“É horrível assistir à agonia de uma esperança”. Simone de Beauvoir
Em 1909, o avô materno de Simone de Beauvoir (1908-1986), Gustave Brasseur, presidente do Banco Meuse, faliu, jogando “toda a sua família em desonra e pobreza”. Georges não recebeu o dote devido por casar-se com Françoise, e a família teve que se mudar para um apartamento menor. Georges Bertrand de Beauvoir (1878-1941) teve de voltar ao trabalho, embora o trabalho não lhe agradasse. A família lutou durante toda a infância das meninas para manter seu lugar de classe e estamento na alta burguesia, e Georges dizia frequentemente: “Vocês, meninas, nunca vão se casar, porque vocês não terão nenhum dote”. Beauvoir sempre esteve consciente de que seu pai esperava ter um filho, ao invés de duas filhas. Ele afirmava: - “Simone pensa como um homem!” o que a agradava muito, e desde pouca idade Beauvoir distinguiu-se nos estudos, como ícone do pensamento filosófico feminista in statu nascendi (1942) e uma das principais representantes do movimento existencialista francês do século XX. Georges de Beauvoir passou seu amor pelo teatro e pela literatura para sua filha. Ele ficou convencido que o sucesso acadêmico poderia tirar as filhas da pobreza. Hélène de Beauvoir (1910-2001) tornou-se uma pintora. Do ponto de vista histórico e sociológico da formação culturalmente ela se tornou uma “adolescente desajeitada”, dedicada aos livros e à aprendizagem, e preferiu ignorar a questão motivacional relacionada aos esportes, porque ela entendia que não era nada atlética e cada pessoa, busca determinada coisa, cada motivação social diferente para se realizar no mundo contemporâneo. Ela e sua irmã foram educadas no Institut Adeline Désir, ou melhor, Cours Désir, “uma escola católica para meninas, algo que era desprezado pelos intelectuais da época”.
O
Cours Désir, também parte da “Escola Abbaye” da década de 1960, fundada como
estabelecimento católico privado em Paris, fundada em 1853 e fundada em 1992.
Mas então, nossa escola Stanislas reservada para crianças e filhos da antiga
Borgonha Parisien, entre nossas ex-alunas Colette Peignot, Simone de Beauvoir,
Hélène de Beauvoir, Juliette Benzoni, Marguerite-Marie Dubois, Perrine
Rouillon, etc. As escolas católicas para meninas eram vistas como lugares
praticados onde as jovens aprendiam uma das duas alternativas abertas às
mulheres: ou se prepararam para o casamento ou um descobrem a vocação para o
convento. Sua mãe, que Beauvoir considerava uma intrusa espiando cada movimento
seu, frequentou aulas com elas, sentada atrás delas, como se esperava que a maioria
das mães fizessem. Lá Beauvoir conheceu sua melhor amiga, Elisabeth Le Coin
(1907-1929), a ZaZa, nas memórias de Beauvoir. Aliás, Simone de Beauvoir amou a
escola e se formou em 1924 com “distinção”. Aos 15 anos, Beauvoir já havia
decidido que seria uma escritora. Jacques Champigneulle (1907-1955) tornou-se
mentor intelectual e amigo que sua mãe esperava que fosse cortejá-la e se
casar. Geraldine Paro (GéGé) e Estepha Awdykovicz (Stépha) tornaram-se amigas.
Após passar nos exames para o ingresso no curso de bacharelado em Matemática e
Filosofia, estudou Matemática no Instituto Católico e Literatura e Línguas no
Instituto Sainte-Marie, e Filosofia na extraordinária Universidade de Paris.
Em 1929, quando na Sorbonne, Beauvoir fez uma apresentação sobre Leibniz. Lá, ela conheceu outros jovens, incluindo Maurice Merleau-Ponty (1908-1961), René Maheu (1905-1975) e Jean-Paul Sartre (1905-1980) que sugeriu aos outros dois que Simone, então com 21 anos, fizesse uma apresentação privada de Gottfried Leibniz para ajudá-los nas provas. Enquanto na Sorbonne, Maheu deu a Beauvoir o apelido que lhe acompanharia ao longo da vida, Castor, dado a ela por causa do “forte trabalho ético do animal”. Em 1929, na idade de 21, Beauvoir se tornou “a pessoa mais jovem a obter o Agrégation na filosofia, e a nona mulher a obter este grau”. No exame final, ficou em segundo lugar; Sartre, 24 anos, foi o primeiro, mas ele havia sido reprovado em seu primeiro exame. O júri do Agrégation discutiu sobre a possibilidade de dar a Jean-Paul Sartre ou a Simone de Beauvoir 1° lugar na competição do ensino de pós-graduação em prestigiada universidade. No final, concederam a Sartre. Sua amizade com Elizabeth Mabille (“Zaza”) foi rompida com a morte precoce de Zaza. Simone narrou esse episódio de sua vida, em seu primeiro livro autobiográfico, Memórias de Uma Moça Bem-comportada, publicado em 1958, representa a primeira parte da obra autobiográfica em que critica os valores burgueses, onde descreve a sua educação numa família de classe média, sem dinheiro e sem relações, e a sua mudança da vida, graças à literatura, à filosofia e a novas amizades. Move-a um desejo de intervenção filosófica e de que a sua vida seja útil. Sem temor escolher o seu próprio destino e de se tornar alguém. Escolhe a filosofia e com ela uma forma determinada de interpretação do mundo.
Sem memória assente, nossa civilização caminha desnorteada, pois não reconhece seu passado, não tem consciência em seu presente, e não projeta perspectiva no futuro. A rejeição social ocorre quando um indivíduo é deliberadamente excluído de uma relação social ou interação social. Embora os seres humanos sejam seres sociais, algum nível de rejeição é parte inevitável da vida. No entanto, a rejeição pode se tornar um problema quando é prolongada ou consistente, quando o relacionamento é importante ou quando o indivíduo é altamente sensível à rejeição. A rejeição por um grupo inteiro de pessoas pode ter efeitos especialmente negativos, especialmente quando resulta em isolamento social. A experiência da rejeição pode levar a uma série de consequências psicológicas adversas, como solidão, baixa autoestima, agressão e depressão. Também pode levar a um sentimento de insegurança e a uma maior sensibilidade à rejeição futura, ou seja, um conjunto de fatos relacionados a um tempo que há de vir. A rejeição pode ser emocionalmente dolorosa devido à natureza social dos seres humanos e a tout court a necessidade de interação social entre outros seres humanos é essencial. Abraham Maslow (1908-1970) e outros teóricos sugeriram a necessidade de amor e pertencimento é uma motivação humana fundamental. Para Maslow os seres humanos, mesmo os introvertidos, “precisam ser capazes de dar e receber afeto para serem psicologicamente saudáveis”.
A
consciência, quando pensa o conteúdo, o destrói como um ser alheio; mas
o conceito é conceito determinado e justamente essa determinidade é o alheio
que o conceito possui nele. Esta unidade
do existente, o que existe, e do que é em si é o essencial da evolução. É um
conceito especulativo, esta unidade do diferente, do gérmen e do desenvolvido.
Ambas estas coisas são duas e, no entanto, uma. É um conceito da razão. Por
isso só todas as outras determinações são inteligíveis, mas o entendimento
abstrato não pode conceber isto. O entendimento fica nas diferenças, só pode
compreender abstrações, não o concreto, nem o conceito. Resumindo, teremos uma
única vida a qual está oculta. Mas depois entra na existência e separadamente,
na multiplicidade das determinações, e que com graus distintos, são
necessárias. E juntas de novo, constituem um sistema. Essa representação é uma
imagem da história da filosofia. O primeiro momento era o em si da realização,
e em si do gérmen etc. O segundo é a existência, aquilo que resulta. Assim, o
terceiro é a identidade de ambos, mais precisamente agora o fruto da evolução,
o resultado de todo este movimento. E a isto Friedrich Hegel (1770-1831) chama “o ser por
si”. É o “por si” do homem, do espírito mesmo. Somente o espírito chega a ser
verdadeiro por si, idêntico consigo. O que o espírito produz, seu objeto de
pensamento, é ele mesmo. Ele é um desembocar em seu outro. O desenvolvimento do
espírito é um desprendimento, um desdobrar-se, e por isso, ao mesmo tempo, um
desafogo.
No
que toca mais precisamente a um dos lados da educação, melhor dizendo, à
disciplina, não se há de permitir ao adolescente abandonar-se a seu próprio
bel-prazer; ele deve obedecer para aprender a mandar. A obediência é o começo
de toda a sabedoria; pois, por ela, a vontade que ainda não conhece o
verdadeiro, o objetivo, e não faz deles o seu fim, pelo que ainda não é
verdadeiramente autônoma e livre, mas, antes, uma vontade despreparada, faz que
em si vigore a vontade racional que lhe vem de fora, e que pouco a pouco esta
se torne a sua vontade. O capricho deve ser quebrado pela disciplina; por ela
deve ser aniquilado esse gérmen do mal. No começo, a passagem de sua vida ideal
à sociedade civil pode parecer ao jovem como uma dolorosa passagem à vida de filisteu.
Até então preocupado apenas com objetos universais, e trabalhando só para si
mesmo, o jovem que se torna homem deve, ao entrar na vida prática, ser ativo
para os outros e ocupar-se com singularidades, pois concretamente se se deve
agir, tem-se de avançar em direção ao singular. Nessa conservadora produção e
desenvolvimento do mundo consiste no trabalho do homem. Podemos, pois, de um
lado dizer que o homem só produz o que já existe. É necessário que um progresso
individualmente seja efetuado. Mas o progredir socialmente no mundo só pode ocorrer
nas massas, e só se faz notar em uma grande soma de coisas produzidas. Ipso
facto, a consciência moral não pode renunciar à felicidade.
A história das ideias nos Estados Unidos da América teve seu início somente no século XVIII. No século anterior, os primeiros colonizadores investiram nas tarefas imediatas da prática; no nível de domínio das ideias religiosas, contentavam-se com o calvinismo puritano, transplantado da velha Europa. Mas é neste século que surgiram as primeiras reflexões teóricas com as quais Jonathan Edwards que defende o “idealismo imaterialista”, enquanto Samuel Johnson, influenciado por George Berkeley, preocupa-se em criticar o materialismo de orientação newtoniana. Por outro lado, como veremos un passant, Benjamin Franklin, notável por suas contribuições científicas para a teoria da eletricidade, acreditava nas condições e possibilidades de explicação totalmente mecânica dos fenômenos naturais. Além de Franklin, outros foram influenciados pelo raciocínio iluminista, que dominava os principais centos de irradiação do pensamento europeu. Nesse quadro em que a consciência despertava, ganharam particular relevo as ideias políticas, vinculadas intimamente ao processo revolucionário que conduzia à Proclamação da Independência norte-americana. Em 1783, sete anos após a Declaração de Independência dos Estados Unidos foi declarada no dia 4 de julho de 1776 e colocou fim ao vínculo colonial que existia entre as Treze Colônias e a Inglaterra, a Giant nação imperialista. Com essa conquista transformaram-se na primeira nação do continente americano a ter sua Independência política. E comparativamente o Haiti, a primeira República negra do Novo Mundo (cf. Roupert, 2011). O único vínculo institucional que unia os treze Estados norte-americanos eram Confederation Articles, firmados em 1782.
A
debilidade do Congresso norte-americano e a autonomia dos Estados eram
patentes. As decisões políticas importantes requeriam o apoio de sete delegados
estatais ao Congresso; as resoluções acerca da guerra e da paz, os tratados com
o estrangeiro, a impressão de papel-moeda e outras questões fundamentais deviam
contar como nove votos estatais afirmativos. Dessa forma, as abstenções
representavam verdadeiros vetos. O Congresso não tinha ainda autoridade direta
sobre os/cidadãos. Mas somente através dos Estados, e, aliás, não tinha meios
de impor sua vontade. Os congressistas foram incapazes de encaminhar medidas
eficazes para as dificuldades econômicas (cf. Faulkner, 1951; 1954) que apareceram na
Guerra de Independência. Não conseguiram impor a estabilidade, nem a
uniformidade da moeda dos Estados, nem recolher os impostos necessários ao
pagamento de dívidas. O Congresso foi incapaz de proteger determinadas
indústrias que deviam enfrentar a competição de mercado da Inglaterra.
A
tentativa de alguns Estados de desenvolver uma política protecionista e
instituir impostos em seus territórios delimitados levou à criação de barreiras
aduaneiras que os separavam uns dos outros, acentuando as tendências à
dissolução. A debilidade constitucional também se refletiu na esfera política:
os governos estatais começaram a disputar entre si, e alguns deles não somente
armaram milícias como também chegaram a ter seus próprios barcos de guerra.
Para solucionar esses problemas, o Congresso decidiu autorizar a realização de
uma Convenção de representantes inclusiva a todos os Estados que foi realizada
em Filadélfia, em maios de 1787. Aprovada uma Constituição, ela deveria ser
submetida à sanção dos Estados, realizada entre 1787 e 179 depois de implantada
a forma de governo que o texto constitucional propunha: George Washington
(1732-1799) já havia sido feito presidente, por aclamação dos membros da
Convenção, em 1789. Durante o período em que estava sendo discutida a
Constituição nos Estados, foram publicados por jornais de Nova York artigos de
políticos que defendiam o texto proposto: Alexander Hamilton (1757-1804), James
Madison (1751-1836) e John Jay (1745-1829). Estes artigos foram compilados n`O
Federalista, representavam o pensamento político do partido que viria a nascer com o mesmo nome.
A
analogia das palavras não deve levar a confusões. Chamam-se igualmente partidos
as facções que dividiam as República antigas, os clãs que se agrupavam em torno
de um condottiere na Itália da Renascença, os clubes onde se reuniam os
deputados das assembleias revolucionárias, os comitês que preparavam as
eleições censitárias das assembleias revolucionárias, bem como as vastas
organizações populares que enquadravam a opinião pública nas democracias
modernas. Essa “identidade nominal”, segundo Duverger (1980: 19 e ss.),
justifica-se por um lado, pois traduz certo parentesco profundo: todas essas
instituições não desempenham o mesmo papel, que é o de conquistar o poder
político e exercê-lo? Porém se vê, apesar de tudo, que não se trata da mesma
coisa. De fato, nenhum país do mundo (salvo os Estados Unidos) reconhecia
partidos políticos no sentido moderno do termo: encontravam-se tendências de
opiniões, clubes populares, associações de pensamento, grupos parlamentares,
mas nenhum partido propriamente dito. Em 1950, estes funcionavam na maior parte
das nações civilizadas, os outros seguramente apenas se esforçavam por
imitá-las.
A
questão que se coloca-se e a seguinte: como se passou do sistema de 1850 para
1950? Para Duverger a questão não surge apenas da simples curiosidade
histórica. Da mesma forma que os homens que os homens trazem durante toda a sua
vida a marca da infância, assim também os partidos experimentam profundamente a
influência das suas origens. É quase impossível, por exemplo, compreender a
diferença de estrutura que separa o Partido Trabalhista britânico do Partido
Socialista francês, se não forem conhecidas as diferentes circunstâncias do seu
nascimento. É impossível analisar seriamente o pluripartidarismo francês ou
neerlandês, ou o bipartidarismo norte-americano, sem se reportar às origens dos
partidos em casa um desses países, que explica sua proliferação em alguns e sua
restrição no outro. Em seu conjunto, o desenvolvimento dos partidos parece
associado ao da democracia, isto é, à extensão do sufrágio popular e das
prerrogativas parlamentares. Quanto mais as assembleias políticas veem
desenvolver-se suas funções e sua independência, tanto mais os seus membros se
ressentem da necessidade de se agruparem por afinidades eletivas a fim de
agirem de comum acordo. Quanto mais o direito de voto se estende e se
multiplica, tanto mais se torna necessário enquadrar os eleitores por comitês
capazes de tornar reconhecidos os candidatos ao cargo e de canalizar os
sufrágios em sua direção político-eleitoral.
O nascimento dos partidos políticos encontra-se, portanto, ligado ao dos grupos parlamentares e comitês eleitorais. Não obstante, alguns manifestam uma natureza mais ou menos aberrante em relação ao esquema geral: sua gênese fora do ciclo eleitoral e parlamentar, formando essa exterioridade, aliás, seu caráter comum mais nítido. Mas o mecanismo geral dessa gênese é simples: criação de grupos parlamentares, de início; surgimento de comitês eleitorais, em seguida; enfim, o estabelecimento de uma ligação permanente entre esses dois elementos. Na prática, a pureza desse esquema teórico é modificada de diversas formas. Os grupos parlamentares geralmente vêm à luz antes dos comitês eleitorais: com efeito, houve assembleias políticas antes que se realizassem as eleições. No âmbito da divisão social do trabalho, os grupos parlamentares são concebíveis no âmbito de uma Câmara autocrática bem como de uma Câmara eleita: na realidade, a luta das facções geralmente se tem manifestado em todas as assembleias hereditárias ou cooptadas, que se tratasse do Senado da Roma clássica, quer da Dieta da antiga Polônia. Certamente, quem diz facções, distingue e ainda não refere ao grupo parlamentar: entre os dois, existe a diferença que separa o inorgânico do organizado. Mas o segundo decorre da primeira, por uma evolução política mais ou menos rápida.
A priori, afigura-se que a comunidade de doutrinas políticas constitui o leitmotiv da formação dos grupos parlamentares. Contudo, os fatos sociais nem sempre confirmam esse teste de hipótese. Muitas vezes a vizinhança geográfica ou a vontade de defesa profissional parece ter imprimido o primeiro impulso: a doutrina não surgiu senão depois. Em certos países, os primeiros grupos parlamentares foram assim de grupos locais que se transformaram ulteriormente em grupos ideológicos. O nascimento dos partidos no âmbito da Constituinte francesa de 1789 proporcionou um bom exemplo desses mecanismos. Em abril de 1789, os deputados das províncias nos Estados-Gerais começaram a chegar à Versalhes, onde se encontram assaz deslocados. Procuram então unir-se aos deputados de outras províncias que partilham os seus pontos de vista: assim o “clube bretão” assume o aspecto de um grupo ideológico. Quando a assembleia foi transferida de Versalhes para Paris, o clube teve de interromper de imediato suas sessões e procurar um novo local. Quase todo mundo “esqueceu” o clube bretão, mas que não conhece o dos jacobinos? Processo análogo, transformando um grupo local em animador de facção doutrinária, fará surgir mais tarde o Clube dos Girondinos.
O exemplo dos jacobinos merece ainda ser citado: parece caracterizar com efeito toda uma fase da pré-história partidária. Do mesmo modo, na Constituinte francesa de 1848 encontrava-se o grupo do Palácio nacional e do Instituto (republicanos moderados), o da Rue de Poitiers (monarquistas católicos), o da Rue de Castiglione e o da Rua das Pirâmides (esquerda). Além disso, no Parlamento de Frankfurt podia-se encontrar o partido do café Milani (extrema-direita), o do hotel da Wurtemberg (centro-esquerda, do qual se destacaram o partido da Westandhal e o do hotel de Augsburgo), o do hotel da Alemanha (esquerda), enfim, o do hotel de Mont-Tonnère (extrema-esquerda). Trata-se de um fenômeno muito diferente do Clube bretão ou do Clube dos Girondinos: os deputados reúnem-se num mesmo local porque têm ideias após se reunirem por causa de sua identidade de origem. Encontra-se em face de um grupo ideológico e não de um grupo local: mas o emprego de reunião para designá-lo atesta que as doutrinas ainda são muito pouco precisas para servir para caracterizá-lo. Enfim, ao lado dos fatores locais e dos fatores ideológicos, é preciso igualmente dar lugar ao interesse: por exemplo, certos grupos tem um caráter mais ou menos nítido de sindicato de defesa parlamentar. A preocupação pela reeleição natural politicamente desempenhou relevante papel social: jamais desaparece inteiramente dos grupos parlamentares, mesmo tendo alcançado a maturidade. As técnicas do escrutínio que exigem um esforço coletivo, notadamente o escrutínio de lista e a representação proporcional, reforçam essa tendência naturalmente: em certos países ocidentais hegemônicos a formação dos primeiros grupos parlamentares realmente organizados coincide com a adoção do sistema proporcional partidário.
Ao
defender a Constituição norte-americana que haviam ajudado a elaborar, os
autores expressavam seus pontos de vista acerca do governo que consideravam
ideal. Enfim, durante a Convenção, o objetivo de muitos democratas liberais era
tornar mais fáceis as reformas constitucionais, possibilitar a interferência
das massas na política, estabelecer o sufrágio universal para os homens e
instituir apenas um Parlamento. Os federalistas frustraram esses objetivos
factuais, conseguindo fazer aprovar um texto completamente diferente: a
possibilidade de emendas à Constituição foi dificultada, o número de eleitores
bastante restringido, graças à exigência material de propriedade para votar,
criou-se um Congresso com duas câmaras parlamentares e, finalmente, o exercício
da liberdade primordial foi buscado, ainda que não totalmente, nos princípios
da tradição política britânica. Com exceção da Câmara dos Deputados (concessão
aos liberais) todas as autoridades importantes do governo, tais como o
presidente da federação, senadores e juízes, não deviam ser escolhidos
diretamente pelo povo, mas, respectivamente, pelo colégio eleitoral, pelos
legislativos estaduais e por nomeação. A Suprema Corte, considerado órgão mais
elevado do Poder Judiciário, podia vetar como inconstitucionais as medidas
aprovadas pela maioria das duas casas do Congresso. O processo negava a
soberania popular, por uma medida dos representantes do “povo” podia ser
avaliada por um organismo judicial que estaria fora do controle da maioria.
Entre
os diversos participantes do processo de Independência norte-americana o papel
fundamental foi desempenhado por Thomas Jefferson. Mas sua carreira foi marcada
pela ambiguidade no cenário político. Como redator da Declaração dos Direitos
do Homem e do Estatuto de Liberdade Religiosa da Virginia, Jefferson incluiu-se
entre aqueles políticos que acreditavam que todos os homens possuem certos
direitos inalienáveis, mas ao mesmo tempo, nunca fez uma proposição prática
para libertação dos escravos, durante sua longa carreira política. Rico,
latifundiário, sempre teve escravos. Sua mentalidade cosmopolita absorveu as
ideias mais liberais de seu tempo; acreditava nessas ideias e confirmou sua fé
numa linguagem que se tornou clássica. Quase todas essas ideias aparentemente
avançadas, no entanto, encontram-se apenas em sua correspondência particular.
Depois de redigir a Declaração e o Estatuto, evitou expressar em público aquilo
que pensava na intimidade. Em sua vida política tornou-se líder dos pequenos
agricultores, mas também representava os interesses dos grandes proprietários.
Dirigiu uma facção popular que se opunha ao domínio dos interesses dos
comerciantes, mas essa facção populista também procurava representar outro
setor dos proprietários, que também tinha suas próprias aspirações e motivações
sociais.
O aspecto singular e sociológico do populismo nos Estados Unidos da América é sua perspectiva ideológica de que não existem classes sociais na sociedade. Esta ideia se baseia na proposta de Declaração de Independência, de 1776, em que “todos os homens são iguais” e que a história oficial dos Estados Unidos se tem encarregado de reforçar. Esta história tem incluído movimentos sociais e políticos para empreender reformas, dentro de segmentos sociais de diferentes classes sociais tem formado alianças políticas temporais. O centro da ideologia populista tem como representação social a ideia de um povo que luta contra alguma instituição fabulosa, tais como os bancos, os detentores da riqueza e a burocracia governamental. O populismo norte-americano reúne aspectos multiculturais espraiados dos mais diversos segmentos capitalistas da classe média sob um estandarte. Ideologicamente o populismo na aparência não se coloca contrário ao capitalista. Historicamente o movimento que comumente se associa com a ascensão do populismo é a luta dos pequenos agricultores desde a década de 1890 até os anos 1930. Sua mobilização se dirigiu em primeiro contra as ferrovias, os grandes bancos e as empresas de produtos agropecuários. Este foi um movimento de agricultores pobres, pequenos comerciantes rurais e grupos da classe operária. Para os norte-americanos, a palavra populismo não tem conotações positivas nem negativas, nem a progressista e nem conservadora. Para Michael Kazin no ensaio: The Populistas Persuasion (1995), mais do que representação da ideologia, é o emprego metodológico da retórica que define o terreno entre os debaixo e os de cima, melhor dizendo, entre o povo e as elites.
E nem descartar de seu fim absoluto esse momento. O fim, como representação de um resultado, enunciado como puro dever, implica essencialmente nele que contém essa consciência singular. A convicção individual, e o saber a seu respeito, constituem um momento absoluto dessa moralidade. Esse momento no fim que se tornou objetivo, no dever cumprido, é a consciência singular que se intui como efetivada; ou seja, é o gozo. O gozo, por isso, reside no conceito da moralidade; de certo, não imediatamente, da moralidade considerada como disposição, mas só no conceito de sua efetivação. O fim como o todo, expresso com a consciência de seus momentos, consiste, pois, em que o dever cumprido seja tanto pura ação moral, quanto individualidade realizada; e que a natureza, como lado da singularidade, em contato com o fim abstrato, seja um com o fim. Aquele fim total, que a harmonia constitui, contém em si a efetividade mesma. Ao mesmo tempo, é o pensamento da efetividade. A harmonia da moralidade e da natureza, ou harmonia da moralidade e da felicidade humana – pois a natureza só é tomada em consideração enquanto a consciência experimenta a ligação que expressa a unidade com ela, é pensada como algo necessariamente essente, ou seja, quando é postulada.
Com
efeito, no trabalho, isto é, a essencialidade da vida nessa condição humana,
exigir significa que se pensa algo essente que ainda não é efetivo: uma
necessidade não do conceito como conceito, mas do ser. A necessidade ao mesmo tempo, essencial, a
relação através do conceito. O ser exigido não pertence assim ao representar da
consciência contingente, senão que reside no conceito da moralidade mesma, cujo
verdadeiro conteúdo é a unidade da consciência pura e consciência singular. À
essa última compete que essa unidade seja para ela como uma efetividade; o que
no conteúdo do fim é felicidade, mas, na sua forma, é ser-aí em geral. Este
ser-aí exigido, ou a unidade articulada dos dois, não é por isso um desejo, ou
– considerado como fim – não é um fim cuja obtenção seria ainda incerta, mas é
uma exigência da razão; ou seja, é imediata certeza e pressuposição da razão
mesma. Nesse conflito entre a razão e a sensibilidade, a essência para a razão,
é que o conflito sociologicamente se resolva; e que emerja, como resultado, a
unidade dos dois – que não é a unidade originária em que ambos estão em um
indivíduo só, mas uma unidade que procede da conhecida oposição dos dois. Tal
unidade somente é a moralidade efetiva porque nela está contida a oposição pela
qual o Si é consciência – ou só agora é efetivo; e de fato, é Si e ao mesmo
tempo, universal. Ou seja, está aí expressa aquela mediação que é
essencial à moralidade.
Como, comparativamente entre os dois momentos da oposição, a sensibilidade é simplesmente o ser-outro ou o negativo – e ao contrário, o puro pensar do dever é a essência da qual nada se pode abandonar – parece que a unidade resultante só pode efetuar-se mediante o suprassumir da sensibilidade. Como ela mesma é um momento desse vir-a-ser – o momento da efetividade – assim há que contentar-se por enquanto, no que respeita à unidade, com a expressão de que “a sensibilidade é conforme à moralidade”. A consciência mesma tem de efetuar essa harmonia, e de fazer sempre progressos na moralidade. Mas a perfeição dessa harmonia tem de ser remetida ao infinito, pois se ela efetivamente ocorresse, a consciência moral se suprimiria. A perfeição, portanto, não há que a atingir efetivamente, mas só há que a pensar como uma tarefa absoluta, isto é, como uma tal que permanece tarefa, pura e simplesmente. No entanto há que pensar, ao mesmo tempo simular, o conteúdo dessa tarefa como um conteúdo que simplesmente deva ser, e que não permaneça apenas uma tarefa; quer se represente, ou não, a consciência totalmente abolida. Pela consideração de que a moralidade consumada encerra uma contradição, se lesaria a santidade da essencialidade moral no sentido antropológico, e o dever absoluto pareceria como algo inefetivo.
Os
psicólogos acreditam que contato simples ou interação social com os outros membros
não é suficientemente para atender a essa necessidade. As pessoas têm um forte
impulso motivacional para formar e manter relacionamentos interpessoais,
precisam de relacionamentos estáveis e motivações para satisfazer as interações
sociais com as pessoas nesses relacionamentos. Se algum desses dois fatores
estiver ausente, as pessoas começarão a sentir-se solitárias e infelizes.
Assim, a rejeição é uma ameaça significativa. De fato, a maioria das ansiedades
humanas parece refletir preocupações sobre a exclusão social. Ser membro de um
grupo social também é importante para a identidade social, que é um
componente-chave da autoimagem. Mark Leary, da Duke University, sugeriu que o
objetivo principal da autoestima é monitorar as relações sociais e detectar as formas de rejeição social. Nessa concepção, a autoestima é que ativa as emoções negativas
quando surgem sinais de exclusão. A rejeição dos pares foi medida usando a sociometria
e outros métodos de classificação. Estudos tipicamente mostram que as crianças
são populares, recebendo avaliações geralmente altas, muitas crianças são
medianas, com avaliações moderadas e uma minoria de crianças é rejeitada,
apresentando avaliações geralmente baixas.
Um
internato ou colégio interno é um estabelecimento escolar em que os alunos,
além de estudar, também vivem entre seus pares, em alojamentos normalmente
anexos ao prédio principal. O regime de internato pode incluir alojamento
apenas durante os dias úteis de segunda a sexta-feira ou também durante o fim
de semana. Ocasionalmente, algumas das escolas onde não vigora esse sistema são
denominadas de externatos, por contraste. Os internatos foram criados por
Joseph Anthony Clintsberg, na Inglaterra, no século XIV, para conter a crise de
filhos desobedientes e alterados. Durante
este período, ocorreram grandes desastres políticos e naturais na Europa e nos
quatro cantos do Império Mongol. A África Ocidental e o subcontinente indiano,
no entanto, experimentaram crescimento econômico e prosperidade. Na Europa, a
Peste Negra matou 25 milhões de vidas, exterminando um terço da sociedade
europeia, enquanto particularmente nações como a Inglaterra e França lutaram na
prolongada Guerra dos Cem Anos, que começou após a morte de Carlos IV,
rei da França à época. Sua morte levou a uma reivindicação do trono francês
para Eduardo III, rei da Inglaterra. Este período é considerado o auge da
cavalaria medieval e marca o início de fortes identidades separadas para a
Inglaterra e a França, bem como a fundação da Renascença italiana e do Império
Otomano.
No
resto da Europa os conflitos continuariam: no Reino de Castela houve uma guerra
civil pelo trono, entre Pedro I de Castela contra seu meio-irmão Henrique de
Trastâmara. Henrique derrota seu irmão e é coroado rei como Henrique II de
Castela. É neste contexto que Portugal se envolve nas guerras fernandinas:
Fernando I de Portugal reivindica o trono de Castela e entra em guerra contra
Henrique II de Castela e depois, com o filho deste, João I de Castela. No outro
lado da Europa, o Império Otomano continuará a se expandir principalmente pelos
Bálcãs, embora um Império Romano Oriental já bastante reduzido ainda resistia a
expansão turca. Na Ásia, Tamerlão, foi o último dos grandes conquistadores
nômades da Ásia Central de origem turco-mongol. Estabeleceu o Império Timúrida,
um importante território islâmico no Oriente Médio e na Ásia Central, a fim de
reviver o Império Mongol de Gengis Khan. Estudiosos estimam que as campanhas
militares de Tamerlão causaram a morte de 17 milhões de pessoas, chegando a
cerca de 5% da população mundial. Nascido
nos domínios do Canato de Chagatai, de família de pastores, agregou em
torno de si diversas tribos, à sua competência militar, à sua astúcia
como político, utilidade de uso do terror, atração dos saques e ao seu
carisma como declarado adepto da religião islâmica e das artes.
Com
a ajuda de um vasto exército, construiu um poderoso e agressivo império,
conhecido como Império Timúrida, que não resistiria à sua morte. As suas
campanhas militares ficaram marcadas por selvagens massacres e uma brutalidade
que excedeu em número e desumanidade os cometidos pelos seus antecessores. Sincronamente,
a Renascença Timúrida surgiu. No mundo árabe, o historiador e cientista
político ibne Caldune e o explorador ibne batuta deram contribuições
significativas. Na Índia, foi fundado o Sultanato de Bengala, uma importante
nação comercial do mundo, descrita pelos europeus como o país mais rico com o
qual negociar, após sua independência do Sultanato de Déli. A dinastia Yuan (descendentes
de Gengis Khan) foi expulsa da China e retirou-se para a Mongólia, o Ilcanato
entrou em colapso e a Horda de Ouro perdeu sua posição como uma grande potência
na Europa Oriental. Na África, o rico Império do Mali, líder global da produção
de ouro, atingiu seu apogeu territorial e econômico sob o reinado de Mansa Musa
do Mali, o indivíduo mais rico dos tempos medievais.
Tamerlão
foi descrito por diversos cronistas do século XIV, e cada relato apresentava o
imperador sob um enfoque diferente: ora nobre e educado, ora violento e
explosivo, ora um bárbaro aculturado, ora um amante das artes. Mas todos os
relatos concordam que Tamerlão possuía personalidade complexa que fascinava e
tornava perplexos mesmo os seus desafetos. O seu apetite por comida, bebidas
alcoólicas e mulheres era enorme. Tinha quatro esposas, conforme o Islão, muito
embora o embaixador Clavijo registasse oito, mas muitas concubinas. As esposas
de Tamerlão gozavam de estatuto elevado, com relativa liberdade social e
considerável influência política. Afirmava-se adepto de uma versão do Islão que
incorporava os velhos cultos animistas mongóis e declarou para si a missão de
expandir e fortalecer a fé islâmica no mundo, assumindo também o papel de um
líder religioso para seu povo — apesar de muitas das suas vítimas serem também
muçulmanas. Além disso, sabia que os chagatai precisavam ser mantidos
ocupados, para evitar descontentamentos entre seus exércitos, e empreendeu
contínuas campanhas militares contra seus vizinhos durante seu reinado, com os
consequentes saques, generosamente distribuídos pelas suas tropas. Seu poder se
consolidou, também, por saber como lidar com seus inquietos compatriotas, além
de expandir seu império além das estepes da Ásia Central. Para René Grousset,
Tamerlão representou a “síntese do barbarismo mongol com o fanatismo religioso”.
Até meados do século XX, a maioria dos estudos sobre aprendizagem questionava
que as funções da memória seriam localizadas em regiões cerebrais específicas,
alguns chegando a duvidar de que a memória seria uma função distinta da
atenção, da linguagem e da percepção. Acreditava-se que o armazenamento da
memória seria distribuído por todo o cérebro.
A
partir de 1861 Broca evidencia que lesões restritas à parte posterior do lobo
frontal, no lado esquerdo do cérebro, chamada de área de Broca, causavam um
defeito específico na função da linguagem. Após essa localização da função da
linguagem, os neurocientistas tornaram a voltar-se para a hipótese de se
localizar a memória. É possível afirmar que a memória não possui um único lócus.
Diferentes estruturas cerebrais estão envolvidas na aquisição, armazenamento e
evocação das diversas informações adquiridas por aprendizagem. Existem
acontecimentos nas nossas vidas que não esquecemos jamais. Nem tudo que nos
acontece fica gravado na memória para sempre. É importante lembrar que a
consolidação da memória ocorre no momento seguinte ao acontecimento. Qualquer fator
que haja pode fortalecer ou enfraquecer a lembrança. Poucos dentre os resistentes não se tornam,
mais cedo ou mais tarde durante a guerra, clandestinos. Largam atrás de si
nomes, profissões, endereços, amigos, parentes. Aprendem até a exaustão a
perder o passado, a memória e a si mesmos. A profissão, a família, os laços
sociais não importam mais! Vivem exclusivamente em função dos seus fins
ético-políticos. A Resistência foi uma ação relativamente voluntária de poucos
homens, por isso só aparentemente tornados exemplares. Configura um modelo de
comportamento singular e de atitude individual, festejado, celebrado e
idealizado de cima a baixo por toda a sociedade, das elites sociais ao
proletariado, próximo da abnegação heroica. A dedicação à causa coletiva
desdobra-se nas medidas de um apaixonado e exaltado “esquecimento de si”.
Um
modo político de viver foi alcançado que serve de espelho moral. Mas que
designa a dimensão bela, justa e verdadeira do dever cívico, ato simples, ao
alcance de todos e próprio do sentimento de ser francês. Riscos existem, em
termos de probabilidades estatísticas, e vale advertir, nestas formas-limites
do agir. Recusar a existência na qual cada um se inscreve por filiação, por
pertencimento social, pode equivaler a uma espécie de denegação do passado e de
suas marcas. René Grousset (1885-1952) foi um historiador francês que foi
curador do Museu Cernuschi e do Museu Guimet em Paris e membro da prestigiosa
Académie Française. Ele escreveu várias obras importantes sobre civilizações
asiáticas e orientais. Grousset nasceu em Aubais, Gard, em 1885. Tendo se
formado na Universidade de Montpellier com um diploma em história, ele logo
começou sua distinta carreira. Ele serviu no Exército Francês durante a 1ª
grande guerra ocorrida entre 1914-1918. Em 1925, Grousset foi nomeado
conservador adjunto do Musée Guimet em Paris e secretário do Journal asiatique.
Em 1930, ele havia publicado cinco grandes obras sobre civilizações asiáticas e
orientais. Em 1933, foi nomeado diretor do Museu Cernuschi em Paris e curador
de suas coleções de arte asiática. Ele escreveu uma grande obra sobre o
peregrino budista medieval chinês Xuanzang, enfatizando particularmente a
importância de sua visita à universidade budista do norte da Índia de Nalanda. Com
a eclosão da Segunda Guerra Mundial, Grousset publicou suas duas obras mais
importantes, Histoire des Croisades (1934-1936) e L`Empire des
Steppes (1939). Demitido de seus cargos no museu pelo governo de Vichy, ele
continuou sua pesquisa de forma privadamente e publicou três volumes sobre a China e os
mongóis durante a guerra. Após a libertação da França, ele retomou sua
curadoria do Museu Cernuschi e também foi nomeado curador do Museu Guimet. Em
1946, Grousset foi nomeado membro da Academia Francesa.
Entre os anos 1946 e 1949, ele publicou quatro obras finais, concentrando-se na Ásia Menor e
Oriente Próximo. O historiador britânico Christopher Tyerman aponta que, após a
publicação, a História das Cruzadas de Grousset foi criticada, por um lado por
não analisar o sistema político do que Grousset considerava ser um estado
francês no Levante e, por outro lado, por exagerar ou deturpar a simpatia
cultural entre as comunidades ultramarinas. Os historiadores americanos
Frederic Duncalf e John Life La Monte foram particularmente severos. Em 1981, o
historiador alemão Hans Eberhard Mayer estimou que a “História das Cruzadas” de
Grousset foi, entre as obras gerais sobre este assunto, “aquela em que o
chauvinismo na investigação das cruzadas levantou a sua cabeça feia pela última
vez”. Mais recentemente, os sucessores de Grousset notaram que sua perspectiva
foi moldada por suas ideias sobre o papel colonial da França. Em 2001, frade Joël
Gourdon escreveu: - “René Grousset produziu uma obra inteiramente dedicada ao
papel colonial da França. Ele vê na aventura colonial a síntese admirável dos
valores mais sagrados para ele: o cristianismo, a pátria e o Estado, mesmo
republicano. Ele projeta esse ideal na Idade Média e vê nas Cruzadas a primeira
expressão dessa missão civilizadora que é a da França eterna”. Em 2007,
o historiador medieval francês Pierre Aubé se expressou sobre Grousset da
seguinte maneira: - “Este historiador, que soube se apoiar no melhor dos
maiores orientalistas de seu tempo, cuja erudição é de uma solidez rara na hora
de estabelecer fatos, é muito orientado na hora de interpretá-los. Seu ângulo
de visão é muito marcado pela utopia colonialista que prevaleceu nas décadas de
1920 e 1930, quando construiu sua obra magna”. Para o frade Vadime Elisseeff,
que o sucedeu como diretor do Museu Cernuschi, Grousset é o último dos grandes
clássicos, aqueles para quem o “sentido da história era mais uma questão de
psicologia dos seres do que das condições materiais de existência, cujo impacto
físico e moral na vida dos indivíduos ainda não havia sido enfatizado pelas
ciências. Suas obras são valiosas pela inteligência das visões e pelos fatos
apresentados em um estilo claro e facilmente legível”.
Apesar
da natureza rude do modo de vida mongol, o imperador chagatai era um entusiasta
de história, poesia e filosofia, arte, e arquitetura e não raro fazia questão
de poupar artistas, historiadores e engenheiros estrangeiros durante suas
conquistas — exterminando todo o resto da população. Durante seu reinado, a
cidade de Samarcanda, para onde esses prisioneiros eram deportados, tornou-se a
pérola das estepes asiáticas, com grandes obras de arquitetura e urbanismo.
Tamerlão também apreciava a visita de embaixadores e mercadores estrangeiros,
com os quais aprendia sobre a história e a cultura de povos tão distantes
quanto os espanhóis e italianos. A característica pela qual Tamerlão tornou-se
mais conhecido e temido foi sua crueldade, a brutalidade com que tratava os
povos conquistados. Apesar de ser um líder militar refinado, estabelecia novas
estratégias jogando xadrez, não abria mão da violência para abater a moral dos
inimigos e impor o terror sobre os povos conquistados. Atos como o assassínio
de um grupo de crianças pequenas, ocorrido no ataque a Ispaã, quando dizimou
quase toda a população local, empilhando as cabeças decapitadas em montes do
lado de fora da cidade e o emparedamento de duas mil pessoas em uma
torre de Isfizar, é uma vila do distrito rural de Mude, no distrito de Mude, no
condado de Sarbixá, na província de Coração do Sul, no Irã, para sufocar uma
rebelião, tiveram enorme repercussão negativa na reputação de Tamerlão na
Europa e em reinos adjacentes, mas inflavam o orgulho dos chagatai.
Uma
forma de medir a rejeição pede que as crianças listem os pares que gostam e não
gostam. As crianças rejeitadas recebem poucas indicações de “gosto” e muitas
nomeações de “não gosto”. De acordo com Karen Bierman, da Pennsylvania State
University, a maioria das crianças que são rejeitadas por seus colegas exibem
um ou mais dos seguintes padrões de comportamento: 1. Baixas taxas de
comportamento pró-social, por exemplo, revezando-se, compartilhando; 2. Altas
taxas de comportamento agressivo ou disruptivo; 3. Altas taxas de comportamento
desatento, imaturo ou impulsivo; 4. Altas taxas de ansiedade social. Bierman
afirma que crianças populares em seu meio social demonstram inteligência socialmente
e sabem quando e como participar de grupos de brincadeiras. As crianças que
estão em risco de rejeição têm maior probabilidade de entrar em contato com disrupção,
ou ficarem isoladas. Crianças agressivas que são atléticas ou que possuem boas
habilidades sociais provavelmente são aceitas pelos colegas e podem se tornar
líderes no assédio a crianças menos habilitadas. Crianças de minorias, crianças
com deficiências ou com características ou comportamentos incomuns podem
enfrentar riscos maiores de rejeição. Dependendo das normas do grupo de pares,
às vezes até pequenas diferenças entre as crianças levam à rejeição ou
negligência.
As
crianças que são menos extrovertidas ou simplesmente preferem brincadeiras
solitárias são menos propensas a serem rejeitadas do que as crianças que são
socialmente inibidas e mostram sinais de insegurança ou ansiedade. A rejeição
dos pares, uma vez estabelecida, tende a ser estável ao longo do tempo e,
portanto, difícil para a criança superar. Pesquisadores descobriram que a
rejeição ativa é mais estável, mais prejudicial e mais propensa a persistir
após a transferência de uma criança para outra escola do que a simples
negligência. Uma razão para isso é que grupos de pares estabelecem vieses de
reputação que atuam como estereótipos e influenciam a interação social
subsequente. Assim, mesmo quando algumas crianças rejeitadas e populares
mostram comportamentos e realizações semelhantes, as crianças populares são
tratadas de maneira muito mais favorável. É provável que as crianças rejeitadas
tenham baixa autoestima e correm maior risco de internalizar problemas como a depressão.
Algumas crianças rejeitadas exibem comportamento externalizante e demonstram
agressividade em vez de depressão. A pesquisa é em grande parte correlacional,
mas há evidências de efeitos recíprocos. Isso significa que as crianças com
problemas têm maior probabilidade de serem rejeitadas, e essa rejeição leva a
problemas ainda maiores para elas. A rejeição crônica pelos pares pode levar a
um ciclo de desenvolvimento negativo que piora com o tempo.
Depressão
é um estado mental caracterizado por tristeza profunda persistente e aversão a
atividades. Pode afetar os pensamentos, comportamentos, sentimentos e o
bem-estar de uma pessoa. Os estados mentais formam uma classe diversa,
especificamente incluindo a questão em torno da percepção, em função da experiência
de dor, inequivocamente pelo estigma da crença, a irrealização do desejo, conjugando
aspectos sociais em termos de intenção, a irradiação da emoção e preservação da
memória. Uma grande variedade de características é comumente associada a
desejos. São vistos como atitudes proposicionais em relação a estados de coisas
concebíveis. Visam mudar o mundo representando como o mundo deveria ser, ao
contrário das crenças, que visam representar como o mundo realmente é. Os
desejos estão intimamente ligados à agência: motivam o agente a realizá-los.
Para que isso seja possível, um desejo deve ser combinado com uma crença sobre
qual ação social o realizaria. Desejos apresentam seus objetos sob uma luz
favoravelmente, como algo que parece em si ser bom. Sua realização é normalmente
experimentada como prazerosa, em contraste com a experiência negativa de não o
conseguir.
Os
desejos conscientes são geralmente acompanhados por alguma forma de resposta
emocional. Afeta, aproximadamente, mais de 280 milhões de pessoas de todas as
idades. As pessoas deprimidas podem sentir-se tristes, ansiosas, desesperadas,
vazias, preocupadas, impotentes, inúteis, culpadas, irritadas, magoadas ou
inquietas. Podem perder o interesse em atividades que antes eram prazerosas,
podem perder o apetite ou comer demais, apresentar problemas de concentração,
dificuldade para lembrar detalhes ou tomar decisões e podem contemplar ou
tentar o suicídio. Historicamente desde o século XVIII o suicídio vinha sendo
estudado como um problema moral, para, no século XIX, ser visto como um
“crescente problema social a exigir explicação” até o legado da filosofia
normativa de Émile Durkheim. O acúmulo de informações e dados estatísticos
proporcionou, que se estabelecessem inúmeras correlações, comparativamente, com
o levantamento de hipóteses no âmbito da originalmente de análise sociológica.
Estas irão relacionar taxas diferenciais de suicídio cuidadosamente analisadas,
a fatores sociais representativos como: ocupação, urbanização, religião,
mudança social, incluindo fatores não sociais: hereditariedade, raça, clima e a
questão não resolvida se o suicídio era ou não relacionado à desordem mental.
Há, portanto, dois tipos de causas extra-sociais às quais se pode atribuir a
priori uma influência negativa sobre a taxa de suicídios: as disposições
orgânico-psíquicas e a natureza no âmbito da convivência do meio físico.
Poderia
ocorrer que, na constituição individual ou, pelo menos, na constituição de uma
classe etária importante de indivíduos, houvesse uma propensão, de intensidade
variável conforme os países, que arrastasse diretamente o homem ao suicídio.
Esta teoria pode ser e foi defendida de duas maneiras diferentes e de forma
conspícua. Ou se diz que, em si mesmo, o suicídio constitui uma entidade
mórbida sui generis, uma loucura especial; ou sem o considerar uma espécie
distinta, vê-se nele simplesmente um episódio de uma ou várias espécies de
loucura, mas que não se encontra nos indivíduos sãos de espírito. Contudo, se
considerarmos sociologicamente o suicídio como uma doença sui generis se
estabelecem afirmações gerais desmentidas pela experiência. No tocante à análise
do problema da angústia, Arthur Schopenhauer nos apresenta em sua filosofia uma
visão extremamente pessimista da vida, quer dizer: viver é necessariamente
sofrer.
É
com base em Schopenhauer que outro pensador alemão, Friedrich Nietzsche,
concluiu que, dentre todos os povos da Antiguidade, os gregos foram os que
apresentaram maior sensibilidade para compreender o sofrimento e a tragicidade
da existência humana, como que permeada pela dor, solidão e morte. Jean-Paul
Sartre, representante maior da corrente existencialista, defendeu que a
angústia surge no exato momento em que o homem percebe a sua condenação
irrevogável à liberdade, isto é, o homem está condenado a ser livre, posto que
sempre haja uma opção de escolha. Ao perceber tal condenação, ele se sente
angustiado em saber que é senhor de seu destino. Sigmund Freud, em seus estudos
sobre o problema da angústia pode observar o quão suscetível está às doenças
próprias desse sistema. O balanço entre as vontades e as repressões tem que ser
buscado pelo Ego, consciência. E, portanto, a busca de um equilíbrio do
psíquico e, não obstante, entre o sujeito e o todo social. Problemas de
insônia, sono excessivo, fadiga, perda de energia, mudança na alimentação,
sofrimento, dores ou problemas digestivos resistentes a tratamento também podem
estar presentes.
Os
Rejeitados (The Holdovers, 2023) representa um filme de
comédia dramática norte-americano de 2023 dirigido por Alexander Payne, escrito
por David Hemingson e estrelado por Paul Giamatti, Da`Vine Joy Randolph e
Dominic Sessa e Carrie Preston se juntaram ao elenco. Ambientado em 1970, segue
a démarche de um professor de história medieval, rabugento, disciplinado
em um internato da Nova Inglaterra, uma região geográfica extraoficialmente de
grande valor histórico e climático dos Estados Unidos da América, localizada na
ponta Nordeste do país e que compreende seis estados: Connecticut, Maine, Massachusetts,
New Hampshire, Rhode Island e Vermont. Boston é seu centro cultural e
econômico, bem como sua cidade mais populosa do estado norte-americano de
Massachusetts. The Holdovers é a segunda colaboração entre o diretor
Alexander Payne e o ator Paul Giamatti, depois de Sideways (2004). Payne
concebeu o conceito do filme depois de assistir Merlusse (1935), um
filme de comédia dramática francês, escrito e dirigido por Marcel Pagnol (1895-1974),
dramaturgo e cineasta francês, membro da Academia Francesa de Letras e
estrelado por Henri Poupon, André Pollack e Annie Toinon. E contatou David
Hemingson para escrever o roteiro cinematográfico, que era original e um
exemplo de escrita para um piloto de televisão.
Em
junho de 2021, a Miramax adquiriu os direitos de distribuição. No início de
2022, Da`Vine Joy Randolph é “forçado” a acompanhar três alunos que não
têm para onde ir nas férias de Natal, um feriado e festival religioso cristão
comemorado anualmente em 25 de dezembro, nos países eslavos e ortodoxos, cujos
calendários eram baseados no calendário juliano, é comemorado no dia 7 de
janeiro. A data é o centro das festas de fim de ano e da temporada de férias,
sendo, no cristianismo, o marco inicial do Ciclo do Natal, que dura doze dias. A
gerente de locações Kai Quinlan, que já trabalhou em outros filmes ambientados
na Nova Inglaterra, como Spotlight – Segredos Revelados (2015) e Black
Mass (2015), um filme biográfico norte-americano de drama policial de 2015
sobre o mafioso americano Whitey Bulger (1919-2018), baseou-se a educação em
Massachusetts para a produção do filme. Para a fictícia Barton Academy, cinco
escolas de Massachusetts foram usadas como locais: Groton, Northfield Mount
Hermon, Deerfield Academy, St. Mark`s School and Fairhaven High School, uma
escola episcopal diurna e internato preparatório para faculdade em
Southborough, Massachusetts, um subúrbio de Boston. Fundada em 1865, foi um dos
primeiros internatos de estilo britânico nos Estados Unidos. A São Marcos educa
377 alunos, 75% dos quais residem no campus. A escola tem uma proporção estatística
aluno-professor de 4:1, e 30% dos que recebem auxílio financeiro.
O
filme também foi rodado nos históricos teatros Somerville e Orpheum,
e no Boston Common. Alexander Payne disse mais tarde que capturar a
estética dos anos 1970 foi relativamente fácil porque “a mudança vem lentamente
na Nova Inglaterra”. A música original
de The Holdovers foi composta por Mark Orton. Também apresenta diversas
canções clássicas de Natal, e outras canções da década de 1970 de The Allman
Brothers Band, Tony Orlando e Dawn, Labi Siffre e Cat Stevens. A trilha
sonora foi lançada digitalmente pela Back Lot Music. Uma exibição
especial do filme foi realizada para compradores em 11 de setembro de 2022. No
dia seguinte, foi relatado que a Focus Features havia adquirido os
direitos de distribuição por US$ 30 milhões. O filme foi agendado para um
lançamento limitado e amplo, respectivamente nos cinemas em 10 de novembro de
2023, e por um lançamento amplo em 22 de novembro. No entanto, foi adiado para
um lançamento limitado em 27 de outubro, seguido por um lançamento amplo em 10
de novembro. No Reino Unido foi programado pela Universal Pictures UK em 19 de
janeiro de 2024. A estreia mundial de The Holdovers foi realizada no 50º
Festival de Cinema de Telluride em 31 de agosto de 2023. Também foi exibido no
Festival Internacional de Cinema de Toronto de 2023 em 10 de setembro de 2023,
onde foi vice-campeão no People`s Choice. Também foi convidado para ser
exibido na seção Ícone do 28º Festival Internacional de Cinema de Busan,
onde foi exibido em 7 de outubro de 2023.
A
St. Mark`s foi fundada em 1865 pelo nativo de Southborough Joseph Burnett (1820–1894),
um químico e empresário que acumulou uma grande fortuna fabricando anestésicos
cirúrgicos, xarope para tosse, tônico capilar, colônia, refrigerantes,
salsichas, leite engarrafado e, o mais famoso, o primeiro extrato de baunilha comercialmente
viável da América. Burnett foi um importante líder cívico: além de
financiar a St. Mark`s, ele financiou a igreja episcopal da cidade, a
prefeitura, a biblioteca e sua outra escola particular, a Fay School. Ele
também ajudou a fundar a Igreja do Advento de Boston. Junto com a St. Paul`s
School em Concord, New Hampshire, St. Mark's foi uma das primeiras escolas da
Nova Inglaterra fundada no modelo de escola pública britânica, em
oposição às academias da Era revolucionária, como Andover e Exeter. A
semelhança foi intencional, já que Burnett havia enviado seu filho mais velho
para St. Paul`s. A escola Concord estava lotada e, para aliviar a pressão sobre
o escritório de admissões, seu diretor encorajou Burnett a abrir a própria
escola. St. Mark`s começou com doze alunos e cresceu continuamente,
alcançando 47 alunos em 1878 e 60 alunos em 1883.
O
financista de Nova York, August Belmont Sr. Belmont Jr. ex-aluno e curador do
São Marcos acabou realizando a capela da escola e o campo de futebol. Em 1882,
William Peck tornou-se o diretor da St. Ele rapidamente expandiu o número de
matrículas e recrutou os filhos de algumas das famílias mais ricas da América.
Em 1886, uma escola anunciou que havia superado suas instalações e não poderia
aceitar mais candidatos. Mudou-se para
um novo prédio escolar em 1890, o que permitiu aumentar as matrículas para 103
alunos; São Marcos ainda usa este edifício hoje. A escola passou por uma grave
crise institucional em 1894, quando Peck renunciou para financiara Escola
Pomfretem Connecticut. O conselho de administração firmemente episcopal entrou
em confronto com Peck, um leigo, de acordo com Pomfret com tendências
progressistas. William Peck levou metade do corpo docente e um terço do corpo
discente com ele. Joseph Burnett (1820-1994) morreu naquele ano, “roubando” da
escola com infortúnio seu benfeitor mais importante. Os curadores do St. Mark`s
responderam a esta crise nomeando o professor de inglês da Groton School,
William Greenough Thayer, como o novo diretor.
Não
por coincidência, elas inexistem, o Bispo William Lawrence foi presidente do
conselho de St. Mark`s e Groton. Lawrence foi um dos primeiros mentores de
Thayer: ele o influenciou “a se converter do presbiterianismo ao episcopalismo
e o levou ao ministério episcopal”. Um “arrecadador de fundos incansável”,
Lawrence per se liderou a primeira campanha de capital da Universidade
de Harvard em 1904 e arrecadação monetária para o campus da Harvard Business
School em 1926. O relacionamento de Thayer com Lawrence deu acesso a St. na
vasta rede inclusiva de doadores do bispo. Thayer estudou na escola pelos
trinta e seis anos seguintes. Ele reviveu e depois acelerou a trajetória intelectual institucional de São Marcos sob Peck, transformando São Marcos em uma
instituição distintamente da classe socialmente “alta” que
traz na esteira da lealdade “de Boston e das famílias Knickerbocker de Nova
York”. Ele continua o projeto coerente de Peck de recrutar os filhos de “titãs
empresariais”, adicionando William Kissam Vanderbilte Joseph Pulitzer na lista
de pais.
Um
estudo da turma de São Marcos de 1906 descobriu que 79% dos pais dos graduados
estavam listados no Registro Social; 59% frequentaram escolas da Ivy League; e
54% trabalharam em finanças, direito ou outros serviços profissionais. Thayer também construiu um canal forte para Harvard
College; de 1906 a 1925, uma média de quinze alunos do St. Mark`s foram para
Harvard todos os anos. Um futuro diretor, Edward T. Hall`37, lembrou que, na
época, as faculdades “estavam em sua maioria dispostas a aceitar qualquer
menino que pudesse passar nos conselhos [da faculdade] e cujos pais poderiam
pagar as mensalidades”, então, “internatos [fortes] com disciplinadores capazes
que conheciam seus assuntos ... tiveram um sucesso fenomenal em colocar seus
alunos em qualquer faculdade que escolheram”. À medida que a escola crescia em
estatura, suas matrículas aumentaram rapidamente, voltando para 131 em 1906 e
191 em 1926. A competição por vagas era acirrada e Thayer estimou que recebeu
145 ou mais candidatos para 30-35 vagas por ano. Edward Hall lembrou que “exceto
por um adquirido (eram sete em 1927) de vagas competitivas, a prioridade de
inscrição governava a probabilidade de facilidades”. Entrar em St. Mark`s na
década de 1920 era um pouco como entrar no Somerset Clube de Boston: o nome de
um menino era anotado poucas horas ou dias após seu nascimento, para que ele
tivesse uma chance de acesso.
Bibliografia
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