“É a culpa, e não a fé, que remove montanhas”. Sigmund Freud
Mercedes Ron López,
nascida em Buenos Aires, em 3 de junho de 1993, é uma escritora e comunicadora
audiovisual argentina-espanhola. Ela é reconhecida pela Saga Culpables,
trilogia que ficou famosa através do Wattpad, uma plataforma que permite
compartilhar histórias com as de outras pessoas. Ela foi best-seller do The New York Times e do
USA Today. Pode ser usado por meio do site, por computador ou
aplicativo no celular. O Wattpad foi criado em 2006, como resultado de uma
colaboração entre Allen Lau e Ivan Yuen. A empresa está sediada em Toronto,
Ontário. Em março de 2009 foi lançada a versão para iPhone, em abril do mesmo
ano para o App World do Blackberry e em junho para Android. Em junho de
2009 o Aplicativo superava os cinco milhões de downloads. Em 2011,
Wattpad anunciou que recebeu 3,5 milhões de dólares em financiamento de investidores, bem como por parte de W Média Ventures, Golden Venture
Partners e de Union Square Ventures, um dos primeiros investidores em Twitter,
Tumblr e outras histórias de sucesso de meios sociais. Em dezembro de
2011, Wattpad abre uma sede em Toronto, que seria selecionada como a empresa
mais popular de meios digitais no país no Intercâmbio de Inovações canadiana
desse mesmo ano. O cofundador e Chief Strategy Officer Ivan Yuen foi um empresário canadense na parte superior dos Impact
Infused Awards, patrocinados por Deloitte, tem sede global em Nova Iorque,
nos Estados Unidos da América. Fundada em 1845, em Londres, conta 700 escritórios em mais
de 150 países, e de 457 mil profissionais em todo o mundo ocidental. O
primeiro livro da trilogia Culpa Mía foi adaptado como filme em 2023.
Oficialmente
Cidade Autônoma de Buenos Aires, é a capital e maior cidade da Argentina, além
de ser a segunda maior área metropolitana da América do Sul, atrás apenas da
Grande São Paulo. Ela está localizada na costa ocidental do estuário do Rio da
Prata, na costa sudeste do continente. A conurbação da Grande Buenos Aires, que
também inclui vários distritos da província de Buenos Aires, constitui a
terceira maior aglomeração urbana da América Latina, com uma população de cerca
de 13 milhões de pessoas. A cidade de Buenos Aires não é parte da província de
Buenos Aires e nem é a sua capital, mas um distrito autônomo. Em 1880, depois
de décadas de luta política, Buenos Aires foi federalizada e separada da
província de Buenos Aires. Os limites da cidade foram ampliados para incluir as
cidades de Belgrano e Flores, agora bairros da cidade. A emenda constitucional
de 1994 concedeu a autonomia política, daí o seu nome formal: Ciudad Autónoma
de Buenos. Seus cidadãos elegeram pela primeira vez um chefe de governo, ou
seja, o prefeito em 1996. Antes, o prefeito era diretamente nomeado pelo
Presidente da República. Por algumas formas de comparação, Buenos Aires é uma
das 20 maiores cidades do mundo. Analogamente ao lado
de São Paulo e Cidade do México, Buenos Aires, vale lembrar, é economicamente uma das três únicas
cidades latino-americanas consideradas cidade global alfa.
A Argentina tem a terceira melhor qualidade de vida na América Latina. A qualidade de vida na cidade de Buenos Aires é classificada como sendo a 62ª melhor do mundo. Em seu sentido mais geral, o termo “mundo” se refere à totalidade das entidades, ao conjunto da realidade ou a tudo o que existe. A natureza do mundo foi conceitualizada de diferentes maneiras em distintos campos. Algumas concepções veem o mundo como único, enquanto outras falam de uma “pluralidade de mundos”. Neste aspecto em termos demográficos, a população mundial é o total de humanos vivendo no planeta Terra. Estima-se que a população mundial chegou aos 8 bilhões em 15 de novembro de 2022. As Nações Unidas estimam que a população humana chegue até 11,2 bilhões em 2100. A capital argentina é uma das mais importantes e mais populosas entre as capitais sul-americanas, muitas vezes referida como a Paris da América do Sul. Buenos Aires do ponto de vista do processo de trabalho e da comunicação social global, é um dos mais importantes destinos turísticos do mundo, é reconhecida por sua arquitetura de estilo europeu e por sua rica vida cultural, com a maior concentração de teatros do mundo. Na primeira metade do século XX, Buenos Aires era considerada o “meridiano de Greenwich literário” da região platina, título conquistado pela modernização da cidade não só nos âmbitos econômico e estético, como também pela sua modernização como estilo cultural. A cidade foi a sede da primeira edição dos Jogos Pan-Americanos, ocorridos em 1951, além de ter recebido partidas, incluindo a Final, da Copa do Mundo FIFA de 1978. Ipso facto, Buenos Aires também sediou os Jogos Olímpicos de Verão da Juventude de 2018. As pessoas nascidas em Buenos Aires são portenhos. É a terra natal do papa, Francisco, ex-arcebispo de Buenos Aires, e de Máxima dos Países Baixos, a atual rainha-consorte da realeza neerlandesa.
A
Argentina tem a terceira melhor qualidade de vida na América Latina. A
qualidade de vida na cidade de Buenos Aires é classificada como sendo a 62ª
melhor do mundo. A capital argentina é uma das mais importantes e mais
populosas entre as capitais sul-americanas, muitas vezes referida “como a Paris
da América do Sul”. Buenos Aires é um dos mais importantes destinos turísticos
do mundo, é reconhecida por sua arquitetura de “estilo europeu” e por sua rica
vida cultural, com a maior concentração de teatros do mundo. Na primeira metade
do século XX, Buenos Aires era considerada o “meridiano de Greenwich literário”
da região platina, título conquistado pela modernização da cidade não só
nos âmbitos econômico e estético, como também pela sua modernização como estilo
cultural. Não por acaso, a cidade foi a sede da primeira edição dos Jogos
Pan-Americanos, ocorridos em 1951, além de ter recebido partidas, incluindo
a Final, da Copa do Mundo FIFA de 1978. Ipso facto, Buenos Aires também
sediou os Jogos Olímpicos de Verão da Juventude de 2018. As pessoas
nascidas em Buenos Aires são referidas como portenhos. A cidade é a terra natal
do atual papa, Francisco, ex-arcebispo de Buenos Aires, e de Máxima dos Países
Baixos, a atual rainha-consorte da realeza neerlandesa.
Francisco
S.J., nascido Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936,
é um sacerdote católico que serve como o 266º Papa e soberano do Estado da
Cidade do Vaticano, além de ser o primeiro Bispo de Roma a ser membro da
Companhia de Jesus (Jesuítas), o primeiro das Américas, o primeiro do
Hemisfério Sul, e o primeiro nascido ou criado fora da Europa desde o papado do
século VIII do Papa Gregório III. É o primeiro papa nascido na América Latina,
o primeiro pontífice do hemisfério Sul, o primeiro papa a utilizar o nome
de Francisco, o primeiro pontífice não europeu em mais de 1 200 anos, o último
havia sido o sírio Gregório III, morto em 741, e também o primeiro papa jesuíta
da história. Tornou-se arcebispo de Buenos Aires em 28 de fevereiro de 1998 e
foi elevado ao cardinalato em 21 de fevereiro de 2001, véspera da festa da
Cátedra de São Pedro, com o título de Cardeal-presbítero de São Roberto
Belarmino, pelo Santo Padre São João Paulo II. Foi eleito papa em 13 de março
de 2013.
Na história religiosa de sua vida pública, o Papa Francisco se destacou por sua humildade,
ênfase na misericórdia de Deus, visibilidade internacional como papa,
preocupação com os pobres e compromisso com o diálogo inter-religioso. Ele é
creditado por ter uma abordagem menos formalista ao papado do que seus próceres
antecessores, escolhendo residir na casa de hóspedes Domus Sanctae Marthae,
em vez de residir, como ocorre na démarche papal, nos aposentos papais
do Palácio Apostólico usados por papas anteriores. Ele sustenta que a Igreja católica
deve ser “mais aberta e acolhedora”. Ele não apoia o “capitalismo desenfreado,
o marxismo ou as versões marxistas da teologia da libertação”. Francisco mantém
as visões tradicionais da Igreja em relação ao aborto, casamento, ordenação de
mulheres e celibato clerical. Ele se opõe ao consumismo e apoia a ação sobre as
mudanças climáticas, escopo de seu papado com a promulgação de Laudato si. Na
diplomacia internacional, ajudou a restaurar as relações diplomáticas entre os
Estados Unidos da América e a República de Cuba e apoiou a “causa dos
refugiados durante as crises migratórias da Europa e da América Central”. Desde
2018, é um oponente vocal do neonacionalismo. Seu papado deu ênfase ao combate
de abusos sexuais por membros do clero, tornando “obrigatórias as denúncias e
responsabilizando quem as omite”.
Nascido
e criado no bairro de Flores, atual sede do San Lorenzo, o Papa Francisco é o
mais velho de cinco filhos, tendo como irmãos: Oscar Adrian Bergoglio, nascido
em 30 de janeiro de 1938 e já falecido, Marta Regina Bergoglio, nascida em 24
de agosto de 1940 e falecida em 11 de julho de 2007, Alberto Horacio Bergoglio,
nascido em 17 de julho de 1942 e falecido em 15 de junho de 2010 e Maria Elena
Bergoglio, nascida em 7 de fevereiro de 1948. Inicialmente, alguns órgãos de
mídia teriam afirmado que Jorge Bergoglio fez graduação e mestrado em química,
na Universidade de Buenos Aires, a maior universidade da Argentina, tendo sido
fundada em 12 de agosto de 1821 na cidade de Buenos Aires. Assemelha-se às
demais universidades públicas do país por ser financeiramente dependente do
Estado, como no caso brasileiro, porém é autônoma, gratuita e laica. Ela
possui seu próprio governo decorrente de uma reforma universitária levada à
cabo por professores, alunos e egressos em 1918 na Reforma Universitária de
Córdova. Porém mais tarde se verificou que esta informação era incorreta, ele
tendo apenas um diploma técnico em química pela Escuela Técnica Industrial n°
27 Hipólito Yrigoyen. Na juventude, teve uma doença respiratória que numa
operação de remoção lhe fez perder um pulmão. Durante a sua adolescência, teve
uma namorada, Amalia.
Segundo
ela, Bergoglio chegou a pedi-la em casamento, tendo inclusive afirmado que, do
contrário, se tornaria padre. Jorge Mario Bergoglio nasceu numa família de
imigrantes italianos. Seu pai, Mario Giuseppe Bergoglio Vasallo, nascido em
Portacomaro em 2 de abril de 1908 e falecido em 1959, era um ferroviário e sua
mãe, Regina Maria Sivori Gogna, nascida em Buenos Aires, de pais genoveses, em
28 de novembro de 1911 e falecida em 8 de janeiro de 1981, era dona de casa. Os
dois se casaram em Buenos Aires no dia 12 de dezembro de 1935. Mario Giuseppe
também jogava basquetebol no San Lorenzo, um dos cinco grandes times do futebol
argentino e cujas origens haviam sido impulsionadas por um padre. Jorge
tornar-se-ia torcedor sanlorencista, tendo afirmado que não perdeu nenhum jogo
do título argentino de 1946, quando tinha dez anos. Em carta aos dirigentes que
o visitaram após tornar-se Papa, relembrou: - “Tem vindo à minha memória belas
recordações, começando desde a minha infância. Segui, aos dez anos, a gloriosa
campanha de 1946. Aquele gol de Pontoni!”.
Em
1845, William Welch Deloitte (1818-1898) abriu um escritório em Basinghall
Street, em Londres. Foi a primeira pessoa a ser nomeado um Auditor independente
de uma empresa pública, ou seja, o Great Western Railway. Em 1896, Charles Waldo Haskins e Elias Watt
Sells formado Haskins & Sells em Nova York.
Foi descrito como “a primeira grande auditoria empresa a ser
estabelecida no país por um americano, em vez de contadores britânicos”. Em 1°
de março de 1933, o coronel Arthur Hazelton Carter (1884-1965) ajudou a
convencer o Congresso que as auditorias independentes deveriam ser obrigatórias
para as empresas públicas. Em 1989, a Deloitte Haskins & Sells fundiu com
Touche Ross nos EUA para formar Deloitte & Touche. Desastres financeiros no
setor de administração de recursos de terceiros, ainda incipiente, mas em
franca expansão, foram a oportunidade de expansão de seus negócios. O talento,
a integridade e a perícia de Touche lhe renderam um enorme volume de trabalhos
que consistiam em regularizar a administração desses recursos para que a lei
fosse cumprida. Seu sucesso em salvar e reestruturar empresas fadadas ao
fracasso abriu caminho para a formação da George A. Touche & Co., em 1899.
Em 1900, com John Niven, filho de seu primeiro professor de contabilidade,
abriu a organização Touche, Niven & Co., em New York. A Deloitte possui
globalmente o propósito de gerar impactos positivos a partir dos projetos e
ações de cada um de seus profissionais. Sob o lema: “Making an impact that
matters”, a organização conduz sua atuação em três dimensões: clientes, seus
próprios profissionais e sociedade.
Por mais simples que seja a linguagem e clara a sua exposição, sempre apresenta dificuldades específicas inevitáveis, porque dizem respeito à natureza própria da teoria, mais precisamente da produção do discurso teórico, e por isto produção. A dificuldade própria da terminologia teórica consiste pois em que, por detrás do significado usual da palavra, é sempre preciso discernir o seu significado conceptual, que é sempre diferente do significado usual. Um bom exemplo, ocorre quando o leitor pensa compreender imediatamente o que Marx quer dizer quando emprega uma palavra tão corrente como a palavra trabalho. No entanto, é preciso um grande esforço para discernir, por detrás da evidência familiar (ideológica) desta palavra, o conceito marxista de trabalho, e mais, para ver que a palavra trabalho pode designar vários conceitos distintos: os conceitos de processo de trabalho, de trabalho concreto, de trabalho abstrato, etc. Quando uma terminologia teórica é boa, lembra Louis Althusser, no ensaio: Sobre o Trabalho Teórico (1978), isto é, bem determinada e bem referenciável, ela assume a função precisa de impedir as confusões entre o significado usual das palavras e o significado teórico (conceptual) das mesmas palavras. E a sua conjunção particular que produz significado novo, definido que é o conceito teórico. Não pode haver discurso teórico sem a produção destas expressões específicas, que designam conceitos de determinada prática da teoria.
Isto quer dizer que a noção de cultura, a sociedade e a comunicação vêm articular-se a uma estrutura de relações sociais. No escravagismo antigo, por exemplo, nada distingue, do ponto de vista do modo de produção, o escravo do agricultor independente, proprietário privado individual. O que os distingue é a relação com o trabalho. Se um se conduz como proprietário das condições materiais da reprodução de sua existência, no outro caso é o mestre que se conduz como proprietário das condições naturais da reprodução de sua existência material do escravo. Pode-se fazer a mesma comparação e distinção entre o escravo moderno, do século XIX, e o trabalhador agrícola no sistema técnico de trabalho, ao qual se articulam relações sociais diferentes. A interligação dos processos de trabalho é primeiramente de ordem técnica, na medida em que está contida nos meios de trabalho e envolve imediatamente trabalhadores em situações específicas de trabalho. Em seguida é de ordem social, basicamente quanto à escala e quanto ao sentido de conjunto para satisfazer necessidades sociais. É, finalmente, de ordem tecnológica, na medida em que a produção, circulação, uso, dos produtos resultantes do processo de trabalho interligados, representam o próprio sistema social no âmbito de determinada cultura e/ou sociedade. Produzindo e consumindo determinados produtos/mercadoria os homens primeiro tecnologicamente produzem a sociedade e as relações existentes. Um sistema de trabalho é uma estrutura onde o que está em jogo é o trabalho e a reprodução da vida.
Do
ponto de vista teórico-metodológico notou Norbert Elias (2011) que o conceito
de civilização se refere a uma grande variedade de fatos: ao nível da
tecnologia, ao tipo de maneiras, ao desenvolvimento dos conhecimentos
científicos, às ideias religiosas e aos costumes. Pode se referir ao tipo de
habitações ou à maneira como homens e mulheres vivem juntos, à forma de punição
determinada pelo sistema judiciário ou ao modo como são preparados os
alimentos. Rigorosamente falando, nada há que não possa ser feito de forma
“civilizada” ou “incivilizada”. Daí ser sempre difícil sumariar em algumas
palavras tudo o que se pode descrever como civilização. Mas também não
significa a mesma coisa para diferentes nações ocidentais. Acima de tudo, é
grande a diferença entre a forma como ingleses e franceses empregam a palavra, culturalmente,
por um lado, e os alemães, por outro. O conceito resume em uma única palavra
seu orgulho pela importância de suas nações para o progresso do Ocidente e da
humanidade propriamente dita.
Quando
no emprego que lhe é dado pelos alemães Zivilisation, significa algo de
fato útil, mas, apesar disso, apenas um valor de segunda classe, compreendendo
apenas a aparência externa dos seres humanos, a superfície da existência
humana. A palavra pela qual os alemães se interpretam, que mais do que a
qualquer outra expressa-lhes o sentimento de orgulho em suas próprias
realizações e no próprio ser, é Kultur, pois são inteiramente claras no
emprego interno da sociedade a que pertencem. O conceito francês e inglês de
civilização pode ser referir a fatos políticos ou econômicos, religiosos ou
técnicos, morais ou sociais. O conceito alemão Kultur alude basicamente
a fatos intelectuais, sociais, artísticos e religiosos e apresenta a tendência
de uma nítida linha divisória entre fatos deste tipo, por um lado, e fatos
políticos, econômicos e sociais, por outro lado. Os conceitos comumente
apropriados em francês e inglês de civilização pode se referir a realizações,
mas também a atitudes ou “comportamento”, pouco importando se realizaram alguma
coisa. No conceito alemão de Kultur, em contraste, a referência a
comportamento, o valor que a pessoa tem em virtude de sua mera existência e
conduta, sem absolutamente qualquer realização, é de fato considerado muito
secundário.
O
sentido alemão de Kultur encontra sua expressão mais clara derivado no
adjetivo Kulturell, que descreve o caráter e valor de determinados
produtos humanos, e não o valor intrínseco. O conceito inerente a Kulturell,
porém não pode ser traduzido exatamente para o francês e o inglês. A palavra kultiviert
(cultivado) aproxima-se muito do conceito ocidental de civilização. Até certo
ponto, representa a forma mais alta de ser civilizado: até mesmo pessoas e
famílias que nada realizaram de kulturell pode ser kultiviert. Tal como a
palavra “civilizado”, kultiviert refere-se primariamente à forma da conduta ou
comportamento da pessoa. Descreve a qualidade social das pessoas, suas
habitações, suas maneiras, sua fala, suas roupas, ao contrário de kulturell,
que não alude diretamente às próprias pessoas, mas exclusivamente a realizações
humanas peculiares. Há outra diferença entre os dois conceitos estreitamente
vinculada a isto. “Civilização” descreve um processo ou, pelo menos, seu
resultado. Diz respeito a algo que está em movimento constante, movendo-se
incessantemente “para a frente”. O conceito alemão de Kultur, no emprego
corrente, implica uma relação diferente, com movimento. Reporta-se a produtos
humanos que são semelhantes a “flores do campo”, a obras de arte, livros,
sistemas religiosos ou filosóficos, nos quais se expressa a individualidade de
um povo. O conceito Kultur delimita. Até certo ponto, o conceito de
civilização minimiza as diferenças nacionais entre os povos: enfatiza o que é
comum a todos os seres humanos ou – na opinião dos que o possuem – deveria
sê-lo. Manifesta a autoconfiança de povos cujas fronteiras nacionais e
identidade nacional foram plenamente estabelecidas, desde séculos, que deixaram
de ser tema de qualquer discussão, pública ou privada, de povos que há muito se
expandiram fora de suas fronteiras e colonizaram terras muito além delas.
A questão da trivialização do conhecimento não faz produto do conhecimento apenas um produto
determinado, faz também dele um produto qualquer. Mas as ideias podem tornar-se
ideológicas, na medida em que sua estrutura socialmente obedece às estruturas
socioprofissionais. Sua produção integra-se entre os outros processos de
produção e a cultura torna-se cognoscível a partir das categorias econômicas do
capital e do mercado. Mas nem a informação, nem a concepção de teoria, nem o
pensamento abstrato, nem a cultura são produtos triviais, ainda que mais não
seja pelo fato de serem, ao mesmo tempo, produtos/produtores e, mesmo
comportando a questão urbana hologramaticamente a dimensão
socioeconômica, não poderiam ser reduzidas a isso. A redução trivializante não
teme exercer-se como sujeito sobre o conhecimento científico. Este nível
abstrato como qualquer outro é apropriado pelo pensamento, como a religião e
através da ciência, com suas relações de força e monopólios, suas lutas e suas
estratégias, seus interesses e seus prováveis ganhos. Mas, por seu lado, os
estudos de etnografias dos laboratórios, estes que parecem ter dinamismo,
demonstram-nos como se estabelecem essas mediações complexas dos pesquisadores,
em função de posições, ou status, as lutas e a utilização de alguns truques
diabólicos pelo reconhecimento per se, pelo prestígio ou pela glória, com as
negociações necessárias ao estabelecimento de uma prova, os ritos de passagem
na pesquisa e na universidade. A motivação primeira do cientista é a
notoriedade.
Mas
não se pode reduzir o interesse científico ao interesse econômico, a vontade de
pesquisar ao desejo de prestígio, a sede de conhecimento à sede de poder, em
alguns casos terrenos sim. A sociologia não pode ser considerada uma concepção
que exclui o indivíduo ou que, no máximo, o tolera. É uma concepção humanista,
mas que deve implicá-lo e explicitá-lo. Sobre a aquisição do conhecimento pesa
um formidável determinismo encouraçado de coerção. Ele nos impõe o que se
precisa conhecer, como se deve conhecer, o que não se pode conhecer. Comanda,
proíbe, traça os rumos, estabelece os limites, ergue muralhas e conduz-nos ao
ponto onde devemos ir. E também que conjunto prodigioso de determinações
sociais, culturais e históricas é necessário para o nascimento da menor ideia,
e per se da menor teoria. Não bastaria limitarmo-nos a essas determinações que
pesam do exterior sobre o conhecimento. É necessário considerar os
determinismos intrínsecos ao conhecimento, que são, segundo Morin, muito mais
implacáveis. Em primeiro lugar, princípios, comandam esquemas e modelos
explicativos, os quais impõem visão de mundo e das coisas que se
governam/controlam de modo imperativo e proibitivo a lógica dos discursos,
pensamentos, teorias sociais.
Com
maior razão, o mesmo vale para a arte, que é absolutamente refratária a tudo o
que parece uma obrigação, porque é o domínio da liberdade. É um luxo e um
adorno que talvez seja bonito ter, mas que não se pode ser obrigado a adquirir:
o que é supérfluo não se impõe. Ao contrário, amoral é o mínimo indispensável,
o estritamente necessário, o pão cotidiano sem o qual as sociedades civis não
podem viver. A arte corresponde à necessidade de que temos de difundir nossa
atividade social sem objetivo, pelo prazer de difundi-la, enquanto a moral nos
obriga a seguir um caminho determinado em direção a um objetivo definido – e
quem diz obrigação diz, com isso, coerção. Conquanto possa estar animada por
essas ideias morais ou ver-se envolvida na evolução moral própria, a arte não é
moral por si mesma. A observação estabelecida nos indivíduos, como nas
sociedades, de um tal desenvolvimento intemperante das faculdades estéticas é
um grave sintoma do ponto de vista da moralidade. Vale lembrar, segundo
Durkheim (2010) que de todos os elementos da civilização, a ciência é o único
que, em certas condições, apresenta um caráter moral. De fato, as sociedades
tendem cada vez mais a considerar um dever para o indivíduo desenvolver sua
inteligência, assimilando as verdades científicas que são estabelecidas. Há
número de conhecimentos que devemos possuir.
Ninguém é obrigado a se lançar no grande turbilhão industrial; ninguém é obrigado a ser artista; mas todo o mundo é obrigado a não ser ignorante. Essa obrigação é, inclusive, sentida com tamanha força que, em certas sociedades, não é apenas sancionada pela opinião pública, mas pela lei. Aliás, não é impossível entrever de onde vem esse privilégio especial da ciência. É que a ciência nada mais é do que a consciência levada a seu mais alto ponto de clareza. Ora, para que as sociedades possam viver nas condições de existência que lhe são dadas, é necessário que o campo da consciência, tanto individual como social, se estenda e se esclareça. Os meios em que elas vivem se torna cada vez mais complexos e, por conseguinte, cada vez mais móveis, para durar é preciso que elas mudem com frequência. Por outro lado, sabemos o quanto mais obscura uma consciência, mais é refratária à mudança, porque não vê depressa o bastante que é necessário mudar, nem em que sentido é preciso mudar; ao contrário, uma consciência esclarecida sabe preparar de antemão a maneira de se adaptar a essa mudança social. Eis porque é necessário que a inteligência guiada pela ciência adquira uma importância maior no curso da vida coletiva. Mas a ciência que todo o mundo é assim chamado a possuir não merece ser designada por esse nome. Não é a ciência, é no máximo sua parte comum a mais geral. Ela se reduz a um pequeno número de conhecimentos indispensáveis, que só são exigidos de todos por estarem disponíveis ao alcance de todos. A ciência supera infinitamente nesse nivelamento vulgar. Ela compreende o que é vergonhoso ignorar, como um navio na praia, que é possível saber.
Ela não supõe apenas, nos que a cultivam, essas faculdades médias que todos possuem, mas disposições especiais. Senão a uma elite, não é obrigatória; mas não é necessária a ponto de a sociedade reclamá-la imperativamente. É vantajoso estar munido dela; nada há de imoral em não a adquirir. Paris, a capital de D’Amour, foi palco de um extraordinário e concreto romance. Ao organizar os paradigmas e modelos explicativos associa-se o determinismo organizado dos sistemas de convicção e de crença que, quando reinam em uma sociedade, impõem a todos a força imperativa do sagrado, a força normalizadora do dogma, a força proibitiva do tabu. As doutrinas e ideologias dominantes dispõem também da força imperativa e coercitiva que evidencia aos convictos e o temor inibitório aos desalmados. A partir deste fundamento etnográfico, compreendemos que ordem, desordem e organização são elementos essenciais para o entendimento da questão da complexidade, pois se desintegram e se desorganizam ao mesmo tempo na história singular da vida. Constata-se que o sentido da realidade se dá por meio da relação do todo com as partes e vice e versa em uma análise integradora em que não é pertinente examinar como tal a partir de uma única matriz de racionalidade.
Em contraste, o conceito alemão de Kultur dá ênfase especialmente a diferenças nacionais e à identidade particular de grupos. Em virtude disto, o conceito adquiriu em pesquisa etnológica e antropológica uma significação muito além da área linguística alemã e da situação em que se originou o conceito. Todavia, a necessidade de comunicar-se sempre foi o motor de todo tipo de codificações expressivas, sendo a linguagem e a escrita instrumentos de comunicação oral e escrita sujeitos as limitações de espaço e lugar e a sua transmissão através da distância entre o emissor e o receptor. Simplificadamente, pode-se dividir em quatro fases a história da codificação de signos e fonemas ao serviço da relação inter-humana: mnemônica, pictórica, ideográfica e fonética. A primeira, mnemônica, historicamente se caracterizou pelo emprego de objetos reais como dados ou mensagens entre pessoas que viviam alheios e não pertenciam ao mesmo sistema convencionalmente de comunicação social. Aos antigos peruanos, escreve Albert A. Sutton (1866-1923), os chineses, e inclusive tribos mais recentes, utilizaram com muita frequência o quipo, representando cada um dos cordões usados do ponto de vista comunicativo pelos peruanos, no tempo social da monarquia Inca, na literastura comparada que formavam um método mnemônico, fundado nas cores e ordem dos cordões, número e disposição de nós, etc., ou série de cordas atadas para comemorar acontecimentos felizes, para servir como instrumentos de cálculo ou resguardar na memória as recordações dos mortos das tribos.
Na
segunda, pictórica, a comunicação tem como representação a imagem e se
transmite mediante a pintura, a comunicando a relação dos objetos. Estas
gravuras aparecem não só na pintura rupestre, e também sobre objetos variados:
utensílios, armas ou artigos de valor empregados para o intercâmbio comercial.
Na terceira, ideográfica, resulta de uma associação de símbolos pictográficos
com objetos e ideias. Nesta fase os signos se empregam cada vez mais na
representação de ideias, numa progressiva separação da estrutura do objeto que
tenciona comunicar e a modelação cada vez mais simbólica que aproximará no
signo alfabético, na escritura. A expressão ideográfica serviu para as formas
primitivas de relatos, tal como podemos valorar na escritura ideográfica das culturas
pré-colombianas ou mesopotâmicas, ainda que o máximo tipo cultural deste
sistema de comunicação foi a escrita hieroglífica dos egípcios. A última,
fonética, se estabelece quando o signo representa um som, fora das palavras
inteiras, de sílabas ou do que depois chamamos letras, como unidade fonética
menor.
A
invenção do alfabeto foi o ponto máximo da codificação da comunicação e foi
propiciada precisamente por aqueles povos de maior desenvolvimento social e de
maior inter-relação comercial com outros povos. O alfabeto representou uma
chave de intercomunicação e ao mesmo tempo um aríete de penetração cultural em
mãos dos povos da antiguidade criadores das primeiras rotas de comércio
marítimo e terrestre. O sistema social condiciona o sistema de comunicação. A
comunicação sempre vem unida à existência da mudança de mercadoria e à busca incessantemente
de matérias-primas que já mobilizou aos antigos. As rotas comerciais e de
expansão imperial depredatória da Antiguidade foram autênticos canais
informativos, lentos e precários, que abasteceram aos homens de um conhecimento
aproximado dos limites do mundo e das tentações dos outros considerados desde
cada particular forma etnocêntrica do indivíduo na sociedade. A rota do Cabo,
contornando África, viria a ser explorada pelos Holandeses, e outras potências
europeias. As rotas das especiarias passavam por intermediários antes de serem
revendidos na Europa medieval. Era um tempo de medo. Há mil anos, na mesma
Europa que agora se prepara para ingressar, próspera e unida como nunca, no
terceiro milênio do calendário cristão, os homens viviam socialmente o pior dos
mundos.
O
irreversível desmoronamento, século após século, do que ainda restava da
civilização greco-romana, depois sucedeu-se do fim do Império Romano do
Ocidente, no século V, transformara o território europeu em campo de batalha
onde gerações sucessivas se guerreavam interminavelmente - visigodos e vikings,
bretões e saxões, vândalos e ostrogodos, magiares e eslavos, um sem-fim de
povos que não por acaso entraram para a História sob a denominação coletiva de
“bárbaros”. Além da violência simbólica e física das religiões, a miséria, a
ignorância e a superstição recobriam a Europa na marca do ano 1000. Os
proprietários de terras transformavam seus domínios em unidades autônomas, com
fortificações feitas de árvores e espinheiros e habitações cercadas de
paliçadas. Registrou um observador do ano 888: - “Cada qual quer se fazer rei a
partir das próprias entranhas”. A cidade, como sede da política e da
administração, centro do comércio e do conhecimento, à maneira de Roma, e
comparativamente, Atenas ou Alexandria na Antiguidade clássica, inexistia na paisagem ocidental desse período.
Havia
historicamente burgos descendentes dos centros logo fundada pelos
conquistadores romanos, como também ajuntamentos de um punhado de milhares de
almas, nascidos da presença, nas proximidades, de um mosteiro ou de um vale
fértil, ou do fato de se situarem no centro de uma região dominada por um
príncipe. Nada, porém, que se comparasse a Constantinopla (Istambul), capital
do Império Romano do Oriente, com suas centenas de milhares de habitantes,
abastado comércio e porto movimentado. Há cerca de mil anos, amplas extensões
do continente europeu eram constituídas de florestas um mundo sombrio, estranho
e ameaçador aos homens que construíam povoados, cultivavam cereais e criavam
gado em grandes clareiras nas suas cercanias, numa economia de pura
subsistência, da mão para a boca. A construção de castelos, abadias e mosteiros
ocupava igualmente muitos braços. Mas o principal motor da atividade econômica
era a guerra: a necessidade de produzir armas, acumular provisões para a tropa
e pagar os mercenários em metal sonante estimulava o comércio. Perigos reais,
como os animais selvagens, e terrores imaginários historicamente constituídos
na Europa, como monstros e demônios, espreitavam os aldeões que adentravam a
mata em busca de carne de caça e de mel, a única fonte de açúcar dos europeus
de então. Comparativamente, vista pelos olhos de hoje, a vida cotidiana tinha
tons de pesadelo.
Culpa,
por outro lado, se refere à responsabilidade dada à pessoa por um ato que
provocou prejuízo material, moral ou espiritual a si mesma ou a outrem. O
processo de identificação e atribuição de culpa refere-se à descoberta de quem
determinou o primeiro ato ilícito ou prejudicial, e pode se dar em três planos
da atividade analítica: subjetivo, intersubjetivo e objetivo. No sentido
subjetivo, a culpa é um sentimento que se apresenta à consciência quando o
sujeito avalia seus atos de forma negativa, sentindo-se responsável por falhas,
erros e imperfeições. O processo pelo qual se dá essa avaliação é estudado pela
Ética, a disciplina filosófica que estuda os fundamentos da ação moral,
procurando justificar a moralidade de uma ação e distinguir as ações morais das
ações imorais e amorais e pela formação em Psicologia, que trata, estuda e
analisa os processos mentais e comportamentos de indivíduos e grupos humanos em
diferentes situações. A psicologia, do ponto de vista técnico-metodológico, tem
como objetivo a compreensão de grupos e indivíduos tanto pelo estabelecimento
de princípios universais, como pelo case study específico, e tem,
segundo alguns analistas, objetivo final o benefício geral da sociedade. Um
pesquisador ou profissional desse campo de atividade é reconhecido como
psicólogo, podendo ser classificado como cientista social, comportamental ou
cognitivo. A função dos psicólogos é tentar compreender o papel das
funções mentais no comportamento individual e socialmente, estudando também, simultaneamente,
os processos fisiológicos e biológicos que acompanham os comportamentos e
funções cognitivas.
Entretanto, o sentido religioso de culpa,
pelo qual um ato da pessoa recebe uma avaliação negativa da divindade, por
consistir na transgressão de um tabu ou de uma norma religiosa. A sanção
religiosa é um ato social, e pode corresponder a repreensão e pena objetivas.
De outra parte, a culpa religiosa pode compreender também um estado
psicológico, existencial e subjetivo, que propõe a busca de expiação de faltas
ante o sagrado como parte da própria experiência religiosa. O termo pecado,
por exemplo, está geralmente ligado à culpa, no sentido religioso, sendo a
culpa consequência do pecado cometido e arrependido por quem o cometeu. Por
outro lado, a religião, principalmente neste caso o cristianismo, trata solenemente
a culpa como um sentimento necessário ao arrependimento e a melhoria pessoal do
infrator pois o mesmo alcança a mudança apenas se reconhecer como inadequado o
ato cometido. Conforme II Coríntios, capítulo 7, verso 10, a culpa ou
tristeza leva ao arrependimento para a salvação daquele que está amparado por
Deus ao contrário do indivíduo, que sem este amparo, tem a culpa ou tristeza
proveniente do mundo que o leva para a morte. A consequência da culpa poderá
ser a mudança pessoal amparada por Deus que nos livra do pecado e das dores ou
a autopunição consciente ou inconsciente daquele que carrega consigo toda a sua culpa.
O sentimento de culpa tem como representação o sofrimento humano obtido após reavaliação de um comportamento passado tido como reprovável por si mesmo. A base deste sentimento, do ponto de vista psicanalítico, é a frustração causada pela distância entre o que não fomos e a imagem criada pelo superego daquilo que achamos que deveríamos ter sido. Há também outra definição para “sentimento de culpa”, quando se viola a consciência moral pessoal, ou seja, quando pecamos e erramos, surge o sentimento de culpa. Para a psicologia humanista-existencial, especialmente a da linha de pesquisa rogeriana, a culpa é um sentimento como outro qualquer e que pode ser “trabalhado” terapeuticamente ao se abordar este sentimento com aquele que sofre. Para esta linha de raciocínio de Psicologia, um sentimento como esse, quando chega a ser considerado um obstáculo por aquele que o sente, é resultado de um inadequado crescimento pessoal, mas não é considerado uma psicopatologia. Para os teóricos rogerianos, todas as pessoas têm uma tendência a atualização que se dirige para a plena auto realização; o sentimento de culpa pode ser apenas limitação momentânea no processo de auto realização.
É bastante concebível que tampouco o sentimento de culpa produzido pela civilização seja percebido como tal, mas que em grande parte permaneça inconsciente, ou apareça como uma espécie de mal-estar, uma insatisfação, para a qual as pessoas buscam outras motivações. As religiões nunca desprezaram o papel desempenhado na civilização pelo sentimento de culpa. O sentimento de culpa, a severidade do superego, é, portanto, o mesmo que a severidade da consciência. É a percepção que o ego tem de estar sendo vigiado dessa maneira, a avaliação da tensão entre os seus próprios esforços e as exigências do superego. É o ponto-chave do ensaio “Mal-estar na Civilização” de Sigmund Freud, um médico neurologista criador da psicanálise. Freud, como se tornara reconhecido, nasceu em uma família judaica, em Freiberg in Mähren, pertencente ao Império Austríaco, atualmente, a localidade é denominada Příbor, e pertence à República Tcheca. Freud iniciou seus estudos pela utilização da técnica da hipnose no tratamento de pacientes com histeria, como forma de acesso aos seus conteúdos mentais.
Ao
observar a melhora dos pacientes tratados pelo médico francês Charcot
(1825-1893), elaborou a hipótese de que a causa da histeria era psicológica, e
não orgânica, distanciando-se das correntes positivistas que associavam a
determinação biológica da espécie. Essa hipótese serviu de base para outros
conceitos desenvolvidos posteriormente por Freud, como o do inconsciente. Fatos
como a descrição de pacientes curados através do diálogo por Josef Breuer e a
morte do colega Ernst von Fleischl-Marxow (1846-1891) por dose excessiva do
antidepressivo da época, a cocaína, levaram-no ao abandono das técnicas de
hipnose e de drogas para criar um novo método chamado: a cura pela fala, ou
seja, a psicanálise, que utilizava a interpretação de sonhos e a livre
associação como vias de acesso ao inconsciente. Suas teorias sociais e seus
tratamentos terapêuticos foram controversos na aparentemente conservadora Viena
do fim do século XIX, e continuam a ser debatidos. Sua concepção de teoria é
de grande influência na psicologia e, além do contínuo sobre a aplicação
terapêutica no tratamento, também é discutida e analisada como
obra de literatura e cultura geral nas humanidades.
Bibliografia
Geral Consultada.
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