“A concisão é a essência da inteligência”. Umberto Eco
A telegrafia foi inventada por Samuel Finley Breese Morse, nascido em 27 de abril de 1791, em Charlestown, Massachusetts, nos Estados Unidos da América. Samuel Morse faleceu em 2 de abril de 1872, em Nova York. Estudou na Universidade Yale, onde se interessou por eletricidade. Em 1832, durante uma viagem de navio, participou de uma conversa sobre o eletroímã, dispositivo ainda pouco reconhecido. Em 1835 construiu finalmente seu primeiro protótipo funcional de um telégrafo, pesquisando-o até 1837, quando finalmente passou a dedicar-se inteiramente ao seu invento. Em meados de 1838, finalmente estava com um código de sinais realmente funcional chamado código Morse. Conseguindo em 1843 recursos financeiros para seu invento através do Congresso Norte-americano, em 1844, foi concluída a primeira linha telegráfica ligando a cidade de Baltimore a Washington, DC, quando se deu a primeira transmissão oficial cuja mensagem religiosa foi: “What hath God wrought!”. A telegrafia foi muito utilizada pelas corporações militares, sendo que na 1ª grande guerra (1914-1918) seu acesso à sociedade civil foi dificultado. A partir da 2ª guerra mundial (1939-1945) passou a ser usada paralelamente com outras modalidades de transmissão como a modulação em amplitude SSB Single Side Band.
Atualmente
utiliza-se o “rádio pacote” para comunicações criptografadas, mas o código
Morse ainda praticado, continua sendo usado em New Development Bank (NDB)
uma espécie de “radiofarol” utilizado na navegação aérea e marítima. Alguns
satélites utilizam o código Morse para seu sinal de identificação e localização
por telemetria. O código Morse é amplamente utilizado socialmente no
mundo inteiro pelos intensos entusiastas do radioamadorismo. Todos os dias
milhares de “pontos e traços” cruzam os ares através das transmissões de
milhares de entusiastas deste modo de emissão. O nome Portugal apareceu entre
os anos 930 a 950 da Era Cristã, sendo no final do século X que começou a ser
usado com mais frequência. Foi um dos países pioneiros na instalação da
telegrafia, dentro das medidas modernizadoras de Fontes Pereira de Melo, em
1855, quando foi lançado o primeiro cabo submarino entre Lisboa e os Açores. As
primeiras linhas a serem inauguradas foram entre o Terreiro do Paço e as Cortes
e entre o Palácio das Necessidades e Sintra, onde a Família Real Portuguesa
passava férias desde 1856. No ano seguinte eram abertos ao público em geral os
serviços telegráficos. Na década de 1860, Lisboa já estava ligada por cabos
submarinos a Londres, Gibraltar e Nova Iorque. A ligação por cabo submarino
entre Lisboa e o Rio de Janeiro permitiu a Luís I de Portugal enviar uma
mensagem de feliz Natal ao seu tio, o Imperador Pedro II do Brasil.
No final do século XIX já a extensão das linhas em Portugal ascendia a 8 000 km, com estações em Lisboa, Sintra, Mafra, Caldas da Rainha, Alcobaça, Coimbra, Évora, Setúbal e outras. Em 1902 inauguravam-se, no país, as primeiras estações de telegrafia sem fios. O telégrafo foi inaugurado no Brasil em 1857, com a instalação da primeira linha telegráfica, entre Petrópolis e a praia da Saúde, na cidade do Rio de Janeiro. Essa primeira linha tinha uma extensão de 50 quilômetros, sendo 15 quilômetros em cabo submarino no leito da baía de Guanabara. A primeira ligação internacional por cabo submarino deveu-se à iniciativa de Irineu Evangelista de Souza, que pelo Dec. nº 5 058 de 16 de agosto de 1872, obteve o privilégio, por 20 anos, para lançar cabos submarinos e explorar a telegrafia elétrica entre o Brasil e a Europa. Em 23 de dezembro de 1873 era estabelecida a ligação entre as cidades do Rio de Janeiro e as de Belém, Recife e Salvador, nas regiões Norte e Nordeste na presença do Imperador Pedro II do Brasil que assistiu à chegada do cabo e à finalização da ligação em uma construção erguida para esse fim na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Assim que a ligação foi estabelecida, o Imperador enviou cabogramas aos presidentes daquelas três Províncias: - “Já se acha o cabo submarino no território da capital do Brasil. A eletricidade começa a ligar as cidades mais importantes deste reinado, como o patriotismo reúne brasileiros no mesmo empenho pela prosperidade de nossa majestosa pátria. O Imperador saúda a Bahia, Pernambuco e Pará por tão fausto acontecimento, na qualidade de seu primeiro compatriota e sincero amigo. Até aos bons anos de 1874”.
Pelos serviços prestados ao reinado do Brasil, o barão de Mauá foi elevado a Visconde de Mauá. Em 22 de junho de 1874, era completada a ligação com a Europa, entre as estações de Recife e de Carcavelos (em Portugal), via Cabo Verde e ilha da Madeira. A notícia foi recebida pelo Imperador quando em visita à Biblioteca Nacional, então instalada na rua do Passeio nº 46. Este mandou passar cabogramas ao presidente da Brazilian Submarine Telegraph Company depois Western Telegraph Co. Ltd. e aos monarcas poderosos de Portugal, da Inglaterra e da Áustria. Na ocasião houve manifestações na Câmara Municipal e júbilo popular, tendo a imprensa divulgado, por vários dias, notícias a esse respeito. No ano seguinte (1875), foi estabelecida a ligação entre Recife, João Pessoa e Natal. Posteriormente, em 1893, a companhia inglesa South American Cables Ltd. instalou um cabo submarino na ilha de Fernando de Noronha, um arquipélago vulcânico situado a cerca de 350 quilômetros ao largo da costa Nordeste do Brasil. Tem o nome da maior ilha, um parque marinho e santuário ecológico protegido com uma linha costeira recortada e vários ecossistemas. É reconhecida pelas suas praias pouco urbanizadas e por atividades técnicas das marinhas como mergulho e snorkeling. As tartarugas marinhas, as raias, os golfinhos e os tubarões dos recifes nadam nas águas quentes e cristalinas. Em 1914 a concessão deste cabo foi transferida para a França. Um segundo cabo é lançado pela concorrernte italiana da Italcable - servizi cablografici, radiotelegrafici e radioelettrici SpA foi uma empresa italiana que operava no campo dos serviços de telecomunicações em 1925.
Paul
Julius Reuter, nascido como Israel Beer Josaphat (1816-1899), enobrecido
como Freiherr von Reuter (Barão von Reuter), foi um empresário britânico,
nascido na Alemanha e pioneiro da telegrafia e reportagem jornalística. Ele
foi repórter, proprietário de mídia e fundador da agência de notícias Reuters,
que se tornou parte do conglomerado Thomson Reuters em 2008. A precursora da
empresa Thomson foi fundada em 1934 por Roy Thomson, em Ontário, como editora
do The Timmins Daily Press. Em 1953, Thomson adquiriu o jornal Scotsman
e mudou-se para a Escócia no ano seguinte. Ele consolidou sua posição na mídia
na Escócia em 1957, quando ganhou a franquia da Scottish Television. Em
1959 comprou o Kemsley Group, uma compra que eventualmente lhe deu o controle
do Sunday Times. Ele adquiriu separadamente o Times em 1967. Entertanto,
mudou-se para o negócio de companhias aéreas em 1965, quando adquiriu a Britannia
Airways, e para a exploração de petróleo e gás em 1971, quando participou
de consórcio para explorar reservas no Mar do Norte. Após a morte de Thomson, a
empresa retirou-se dos jornais e mídia de transmissão, vendendo o Times
e o Sunday Times para a News International de Rupert Murdoch em
1981, e mudou-se para a publicação, comprando a Sweet &
Maxwell em 1988.
Paul
Julius Barão von Reuter nasceu em Kassel, em 21 de julho de 1816, uma cidade
independente da Alemanha, situada no Norte do estado de Hessen, no centro da
Alemanha, nas margens do rio Fulda, um dos rios que ao se fundirem formam o rio
Weser. A cidade representa a capital da região administrativa de Kassel e do
distrito homônimo, vindo a falecer em Nice, 25 de fevereiro de 1899. É a quinta
cidade mais populosa da França e a capital do departamento dos Alpes Marítimos.
A área urbana de Nice se estende para além dos limites administrativos da
cidade, com uma população de cerca de 1 milhão de habitantes, em uma área de
721 km². Localizada na região da Côte d`Azur (Costa Azul), no litoral Sul do
país, nas margens do mar Mediterrâneo, Nice é a segunda maior cidade francesa
na costa mediterrânica e a segunda maior cidade na região de
Provença-Alpes-Costa Azul, depois de Marselha. Nice também está a cerca de 13
km de Mônaco e seu aeroporto é uma porta de entrada para o principado. Paul
Julius foi um jornalista e empresário da comunicação teuto-britânico-francês,
fundador da agência de notícias Reuters. Nasceu em Kassel, numa família judia, seu pai era rabino, seu nome ao nascer era Israel Beer
Josaphat. Em Göttingen, Reuter se encontrou com Carl Friedrich Gauss que
experimentava a transmissão de sinais elétricos aéreos.
Na linha divisória entre a Matemática dos séculos XVIII e XIX, vale lembrar, domina a figura majestosa de Carl Friedrich Gauss. Filho de um trabalhador à jorna foi criado no âmbito de uma família pobre, austera e sem educação. A vida pessoal de Friedrich Gauss foi trágica e complicada, na falta de melhor expressão. Um pai insensível, a morte prematura da sua primeira mulher, a pouca saúde da sua segunda mulher e uma terrível relação com os seus filhos negou-lhe, até tarde, a possibilidade de vida estável no seio de uma família equilibrada. Dadas as precárias condições econômicas familiares, recebeu o precioso apoio do Duque de Brunswick que reconheceu nele uma criança-prodígio. Este apoio institucional começou desde 14 anos de idade e permitiu-lhe dedicar-se exclusivamente aos estudos durante 16 anos. Não encontrou nenhum colaborador entre os seus colegas matemáticos tendo trabalhado sempre sozinho. Mas, se é verdade que o seu isolamento relativo, sua compreensão das matemáticas puras e aplicadas, sua preocupação com a astronomia e o uso frequente que faz do Latim têm a marca de reconhecimento do século XVIII, é inegávelmente que seus trabalhos amplifica o “espírito científico” do período.
Comparativamente
se tal como os seus contemporâneos Kant, Goethe, Beethoven e Hegel, hic et
nunc se manteve à margem das grandes lutas sociais e políticas, a verdade é
que, no seu próprio campo científico, Gauss expressou as novas ideias da sua
época de uma forma poderosíssima. Curiosamente nem na descendência de Gauss,
nem no seu ambiente infantil, existe qualquer indício, no sentido de Ginzburg
(1979) do que resulta o trabalho da sua vida. Do lado paterno, temos,
sobretudo, os donos de pequenas quintas, trabalhadores rurais e operários em
Braunschweig que é uma parte da ex-Alemanha de Leste, isto é, trabalhadores que
lutavam arduamente pela sua subsistência. Contudo, há também notícia de
agricultores abastados, pedreiros e titulares de postos eclesiásticos. O avô
paterno, Jürgen Goos, estabeleceu-se na cidade de Braunschweig, mais tarde,
capital do Ducado de Braunschweig em 1744. Seu pai, Gebhard Dietrich Gauss,
nasceu em 1744. Finalmente, e após trabalhar como pedreiro, construtor de
canais e jardineiro, Gebhard tornou-se proprietário de uma casa, em
Wilhelmstrasse, que havia sido comprada por seu pai, Jürgen Goos, em 1753, com
uma elevada hipoteca. Como Gebhard calculava e escrevia bem, foi-lhe confiado a
função de tesoureiro de um fundo de enterro.
A
primeira mulher de Gebhard morreu em 1775. No ano seguinte, Gebhard casou com
Dorothea Benze (1743-1839), que era analfabeta, não tendo registrado a data de
nascimento de Gauss. O único filho desta união foi Carl Friedrich Gauss, que
nasceu a 30 de abril de 1777, na casa de Wilhelmstrasse que mais tarde se
tornou um museu e foi destruída num letal bombardeamento durante a 2ª Guerra
Mundial (1939-1945). O avô materno de Gauss, Kristoffer Benze, era pedreiro na
aldeia de Velpke, nos arredores de Braunschweig. Como trabalhava no arenito,
seus pulmões foram afetados, acabando por morrer quando tinha apenas trinta
anos. O irmão mais novo de Dorothea Benze, Johann Friedrich, era dotado,
original e autodidata, tendo aprendido por si próprio a ser um bom tecelão de
damasco. Quando morreu, em 1809, Friedrich Gauss declarou que o mundo havia
perdido um gênio, declaração esta que só tem a evidência do olhar de Gauss como
sustentação. Quanto à sua mãe, Dorothea, nunca aprendeu a escrever e quase não
conseguia ler. Mas, tinha uma ótima inteligência, bom humor e caráter. O filho Carl Friedrich foi o interesse vivo cujos vinte e dois anos dedicou a acompanhar no observatório, em Göttingen.
Durante algum tempo socialmente, se acreditou que a economia de etapas e a rapidez na resolução de problemas fossem os objetivos máximos a serem alcançados na disciplina de Matemática. Nesse sentido, ensinar algoritmos para fazer contas parecia ser o mais indicado. Se por um lado o uso de fórmulas permite organizar o raciocínio, registrá-lo, lê-lo e chegar à resposta exata, por outro, fixa o aprendizado somente nessa estratégia e leva o estudante apenas a conhecer uma prática cada vez menos usada e, pior, a realizá-la de modo automático, sem entender exatamente o que está fazendo. Começaram cedo os indícios que faziam antever o talento apaixonante que Friedrich Gauss demonstraria na vida. Isso é patente em alguns dos excertos que relatam períodos da sua infância. É o caso do seguinte episódio: durante os verões, Gebhard Gauss (1744-1808), que era contramestre numa firma de alvenaria, pagava o salário semanal aos seus trabalhadores. Uma vez, quando Gebhard estava prestes a pagar o salário a um dos trabalhadores, Carl Friedrich, na altura com apenas três anos, levantou-se e disse: - “Papa, cometeste um erro!”, indicando em seguida a quantia certa. Gauss tinha seguido os cálculos sem sequer poder ver os registos escritos, dado que a sua altura ainda não era suficiente para alcançar a mesa, e para surpresa dos presentes, uma confirmação provou que o pequeno Carl Friedrich estava certo. É natural que Gauss tivesse o costume de dizer que tinha aprendido cedo a contar e a calcular antes de ter aprendido a falar.
Paul
Julius Freiherr von Reuter foi empresário britânico nascido na Alemanha,
pioneiro da telegrafia e da reportagem de notícias, jornalista e proprietário
de mídia, e fundador da Reuters News agência, desde 2008 parte do conglomerado
Thomson Reuters. Seu pai era um rabino, Samuel Levi Josaphat (1768-1829), sua
mãe era Betty Sanders (1771-1858). Seu nome de nascimento era Israel Beer
Josafat. Em Göttingen, Reuter conheceu o extraordinário Carl Friedrich Gauss,
que fez experiências abstratas com a transmissão de sinais elétricos por fio. Em
29 de outubro de 1845, mudou-se para Londres, onde atendia pelo nome de Joseph
Josephat. Em 16 de novembro de 1845, ele se converteu ao cristianismo, em uma
cerimônia na Capela Luterana Alemã de St. George, em Londres, e mudou seu nome
para Paul Julius Reuter. Uma semana depois, em 23 de novembro, ele se casou com
Ida Maria Elizabeth Clementine Magnus em Berlim. Reuter, um ex-funcionário de
banco, tornou-se sócio da Reuter and Stargardt, uma editora de livros de
Berlim, em 1847. A empresa distribuiu panfletos radicais no início das Revoluções de 1848, ocorridas nas principais nações europeias, o que pode ter trazido o escrutínio oficial sobre
Reuter.
Mais
tarde naquele ano, ele partiu para Paris e lá trabalhou na agência de notícias
de Charles-Louis Havas (1783-1858), a futura Agence France Presse do
escritor e jornalista francês, fundador da agência de notícias. Não por acaso, Havas
pode ser considerado o fundador do conceito de agência de notícias. Quer
dizer, ele traduzia informações a partir do exterior para a imprensa nacional
francesa, consciente de seu crescente interesse nos assuntos internacionais. Em
1825 ele fundou sua própria empresa para realizar esse trabalho de
tradução. Em 1832 criou a Agência Havas, mais antiga agência de notícias
francesa e começou a fornecer notícias sobre a França a clientes estrangeiros. Bernhard
Wolff e Paul Reuter foram seus empregados. Enquanto a telegrafia evoluía,
Reuter fundou pela primeira vez a Agência de Notícias Reuters em Aachen, que
transferia mensagens entre Bruxelas e Aachen usando pombos-correio. Este era o
elo que faltava para ligar Berlim e Paris. Os pombos-correio eram “muito
mais rápidos que o trem postal, dando a Reuter acesso mais rápido às notícias
da bolsa de valores de Paris”. Em 1851, os pombos-correio foram substituídos
por uma ligação telegráfica direta. Uma ligação telegráfica foi estabelecida
entre a Grã-Bretanha e o continente europeu através do Canal da Mancha. Esta forma
utilizada de comunicação foi estendida a costa Sudoeste da Irlanda, em Cork, em
1863. Lá, navios vindos da América jogavam ao mar recipientes contendo
notícias. A notícia foi telegrafada para Londres, chegando antes dos navios.
Em
29 de outubro de 1845, Reuter se mudou para Londres, trocando seu nome para
Paul Julius Reuter e pouco depois se converteu ao cristianismo, durante uma
cerimônia na St. George`s German Lutheran Church, em Londres. Em 23 de novembro
do mesmo ano contraiu matrimônio, em Berlim, com Ida Maria Elizabeth Clémentine
Magnus. Depois das Revoluções de 1848, abandonou a Alemanha rumando a Paris,
onde trabalhou na nova Agência de Charles-Louis Havas, futura Agência
France-Presse. Enquanto a telegrafia evoluía, Reuter fundou a Agência de
notícias Reuter, em Aachen (Aquisgrão) que transmitia mensagens entre Bruxelas
e Aachen, usando pombos-correios. Essa era a conexão que faltava para unir
Berlim e Paris. A transmissão através de pombos era mais rápida que o correio
ferroviário, dando acesso mais eficaz a Reuter às notícias. Em 1851 o correio
através de pombos foi substituído por uma conexão telegráfica. Neste ano,
Reuter voltou para Londres e abriu um escritório na Bolsa de Valores de
Londres. Fundou a Reuters, uma das principais agências de notícias
financeiras do mundo. Capital financeiro (cf. Hilferding, 2011) pode ser
entendido, do do ponto de vista da globalização como o
capital representado por títulos, obrigações, certificados e outros com
valor negociáveis e rapidamente conversíveis em dinheiro.
Uma
vez que as necessidades de liquidez variam significativamente entre os agentes
econômicos, há uma grande variedade de instrumentos sociais, sob a forma de
contratos, que combinam diferentes ativos e são comercializados nos mercados
financeiros. Em termos simplificados, a lógica financeira consiste em “fazer
dinheiro a partir de dinheiro”, sem necessariamente passar pela esfera da
produção de mercadorias. Em 17 de março de 1857, Reuter foi naturalizado como
súdito britânico e, em 7 de setembro de 1871, o duque alemão de
Saxe-Coburgo-Gotha conferiu um baronato (Freiherr) a Julius Reuter. O
título foi posteriormente “confirmado pela Rainha Vitória como conferindo os
privilégios da nobreza na Inglaterra”. O Barão de Reuter teve três filhos;
Herbert, 2º Barão de Reuter, George, 3º Barão de Reuter e André Reuter. Sua
única filha, Clementine Maria, casou-se com o conde Otto Stenbock e, após sua
morte, com Sir Herbert Chermside, governador de Queensland. George, 3º
Barão de Reuter teve dois filhos, Oliver, 4º Barão de Reuter, e Ronald Reuter.
O último membro da família, Marguerite, Baronesa de Reuter, viúva do 4º barão e
neta de Paul Reuter, faleceu em 25 de janeiro de 2009, aos 96 anos. Paul morreu em Villa Reuter, Nice, França, e foi enterrado no jazigo da família no
cemitério de West Norwood, em Londres.
Em
1851 Reuter voltou a Londres e estabeleceu um escritório na Bolsa de Valores de
Londres. Reuter fundou a agência Reuters, uma das maiores agências de notícias
financeiras do mundo. Em 17 de março de 1857, adquiriu a nacionalidade
britânica. Foi estabelecida uma linha telegráfica entre a Grã-Bretanha e o
continente através do Canal da Mancha. Essa conexão foi estendida ao sudoeste
da Irlanda, em Cork, em 1863, ali os barcos procedentes da América enfrentavam
ao mar com as notícias, que posteriormente eram telegrafadas a Londres,
chegando antes que os barcos. Em 1871, o duque de Saxe-Coburgo-Gota
conferiu-lhe o título de barão, confirmado depois pela Rainha Vitória do Reino
Unido. Teve três filhos, George, terceiro barão de Reuter, André e Clementine
Maria. Clementine foi casada com o Conde Otto Stenbock, e após sua morte, com
Sir Herbert Chermside, governador de Queensland. George, 3º Barão de Reuter,
teve dois filhos: Oliver, 4º Barão de Reuter e Ronald Reuter. O último membro
da família, Baronesa Marguerite de Reuter, viúva do 4º Barão, morreu em 25 de janeiro
de 2009, com a idade de 96 anos. Reuter morreu em Villa Reuter, Nice, França,
sendo levado após seu falecimento a Londres, onde foi enterrado no Cemitério de
West Norwood. Edward G. Robinson interpretou Reuter originalmente no filme da
Warner Bros em A Dispatch from Reuter`s, produzido em 1940. Vale lembrar
que em 25 de fevereiro de 1999, a Agência de Notícias Reuters comemorou
o centenário da morte de seu fundador com o lançamento extraordinariamente motivacional de um prêmio
universitário Paul Julius Reuter Innovation Award, na Alemanha.
Umberto Eco critica o uso esotérico da interpretação social, fazendo ver que um texto não pode ser aprisionado em seu conjunto por uma única verdade, pois demonstra que a vontade de uma interpretação única é, afinal, a vontade de manutenção de um segredo, que diz respeito à manutenção de poder. Essa crítica não desfaz a impressão de que a interpretação não pode ser meramente uma impressão subjetiva do texto. Cabe a nós sermos “servos respeitosos” da semiótica. Se nós, leitores, podemos achar no texto um significado, cabe a nós ter claro que esse significado é uma referência nossa, que evidentemente nem sempre irá respeitar o texto original. Portanto, que existe a “intentio lectoris e a intentio operis”, isto é a intenção do leitor e a do texto. Enquanto a intenção do leitor pode ser reconhecida, a intenção do texto parece para sempre perdida, mas deve ser conjecturada pela interpretação desse leitor, pelo menos através de coerência: qualquer interpretação feita de parte de um texto poderá ser aceita se for confirmada por outra parte processual do mesmo texto, e deverá ser rejeitada se a contradisser. Daí a sua importância analiticamente em distinguir, no modelo comunicacional, e, portanto, no universo retórico, o termo ideologia que se presta a numerosas codificações. Deixando de lado a noção de ideologia como “falsa consciência”, Umberto Eco, reitera o papel da ideologia como tomada de posição filosófica, política, estética, em face da realidade.
Nosso intuito, afirma, é conferir ao termo ideologia, e a par dele ao de retórica, uma acepção muito mais ampla vinculada ao universo do saber do destinatário e do grupo a que pertence, os seus sistemas de expectativas psicológicas, os seus princípios morais, isto é, quando o que pensa e quer é socializado, passível de ser compartilhado pelos seus semelhantes. Para consegui-lo, porém, é mister que o sistema de saber se torne sistema de signos: a ideologia é reconhecível quando, socializada, se torna código. Nasce, assim, uma estreita relação entre o mundo dos códigos e o mundo do saber preexistente. Esse saber torna-se visível, controlável, comerciável, quando se faz código, convenção comunicativa. O aparato sígnico remete ao aparato ideológico e vice-versa e a Semiologia, como ciência da relação socialmente entre códigos e mensagens, transforma-se concomitantemente na atividade de identificação contínua das ideologias que se ocultam sob as retóricas. Enfim, do ponto de vista teórico e metodológico, a Semiologia mostra-nos no universo dos signos, sistematizado em códigos e léxicos, o universo das ideologias, que se refletem nos modos pré-constituídos da linguagem. Ipso facto, em sua gênese, no início do século XIX, designava um estudo das ideias, como elas se formam e que fenômenos incidem para isso, empreendido pelo pensador Destutt de Tracy.
Neste
sentido o perfil do fã do Super-Homem, o comportamento e a influência exercida pelo desenho no leitor são demonstrados quando
subjuga a recepção da mensagem à condição de fantoche dominado pela
propaganda massiva ilustrada na imagem do super-herói que tem como parti
pris sua função social. Mais do que isso: pela imagem de invencibilidade
personificada no papel em Clark Kent, que se assemelha ao homem pelo desejo
hierarquizado de ascensão, impotente para vencer suas frustrações, mas que tem
embaixo das humildes vestes, a representação simbólica do “brasão em forma de S
e a capa vermelha do homem que voa, dobra aço, consegue parar um trem com o
corpo, corre na velocidade da luz”. Poderes que se configuram nas aspirações de
ascensão social do cidadão, de vitórias, aplacadas, e saciadas junto às
batalhas vencidas pelo ídolo, episódio após episódio. Sem maiores dificuldades,
nem muita paciência, nem planos em longo prazo, ou problemas que não se
resolvam no mesmo dia. Baseado no que lhe impelem as aspirações de status,
desejando ser algo formado e reproduzido pela mídia, inconscientemente
integrado a sua mentalidade subjetiva, o sujeito se esquece, e por esse
lapso perde a identidade.
Isso
se especifica bem usando o herói como modelo de heterodireção: sua
figura se insere na mente de seus seguidores da mesma maneira que as apelações
publicitárias. A subjetividade, nesse caso, se configura enquanto o “super”
também é homem, ou seja, super-homem: é “super”, mas é homem. Ele se identifica
com os trabalhadores urbanos quando se humaniza, porque é como eles, se parece
com eles, com defeitos e impotências, refletindo seus desejos, também, de poder
e ufania. Seus poderes e seu cotidiano sugerem um modo de vida, um tempo
presente de vitórias predeterminadas, sem problemas, sem preocupações, sem
planos, sem projetos, sem futuro e sem passado. E a população deseja isso:
deixar de ser Clark pra ser Super-Homem. Deixar de ser medíocre para ser um
ícone, um destaque entre os demais. Deixar de ser esnobado para ser desejado,
como Lois Lane, que contraditoriamente esnoba Clark, mas ama o Super-Homem,
como um símbolo de poder, idealização, realização e fantasia contemporânea. Os
“mundos possíveis” são um conceito de Umberto Eco, que vem de pesquisas sobre
lógica por Pavel e Van Dijk. Mas Eco define como mundo possível “um estado de
coisas que é expressa por um conjunto de propostas que é, para cada proposta,
ou ‘p ou não-p'”. Em outras palavras, um “mundo possível” representa o trabalho
de indivíduos que carregam com eles um conjunto de propriedades que não apenas
se resumem ao dia a dia ou traços de personalidade, mas por ações. Os
mundos possíveis dependem da instância narrativa que cria unidade e uma
coesão entre os vários elementos do mundo possível.
A
literatura é terapêutica para Eco por permitir escapar do mundo real e
de suas ansiedades e descontinuidade. Esta é também a função dos mitos segundo Claude Lévi-Strauss, que os define como uma maneira para ordenar as variadas
experiências de vida. Eco sugere a noção de texto como uma máquina
“preguiçosa”. E para este conceito, ele
faz o leitor compreender que a leitura é uma atividade intelectual criadora e o
leitor é um agente ativo do texto. Este jogador envolvido no texto é o que ele
chama um “leitor modelo”. Melhor dizendo, um agente social capaz de atualizar
as propostas dos textos, a fim de compreender todo o potencial implícito nos
mesmos. É neste sentido que em “Número Zero”, Eco idealiza um escritor de meia
idade que vive de trabalhos avulsos como “Ghost writer” é convidado para
assistente de direção em um projeto para a criação de um jornal, trabalho pelo
qual será bem recompensado. Para esse projeto são chamados seis redatores que
já escreveram para colunas diversas, e todos a princípio ficam satisfeitos com
o convite acreditando que o jornal é uma boa aposta, e poderá quem sabe,
alavancar suas carreiras. No entanto o diretor já havia aberto o jogo com o
assistente: o jornal servirá como uma espécie de fachada para servir às
pretensões políticas do segmento editorialista, um empresário multimilionário que entre seus
negócios é dono de canais de TV e o jornal provavelmente não será lançado. A
veia cômica do escritor aparece nos diálogos dos repórteres do jornal fictício
“Amanhã: ontem”. A trama é ambientada na redação de notícias e nas ruas de
Milão no ano de 1992 e descreve de forma alegórica, a “operação mãos limpas” –
a grande investigação judicial ocorrida na Itália nos anos 1990, que acabou na
prisão de políticos, empresários e integrantes da máfia e resultou no fim da 1ª
República Italiana.
Tirando
partido do saber acumulado de sua vasta experiência como semiólogo e estudioso
da comunicação, o escritor italiano inovou ao combinar as convenções da
literatura, por assim dizer, comercial com uma erudição assombrosa e um
tratamento inventivo e irônico de seus temas, de tal forma que temos sempre a
impressão de ler algo além do que lemos, de que existe outro enredo,
ideológico, por trás da trama aparente e linear as superfícies. Comparado a
seus romances anteriores, “Número zero”, o título se refere, na prática
jornalística, à “edição de teste”, para circulação interna, de uma publicação
que ainda está por ser impressa e lançada – pode parecer uma obra menor e pouco
ambiciosa. A impressão é enganosa: justamente porque, por trás do enredo
aparente, sobre a experiência fracassada dos preparativos para o lançamento de
um novo jornal, o “Amanhã”, Umberto Eco embute uma crítica cínica e cética não
somente à imprensa canalha e sensacionalista, mas também ao Estado ladrão e
ineficiente e ao processo de empobrecimento moral da sociedade, que assiste de
forma passiva à naturalização dos escândalos desde a corrupção. Sugestivamente,
“Número zero” representa um romance sobre a morte do “Amanhã”. É um
retrato desesperançado da Itália contemporânea, como se ali tivesse falhado o
projeto de construção de uma nação.
Isso
nos ajuda a compreender um ponto importante nesta literatura: a ideologia não é
o significado. Mas é uma forma de significado conotativo último e global. Pois,
“a ideologia é a conotação final da totalidade das conotações do signo ou do
contexto dos signos”. Do ponto de vista pragmático representa toda a verdadeira
subversão das expectativas que se efetiva na medida em que se traduz em
mensagens que também subvertem os sistemas de expectativas retóricas. E toda
subversão profunda das expectativas retóricas é também um redimensionamento social
das expectativas ideológicas. Nesse princípio se baseia a arte de vanguarda,
mesmo nos seus monumentos definidos como sendo “formalistas”, quando, usando o
código de maneira altamente informativa, não só o põe em crise, mas obriga a
repensar, através da crise do código, a crise das ideologias como as quais ele
se identificava. Frequentemente, portanto, a obra, como qualquer outra
mensagem, contém seus próprios códigos: quem hoje lê os poemas homéricos
extrai dos significados denotados pelos versos uma tamanha massa de noções
sobre o modo de pensar, de vestir, de comer, de amar ou de guerrear daqueles
povos, que está apto a reconstruir seus sistemas de expectativas ideológicas e
retóricas.
No
recorte heurístico condutor que a diferencia de outras épocas anteriores ou
posteriores, estão os fatores culturais das suas civilizações mais marcantes, a
Grécia e a Roma antigas. O período Pré-Homérico corresponde ao apogeu e à
decadência da civilização cretense, que se desenvolveu em Creta, a maior ilha
do Mar Egeu. Essa ilha era povoada por tribos que, provavelmente, tenham vindo
da Ásia Menor. Durante esse período, outros povos dirigiram-se a Grécia: os
aqueus, que se estabeleceram na Grécia continental e também na Ilha de Creta.
Os aqueus dominaram os cretenses por volta de 1400 a.C. dando origem à
civilização creto-micênica. Além dos aqueus, os jônios e os eólios também
chegaram a Grécia. De todos esses povos, o mais importante historicamente foi o
dório, com características políticas guerreiras, que deram um novo rumo à
história grega. Os dórios destruíram a civilização creto-micênica e
conquistaram a Grécia. Esses acontecimentos anunciaram uma nova história da
Grécia - o período Homérico, correspondente ao segundo período de
desenvolvimento da civilização grega que ocorreu após o período pré-homérico,
entre os anos de 1150 a.C. a 800 a.C.
A
partir das invasões dórias teve início um período histórico-social muitas vezes
chamado de “homérico”, porque o conhecimento que se tem da sociedade grega da
época se deve, em grande parte, a dois reconhecidos poemas – a Ilíada e a
Odisseia -, atribuídos a Homero. A Ilíada narra a guerra de Tróia, e a
Odisseia, as aventuras do herói grego Ulisses (Odisseu) em sua viagem de volta
a Grécia após a conquista de Tróia. Há muita discussão sobre a autoria desses
poemas. Muitos estudiosos defendem que Homero nunca existiu e que esses teriam
sido obras do passado coletivo grego, tendo sido transmitidos oralmente de
geração em geração. Com a invasão dória, um novo modelo socialmente se implantou: a produção passou a ser de
subsistência, com exploração da mão-de-obra familiar, auxiliada por uns poucos agregados
de assalariados e escravos; a arte e a escrita desapareceram; o artesanato
decaiu; as armas de bronze finalmente trabalhadas foram aos poucos sendo
substituídas por artefatos grosseiros, embora feitos de ferro; e o sepultamento
em magníficos túmulos, como ocorreu com o sultão Suleiman, o Magnífico,
procurado há 120 anos, mas descoberto em 2015, devido à Agência Turca de
Cooperação e Coordenação (TIKA) e Estado húngaro, foi substituído pela
cremação simples, utilizada em muitas culturas, inclusive autorizado pela
Igreja Católica e por outras religiões.
Neste período a população passou a se
organizar em pequenas comunidades, cuja unidade básica era a família. Essa
forma social é chamada de genos. Cada geno possuía seu próprio
líder, seu culto religioso e suas leis. Com o passar dos tempos, os genos foram
se ampliando e acabaram dando origem a outro tipo de organização da vida social
e política - a polis, ou cidade-Estado que foi a característica do
período seguinte da história grega. As principais teorias em controvérsia são
aquelas em que os bascos chegaram como parte das migrações indo-europeias para
a Europa em torno de 2000 a. C. Ou, que os bascos chegaram antes, quando a
migração Cro-Magnon desalojou ou tenha assimilado a população Neandertal local.
Estrabão fora um estoicista, mas politicamente um proponente do imperialismo
romano, tendo realizado viagens ao Antigo Egito e à Etiópia. História, religião,
costumes e instituições de diferentes povos estão misturados às suas descrições
etnográficas entre relações geográficas. Estrabão é
considerado o fundador da perspectiva ideográfica a qual revela suas particularidades regionais das ciências que se apoiam nos métodos
empregados.
O basco é o idioma ancestral dos bascos, povo que habita historicamente o País Basco, região que abrange uma área do nordeste da Espanha e sudoeste da França. É falado por 27% dos bascos em todos os territórios habitados por este grupo étnico de 714 136, de um total de 2 648 998 de habitantes. Destes, 663 035 bascofalantes vivem na parte espanhola do País Basco, e 51 100 na parte francesa. Nas discussões acadêmicas a respeito da distribuição do basco na Espanha e França, costuma-se referir às três antigas províncias, na França, e a quatro províncias espanholas. Os falantes nativos do idioma estão concentrados numa área contígua que inclui partes das comunidades autônomas espanholas do País Basco e Navarra, e na metade ocidental do Departamento francês de Pirenéus-Atlânticos, das regiões de Miarritze, Baiona, Maule-Lextarre, Donapaleu. A Comunidade Autônoma Basca é uma entidade administrativa dentro do País Basco etnográfico, binacional, que incorpora as províncias espanholas de Biscaia, Guipúzcoa e Álava, com sua existência nas divisões político-administrativas. Cada comunidade autônoma compreende províncias, mas sete representam a unidade de uma província: Astúrias, Ilhas Baleares, Cantábria, La Rioja, Madrid, Múrcia e Navarra.
O grande mérito de Lewis Henry Morgan, afirma Friedrich Engels, é o de ter descoberto e restabelecido em seus traços essenciais esse fundamento pré-histórico da nossa história escrita e mormente ter encontrado, nas uniões gentílicas dos índios norte-americanos, a chave para decifrar importantíssimos enigmas, ainda não resolvidos, da história da Grécia, Roma e Alemanha. Sua obra não foi trabalho de um dia. Levou cerca de 40 anos elaborando seus dados. O estudo da história da família começa, de fato, em 1861, com o “Direito Materno”, de Johann Jakob Bachofen. Nesse livro o autor formula as seguintes teses, resumidamente: 1. Primitivamente, os seres humanos viveram em promiscuidade sexual; 2. Estas relações excluíam toda possibilidade de estabelecer, com certeza, a paternidade; 3. Em consequência desse fato, as mulheres, como mães, como únicos progenitores conhecidos da jovem geração, gozavam de grande apreço e respeito, chegando ao domínio feminino absoluto; 4. A passagem para a monogamia incidia na transgressão de uma lei religiosa antiga, em que devia ser castigada, ou cuja tolerância se compensava com a posse da mulher por outros homens. Johann Jakob Bachofen encontrou as provas dessas teses em numerosos trechos da literatura clássica antiga, por ele reunidos com zelo singular no âmbito da Antropologia. Além disso, também Lewis Morgan observara e descrevera perfeitamente o mesmo fenômeno, em 1847, em suas cartas sobre os iroqueses, e em 1851 na Liga dos Iroqueses, ao passo que a mentalidade do advogado de Mac Lennan causou confusão maior pela fantasia mística de Bachofen no terreno afetivo do direito materno. Outro mérito lenneano consiste em ter reconhecido como primária a ordem de descendência baseada no direito materno, conquanto, também aqui, conforme reconheceu Bachofen se lhe tenha antecipado.
Em
face do exagero dos méritos de Mac Lennan, que fez parte de um voguismo na
Inglaterra e, seguida através da moda elitista e conservadora inglesa, em toda
a parte, devemos assinalar como ratifica Friedrich Engels, com sua clássica
antítese de “tribos” exógenas e endógamas, baseada na mais pura confusão, pois
Lennan causou um prejuízo maior do que os serviços prestados em suas pesquisas
empíricas. A leitura da obra desenvolve-se, pois, numa oscilação contínua, pela
qual se vai da obra à descoberta dos códigos de origem que ela sugere, dessa
descoberta a uma tentativa fiel da obra, para daí voltarmos aos nossos códigos
e léxicos e experimentá-los sobre a mensagem. Metodologicamente, procede-se,
destarte, a um confronto contínuo, a uma integração entre as várias “chaves de
leitura”, fruindo-se a obra através desta sua ambiguidade, oriunda não só do
uso informativo dos significantes em relação ao código de partida, mas do uso
informativo dos significantes reportados aos nossos códigos de chegada, o que
dá origem a novas mensagens-significado, as quais passam a enriquecer nossos
códigos e nossos sistemas ideológicos, reestruturando-os e dispondo os leitores
de amanhã a uma nova situação interpretativa em relação à obra, em várias
fases, mas que a teoria não pode prever quanto às formas que irá
assumir: a mensagem cresce, mas não se sabe como poderá crescer. É errado
pensar que todo ato comunicativo se baseia na língua afim aos códigos da
lingua verbal, e que toda língua deva ter articulações fixas.
Para
ficarmos num exemplo, no âmbito da comunicação visual, a comunicação fílmica, socialmente,
é a que melhor permite verificar porque um código comunicacional
extralinguístico não tem necessariamente que construir-se sobre o modelo da
língua. O código fílmico não é o código cinematográfico porque se refere à
reprodutibilidade técnica da realidade por meio de aparelhos cinematográficos,
ao passo que a comunicação fílmica codifica uma comunicação ao nível de
determinadas regras narrativas. Não há dúvida que o primeiro se apoia no
segundo, assim como o código estilístico-retórico se apoia no código linguístico,
como léxico do outro. A denotação cinematográfica é comum tanto ao cinema e à
televisão aberta, o que levou Píer Paolo Pasolini a aconselhar que essas formas
comunicacionais fossem designadas em bloco, não como cinematográficas,
mas como audiovisuais. Naturalmente é preciso nos limitar a algumas observações
sobre as possíveis articulações de um código cinematográfico, aquém das
pesquisas de estilística, de retórica fílmica, de uma codificação da grande
sintagmática do filme, como se o cinematógrafo não nos tivesse dado senão: “L`arrive du train à la gare” e “L`arroseur arrose”, filmes de autoria dos geniais irmãos Lumiére. Enfatizando essas atividades
sociais desenvolveu-se o conceito de indústria cultural.
A
linguagem do discurso autoral realmente é vista numa ótica estreitamente unidimensional,
onde a instrumentalização das coisas torna-se instrumentalização dos
indivíduos, desconsiderando-se a intervenção dos homens na vida social e
omitindo a complexidade da dimensão simbólica de apropriação do real
omnipresente em todo o ato comunicativo. Perceber as sociedades de controle de
forma unidimensional equivale a pensar as instituições como instância separadas
e isoladas das dinâmicas sociais. A análise concreta das relações de poder nas
instituições (família, Estado, universidade, etc.) que são par excellence,
as protagonistas da inserção social, lideram o processo de constituição das
identidades e regulam a sociedade. O processo ad infinitum de evolução
social, envolve então a permanente produção de subjetividades modulada por
instituições híbridas e diferentes combinações fora das instituições. A crise
das instituições significa, justamente, que as fronteiras entre elas estão
sendo derrubadas, de modo que a lógica capitalista de pensar que funcionava
principalmente dentro das paredes institucionais se espalhava por todo o
terreno social. Do ponto de vista da comunicabilidade o efeito social
específico move a causa e a causalidade se move em espiral. Todo comportamento
humano passa a ter valor comunicativo e, como a comunicação não ocorre sobre fatos
fora das relações sociais, entendemos que todo trabalho é ordinariamente um processo de
comunicação, embora nem todo processo de comunicação seja um processo reconhecido de
comunicação.
Onde
o processo de produção se caracteriza por elementos imateriais ligados às
capacidades cerebrais e cognitivas, a cooperação entre trabalhadores, não pode
realizar sua atividade na reprodutibilidade técnica, reduzida e confundida com
a cooperação tecnológica e comercial. A utilização da força de trabalho é o
próprio trabalho. O processo de trabalho é o processo de sua valorização. O
comprador da força de trabalho, o capitalista, a consome fazendo com que seu
vendedor trabalhe. Desse modo, este último se torna actu aquilo que ante era
apenas potentia, a saber, força de trabalho em ação, trabalhador. Para
incorporar seu trabalho em mercadorias, ele tem de incorporá-lo, antes de mais
nada, em valores de uso, isto é, em coisas que sirvam à satisfação de
necessidades de algum tipo. Assim, o que o capitalista faz o trabalhador
produzir é um valor de uso particular, um artigo determinado. A produção de
valores de uso ou de bens não sofre nenhuma alteração em sua natureza pelo fato
social de ocorrer para o capitalista e sob seu controle, razão pela qual
devemos, sempre de início, considerar o processo de trabalho independentemente
de qualquer forma social determinada. O trabalho é um processo realizado
entre o homem e a natureza, processo este em que o homem, por sua própria ação,
media, regula e controla seu metabolismo com a natureza.
Ele se confronta com a matéria natural como uma potência natural. Agindo sob a natureza externa modificando-a por esse movimento, ele modifica, ao mesmo tempo, sua própria natureza. Ele desenvolve as potências que nela jazem latentes e submete o jogo de suas forças sociais a seu próprio domínio. Lembra Marx, que um incomensurável intervalo de tempo separa o estágio em que o trabalhador se apresenta no mercado como vendedor de sua própria força de trabalho, capacidade daquele em que o trabalho humano ainda não se desvencilhou de sua forma instintiva. Quando um valor de uso resulta do processo de trabalho como produto, nele estão incorporados, como meios de produção, outros valores de uso, produtos de processos de trabalho anteriores. O mesmo valor de uso que é produto desse trabalho constitui o meio de produção de um trabalho ulterior, de modo que os produtos são não apenas resultado, mas também condição do processo de trabalho. O engajamento do cinema francês é o mais dinâmico da Europa continental em termos de público, números de filmes produzidos e de receitas tributárias geradas por suas produções cinematográficas. O cinema francês teve um desempenho importante na história deste de comunicação, tanto em termos técnicos como históricos.
Os primórdios do cinema contam com vários nomes franceses, entre os quais os se destacam os irmãos Ampére, não só responsáveis pelo estudo da corrente elétrica, mas também a invenção das primeiras câmeras, feito geralmente erroneamente atribuído aos irmãos Auguste Marie e Louis Jean Lumiére, os inventores do cinématographe, sendo frequentemente referidos como “os pais do cinema”. No desenvolvimento do cinema como forma técnica de arte, muitos dos filmes realizados na França são considerados marcos relevantes. Após 1ª Grande Guerra (1914-18) o cinema francês entrou em crise, como de resto os países envolvidos no conflito, devido à falta de recursos financeiros para a criação de novos filmes, como aconteceu na maioria dos países europeus. A situação de crise permitiu que os filmes norte-americanos chegassem aos cinemas europeus. Mas os filmes de consumo mais baratos poderiam ser bem comercializados já que seus estúdios recuperavam os gastos dos filmes em seu próprio mercado. A França adotou um princípio de reserva de mercado protecionista para diminuir a importação de filmes e estimular a produção interna e comercial, onde proporcionalmente, a cada sete filmes importados um filme francês deveria ser produzido e exibido nos cinemas.
O
cinema francês estatisticamente tem o mais alto índice de participação de
mercado na Europa, oscilando entre 35% e 40%. Eric Garandeau explicou que o
país não tem cota de tela. – “Acreditamos que os outros mecanismos são
suficientes para garantir a presença da produção francesa nas salas. O que
temos são mecanismos de incitação à diversidade e algumas medidas de regulação.
Há, por exemplo, uma limitação quanto ao número de salas em que um mesmo filme
pode ser exibido em um único complexo. Essa regra chegou a provocar uma
reclamação dos donos de cinemas de arte, já que muitos multiplex passaram a
programar os mesmos filmes que o circuito especializado. Mas preferimos esse
tipo de problema a ver uma grande concentração de um mesmo lançamento”. Ele
destacou a digitalização dos cinemas e dos filmes como a principal nova demanda
financeira do setor. O governo estabeleceu um padrão mínimo para a projeção
digital e criou um “fundo de digitalização” no valor de € 200 milhões. Parte
dessa quantia será destinada à um fundo de apoio à digitalização dos circuitos
de pequeno e médio porte. – “Nosso desafio é que o vpf não estabeleça condições
discriminatórias e não comprometa a diversidade que existe nos cinemas
franceses. Precisamos garantir a liberdade total de programação e o acesso dos
distribuidores a todas as salas, sem que se estabeleçam acordos privilegiados”.
Em 2011, 3349 salas (60.8% do total) e 888 cinemas (43.2% do total) já haviam
sido digitalizados, e o objetivo é que o circuito do país esteja 100% digitalizado.
Parte do fundo é destinada à restauração e à digitalização, em 2K, provavelmente de todos os
filmes franceses desde a consagração cinematográfica dos irmãos Lumière.
Louis
e Auguste eram filhos e colaboradores do industrial Antoine Lumière, fotógrafo
e fabricante de películas fotográficas, proprietário da Usine Lumière,
instalada na cidade francesa de Lyon. Antoine reformou-se em 1892, deixando a
fábrica entregue aos filhos. O cinematógrafo era uma máquina de filmar e
projetor de cinema, invento que lhes tem sido atribuído, mas que na verdade foi
inventado por Léon Bouly, no ano de 1892, o qual teria perdido o registro dessa
patente, sendo então de novo registrado pelos irmãos Lumière em 13 de fevereiro
de 1895. São os inventores da chamada Sétima Arte junto com Georges Méliès,
também francês, sendo este visto como “pai do cinema de ficção”. Louis e
Auguste eram ambos engenheiros. Auguste ocupava-se da gerência da fábrica,
fundada pelo pai. Dedicaram-se à produção cinematográfica realizando alguns
documentários curtos, destinados à promoção do invento, embora acreditassem que
o cinematógrafo fosse apenas um instrumento científico, talvez sem futuro
comercial. Casaram-se com duas irmãs e moravam todos na mesma mansão. Mas houve
também um investimento na formação teórica abstrata e de produção de ideias
durante o período próspero de guerras 1914-1918, destacando-se Jacques Feyder
(1885-1948), profissional policompetente, ator, roteirista e diretor de cinema
belga que trabalhou principalmente na França, mas também nos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Alemanha.
Bibliografia
Geral Consultada.
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