sábado, 28 de setembro de 2024

Liberdade Subjetiva, Cultura & Obscuridade no Mundo Contemporâneo.

                                        A filosofia hoje não está mais em posse de verdades metafísicasJürgen Habermas 

 

Os traços obscuros têm muito mais em comum do que coisas que os diferenciam. O conhecimento sobre esse núcleo obscuro, disse Ingo Zettler, pode ter um papel crucial para os terapeutas que trabalham com pessoas com essas características, um dos pesquisadores e professor de psicologia na Universidade de Copenhagen, na Dinamarca. - Vemos isso, por exemplo, em casos de violência extrema, descumprimento de normas, mentiras. O conhecimento sobre o fator D de uma pessoa pode ser uma ferramenta útil para avaliar a probabilidade de que ela volte e cometer o ato ou faça coisas ainda mais grave. O fator D é “a tendência geral a maximizar a utilidade individual sem levar em conta ou provocar de forma mal-intencionada a falta de utilidade para os outros, isso tudo acompanhado de crenças que servem como justificativas”, diz o Relatório. Dito de outro modo, o fator D é o “hábito de colocar nossos próprios objetivos e interesses na frente dos de outras pessoas, sentindo até prazer pelo fato de fazer mal aos outros”. Essa tendência costuma vir acompanhada de desculpas ou justificativas que servem para evitar sentimento de culpa ou vergonha. No estudo, que acabava de ser publicado na revista Psychological Review, uma revista acadêmica bimestral revisada por pares que cobre a teoria psicológica. Os pesquisadores perguntaram a mais de 2.500 pessoas até que ponto se mostravam de acordo com afirmações como “às vezes vale a pena sofrer um pouco para ver alguém sofrer o castigo que merece” e “sei que sou especial porque todos dizem isso”. Também perguntaram aos membros participantes sobre a questão da sua agressividade, impulsividade e comportamento egoísta ou pouco ético.

Há mais de 100 anos Charles Spearman (1863-1945) afirmou que a inteligência humana é composta pelo chamado fator G. Segundo a teoria do psicólogo inglês, o fator G explica por que é provável que as pessoas que tiram notas altas em um tipo específico de provas também se saiam bem em outros testes. Um século depois, especialistas dizem que essa mesma tendência também pode ser usada para explicar a “malevolência” ou o “lado obscuro” das pessoas. E também lhe deram um nome. Trata-se do fator D. Uma nova pesquisa conduzida por uma equipe de psicólogos da Alemanha e da Dinamarca sugere que características psíquicas como egoísmorancor sadismo têm um mesmo denominador comum. Ainda que nos pareça mais normalmente que uma pessoa seja egoísta e não um psicopata, o certo é que o estudo demonstra que todos os aspectos obscuros da personalidade humana estão relacionados e se baseiam numa mesma tendência. Em outras palavras, se você tem um desses traços psíquicos, é provavelmente normal que desenvolva os outros. Isso representa um significado, segundo os pesquisadores, que se uma pessoa exibe um comportamento maldoso, como por exemplo, o gosto por humilhar os outros, terá maior probabilidade de fazer outras coisas maldosas, como enganar, mentir ou roubar, o que não é incomum no cotidiano.  

De todo modo a patologia nos apresenta um grande número de estados em que a delimitação do Eu ante o mundo externo se torna problemática, e nos faz lembrar a expressão de despedida de Gilles Deleuze que tomamos de empréstimo, através das palavras, entre as palavras, que se vê e que se ouve: - “A vergonha de ser um homem: haverá razão melhor para escrever?”. Ipso facto, no prefácio à 2ª edição da obra Da Divisão do Trabalho Social, de Émile Durkheim (2010) lembra-nos da ideia que ficou na penumbra na primeira edição e que parece útil ressaltar e determinar melhor, pois ela esclarecerá melhor algumas partes do presente trabalho. Trata-se do papel que os agrupamentos profissionais estão destinados a desempenhar na organização social dos povos contemporâneos. Mas o que proporciona, particularmente excepcional gravidade a esse estado é o desenvolvimento desconhecido, que as funções econômicas adquiriram nos últimos dois séculos. Estamos longe do tempo em que eram desdenhosamente abandonadas às classes inferiores, pois diante delas, vemos as funções militares, administrativas, religiosas recuarem cada vez mais. Somente as funções científicas, adverte o sociólogo, que encetou sua obra magnífica em torno de dez anos de produção ininterrupta, de reconhecimento, estão em condição de disputar-lhes o lugar – e ainda assim, a ciência contemporaneamente só tem prestígio na medida em que pode servir à prática, isto é, em grande parte, às “profissões econômicas”. É por isso que se pode dizer  que elas são essenciais meios de trabalho industriais.

Uma forma de atividade generalizada que tomou lugar na vida social não pode, evidentemente, permanecer tão desregulamentada, em seu desempenho e atividade, sem que disso resulte os impactos sociais sobre a divisão técnica do trabalho e as mais profundas perturbações. Mas sofrer no trabalho não é uma fatalidade. É, em particular, como decorre e testemunhamos, uma fonte de desmoralização geral real. Pois, precisamente porque as funções econômicas absorvem o maior número disciplinar de cidadãos, para o pleno desenvolvimento da vida social, há uma multidão de indivíduos, como dizia Freud, cuja vida transcorre quase toda no meio industrial e comercial; a decorrência disso é que, como tal meio é pouco marcado pela moralidade, a maior parte da existência transcorre fora de toda e qualquer ação moral. A tese funcionalista expressa na pena de Émile Durkheim, como uma espécie de antídoto da civilização, e que o sentimento do dever cumprido se fixe fortemente em nós, é preciso que as próprias circunstâncias em que vivemos permanentemente desperto. A atividade de uma profissão só pode ser regulamentada eficazmente por “um grupo próximo o bastante dessa mesma profissão para conhecer bem seu funcionamento, para sentir todas as suas necessidades e poder seguir todas as variações destas”. O único grupo que corresponde a essas condições é o formado pelos agentes da mesma condição reunidos num mesmo corpo. E que a sociologia durkheimiana conceitua de corporação ou grupo profissional. É na ordem econômica que o grupo profissional existe tanto quanto a moral profissional. Não sem razão, com a supressão das antigas corporações, não se fizeram mais do que tentativas fragmentárias e incompletas para reconstituí-las em novas bases sociais.

        A teoria da personalidade - mutatis mutandis - tem por objetivo organizar o conhecimento a respeito da personalidade de tal maneira que a grande quantidade de informação gerada pela pesquisa científica seja organizada de maneira sistemática e coerente e novas hipóteses de trabalho possam ser geradas para uma posterior comprovação. A personalidade tem como representação social uma construção pessoal que decorre ao longo da nossa vida, e uma elaboração da nossa história social e política, da forma que sentimos e interiorizamos as nossas experiências, acompanhamento e a reflexividade na maturação psicológica. A personalidade é um processo ativo e que intervém em diferentes fatores. Diversos autores se dedicaram à pesquisa da personalidade, cada um com ênfases teóricas e metodológicas diferentes, o que os levou muitas vezes a resultados felizes completamente distintos. A cultura é o determinante subjacente da tomada de decisão humana. Geralmente determina a atitude em relação à independência, agressão, competição e cooperação. Cada cultura espera e treina seus membros para se comportarem de maneira aceitável para o grupo.  As primeiras teorias da personalidade surgiram em um contexto clínico e com um fim muito prático: oferecer um fundamento teórico para os transtornos mentais e seu tratamento.

As teorias subsequentes, mesmo não tendo se originado em um contexto clínico, oferecem também novas possibilidades para a psicoterapia. A capacidade de determinada teoria de guiar e enriquecer a prática terapêutica é um dos principais elementos para uma avaliação da relevância dessa teoria. Além de descrever e explicar a estrutura, os processos dinâmicos, o desenvolvimento e as possibilidades sociais de mudança da personalidade, uma teoria da personalidade termina, por sua própria natureza, tocando e tendo de se posicionar em outros temas da maior relevância que, no entanto, ultrapassam o âmbito da psicologia da personalidade. Psicologia da personalidade ou psicologia diferencial é a parte da psicologia que se dedica a descrever e explicar as particularidades humanas duradouras, não patológicas e que influenciam o comportamento dentro de uma determinada população. Personalidade tem como representação social o conjunto de características psicológicas que determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade per se pessoal e social.

            A formação da personalidade é um processo gradual, complexo e único a cada indivíduo. Encontrar uma exata definição para termo personalidade não é uma tarefa simples. O termo é usado na linguagem comum - isto é, como parte da psicologia do senso comum, com diferentes significados, e esses significados sociais costumam influenciar as definições científicas do termo. A psicologia do senso comum ou da vida quotidiana (Alltagspsychologie), representa um conjunto de crenças e convicções sobre o comportamento e as experiências humanas, e não por acaso, muitas vezes também é chamada de “psicologia ingênua” ou naive, é usada para indicar precisamente a conclusão de uma ideia: um sistema de convicções culturalmente transmitidas a respeito do comportamento e das experiências pessoais humanas e suas causas sociais. Em outras palavras, representa o conjunto de teorias e concepções sociais que cada pessoa tem a respeito de como o ser humano funciona socialmente. Essas teorias e convicções sociais na sociedade contemporânea estão profundamente arraigadas no ser humano e servem de base racionalmente para as decisões que as pessoas tomam em seu no dia-a-dia.       

           Charles Edward Spearman (1863-1945) foi um psicólogo inglês reconhecido pelo seu trabalho na área da estatística, como um pioneiro da análise fatorial e pelo coeficiente de correlação de postos de Spearman. Ele também fez bons trabalhos de modelos da inteligência humana, incluindo a descoberta de que escores em testes cognitivos incompatíveis exibiam um fator geral único, batizado de fator “g”. Spearman tinha um perfil incomum para um psicólogo. Após 10 anos como um oficial do Exército Britânico, ele se demitiu para fazer um doutorado em psicologia experimental. Na Inglaterra a Psicologia era compreendida como uma área da Filosofia. Spearman escolheu estudar na Universidade de Leipzig sob a orientação de Wilhelm Wundt (1832-1920), talvez porque não tivesse qualificações convencionais e porque a Universidade de Leipzig tinha exigências de matrícula liberais. Ele começou em 1897 e, após uma interrupção quando ele foi convocado pelo Exército Britânico durante a Guerra da África do Sul, obteve o grau de doutor em 1906. A essa altura, já tinha publicado seu artigo notório sobre a Análise Fatorial da Inteligência (1904). Spearman encontrou-se com o psicólogo William McDougall (1871-1938) e impressionou-o a ponto de deixar Spearman sucedê-lo na extaoredinária University College London. O gratificante é que Spearman ficou até a sua aposentadoria, em 1931. Inicialmente foi Reader e chefe de pequeno laboratório de psicologia. Em 1911, foi promovido à Grote professorship of the Philosophy of Mind and Logic. Ipso facto seu título acadêmico mudou para Professor de Psicologia, em 1928, quando foi criado um Departamento de Psicologia. 

      Jürgen Habermas (2015) chama-nos atenção para o fato socialmente de que da mesma maneira que os desenvolvimentos internacionais não se ajustavam à concepção anticomunista, tampouco internamente a mobilização que tomara a sociedade na sequência do movimento de direitos civis, do protesto estudantil, da Nova Esquerda, do movimento feminista e das contraculturas escapistas, ajustava-se ao mundo intacto de uma dominação elitista isenta de ideologia. Com a problematização da pobreza em meados dos anos 1960, aconteceu uma fissura no retrato da sociedade de bem-estar social, de caráter psicológico e antes de tudo harmônico. Logo em seguida, mostraram-se também as consequências colaterais dos chamados programas de Estado de bem-estar social, postos em prática burocraticamente sob o governo Lyndon B. Johnson (1908-1973). Não obstante, onde eles funcionaram era tanto pior quanto; pois, nesse caso, ameaçavam o princípio formal de igualdade de oportunidade em favor de uma melhora coletiva de oportunidades iniciais para minorias étnicas ou mulheres. Todas essas tendências foram sintetizadas por McGovern, em uma aliança de coalização contra os sindicatos; existiam também os neoconservadores que até então não haviam rompido com o Partido Democrata, o último passo para o salto. Isto é, em 25 de abril de 1972, George McGovern venceu as primárias da cidade de Massachusetts, e o jornalista Bob Novak (1931-2009) telefonou para políticos democratas de todo o país, que concordaram com sua avaliação de que os votos de operários para McGovern não atendia o que ele realmente representava.

Lyndon Johnson ascendeu à presidência após o assassinato de Kennedy em 22 de novembro de 1963, completando o mandato de Kennedy e sendo eleito por conta própria com uma grande margem na eleição de 1964. Johnson recebeu grande apoio dos Democratas e, enquanto presidente, foi responsável por criar a legislação da “Grande Sociedade”, que incluía leis que confirmavam os direitos civis, radiodifusão pública, Medicare, Medicaid, proteção ambiental, auxílio a educação e sua “Guerra a Pobreza”. Era reconhecido por sua personalidade autoritária e o “tratamento Johnson”, sua coerção de políticos poderosos para avançar legislações. Durante os primeiros anos de sua presidência, a economia cresceu e milhões de norte-americanos saíram da pobreza, especialmente por causa dos seus projetos de estímulo econômicos e sociais. Johnson adotou uma política externa voltada com o anticomunismo. Ele escalou a participação norte-americana na Guerra do Vietnã, indo de 16 mil soldados na região em 1963 para 550 mil no início de 1968, aumentando as fatalidades e diminuindo as chances de paz.

Os vietnamitas haviam proclamado sua Independência em 1945, após uma ocupação francesa e japonesa combinada, e antes da revolução comunista na China. Eles eram liderados por Hồ Chí Minh (1890-1969), um revolucionário, político, escritor, poeta e jornalista vietnamita. Também reconhecido por seu nome de batismo Nguyễn Sinh Cung e pelo pseudônimo Nguyen Ai Quoc, foi um revolucionário e estadista vietnamita. Ele serviu como primeiro-ministro do Vietnã do Norte de 1945 a 1955 e como Presidente de 1945 até sua morte em 1969. Ideológica e politicamente com formação tática e estratégica na guerra de guerrilha marxista-leninista, atuou como presidente e primeiro secretário do Partido dos Trabalhadores do Vietnã. Hồ Chí Minh nasceu na província de Nghệ An, no Vietnã Central. Ele liderou o movimento social de independência de Việt Minh de 1941 em diante. Inicialmente, era um grupo que atuava em todas as partes em células que lutavam pela independência do Vietnã, mas o Partido Comunista ganhou o apoio da maioria depois de 1945. Hồ Chí Minh liderou a República Democrática do Vietnã liderada pelos comunistas em 1945, derrotando a União Francesa em 1954 na Batalha de Điện Biên Phủ, foi uma fase decisiva da Guerra de Resistência Antifrancesa que opôs as forças estratégicas militares maquínicas da União Francesa e do Việt Minh, em Tonkin, entre o dia 13 de março e 7 de maio de 1954, finda a Primeira Guerra da Indochina com a divisão geograficamente e, sobretudo política do Vietnã, com os comunistas no controle social e político do Vietnã do Norte.  

Hồ Chí Minh (1890-1969) foi uma figura chave no Exército Popular do Vietnã e o Việt Cộng durante a Guerra do Vietnã, que durou das décadas de 1955 a 1975. Ho deixou oficialmente o poder em 1965 devido a problemas de saúde e morreu em 1969. O Vietnã do Norte acabou vitorioso contra o Vietnã do Sul e aliados e o Vietnã foi oficialmente unificado em 1976. Saigon, a antiga capital do Vietnã do Sul, foi renomeada para cidade de Ho Chi Minh em sua homenagem. Os Estados Unidos da América na contramão da história, decidiram apoiar a França na sua reconquista de sua ex-colônia. O ex-imperador, Bao Dai (1926-1945), último do Vietnã fez de Saigon a capital do Estado do Vietname, em 1949, como chefe de Estado. Após o movimento Việt Minh ganhar o controle do Vietname do Norte, em 1954, tornou-se comum referir-se ao governo de Saigon como “Vietnã do Sul”. O governo passou a se chamar com a mudança radical na política de República do Vietname, quando Bao Daí foi deposto por seu primeiro-ministro, Ngo Dinh Diem, em 1955, mas em referendo fraudulento. Saigon foi combinada unidade administrativa reconhecida como Djo Thành Sai Gon (Capital Saigon). Na conclusão da Guerra do Vietname, em 30 de abril de 1975, a cidade ficou sob o controle do Exército do Povo do Vietnã. Entre as comunidades da diáspora vietnamita e particularmente os Estados Unidos que havia lutado contra os comunistas. Este evento político-ideológico é chamado pela mídia global de “Queda de Saigon”, enquanto a República Socialista do Vietname se refere a ela como a Libertação de Saigon. Em 1976, quando da unificação do Vietname do Norte e Vietname do Sul sob o regime vitorioso comunista, e a criação da República Socialista do Vietnã, a cidade de Saigon - incluindo a pequena cidade próxima de Cholon, a província de Gia Dịnh e dois bairros suburbanos de duas outras províncias vizinhas, foi renomeada na esfera política para Ho Chi Minh, em homenagem ao líder comunista Hồ Chí Minh, que veio a falecer em 1969.

Entretanto, o antigo nome de Saigon, como vimos, ainda é amplamente utilizado por muitos vietnamitas, especialmente em contextos informais. O Vietnã reunificado sofreu repressão interna e foi isolado devido à manutenção da chamada Guerra Fria e da invasão vietnamita do Camboja. Em 1986, o Partido Comunista do Vietnã começou as reformas do setor privado semelhantes às da China, tendo um crescimento econômico e ligeira redução na repressão, apesar de ter um aumento de denúncias de corrupção. Dia da Reunificação ou de nome oficial Dia da Libertação Sul para a Reunificação Nacional (Giải phóng miền Nam, thống nhất đất nước) é um feriado público no Vietname que marca o evento quando as forças norte-vietnamitas e Việt Cộng capturaram Saigon, atual cidade de Ho Chi Minh a 30 de abril de 1975. Isto assinalou o fim da Guerra do Vietname, reconhecida em vietnamita como Kháng chiến chống Mỹ cứu nước (Anti-American Resistance War for National Salvation) ou Chiến tranh Việt Nam (“Guerra do Vietname”). Representou o início do período de transição para a reunificação, que ocorreu durante as eleições nacionais para a reunificação a 2 de julho de 1976, quando permitiram que a República do Vietname do Sul e o Vietname do Norte organizassem politicamente os dois países independentes, formando o Vietname dos tempos modernos. Certas partes da comunidade vietnamita ultramarina denominam politicamente de diversas formas: o dia como a “Queda de Saigon”, o “abril Negro” (Tháng Tư Đen), o “Dia Nacional da Vergonha” (Ngày Quốc Nhục) ou last but not least “Dia do Ódio” (Ngày Quốc Hận).

O envolvimento gerou vários movimentos sociais antiguerra principalmente em universidades de todo o país. Revoltas começaram a ocorrer em várias regiões e o crime nas grandes cidades aumentou em 1965, e seus oponentes passaram a exigir medidas de lei e ordem. O Partido Democrata dividiu-se em várias facções e, após não ter ido bem na convenção de Nova Hampshire em 1968, Johnson não conseguiu a indicação para tentar a reeleição, tendo que desistir da corrida presidencial em 1968. O Republicano Richard Nixon (1913-1994) acabou por sucedê-lo. Após deixar a presidência, ele voltou para sua cidade natal, Stonewall, morrendo em 22 de janeiro de 1973. O legado de sua presidência divide opiniões. Muitos historiadores argumentam que seu governo marcou o pico do liberalismo americano após a Era do New Deal. Johnson é bem avaliado por muitos estudiosos e historiadores devido as suas políticas domésticas e a assinatura de diversas leis, incluindo de direitos civis, controle de armas e seguridade social. Apesar dos avanços internos, muitos o desqualificam como um bom presidente devido ao fiasco da guerra do Vietnã. Os liberais que se tornaram neoconservadores não abandonaram simplesmente as bandeiras. Pelo contrário, tentaram explicar os fatos que os inquietavam com a mobilização de todos os seus talentos. Os neoconservadores buscam as causas da crise não no modo de funcionar da economia e do aparelho estatal, mas nos problemas de legitimação condicionados através da relação entre democracia e cultura.

Richard Nixon foi o único presidente dos Estados Unidos a renunciar.  Divide com George W. Bush o status de governante mais impopular na história do país. Algo de semelhante se passou com o tema da consciência. Nele, a ideologia mente duas vezes, dizendo a mesma frase: a primeira quando mente, e a segunda quando diz a verdade. Ela mente quando diz que a consciência determina a existência – é a mentira idealista, que os profissionais da desmistificação são plenamente competentes para desmascarar. E mente, como o segundo judeu, ao dizer a verdade, ainda que de um modo deformado: ela aponta com clareza para a importância intrínseca da consciência, mas o faz de uma forma estridente que os especialistas da suspeita não acreditam no que ela afirma, e vão procurar a verdade não em Cracóvia, onde de fato está, mas em Lanberg. A primeira mentira usa a técnica semelhante à que Sigmund Freud chama de Verschiebung, deslocamento – desviar a atenção de um tema conflitivo (as condições de existência) para um campo visto como não-problemático (a consciência). E a segunda usa uma técnica nova, que poderíamos chamar Verblendung, ou ofuscação – isto é, a cegueira induzida por uma luz demasiado intensa. Pela primeira mentira, destinada ao “pensamento ingênuo”, a ideologia escamoteia as condições de existência; pela segunda, destinada ao pensamento crítico, ela escamoteia aquilo mesmo que ela proclama – as estruturas da consciência, impedindo que elas sejam tematizadas em sua vinculação com as condições de existência.

O Complexo Watergate é um robusto conglomerado de escritórios e apartamentos localizado em Washington. Tornou-se famoso após o assalto que levou ao escândalo político reconhecido Caso Watergate (1972), culminando com a renúncia do Presidente Richard Nixon. Todo o complexo foi designado como um edifício no Registro Nacional de Lugares Históricos em 12 de outubro de 2005. Seu objetivo é ajudar aos proprietários e às associações, como o National Trust for Historic Preservation, que deve coordenar, definir e proteger os sítios históricos dos Estados Unidos. Watergate situa-se na parte Noroeste de Washington, D.C., no bairro de Foggy Bottom. Está limitado ao Norte pela Virginia Avenue, à leste pela New Hampshire Avenue, ao Sul pela F Street, e à Oeste pela Rock Creek and Potomac Parkway. Adjacente ao complexo está o Kennedy Center e a embaixada da Arábia Saudita. A estação do metrô de Washington mais próxima é a Foggy Bottom-GWU. Foi construído pela companhia Società Generale Immobiliare, a maior empresa imobiliária e de construção civil da Itália. Foi fundada em Turim em 1862, mas anos depois se mudou para Roma com a unificação da Itália e da Alemanha, em 1871. O grande objetivo era expulsar os austríacos do Norte e estabelecer um estado italiano coeso. Depois da mudança, a empresa se interessou pela terra pastoral de Roma e acabou comprando parte dela. Com a aquisição de 10 acres que constituíam uma parte do extinto Canal de Chesapeake e Ohio, no início da década de 1960 por 10 milhões de dólares. O conjunto arquitetônico Watergate foi inaugurado na América em 1967.      

 Segundo Habermas eles se inquietam com a suposta perda de autoridade das instituições basilares, especialmente no que diz respeito ao controle e manutenção do sistema político. Esse fenômeno social é exposto sugestivamente sob rubricas de ingovernabilidade, o decréscimo de confiança, a perda da legitimidade e assim por diante. A inflação começa pela “inflação” de expectativa se reivindicações, impulsionada pela concorrência entre os partidos políticos, concomitantemente pelas mídias de massa, pelo pluralismo de associações etc. Essa pressão das expectativas dos cidadãos “explode” em uma ampliação drástica do volume de tarefas estatais. Os instrumentos de controle da administração se sobrecarregam com isso. A sobrecarga leva tanto mais às perdas de legitimidade quando o espaço de ação estatal é estrangulado por blocos de poder pré-parlamentares, e quando os cidadãos responsabilizam o governo pelas perdas econômicas perceptíveis. Isso é tanto mais perigoso quanto mais a lealdade da população depende de comparações materiais. No começo e no fim dessa espiral se encontram recursos culturais, isto é: a assim chamada “inflação de reivindicações” e a falta de uma “disposição para a anuência e a obediência”, suportada pela tradição histórica e pelo consenso de valores e imunizada contra as oscilações funcionais.   

As propostas de terapia resultaram dessa análise. As burocracias estatais precisam de desoneração. Para isso serve a retransferência dos problemas pontuais que oneram os orçamentos públicos do Estado para o mercado. Uma vez que, ao mesmo tempo, a atividade de investimento deve ser promovida, a redução do volume de tarefas precisa estender-se aos serviços sociais públicos, aos gastos consumptivos em geral. Nesse ponto, os estímulos para uma política econômica orientada à oferta, que quer incentivar a atividade investidora por meio de facilitações fiscais, se ajustam comodamente ao ideário neoconservador. A tese de Habermas é a seguinte: quanto mais fortemente o Estado se retira do processo econômico, por exemplo, por meio de uma privatização dos serviços públicos, tanto mais ele pode se safar das exigências de legitimação que lhe resultam da sua competência geral para os custos sociais inerentes de um capitalismo suscetível a perturbações. Outras concepções visam imediatamente às causas presumidas. Os neoconservadores recomendam um desacoplamento mais forte do Executivo em relação à formação política mais ampla da vontade, em geral uma moderação daqueles princípios democráticos que cravam o nível de legitimação em uma altura demasiada.  Enfim, é preciso nomear um adversário responsável por essa sobre-excitação dos recursos culturais – a “Nova Classe” dos intelectuais. Estes liberam por negligência ou de propósito os conteúdos explosivos da modernidade cultural; eles são os advogados de uma “cultura hostil”, desde a perspectiva das necessidades funcionais do Estado e da economia. Assim, os intelectuais se apresentam como os alvos mais visíveis da crítica neoconservadora.

Historicamente desde os dias de Friedrich Hegel (1807), entre os intelectuais alemães, a sensibilidade para o preço exigido pela modernização social do mundo da velha Europa foi talhada com mais profundidade do que comparativamente a Oeste. O discernimento sobre a dialética do progresso não impediu a formação esquerda, desde Marx, de apostar nas forças produtivas do mundo moderno, ao passo que os conservadores persistiram na rejeição e na melancolia. Nesse lado das frentes da guerra civil europeia, um “sim” diferenciado à modernidade só foi alcançado no nosso século XX. Ainda assim, os jovens conservadores prepararam esse passo a passo com um gesto heroico e muitas reticências – posteriormente, autores como Joachim Ritter, Ernest Forsthoff e Arnold Gehen, que percorrem o período do pré-guerra e o pós-guerra, efetuaram de fato esse passo e na forma de uma negociação, para ser exato.  A negociação consistiu em que eles aceitaram a modernidade socialmente apenas sob as condições que excluíam um “sim” à modernidade cultural. O capitalismo industrial aparece no caminho que leva à sociedade pós-industrial, sob uma luz semelhante, e é preciso explicar como as injunções dessa sociedade podem ser compensadas per se – seja por meio de tradições substanciais, não vulneráveis, seja por meio da substância autoritária de um poder estatal soberano, seja por meio da substancialidade secundária das assim chamadas legalidades objetivas teoricamente bastante estimulantes, reelaboradas durante a década dos anos 1950, precisamente, no curso de uma reconciliação conservadora com a modernidade social, que, ao mesmo tempo, não foi necessária pelo lado dos liberais norte-americanos.  

O filósofo Habermas pretende esboçar apenas três dessas linhas de argumentação, pois a quarta linha de pensamento, etológica, seguida por Konrad Lorenz (1903-1989), ele a deixa por ora de lado, já que ela leva antes à Nova Direita na França do neoconservadorismo alemão: a) pela via de uma interpretação tão fascinante dos escritos de Hegel, Joachim Ritter descreveu a “sociedade burguesa” moderna, proveniente da Revolução Francesa, como o espaço de duas coisas, da emancipação e da cisão. A desvalorização do mundo tradicional, a cisão das ordens de vida historicamente transmitidas, é vista positivamente como a única forma em que os cidadãos do mundo moderno podem obter e preservar sua liberdade subjetiva. Por outro lado, a sociedade econômica moderna restringe os homens ao status de suportes da produção e do consumo.  Visto que lhe é inerente a tendência de reduzir as pessoas à sua mera natureza carencial, melhor dizendo, mediante a noção primária uma “socialização absoluta”, que venha a negar seus próprios pressupostos históricos, aniquilaria também as conquistas da liberdade subjetiva.  No modo da cisão, a liberdade só poderá ser assegurada contra esse perigo de uma socialização total se os poderes desvalorizados da tradição, isto é, “como os poderes da vida pessoal, da subjetividade e da procedência”, mantiverem, contudo, a força para compensar as abstrações necessárias da sociedade burguesa. Portanto, para se estabilizar, a modernidade social precisa tornar presente a sua própria substância histórica; em outras palavras: uma substância desesperada, nevrálgica, já que se trata da operação paradoxalmente de um tradicionalismo perceptivelmente esclarecido.    

b) Uma outra saída é buscada pela doutrina conservadora do direito público, apoiada no conceito de soberania proposto por Carl Schmitt. No começo dos anos 1950 surgira uma discussão sobre a questão de qual peso caberia à cláusula do Estado de bem-estar social, estabelecida por nossa Lei Fundamental, para a interpretação constitucional. Ernest Forsthoff defendeu então a concepção segundo a qual as normas que definem o estatuto do Estado de direito da República Federal da Alemanha deveriam manter uma procedência absoluta sobre a cláusula que exigia o Estado de bem-estar social, a qual deveria ser entendida apenas como recomendação política. Essa questão da dogmática jurídica só se torna compreensível quanto ao seu conteúdo em termos de filosofia da história quando mantemos em vista a premissa, quando lembramos a interpretação de Hegel feita por Ritter: a sociedade que representa o substrato da democracia de massas do Estado de bem-estar social não é por si mesma capaz de estabilização e requer compensações. Todavia, Forsthoff não quer ver a dinâmica dessa sociedade represada pelo contrapeso de uma tradição retoricamente evocada, mas sim pelo Estado soberano. O Estado só poderá desdobrar a força necessária para estabilizar a modernidade social se for imune, em caso de urgência, aos motivos alegados em nome de interesses sociais. O guardião do bem comum precisa ter o poder político de não argumentar e, em vez disso, decidir. O político deveria permanecer avesso aos pontos de vista da justificação moral.

c) Esta terceira linha formulada de argumentação é seguida por Arnold Gehen. Em sua importante antropologia do começo dos anos 1940, ele acentuara a plasticidade incrível e a vulnerabilidade da essência humana, que não se define por instintos e, em virtude disso, depende da força regulamentadora de instituições arcaicas e naturalizadas. Desse ângulo de visão, a demolição de instituições sacrais, a perda da autoridade da Igreja, do Exército e do Estado, e mesmo o desvanecimento de sua substância suprema, devem ser considerados o sinal de um desenvolvimento patológico. Daí se aplica a crítica cultural rude que Gehlen exerceu inicialmente, a pós a Guerra. Os espaços livres desinstitucionalizados são minados pela energia psíquica de uma interioridade inflada, pela subjetividade da vivência e pela reflexividade da fruição de si mesmo. Cada passo para a emancipação para os indivíduos de controles automáticos da ação. Expõe-no sem proteção a seus impulsos divagantes, sobrecarrega-o com a exigência de decisão, faz dele tanto mais servo quanto mais se propalam os ideais de autodeterminação e da autorrealização. Além do mais, a complexidade crescente da sociedade faz estreitar as margens da ação responsável, ao passo que inunda pari passu o interior com os estímulos provocantes, emoções e experiências de segunda mão.

Esse tom se altera no curso dos anos 1950, quando Gehen se familiariza com uma tese tecnocrática que lhe possibilita ver a sociedade moderna sob uma luz diferente. Enfim, de acordo com essa ideia, a economia, a administração estatal, a técnica e a ciência se vinculam no interior da jaula de ferro da modernidade, formando as leis funcionais que parecem ininfluenciáveis e que agora assumem a liderança no lugar das instituições demolidas. Em 1960, Gehen tentou comprovar essa tese com o exemplo do desenvolvimento da pintura moderna. Entretanto, a arte reflexiva tornou-se “incapaz de antagonismo”. Diante desse pano de fundo, trona-se clara que a cena transformada nestes anos, com a renovação de uma crítica militante da sociedade e de uma tradição de Esclarecimento mobilizada em toda a sua amplitude, com um movimento antiautoritário, com a nova irrupção da vanguarda nas artes plásticas e uma contracultura esteticamente inspirada, despertou à vida tudo o que os teóricos conservadores acreditaram estar morto. Segundo Habermas, teóricos como Ritter, Forsthoff e Gehen se conciliaram com a modernidade social justamente na base de uma modernidade cultural paralisada. Esa guinada em direção ao aspecto prático e polêmico explica por que os neoconservadores alemães puderam caminhar na trilha que tomaram, não precisando oferecer nada de absolutamente novo no plano teórico. Quando muito, é novo o tipo de professor que cumpre corajosamente seu figurino nos fronts semânticos da guerra civil.  

De acordo com Habermas, a doutrina neoconservadora que ao longo dos anos 1970 se infiltrou no nosso cotidiano político por meio da imprensa, segue um caminho simples: o mundo moderno se restringe ao progresso técnico e ao crescimento capitalista; moderna e desejável é toda dinâmica social que remonta, em última instância, aos investimentos privados; carecem de proteção também as reservas motivacionais das quais se nutre essa dinâmica. Em contrapartida, são iminentes os perigos provocados pelas mudanças culturais no mundo da vida, criando assim curto-circuitos. Por isso, as reservas da tradição deveriam ser congeladas na medida do possível. As propostas terapêuticas que penetraram a política do dia a dia podem se resumir a três elementos. Em primeiro lugar: todos os fenômenos que não se ajustam à imagem de uma modernidade pacificada por meio de compensações, projetada por autores como Ritter, Forsthoff ou Gehlen, são personalizados e moralizados, isto é, lançados na conta dos intelectuais de esquerda; esses promoveriam uma revolução cultural a fim de assegurar sua própria dominação, “o domínio sacerdotal da nova classe”. Em segundo lugar: os conteúdos explosivos da modernidade cultural, dos quais se alimenta essa revolução cultural, precisam ser desativados, de preferência declarando-os coisa do passado. Na verdade, já alcançamos a margem da salvação representada pela pós-história, pelo pós-Esclarecimento ou pela pós0mkodernidade – só os retardatários, cativos da sonolência dogmática de um “humanitarismo”, não notaram ainda a mudança no processo global de comunicação.  Em terceiro lugar: as consequências colaterais socialmente indesejadas de um crescimento econômico politicamente sem direção são deslocadas para o plano de uma “crise espiritual e moral” e precisam de compensação por meio do common sense incompto, da consciência da história e da religião.

Jürgen Habermas comenta essas três recomendações, de acordo com a sequência.  Ad I) A crítica aos intelectuais, à qual Arnold Gehlen dedicou o trabalho de uma década devida e que foi ampliada por H. Schelsky na teoria da “Nova Classe”, bebe três fontes. De início, ele mobiliza aqueles clichês que se amontoaram na “história de um palavrão”, desde o dia da campanha contra o capitão judeu Alfred Dreyfus (1894). Dietz Bering investigou essa história, e seu estudo agregou um catálogo de termos curtos e grossos que vai desde “abstrato”, “abstruso” e “sedicioso”, passa por “decadente”, “formalista”, “suspenso no ar”, “critiqueiro”, “mecanicista”, “oportunista”, “parasitário”, “radical”, “alheio à raça”, “revolucionário”, “mordaz”, “sórdido”, “desalmado”, autocrático”, “sem substância”, e chaga a “estiolado”, “alheio ao mundo”, “desenraizado”, “desagregador”, “indisciplinado” e cínico. Para quem atravessou por esse catálogo com seus quase mil registros, a crítica mais recente aos intelectuais não pode dizer muto de novo.  Em segundo lugar, a firmação de uma dominação sacerdotal dos intelectuais se apoia em determinadas tendências. Assim, por exemplo, nas sociedades pós-industriais cresce a parcela das profissões acadêmicas e, de maneira geral, aumenta a importância do sistema científico e educacional. No entanto, das profissões intelectuais, Schelsky seleciona apenas os professores e os publicistas, os padres e os assistentes sociais, os pesquisadores das ciências humanas e os filósofos, para estilizá-los em uma classe exploradora constituída pelos mediadores do sentido – ao passo que os demais fazem o trabalho. Essa construção ocidental não combina com ninguém – a não ser com os próprios intelectuais neoconservadores. Mas nem sequer eles creem nela. Richard Löwenthal critica convincentemente os curtos-circuitos dos quais a concepção da “Nova Classe” é tributária: - A primeira equiparação falsa é aquela entre um setor social e uma classe. A segunda equiparação falsa é aquela entre influência e poder. A terceira equiparação falsa é aquela entre uma erupção quialista da fé, é o proeminente quialismo, ou milenarismo, que é a crença em um reinado visível de Cristo em glória na Terra, com os santos ressuscitados, por mil anos, antes da ressurreição geral e do julgamento, suportada por esperanças escatológicas e, por isso, necessariamente de curta duração, e uma religião capacitada para formar em longo prazo o cotidiano socialmente.

O terceiro elemento é o vínculo idealista dos intelectuais com as crises do sistema educacional. As reformas educacionais, forçadas por mudanças estruturais, adiadas na Alemanha por um longo tempo, ocorreram, de fato, em uma época em qua a política educacional se encontrava sob a influência de objetivos liberais e moderadamente de esquerda. E, de fato, só a própria práxis reformista provocou a tomada de consciência plena dos perigos da juridificação e da burocratização, inclusive dos perigos de uma cientificização da pedagogia, ipso facto de um âmbito de atividade insatisfatoriamente profissionalizado. Mas os neoconservadores falseiam essas consequências não intencionadas, atribuindo-as aos propósitos de uma revolução cultural; e conseguiram fazer dessas consequências colaterais, sentidas a contragosto, um pretexto para mobilizar ressentimentos das camadas médias, visto que a campanha contra os intelectuais oferecia o elo de ligação para produzir uma conexão fatal entre a crítica social, a reforma educacional e o terrorismo de esquerda. As análises biográficas efetuadas nesse meio-tempo sobre carreiras de terroristas dissolveram no nada essa alucinação. De resto, esses autores apressados estariam se perguntando o que será que viria à tona caso se fizesse a tentativa de explicar queiramos ou não, a condição e possibilidade do terrorismo de direita nos moldes da responsabilidade objetiva, os quais continuam e encontrar ressonância apenas no âmbito infeliz da dominação stalinista.

Ad 2) A tese do esgotamento da modernidade cultural se refere a todos os três componentes: às ciências tecnicamente bem-sucedida, à arte de vanguarda e à moral universalista, conceituados por Jean-Jacques Rousseau e Immanuel Kant. Para Jürgen Habermas em consideração à ciência, a mensagem é simples. Se o progresso científico se tornou “desinteressante do ponto de vista da política de ideias”, se a solução dos problemas científicos não toca mais de modo algum nos nossos problemas vitais, não se pode esperar mais nada, para o cotidiano, das culturas de especialistas encapsulados – fora as inovações técnicas e as recomendações em termos de técnicas sociais. Após o Esclarecimento, os conhecimentos científicos só devem ser usados ainda para o progresso técnico e, quando muito, para o planejamento econômico e administrativo. A força orientadora da ação é concedida apenas às ciências históricas que presentificam as tradições e asseguram as continuidades teorias e convicções com meios narrativos. Isso explica a valorização das ciências do espírito que procedem em termos narrativos e, ao mesmo tempo, a desconfiança em relação à história como ciência social e uma desvalorização da sociologia, em geral das ciências sociais fecundas para a realização de diagnósticos. Isso não passaria pela cabeça dos neoconservadores norte-americanos, já pelo fato de que seus porta-vozes são quase exclusivamente sociológicos.

Desta perspectiva, torna-se compreensível igualmente a resistência contra as reformas escolares, que desembocam na absorção de matérias das ciências sociais nos planos de ensino. No entanto, a esse surto das ciências sociais na configuração dos planos de ensino, que ocorrera nos Estados Unidos da América algumas décadas antes, seria possível reagir com maior serenidade caso fosse lembrado o conflito disputado no final do século XIX entre os defensores das Humaniora e das Realien, as ciências naturais. De resto, a tese do pós-Esclarecimento é tudo, menos convincente. Certamente, as imagens metafísicas e religiosas do mundo se decompuseram. As ciências empíricas não oferecem nenhum substituto para elas. Mas já o alto nível de sínteses científicas popularizadas testemunha que os conhecimentos cosmológicos sobre a origem e o desenvolvimento do universo, que os conhecimentos biomédicos sobre o mecanismo da transmissão hereditária, que principalmente os conhecimentos antropológicos e etológicos sobre a história natural do comportamento humano e a evolução genética de nossa espécie, que os conhecimentos psicológicos  sobre o desenvolvimento da consciência moral, de seus afetos e impulsos, que a psicologia das doenças mentais, que os conhecimentos sociológicos sobre o surgimento e o desdobramento das sociedades modernas – que tudo isso continua a afetar a autocompreensão dos sujeitos agentes.

Esses conhecimentos alteram também os standards da discussão de problemas vitais, para os quais as próprias ciências empíricas não têm uma resposta pronta. Finalmente, seria preciso perguntar aos neoconservadores, que gostariam assim de colocar a ciência à distância, como é que eles mesmo querem comprovar suas respostas bastantes eloquentes sobre a lastimada crise de orientação - se não é com argumentos que devem resistir ao exame científico. Desta perspectiva se explica a precedência das instituições de controle despolitizadas, em geral a estilização de uma pretensa concorrência entre a divisão dos poderes e a democracia. Em ambos os casos, as argumentações desembocam na ideia de que a ordem estatal deve ser desonerada do conflito democrático de opiniões a respeito das finalidades político-sociais. O elemento prático-moral, do qual a política deve ganhar distância, é uma democratização dos processos de decisão que coloca a ação politica sob os pontos de vista controversos da justiça social, em geral das formas de vida desejáveis. Vale lembrar que a atualidade no âmbito do pensamento social e dessas reflexões está ao alcance da mão em uma situação na qual se trata da questão de princípio. Isto é, sobre qual medida de injustiça social estamos dispostos a acatar para recolocar em marcha um crescimento econômico inalterado em seus mecanismos de propulsão, em vista da crise financeira dos orçamentos domésticos. Esse mecanismo pró-capitalista requer que a distribuição dos locais de trabalho suceda apenas segundo o mercado de trabalho, mesmo no caso de o exército industrial de reserva formado pelos desempregados crescer cada vez mais.        

Ad 3) Finalmente, a despedida programática da modernidade cultural deve criar espaço para uma consciência saudável da tradição.  Tão logo a modernidade cultural feche as portas todas as comportas abertas para a práxis cotidiana, tão logo as culturas de especialistas sejam isoladas suficientemente da prática cotidiana, os poderes permanecentes do common sense, da consciência histórica e da religião se veem em seu direito. O parto do pós-Esclarecimento carece, no entanto, do auxílio neoconservadores.  Estes se concentram na “coragem para educar”, ou seja, em uma política educacional que talhe a educação escolar fundamental de acordo com as habilidades elementares e as virtudes secundárias como diligência, disciplina e asseio. Ela se concentra, ao mesmo tempo, na “coragem de encarar o passado”, na escola, na família e no Estado. Os neoconservadores veem sua tarefa, na mobilização dos passados em relação aos quais é possível comportar-se com anuência e, por outro lado, na neutralização moral de outros passados que poderiam provocar tão somente crítica e rejeição. Walter Benjamin mencionou “a empatia com o vencedor” como uma característica do historicismo. Gustav Heinemann (1899-1976), que, no espírito de Benjamin, havia exortado adoção dos vencidos, dos insurgentes e dos revolucionários derrotados, teve de ouvir que essa orientação pelo ideal do próprio passado seria uma “fixação da imaturidade”. 

Enfim, no lugar de imperativos econômicos e administrativos, as assim chamadas coerções econômicas, que monetarizam e burocratizam cada vez mais os âmbitos da vida, que transformam cada vez mais as relações em mercadorias e em objetos de administração - no lugar do foco real da crise da sociedade, eles colocam o fantasma de uma cultura subversivamente transbordante. Essa análise falsa explica também que, para os neoconservadores, quando têm de escolher, o mundo da vida, mesmo o familial, de modo algum é tão sagrado como o alegam. Enquanto os democratas cristãos não têm nenhuma inibição em encher a Alemanha com cabos de televisão privada, os social-democratas, em questões de política para as mídias, são antes os guardiões da tradição. Nós temos de lidar cuidadosamente com a substância de formas de vida comprovadas, na medida em que não foram ainda destruídas pela dinâmica de crescimento da modernização social. Pergunta-se somente quem cuida dessas reservas em caso de urgência. A cultura política da Alemanha estaria pior se não tivesse aceitado e assimilado, nas primeiras décadas depois da guerra, estímulos provenientes da cultura política da América do Norte. A Alemanha se abriu sem reservas ao Ocidente pela primeira vez; nós nos apropriamos então da teoria política do esclarecimento, compreendemos a força do pluralismo que marca as mentalidades e que foi suportado inicialmente em sua origem teológica por seitas religiosas, travamos conhecimento com o espírito democrático-radical do neopragmatismo norte-americano, de Charles Peirce a George Herbert Mead e John Dewey. Os neoconservadores alemães se desviam dessas tradições, eles bebem de outra fonte. Eles recorrem a um constitucionalismo alemão que da democracia não reteve tempo muito mais do que o Estado de direito; recorrem aos motivos do eclesiasticismo estatal luterano que se enraíza em uma antropologia pessimista; recorrem aos motivos de um jovem conservadorismo cuja herança só conseguiram levara diante em uma negociação inconvicta com a modernidade. 

Bibliografia Geral Consultada.

HAUG, Wolfgang Fritz (Hg), Theorien Über Ideologie. Berlin: Editor Argument Verlag, 1979; MONTALBÁN, Manoel Vásquez, História y Comunicación Social. Madrid: Editorial Alianza, 1985; NUNES, Carlos Henrique Sancineto da Silva; HUTZ, Claudio Simon, “Construção e Validação da Escala Fatorial de Socialização no Modelo dos Cinco Grandes Fatores de Personalidade”. In: Psicol. Reflex. Crit. 20 (1) 2007; SENNETT, Richard, A Corrosão do Caráter: As Consequências Pessoais do Trabalho no Novo Capitalismo. 14ª edição. Rio de Janeiro: Editora Record, 2009; HABERMAS, Jürgen, What Does Socialism Mean Today? The Rectfying Revolution and the Need for New Thinking on the Left. In: New Left Review, number 183, sep./oct., 1990; Idem, A Nova Obscuridade: Pequenos Escritos Políticos V. 1ª edição. São Paulo: Editora Universidade Estadual Paulista, 2015; CARVALHO, Vânia Sofia Gomes, A Relação Trabalho-família: O Desafio para Ontem. Tese de Doutorado. Faculdade de Psicologia. Lisboa: Universidade de Lisboa, 2016; GALLEGO, Esther Solano (Org.), O Ódio Como Política: A Reinvenção das Direitas no Brasil. São Paulo: Boitempo Editorial, 2018; Artigo: “O que é o Fator D, que define Egoísmo, Rancor, Psicopatia e Outros Traços Obscuros da Personalidade”. In: https://www.bbc.com/13/10/2018; ADORNO, Theodor, Estudos sobre a Personalidade Autoritária. 1ª edição. São Paulo: São Paulo: Editora Universidade Estadual Paulista, 2019; ALVES, Maracy Domingues, Sofrimento Psíquico no Trabalho: Construção de um Instrumento para o Diagnóstico de Penosidade. Tese de Doutorado. Departamento de Psicologia. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2019; SILVA, Ana Rafaela Oliveira e, Ethos Discursivo e a Construção Discursiva Identitária de Mulher Criminosa nas Páginas Policiais Brasileiras: De Heloísa Borba Gonçalves: Viúva Negra (1971-1992) a Elize Matsunaga (2012). Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem. Dissertação de Mestrado. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes. Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023; PACHECO, Raíssa Araújo, “A Poderosa Voz Anticolonial de Hồ Chí Minh”. In: https://outraspalavras.net/17/05/2024; MATHIAS, Caroline Façanha dos Santos, Da Vítima ao Monstro: Personagens Femininas em Mulheres Empilhadas, de Patrícia Melo e O poder, de Naomi Alderman. Tese de Doutorado. Instituto de Letras. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2024; entre outros. 

domingo, 22 de setembro de 2024

Bodyboarding – Tahiti, Pé de Pato, Anatomia & Autorrealização no Mar.

                 Eu não vejo diferenças entre o bodyboard e o surf – é tudo surf”. Tom More

        Bodyboarding é um esporte praticado na superfície das ondas do mar em que o surfista utiliza/emprega sua prancha bodyboard para deslizar pela crista, face ou curva de uma onda em direção à areia. A atividade também foi durante muito tempo reconhecida como “morey boogie”, referência ao inventor da prancha, o norte-americano Tom Morey. Uma prancha padrão de bodyboarding consiste numa peça curta e retangular de material sintético hidrodinâmico, contendo uma tira ligada ao centro chamada leash ou stringer. Os praticantes do bodyboarding (bodyboarders) geralmente usam pés de pato para proporcionar uma propulsão adicional e controle da prancha. O bodyboard é um desporto praticado no mar e o uso de trajes de Neoprene, um tecido encorpado, com gramatura mais pesada, excelente elasticidade e caimento, e finalmente, com uma espessura suficientemente grossa, para o praticante não sentir frio. Os mais experientes passam na prancha, antes de cada utilização, um tipo específico de cera (em inglês wax), semelhante a plasticina quando em repouso está seca. Isto serve para criar atrito ou fricção entre a prancha e o traje encarnado no ser humano, de modo em que equipado totalmente não escorregue do bodyboarder. Um dos equipamentos com utilidade de uso precisamente para a atividade de autorrealização marítima e que auxiliam a prática do bodyboard é fora de dúvida o “pé de pato”. Ele é um equipamento versátil que lhe ajuda em esportes aquáticos, sendo que para cada utilidade de uso do sufista existem características mais ou menos específicas.

É realizado de um material resistente, mas flexível. E cada detalhe do modelo tem um motivo, como a hidrodinâmica, refere-se às variáveis que atuam sob os líquidos em movimento, tais quais velocidade, aceleração e força, flutuabilidade, com maior densidade, contém mais massa e, portanto, mais peso no mesmo volume. A força de empuxo, que é igual ao peso do fluido deslocado, é, maior que o peso do objeto. Da mesma forma, um objeto mais denso que o fluido afundará, além disso, conforto. No caso no bodyboard, além de ser um item importante de segurança para a atividade, o pé de pato vai auxiliar na propulsão para entrar na onda e impulsão do usuário. O uso do pé de pato transforma o bodyboard em uma atividade per se prazerosa. Quer dizer, o formato do pé de pato influencia na performance. Os pés de patos assimétricos podem sobrecarregar as articulações, enquanto os simétricos distribuem o fluxo de água por igual, evitando a sobrecarga. É uma característica importante que deve ser observada pelo usuário na hora da utilização do pé de pato, para evitar desconfortos na prática do esporte. Além disso, o tamanho das abas também influencia diretamente na propulsão e agilidade do usuário. Um pé de pato com abas mais largas e compridas proporciona maior propulsão, mas reduz a agilidade das pernas na hora das manobras radicais.

            Outro aspecto socialmente que faz a diferença na hora de escolher o pé de pato para bodyboard é a rigidez do material utilizado na aba. Quanto mais rígido, maior será o impulso, mas, em contrapartida, maior é o esforço muscular nas batidas de perna. O ideal, nesse sentido, é encontrar um pé de pato que proporcione ao atleta a propulsão desejada, sem deixar o conforto de lado. O conforto é um ponto fundamental do ponto de vista ergonômico (cf. Iida; Buarque, 2021). Um pé de pato desconfortável pode gerar no usuário machucados, como ferimentos, bolhas e calos nos pés, além de dores articulares, e isso pode ser um fator realmente negativo e desanimador para qualquer praticante, principalmente, os iniciantes. O idealizado é encontrar um pé de pato com borracha super elástica e macia na região do foot pocket, isto é, a cavidade onde se aloja o pé, que garanta uma boa aderência, sem machucá-lo, “vestindo como uma luva”. O pé de pato não pode estar grande demasiadamente, pois, além de correr o risco de sair do pé, ele atrapalha na propulsão. Em contrapartida, o pé de pato pequeno ou apertado pode causar machucados, interferindo no conforto. Os pés tem que estar bem encaixado. Na prática do bodyboard é comum a entrada de areia no pé de pato. Fora o fluxo de água que ocorre por dentro durante a prática do surf. Melhor dizendo, um sistema eficiente de escoamento de água e detritos no pé de pato é importante para superior performance e conforto do corpo humano. É algo que deve ser cuidadosamente observado na escolha do dispositivo esportivo. É uma ideia que consiste em aplicar a lógica do esporte em outros domínios, como uma forma de gerenciamento para a vida. 

O Tahiti é a maior ilha da Polinésia francesa, localizada no conjunto Barlavento do arquipélago das Ilhas da Sociedade. Na costa Noroeste da ilha está Papeete, capital do Tahiti, e única cidade com aeroporto internacional, o que a torna par excellence porta e meio de trabalho e comuncação social de entrada da Polinésia. Com uma distância de 45 km entre seus pontos mais extremos e cobrindo uma área de aproximadamente 1 045 km², o Tahiti divide-se em duas porções quase circulares. A maior situa-se na metade Noroeste da ilha e é reconhecida como Tahiti Nui (Grande Taiti), enquanto a metade Sudeste, muito menor, é denominada Tahiti Iti (Pequeno Taiti). A ilha foi formada por atividade vulcânica, sendo circundada por recifes de coral. Seu interior é montanhoso. Seu pico mais elevado, o Monte Orohena, culmina a 2 241 metros de altitude. O clima tropical simultaneamente é quente e úmido. De acordo com o censo demográfico de 2012, o Tahiti apresenta população estimada em torno de 186,9 mil habitantes, sendo a comuna de Faa`a a mais populosa, com cerca de 30 mil habitantes. Tais números fazem do Tahiti a ilha mais populosa da histórica e sociológica imperialista Polinésia Francesa, representando estatisticamente 68,5% de sua população total. A ilha era parte do Reino do Tahiti até a anexação pela França, na década de 1880, quando foi proclamada colônia francesa. O idioma oficial é o francês, apesar do tahitiano ser falado pelos nativos.

          A população nativa é de polinésios e estima-se que eles tenham se estabelecido na ilha entre 300 e 800 a.C., embora existam alguns estudos que dizem que podem ter sido ainda anteriores a esta data. O solo fértil da ilha e a pesca são fontes amplas de alimento para a população. A natureza aparentemente calma da população local e a caracterização da ilha como paradisíaca impressionaram os primeiros visitantes europeus e geraram um fascínio que dura atualmente. Embora as ilhas tenham sido “descobertas” por um navio espanhol em 1606, a Espanha não teve nenhuma intenção de colonização ou comércio com a ilha. Samuel Wallis (1729-1795), um oficial da marinha britânica e explorador do Oceano Pacífico que fez a primeira visita registrada de um navegador europeu, avistou o Tahiti em 18 de junho de 1767 e é considerado o europeu que descobriu a ilha. Wallis foi seguido pelo explorador francês Louis-Antoine de Bougainville (1729-1811), que completou a primeira navegação ao redor da ilha em abril de 1768. Bougainville tornou o Tahiti famoso na Europa quando ele publicou as impressões de sua viagem no Voyage Autour du Monde, é um livro escrito pelo explorador francês Louis Antoine de Bougainville, que tornou o Taiti famoso na Europa. Nesta publicação, ele descreve a ilha como “um paraíso na terra onde homens e mulheres viviam felizes em inocência, distantes da corrupção da civilização”. Sua descrição da ilha influenciou pensamentos utópicos de filósofos como Jean-Jacques Rousseau antes da Revolução Francesa.

Em 1774 o capitão James Cook (1728-1779) visitou a ilha e estimou a população em torno de 200 mil habitantes. Provavelmente ele tenha exagerado, outras estimativas do mesmo período dizem que a população era de aproximadamente 122 mil habitantes. Depois da visita interessada de Cook, navios europeus visitaram a ilha com maior frequência. O mais reconhecido destes foi o HMS Bounty, comandado por William Bligh (1754-1817) cuja tripulação se amotinou logo após deixarem o Taiti em 1789, conforme o livro O Motim no Bounty, de Caroline Alexander, ou O Garoto no Convés, de John Boyne. Os nativos chamavam-na de Otaheite. A influência europeia rompeu com a tradição da sociedade, trazendo prostituição, doenças venéreas e álcool para a ilha. Doenças como o tifo e varíola mataram tantos taitianos que em 1797 a população era drasticamente reduzida de apenas 16 mil habitantes. Mais tarde, caiu ainda mais, para 6 mil habitantes, ou seja 37,5% de habitantes. Em 1842 o reino do Tahiti foi declarado uma província francesa. Em 1880, o rei Pomare V (1839-1891) foi forçado a reconhecer a soberania do Tahiti e suas dependências para a França em 29 de junho. Foi “honrado” Oficial da Ordem da Legião da Honra e Ministro e o Mérito de Agricultura da França. Em 1946, o Tahiti e praticamente toda a Polinésia Francesa tornaram-se um Territoire d`Outre-Mer e em 2004 sua institucionalização mudou para Pays d`Outre-Mer. 

O mito do Tahiti como ideário de um paraíso tropical começou com os primeiros exploradores europeus. Cook, Bougainville, os amotinados do The Bounty e até os primeiros missionários perpetuaram esta imagem idílica. Quando regressaram a casa descreveram uma terra idílica com alimentos em abundância, habitada por nativos amigáveis ​​que viviam em paz e harmonia. E, claro, havia as vahine, as jovens bonitas, parcialmente vestidas e muito sensuais das ilhas. Poetas, artistas, comerciantes, caçadores de baleias, hoteleiros, desertores, marinheiros, viajantes e exploradores, cineastas e estrelas de cinema contribuíram para a reputação das Ilhas de Tahiti. A lenda do paraíso supremo alimentou os sonhos de milhares de pessoas por mais de 200 anos. Os Māʻohi, os ancestrais dos polinésios de hoje, estabeleceram-se no que hoje é a Polinésia Francesa. Em Ua Huka, nas Ilhas Marquesas, existe um sítio arqueológico que data de 300 anos e pesquisas traçaram a chegada dos primeiros polinésios a Huahine há 850 anos. Os historiadores acreditam que os polinésios se originaram na Indonésia e migraram para o leste em duas ondas sucessivas devido à pressão demográfica. As origens do povo polinésio ainda podem ser objeto de algum debate, mas eles se consideram descendentes diretos dos Céus (pai) e da Terra (mãe). A tradição oral taitiana conta que Ta’aroa, um deus bondoso, criou uma cadeia de outros deuses e semideuses para estarem em constante processo de comunicação socialmente com o homem. 

A importância espiritualmente desta ligação com os deuses pode ser constatada em locais culturais como o marae, e nos vários vestígios arqueológicos nos vales. É também o tema central de vários eventos culturais realizados nas Ilhas de Tahiti. Um guia cultural poderá ajudá-lo a descobrir esses segredos ancestrais e observar o ambiente naturalmente inspirados através domínio dos olhos dos antigos remanescentes polinésios. Natação representa a capacidade do ser humano e de outros seres vivos de se deslocarem através de movimentos efetuados no meio líquido, geralmente sem ajuda artificial. A natação é uma atividade física que pode ser, de maneira simultânea, útil e recreativa. As suas principais utilizações são recreativas, balneares, pesca, exercício e desporto. A referência mais antiga reconhecida são pinturas rupestres da Gruta dos Nadadores, uma caverna antiga no planalto montanhoso de Gilf Kebir da secção do Deserto Líbio do Sara. Estima-se que tenham sido criadas há cerca de 10 000 anos, com o início do Período Húmido Africano, quando o Sara era significativamente mais verde e húmido. As referências escritas remontam a 2000 a. C. Algumas das primeiras referências estão incluídas em obras históricas como a Epopeia de Gilgamesh, narra os feitos de Gilgamesh, rei de Uruk, em sua procura pela imortalidade. Ela é considerada a obra de literatura mais antiga da humanidade, a Ilíada, a Odisseia, a Bíblia, Beowulf, e outras sagas last but not least. No ano de 1538, Nikolaus Wynmann (1510-1550), um professor de linguística, escreveu o primeiro livro sobre natação: “O Nadador ou o Diálogo sobre a Arte de Nadar” (Der Schwimmer oder Ein Zwiegespräch über die Schwimmkunst). A natação de competição mundializada na Europa por volta do ano de 1800, na sua maioria utilizando o estilo popular utilizado de bruços. Posteriormente, em 1873, John Arthur Trudgen, apresentou o estilo Trudgen, após ter copiado o estilo crawl usado pelos Índios Nativos Norte-americanos, criando uma ligeira variante do mesmo. 

Os ancestrais dos povos indígenas da América se separaram dos povos da Ásia Oriental entre 35 mil e 25 mil anos atrás e migraram em direção ao norte, alcançando o leste da Sibéria, aonde se miscigenaram com os Antigos Eurasiáticos do Norte - uma população antiga da Sibéria e Ásia Central - em algum momento entre 20 e 25 mil anos atrás. Dessa mistura surgiram os ancestrais diretos das populações do extremo nordeste da Sibéria e dos povos indígenas da América (paleoíndios). A migração dos paleoíndios da Sibéria para a América do Norte ocorreu há cerca de 20 mil anos, provavelmente por meio da travessia da Beríngia, mas também é proposta uma rota alternativa por navegação próxima à costa. Rapidamente, ao longo dos milênios seguintes, os descendentes desses asiáticos seguiram ao sul, povoando o continente americano. A tese da origem siberiana dos ancestrais dos ameríndios já foi comprovada por diversos estudos genéticos. Os povos falantes de línguas na-dene e esquimó-aleutinas possuem uma parte de sua ancestralidade oriunda de migrações posteriores do Nordeste da Ásia refere-se à sub-região Nordeste da Ásia centrado na Península Coreana e Japão. Em geopolítica, o Conselho de Relações Exteriores define o Nordeste da Ásia como o Japão, Coreia do Norte e Coreia do Sul, uma parte do Norte Ásia Oriental. China e Rússia muitas vezes são incluídos na discussão geopolítica da região, na medida dos seus interesses e políticas interagem com os do Japão e Coreias. O Mar do Japão, o Mar Amarelo, e às vezes o Mar de Okhotsk e Mar da China Oriental estão incluídas nas discussões sobre a região. Em biogeografia, em geral, refere-se a aproximadamente a mesma área, mas inclui Nordeste da gigantesca geografica e politicamente China e o Extremo Oriente Russo entre Lago Baikal na Sibéria Central, e o Oceano Pacífico.

Diversos crânios de paleoíndios, como o de Luzia e do Homem de Kennewick, e os de algumas populações indígenas encontradas pelos europeus, como os fueguinos da região argentina da Terra do Fogo e os pericúes do estado mexicano da Baixa Califórnia Sul, apresentam uma morfologia atípica para os ameríndios e, com isso, foram elaboradas teorias históricas, arqueológicas e antropológicas de que os indivíduos de tais crânios tinham uma ascendência diferente, comparativamente aos dos indígenas contemporâneos, possivelmente relacionada a australo-melanésios, polinésios, europeus ou ainus. Estudos genéticos descartaram qualquer origem alternativa dos povos indígenas da América ou de seus ancestrais e um desses artigos afirma que as morfologias cranianas diferenciadas podem ser explicadas historicamente pelo fluxo genético dos Antigos Eurasiáticos do Norte. Os habitantes da América no Paleolítico Superior não tinham tecnologia de confecção de artefatos líticos muito evoluída, pois há indícios de que seus instrumentos de caça eram pedras aos e cachorros domesticados para este fim. Os povos caçadores e coletores, tiveram um rápido avanço da penetração humana em direção ao Sul, e tinham instrumentos de caça mais evoluídos, como por exemplo projéteis pontiagudos.

Estilo de nado de bruços ou de peito é o mais antigo dos estilos de natação. Nesse estilo, o nadador está em seu peito e o torso não gira. É o estilo de recreação mais popularmente desenvolvido devido à cabeça do nadador estar fora da água durante uma grande parte do tempo útil ou de socialidade e que pode nadar confortavelmente em baixa velocidade. Na maioria das lições de aulas de natação, os iniciantes aprendem primeiro o movimento de bruço ou o rastreamento da frente. No entanto, no nível competitivo, nadar especificamente sob a forma nado peito em velocidade requer resistência corporal e força comparáveis a outros estilos. Algumas pessoas referem-se ao peito como o “sapo”, como os braços e as pernas se movem um pouco como “um sapo nadando na água”. Se você colocar um sapo na água para ele viver, o sapo poderá nadar e se movimentar na água. Isso ocorre porque os sapos são animais anfíbios, ou seja, possuem adaptações para viver tanto em ambientes aquáticos quanto terrestres. Entretanto, o traço em si é o mais lento dos golpes competitivos e é considerado o mais antigo de todos os traços de natação. Historicamente no século XVI, havia uma maneira de nadar com os movimentos dos braços parecidos com o estilo atualmente. Naquele período, no entanto, os pés ainda eram batidos alternadamente sendo semelhante a um pontapé. Desse método de fisiognomia humana é que originou a perfeição do nado de peito. Em 1798, o nado de peito é reconhecido o estilo mais praticado na Europa.   

A saída do nado de peito é feita do bloco de partida. Em comparação com os nados crawl e borboleta, o mergulho da saída do nado peito é um pouco mais profundo, para que o nadador aplique a braçada e a pernada ainda durante o mergulho, o que é chamado de filipina e garante melhor desenvoltura do nado. O nadador deve observar com atenção o posicionamento dos joelhos. Eles não podem estar muito à frente na preparação da pernada. Isso gera uma falha: o quadril sobe, o que produz atrito e enfraquece a potência da pernada. Para os iniciantes, recomenda-se, em primeiro lugar, a aprendizagem correta da batida de pernas. Esse movimento é de grande importância para a sustentação do corpo, o equilíbrio e a impulsão do nadador. Ipso facto, inicialmente, as pernas devem ser estendidas fortemente para trás. No momento em que as pernas são esticadas, o corpo tende a ficar na horizontal. No início da primeira braçada após a saída e a cada volta, o nadador deve estar arqueado sobre o peito. Ocasionalmente, o nadador pode ter um braço ligeiramente mais alto que o outro, mas se os movimentos dos braços são simultâneos e no mesmo plano horizontal, o estilo está correto. Todos os movimentos das pernas devem ser simultâneos e no mesmo plano horizontal, sem movimentos alternados. Os pés devem estar virados para fora durante a parte propulsiva da pernada. Para virar, o nadador precisa tocar a borda com as duas mãos, ao mesmo tempo e na mesma altura. No momento em que o nadador estende as pernas, o corpo sobe, o que possibilita a elevação dos quadris.

Devido ao repúdio dos britânicos pelos salpicos, John Trudgen empregou a “pernada de bruços” no lugar do batimento de pernas convencionalmente do estilo crawl. A natação fez parte dos primeiros Jogos Olímpicos da Era moderna em 1896, em Atenas. Finalmente em 1902 Richard Cavill introduziu o estilo crawl, e em 1908, foi fundada a World Aquatics, anteriormente Federação Internacional de Natação (FINA). O mais novo do famoso clã Cavill, Richmond, ou Dick como era mais comumente reconhecido, foi provavelmente o melhor nadador de todos. Os primeiros juízes conservadores de natação o classificaram como um dos três melhores nadadores australianos, junto com Freddie Lane e Boy Charlton. Ele conquistou 18 títulos australianos, dois ingleses e 22 de Nova Gales do Sul de 1900 a 1904. Em seu auge, ele não tinha igual no mundo em todas as distâncias de 50 jardas a uma milha. Mais do que qualquer outro indivíduo, Cavill é responsável pelo estilo independente de braçada e pernada do estilo crawl, e foi creditado por introduzi-lo na Inglaterra. Ele foi a primeira pessoa a utilizá-lo em competição mundial quando em 1899 ganhou o campeonato de 100 jardas de NSW. O estilo mariposa foi desenvolvido na década de 1930, que no início surgiu como uma variante do estilo de bruços, até que foi aceita como um estilo distinto, em 1952. Bodyboarding representa um esporte praticado na movimentação da superfície das ondas do mar em que o surfista usa a prancha bodyboard para deslizar pela crista, face ou curva da onda em direção à areia.

Historicamente o primeiro país a dar à natação cunho de competições esportivas, foi o Japão. Um Edito imperial de 1603 ordenou o início de competições dessa natureza entre as escolas japonesas, como parte integrante de seus currículos. Mas nessa época o Japão ainda era uma nação fechada às relações internacionais. Decorre daí oportunamente nações anglo-saxônicas arrebatarem primazia da organização mundial da natação em bases competitivas. A primeira entidade para o controle e a regulamentação da natação como esporte foi criada na Inglaterra em 1837. Contudo, a elevação da natação a um alto grau de importância internacional é devida a uma medida regulamentar de longo alcance das autoridades desportivas australianas: no dia 14 de fevereiro de 1846 em Sydney, Austrália, teve lugar o primeiro moderno campeonato de natação, com a disputa de uma prova de 4.400 jardas. Seu vencedor foi o nadador W. Redmond, que cobriu a distância em 8 minutos e 43 segundos. Doze anos mais tarde o chamado Campeonato Mundial das 100 Jardas foi disputado também nesse país, na cidade de Melbourne, a capital costeira do estado de Victoria, no Sudeste da Austrália. vencido pelo australiano Jo Bennett. Em 1874 a Inglaterra organizou sua federação nacionalmente para o esporte, a Swimming Association of Great Britain, entidade que muito ajudou na difusão das competições entre as demais nações continentais da Europa. Em 1889, com o começo dos campeonatos europeus disputados em Viena, Áustria, pode-se dizer que a natação tinha firmado chão em nível internacionalmente. Mas sua consagração definitivamente ocorreu em 1896, quando todo o mundo globalizado esportivo saudou o retorno dos extraordinários Jogos Olímpicos. Três provas de natação foram incluídas no programa das Olimpíadas, sendo um jovem húngaro de 18 anos - Alfred Guttman - vencedor de duas: 100 metros (1:22.2) e os 1.500 metros (18:22.2); a terceira prova, 500 metros, foi vencida pelo austríaco Paul Newman (8:12.6).  

Em 1908 foi criada a Fédération lnternationale de Natation Amateur (FINA) para regulamentar e controlar o esporte em nível internacional. Quatro anos após essa data o bronzeado e ágil havaiano Duke Kahanamoku dava início à hegemonia norte-americana nas disputas internacionais. Kahanamoku venceu a prova dos 100 metros nas Olimpíadas de Estocolmo, e por mais de uma década foi insuperável nas provas de velocidade. Outros grandes campeões norte-americanos o seguiram: Johnny Weis­smuller e Suster Crabbe ambos se popularizaram desempenhando o papel ideológico de Tarzan, Eleanor Holm, Esther Williams, e nomes como Don Schollande`r, Mark Spitz, Rick De-Mont, Debbie Meyer e Sue Pederson. De modo geral os Estados Unidos da América mantêm-se uma grande força esportiva da natação mundial, seguidos das nações Austrália, Inglaterra, Japão, Hungria e Alemanha e a FINA que estabelece todas as normas para as provas de natação. Em 1968 esta entidade estabeleceu as distâncias para várias provas masculinas e femininas. São as seguintes: Nado Livre - 100, 200, 400, 800, 1.500 metros e revezamento 4 x 100 para mulheres e 4x 200 para homens; Nado de Peito - 100 e 200 metros; Nado Borboleta - 100 e 200 metros; Nado de Costas - 100 e 200 metros; Medley - 200 e 400 metros (individual) e 4 x 100 metros com revezamento. Medley tem como representação uma modalidade de natação que consiste na junção dos quatro estilos de nado: crawl, costas, peito e borboleta. As provas podem ser disputadas individualmente ou em revezamento, nas categorias sociais masculino, feminino ou misto. Em 1975 esta mesma entidade baixou norma padronizada, no sentido de que só serão reconhecidos os recordes mundiais batidos em piscinas de 50 metros construídas segundo os padrões de consagração internacionais. Até então, em distâncias abaixo de 800 metros, se reconheciam recordes batidos em piscinas de no mínimo 25 jardas (22, 86 metros).

A atividade foi algum tempo reconhecida como “morey boogie”, referência ao inventor social da prancha, o norte-americano Tom Morey. Uma prancha padrão de bodyboarding consiste numa peça curta e retangular de material sintético hidrodinâmico, por vezes contendo uma tira ligada ao centro da prancha chamada leash ou stringer. Tom Morey, porém, não é responsável pela invenção da arte ou estilo de descer ondas deitado sobre uma pequena prancha. Existem relatos etnográficos datados do século XV demostrando polinésios surfando deitados e de “proto-dropknee”. Essas pequenas tábuas rudimentares “alaias”, em polinésio eram consideradas “pranchas do povo”, já que apenas à realeza era permitido surfar em pé, isto é, sobre pranchas maiores, chamada de “olhos” - o que se conferia ao surfe em pé o status de “esporte dos reis, por outro comprovaria que há mais de quinhentos anos o bodyboarding é a maneira “mais comum de correr a onda”. De volta ao século XX, mais ainda antes de Morey, diversos tipos desportivos de “belly boards” (pranchas de barriga, literalmente) foram utilizados: as planondas de madeira, reconhecidas no Hawaii por “paipo boards”, pranchas de isopor e colchões plásticos infláveis. Todavia, coube a Tom Morey o mérito de transformar uma brincadeira de praia em esporte ultrarradical (bodyboarding) com centenas de milhares de praticantes por todo o mundo e uma indústria cultural (cf. Adorno, 2021) que movimenta milhares de dólares em equipamentos, campeonatos e massmídia. Tom Morey nascido em Detroit, Michigan, em 15 de agosto de 1935, é um engenheiro, músico e surfista norte-americano.

É responsável por muitas inovações tecnológicas de design de forte impacto social e econômico no desenvolvimento de equipamentos de surfe moderno. Sua contribuição mais importante para o esporte foi a invenção da prancha moderna de bodyboarding. E usam os chamados “pés de pato” para proporcionar uma propulsão adicional e controle da prancha. Como o bodyboard é um desporto praticado exclusivamente no mar é comum a utilidade de uso de trajes de Neoprene com uma espessura suficientemente grossa, para o praticante não sentir frio. Praticantes mais experientes passam na prancha, antes de cada utilização, um tipo de cera, semelhante a plasticina quando está seca. Isto serve para criar atrito entre a prancha e o traje, de modo em que não escorregue do corpo do bodyboarder. Inegavelmente que o bodyboard tem como representação a prancha de entrada dos que se tornam surfistas no chamado surf em pé. Do ponto de vista técnico-metodológico existem diversas manobras que se pode executar em uma prancha de bodyboard: - Cutback: O praticante sobe ao lip da onda e faz uma curva, voltando para a espuma da onda. - 360º: O praticante executa um giro de 360 graus na direção ao lado natural da onda. - 360º invertido: O praticante executa um giro de 360º para o outro lado. - El Rollo: O praticante surfista vai em direção a crista da onda (lip) e executa com habilidade um giro lateralmente em direção a onda.

Essa é a manobra mais característica do bodyboard. - Invert: O praticante vai em direção a crista da onda (lip) e inverte a prancha no ar. - Air roll spin (ARS): O praticante vai em direção a crista da onda (lip) e executa uma mistura de El Rollo com um 360º no ar atmosferico, essa é uma manobra bem plástica. - BackFilp: O praticante vai em direção a crista da onda (lip) e executa um “mortal” para trás. - Air reverse: O praticante vai em direção a crista da onda (lip) e executa um 360º invertido no ar. - 360º Aéreo: O praticante vai em direção a crista da onda (lip) e executa um 360º no ar. Os inventores do conceito do “pé de pato” são Giovanni Alfonso Borelli (1608-1679) e Leonardo da Vinci (1452-1519). Entretanto, durante a juventude, Benjamin Franklin (1706-1790) fez um par de pés de pato e começou a nadar com eles no Rio Charles, no estado de Massachusetts, que corre na direção Nordeste, nascendo em Hopkinton e desaguando na abra denominada Boston Harbor, no golfo do Maine, oceano Atlântico, e perto de Boston, a capital e a maior cidade de Massachusetts. Fundada em 1630, é uma das mais antigas cidades dos Estados Unidos da América, onde ele morava; tendo feito a armação de forma inovadora tecnologicamente sobre pedaços finos de madeira, adquirindo uma impulsão maior sobre a água. Louis de Corlieu (1888-1967) na França, e Owen Churchill (1895-1985) na América do Norte, trabalhando independente do outro, foram os dois primeiros inventores a fazer pés de pato práticos.

O pintor francês Paul Gauguin (1848-1903) viveu no Tahiti no período de 1890 e pintou muitos temas tahitiano. A cidade de Papeari tem um pequeno museu da obra o pintor. O pintor parte para o Tahiti em busca de novos temas e para se libertar dos condicionamentos sociais da Europa. Suas telas surgem carregadas da iconografia exótica do lugar, e não faltam cenas que demonstram um erotismo natural, fruto, segundo reconhecidos do pintor, de sua paixão pelas nativas. A cor adquire mais preponderância, sendo representada pelos tons irradiados vermelhos intensos, amarelos, verdes e violetas. Morou durante um tempo socialmente em Pont-Aven, na Bretanha, onde sua arte amadureceu. Posteriormente, morou no Sul da França, onde conviveu com Vincent Van Gogh (1853-1890). Numa viagem à Martinica, em 1887, Gauguin passou a renegar o impressionismo e a empreender o “retorno ao princípio”, ou seja, à arte primitivista. Tinha ideia de voltar ao Tahiti, porém não dispunha de recursos financeiros. Então, com o auxílio solidariamente de amigos, também artistas, organizou um grande leilão de suas obras. Colocou-as, à venda, a partir de um lote com cerca de 40 peças. 

Eugène-Henri-Paul Gauguin (1848-1903) foi um pintor francês do pós-impressionismo. O autorretrato com auréola, de 1889 é segundo o pintor, o seu melhor trabalho. Gauguin nasceu em Paris, viveu até sete anos em Lima, no Peru, para onde os seus pais, um jornalista francês e uma escritora peruana, mudaram-se após a chegada de Napoleão III ao poder. O seu pai pretendia trabalhar em um jornal da capital peruana, porém, durante uma terrível viagem de navio, teve complicações de saúde e faleceu. Assim, o futuro pintor desembarcou em Lima apenas com a sua mãe e com a sua irmã. Quando voltou para o seu país natal, em 1855, Gauguin estudou em Orléans e, aos 17 anos, ingressou na marinha mercante e correu o mundo. Trabalhou em seguida numa corretora de valores parisiense e, em 1873, casou-se com a dinamarquesa Mette Sophie Gad (1850-1920), com quem teve cinco filhos.  Aos 35 anos, após a quebra da Bolsa de Paris, tomou a decisão mais importante de sua vida: dedicar-se totalmente à pintura. Começou, assim, uma vida de viagens e boêmia que resultou numa produção artística singularmente e determinante das vanguardas do século XX. Ao contrário de muitos pintores, não se incorporou ao movimento impressionista. Expôs pela primeira vez em 1876. Mas não seria uma vida fácil e nada ocorre ao acaso, tendo atravessado dificuldades econômicas, problemas conjugais, privações e doenças. Foi para Copenhagen, onde ocorreu o rompimento de seu casamento. Sua obra, longe de poder ser enquadrada em movimento, foi singular como Van Gogh ou Paul Cézanne.

Apesar disso, teve seguidores e pode ser considerado o fundador do grupo Les Nabis, que, mais do que um conceito artístico, representava “uma forma de pensar a pintura como filosofia de vida”. Les Nabis, ou simplesmente Nabis, foi um grupo de jovens artistas pós-impressionistas vanguardistas da última década do século XIX. Paul Sérusier impulsionou Les Nabis, arranjou o nome e a grande influência, Paul Gauguin. A palavra Nabi deriva do hebraico, da palavra profeta. Pierre Bonnard e Edouard Vuillard tornaram-se os mais conhecidos do grupo, mas na altura estavam um pouco afastados dos restantes membros. Conheceram-se na Académie Julian, e depois em casa de Paul Ranson, e chegaram à conclusão que uma obra de arte é o produto final da expressão visual e sentimental do artista. Receberam muitas influências simbolistas. Abriram caminho às obras abstratas prematuras e à arte não figurativa. Entre o grupo estava Maurice Denis, cujos trabalhos jornalísticos fizeram publicidade a Les Nabis. Tinha uma definição para arte produzida pelo grupo, que se aproximava bastante da realidade — “uma superfície lisa coberta de cores organizadas”. As suas Théories (1920; 1922) levaram a arte Nabis muito para além da sua extinção devido ao Fauvismo e Cubismo.

Suas primeiras obras tentavam captar a simplicidade da vida no campo, algo que ele consegue com a aplicação arbitrária das cores, em oposição a qualquer naturalismo, como demonstra o seu famoso Cristo Amarelo (1889). As cores se estendem planas e puras sobre a superfície, quase decorativamente. O pintor parte para o Tahiti em busca de novos temas e para se libertar dos condicionamentos da Europa. Suas telas surgem carregadas da iconografia exótica do lugar, e não faltam cenas que mostram um erotismo natural, fruto, segundo conhecidos do pintor, de sua paixão pelas nativas. A cor adquire mais preponderância, sendo representada pelos vermelhos intensos, amarelos, verdes e violetas. Morou durante algum tempo em Pont-Aven, na Bretanha, onde sua arte amadureceu. Posteriormente, morou no Sul da França, onde conviveu com Vincent Van Gogh. Numa viagem à Martinica, em 1887, Gauguin passou a renegar o impressionismo e a empreender o “retorno ao princípio”, ou seja, à arte primitivista. Tinha ideia de voltar ao Tahiti, porém não dispunha de recursos financeiros. Então, com o auxílio de amigos, também artistas, organizou um grande leilão de suas obras. Colocou, à venda, cerca de 40 peças. A maioria foi comprada pelos próprios amigos de Gauguin, como Theo van Gogh, irmão de Vincent van Gogh, que trabalhava para a Casa Goupil que trabalhava com obras de arte. Autorretrato com auréola, segundo o pintor, o seu melhor trabalho. A maioria foi comprada pelos amigos, como por exemplo Theo van Gogh, irmão de Vincent van Gogh, que trabalhava para La Maison Goupil, um estabelecimento merceológico que trabalhava com representação obras de arte. Tendo conseguindo arrecadar 7 350 francos franceses, em meados de 1891, depois de se despedir da esposa e da família em Copenhagen, regressou ao Tahiti, onde pintou cerca de uma centena de quadros sobre arquétipos indígenas, como são exemplares “Vahiné no te tiare” (1891) e “Mulheres de Taiti” (1891), inúmeras esculturas e escrever um livro, Noa Noa.

O projeto Noa Noa, que tem como significado “muito perfumado”, foi criado por Paul Gauguin no outono de 1893 tendo como representação social como uma homenagem ao Tahiti, suas luzes e fragrâncias. Quando voltou a Paris, realizou uma exposição individualmente na galeria de Durand-Ruel e voltou ao Tahiti, mas fixou-se na ilha Dominique, a mais setentrional das Ilhas de Barlavento, embora às vezes tenha sido considerada a mais meridional das Ilhas de Sotavento. Nessa fase, criou algumas de suas obras mais importantes, como ocorre com a expressiva tela “De onde viemos? O que somos? Para onde vamos?”, realizada entre 1897 e 1898 no Tahiti. A obra é considerada uma das mais importantes de Gauguin e encontra-se atualmente no Museu de Belas Artes de Boston, Estados Unidos da América. É uma tela enorme que sintetiza, por assim dizer a sua exegese na arte (cf. Braga, 2015), realizada antes da frustrada tentativa de suicídio utilizando arsênio. Em setembro de 1901, transferiu-se para a ilha Hiva Oa, uma das Ilhas Marquesas, onde veio a falecer devido à contaminação de sífilis, uma infecção sexualmente transmissível que neste período de populações migratórias se tornara causada pela infecção da bactéria Treponema pallidum. O musicista consagrado Zé Ramalho utiliza a expressão. Descansa o “corpo” no cemitério de Atuona, no Arquipélago das Marquesas, na Polinésia Francesa.

A arte de autorrrealização do surfe, reconhecida como he’e ‘ana na língua havaiana, foi pela primeira vez registrada por exploradores europeus em 1767 no Taiti. O surfe era uma parte central da antiga cultura polinésia e antecede o contato social europeu. O chefe (Ali’i) era tradicionalmente o surfista mais habilidoso da comunidade e com a melhor prancha feita da melhor madeira. A classe dominante tinha as melhores praias e as melhores pranchas; aos súditos não eram permitidas as mesmas praias, mas poderiam ganhar reconhecimento por sua capacidade em surfar nas suas próprias pranchas mais simples. No Taiti e Samoa, o surfe era passatempo popular e também era usado como treinamento de guerreiros. No Havaí, o surfe tornou-se um passatempo espiritual enraizando-se na própria religião e cultura dos havaianos. Os samoanos referiam-se a surfar como fa’ase’e ou se’egalu. Em Tonga, um país da Oceania, integrante da Polinésia e formado pela união de 177 ilhas de mesmo nome, também conhecidas como Ilhas Amigáveis, o surfe também é reconhecido como uma antiga prática, dada sua presença na tradição oral. As extraordinárias tábuas de surfe foram inventadas num processo de trabalho e método de interversão do homem no Havaí, onde eram reconhecidas como a simbólica papa he`e nalu na língua havaiana. 

         Tonga, oficialmente Reino de Tonga, é um país da Oceania, integrante da Polinésia e formado pela união de 177 ilhas de mesmo nome, também reconhecidas como Ilhas Amigáveis, das quais 36 são habitadas. Através de seu território marítimo, faz fronteira ao Norte com o território ultramarino francês de Wallis e Futuna e com Samoa; a Nordeste com a Samoa Americana; a Leste com os territórios de Niue e das Ilhas Cook, pertencentes à Nova Zelândia; e a Oeste com Fiji. Ao Sul, as ilhas mais próximas são as Kermadec, também sob domínio da Nova Zelândia. A sua capital é Nucualofa, que também é o principal centro urbano. Com área de 747 km², Tonga é o 172º maior país do mundo em área territorial. Sua população é ligeiramente superior aos 100 mil habitantes, colocando o reino na 178ª posição entre os países mais populosos e resultando numa densidade demográfica de 153 hab./km². O arquipélago de Tonga foi visitado e explorado pelos neerlandeses Willem Schouten e Jacob Le Maire, em 1616. Em 1900 tornou-se um protetorado britânico. Em 1970, a Independência à ilha, que se tornou membro da Organização das Nações Unidas (ONU), do Secretariado da Comunidade do Pacífico, antes Comissão do Pacífico Sul e Fórum das Ilhas do Pacífico. É uma monarquia constitucional, chefiada pelo rei Tupou VI, no poder desde 2012. 

     Em muitas línguas polinésias a palavra Tonga significa Sul. Provavelmente, o arquipélago recebeu este nome devido à sua localização geográfica ao Sul das ilhas de Samoa. Mas, para os tonganeses a representação do nome significa “jardim”. Evidências arqueológicas demonstram que os primeiros colonos de Tonga chegaram navegando das Ilhas Santa Cruz que politicamente são parte das ilhas Salomão, mas seu ecossistema de florestas úmidas é o mesmo de Vanuatu que nas primeiras migrações do povo ancestral reconhecido como Lápita, os descendentes diretos atualmente do povo são os melanésios para o crescente Fiji-Tonga-Samoa, berço da cultura polinésia, em 1 500 a.C. Chegaram em Tonga em alguma data entre o ano 1 500 a.C. e o ano 1 000 a.C.  Os Lápitas eram um povo avançado, que vivia da pesca e da horticultura, navegava e produzia cerâmica. Esse povo viveu e se reproduziu durante mil anos nas ilhas de Tonga, Samoa, e Fiji, antes de colonizadores descobrirem o Arquipélago das Marquesas, o Taiti e o restante das ilhas do Pacífico Sul, isto é: Australásia, área que inclui a Austrália, Nova Zelândia, Nova Guiné e outras ilhas no Leste da Indonésia, e, Oceania, região geográfica e geopolítica de muitos territórios insulares no oceano Pacífico Sul. Por esses motivos, as ilhas de Tonga, Samoa e Fiji são reconhecidas como o “berço da cultura e civilização da Polinésia”.

Eram normalmente feitas de madeira de árvores locais, como as koa, e tinham frequentemente mais de 15 pés (5 metros) de comprimento e bastante pesadas frente às atuais. O desenho foi avançando ao longo do decorrer dos anos e incorporando-se uma ou mais alhetas (quilhas) na parte traseira inferior para melhorar a estabilidade direcional e muitas outras melhorias na sua forma e materiais. Dessa maneira, as tábuas modernas estão feitas de espuma de poliuretano ou poliestireno coberto com capas de fibra de vidro e de resina de poliéster ou epóxi, um piso monolítico, isto é, sem emendas, sem rejunte, porém com pouco brilho, mas por outro lado sendo muito resistente e, quando aplicado corretamente na superfície, não desplaca, não racha e não trinca. Muito se confunde o piso epóxi, um revestimento de piso feito a partir de uma mistura de resina epóxi e catalisador com o chamado porcelanato líquido. Em 11 de agosto de 1911, Duke Kahanamoku foi cronometrado em 55,4 segundos nas 100 jardas (91 metros) de estilo livre, batendo o recorde mundial existente por 4,6 segundos, na água salgada do porto de Honolulu. Ele também quebrou o recorde nas 220 jardas (200 metros) e igualou nas 50 jardas (46 metros). A Associação Atlética Amadora (AAU), incrédula, diante da atividade cognitiva e praticamente criadora, não reconheceria esses feitos até muitos anos depois. A AAU alegou que os juízes deviam usar “despertadores”, em vez de cronômetros, e, per se alegou que as correntes oceânicas ajudaram Kahanamoku.

Duke Kahanamoku nasceu em Oahu, em 24 de agosto de 1890 e faleceu em Honolulu, em 22 de janeiro de 1968. Foi um nadador, ator e surfista havaiano. Ele foi um dos idealizadores do surf moderno. Foi nos Jogos Olímpicos de Verão de 1912 em Estocolmo, como nadador, que começou a conquistar suas glórias olímpicas, que continuaram durante a Primeira Guerra Mundial (1814-1918) e foram testadas mais uma vez nos Jogos Olímpicos de Verão de 1920 em Antuérpia e 1924 em Paris. No total, foram 5 medalhas conquistadas, sendo três de ouro e duas de prata. Duke largou a carreira de desportista depois dos Jogos Olímpicos de 1924, mas no Havaí continuou muito famoso. É um arquipélago vulcânico isolado no Pacífico Central. Suas ilhas são reconhecidas pelas paisagens acidentadas compostas de penhascos, cachoeiras, florestas tropicais e praias com areia dourada, vermelha, preta e até mesmo verde. Das seis ilhas principais, Oahu tem a maior cidade e capital do Havaí, Honolulu, que abriga a praia de Waikiki, em formato de lua crescente, e os memoriais da 2ª guerra mundial (1939-1945), em Pearl Harbor. Ele transformou o arquipélago, até o momento pouco reconhecido, no lar mundialmente famoso do surf. Antes de morrer, em 1968, ainda foi estrela de cinema e lançou uma grife de surfistas. Por sua causa, o surf espalhou-se pelo mundo e tornou-se um desporto muito praticado e famoso. Nos Jogos Olímpicos da Antuérpia de 1920, Kahanamoku, então com 30 anos de idade, tornou-se o nadador “mais velho a ganhar uma medalha de ouro olímpica em provas individuais da natação”. Este recorde etário só é superado 96 anos depois, por Michael Phelps, que conquistou um ouro com 31 anos.

Ele foi iniciado na maçonaria, aprovado e elevado ao grau sublime de Mestre Maçom na Loja Maçônica Havaiana e também era um nobre (membro) da organização fraterna Shriners. É a reunião dos maçons, independente se estão no templo nos trabalhos maçônicos. É o conjunto de maçons que formam um quadro de obreiros. Os iniciados e filiados que estão ligados e criam uma comunidade com encontros regulares, cargos e projetos. A Loja independe do Templo, mas é no espaço físico do Templo que a Loja pratica as ritualísticas que compõem o método maçônico para estudar e praticar a filosofia e o que lhe é o próprio simbolismo. Mas ainda há divergências conceituais entre os teóricos maçônicos. Os Jogos Olímpicos de Verão de 1912 realizaram-se em Estocolmo, capital da Suécia, entre 5 de maio e 27 de julho com 2407 atletas de 28 nações, com a participação de apenas 48 mulheres. Abertos oficialmente pelo Rei Gustavo V, os já bastante concorridos, prestigiados e famosos Jogos foram um modelo da eficiência sueca e o primeiro a que compareceram atletas de todos os cinco continentes representados na bandeira olímpica. Gustavo V foi rei da Suécia de 1907 até sua morte em 1950. Era o filho mais velho do rei Óscar II da Suécia e Noruega e da princesa Sofia de Nassau. Dotados de estrutura nunca antes vista, estes foram os primeiros Jogos que utilizaram um moderno sistema de som com alto-falantes espalhados pelo Complexo Olímpico e pela cidade, para informar a todos sobre os resultados individualizado de cada esporte.

Estocolmo usou pela primeira vez um sistema de fotografias e cronometragem semi-eletrônica, para marcação simultânea da relação estabelecida entre os sucessivos tempos e movimentos de sincronização na natação e atletismo. Foram os primeiros a enfatizar a cerimônia coreografada de Abertura do evento, antecipando a entrada das delegações nacionais, realizada por 200 jovens vestidos de branco na área central do gramado do Estádio Olímpico. Esta foi a última edição em que as formas das medalhas douradas foram inteiramente confeccionadas de ouro. Portugal fez nesta edição a sua estreia nos Jogos Olímpicos de 1912, onde um atleta de sua delegação teve a fatalidade de proporcionar a mais triste nota da competição: o jovem fundista Francisco Lázaro (1889-1912), carpinteiro de apenas 21 anos, morreu de desidratação, seguida de ataque cardíaco após correr 30 km da Maratona e abandonar a prova. A primeira representação portuguesa nos Jogos Olímpicos era constituída por Armando Cortesão, Antônio Stromp e Francisco Lázaro, no atletismo, os lutadores Joaquim Vital e Antônio Pereira e o esgrimista Fernando Correia, chefe da delegação portuguesa. Lázaro foi o porta-estandarte na Abertura dos jogos a 5 de maio de 1912. Outros pioneiros portugueses participaram no atletismo, luta e esgrima, sem obter o pleno sucesso almejado. 

Se olharmos o oceano de cima para baixo, de um ponto mais elevado numa costa qualquer, vemos o padrão horizontal de cristas de onda que se aproximam dela. E podemos então notar que, seja lá de que direção as ondas venham, elas acabam por se ir encurvando ao chegar mais perto da costa de modo a chegarem à praia numa direção quase perpendicular a ela, mas raramente exatamente perpendicular. O que se passa no tempo é que, quando uma onda se aproxima da costa numa direção que faz um determinado ângulo com a perpendicular à costa, as partes mais próximas da costa “sentem” o fundo mais cedo e, nessas partes, a velocidade de propagação das ondas diminui. À medida que cada parte da crista da onda vai sentindo o fundo, as partes que o sentiram antes vão diminuindo cada vez mais a sua velocidade. Deste modo e de forma contínua a linha da onda vai sendo encurvada: um fenômeno a que se chama “refração das ondas”, por ser similar ao que se passa com os raios de luz na refração óptica. E é isto que faz com que as ondas acabem por chegar à praia numa direção quase perpendicular a ela e rebentem de um modo quase paralelo à costa. Na refração, passa-se algo de parecido com “uma fila de soldados” que vira uma esquina em formação, com os soldados que estão mais perto da esquina a andarem mais devagar e os que estão longe dela a andarem mais depressa.

Se uma onda encontra uma parte da costa mais saliente, como um promontório, a parte que a “sente” primeiro diminui mais depressa de velocidade e as outras partes, de ambos os lados, seguem em frente, mas vão sendo encurvadas e vão acabar por rebentar de cada um dos lados dessa saliência quando os soldados em frente ao promontório param e os outros atacam-no rodeando-o de ambos os lados. As ondas convergem nessas partes mais salientes e ao rebentar gastam nelas a maior parte da sua energia, causando mais erosão do que nas outras partes da costa. Nas baías, a refração faz com que as ondas divirjam e a energia aí despendida seja mínima, tornando as baías mais calmas. As partes salientes das costas “chamam as ondas”. E a energia das ondas é assim distribuída de forma ir tornando a linha de costa cada vez mais retilínea. As ondas provocadas pelos ventos das tempestades podem ser na maioria dos casos extremamente destrutivas.  Chegam por vezes a conseguir levantar estruturas de mais de 2000 toneladas. Mas as ondas mais destrutivas estão as associadas aos maremotos, tsunami e ondas marítimas, com a propagação de ondas em elevado grau de velocidade no ambiente marinho, em função da ocorrência de algum sismo ou atividade tectônica sob o relevo submarino.

Um tsunâmi pode ser gerado quando os limites de placas tectônicas convergentes ou destrutivas se movem abruptamente e deslocam verticalmente a água sobrejacente. É muito improvável que esses movimentos possam formar-se em limites divergentes (construtivo) ou conservativos das placas tectônicas. Isso ocorre porque esses limites em geral não perturbam o deslocamento verticalmente da coluna de água. Sismos relacionados à zona de subducção geram a maioria dos tsunâmis. Pesquisadores em 2017 descobriram que o movimento horizontal do fundo do mar inclinado durante um terremoto subaquático pode dar a tsunâmis um impulso crítico. Os cientistas assumiam anteriormente que o movimento vertical contribuía com a maior parte da energia de um tsunâmi. Entetanto, têm uma pequena amplitude (altura da onda) em alto mar e um comprimento de onda muito longo, considerando muitas vezes centenas de quilômetros de comprimento, e por isso geralmente passam despercebidos no mar, formando apenas uma ligeira ondulação de normalmente cerca de 300 milímetros ou 12 polegadas, acima da superfície normal do mar. Eles crescem em altura quando atingem águas mais rasas, em um processo de empolamento da onda. Enquanto fenômeno um tsunâmi pode ocorrer em um estado de maré e mesmo na maré baixa pode inundar áreas costeiras.

Bibliografia Geral Consultada.

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