segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Os Rejeitados – Internato, Pontas Soltas & Memória do Passado.

                              É horrível assistir à agonia de uma esperança”. Simone de Beauvoir

          Em 1909, o avô materno de Simone de Beauvoir (1908-1986), Gustave Brasseur, presidente do Banco Meuse, faliu, jogando “toda a sua família em desonra e pobreza”. Georges não recebeu o dote devido por casar-se com Françoise, e a família teve que se mudar para um apartamento menor. Georges Bertrand de Beauvoir (1878-1941) teve de voltar ao trabalho, embora o trabalho não lhe agradasse. A família lutou durante toda a infância das meninas para manter seu lugar de classe e estamento na alta burguesia, e Georges dizia frequentemente: “Vocês, meninas, nunca vão se casar, porque vocês não terão nenhum dote”. Beauvoir sempre esteve consciente de que seu pai esperava ter um filho, ao invés de duas filhas. Ele afirmava: - “Simone pensa como um homem!” o que a agradava muito, e desde pouca idade Beauvoir distinguiu-se nos estudos, como ícone do pensamento filosófico feminista in statu nascendi (1942) e uma das principais representantes do movimento existencialista francês do século XX. Georges de Beauvoir passou seu amor pelo teatro e pela literatura para sua filha. Ele ficou convencido que o sucesso acadêmico poderia tirar as filhas da pobreza. Hélène de Beauvoir (1910-2001) tornou-se uma pintora. Do ponto de vista histórico e sociológico da formação culturalmente ela se tornou uma adolescente desajeitada, dedicada aos livros e à aprendizagem, e preferiu ignorar a questão motivacional relacionada aos esportes, porque ela entendia que não era nada atlética e cada pessoa, busca determinada coisa, cada motivação social diferente para se realizar no mundo contemporâneo.  Ela e sua irmã foram educadas no Institut Adeline Désir, ou melhor, Cours Désir, “uma escola católica para meninas, algo que era desprezado pelos intelectuais da época”.

O Cours Désir, também parte da “Escola Abbaye” da década de 1960, fundada como estabelecimento católico privado em Paris, fundada em 1853 e fundada em 1992. Mas então, nossa escola Stanislas reservada para crianças e filhos da antiga Borgonha Parisien, entre nossas ex-alunas Colette Peignot, Simone de Beauvoir, Hélène de Beauvoir, Juliette Benzoni, Marguerite-Marie Dubois, Perrine Rouillon, etc. As escolas católicas para meninas eram vistas como lugares praticados onde as jovens aprendiam uma das duas alternativas abertas às mulheres: ou se prepararam para o casamento ou um descobrem a vocação para o convento. Sua mãe, que Beauvoir considerava uma intrusa espiando cada movimento seu, frequentou aulas com elas, sentada atrás delas, como se esperava que a maioria das mães fizessem. Lá Beauvoir conheceu sua melhor amiga, Elisabeth Le Coin (1907-1929), a ZaZa, nas memórias de Beauvoir. Aliás, Simone de Beauvoir amou a escola e se formou em 1924 com “distinção”. Aos 15 anos, Beauvoir já havia decidido que seria uma escritora. Jacques Champigneulle (1907-1955) tornou-se mentor intelectual e amigo que sua mãe esperava que fosse cortejá-la e se casar. Geraldine Paro (GéGé) e Estepha Awdykovicz (Stépha) tornaram-se amigas. Após passar nos exames para o ingresso no curso de bacharelado em Matemática e Filosofia, estudou Matemática no Instituto Católico e Literatura e Línguas no Instituto Sainte-Marie, e Filosofia na extraordinária Universidade de Paris.

Em 1929, quando na Sorbonne, Beauvoir fez uma apresentação sobre Leibniz. Lá, ela conheceu outros jovens, incluindo Maurice Merleau-Ponty (1908-1961), René Maheu (1905-1975) e Jean-Paul Sartre (1905-1980) que sugeriu aos outros dois que Simone, então com 21 anos, fizesse uma apresentação privada de Gottfried Leibniz para ajudá-los nas provas. Enquanto na Sorbonne, Maheu deu a Beauvoir o apelido que lhe acompanharia ao longo da vida, Castor, dado a ela por causa do “forte trabalho ético do animal”. Em 1929, na idade de 21, Beauvoir se tornou “a pessoa mais jovem a obter o Agrégation na filosofia, e a nona mulher a obter este grau”. No exame final, ficou em segundo lugar; Sartre, 24 anos, foi o primeiro, mas ele havia sido reprovado em seu primeiro exame. O júri do Agrégation discutiu sobre a possibilidade de dar a Jean-Paul Sartre ou a Simone de Beauvoir 1° lugar na competição do ensino de pós-graduação em prestigiada universidade. No final, concederam a Sartre. Sua amizade com Elizabeth Mabille (“Zaza”) foi rompida com a morte precoce de Zaza. Simone narrou esse episódio de sua vida, em seu primeiro livro autobiográfico, Memórias de Uma Moça Bem-comportada, publicado em 1958, representa a primeira parte da obra autobiográfica em que critica os valores burgueses, onde descreve a sua educação numa família de classe média, sem dinheiro e sem relações, e a sua mudança da vida, graças à literatura, à filosofia e a novas amizades. Move-a um desejo de intervenção filosófica e de que a sua vida seja útil. Sem temor escolher o seu próprio destino e de se tornar alguém. Escolhe a filosofia e com ela uma forma determinada de interpretação do mundo.   

Sem memória assente, nossa civilização caminha desnorteada, pois não reconhece seu passado, não tem consciência em seu presente, e não projeta perspectiva no futuro. A rejeição social ocorre quando um indivíduo é deliberadamente excluído de uma relação social ou interação social. Embora os seres humanos sejam seres sociais, algum nível de rejeição é parte inevitável da vida. No entanto, a rejeição pode se tornar um problema quando é prolongada ou consistente, quando o relacionamento é importante ou quando o indivíduo é altamente sensível à rejeição. A rejeição por um grupo inteiro de pessoas pode ter efeitos especialmente negativos, especialmente quando resulta em isolamento social. A experiência da rejeição pode levar a uma série de consequências psicológicas adversas, como solidão, baixa autoestima, agressão e depressão. Também pode levar a um sentimento de insegurança e a uma maior sensibilidade à rejeição futura, ou seja, um conjunto de fatos relacionados a um tempo que há de vir. A rejeição pode ser emocionalmente dolorosa devido à natureza social dos seres humanos e a tout court a necessidade de interação social entre outros seres humanos é essencial. Abraham Maslow (1908-1970) e outros teóricos sugeriram a necessidade de amor e pertencimento é uma motivação humana fundamental. Para Maslow os seres humanos, mesmo os introvertidos, “precisam ser capazes de dar e receber afeto para serem psicologicamente saudáveis”. 

         A consciência, quando pensa o conteúdo, o destrói como um ser alheio; mas o conceito é conceito determinado e justamente essa determinidade é o alheio que o conceito possui nele.  Esta unidade do existente, o que existe, e do que é em si é o essencial da evolução. É um conceito especulativo, esta unidade do diferente, do gérmen e do desenvolvido. Ambas estas coisas são duas e, no entanto, uma. É um conceito da razão. Por isso só todas as outras determinações são inteligíveis, mas o entendimento abstrato não pode conceber isto. O entendimento fica nas diferenças, só pode compreender abstrações, não o concreto, nem o conceito. Resumindo, teremos uma única vida a qual está oculta. Mas depois entra na existência e separadamente, na multiplicidade das determinações, e que com graus distintos, são necessárias. E juntas de novo, constituem um sistema. Essa representação é uma imagem da história da filosofia. O primeiro momento era o em si da realização, e em si do gérmen etc. O segundo é a existência, aquilo que resulta. Assim, o terceiro é a identidade de ambos, mais precisamente agora o fruto da evolução, o resultado de todo este movimento. E a isto Friedrich Hegel (1770-1831) chama “o ser por si”. É o “por si” do homem, do espírito mesmo. Somente o espírito chega a ser verdadeiro por si, idêntico consigo. O que o espírito produz, seu objeto de pensamento, é ele mesmo. Ele é um desembocar em seu outro. O desenvolvimento do espírito é um desprendimento, um desdobrar-se, e por isso, ao mesmo tempo, um desafogo.

No que toca mais precisamente a um dos lados da educação, melhor dizendo, à disciplina, não se há de permitir ao adolescente abandonar-se a seu próprio bel-prazer; ele deve obedecer para aprender a mandar. A obediência é o começo de toda a sabedoria; pois, por ela, a vontade que ainda não conhece o verdadeiro, o objetivo, e não faz deles o seu fim, pelo que ainda não é verdadeiramente autônoma e livre, mas, antes, uma vontade despreparada, faz que em si vigore a vontade racional que lhe vem de fora, e que pouco a pouco esta se torne a sua vontade. O capricho deve ser quebrado pela disciplina; por ela deve ser aniquilado esse gérmen do mal. No começo, a passagem de sua vida ideal à sociedade civil pode parecer ao jovem como uma dolorosa passagem à vida de filisteu. Até então preocupado apenas com objetos universais, e trabalhando só para si mesmo, o jovem que se torna homem deve, ao entrar na vida prática, ser ativo para os outros e ocupar-se com singularidades, pois concretamente se se deve agir, tem-se de avançar em direção ao singular. Nessa conservadora produção e desenvolvimento do mundo consiste no trabalho do homem. Podemos, pois, de um lado dizer que o homem só produz o que já existe. É necessário que um progresso individualmente seja efetuado. Mas o progredir socialmente no mundo só pode ocorrer nas massas, e só se faz notar em uma grande soma de coisas produzidas. Ipso facto, a consciência moral não pode renunciar à felicidade.

A história das ideias nos Estados Unidos da América teve seu início somente no século XVIII. No século anterior, os primeiros colonizadores investiram nas tarefas imediatas da prática; no nível de domínio das ideias religiosas, contentavam-se com o calvinismo puritano, transplantado da velha Europa. Mas é neste século que surgiram as primeiras reflexões teóricas com as quais Jonathan Edwards que defende o “idealismo imaterialista”, enquanto Samuel Johnson, influenciado por George Berkeley, preocupa-se em criticar o materialismo de orientação newtoniana. Por outro lado, como veremos un passant, Benjamin Franklin, notável por suas contribuições científicas para a teoria da eletricidade, acreditava nas condições e possibilidades de explicação totalmente mecânica dos fenômenos naturais. Além de Franklin, outros foram influenciados pelo raciocínio iluminista, que dominava os principais centos de irradiação do pensamento europeu. Nesse quadro em que a consciência despertava, ganharam particular relevo as ideias políticas, vinculadas intimamente ao processo revolucionário que conduzia à Proclamação da Independência norte-americana.  Em 1783, sete anos após a Declaração de Independência dos Estados Unidos foi declarada no dia 4 de julho de 1776 e colocou fim ao vínculo colonial que existia entre as Treze Colônias e a Inglaterra, a Giant nação imperialista. Com essa conquista transformaram-se na primeira nação do continente americano a ter sua Independência política. E comparativamente o Haiti, a primeira República negra do Novo Mundo (cf. Roupert, 2011). O único vínculo institucional que unia os treze Estados norte-americanos eram Confederation Articles, firmados em 1782.

A debilidade do Congresso norte-americano e a autonomia dos Estados eram patentes. As decisões políticas importantes requeriam o apoio de sete delegados estatais ao Congresso; as resoluções acerca da guerra e da paz, os tratados com o estrangeiro, a impressão de papel-moeda e outras questões fundamentais deviam contar como nove votos estatais afirmativos. Dessa forma, as abstenções representavam verdadeiros vetos. O Congresso não tinha ainda autoridade direta sobre os/cidadãos. Mas somente através dos Estados, e, aliás, não tinha meios de impor sua vontade. Os congressistas foram incapazes de encaminhar medidas eficazes para as dificuldades econômicas (cf. Faulkner, 1951; 1954) que apareceram na Guerra de Independência. Não conseguiram impor a estabilidade, nem a uniformidade da moeda dos Estados, nem recolher os impostos necessários ao pagamento de dívidas. O Congresso foi incapaz de proteger determinadas indústrias que deviam enfrentar a competição de mercado da Inglaterra.

A tentativa de alguns Estados de desenvolver uma política protecionista e instituir impostos em seus territórios delimitados levou à criação de barreiras aduaneiras que os separavam uns dos outros, acentuando as tendências à dissolução. A debilidade constitucional também se refletiu na esfera política: os governos estatais começaram a disputar entre si, e alguns deles não somente armaram milícias como também chegaram a ter seus próprios barcos de guerra. Para solucionar esses problemas, o Congresso decidiu autorizar a realização de uma Convenção de representantes inclusiva a todos os Estados que foi realizada em Filadélfia, em maios de 1787. Aprovada uma Constituição, ela deveria ser submetida à sanção dos Estados, realizada entre 1787 e 179 depois de implantada a forma de governo que o texto constitucional propunha: George Washington (1732-1799) já havia sido feito presidente, por aclamação dos membros da Convenção, em 1789. Durante o período em que estava sendo discutida a Constituição nos Estados, foram publicados por jornais de Nova York artigos de políticos que defendiam o texto proposto: Alexander Hamilton (1757-1804), James Madison (1751-1836) e John Jay (1745-1829). Estes artigos foram compilados n`O Federalista, representavam o pensamento político do partido que viria a nascer com o mesmo nome.                          

A analogia das palavras não deve levar a confusões. Chamam-se igualmente partidos as facções que dividiam as República antigas, os clãs que se agrupavam em torno de um condottiere na Itália da Renascença, os clubes onde se reuniam os deputados das assembleias revolucionárias, os comitês que preparavam as eleições censitárias das assembleias revolucionárias, bem como as vastas organizações populares que enquadravam a opinião pública nas democracias modernas. Essa “identidade nominal”, segundo Duverger (1980: 19 e ss.), justifica-se por um lado, pois traduz certo parentesco profundo: todas essas instituições não desempenham o mesmo papel, que é o de conquistar o poder político e exercê-lo? Porém se vê, apesar de tudo, que não se trata da mesma coisa. De fato, nenhum país do mundo (salvo os Estados Unidos) reconhecia partidos políticos no sentido moderno do termo: encontravam-se tendências de opiniões, clubes populares, associações de pensamento, grupos parlamentares, mas nenhum partido propriamente dito. Em 1950, estes funcionavam na maior parte das nações civilizadas, os outros seguramente apenas se esforçavam por imitá-las.

A questão que se coloca-se e a seguinte: como se passou do sistema de 1850 para 1950? Para Duverger a questão não surge apenas da simples curiosidade histórica. Da mesma forma que os homens que os homens trazem durante toda a sua vida a marca da infância, assim também os partidos experimentam profundamente a influência das suas origens. É quase impossível, por exemplo, compreender a diferença de estrutura que separa o Partido Trabalhista britânico do Partido Socialista francês, se não forem conhecidas as diferentes circunstâncias do seu nascimento. É impossível analisar seriamente o pluripartidarismo francês ou neerlandês, ou o bipartidarismo norte-americano, sem se reportar às origens dos partidos em casa um desses países, que explica sua proliferação em alguns e sua restrição no outro. Em seu conjunto, o desenvolvimento dos partidos parece associado ao da democracia, isto é, à extensão do sufrágio popular e das prerrogativas parlamentares. Quanto mais as assembleias políticas veem desenvolver-se suas funções e sua independência, tanto mais os seus membros se ressentem da necessidade de se agruparem por afinidades eletivas a fim de agirem de comum acordo. Quanto mais o direito de voto se estende e se multiplica, tanto mais se torna necessário enquadrar os eleitores por comitês capazes de tornar reconhecidos os candidatos ao cargo e de canalizar os sufrágios em sua direção político-eleitoral.

            O nascimento dos partidos políticos encontra-se, portanto, ligado ao dos grupos parlamentares e comitês eleitorais. Não obstante, alguns manifestam uma natureza mais ou menos aberrante em relação ao esquema geral: sua gênese fora do ciclo eleitoral e parlamentar, formando essa exterioridade, aliás, seu caráter comum mais nítido. Mas o mecanismo geral dessa gênese é simples: criação de grupos parlamentares, de início; surgimento de comitês eleitorais, em seguida; enfim, o estabelecimento de uma ligação permanente entre esses dois elementos. Na prática, a pureza desse esquema teórico é modificada de diversas formas. Os grupos parlamentares geralmente vêm à luz antes dos comitês eleitorais: com efeito, houve assembleias políticas antes que se realizassem as eleições. No âmbito da divisão social do trabalho, os grupos parlamentares são concebíveis no âmbito de uma Câmara autocrática bem como de uma Câmara eleita: na realidade, a luta das facções geralmente se tem manifestado em todas as assembleias hereditárias ou cooptadas, que se tratasse do Senado da Roma clássica, quer da Dieta da antiga Polônia. Certamente, quem diz facções, distingue e ainda não refere ao grupo parlamentar: entre os dois, existe a diferença que separa o inorgânico do organizado. Mas o segundo decorre da primeira, por uma evolução política mais ou menos rápida.

A priori, afigura-se que a comunidade de doutrinas políticas constitui o leitmotiv da formação dos grupos parlamentares. Contudo, os fatos sociais nem sempre confirmam esse teste de hipótese. Muitas vezes a vizinhança geográfica ou a vontade de defesa profissional parece ter imprimido o primeiro impulso: a doutrina não surgiu senão depois. Em certos países, os primeiros grupos parlamentares foram assim de grupos locais que se transformaram ulteriormente em grupos ideológicos. O nascimento dos partidos no âmbito da Constituinte francesa de 1789 proporcionou um bom exemplo desses mecanismos. Em abril de 1789, os deputados das províncias nos Estados-Gerais começaram a chegar à Versalhes, onde se encontram assaz deslocados. Procuram então unir-se aos deputados de outras províncias que partilham os seus pontos de vista: assim o “clube bretão” assume o aspecto de um grupo ideológico. Quando a assembleia foi transferida de Versalhes para Paris, o clube teve de interromper de imediato suas sessões e procurar um novo local. Quase todo mundo “esqueceu” o clube bretão, mas que não conhece o dos jacobinos? Processo análogo, transformando um grupo local em animador de facção doutrinária, fará surgir mais tarde o Clube dos Girondinos.

O exemplo dos jacobinos merece ainda ser citado: parece caracterizar com efeito toda uma fase da pré-história partidária. Do mesmo modo, na Constituinte francesa de 1848 encontrava-se o grupo do Palácio nacional e do Instituto (republicanos moderados), o da Rue de Poitiers (monarquistas católicos), o da Rue de Castiglione e o da Rua das Pirâmides (esquerda). Além disso, no Parlamento de Frankfurt podia-se encontrar o partido do café Milani (extrema-direita), o do hotel da Wurtemberg (centro-esquerda, do qual se destacaram o partido da Westandhal e o do hotel de Augsburgo), o do hotel da Alemanha (esquerda), enfim, o do hotel de Mont-Tonnère (extrema-esquerda). Trata-se de um fenômeno muito diferente do Clube bretão ou do Clube dos Girondinos: os deputados reúnem-se num mesmo local porque têm ideias após se reunirem por causa de sua identidade de origem. Encontra-se em face de um grupo ideológico e não de um grupo local: mas o emprego de reunião para designá-lo atesta que as doutrinas ainda são muito pouco precisas para servir para caracterizá-lo. Enfim, ao lado dos fatores locais e dos fatores ideológicos, é preciso igualmente dar lugar ao interesse: por exemplo, certos grupos tem um caráter mais ou menos nítido de sindicato de defesa parlamentar. A preocupação pela reeleição natural politicamente desempenhou relevante papel social: jamais desaparece inteiramente dos grupos parlamentares, mesmo tendo alcançado a maturidade. As técnicas do escrutínio que exigem um esforço coletivo, notadamente o escrutínio de lista e a representação proporcional, reforçam essa tendência naturalmente: em certos países ocidentais hegemônicos a formação dos primeiros grupos parlamentares realmente organizados coincide com a adoção do sistema proporcional partidário.     

Ao defender a Constituição norte-americana que haviam ajudado a elaborar, os autores expressavam seus pontos de vista acerca do governo que consideravam ideal. Enfim, durante a Convenção, o objetivo de muitos democratas liberais era tornar mais fáceis as reformas constitucionais, possibilitar a interferência das massas na política, estabelecer o sufrágio universal para os homens e instituir apenas um Parlamento. Os federalistas frustraram esses objetivos factuais, conseguindo fazer aprovar um texto completamente diferente: a possibilidade de emendas à Constituição foi dificultada, o número de eleitores bastante restringido, graças à exigência material de propriedade para votar, criou-se um Congresso com duas câmaras parlamentares e, finalmente, o exercício da liberdade primordial foi buscado, ainda que não totalmente, nos princípios da tradição política britânica. Com exceção da Câmara dos Deputados (concessão aos liberais) todas as autoridades importantes do governo, tais como o presidente da federação, senadores e juízes, não deviam ser escolhidos diretamente pelo povo, mas, respectivamente, pelo colégio eleitoral, pelos legislativos estaduais e por nomeação. A Suprema Corte, considerado órgão mais elevado do Poder Judiciário, podia vetar como inconstitucionais as medidas aprovadas pela maioria das duas casas do Congresso. O processo negava a soberania popular, por uma medida dos representantes do “povo” podia ser avaliada por um organismo judicial que estaria fora do controle da maioria.

Entre os diversos participantes do processo de Independência norte-americana o papel fundamental foi desempenhado por Thomas Jefferson. Mas sua carreira foi marcada pela ambiguidade no cenário político. Como redator da Declaração dos Direitos do Homem e do Estatuto de Liberdade Religiosa da Virginia, Jefferson incluiu-se entre aqueles políticos que acreditavam que todos os homens possuem certos direitos inalienáveis, mas ao mesmo tempo, nunca fez uma proposição prática para libertação dos escravos, durante sua longa carreira política. Rico, latifundiário, sempre teve escravos. Sua mentalidade cosmopolita absorveu as ideias mais liberais de seu tempo; acreditava nessas ideias e confirmou sua fé numa linguagem que se tornou clássica. Quase todas essas ideias aparentemente avançadas, no entanto, encontram-se apenas em sua correspondência particular. Depois de redigir a Declaração e o Estatuto, evitou expressar em público aquilo que pensava na intimidade. Em sua vida política tornou-se líder dos pequenos agricultores, mas também representava os interesses dos grandes proprietários. Dirigiu uma facção popular que se opunha ao domínio dos interesses dos comerciantes, mas essa facção populista também procurava representar outro setor dos proprietários, que também tinha suas próprias aspirações e motivações sociais.

O aspecto singular e sociológico do populismo nos Estados Unidos da América é sua perspectiva ideológica de que não existem classes sociais na sociedade. Esta ideia se baseia na proposta de Declaração de Independência, de 1776, em que “todos os homens são iguais” e que a história oficial dos Estados Unidos se tem encarregado de reforçar. Esta história tem incluído movimentos sociais e políticos para empreender reformas, dentro de segmentos sociais de diferentes classes sociais tem formado alianças políticas temporais. O centro da ideologia populista tem como representação social a ideia de um povo que luta contra alguma instituição fabulosa, tais como os bancos, os detentores da riqueza e a burocracia governamental. O populismo norte-americano reúne aspectos multiculturais espraiados dos mais diversos segmentos capitalistas da classe média sob um estandarte. Ideologicamente o populismo na aparência não se coloca contrário ao capitalista. Historicamente o movimento que comumente se associa com a ascensão do populismo é a luta dos pequenos agricultores desde a década de 1890 até os anos 1930. Sua mobilização se dirigiu em primeiro contra as ferrovias, os grandes bancos e as empresas de produtos agropecuários. Este foi um movimento de agricultores pobres, pequenos comerciantes rurais e grupos da classe operária. Para os norte-americanos, a palavra populismo não tem conotações positivas nem negativas, nem a progressista e nem conservadora. Para Michael Kazin no ensaio: The Populistas Persuasion (1995), mais do que representação da ideologia, é o emprego metodológico da retórica que define o terreno entre os debaixo e os de cima, melhor dizendo, entre o povo e as elites.

 E nem descartar de seu fim absoluto esse momento. O fim, como representação de um resultado, enunciado como puro dever, implica essencialmente nele que contém essa consciência singular. A convicção individual, e o saber a seu respeito, constituem um momento absoluto dessa moralidade. Esse momento no fim que se tornou objetivo, no dever cumprido, é a consciência singular que se intui como efetivada; ou seja, é o gozo. O gozo, por isso, reside no conceito da moralidade; de certo, não imediatamente, da moralidade considerada como disposição, mas só no conceito de sua efetivação. O fim como o todo, expresso com a consciência de seus momentos, consiste, pois, em que o dever cumprido seja tanto pura ação moral, quanto individualidade realizada; e que a natureza, como lado da singularidade, em contato com o fim abstrato, seja um com o fim. Aquele fim total, que a harmonia constitui, contém em si a efetividade mesma. Ao mesmo tempo, é o pensamento da efetividade. A harmonia da moralidade e da natureza, ou harmonia da moralidade e da felicidade humana – pois a natureza só é tomada em consideração enquanto a consciência experimenta a ligação que expressa a unidade com ela, é pensada como algo necessariamente essente, ou seja, quando é postulada.

Com efeito, no trabalho, isto é, a essencialidade da vida nessa condição humana, exigir significa que se pensa algo essente que ainda não é efetivo: uma necessidade não do conceito como conceito, mas do ser.  A necessidade ao mesmo tempo, essencial, a relação através do conceito. O ser exigido não pertence assim ao representar da consciência contingente, senão que reside no conceito da moralidade mesma, cujo verdadeiro conteúdo é a unidade da consciência pura e consciência singular. À essa última compete que essa unidade seja para ela como uma efetividade; o que no conteúdo do fim é felicidade, mas, na sua forma, é ser-aí em geral. Este ser-aí exigido, ou a unidade articulada dos dois, não é por isso um desejo, ou – considerado como fim – não é um fim cuja obtenção seria ainda incerta, mas é uma exigência da razão; ou seja, é imediata certeza e pressuposição da razão mesma. Nesse conflito entre a razão e a sensibilidade, a essência para a razão, é que o conflito sociologicamente se resolva; e que emerja, como resultado, a unidade dos dois – que não é a unidade originária em que ambos estão em um indivíduo só, mas uma unidade que procede da conhecida oposição dos dois. Tal unidade somente é a moralidade efetiva porque nela está contida a oposição pela qual o Si é consciência – ou só agora é efetivo; e de fato, é Si e ao mesmo tempo, universal. Ou seja, está aí expressa aquela mediação que é essencial à moralidade.

Como, comparativamente entre os dois momentos da oposição, a sensibilidade é  simplesmente o ser-outro ou o negativo – e ao contrário, o puro pensar do dever é a essência da qual nada se pode abandonar – parece que a unidade resultante só pode efetuar-se mediante o suprassumir da sensibilidade. Como ela mesma é um momento desse vir-a-ser – o momento da efetividade – assim há que contentar-se por enquanto, no que respeita à unidade, com a expressão de que “a sensibilidade é conforme à moralidade”. A consciência mesma tem de efetuar essa harmonia, e de fazer sempre progressos na moralidade. Mas a perfeição dessa harmonia tem de ser remetida ao infinito, pois se ela efetivamente ocorresse, a consciência moral se suprimiria. A perfeição, portanto, não há que a atingir efetivamente, mas só há que a pensar como uma tarefa absoluta, isto é, como uma tal que permanece tarefa, pura e simplesmente. No entanto há que pensar, ao mesmo tempo simular, o conteúdo dessa tarefa como um conteúdo que simplesmente deva ser, e que não permaneça apenas uma tarefa; quer se represente, ou não, a consciência totalmente abolida. Pela consideração de que a moralidade consumada encerra uma contradição, se lesaria a santidade da essencialidade moral no sentido antropológico, e o dever absoluto pareceria como algo inefetivo.  

Os psicólogos acreditam que contato simples ou interação social com os outros membros não é suficientemente para atender a essa necessidade. As pessoas têm um forte impulso motivacional para formar e manter relacionamentos interpessoais, precisam de relacionamentos estáveis e motivações para satisfazer as interações sociais com as pessoas nesses relacionamentos. Se algum desses dois fatores estiver ausente, as pessoas começarão a sentir-se solitárias e infelizes. Assim, a rejeição é uma ameaça significativa. De fato, a maioria das ansiedades humanas parece refletir preocupações sobre a exclusão social. Ser membro de um grupo social também é importante para a identidade social, que é um componente-chave da autoimagem. Mark Leary, da Duke University, sugeriu que o objetivo principal da autoestima é monitorar as relações sociais e detectar as formas de rejeição social. Nessa concepção, a autoestima é que ativa as emoções negativas quando surgem sinais de exclusão. A rejeição dos pares foi medida usando a sociometria e outros métodos de classificação. Estudos tipicamente mostram que as crianças são populares, recebendo avaliações geralmente altas, muitas crianças são medianas, com avaliações moderadas e uma minoria de crianças é rejeitada, apresentando avaliações geralmente baixas.

Um internato ou colégio interno é um estabelecimento escolar em que os alunos, além de estudar, também vivem entre seus pares, em alojamentos normalmente anexos ao prédio principal. O regime de internato pode incluir alojamento apenas durante os dias úteis de segunda a sexta-feira ou também durante o fim de semana. Ocasionalmente, algumas das escolas onde não vigora esse sistema são denominadas de externatos, por contraste. Os internatos foram criados por Joseph Anthony Clintsberg, na Inglaterra, no século XIV, para conter a crise de filhos desobedientes e alterados.  Durante este período, ocorreram grandes desastres políticos e naturais na Europa e nos quatro cantos do Império Mongol. A África Ocidental e o subcontinente indiano, no entanto, experimentaram crescimento econômico e prosperidade. Na Europa, a Peste Negra matou 25 milhões de vidas, exterminando um terço da sociedade europeia, enquanto particularmente nações como a Inglaterra e França lutaram na prolongada Guerra dos Cem Anos, que começou após a morte de Carlos IV, rei da França à época. Sua morte levou a uma reivindicação do trono francês para Eduardo III, rei da Inglaterra. Este período é considerado o auge da cavalaria medieval e marca o início de fortes identidades separadas para a Inglaterra e a França, bem como a fundação da Renascença italiana e do Império Otomano.

No resto da Europa os conflitos continuariam: no Reino de Castela houve uma guerra civil pelo trono, entre Pedro I de Castela contra seu meio-irmão Henrique de Trastâmara. Henrique derrota seu irmão e é coroado rei como Henrique II de Castela. É neste contexto que Portugal se envolve nas guerras fernandinas: Fernando I de Portugal reivindica o trono de Castela e entra em guerra contra Henrique II de Castela e depois, com o filho deste, João I de Castela. No outro lado da Europa, o Império Otomano continuará a se expandir principalmente pelos Bálcãs, embora um Império Romano Oriental já bastante reduzido ainda resistia a expansão turca. Na Ásia, Tamerlão, foi o último dos grandes conquistadores nômades da Ásia Central de origem turco-mongol. Estabeleceu o Império Timúrida, um importante território islâmico no Oriente Médio e na Ásia Central, a fim de reviver o Império Mongol de Gengis Khan. Estudiosos estimam que as campanhas militares de Tamerlão causaram a morte de 17 milhões de pessoas, chegando a cerca de 5% da população mundial. Nascido nos domínios do Canato de Chagatai, de família de pastores, agregou em torno de si diversas tribos, à sua competência militar, à sua astúcia como político, utilidade de uso do terror, atração dos saques e ao seu carisma como declarado adepto da religião islâmica e das artes.

Com a ajuda de um vasto exército, construiu um poderoso e agressivo império, conhecido como Império Timúrida, que não resistiria à sua morte. As suas campanhas militares ficaram marcadas por selvagens massacres e uma brutalidade que excedeu em número e desumanidade os cometidos pelos seus antecessores. Sincronamente, a Renascença Timúrida surgiu. No mundo árabe, o historiador e cientista político ibne Caldune e o explorador ibne batuta deram contribuições significativas. Na Índia, foi fundado o Sultanato de Bengala, uma importante nação comercial do mundo, descrita pelos europeus como o país mais rico com o qual negociar, após sua independência do Sultanato de Déli. A dinastia Yuan (descendentes de Gengis Khan) foi expulsa da China e retirou-se para a Mongólia, o Ilcanato entrou em colapso e a Horda de Ouro perdeu sua posição como uma grande potência na Europa Oriental. Na África, o rico Império do Mali, líder global da produção de ouro, atingiu seu apogeu territorial e econômico sob o reinado de Mansa Musa do Mali, o indivíduo mais rico dos tempos medievais.

Tamerlão foi descrito por diversos cronistas do século XIV, e cada relato apresentava o imperador sob um enfoque diferente: ora nobre e educado, ora violento e explosivo, ora um bárbaro aculturado, ora um amante das artes. Mas todos os relatos concordam que Tamerlão possuía personalidade complexa que fascinava e tornava perplexos mesmo os seus desafetos. O seu apetite por comida, bebidas alcoólicas e mulheres era enorme. Tinha quatro esposas, conforme o Islão, muito embora o embaixador Clavijo registasse oito, mas muitas concubinas. As esposas de Tamerlão gozavam de estatuto elevado, com relativa liberdade social e considerável influência política. Afirmava-se adepto de uma versão do Islão que incorporava os velhos cultos animistas mongóis e declarou para si a missão de expandir e fortalecer a fé islâmica no mundo, assumindo também o papel de um líder religioso para seu povo — apesar de muitas das suas vítimas serem também muçulmanas. Além disso, sabia que os chagatai precisavam ser mantidos ocupados, para evitar descontentamentos entre seus exércitos, e empreendeu contínuas campanhas militares contra seus vizinhos durante seu reinado, com os consequentes saques, generosamente distribuídos pelas suas tropas. Seu poder se consolidou, também, por saber como lidar com seus inquietos compatriotas, além de expandir seu império além das estepes da Ásia Central. Para René Grousset, Tamerlão representou a “síntese do barbarismo mongol com o fanatismo religioso”. Até meados do século XX, a maioria dos estudos sobre aprendizagem questionava que as funções da memória seriam localizadas em regiões cerebrais específicas, alguns chegando a duvidar de que a memória seria uma função distinta da atenção, da linguagem e da percepção. Acreditava-se que o armazenamento da memória seria distribuído por todo o cérebro.

A partir de 1861 Broca evidencia que lesões restritas à parte posterior do lobo frontal, no lado esquerdo do cérebro, chamada de área de Broca, causavam um defeito específico na função da linguagem. Após essa localização da função da linguagem, os neurocientistas tornaram a voltar-se para a hipótese de se localizar a memória. É possível afirmar que a memória não possui um único lócus. Diferentes estruturas cerebrais estão envolvidas na aquisição, armazenamento e evocação das diversas informações adquiridas por aprendizagem. Existem acontecimentos nas nossas vidas que não esquecemos jamais. Nem tudo que nos acontece fica gravado na memória para sempre. É importante lembrar que a consolidação da memória ocorre no momento seguinte ao acontecimento. Qualquer fator que haja pode fortalecer ou enfraquecer a lembrança.  Poucos dentre os resistentes não se tornam, mais cedo ou mais tarde durante a guerra, clandestinos. Largam atrás de si nomes, profissões, endereços, amigos, parentes. Aprendem até a exaustão a perder o passado, a memória e a si mesmos. A profissão, a família, os laços sociais não importam mais! Vivem exclusivamente em função dos seus fins ético-políticos. A Resistência foi uma ação relativamente voluntária de poucos homens, por isso só aparentemente tornados exemplares. Configura um modelo de comportamento singular e de atitude individual, festejado, celebrado e idealizado de cima a baixo por toda a sociedade, das elites sociais ao proletariado, próximo da abnegação heroica. A dedicação à causa coletiva desdobra-se nas medidas de um apaixonado e exaltado “esquecimento de si”.

Um modo político de viver foi alcançado que serve de espelho moral. Mas que designa a dimensão bela, justa e verdadeira do dever cívico, ato simples, ao alcance de todos e próprio do sentimento de ser francês. Riscos existem, em termos de probabilidades estatísticas, e vale advertir, nestas formas-limites do agir. Recusar a existência na qual cada um se inscreve por filiação, por pertencimento social, pode equivaler a uma espécie de denegação do passado e de suas marcas. René Grousset (1885-1952) foi um historiador francês que foi curador do Museu Cernuschi e do Museu Guimet em Paris e membro da prestigiosa Académie Française. Ele escreveu várias obras importantes sobre civilizações asiáticas e orientais. Grousset nasceu em Aubais, Gard, em 1885. Tendo se formado na Universidade de Montpellier com um diploma em história, ele logo começou sua distinta carreira. Ele serviu no Exército Francês durante a 1ª grande guerra ocorrida entre 1914-1918. Em 1925, Grousset foi nomeado conservador adjunto do Musée Guimet em Paris e secretário do Journal asiatique. Em 1930, ele havia publicado cinco grandes obras sobre civilizações asiáticas e orientais. Em 1933, foi nomeado diretor do Museu Cernuschi em Paris e curador de suas coleções de arte asiática. Ele escreveu uma grande obra sobre o peregrino budista medieval chinês Xuanzang, enfatizando particularmente a importância de sua visita à universidade budista do norte da Índia de Nalanda. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, Grousset publicou suas duas obras mais importantes, Histoire des Croisades (1934-1936) e L`Empire des Steppes (1939). Demitido de seus cargos no museu pelo governo de Vichy, ele continuou sua pesquisa de forma privadamente e publicou três volumes sobre a China e os mongóis durante a guerra. Após a libertação da França, ele retomou sua curadoria do Museu Cernuschi e também foi nomeado curador do Museu Guimet. Em 1946, Grousset foi nomeado membro da Academia Francesa.

Entre os anos 1946 e 1949, ele publicou quatro obras finais, concentrando-se na Ásia Menor e Oriente Próximo. O historiador britânico Christopher Tyerman aponta que, após a publicação, a História das Cruzadas de Grousset foi criticada, por um lado por não analisar o sistema político do que Grousset considerava ser um estado francês no Levante e, por outro lado, por exagerar ou deturpar a simpatia cultural entre as comunidades ultramarinas. Os historiadores americanos Frederic Duncalf e John Life La Monte foram particularmente severos. Em 1981, o historiador alemão Hans Eberhard Mayer estimou que a “História das Cruzadas” de Grousset foi, entre as obras gerais sobre este assunto, “aquela em que o chauvinismo na investigação das cruzadas levantou a sua cabeça feia pela última vez”. Mais recentemente, os sucessores de Grousset notaram que sua perspectiva foi moldada por suas ideias sobre o papel colonial da França. Em 2001, frade Joël Gourdon escreveu: - “René Grousset produziu uma obra inteiramente dedicada ao papel colonial da França. Ele vê na aventura colonial a síntese admirável dos valores mais sagrados para ele: o cristianismo, a pátria e o Estado, mesmo republicano. Ele projeta esse ideal na Idade Média e vê nas Cruzadas a primeira expressão dessa missão civilizadora que é a da França eterna”. Em 2007, o historiador medieval francês Pierre Aubé se expressou sobre Grousset da seguinte maneira: - “Este historiador, que soube se apoiar no melhor dos maiores orientalistas de seu tempo, cuja erudição é de uma solidez rara na hora de estabelecer fatos, é muito orientado na hora de interpretá-los. Seu ângulo de visão é muito marcado pela utopia colonialista que prevaleceu nas décadas de 1920 e 1930, quando construiu sua obra magna”. Para o frade Vadime Elisseeff, que o sucedeu como diretor do Museu Cernuschi, Grousset é o último dos grandes clássicos, aqueles para quem o “sentido da história era mais uma questão de psicologia dos seres do que das condições materiais de existência, cujo impacto físico e moral na vida dos indivíduos ainda não havia sido enfatizado pelas ciências. Suas obras são valiosas pela inteligência das visões e pelos fatos apresentados em um estilo claro e facilmente legível”.

Apesar da natureza rude do modo de vida mongol, o imperador chagatai era um entusiasta de história, poesia e filosofia, arte, e arquitetura e não raro fazia questão de poupar artistas, historiadores e engenheiros estrangeiros durante suas conquistas — exterminando todo o resto da população. Durante seu reinado, a cidade de Samarcanda, para onde esses prisioneiros eram deportados, tornou-se a pérola das estepes asiáticas, com grandes obras de arquitetura e urbanismo. Tamerlão também apreciava a visita de embaixadores e mercadores estrangeiros, com os quais aprendia sobre a história e a cultura de povos tão distantes quanto os espanhóis e italianos. A característica pela qual Tamerlão tornou-se mais conhecido e temido foi sua crueldade, a brutalidade com que tratava os povos conquistados. Apesar de ser um líder militar refinado, estabelecia novas estratégias jogando xadrez, não abria mão da violência para abater a moral dos inimigos e impor o terror sobre os povos conquistados. Atos como o assassínio de um grupo de crianças pequenas, ocorrido no ataque a Ispaã, quando dizimou quase toda a população local, empilhando as cabeças decapitadas em montes do lado de fora da cidade e o emparedamento de duas mil pessoas em uma torre de Isfizar, é uma vila do distrito rural de Mude, no distrito de Mude, no condado de Sarbixá, na província de Coração do Sul, no Irã, para sufocar uma rebelião, tiveram enorme repercussão negativa na reputação de Tamerlão na Europa e em reinos adjacentes, mas inflavam o orgulho dos chagatai.

Uma forma de medir a rejeição pede que as crianças listem os pares que gostam e não gostam. As crianças rejeitadas recebem poucas indicações de “gosto” e muitas nomeações de “não gosto”. De acordo com Karen Bierman, da Pennsylvania State University, a maioria das crianças que são rejeitadas por seus colegas exibem um ou mais dos seguintes padrões de comportamento: 1. Baixas taxas de comportamento pró-social, por exemplo, revezando-se, compartilhando; 2. Altas taxas de comportamento agressivo ou disruptivo; 3. Altas taxas de comportamento desatento, imaturo ou impulsivo; 4. Altas taxas de ansiedade social. Bierman afirma que crianças populares em seu meio social demonstram inteligência socialmente e sabem quando e como participar de grupos de brincadeiras. As crianças que estão em risco de rejeição têm maior probabilidade de entrar em contato com disrupção, ou ficarem isoladas. Crianças agressivas que são atléticas ou que possuem boas habilidades sociais provavelmente são aceitas pelos colegas e podem se tornar líderes no assédio a crianças menos habilitadas. Crianças de minorias, crianças com deficiências ou com características ou comportamentos incomuns podem enfrentar riscos maiores de rejeição. Dependendo das normas do grupo de pares, às vezes até pequenas diferenças entre as crianças levam à rejeição ou negligência.

As crianças que são menos extrovertidas ou simplesmente preferem brincadeiras solitárias são menos propensas a serem rejeitadas do que as crianças que são socialmente inibidas e mostram sinais de insegurança ou ansiedade. A rejeição dos pares, uma vez estabelecida, tende a ser estável ao longo do tempo e, portanto, difícil para a criança superar. Pesquisadores descobriram que a rejeição ativa é mais estável, mais prejudicial e mais propensa a persistir após a transferência de uma criança para outra escola do que a simples negligência. Uma razão para isso é que grupos de pares estabelecem vieses de reputação que atuam como estereótipos e influenciam a interação social subsequente. Assim, mesmo quando algumas crianças rejeitadas e populares mostram comportamentos e realizações semelhantes, as crianças populares são tratadas de maneira muito mais favorável. É provável que as crianças rejeitadas tenham baixa autoestima e correm maior risco de internalizar problemas como a depressão. Algumas crianças rejeitadas exibem comportamento externalizante e demonstram agressividade em vez de depressão. A pesquisa é em grande parte correlacional, mas há evidências de efeitos recíprocos. Isso significa que as crianças com problemas têm maior probabilidade de serem rejeitadas, e essa rejeição leva a problemas ainda maiores para elas. A rejeição crônica pelos pares pode levar a um ciclo de desenvolvimento negativo que piora com o tempo.

Depressão é um estado mental caracterizado por tristeza profunda persistente e aversão a atividades. Pode afetar os pensamentos, comportamentos, sentimentos e o bem-estar de uma pessoa. Os estados mentais formam uma classe diversa, especificamente incluindo a questão em torno da percepção, em função da experiência de dor, inequivocamente pelo estigma da crença, a irrealização do desejo, conjugando aspectos sociais em termos de intenção, a irradiação da emoção e preservação da memória. Uma grande variedade de características é comumente associada a desejos. São vistos como atitudes proposicionais em relação a estados de coisas concebíveis. Visam mudar o mundo representando como o mundo deveria ser, ao contrário das crenças, que visam representar como o mundo realmente é. Os desejos estão intimamente ligados à agência: motivam o agente a realizá-los. Para que isso seja possível, um desejo deve ser combinado com uma crença sobre qual ação social o realizaria. Desejos apresentam seus objetos sob uma luz favoravelmente, como algo que parece em si ser bom. Sua realização é normalmente experimentada como prazerosa, em contraste com a experiência negativa de não o conseguir.

Os desejos conscientes são geralmente acompanhados por alguma forma de resposta emocional. Afeta, aproximadamente, mais de 280 milhões de pessoas de todas as idades. As pessoas deprimidas podem sentir-se tristes, ansiosas, desesperadas, vazias, preocupadas, impotentes, inúteis, culpadas, irritadas, magoadas ou inquietas. Podem perder o interesse em atividades que antes eram prazerosas, podem perder o apetite ou comer demais, apresentar problemas de concentração, dificuldade para lembrar detalhes ou tomar decisões e podem contemplar ou tentar o suicídio. Historicamente desde o século XVIII o suicídio vinha sendo estudado como um problema moral, para, no século XIX, ser visto como um “crescente problema social a exigir explicação” até o legado da filosofia normativa de Émile Durkheim. O acúmulo de informações e dados estatísticos proporcionou, que se estabelecessem inúmeras correlações, comparativamente, com o levantamento de hipóteses no âmbito da originalmente de análise sociológica. Estas irão relacionar taxas diferenciais de suicídio cuidadosamente analisadas, a fatores sociais representativos como: ocupação, urbanização, religião, mudança social, incluindo fatores não sociais: hereditariedade, raça, clima e a questão não resolvida ­ se o suicídio era ou não relacionado à desordem mental. Há, portanto, dois tipos de causas extra-sociais às quais se pode atribuir a priori uma influência negativa sobre a taxa de suicídios: as disposições orgânico-psíquicas e a natureza no âmbito da convivência do meio físico.

Poderia ocorrer que, na constituição individual ou, pelo menos, na constituição de uma classe etária importante de indivíduos, houvesse uma propensão, de intensidade variável conforme os países, que arrastasse diretamente o homem ao suicídio. Esta teoria pode ser e foi defendida de duas maneiras diferentes e de forma conspícua. Ou se diz que, em si mesmo, o suicídio constitui uma entidade mórbida sui generis, uma loucura especial; ou sem o considerar uma espécie distinta, vê-se nele simplesmente um episódio de uma ou várias espécies de loucura, mas que não se encontra nos indivíduos sãos de espírito. Contudo, se considerarmos sociologicamente o suicídio como uma doença sui generis se estabelecem afirmações gerais desmentidas pela experiência. No tocante à análise do problema da angústia, Arthur Schopenhauer nos apresenta em sua filosofia uma visão extremamente pessimista da vida, quer dizer: viver é necessariamente sofrer.

É com base em Schopenhauer que outro pensador alemão, Friedrich Nietzsche, concluiu que, dentre todos os povos da Antiguidade, os gregos foram os que apresentaram maior sensibilidade para compreender o sofrimento e a tragicidade da existência humana, como que permeada pela dor, solidão e morte. Jean-Paul Sartre, representante maior da corrente existencialista, defendeu que a angústia surge no exato momento em que o homem percebe a sua condenação irrevogável à liberdade, isto é, o homem está condenado a ser livre, posto que sempre haja uma opção de escolha. Ao perceber tal condenação, ele se sente angustiado em saber que é senhor de seu destino. Sigmund Freud, em seus estudos sobre o problema da angústia pode observar o quão suscetível está às doenças próprias desse sistema. O balanço entre as vontades e as repressões tem que ser buscado pelo Ego, consciência. E, portanto, a busca de um equilíbrio do psíquico e, não obstante, entre o sujeito e o todo social. Problemas de insônia, sono excessivo, fadiga, perda de energia, mudança na alimentação, sofrimento, dores ou problemas digestivos resistentes a tratamento também podem estar presentes.

Os Rejeitados (The Holdovers, 2023) representa um filme de comédia dramática norte-americano de 2023 dirigido por Alexander Payne, escrito por David Hemingson e estrelado por Paul Giamatti, Da`Vine Joy Randolph e Dominic Sessa e Carrie Preston se juntaram ao elenco. Ambientado em 1970, segue a démarche de um professor de história medieval, rabugento, disciplinado em um internato da Nova Inglaterra, uma região geográfica extraoficialmente de grande valor histórico e climático dos Estados Unidos da América, localizada na ponta Nordeste do país e que compreende seis estados: Connecticut, Maine, Massachusetts, New Hampshire, Rhode Island e Vermont. Boston é seu centro cultural e econômico, bem como sua cidade mais populosa do estado norte-americano de Massachusetts. The Holdovers é a segunda colaboração entre o diretor Alexander Payne e o ator Paul Giamatti, depois de Sideways (2004). Payne concebeu o conceito do filme depois de assistir Merlusse (1935), um filme de comédia dramática francês, escrito e dirigido por Marcel Pagnol (1895-1974), dramaturgo e cineasta francês, membro da Academia Francesa de Letras e estrelado por Henri Poupon, André Pollack e Annie Toinon. E contatou David Hemingson para escrever o roteiro cinematográfico, que era original e um exemplo de escrita para um piloto de televisão.

Em junho de 2021, a Miramax adquiriu os direitos de distribuição. No início de 2022, Da`Vine Joy Randolph é “forçado” a acompanhar três alunos que não têm para onde ir nas férias de Natal, um feriado e festival religioso cristão comemorado anualmente em 25 de dezembro, nos países eslavos e ortodoxos, cujos calendários eram baseados no calendário juliano, é comemorado no dia 7 de janeiro. A data é o centro das festas de fim de ano e da temporada de férias, sendo, no cristianismo, o marco inicial do Ciclo do Natal, que dura doze dias. A gerente de locações Kai Quinlan, que já trabalhou em outros filmes ambientados na Nova Inglaterra, como Spotlight – Segredos Revelados (2015) e Black Mass (2015), um filme biográfico norte-americano de drama policial de 2015 sobre o mafioso americano Whitey Bulger (1919-2018), baseou-se a educação em Massachusetts para a produção do filme. Para a fictícia Barton Academy, cinco escolas de Massachusetts foram usadas como locais: Groton, Northfield Mount Hermon, Deerfield Academy, St. Mark`s School and Fairhaven High School, uma escola episcopal diurna e internato preparatório para faculdade em Southborough, Massachusetts, um subúrbio de Boston. Fundada em 1865, foi um dos primeiros internatos de estilo britânico nos Estados Unidos. A São Marcos educa 377 alunos, 75% dos quais residem no campus. A escola tem uma proporção estatística aluno-professor de 4:1, e 30% dos que recebem auxílio financeiro.

O filme também foi rodado nos históricos teatros Somerville e Orpheum, e no Boston Common. Alexander Payne disse mais tarde que capturar a estética dos anos 1970 foi relativamente fácil porque “a mudança vem lentamente na Nova Inglaterra”.  A música original de The Holdovers foi composta por Mark Orton. Também apresenta diversas canções clássicas de Natal, e outras canções da década de 1970 de The Allman Brothers Band, Tony Orlando e Dawn, Labi Siffre e Cat Stevens. A trilha sonora foi lançada digitalmente pela Back Lot Music. Uma exibição especial do filme foi realizada para compradores em 11 de setembro de 2022. No dia seguinte, foi relatado que a Focus Features havia adquirido os direitos de distribuição por US$ 30 milhões. O filme foi agendado para um lançamento limitado e amplo, respectivamente nos cinemas em 10 de novembro de 2023, e por um lançamento amplo em 22 de novembro. No entanto, foi adiado para um lançamento limitado em 27 de outubro, seguido por um lançamento amplo em 10 de novembro. No Reino Unido foi programado pela Universal Pictures UK em 19 de janeiro de 2024. A estreia mundial de The Holdovers foi realizada no 50º Festival de Cinema de Telluride em 31 de agosto de 2023. Também foi exibido no Festival Internacional de Cinema de Toronto de 2023 em 10 de setembro de 2023, onde foi vice-campeão no People`s Choice. Também foi convidado para ser exibido na seção Ícone do 28º Festival Internacional de Cinema de Busan, onde foi exibido em 7 de outubro de 2023.

A St. Mark`s foi fundada em 1865 pelo nativo de Southborough Joseph Burnett (1820–1894), um químico e empresário que acumulou uma grande fortuna fabricando anestésicos cirúrgicos, xarope para tosse, tônico capilar, colônia, refrigerantes, salsichas, leite engarrafado e, o mais famoso, o primeiro extrato de baunilha comercialmente viável da América. Burnett foi um importante líder cívico: além de financiar a St. Mark`s, ele financiou a igreja episcopal da cidade, a prefeitura, a biblioteca e sua outra escola particular, a Fay School. Ele também ajudou a fundar a Igreja do Advento de Boston. Junto com a St. Paul`s School em Concord, New Hampshire, St. Mark's foi uma das primeiras escolas da Nova Inglaterra fundada no modelo de escola pública britânica, em oposição às academias da Era revolucionária, como Andover e Exeter. A semelhança foi intencional, já que Burnett havia enviado seu filho mais velho para St. Paul`s. A escola Concord estava lotada e, para aliviar a pressão sobre o escritório de admissões, seu diretor encorajou Burnett a abrir a própria escola. St. Mark`s começou com doze alunos e cresceu continuamente, alcançando 47 alunos em 1878 e 60 alunos em 1883.

O financista de Nova York, August Belmont Sr. Belmont Jr. ex-aluno e curador do São Marcos acabou realizando a capela da escola e o campo de futebol. Em 1882, William Peck tornou-se o diretor da St. Ele rapidamente expandiu o número de matrículas e recrutou os filhos de algumas das famílias mais ricas da América. Em 1886, uma escola anunciou que havia superado suas instalações e não poderia aceitar mais candidatos.  Mudou-se para um novo prédio escolar em 1890, o que permitiu aumentar as matrículas para 103 alunos; São Marcos ainda usa este edifício hoje. A escola passou por uma grave crise institucional em 1894, quando Peck renunciou para financiara Escola Pomfretem Connecticut. O conselho de administração firmemente episcopal entrou em confronto com Peck, um leigo, de acordo com Pomfret com tendências progressistas. William Peck levou metade do corpo docente e um terço do corpo discente com ele. Joseph Burnett (1820-1994) morreu naquele ano, “roubando” da escola com infortúnio seu benfeitor mais importante. Os curadores do St. Mark`s responderam a esta crise nomeando o professor de inglês da Groton School, William Greenough Thayer, como o novo diretor.

Não por coincidência, elas inexistem, o Bispo William Lawrence foi presidente do conselho de St. Mark`s e Groton. Lawrence foi um dos primeiros mentores de Thayer: ele o influenciou “a se converter do presbiterianismo ao episcopalismo e o levou ao ministério episcopal”. Um “arrecadador de fundos incansável”, Lawrence per se liderou a primeira campanha de capital da Universidade de Harvard em 1904 e arrecadação monetária para o campus da Harvard Business School em 1926. O relacionamento de Thayer com Lawrence deu acesso a St. na vasta rede inclusiva de doadores do bispo. Thayer estudou na escola pelos trinta e seis anos seguintes. Ele reviveu e depois acelerou a trajetória intelectual institucional de São Marcos sob Peck, transformando São Marcos em uma instituição distintamente da classe socialmente “alta” que traz na esteira da lealdade “de Boston e das famílias Knickerbocker de Nova York”. Ele continua o projeto coerente de Peck de recrutar os filhos de “titãs empresariais”, adicionando William Kissam Vanderbilte Joseph Pulitzer na lista de pais.

Um estudo da turma de São Marcos de 1906 descobriu que 79% dos pais dos graduados estavam listados no Registro Social; 59% frequentaram escolas da Ivy League; e 54% trabalharam em finanças, direito ou outros serviços profissionais.  Thayer também construiu um canal forte para Harvard College; de 1906 a 1925, uma média de quinze alunos do St. Mark`s foram para Harvard todos os anos. Um futuro diretor, Edward T. Hall`37, lembrou que, na época, as faculdades “estavam em sua maioria dispostas a aceitar qualquer menino que pudesse passar nos conselhos [da faculdade] e cujos pais poderiam pagar as mensalidades”, então, “internatos [fortes] com disciplinadores capazes que conheciam seus assuntos ... tiveram um sucesso fenomenal em colocar seus alunos em qualquer faculdade que escolheram”. À medida que a escola crescia em estatura, suas matrículas aumentaram rapidamente, voltando para 131 em 1906 e 191 em 1926. A competição por vagas era acirrada e Thayer estimou que recebeu 145 ou mais candidatos para 30-35 vagas por ano. Edward Hall lembrou que “exceto por um adquirido (eram sete em 1927) de vagas competitivas, a prioridade de inscrição governava a probabilidade de facilidades”. Entrar em St. Mark`s na década de 1920 era um pouco como entrar no Somerset Clube de Boston: o nome de um menino era anotado poucas horas ou dias após seu nascimento, para que ele tivesse uma chance de acesso.

Bibliografia Geral Consultada.

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