologia. O dualismo cartesiano, que separa as funções mentais dos seus
elementos corporais, é um obstáculo extraordinário para o entendimento da
sociobiologia. Conforme defendido pelos pesquisadores da psicologia evolutiva,
do ponto de vista da interação orgânica e social, o cérebro dos humanos também
sofreu pressões seletivas específicas, que o adaptaram a determinadas
circunstâncias.
Antes
mesmo da vida em grandes sociedades, o homem precisava interagir e se
comunicar. A divisão do trabalho social não é específica do nível de análise
econômico: podemos observar sua influência crescente nas regiões mais distintas
da sociedade. As funções políticas, administrativas, judiciárias
especializam-se cada vez mais. O mesmo ocorre com as funções artísticas e
científicas das universidades. As especulações filosóficas da
biologia nos demonstraram, na divisão do trabalho, um fato social de uma tal
generalidade que os economistas, que foram os primeiros a mencioná-lo, não
haviam podido suspeitar. Não é mais uma instituição social que tem sua fonte na
inteligência e na vontade dos homens. Mas um fenômeno de biologia geral, cujas
condições, ao que parece, precisam ser buscadas nas propriedades essenciais da
disciplina organizada. A divisão do trabalho social passa a aparecer apenas
como uma forma particular desse processo geral, e as sociedades, conformando-se
a essa lei, parecem ceder a uma corrente de pensamento que nasceu bem antes
delas e que arrasta no mesmo sentido todo o mundo vivo. Semelhante fato não
pode produzir-se sem afetar profundamente nossa constituição moral, pois o
desenvolvimento do homem se fará em dois sentidos de todo diferentes. Não é
necessário demonstrar a gravidade desse problema prático; qualquer que seja o
juízo sobre a divisão do trabalho técnico e social, analogamente o mundo contemporâneo de alguma forma sabe mais uma das
bases fundamentais da ordem social tanto quanto política.
Vale
lembrar, neste aspecto que a biomatemática é um ramo da biologia que
emprega análises teóricas, modelos matemáticos e abstrações dos organismos
vivos para investigar os princípios que governam a estrutura, desenvolvimento e
comportamento dos sistemas, em oposição à biologia experimental que lida com a
realização de experimentos para comprovar e validar as teorias científicas. O
campo multidisciplinar é algumas vezes chamado de biologia matemática ou
biomatemática para enfatizar o lado técnico-científico matemático, ou biologia
teórica para enfatizar abstratamente o lado biológico. Ipso facto, biologia
teórica se concentra mais do que nunca no desenvolvimento programático de
princípios teóricos para a biologia. Enquanto a biologia matemática se
concentra na utilidade de uso de técnicas matemáticas para estudar sistemas biológicos
embora ambos sejam muitas vezes trocados. A biologia matemática visa a
representação matemática e modelagem de processos biológicos, utilizando
técnicas e procedimentos metodológicos da matemática aplicada. Pode ser útil
tanto em pesquisas teóricas quanto em pesquisas práticas. Descrever sistemas de maneira
quantitativa significa que seu comportamento estatisticamente pode ser melhor simulado e, dependendo das alternativas do pesquisador em que podem
ser previstas propriedades que podem não ser evidentes para o experimentador.
Uma matéria sempre apresenta a tendência de manter o seu estado, seja de
repouso, seja de movimento, a não ser que uma força externa influencie o ambiente.
A
massa é uma grandeza que indica a medida da inércia ou da resistência de um
corpo de ter seu movimento acelerado. De uma forma geral, podemos associar a
massa à quantidade de partículas existentes em uma matéria. Isso requer modelos matemáticos precisos.
Devido à complexidade dos sistemas vivos, a biologia teórica emprega vários
campos de domínio de métodos da matemática, e tem contribuído para o
desenvolvimento de novas técnicas. A matemática foi usada na biologia já no
século XIII, quando Leonardo Fibonacci (1170-1250) usou a famosa série de
Fibonacci para descrever uma população crescente de coelhos. No século XVIII,
Daniel Bernoulli (1700-1782) aplicou a matemática para descrever o efeito da
varíola na população humana. O ensaio de Malthus de 1789 sobre o crescimento da
população humana foi baseado no conceito de crescimento exponencial. Há aqui um
debate memorável: Pierre François Verhulst (1804-1849) formulou o modelo de
crescimento logístico em 1836. Fritz Müller (1822-1897) descreveu os benefícios
evolucionários do que é chamado mimetismo Müllerian em 1879, isto é, em uma conta
notável sendo o primeiro uso de argumento matemático em ecologia evolutiva para
mostrar o quão poderoso o efeito da seleção natural seria, a menos que se inclua
a discussão dos efeitos do crescimento populacional que simultaneamente influenciaram tanto Charles
Darwin (1809-1882) quanto em Thomas Malthus (1766-1834) que argumentam que tal crescimento
seria exponencial, enquanto os recursos só poderiam crescer aritmeticamente.
O
conceito biologia teórica foi usado pela primeira vez por Johannes
Reinke em 1901. Um texto fundador é On Growth and Form (1917) por D`Arcy
Thompson, e outros especialistas incluem Ronald Fisher, Hans Leo Przibram,
Nicolas Rashevsky e Vito Volterra. A Terra é o terceiro planeta mais próximo do
Sol, o mais denso e o quinto maior dos oito planetas do Sistema Solar. É também
o maior dos quatro planetas telúricos. É por vezes designada como Mundo ou
Planeta Azul. Lar de milhões de espécies de seres vivos, incluindo os seres
humanos, a Terra é o único corpo celeste onde é reconhecida a existência de
vida. O planeta formou-se há 4,56 bilhões de anos, e a vida surgiu na sua
superfície depois de um bilhão de anos. Desde então, a biosfera terrestre
alterou de forma significativa a atmosfera e fatores abióticos do planeta,
permitindo a proliferação de organismos aeróbicos, como a formação da camada de
ozônio, que em conjunto com seu campo magnético, bloqueia radiação solar
prejudicial, permitindo a vida no planeta. A sua superfície exterior é dividida
em segmentos rígidos, chamados placas tectônicas, que migram sobre a superfície
terrestre ao longo de milhões de anos. Aproximadamente 71% da superfície é
coberta por oceanos de água salgada, com o restante consistindo de continentes
e ilhas, contendo lagos e corpos de água que contribuem para a hidrosfera. Os
polos geográficos do planeta Terra encontram-se majoritariamente cobertos por extraordinários
mantos de gelo ou por banquisas. O interior abstrato da Terra permanece ativo e
relativamente sólido: um núcleo externo líquido que gera um campo magnético, e
um núcleo interno sólido, composto, sobretudo por ferro.
A
Terra interage com objetos em movimento no espaço, em particular com o Sol e a
Lua. Orbita o Sol uma vez por cada 366,26 rotações sobre o próprio eixo, o que
equivale a 365,26 dias solares ou representa um (01) ano sideral. O eixo de
rotação da Terra possui uma inclinação de 23,4° em relação à perpendicular ao
seu plano orbital, reproduzindo variações sazonais na superfície do planeta,
com período igual a um ano tropical, ou, 365,24 dias solares. Um fato social é
questão sociológica ainda mais necessária porque se utiliza essa qualificação
sem muita precisão. Ela e empregada correntemente para designar socialmente as
relações que se dão no interior de uma sociedade, por menos que apresentem, com
uma certa generalidade, algum interesse social. Todo indivíduo come, bebe,
dorme, raciocina, e a sociedade tem todo o interesse em que essas funções se
exerçam regularmente. O sistema de signos de que me sirvo para exprimir meu
pensamento, o sistema de moedas que emprego para pagar minhas dívidas, os
instrumentos de crédito que utilizo em minhas relações comerciais, as práticas
observadas em minha profissão, etc., funcionam independentemente do uso que
faço deles. Que se tomem um a um todos os membros de que é composta a
sociedade; o que procede poderá ser repetido a propósito de cada um deles, ou
seja, maneiras de agir, de pensar e de sentir que apresentam essa notável
propriedade de existirem fora das consciências individuais. Mas não são apenas
exteriores ao indivíduo, como também são dotados de uma “força imperativa” e
coercitiva em virtude da qual se impõe a ele, quer ele queira, quer não. Em se
tratando de máximas morais, a consciência pública reprime todo ato que as
ofenda através da vigilância que exerce sobre a conduta dos cidadãos.
A coerção social, mesmo sendo de forma indireta, continua sendo uma técnica ou estratégia de submissão eficaz. Trata-se de uma ordem de fatos que apresentam características muito especiais: consistem em maneiras de agir, de pensar e de sentir, exteriores ao indivíduo, e que são dotadas de um poder de coerção em virtude do qual esses fatos se impõem a ele. Por conseguinte, eles não poderiam se confundir com os fenômenos orgânicos, já que consistem em representações e em ações, nem com os fenômenos psíquicos, os quais só tem existência na consciência individual e através dela. Estes fatos constituem, portanto, uma espécie nova, e é a eles que deve ser dada e reservada a qualificação de sociais. Essa qualificação lhes convém; pois é claro que, não tendo o indivíduo por substrato, eles não podem ter outro senão a sociedade, seja a sociedade política em seu conjunto, seja um dos grupos parciais que ela encerra: confissões religiosas, escolas políticas, literárias, corporações profissionais, etc. Por outro lado, é a eles só que ela convém; pois a palavra social só tem sentido definido com a condição de designar unicamente fenômenos que não se incluem em nenhuma das categorias de fatos já constituídos e denominados. Eles representam o domínio próprio da sociologia. Mas só há fato social onde há organização delineada, normalizada e estritamente definida. O hábito coletivo não existe apenas em estado de imanência nos atos sucessivos que ele determina, mas se exprime de uma vez por todas, por um privilégio cujo exemplo não encontramos no reino biológico, numa fórmula que se repete de boca em boca, que se transmite pela educação, que se fixa através da escrita.
Tais
são as origens e a natureza das regras jurídicas, morais, dos aforismos e dos
ditos populares, dos artigos de fé em que as seitas religiosas ou políticas
condensam em crenças, dos códigos de gosto que as escolas literárias
estabelecem, etc. Nenhuma dessas maneiras de agir ou de pensar se acha por
inteiro nas aplicações que os particulares fazem delas, já que eles podem
inclusive existir sem serem atualmente aplicadas. Há certas correntes de
opinião que nos impelem, com desigual intensidade, conforme os tempos e os
lugares, uma ao casamento, por exemplo, outra, ao suicídio, ou a uma natalidade
mais ou menos acentuada. As circunstâncias individuais (o sonho) e coletivas
(os mitos, os ritos, os símbolos) que podem ter alguma participação social na
produção do fenômeno, neutralizam-se mutuamente e não contribuem para em
princípio poder determina-lo. O que esse fato exprime é um certo estado de alma
coletiva. Um fato social se reconhece, segundo Durkheim (1999), pelo poder de
coerção que exerce ou é capaz de exercer sobre os indivíduos; e a presença
desse poder se reconhece, por sua vez, seja pela resistência que o fato opõe a
toda tentativa individual de faze-lhe violência. De fato, a coerção é fácil de
constatar quando se traduz exteriormente por alguma reação direta da sociedade,
como é o caso em relação ao direito, à moral, às crenças, aos costumes,
inclusive às modas. Mas, quando, é apenas indireta, como a que exerce uma
organização econômica, ela nem sempre se deixa perceber tão bem. A generalidade
combinada com a objetividade pode então, ser mais fáceis de esclarecer. Essa
segunda definição não é senão outra forma da primeira; pois, se uma maneira de
se conduzir, que existe exteriormente às consciências individuais, se
generaliza, ela só pode fazê-lo impondo-se. A sociologia não pode
desinteressar-se do que do substrato da vida social coletiva.
Mas
o número e a natureza das partes elementares de que se compõe a sociedade, a
maneira como elas estão dispostas, o grau de coalescência a que chegaram, a
distribuição estatística da população pela superfície do território, o número e
a natureza das vias de comunicação, a forma das habitações, etc. não parecem capazes, num primeiro exame, de
se reduzir sociologicamente aos modos de agir, de sentir ou de pensar. Ipso facto, no plano abstrato da teoria, a
sociologia não confunde a prática dos rituais com seu sentido. Ipso facto
a palavra função é empregada de duas maneiras bastante diferentes. Ora designa
um sistema de movimentos vitais, fazendo-se abstração das suas consequências,
ora exprime a relação de correspondência que existe entre esses movimentos e
algumas necessidades sociais. Perguntar-se qual é a função da divisão do
trabalho é, portanto, a que necessidade ela corresponde; quando tivermos
“resolvido” essa questão, poderemos ver se essa necessidade é da mesma natureza
que aquelas a que correspondem outras regras de conduta cujo caráter moral não
é discutido. De todos os elementos da civilização, a ciência é o único que, em
certas condições, apresenta um caráter moral. De fato, as sociedades tendem
mais a considerar um dever para o indivíduo desenvolver sua inteligência,
assimilando as verdades científicas que são estabelecidas. Não é impossível
entrever de onde vem esse privilégio da ciência.
Ela
nada mais é do que a consciência, desde Friedrich Hegel, Karl Marx, Georg
Lukács, elevada a seu mais alto ponto de clareza. Quanto mais obscura uma
consciência, lembrava Durkheim, mais refratária à mudança, porque não vê o que
é necessário mudar, nem em que sentido é preciso mudar. Ao contrário, uma
consciência esclarecida sente, compreende e sabe de antemão a maneira de se
adaptar a essa mudança. Eis por que é necessário que a inteligência guiada pela
ciência, com consciência, adquira importância maior no curso da vida social e
coletiva. Mas a ciência, do ponto de
vista da divisão do trabalho social, de acordo
com Durkheim (2015), que todo mundo é assim chamado a possuir não merece
ser designada por esse nome. Não é a ciência, é no máximo sua parte comum e
mais geral. Ela se reduz a um pequeno número de conhecimentos indispensáveis,
que só são exigidos de todos, aparentemente por estarem ao alcance de todos. A
ciência propriamente dita supera infinitamente esse nível vulgar. Ela não
compreende apenas o que é vergonhoso ignorar, mas tudo o que é possível saber.
Ela não supõe apenas, nos círculos que a cultivam, essas faculdades médias que
quase todos os homens possuem, mas disposições especiais. Por conseguinte, não
sendo acessível senão a uma elite social, não é obrigatória; é uma coisa útil e
bela, mas não é necessária a ponto de a sociedade reclamá-la imperativamente. É
vantajoso estar munido dela; nada há de imoral em adquiri-la. É um campo de
ação aberto à iniciativa das massas, mas em que ninguém é obrigado a entrar.
Costuma-se qualificar de moral tudo o que tem alguma nobreza e algum preço,
tudo o que é objeto de aspirações um tanto elevadas, e é graças a essa
excessiva abrangência da palavra que se fez a civilização entrar na moralidade.
O
domínio do ético está longe de ser tão indeterminado. Ele compreende todas as
regras de ação que se impõem imperativamente à conduta e a que está vinculada
uma sanção, mas não vai além disso em qualquer instância. Contudo, o conceito
de “civilização” refere-se a uma grande variedade de ocorrência de fatos: ao
nível de tecnologia, ao tipo de maneiras, ao desenvolvimento dos conhecimentos
científicos, às ideias religiosas e aos costumes. Pode se referir ao de tipo de
habitações ou à maneira como homens e mulheres vivem juntos, à forma de punição
determinada pelo sistema judiciário, ou educacional de vigilância e punição,
explicado por Michel Foucault, e satisfatoriamente ao modo como são preparados
os diversos tipos de alimentação como compreendemos com Claude Lévi-Strauss (1908-2009).
Daí ser sempre difícil sumariar em algumas palavras tudo o que se pode
descrever como civilização. Ela se resume culturalmente em tudo que a sociedade
ocidental dos últimos dois ou três séculos julga “superior”, para descrever o
que lhe constitui o caráter especial e aquilo que se orgulha: o nível de sua
tecnologia, a natureza de suas maneiras, o desenvolvimento de sua cultura
científica ou cosmovisão. Sociologicamente representa um conjunto ordenado de
valores, crenças, impressões, sentimentos e concepções de natureza intuitiva,
anteriores à reflexão, a respeito da época ou do mundo em que se vive. É a
orientação cognitiva fundamental de um indivíduo, de uma coletividade ou de
toda uma sociedade, num dado espaço-tempo e cultura, a respeito do que existe:
sua gênese, sua natureza, suas propriedades.
Uma visão de mundo pode incluir a filosofia natural, postulados fundamentais, existenciais e normativos, ou temas, valores, emoções e ética. A cosmovisão ou visão do mundo continua a ser um conceito complexo e confuso em qualquer cultura, sendo usado de forma muito diferente por cientistas sociais. No entanto, as crenças centrais da visão mundial são muitas vezes profundamente enraizadas e raramente são refletidas pelos indivíduos e coletividades, e são trazidas à superfície apenas em momentos e formas de crise de fé, de algum modo ocorrentes. Por exemplo, visão de mundo da causalidade como unidirecional, cíclica ou espiral gera um quadro abstrato do mundo que reflete esses sistemas de causalidade. Uma visão unilateral da causalidade está presente em algumas visões de mundo monoteísticas com um começo e um fim e uma única grande força com um único fim, no cristianismo e no islamismo, enquanto que uma visão de mundo cíclica da causalidade está presente na tradição religiosa que é cíclica e sazonal e na qual os eventos e experiências repetem-se em padrões sistemáticos: zoroastrismo, mitraísmo e hinduísmo. Essas visões não apenas subjazem as tradições religiosas, mas outros aspectos do domínio científico do pensamento humano como ocorre com a história, as teorias políticas e econômicas, e sistemas como a democracia, autoritarismo, anarquismo, capitalismo, socialismo e comunismo.
Nada
há na civilização que apresente esse critério de moralidade, ela é
moralmente indiferente. Se a divisão do trabalho não tivesse outro papel além
de tornar a civilização possível, ela participaria da mesma neutralidade moral.
Foi por não se ter geralmente atribuído à divisão do trabalho outra função,
segundo Émile Durkheim, que as teorias propostas são a tal ponto
inconsistentes. Isto é, supondo-se que exista uma “zona neutra” na moral, é
impossível que a divisão social do trabalho dela faça parte. Se ela não é boa,
é ruim; se não é moral, é uma decadência moral. Se ela não serve para outra
coisa, cai-se em insolúveis antinomias, porque as vantagens econômicas que ela
apresenta são compensadas por inconvenientes morais, e como é impossível
subtrair uma dentre duas quantidades heterogêneas e incomparáveis, não se
poderia dizer qual das duas leva a melhor sobre a outra, nem, por conseguinte,
tomar partido. Invocar-se-á o primado da moral para condenar radicalmente a
divisão do trabalho. Mas não apenas essa última ratio é sempre um “golpe
de Estado científico”, como a evidente necessidade de especialização torna tal
posição impossível de ser sustentada. Se a divisão do trabalho não cumpre outro
papel, ela não só não tem caráter moral, como não se percebe que razão possa
ter.
A civilização não tem valor intrínseco e absoluto; o que lhe dá seu preço é o fato de corresponder a certas formas de divisão do trabalho. Quer dizer, o mais relevante, do ponto de vista sociológico, é o fato de que a experimentação tecnológica normalmente anda lado a lado, desde muito cedo, com experiências relacionadas à organização social. O mais notável efeito da divisão do trabalho não é aumentar o rendimento das funções divididas, como insistem os “burocratas da cultura” a que se referia filosoficamente José Arthur Giannotti, em seus aparelhos de Estado, mas torná-las solidárias. Seu papel social, em todos esses casos, não é simplesmente embelezar ou melhorar sociedades existentes, mas tonar possíveis sociedades que, sem elas, não existiriam. Façam a divisão do trabalho sexual regredir além de certo ponto, socialmente e a questão conjugal desaparece, deixando subsistir relações sexuais eminentemente efêmeras; mesmo se os sexos não fossem separados, toda uma forma da vida social sequer teria nascido. É possível que a utilidade de uso econômica da divisão do trabalho tenha algo a ver com esse resultado, mas, em todo caso, ele supera infinitamente a esfera dos interesses econômicos, pois consiste no estabelecimento de uma ordem social e moral sui generis. Se, com frequência, fez-se as relações sociais a que dá nascimento a divisão do trabalho consistirem apenas na troca, foi por se ter desconhecido o que a troca implica e o que dela resulta. Ela supõe que dois seres dependem mutuamente um do outro, por serem ambos incompletos, e apenas traduz exteriormente essa dependência mútua. Nada mais é que a expressão superficial de um estado interno e mais profundo.
Precisamente por ser constante, esse estado suscita todo um mecanismo comunicativo de imagens que funciona como uma continuidade que a troca não possui. É por isso que apreciamos a companhia daquele que ela representa, porque a presença do objeto que ela exprime, fazendo-a passar ao estado de percepção atual, lhe dá maior relevo. Ao contrário, sofremos com todas as circunstâncias que, como a distância ou a morte, podem ter por efeito impedir seu retorno ou diminuir sua vivacidade. Por mais curta que seja a análise, basta para demonstrar que esse mecanismo não é idêntico comparativamente ao que serve dos sentimentos de simpatia, cuja fonte é a semelhança. Sem dúvida, só pode haver solidariedade entre outrem e nós se a imagem desse outrem se une à nossa. Mas quando a união resulta da semelhança das duas imagens, ela consiste numa aglutinação. As duas representações tornam-se solidárias porque, sendo indistintas, no todo ou em parte, se confundem e se tornam uma só coisa, e só são solidárias na medida em que se confundem. Ao contrário, no caso da divisão do trabalho, estão fora uma da outra e só são ligadas por serem distintas. Portanto, os sentimentos não poderiam ser os mesmos nos dois casos, nem as relações sociais que deles derivam. Não temos apenas que procurar se, nessas espécies de sociedades, existe uma solidariedade social proveniente da divisão do trabalho. É uma verdade evidente, pois a divisão do trabalho é muito desenvolvida nelas e produz a solidariedade. Mas é preciso determinar, sobretudo, em que medida a solidariedade que ela produz contribui para a integração geral da sociedade, pois somente então saberemos até que ponto essa solidariedade é necessária, se é um fator essencial da coesão social, ou então, ao contrário, se nada é mais é do que uma condição acessória e secundária. Para responder a essa questão é preciso comparar esse vínculo social aos outros, seja com o grupo tomado coletivamente, a fim de medir a parte que lhe cabe no efeito total, sendo para isso indispensável começar por classificar as diferentes espécies de solidariedade social.
Um organismo geneticamente propenso ao altruísmo, por exemplo, poderia ter ganhos maiores se o ambiente fosse propício a isso, conforme demonstrou o biólogo Robert L. Trivers, um dos fundadores da Sociobiologia. Sentimentos per se como a compaixão seriam influenciados por fatores genéticos, e, portanto, deveriam ser estudados com base na biologia. Os patos, gansos e cisnes vão de aves pequenas a grandes com corpo amplo e alongado. As espécies com capacidade de mergulho tendem a ser mais arredondadas. O tamanho das espécies varia, indo desde o gansinho-oriental (Nettapus coromandelianus), que chega a 26,5cm e 164g, até o grande cisne-trombeteiro (Cygnus buccinator) que chega a imponentes 183 centímetros e 17,2kg. Possuem asas curtas e apontadas que são mantidas por músculos fortes que geram batidas rápidas sincronizadas durante o voo. Eles geralmente têm o pescoço alongado, com o comprimento variando entre as espécies. As pernas são curtas e fortes, sendo situadas na parte mais traseira do corpo, principalmente nas espécies mais adaptadas pela qualidade de vida ao meio aquático. Por conta dessas características, podem apresentar um caminhar meio desajeitado. Suas patas possuem membrana interdigital adaptada para o nado. O bico contém lamelas serrilhadas que lembram pequenos dentes, que servem para filtrar o alimento. Suas penas tem alguma impermeabilidade, devido ao óleo que utilizam. Alguns patos apresentam “dimorfismos sexual”, com os machos tendo penas mais brilhantes que as fêmeas, no entanto, a situação é reversa em espécies como a Tadorna-do-paraíso. Os cisnes, gansos e marrecos assobiadores não tem essa diferença. São aves vocalizadoras, emitindo uma variedade de sons como “grasnados”, “buzinas”, “guinchos” e “trombetas” a depender da espécie; com as fêmeas tendo maior profundidade que os machos.
Os
anatídeos são geralmente herbívoros quando adultos, comendo uma variedade de
plantas aquáticas, porem algumas espécies podem comer peixes, moluscos ou
artrópodes aquáticos. O gênero Mergus são primariamente ictiófagos,
possuindo bico serrilhado que ajuda a capturar os peixes. Em um número de
espécies, as aves jovens se alimentam de uma grande proporção de invertebrados,
mas se tornam puramente herbívoros quando adultos. Os anatídeos são geralmente
reprodutores por temporada e monogâmicos. O nível de monogamia varia com as
famílias; muitos dos patos menores mantem o casal por uma única temporada e
encontram outro parceiro para o ano seguinte, enquanto os grandes cisnes, gansos
e alguns dos patos mais territoriais mantém esse vínculo por vários anos,
chegando em alguns casos a ser por toda a vida. No entanto, a cópula forçada
com outras fêmeas ocorre comumente, ocorrendo em 55 espécies de 17 gêneros. Anatidae
corresponde por grande proporção dos 3% das aves que possuem um pênis, com
variados tamanhos, formas e estruturações. Muitas espécies se adaptaram para
copular apenas na água. Eles constroem ninhos simples com os materiais que tem
ao seu alcance, muitas vezes os revestindo com penugem que as fêmeas arrancam
do peitoral. Na maioria das espécies, apenas a mãe choca os ovos. Os filhotes
são precociais e são capazes de se alimentar desde o nascimento. Mas
para toda regra há exceção. Neste caso há uma espécie de comportamento
diferente das demais, a Marreca-de-cabeça-preta, que é um “parasita de ninhos”
que posta seus ovos nos ninhos de outras aves.
Bibliografia
Geral Consultada.
ENZENSBERGER, Hans Magnus, Para Uma Crítica de la Ecologia Política. Barcelona: Editorial Anagrama, 1974; RUSE, Michael, Sociobiologia: Senso ou Contrassenso? Belo Horizonte: Editora Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1983; ROSE, Steven, Not in Our Genes: Biology, Ideology and Human. 1ªed. Estados Unidos: Editor Panthéon Books,1985; GUATTARI, Félix, As Três Ecologias. Campinas (SP): Editora Papirus, 1990; RABÓCZKAY, Tibor, O Futuro no Passado: Uma Visão Sociobiológica. São Paulo: Editora Ateniense,1996; CLAVAL, Paul, “A Revolução Pós-funcionalista e as Concepções Atuais da Geografia”. In: MENDONÇA, Francisco e KOZEL, Salete (Org.), Epistemologia da Geografia Contemporânea. Curitiba: Editora Universidade Federal do Paraná, 2002; Idem, La Geographie du XXeme Siècle. Paris: Presses Universitaires de France, 2004; LÖWY, Michael, Ecologia e Socialismo. São Paulo: Cortez Editores, 2005; BARBOSA, Débora Regina, Império do Amor Romântico: Diferenças Culturais e Sexuais em Casais de Noivos no Brasil e na Itália. Tese de Doutorado. Instituto de Psicologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2008; ALMEIDA, Fábio Portela Lopes, A Evolução da Mente Normativa: Origens da Cooperação Humana. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Instituto de Ciências Humanas. Departamento de Filosofia. Brasília: Universidade de Brasília, 2011; SHIRAMIZU, Victor Kenji; LOPES, Fívia de Araújo, “A Perspectiva Evolucionista sobre Relações Românticas”. In: Psicol. USP 24 (1) • Abr. 2013; DURKHEIM, Émile, Da Divisão do Trabalho Social. São Paulo: WMF/Martins Fontes, 2015; DOURADO, Ivan Penteado, “Senso Comum e Ciência: Uma Análise Hermenêutica e Epistemológica do Senso Comum de Oposição”. In: Demanda Contínua • Educ. Rev. 34 (70) • Jul-Aug 2018; LE BRETON, David, Antropologia das Emoções. 1ª edição. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 2019; PEREIRA, Caroline Liamare Magnaquagno, Cinema de Ficção e História: Uma Exercício de Análise Fílmica a Partir dos Três Primeiros Filmes de Martin Scorsese. Dissertação de Mestrado. Instituto de Artes. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2020; MILTON, Giles, “La Verdad sobre las Mentiras del Explorador que Inspiró a Cristóbal Colón y era más Famoso que Marco Polo”. In: https://www.bbc.com/mundo/16/10/2021; Artigo: “Relatório Global sobre a Vida Selvagem e os Crimes Florestais 2024”. In: https://brasil.un.org/pt-br/15/05/2024; entre outros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário