sábado, 31 de agosto de 2024

Romance em Alturas – Balões, Modernização & Amor no Lago Tahoe.

A água não era apenas transparente, mas deslumbrantemente, brilhantemente transparente”. Mark Twain (1871)

       Uma tese elementar da “modernização reflexiva”, que representa a questão recursiva do ponto de vista da análise do filme: “Romance em Alturas” (2020) afirma o seguinte: quanto mais as sociedades são modernizadas, mais os agentes (sujeitos) adquirem a capacidade de refletir sobre as condições sociais de sua existência e, assim, modificá-las. Essa tese apresenta variações no ensaio: Modernização Reflexiva. Política, Tradição e Estética na Ordem Social Moderna, de Ulrich Beck, Anthony Giddens e Scott Lash (2012), quando é considerada pelas suas consequências para as teorias da mudança social nas áreas da cultura e da tradição (Giddens), da estetização e da economia (Lash) e da política e subpolítica (Beck). Dessa maneira, a controvérsia entre os modernistas e os pós-modernistas é superada por um terceiro caminho, a saber: a modernização reflexiva. Entretanto, o que o conceito significa certamente também é controvertido, mesmo entre os autores que abraçam esta questão. Antes de abordarmos a questão da distinção entre “reflexão” (conhecimento) e “reflexividade” (autodissolução) essas diferenças e contrastes podem ser elaborados como respostas para quatro indagações. Primeira, quem é o sujeito da modernização reflexiva? Neste caso as respostas variam: os sujeitos principais da modernização reflexiva são os agentes individuais e coletivos ou os cientistas e as pessoas comuns, as instituições e as organizações e também as estruturas. Segunda, qual é o meio da modernização reflexiva? A resposta parece ser o conhecimento em suas várias formas reais, como reconhecimento científico, reconhecimento especializado, reconhecimento do dia a dia. Temos aí uma aporia, na verdade, o oposto absoluto se afirma: o não conhecimento, o dinamismo inerente, o não visto e o não desejado.

            Terceira, quais são as consequências da modernização reflexiva?  Isto parece ser menos discutido. Giddens concentra-se na “desincorporação” e na “reincorporação”, Beck na individualização, enquanto Lash se concentra na estetização e nas formações comunitárias, mas isto, evidentemente, inclui também reações no espectro social do esoterismo, dos movimentos religiosos, dos novos movimentos sociais ou do neonacionalismo, juntamente com a invenção do político após o fim do conflito Oriente-Ocidente. Uma quarta pergunta, qual é a considerado o motor da modernização reflexiva? – também é respondida pelos autores dos ensaios contidos no livro, sem controvérsia, se interpretarem as coisas de maneira adequada, quer dizer, não uma nova modernização, mas aquela conhecida no modelo da sociedade industrial (capitalista, democrático), como Anthony Giddens demonstra no livro As Consequências da Modernidade (1990) – está se tornando global ou, simplesmente, reflexiva. Em relação à pergunta dos agentes (sujeitos), as ênfases são colocadas diferentemente nos vários esboços teóricos. Ao enfatizar a dimensão estética, Lash parece ter seu interesse mais voltado para os agentes individuais (e sociais), enquanto Anthony Giddens lida tanto adicional quanto centralmente com mo papel dos “sistemas especialistas” e com a “reflexividade institucional”. Para Ulrich, as estruturas mudam as estruturas, pelas quais se torna possível e obrigatória a ação.  

            O neonacionalismo é considerado um fenômeno da Europa Ocidental. Ele tem suas origens no período pós- Guerra Fria e as mudanças que a terceira fase da globalização trouxe aos estados da Europa Ocidental. A integração e o alargamento da União Europeia deram origem a uma série de mudanças econômicas, sociais e políticas, causando incertezas em nível individual e coletivo das sociedades. O empoderamento da União Europeia, ampliando seus membros e os referendos sobre a Constituição da União Europeia, formou a ideia de um quase-estado transnacional e de uma nação global sob democracia liberal como a ideologia política única que governa esse estado transnacional. Depois que o referendo sobre o Tratado para estabelecer uma Constituição para a Europa foi rejeitado, a delegação de soberania nacional na União Europeia foi vista pelos neonacionalistas como um ato estratégico que visa à acumulação de poder que compromete a soberania nacional dos Estados e seus direitos de autodeterminação. Os eventos dramáticos que marcaram o mundo islâmico na década de 1980, e per se como a Revolução no Irã, o assassinato do presidente egípcio e a morte do presidente do Paquistão, deram início ao aumento populacional da imigração para os países da Europa Ocidental.  Os problemas que os imigrantes encontraram em relação à recepção planejada para sua iminente chegada, acomodação e integração doméstica do Estado anfitrião motivaram a reestruturação física da política e de ajustes governamentais de políticas públicas regionais que integravam a diversidade de imigrantes.   

A inclusão social de princípios “estrangeiros” próximos aos elementos tradicionais que constituem o caráter do Estado anfitrião como critério de política levou ao sentimento da ameaça que o neonacionalista sentia. Esse processo de enquadramento como “islamização” se transformou no fator social explicativo para um comportamento coletivo defensivo específico, além de declarada xenofobia. Os conflitos e a violência que se seguiram após a desestabilização política em alguns dos Estados islâmicos levaram à categorização do Islã como tendo um caráter antidemocrático, que está em aparente desacordo com a democracia liberal ocidental. Após os ataques de 11 de Setembro (2001), essa imagem do Islã se tornou dominante. O sentimento da “ameaça islâmica” às sociedades modernas e sua cultura que se espalhou pelos estados da Europa Ocidental resultou no aumento da consciência e do orgulho nacional em termos de cultura e folclore, e na necessidade de proteger a identidade cultural nacional. O neonacionalismo é o sucessor do nacionalismo clássico. Tanto nacionalistas quanto neonacionalistas veem a nação como uma família, mas diferem nos critérios da afiliação. O Estado e a nação como representação da família cujos membros são indissociáveis na homogeneidade étnica, racial, genético, religiosa ou cultural como critérios de pertencimento. Eles tomam a associação histórica como o principal fator social para a concessão de filiação à família nacional, o que a torna inclusiva e fundamentalmente diferente de seus predecessores relativamente em termos condicioonados de inclusão. Com o nacionalismo clássico, o neonacionalismo não exige etnia e raça para estruturar uma ordem hierárquica em termos do que é “certo” e “errado”.

A principal distinção que faz com que os neonacionalistas se afastem de seus antecessores é sua posição social sobre as diferenças e a relação entre diversos grupos e comportamento. No cerne do nacionalismo romântico tradicional, reside a noção política de desempenho correto da “supremacia branca” base nos princípios estabelecidos pelo Ocidente, que servem como padrão universal de condutas e modelo de aplicação universal sobre o qual as ações e colonizações missionárias tiveram êxito. recebeu justificativa no passado. Em contraste, os neonacionalistas sustentam que o comportamento correto entre os membros da sociedade civil se baseia na reciprocidade. As diferenças não devem ser enquadradas como um problema que requer ação a ser superada. Como as diferenças são naturalmente dadas e fazem parte da identidade do indivíduo e do coletivo, elas devem ser integradas à sociedade civil com base em tolerância e respeito mútuos, sem serem hierarquicamente ordenadas, produzindo reivindicações normativas e categorizando “bom ou ruim”.  Com base na tolerância social e respeito entre os diversos grupos sociais, os neonacionalistas sustentam que os migrantes devem receber direitos básicos de viver de acordo com seu próprio contexto culturalmente, mas, ao mesmo tempo, espera-se que eles se integrem à sociedade civil doméstica adotando os princípios básicos da cultura ocidental. O neonacionalismo está em forte defesa da questão de igualdade de gênero. Baseado no Código islâmico que não coloca homens e mulheres em igualdade cultural e determina a “homossexualidade”, um pecado, a cultura insiste na integração dos muçulmanos que desejam ingressar nos países da Europa Ocidental com os princípios modernos da igualdade de gênero

Na cena fílmica Eden retorna ao Lago Tahoe, onde ela passou os verões crescendo e se reencontra com um amigo de infância. O romantismo, também reconhecido como “movimento romântico” ou definidor de uma Era romântica, é um movimento artístico e intelectual que se originou na Europa no final do século XVIII. Na maior parte da Europa, atingiu o seu auge entre aproximadamente no período entre 1800 e 1850. O romantismo caracterizou-se pela ênfase na emoção e individualismo, bem como na glorificação do passado e da própria natureza, preferindo o medieval ao clássico. Ele foi em parte uma reação à Revolução Industrial e à ideologia predominante do Iluminismo, especialmente a racionalização científica da Natureza. Foi incorporado mais fortemente nas artes visuais, na música e na literatura; também teve um grande impacto na historiografia, na educação, no xadrez, nas ciências sociais e nas ciências naturais. O movimento enfatizou a emoção intensa como uma fonte autêntica de experiência estética. Concedeu uma nova importância às experiências de simpatia, admiração social, admiração e terror, em parte ao naturalizar essas instintivas emoções como respostas ao belo e ao sublime. Os românticos enfatizaram a nobreza da arte popularmente e das práticas culturais antigas, mas também defenderam a política radicalmente, o comportamento não convencional e a espontaneidade autêntica. Em contraste com o racionalismo e o classicismo, o Romantismo reviveu o medievalismo e justapôs uma concepção pastoral de um passado europeu mais autêntico, com uma visão crítica das mudanças sociais recentes, incluindo as relações sociais mediante a dinâmica da “explosão” da urbanização, provocadas pela esfera global da Revolução Industrial.

       O conjunto de palavras com raiz etimológica “romana” nas diversas línguas europeias, como “romance” e “romanesco”, tem uma história culturalmente erigida na complexidade. No século XVIII, as línguas europeias, nomeadamente o alemão, o inglês, o francês e o russo, utilizavam o termo “romance” no sentido de uma obra de ficção narrativa popular, como uma novela. Este uso derivou do termo “línguas românicas”, que se refere à linguagem vernácula ou popular em contraste com o latim formal. A maioria desses romances assumiu a forma de “romance de cavalaria”, contos de aventura, devoção e honra. O conceito de “romântico”, em inglês romantick e em alemão romantisch, ligadas assim aos “romances medievais”, surgiu anteriormente ao conceito “romantismo” como uma escola literária definida; progressivamente no século XVIII, histórias de horror e amor passaram a se associar aos “romances de cavalaria”, formando uma conotação de “gênero sentimental”, e o campo semântico do adjetivo passou a indicar aquilo que tinha características de narrativa. E no século XVII, “Romantische” também foi uma palavra com utilidade de uso para se referir a pinturas de paisagem, evocando suas qualidades emotivas. Foi com a crítica literária de pensadores alemães no final do século XVIII que ganhou corpo o seu significado secundário, e comparativamente de “crítico à civilização” ou à sociedade, ao mesmo tempo tornando-o uma categoria histórica-filosófica, em que se situava o “romântico” em contraposição ao “clássico” da Antiguidade. Enfim, passou a ser considerado um tipo distinto de gênero literário e artístico em geral na sociedade.

            Os romances ou “novelas de cavalaria”, segundo as designações modernas ou ainda livros de cavalaria, segundo a designação antiga, representam um gênero literário que se encontra, principalmente, em prosa, mas havendo também exemplares em verso, escritos na Época Medieval, com grande sucesso e popularidade na Espanha e, em menor medida, em Portugal, França e Península Itálica no século XVI E.C. A expressão Era Comum é uma alternativa para os mais publicamente usados d. C e a. C, já que Era Comum não faz explicitamente o uso de títulos religiosos para Jesus, como Cristo ou Senhor, que são utilizados nas notações a. C e d. C, respectivamente. Eram histórias fantásticas que contavam as proezas e façanhas de um herói e a busca pelo seu amor. De carácter místico e simbólico, relatam aventuras penetradas de espiritualidade cristã e subordinam-se a um ideal místico, que sublima o amor profundo. Eles surgem no final do séc. XV, sendo o último exemplar original (Boecia Policisne) publicado em 1602. Deixaram de estar na moda a partir de 1550, e Miguel de Cervantes, no séc. XVII, decide satirizá-los ao escrever um dos maiores clássicos da literatura ocidental, Dom Quixote. Quer dizer, a imagem que temos da Idade Média é bastante mais influenciada pelo romance de cavalaria do que por qualquer outro género literário medieval. Quando pensamos em Época Medieval vem-nos logo à cabeça a imagem dos cavaleiros, das donzelas em perigo, dos dragões e monstros e tudo isso se encontra nos romances de cavalaria. Originalmente, os romances de cavalaria foram escritos em francês antigo, anglo-normando, occitano, franco-provençal e depois em português, castelhano, inglês, italiano (“Poesia siciliana”) e alemão. Durante o início do séc. XIII, as chamadas “novelas de cavalaria” foram cada vez mais escritas em prosa. Nos romances posteriores a esse século, particularmente os de origem francesa, há uma marcada tendência para enfatizar os temas do “amor cortês”, tais como os de fidelidade na adversidade social.

Considera-se que três obras declaradamente programáticas foram fundantes do romantismo no ano de 1798: O Pólen de Novalis; os Fragmentos de Friedrich Schlegel na revista Athenaeum, e as Baladas Líricas de Wordsworth e Coleridge. Athenaeum foi uma revista literária alemã fundada em 1798 por August Wilhelm Schlegel (1767-1845) e Karl Wilhelm Friedrich Schlegel (1772-1829) em Berlim. É considerada a publicação que fundou o movimento romântico alemão em seus primórdios. Seu último número foi publicado em 1800. A partir de 1803 foi bem sucedida pela revista Europa de Friedrich Schlegel. Apesar de chamados de “classicistas de Weimar”, foram Christoph Wieland, Johann Gottfried Herder, Johann Wolfgang (von) Goethe e Friedrich (von) Schiller que lançaram o termo romantisch em uma grande discussão literária na Alemanha. Goethe afirma que fora ele e Schiller que inventaram a distinção entre classicismo e romantismo e, apesar de suas diversas críticas analíticas contra o romantismo em vida, importantes obras de Goethe foram consideradas românticas ou serviram de plataforma inspiradora para o romantismo. Inicialmente, toda poesia de uma tradição que não derivava da clássica e que emergia a fim aos temas da cavalaria e do cristianismo era chamada de romântica, o que se encontra nos primeiros compêndios de história da literatura, como os de Johann Gottfried Eichhorn (1799) e de Friedrich Bouterwek (1801-1805). Este último utilizou o termo “altromantisch” para composições da Idade Média, e “neuromantisch” para autores da Renascença. A distinção tipológica propriamente dita, que delimitava o romântico em contraste ao clássico, se iniciou com autores como Herder e Schiller, mas foi formulada principalmente com os irmãos Schlegel, que expandiram o romantismo como tendência de espírito para além da categoria histórica.

Friedrich Schlegel (1772-1829) foi o mais influente teórico da arte romântica, avançando uma agenda literária que buscava dar ao romantismo um caráter universal e progressivo. Com o termo “poesia romântica”, é provável que se referisse a todas as artes, não apenas as literárias, e também há evidência de que nisso incluiria a música. Ele escreveu no fragmento 116 da Athenaeum: - “A poesia romântica é uma poesia progressiva e universal. Seu objetivo não é apenas reunir todas as espécies separadas de poesia e colocar a poesia em contato com a filosofia e a retórica. Ela tenta e deve misturar e fundir poesia e prosa, inspiração e crítica, a poesia da arte e a poesia da natureza (...). Outras poesias estão acabadas e já podem ser plenamente analisadas. A poesia romântica ainda está em estado de devir, essa é, de fato, a sua verdadeira essência: que deva estar sempre se tornando e nunca se encontra perfeita. Não pode ser esgotada por nenhuma teoria e apenas uma crítica divinatória ousaria tentar caracterizar seu aspecto idealmente. Só ela é infinita, como só ela é livre”. Em 1797, havia escrito ao seu irmão August: - “Mal posso enviar-lhe a minha explicação da palavra romântico porque ocuparia 125 páginas! Em sua obra pré-romântica Schlegel criticava literariamente o caráter formal de “desencantamento do mundo” que sucedeu com a racionalidade da cultura moderna, porém, reconsiderou que essa racionalidade possibilitava a “criação memorável”, de uma nova literatura e de um olhar espetacular que considerasse o mistério, a magia e o encantamento da natureza humana.       

As características modernas como a fragmentação e o estar inacabado evocavam, segundo ele, um anseio constante por uma infinitude; para ele, a literatura romântica tem como marca principal a ironia, que, sinuosa ao provocar tensões e oscilações, aponta ao “senso de infinito” e ao desconhecido. Isso leva a poesia romântica a ser “fiel aos fatos e verdadeiro no reino do visível e cheia de significado secreto e relação com o invisível”. Em um fragmento, afirma que o texto romântico deve “tentar (...) encantar a mente”. Friedrich escreveu depois em seu ensaio de 1800 Gespräch über die Poesie (em português “Diálogo sobre Poesia”): “Procuro e encontro o romântico entre os modernos mais antigos, em Shakespeare, em Cervantes, na poesia italiana, naquela era de cavalaria, amor e fábula, do qual deriva o fenômeno e a própria palavra”. August Wilhelm Schlegel (1767-1845) tentou demonstrar que havia um tipo caracteristicamente moderno de poesia que não era influenciada pela Antiguidade. Ele descrevia a poesia romântica como universal, imutável e imortal, e que uma característica definidora era seu apelo ao cristianismo ao invés de uma orientação à mitologia clássica. August foi nisso muito influente e realizou palestras públicas entre 1798 e 1808, afirmando a existência de um discurso ou cultura romântica. Seu conceito de “moderno” abrangia desde autores da Idade Média como Dante Alighieri e Francesco Petrarca, até aos mais modernos em sentido estrito, incluindo William Shakespeare, Milton, Jean-Jacques Rousseau e Johann Wolfgang Goethe. O romantismo foi delimitado por ele com uma relação de contraste, e, por defender o “potencial coesivo” do cristianismo, acabou por infundir um teor psicológico e espiritual à estética romântica, de anseio pelo infinito. 

Muitos ideais românticos infinitamente  foram articulados pela primeira vez por pensadores alemães no movimento Sturm und Drang, que elevou a intuição e o sentimentalismo acima do racionalismo iluminista. Os acontecimentos e ideologias da Revolução Francesa também tiveram influência direta no movimento; muitos dos primeiros românticos em toda a Europa simpatizaram com os ideais e conquistas dos revolucionários franceses. O romantismo celebrou as conquistas de indivíduos heroicos, especialmente artistas, que começaram a ser representados como líderes culturais, como um luminar romântico, Percy Bysshe Shelley, descreveu os poetas como os “legisladores não reconhecidos do mundo” em sua “Defesa da Poesia”. O romantismo também priorizou a imaginação única e individualmente do artista acima das restrições da forma clássica. Na segunda metade do século XIX, o realismo surgiu como uma resposta ao romantismo e foi, de certa forma, uma reação contra ele. O romantismo sofreu um declínio geral durante este período, visto que foi ofuscado por novos movimentos culturais, sociais e políticos, muitos deles hostis às ilusões e preocupações percebidas dos românticos. Teve um impacto duradouro na civilização ocidental, e muitos artistas e pensadores românticos, neorromânticos e pós-românticos criaram as suas obras mais duradouras após o fim da Era Romântica como tal.

        Segundo a magnanimidade de Michael Löwy (2014: 45-46), os pessimistas culturais e críticos românticos da modernidade dividem-se em geral em dois polos: os “passadistas”, ou tradicionalistas, que sonham com um retorno ao paraíso pré-capitalista; e os utopistas, que investem a nostalgia do passado num projeto de futuro. Max Weber tinha simpatia por ambos, tanto por Stepan George, poeta lírico do glorioso passado germânico, quanto Geörgy Lukács, o judeu revolucionário (futuro comunista) -, mas também mantinha certa distância crítica. Na verdade, ele próprio e vários de seus amigos sociólogos pertenciam a outra categoria: a dos românticos resignados, isto é, os que não acreditavam na possibilidade de restauração dos valores pré-modernos, e muito menos em uma utopia futura. O romantismo resignado desenvolveu-se na Alemanha sobretudo a partir do século XIX, quando o processo de industrialização capitalista do país parecia irreversível; consequentemente, a modernidade capitalista teve de ser aceita como fatalidade, um destino inexorável. Sem abandonar suas críticas a essa civilização, em geral muito profundas e mordazes, o sociólogo de Heidelberg pregou uma “resignação heroica”, a negação de qualquer ilusão e aceitação do destino moderno. Segundo Raymond Aron, a filosofia da história de Weber “evita o desespero somente por uma espécie de heroísmo ascético, o homem não é reconciliado nem com seu meio nem com ele mesmo”. Como Thomas Mann – que é próximo dele por diversos aspectos – Weber encontra inspiração para seu pessimismo cultural na filosofia de Nietzsche. É evidente que os dois pensadores são radicais distintos, observa Fritz Stern, “por seu estilo e pelo caráter universitário de seu projeto, Max Weber estava do lado oposto de Nietzsche”.

          Por outro lado, a reflexividade, embora compreendida de maneiras muito distintas, é um dos temas mais importantes para a prolongada discussão sobre modernidade versus pós-modernidade que se tornou cansativa e, assim como muitas discussões desse tipo, acabou resultando pouco produtiva. Entretanto, a ideia de “modernização reflexiva”, independente da usabilidade ou não esse termo como tal, rompe as amarras em que essas discussões tenderam a manter a inovação conceitual. A noção de destradicionalização, entendida de modo adequado, é um segundo tema comum. Mas falar atualmente, em destradicionalização parece, de início, estranho, sobretudo em razão da ênfase que algumas formas do pensamento pós-moderno colocam no retorno à tradição. Entretanto, falar de destradicionalização não significa falar de uma sociedade “sem tradições” – longe disso. Ao contrário, o conceito refere-se a uma ordem social em que a tradição muda seu status. Em um contexto de cosmopolitanismo global, as tradições precisam se defender, pois estão quase sempre sendo contestadas. É de particular importância, neste aspecto, o fato de o “substrato oculto” da modernidade, envolvendo tradições que afetam os gêneros, a família, as comunidades locais e outros aspectos da vida social cotidiana, ter ficado exposto e submetido à discussão pública. As implicações são profundas e ao mesmo tempo de âmbito mundializado. Um terceiro enfoque, segundo os autores, é uma preocupação com questões ecológicas. Concordamos que as questões ecológicas não podem ser simplesmente reduzidas a uma preocupação com o ambiente.  

          Os paradoxos do conhecimento humano que alimentaram as visões pós-modernas – em que eles estão com frequência relacionados à morte da epistemologia – podem ser agora compreendidos em termos mais mundanos, sociológicos. Hoje em dia, os mundos social e natural estão totalmente influenciados pelo conhecimento humano reflexivo; mas isso não conduz a uma situação que nos permita ser, coletivamente, os donos do nosso destino. Muito ao contrário: o futuro se parece cada vez menos com o passado e, em alguns aspectos básicos, tem se tornado muito ameaçador.  Como espécie não temos mais uma sobrevivência garantida, mesmo a curto prazo – e isto é uma consequência de nossos próprios atos, como coletividade humana. A noção de “risco” é fundamental para a cultura moderna justamente porque grande parte do nosso pensamento tem de ser do tipo “como se”. Em muitos aspectos de nossas vidas, tanto individual quanto coletivamente, temos de construir regularmente futuros potenciais, na vida cotidiana, sabendo que essa mesma construção social pode, na verdade, impedir que eles venham a acontecer. Novas áreas de imprevisibilidade humana são muito frequentemente criadas pelas próprias tentativas que buscam certamente poder por isso controlá-las.        

            Nessas circunstâncias sociais ocorrem transições importantes na vida cotidiana, tanto no caráter da organização social quanto na estruturação dos sistemas globais. As tendências para a intensificação da globalização interagem com – e são causa de – mudanças na vida cotidiana. No presente, muitas mudanças ou tomadas de decisão políticas de muita influência sobre nossas vidas não derivam da esfera ortodoxa da tomada de decisão: o sistema político formal. Ao contrário elas moldam ajudam a redefinir o caráter da ordem política ortodoxa. Consequências políticas práticas fluem da análise dessas questões. Nossos vários diagnósticos do que poderiam ser essas ramificações políticas diferem entre si. Entretanto, todos nós negamos a paralisia da vontade política que aparece na obra de tantos autores que, após a dissolução do socialismo, acreditam não haver mais lugar para programas políticos ativos. O que ocorre é mais ou menos o contrário. O mundo da reflexividade, em que a interrogação das formas torna lugar comum, é um que em muitos casos estimula a crítica ativa.  

      O Lago Tahoe é um grande lago de água doce situado nas montanhas da Serra Nevada dos Estados Unidos da América. Situado a uma altitude de 1897 metros, localiza-se na fronteira entre os estados de Califórnia e Nevada, a Oeste de Carson City. O lago Tahoe é o maior lago alpino da América do Norte, e sua profundidade é de 501 metros, o que faz dele o segundo lago mais profundo do país, atrás apenas do lago Crater, em Oregon. Historicamente o lago foi formado há cerca de dois milhões de anos e faz parte da Bacia do Lago Tahoe; seu desenho atualmente foi formado durante a última Era do Gelo. É reconhecido pela beleza natural de transparência de suas águas e pelo panorama formado pelas montanhas que o cercam de todos os lados. A área em torno do lago é reconhecida como Lake Tahoe ou simplesmente Tahoe. O lago representa uma das principais atrações turísticas dos estados da Califórnia e Nevada. Nele se encontram inúmeros estações de esqui, atrações turísticas e locais para recreação ao ar livre no verão. A neve e o esqui são os principais atrativos para a economia e a reputação. O lado do lago situado em Nevada tem grandes cassinos. Diversas rodovias permitem o acesso o ano todo, ligando a cidade a Reno, Carson City e Sacramento.

            O escopo principal da League to Save Lake Tahoe é restaurar a famosa clareza do Lago Tahoe. Quando a transparência de sua água foi medida pela primeira vez pelo Tahoe Research Group no final da década de 1960, era possível ver a profundidades de mais de 100 pés. Mas o Lago Tahoe está perdendo sua clareza a uma taxa de mais de um pé por ano devido ao aumento de sedimentos finos na água e ao crescimento não natural de algas. Em 2005, o nível médio de clareza era de 72,4 pés. Os principais nutrientes que alimentam o crescimento de algas, nitrogênio, fósforo e sedimentos finos estão entrando no lago em uma taxa não natural devido à erosão excessiva, à destruição de pântanos, aos altos níveis de desenvolvimento, ao escoamento urbano e à poluição do ar. O consenso entre os cientistas é que temos um tempo limitado para parar ou reverter a perda de clareza do Lago Tahoe. Se não agirmos imediatamente, a água do Lago Tahoe pode ficar verde e turva. Como eles afirmam em defesa ecológica: por mais de 45 anos, a League tem sido uma defensora de medidas sociais e comportamentais fortes para proteger ecologicamente o lago. Apoiamos soluções - afirmam eles - como o desenvolvimento de um sistema de transporte público eficaz, a restauração de pântanos e riachos naturais, a implementação de medidas fortes de controle de erosão e a regulamentação da taxa de desenvolvimento. Além disso, trabalhamos para educar moradores e visitantes sobre oportunidades de agir e ajudar a restaurar o meio ambiente.

       Samuel Langhorne Clemens nasceu na Florida, Missouri, em 30 de novembro de 1835 e faleceu em Redding, Connecticut, em 21 de abril de 1910, mais reconhecido pelo pseudônimo Mark Twain, foi um escritor e humorista estadunidense crítico do racismo. É também mais conhecido pelos romances The Adventures of Tom Sawyer (“As aventuras de Tom Sawyer”,1876) e sua sequência Adventures of Huckleberry Finn (1885), este último frequentemente chamado de “O Maior Romance Americano”. Twain cresceu em Hannibal, Missouri, que mais tarde serviria de inspiração e cenário para inglês sankanka, Huckleberry Finn e Tom Sawyer. Após trabalhar como tipógrafo em diversas cidades, ajudou Orion, seu irmão mais velho, na administração de um jornal. Na ocasião, exerceu diferentes funções, como impressor, tipógrafo e colunista. Tornou-se em seguida piloto de barcos a vela no Rio Mississippi, antes de se dirigir ao Oeste para juntar-se a Orion em diligências a serviço do governo. A jornada de trabalho com o irmão terminou quando decidiu trabalhar como mineiro na extração de prata. Frustrado em mais esse intento, experimentou posteriormente carreira no jornalismo. Enquanto repórter, escreveu o conto humorístico The Celebrated Jumping Frog of Calaveras County (1865), que alcançou imensa popularidade e atraiu para seu autor atenção nacionalmente. Seus diários de viagem, lançados depois, também foram um sucesso. Mark Twain encontrara satisfatoriamentre sua aptidão. 

            Ele obteve grande êxito como escritor e palestrante. Seu raciocínio perspicaz e suas sátiras incisivas renderam-lhe a admiração de seus pares e o enaltecimento dos críticos, e Twain manteve boas relações com presidentes, artistas, industriais e a realeza europeia. Ele foi laureado como o “maior humorista americano de sua época”, sendo definido por William Faulkner (1897-1962) como o “pai da literatura americana”. Apesar disso, faltava-lhe perspicácia financeira. As somas consideráveis que amealhou com seus escritos e palestras foram desperdiçadas em diversos empreendimentos, em particular o Paige Compositor, o que acabou por forçá-lo a declarar falência. Com a ajuda de Henry Huttleston Rogers, no entanto, Twain superou seus problemas financeiros. Ele trabalhou arduamente para certificar-se de que todos os seus credores fossem pagos, mesmo que a condição de falido o isentasse da responsabilidade legal. Nascido durante uma das passagens do famoso Cometa Halley, Twain morreu 74 anos depois, pouco depois do astro voltar a se aproximar da Terra. – “Será a maior decepção da minha vida se eu não for embora com o cometa” (1909) - “O Todo-Poderoso disse, indubitavelmente: cá estão esses dois inexplicáveis fenômenos; eles chegaram juntos, e devem partir juntos”.

William Cuthbert Faulkner foi um escritor norte-americano, considerado um dos maiores romancistas do século XX. Recebeu o prêmio Nobel de Literatura de 1949. Posteriormente, ganhou o National Book Awards em 1951, por Collected Stories e em 1955, pelo romance Uma Fábula. Foi vencedor de dois prêmios Pulitzer de Ficção, o primeiro em 1955 por Uma Fábula e o segundo em 1962 por Os Desgarrados. Utilizando a técnica de interpretação do “fluxo de consciência”, consagrada por James Joyce, Virginia Woolf, Marcel Proust e Thomas Mann, Faulkner narrou a decadência do Sul dos Estados Unidos, interiorizando-a em seus personagens, a maioria deles vivendo situações desesperadoras no condado imaginário de Yoknapatawpha. Por muitas vezes descrever múltiplos pontos de vista e não raro, simultaneamente, e impor bruscas mudanças de tempo narrativo, a obra faulkneriana é tida como extremamente complexa e desafiadora. Faulkner nasceu trinta anos após o Sul dos Estados Unidos da América ter sido derrotado na extraordinária Guerra da Secessão. Antes, toda a região apresentava uma rígida estrutura socialmente, construída sob a supremacia dos supremacistas brancos de origem inglesa e de religião protestante; assim sendo, a tradição puritana e colonial marcou-o em todos seus aspectos econômicos, políticos e religiosos.

Em 1861, com a Guerra da Secessão, desmorona todo um universo familiar a negros e brancos. Durante quatro anos, o Sul é devastado, desfazem-se a delicadeza e as maneiras gentis e instaura-se a degeneração moral e física dos chamados “poor white” (“brancos pobres”) e das famílias arruinadas pela abolição. Faulkner cresceu em meio a esse ambiente, que se refletiu marcadamente em sua obra. Não tentou escrever nem reproduzir a situação do sul decadente. Ao contrário, procurou refazê-la, reconstruí-la. Através de uma incansável reconstituição de fatos e pessoas, trabalhou em busca das raízes profundas. Faulkner descendia de antiga e ilustre família sulista à qual pertencem diversos políticos. Seu avô, William C. Falkner (o u foi acrescentado pelo escritor) foi herói da guerra civil americana, construiu uma linha de estrada de ferro e foi morto depois de sair vencedor de uma eleição local. É retratado pelo autor como o velho Coronel Sartoris do romance Sartoris (1929) e em várias novelas. Também seu avô, banqueiro, e seu pai, comerciante, são transformados em personagens em algumas novelas e em Os Desgarrados. Faulkner abandonou os estudos para trabalhar no banco do avô. Propenso à melancolia e à solidão, escrevia poemas, lia e tentava pintar, era amigo de Phil Stone, advogado que tinha relações com os jovens escritores T. S. Eliot, Robert Frost, Ezra Pound e Sherwood Anderson. Por medir somente 1, 65 metros de altura, Faulkner foi recusado pelo serviço militar americano e acabou por alistar-se na Força Aérea canadense, mas não chegou a participar da Primeira Guerra Mundial entre 1914 e 1918 na Europa.

Autores notaram a extrema confusão que reina na demasiado rica terminologia do imaginário: signos, imagens, símbolos, alegorias, emblemas, arquétipos, esquemas (schémas), esquemas (schèmes), ilustrações, representações, diagramas e sinepsias são termos empregados pelos analistas do imaginário social. O esquema é uma generalização dinâmica e afetiva da imagem, constitui a factividade e a não-substantividade geral do parcours imaginário. O esquema aparenta-se ao que Jean Piaget, na esteira de Herbert Silberer, chama “símbolo funcional” e ao que Gaston Bachelard na filosofia chama de “símbolo motor”. Faz a junção ente dos gestos inconscientes da sensório-motricidade, entre as dominantes reflexas e as representações. São esses esquemas que na antropologia do imaginário formam o “esqueleto dinâmico”, o esboço funcional da imaginação. A diferença entre os gestos reflexológicos que Gilbert Durand (descreve analogamente e os esquemas é que estes últimos já não são apenas abstratos engramas teóricos, mas trajetos encarnados em representações concretas bem mais precisas. Os gestos diferenciados em esquemas vão determinar, em contato com o ambiente naturalmente e social, os grandes arquétipos que Jung os definiu. Os arquétipos ou constituem as substantificações dos esquemas. Carl Jung vai buscar esta noção em Jakob Burckhardt e faz dela sinônimo de origem primordialmente, de enagrama, de margem originalmente, de protótipo social.

O pensador evidencia claramente o caráter de trajeto antropológico dos arquétipos quando escreve que a imagem primordial deve incontestavelmente estar em relação com certos processos perceptíveis da natureza que se reproduzem sem cessar e são sempre ativos, mas por outro lado é igualmente indubitável que ela diz respeito também a certas condições inferiores da vida do espírito e da dinâmica da vida em geral. Bem longe de ter a primazia sobre a imagem, a ideia seria tão-somente o comprometimento pragmático do arquétipo imaginário num contexto histórico e epistemológico dado. Neste sentido, o mito representa um sistema dinâmico de símbolos, arquétipos e esquemas, sistema dinâmico que, sob o impulso de um esquema tende a compor uma narrativa. O mito é já um esboço de racionalização, dado que utiliza o fio do discurso, no qual os símbolos se resolvem em palavras e os arquétipos em ideias culturais. O mito explicita um esquema ou um grupo de esquemas. Do modo que o arquétipo promovia a ideia, o símbolo o nome, concordamos com Durand que o mito promove a doutrina religiosa, o sistema filosófico ou, como bem anteviu Émile Bréhier, a “narrativa histórica e lendária”.  Foi este princípio, que Carl Jung sentiu abrangido por seus conceitos de “Arquétipo” e “Inconsciente coletivo”, justamente o que uniu o médico psiquiatra Jung ao físico Wolfgang Pauli, dando início às pesquisas interdisciplinares tanto em física quanto em psicologia. Ocorre que a sincronicidade se manifesta às vezes atemporalmente e/ou em eventos energéticos acausais, e em ambos os casos são violados princípios associados ao paradigma cientificamente vigente. 

As leis naturais são verdades estatísticas, absolutamente válidas ante magnitudes macrofísicas, mas não microfísicas. Isto implica um princípio de explicação diferente do causal. Cabe a indagação metodológica se em termos muito gerais existem não somente uma possibilidade senão uma realidade de acontecimentos acausais. A acausalidade como representação socialmente é esperável quando parece impensável a causalidade. Ante a casualidade só resulta viável a avaliação numérica ou o método estatístico. As agrupações ou séries de casualidades hão de ser consideradas casuais enquanto não se ultrapasse os limites de “observação da probabilidade”. A probabilidade representa sempre um número decimal entre 0 e 1, ou uma porcentagem entre 0% e 100%. Se ultrapassado, implica-se um princípio acausal ou “conexão transversal de sentido” na compreensão do evento. Depois de servir o exército na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), fez doutorado pela Universidade Harvard em 1954, tornando-se per se instrutor na mesma instituição; depois de alguns anos, obteve o título de professor. Kissinger foi conselheiro de relações exteriores de todos os presidentes dos Estados Unidos, de Eisenhower a Gerald Ford, sendo Secretário de Estado dos Estados Unidos, isto é, o cargo equivalente ao de Ministro das Relações Exteriores, no Brasil, e de Ministro dos Negócios Estrangeiros, em Portugal, conselheiro leal de Richard Nixon.

Depois de passar – mutatis mutandis - um ano na Universidade do Mississippi, em Oxford, onde estudou inglês, francês e espanhol, Faulkner foi trabalhar em uma livraria em Nova York. Logo estava de volta a Oxford, onde exerceu as profissões de carpinteiro, pintor de paredes e chefe dos Correios e publicou seu primeiro livro, a coletânea de poemas The Marble Faun (1924). No ano seguinte, partiu para Nova Orleans, uma cidade na Louisiana, onde conheceu Sherwood Anderson (1876-1941), a única influência literária que ele admite ter obtido. Escreveu artigos para jornais e revistas e publicou o primeiro romance, Paga de Soldado (1926). Tendo se estabelecido definitivamente em Oxford, Faulkner casou-se com Estela Oldham em 1929 e publicou Sartoris, a primeira obra passada no mítico Condado de Yoknapatawpha, cenário da maior parte de suas obras subsequentes. Sartoris é um romance escrito por William Faulkner publicado em 1929. O livro retrata o declínio da aristocracia de Mississipi em virtude da Guerra de Secessão. A edição de 1929 é uma versão abreviada dos escritos originais de Faulkner. O texto completo, portanto, foi publicado em 1972, sob o título de Flags in the Dust. William Clark Faulkner, bisavô de Faulkner, serviu como modelo para o personagem Colonel John Sartoris. Faulkner, além disso, desenvolveu os demais com base nas pessoas que moravam na sua cidade natal, em Oxford. Seu amigo Ben Wasson foi representado por Horace Benbow, enquanto o irmão de Faulkner, Murry, foi a inspiração para a versão de jovem de Bayard Sartoris. Nos anos seguintes publicou seus principais livros, aqueles com os quais receberia, lentamente, o respeito da crítica, mas não o favorecimento dos leitores: de toda sua produção, somente Santuário (1931) e Os Desgarrados foram sucesso comunicativo de público.

 Passou a intercalar períodos de recolhimento com outros em Hollywood, com quem sempre teve uma relação conturbada, mas a quem recorria quando precisava de dinheiro. Lá trabalhou como roteirista, habitualmente com Howard Hawks. Comprou uma fazenda com o que ganhou no cinema, em 1936, mas passava o tempo caçando, pescando e ouvindo as lendas dos humildes de sua terra. Viajou pelo Japão, França e Filipinas, participando de Encontros de escritores ou dando palestras. Foi nomeado Escritor Residente da Universidade de Virgínia, onde passou a viver parte do ano. Em 1950, enquanto arava a terra, recebeu a notícia de que ganhara o Prêmio Nobel referente ao ano anterior. Eterno tímido, costumava dizer que preferia a companhia de seus amigos caçadores e da gente simples de sua fazenda ao brilho das rodas literárias. Tornara-se escritor movido por uma extraordinária “força interior”, ou, “capacidade de potência” que lhe proporcionava, nos melhores momentos, alçar-se à altura de seus autores prediletos: James Joyce, Cervantes, Herman Melville, Honoré de Balzac, Charles Dickens, Fiódor Dostoievsky, Leon Tolstói, Thomas Mann, Gustave Flaubert, Joseph Conrad, Goethe e os poetas românticos ingleses. Afirmava que não saía de casa sem levar William Shakespeare, em um bolso religiosamente o Antigo Testamento, em outro. Faulkner faleceu de complicações cardíacas em 6 de julho de 1962, felizmente logo depois de poder lançar seu derradeiro romance “Os Desgarrados”.

Martin Seymour-Smith, em seu volumoso ensaio: “Os 100 Livros que Mais Influenciaram a Humanidade” (2004), lembra que seu propósito não oferece ao leitor a lista dos cem amis famosos, mais emocionantes, melhores ou mesmo maiores textos já escritos. E se pergunta: O que realmente pretendemos dizer com esse termo quando o usamos? Ele é aceito facilmente e com muita boa vontade (especialmente por acadêmicos, aparentemente de sangue frio, mas, na verdade, sentimentais, que deveriam ter maior rigor), mas não será francamente uma questão mais genérica? Ou seja: grande não será aquilo que me emociona e que me agrada? Não será aquilo que eu acho melhor e maior? Não será um modo de a pessoa contida liberar sentimentos, cuja crua rudeza o intelecto não admite possuir? Vale a pena criar toda uma nova categoria de significado para definir esse vago e incômodo conceito de grandeza de um modo mais preciso? Segundo o princípio do filósofo inglês William of Ockham (1285-1347) de que entidades não devem ser multiplicadas – de que não devemos criar complicações desnecessárias, introduzindo hipóteses sem as quais podemos passar muito bem – evidentemente não vale a pena. Há, é claro, aqueles que definem grandeza como o que é mais influente, mas não se pode dizer que seja um pensamento largamente disseminado. Isto é, para ele, alguns pensadores da maior envergadura nem sequer queriam influenciar ou, pelo menos no início, não procediam como se esta fosse a sua intenção. Queriam, isso sim, expressar a verdade do modo como ela se apresentava a eles e pouco se importavam com a sua influência.

Na Grã-Bretanha, comparativamente, esse método chama-se por vezes de blairismo, mas não é essencialmente diverso do que nunca foi chamado de majorismo, mas já foi classificado como toryismo, socialismo, thatcherismo, e assim por diante. As pequenas diferenças de ênfase hic et nunc realmente não importam muito. Talvez ser trate apenas do mero espírito da personagem de Franz Kafka, José F, que morre nas mãos dos assassinos munidos de facas. Mas há sempre um bocado de intimação religiosa para suportar esse novo conceito de quer tudo é-sempre-realmente-para-o-melhor. O pensador norte-americano Noam Chomsky, que pode ser visto à parte de toda essa beneficência, não procura tal suporte, não importando quais sejam seus sentimentos em relação a Deus. Mas, para as pessoas de direita, Deus está sempre ali, pelo menos, oficialmente.  Quanto ao Deus verdadeiro, sua influência, como tentei demonstrar de forma polêmica, sem dúvida, persiste no que podemos chamar de linhas de pensamento gnóstica e anarquista, desde o Evangelho da Verdade, passando de Wiliam Godwin, Henry Thoreau, Jean-Paul Sartre até Martin Buber e o próprio Noam Chomsky.  Estre livro também não é uma lista de obras-primas literárias, embora muitos dos textos incluídos (como A República, de Platão), possam posam ser assim classificados. Outros não podem, como O Capital, por exemplo. Embora o livro de Marx seja uma obra importante e excessivamente criticada pelo que fizeram com sua teoria, na prática trata-se de uma obra, em sua maior parte, notoriamente ilegível. Quando sabemos de alguém que realmente gostou de todo o texto, sabemos também que estamos diante de uma obsessão que pouco tem a ver com o livro.

 Enfim, a obra de Faulkner forneceu o roteiro para vários filmes. Destes, pelo menos O Mercador de Almas (1958) tornou-se um clássico, graças ao diretor Martin Ritt e ao elenco, encabeçado pelo talento de Paul Newman, Joanne Woodward e Orson Welles. No entanto, deu-se também o caminho inverso: a partir da década de 1930, sempre que precisava de dinheiro, Faulkner partia para Hollywood ajudando na elaboração de roteiros, geralmente para filmes de Howard Hawks (1896-1977), um renomado cineasta, produtor e escritor da Era clássica do cinema de Hollywood (1920-1960). Vencedor de um prêmio Oscar pelo conjunto temático da obra e eleito o quarto maior diretor do cinema mundial pela Entertainment Weekly, Hawks ficou reconhecido por sua versatilidade e qualidade como realizador, tendo sido autor de comédias, dramas, westerns e épicos altamente aclamados. Fez 42 filmes, mas jamais ganhou um Oscar de melhor diretor. Antes de estrear na direção cênica em 1942 com “O Caminho da Glória (1942)”, foi um trabalhador motivado pela sociedade de “encaixe” como motorista de caminhão, piloto, ascensorista, montador de películas e roteirista. Tinha tendência para inventar histórias sobre o “negócio” cinematográfico, como é de conhecimento da esfera da economia, envolve o setor da produção, distribuição e exibição de filmes, além de outros conteúdos audiovisuais, de forma a inflacionar as próprias contribuições na Sétima Arte. Uma destas histórias sustentava que, em conversa com Ernest Hemingway (1899-1921), lhe tinha dito que conseguiria fazer um bom filme com o pior que ele alguma vez tivesse escrito.

O escritor terá desafiado Hawks a realizar um filme baseado em To Have and Have Not (Ter ou não ter) - um dos grandes clássicos de Hawks. Ele morreu aos 81 anos em virtude de uma violenta queda sofrida em sua própria casa. Pelas suas contribuições para a indústria cinematográfica, Howard Hawks tem a sua estrela no passeio da fama em 1708 Vine Street. Foi um dos cineastas juntamente com D.W. Griffith, Charles Chaplin, Satyajit Ray e Vincente Minnelli, a serem homenageados por Jean-Luc Godard em O Desprezo (1963). Alguns deles ainda hoje são reverenciados pela crítica, como: À Beira do Abismo (2011) e Uma Aventura na Martinica (1944). O primeiro é baseado no romance do mesmo nome, assinado por Raymond Chandler, e o segundo em Ter e Não Ter (1937), de Ernest Hemingway. Da convivência de Faulkner com o cinema resultaram várias anedotas, entre elas a que diz que, ao ser apresentado a William Clark Gable, na época o indiscutível “Rei de Hollywood”. Ele teve papéis em mais de 60 filmes de variados gêneros durante uma carreira que durou 37 anos, três décadas dos quais atuou como protagonista. Ipso facto, teria perguntado: - “Muito bem, Sr. Faulkner, o que o senhor faz para viver?”. Ao que o escritor teria respondido: “Eu escrevo romances. E o senhor?”. Os agentes humanos monitoram os contextos e locais e regionais de interação social, tendo em vista sua reprodutibilidade técnica, mantendo, assim, as práticas e atividades sociais estabilizadas, ao mesmo tempo em que contribuem para reprodução dessas mesmas atividades. Paul Javal (Michel Piccoli) é um roteirista que vai para Roma trabalhar numa adaptação de Odisseia, de Homero, que o diretor Fritz Lang está rodando na cidade. É um dos dois principais poemas épicos da Grécia Antiga, atribuídos a Homero. É uma sequência da Ilíada, outra obra creditada ao autor, e é um poema fundamental no cânone ocidental. Historicamente, é a segunda obra da literatura ocidental, a primeira sendo a própria Ilíada. A Odisseia, assim como a Ilíada, é um poema elaborado ao longo de séculos de tradição oral, tendo tido sua forma fixada por escrito, provavelmente no fim do século VIII a. C.

A linguagem homérica combina dialetos diferentes, inclusive com reminiscências antigas do idioma grego, resultando, por isso, numa língua artificialmente, porém compreendida. Composto em hexâmetro dactílico era cantado pelo aedo (cantor), que também tocava, acompanhando, a cítara ou fórminx, como consta na própria Odisseia (canto VIII, versos 43-92) e também na Ilíada (canto IX, versos 187-190). O poema relata etnograficamente o regresso de Odisseu, ou Ulisses, como representava no mito romano, herói da Guerra de Troia e protagonista que dá nome à obra. Como se diz na proposição, é a história do “herói de mil estratagemas que tanto vagueou, depois de ter destruído a cidadela sagrada, que viu cidades e reconheceu costumes de muitos homens e que no mar padeceu mil tormentos, quanto lutava pela vida e pelo regresso dos seus companheiros”. Odisseu leva dez anos para chegar à sua terra natal, Ítaca, depois da Guerra de Troia, que também havia durado longos dez anos. Paul é casado com a bela Camille (Bardot) que constantemente fica a pressionando a aceitar uma carona do produtor do filme, Jeremy Prokosch. Durante uma longa cena doméstica, Camille fala de seu desprezo pelo marido. O rompimento da relação acontece em Capri, onde são realizadas as externas do filme. O Desprezo é um filme franco-italiano de 1963, do gênero drama, dirigido por Jean-Luc Godard, com roteiro inspirado na novela Il Disprezzo, do escritor Alberto Moravia e estrelado por Brigitte Bardot. Aclamado pela crítica e considerado um dos melhores filmes de Godard e da nouvelle vague, o filme foi produzido por Carlo Ponti. O cineasta alemão Fritz Lang tem uma participação especial como ele mesmo. No Brasil, numa combinação cinematográfica de mercado voltou a ser exibido nos cinemas em novembro de 2023 na programação do Festival Varilux.

Bibliografia Geral Consultada.

KAPLAN, Justin, Sr. Clemens e Mark Twain: Uma Biografia. Nova York: Editor Simon & Schuster, 1966; FREUND, Julien, Sociologie du Conflit. Paris: Presses Universitaires de France, 1983; BERMAN, Antoine, L`épreuve de l`étranger. Culture et traduction dans l`Allemagne romantique: Herder, Goethe, Schlegel, Novalis, Humboldt, Schleiermacher, Hölderlin. Paris: Éditions Gallimard, 1984; PARIS, Michael, Dos Irmãos Wright a Top Gun: Aviação, Nacionalismo e Cinema Popular. Reino Unido: Manchester University Press, 1995; TAYLOR, Charles, As Fontes do Self: A Construção da Identidade Contemporânea. São Paulo: Edições Loyola, 1997; DURAND, Gilbert, As Estruturas Antropológicas do Imaginário. Introdução à Arquetipologia Geral. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1997; AUGÉ, Marc, La Guerre des Rêves: Exercices d`Ethno-Fiction. Paris: Éditions du Seuil, 1997; MAAS, Wilma Patrícia Marzari Dinardo, O Cânone Mínimo: o Bildungsroman na História da Literatura. São Paulo: Editora Unesp, 2000; SEYMOUR-SMITH, Martin, Os 100 Livros que Mais Influenciaram a Humanidade: A História do Pensamento dos Tempos Antigos à Atualidade. 6ª edição. Rio de Janeiro: Editor Difusão Europeia do Livro, 2004; AYALA, Francisco, Le Ragioni Dell`Evoluzione. Rome: Di Renzo Editor, 2005; MUNSON, Jeff, “In Rocky Economy, Ski-resort Kobs are Seen as More Than Free Passes”. In: Nevada Appeal, 2008; TEIXEIRA, Márlon Henrique dos Santos, Referência Identificadora e Objetos Materiais: O Realismo Metafísico de Petr Frederick Strawson. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2010; GIDDENS, Anthony; LASCH, Scott; BECH, Ulrich, Modernização Reflexiva: Política, Tradição e Estética na Ordem Social Moderna. 2ª edição. São Paulo: Editora Unesp, 2012; JERÓNIMO, Jérémy Silvares, A Nova Direita Radical Americana. O Movimento Tea Party: Entre a Homogeneidade e a Heterogeneidade Política. Dissertação de Mestrado em Ciência Política. Faculdade de Ciências Humanas e Sociais. Covilhã: Universidade da Beira Interior, 2013; LÖWY, Michael, A Jaula de Aço: Max Weber e o Marxismo Weberiano. 1ª edição. São Paulo: Boitempo Editorial, 2014; KOLOWICH, Steve, “The Research Trust”. Washington, DC: Inside Higher Editor, 2017; STOKES, Jon, “Oxford University Press lança o Anti-Google”. In: Ars Technica, 6 de Julho de 2017; ERICKSON, Hal, “Review: A Romance of the Air”. In: Allmovie.com, 2019; Artigo: “Objetos voadores: como balões têm sido usados há mais de 2 séculos para espionagem militar”. In: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2023/02/13/; entre outros.  entre outros. 

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Minha Culpa – Cultura, Liberdade & Questão Técnica da Civilização.

                                    É a culpa, e não a fé, que remove montanhas”. Sigmund Freud 

Mercedes Ron López, nascida em Buenos Aires, em 3 de junho de 1993, é uma escritora e comunicadora audiovisual argentina-espanhola. Ela é reconhecida pela Saga Culpables, trilogia que ficou famosa através do Wattpad, uma plataforma que permite compartilhar histórias com as de outras pessoas. Ela foi best-seller do The New York Times e do USA Today. Pode ser usado por meio do site, por computador ou aplicativo no celular. O Wattpad foi criado em 2006, como resultado de uma colaboração entre Allen Lau e Ivan Yuen. A empresa está sediada em Toronto, Ontário. Em março de 2009 foi lançada a versão para iPhone, em abril do mesmo ano para o App World do Blackberry e em junho para Android. Em junho de 2009 o Aplicativo superava os cinco milhões de downloads. Em 2011, Wattpad anunciou que recebeu 3,5 milhões de dólares em financiamento de investidores, bem como por parte de W Média Ventures, Golden Venture Partners e de Union Square Ventures, um dos primeiros investidores em Twitter, Tumblr e outras histórias de sucesso de meios sociais. Em dezembro de 2011, Wattpad abre uma sede em Toronto, que seria selecionada como a empresa mais popular de meios digitais no país no Intercâmbio de Inovações canadiana desse mesmo ano. O cofundador e Chief Strategy Officer Ivan Yuen foi um empresário canadense na parte superior dos Impact Infused Awards, patrocinados por Deloitte, tem sede global em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América. Fundada em 1845, em Londres, conta 700 escritórios em mais de 150 países, e de 457 mil profissionais em todo o mundo ocidental. O primeiro livro da trilogia Culpa Mía foi adaptado como filme em 2023.

Oficialmente Cidade Autônoma de Buenos Aires, é a capital e maior cidade da Argentina, além de ser a segunda maior área metropolitana da América do Sul, atrás apenas da Grande São Paulo. Ela está localizada na costa ocidental do estuário do Rio da Prata, na costa sudeste do continente. A conurbação da Grande Buenos Aires, que também inclui vários distritos da província de Buenos Aires, constitui a terceira maior aglomeração urbana da América Latina, com uma população de cerca de 13 milhões de pessoas. A cidade de Buenos Aires não é parte da província de Buenos Aires e nem é a sua capital, mas um distrito autônomo. Em 1880, depois de décadas de luta política, Buenos Aires foi federalizada e separada da província de Buenos Aires. Os limites da cidade foram ampliados para incluir as cidades de Belgrano e Flores, agora bairros da cidade. A emenda constitucional de 1994 concedeu a autonomia política, daí o seu nome formal: Ciudad Autónoma de Buenos. Seus cidadãos elegeram pela primeira vez um chefe de governo, ou seja, o prefeito em 1996. Antes, o prefeito era diretamente nomeado pelo Presidente da República. Por algumas formas de comparação, Buenos Aires é uma das 20 maiores cidades do mundo.  Analogamente ao lado de São Paulo e Cidade do México, Buenos Aires, vale lembrar, é economicamente uma das três únicas cidades latino-americanas consideradas cidade global alfa.

A Argentina tem a terceira melhor qualidade de vida na América Latina. A qualidade de vida na cidade de Buenos Aires é classificada como sendo a 62ª melhor do mundo. Em seu sentido mais geral, o termo “mundo” se refere à totalidade das entidades, ao conjunto da realidade ou a tudo o que existe. A natureza do mundo foi conceitualizada de diferentes maneiras em distintos campos. Algumas concepções veem o mundo como único, enquanto outras falam de uma “pluralidade de mundos”. Neste aspecto em termos demográficos, a população mundial é o total de humanos vivendo no planeta Terra. Estima-se que a população mundial chegou aos 8 bilhões em 15 de novembro de 2022. As Nações Unidas estimam que a população humana chegue até 11,2 bilhões em 2100. A capital argentina é uma das mais importantes e mais populosas entre as capitais sul-americanas, muitas vezes referida como a Paris da América do Sul. Buenos Aires do ponto de vista do processo de trabalho e da comunicação social global, é um dos mais importantes destinos turísticos do mundo, é reconhecida por sua arquitetura de estilo europeu e por sua rica vida cultural, com a maior concentração de teatros do mundo. Na primeira metade do século XX, Buenos Aires era considerada o “meridiano de Greenwich literário” da região platina, título conquistado pela modernização da cidade não só nos âmbitos econômico e estético, como também pela sua modernização como estilo cultural. A cidade foi a sede da primeira edição dos Jogos Pan-Americanos, ocorridos em 1951, além de ter recebido partidas, incluindo a Final, da Copa do Mundo FIFA de 1978. Ipso facto, Buenos Aires também sediou os Jogos Olímpicos de Verão da Juventude de 2018. As pessoas nascidas em Buenos Aires são portenhos. É a terra natal do papa, Francisco, ex-arcebispo de Buenos Aires, e de Máxima dos Países Baixos, a atual rainha-consorte da realeza neerlandesa.    

A Argentina tem a terceira melhor qualidade de vida na América Latina. A qualidade de vida na cidade de Buenos Aires é classificada como sendo a 62ª melhor do mundo. A capital argentina é uma das mais importantes e mais populosas entre as capitais sul-americanas, muitas vezes referida “como a Paris da América do Sul”. Buenos Aires é um dos mais importantes destinos turísticos do mundo, é reconhecida por sua arquitetura de “estilo europeu” e por sua rica vida cultural, com a maior concentração de teatros do mundo. Na primeira metade do século XX, Buenos Aires era considerada o “meridiano de Greenwich literário” da região platina, título conquistado pela modernização da cidade não só nos âmbitos econômico e estético, como também pela sua modernização como estilo cultural. Não por acaso, a cidade foi a sede da primeira edição dos Jogos Pan-Americanos, ocorridos em 1951, além de ter recebido partidas, incluindo a Final, da Copa do Mundo FIFA de 1978. Ipso facto, Buenos Aires também sediou os Jogos Olímpicos de Verão da Juventude de 2018. As pessoas nascidas em Buenos Aires são referidas como portenhos. A cidade é a terra natal do atual papa, Francisco, ex-arcebispo de Buenos Aires, e de Máxima dos Países Baixos, a atual rainha-consorte da realeza neerlandesa.

Francisco S.J., nascido Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936, é um sacerdote católico que serve como o 266º Papa e soberano do Estado da Cidade do Vaticano, além de ser o primeiro Bispo de Roma a ser membro da Companhia de Jesus (Jesuítas), o primeiro das Américas, o primeiro do Hemisfério Sul, e o primeiro nascido ou criado fora da Europa desde o papado do século VIII do Papa Gregório III. É o primeiro papa nascido na América Latina, o primeiro pontífice do hemisfério Sul, o primeiro papa a utilizar o nome de Francisco, o primeiro pontífice não europeu em mais de 1 200 anos, o último havia sido o sírio Gregório III, morto em 741, e também o primeiro papa jesuíta da história. Tornou-se arcebispo de Buenos Aires em 28 de fevereiro de 1998 e foi elevado ao cardinalato em 21 de fevereiro de 2001, véspera da festa da Cátedra de São Pedro, com o título de Cardeal-presbítero de São Roberto Belarmino, pelo Santo Padre São João Paulo II. Foi eleito papa em 13 de março de 2013.

Na história religiosa de sua vida pública, o Papa Francisco se destacou por sua humildade, ênfase na misericórdia de Deus, visibilidade internacional como papa, preocupação com os pobres e compromisso com o diálogo inter-religioso. Ele é creditado por ter uma abordagem menos formalista ao papado do que seus próceres antecessores, escolhendo residir na casa de hóspedes Domus Sanctae Marthae, em vez de residir, como ocorre na démarche papal, nos aposentos papais do Palácio Apostólico usados por papas anteriores. Ele sustenta que a Igreja católica deve ser “mais aberta e acolhedora”. Ele não apoia o “capitalismo desenfreado, o marxismo ou as versões marxistas da teologia da libertação”. Francisco mantém as visões tradicionais da Igreja em relação ao aborto, casamento, ordenação de mulheres e celibato clerical. Ele se opõe ao consumismo e apoia a ação sobre as mudanças climáticas, escopo de seu papado com a promulgação de Laudato si. Na diplomacia internacional, ajudou a restaurar as relações diplomáticas entre os Estados Unidos da América e a República de Cuba e apoiou a “causa dos refugiados durante as crises migratórias da Europa e da América Central”. Desde 2018, é um oponente vocal do neonacionalismo. Seu papado deu ênfase ao combate de abusos sexuais por membros do clero, tornando “obrigatórias as denúncias e responsabilizando quem as omite”.

Nascido e criado no bairro de Flores, atual sede do San Lorenzo, o Papa Francisco é o mais velho de cinco filhos, tendo como irmãos: Oscar Adrian Bergoglio, nascido em 30 de janeiro de 1938 e já falecido, Marta Regina Bergoglio, nascida em 24 de agosto de 1940 e falecida em 11 de julho de 2007, Alberto Horacio Bergoglio, nascido em 17 de julho de 1942 e falecido em 15 de junho de 2010 e Maria Elena Bergoglio, nascida em 7 de fevereiro de 1948. Inicialmente, alguns órgãos de mídia teriam afirmado que Jorge Bergoglio fez graduação e mestrado em química, na Universidade de Buenos Aires, a maior universidade da Argentina, tendo sido fundada em 12 de agosto de 1821 na cidade de Buenos Aires. Assemelha-se às demais universidades públicas do país por ser financeiramente dependente do Estado, como no caso brasileiro, porém é autônoma, gratuita e laica. Ela possui seu próprio governo decorrente de uma reforma universitária levada à cabo por professores, alunos e egressos em 1918 na Reforma Universitária de Córdova. Porém mais tarde se verificou que esta informação era incorreta, ele tendo apenas um diploma técnico em química pela Escuela Técnica Industrial n° 27 Hipólito Yrigoyen. Na juventude, teve uma doença respiratória que numa operação de remoção lhe fez perder um pulmão. Durante a sua adolescência, teve uma namorada, Amalia.  

Segundo ela, Bergoglio chegou a pedi-la em casamento, tendo inclusive afirmado que, do contrário, se tornaria padre. Jorge Mario Bergoglio nasceu numa família de imigrantes italianos. Seu pai, Mario Giuseppe Bergoglio Vasallo, nascido em Portacomaro em 2 de abril de 1908 e falecido em 1959, era um ferroviário e sua mãe, Regina Maria Sivori Gogna, nascida em Buenos Aires, de pais genoveses, em 28 de novembro de 1911 e falecida em 8 de janeiro de 1981, era dona de casa. Os dois se casaram em Buenos Aires no dia 12 de dezembro de 1935. Mario Giuseppe também jogava basquetebol no San Lorenzo, um dos cinco grandes times do futebol argentino e cujas origens haviam sido impulsionadas por um padre. Jorge tornar-se-ia torcedor sanlorencista, tendo afirmado que não perdeu nenhum jogo do título argentino de 1946, quando tinha dez anos. Em carta aos dirigentes que o visitaram após tornar-se Papa, relembrou: - “Tem vindo à minha memória belas recordações, começando desde a minha infância. Segui, aos dez anos, a gloriosa campanha de 1946. Aquele gol de Pontoni!”.

Em 1845, William Welch Deloitte (1818-1898) abriu um escritório em Basinghall Street, em Londres. Foi a primeira pessoa a ser nomeado um Auditor independente de uma empresa pública, ou seja, o Great Western Railway. Em 1896, Charles Waldo Haskins e Elias Watt Sells formado Haskins & Sells em Nova York.  Foi descrito como “a primeira grande auditoria empresa a ser estabelecida no país por um americano, em vez de contadores britânicos”. Em 1° de março de 1933, o coronel Arthur Hazelton Carter (1884-1965) ajudou a convencer o Congresso que as auditorias independentes deveriam ser obrigatórias para as empresas públicas. Em 1989, a Deloitte Haskins & Sells fundiu com Touche Ross nos EUA para formar Deloitte & Touche. Desastres financeiros no setor de administração de recursos de terceiros, ainda incipiente, mas em franca expansão, foram a oportunidade de expansão de seus negócios. O talento, a integridade e a perícia de Touche lhe renderam um enorme volume de trabalhos que consistiam em regularizar a administração desses recursos para que a lei fosse cumprida. Seu sucesso em salvar e reestruturar empresas fadadas ao fracasso abriu caminho para a formação da George A. Touche & Co., em 1899. Em 1900, com John Niven, filho de seu primeiro professor de contabilidade, abriu a organização Touche, Niven & Co., em New York. A Deloitte possui globalmente o propósito de gerar impactos positivos a partir dos projetos e ações de cada um de seus profissionais. Sob o lema: “Making an impact that matters”, a organização conduz sua atuação em três dimensões: clientes, seus próprios profissionais e sociedade.

Por mais simples que seja a linguagem e clara a sua exposição, sempre apresenta dificuldades específicas inevitáveis, porque dizem respeito à natureza própria da teoria, mais precisamente da produção do discurso teórico, e por isto produção. A dificuldade própria da terminologia teórica consiste pois em que, por detrás do significado usual da palavra, é sempre preciso discernir o seu significado conceptual, que é sempre diferente do significado usual. Um bom exemplo, ocorre quando o leitor pensa compreender imediatamente o que Marx quer dizer quando emprega uma palavra tão corrente como a palavra trabalho. No entanto, é preciso um grande esforço para discernir, por detrás da evidência familiar (ideológica) desta palavra, o conceito marxista de trabalho, e mais, para ver que a palavra trabalho pode designar vários conceitos distintos: os conceitos de processo de trabalho, de trabalho concreto, de trabalho abstrato, etc. Quando uma terminologia teórica é boa, lembra Louis Althusser, no ensaio: Sobre o Trabalho Teórico (1978), isto é, bem determinada e bem referenciável, ela assume a função precisa de impedir as confusões entre o significado usual das palavras e o significado teórico (conceptual) das mesmas palavras. E a sua conjunção particular que produz significado novo, definido que é o conceito teórico. Não pode haver discurso teórico sem a produção destas expressões específicas, que designam conceitos de determinada prática da teoria.

 Isto quer dizer que a noção de cultura, a sociedade e a comunicação vêm articular-se a uma estrutura de relações sociais. No escravagismo antigo, por exemplo, nada distingue, do ponto de vista do modo de produção, o escravo do agricultor independente, proprietário privado individual. O que os distingue é a relação com o trabalho. Se um se conduz como proprietário das condições materiais da reprodução de sua existência, no outro caso é o mestre que se conduz como proprietário das condições naturais da reprodução de sua existência material do escravo. Pode-se fazer a mesma comparação e distinção entre o escravo moderno, do século XIX, e o trabalhador agrícola no sistema técnico de trabalho, ao qual se articulam relações sociais diferentes. A interligação dos processos de trabalho é primeiramente de ordem técnica, na medida em que está contida nos meios de trabalho e envolve imediatamente trabalhadores em situações específicas de trabalho. Em seguida é de ordem social, basicamente quanto à escala e quanto ao sentido de conjunto para satisfazer necessidades sociais. É, finalmente, de ordem tecnológica, na medida em que a produção, circulação, uso, dos produtos resultantes do processo de trabalho interligados, representam o próprio sistema social no âmbito de determinada cultura e/ou sociedade. Produzindo e consumindo determinados produtos/mercadoria os homens primeiro tecnologicamente produzem a sociedade e as relações existentes. Um sistema de trabalho é uma estrutura onde o que está em jogo é o trabalho e a reprodução da vida.

Do ponto de vista teórico-metodológico notou Norbert Elias (2011) que o conceito de civilização se refere a uma grande variedade de fatos: ao nível da tecnologia, ao tipo de maneiras, ao desenvolvimento dos conhecimentos científicos, às ideias religiosas e aos costumes. Pode se referir ao tipo de habitações ou à maneira como homens e mulheres vivem juntos, à forma de punição determinada pelo sistema judiciário ou ao modo como são preparados os alimentos. Rigorosamente falando, nada há que não possa ser feito de forma “civilizada” ou “incivilizada”. Daí ser sempre difícil sumariar em algumas palavras tudo o que se pode descrever como civilização. Mas também não significa a mesma coisa para diferentes nações ocidentais. Acima de tudo, é grande a diferença entre a forma como ingleses e franceses empregam a palavra, culturalmente, por um lado, e os alemães, por outro. O conceito resume em uma única palavra seu orgulho pela importância de suas nações para o progresso do Ocidente e da humanidade propriamente dita.

Quando no emprego que lhe é dado pelos alemães Zivilisation, significa algo de fato útil, mas, apesar disso, apenas um valor de segunda classe, compreendendo apenas a aparência externa dos seres humanos, a superfície da existência humana. A palavra pela qual os alemães se interpretam, que mais do que a qualquer outra expressa-lhes o sentimento de orgulho em suas próprias realizações e no próprio ser, é Kultur, pois são inteiramente claras no emprego interno da sociedade a que pertencem. O conceito francês e inglês de civilização pode ser referir a fatos políticos ou econômicos, religiosos ou técnicos, morais ou sociais. O conceito alemão Kultur alude basicamente a fatos intelectuais, sociais, artísticos e religiosos e apresenta a tendência de uma nítida linha divisória entre fatos deste tipo, por um lado, e fatos políticos, econômicos e sociais, por outro lado. Os conceitos comumente apropriados em francês e inglês de civilização pode se referir a realizações, mas também a atitudes ou “comportamento”, pouco importando se realizaram alguma coisa. No conceito alemão de Kultur, em contraste, a referência a comportamento, o valor que a pessoa tem em virtude de sua mera existência e conduta, sem absolutamente qualquer realização, é de fato considerado muito secundário.

O sentido alemão de Kultur encontra sua expressão mais clara derivado no adjetivo Kulturell, que descreve o caráter e valor de determinados produtos humanos, e não o valor intrínseco. O conceito inerente a Kulturell, porém não pode ser traduzido exatamente para o francês e o inglês. A palavra kultiviert (cultivado) aproxima-se muito do conceito ocidental de civilização. Até certo ponto, representa a forma mais alta de ser civilizado: até mesmo pessoas e famílias que nada realizaram de kulturell pode ser kultiviert. Tal como a palavra “civilizado”, kultiviert refere-se primariamente à forma da conduta ou comportamento da pessoa. Descreve a qualidade social das pessoas, suas habitações, suas maneiras, sua fala, suas roupas, ao contrário de kulturell, que não alude diretamente às próprias pessoas, mas exclusivamente a realizações humanas peculiares. Há outra diferença entre os dois conceitos estreitamente vinculada a isto. “Civilização” descreve um processo ou, pelo menos, seu resultado. Diz respeito a algo que está em movimento constante, movendo-se incessantemente “para a frente”. O conceito alemão de Kultur, no emprego corrente, implica uma relação diferente, com movimento. Reporta-se a produtos humanos que são semelhantes a “flores do campo”, a obras de arte, livros, sistemas religiosos ou filosóficos, nos quais se expressa a individualidade de um povo. O conceito Kultur delimita. Até certo ponto, o conceito de civilização minimiza as diferenças nacionais entre os povos: enfatiza o que é comum a todos os seres humanos ou – na opinião dos que o possuem – deveria sê-lo. Manifesta a autoconfiança de povos cujas fronteiras nacionais e identidade nacional foram plenamente estabelecidas, desde séculos, que deixaram de ser tema de qualquer discussão, pública ou privada, de povos que há muito se expandiram fora de suas fronteiras e colonizaram terras muito além delas.

A questão da trivialização do conhecimento não faz produto do conhecimento apenas um produto determinado, faz também dele um produto qualquer. Mas as ideias podem tornar-se ideológicas, na medida em que sua estrutura socialmente obedece às estruturas socioprofissionais. Sua produção integra-se entre os outros processos de produção e a cultura torna-se cognoscível a partir das categorias econômicas do capital e do mercado. Mas nem a informação, nem a concepção de teoria, nem o pensamento abstrato, nem a cultura são produtos triviais, ainda que mais não seja pelo fato de serem, ao mesmo tempo, produtos/produtores e, mesmo comportando a questão urbana hologramaticamente a dimensão socioeconômica, não poderiam ser reduzidas a isso. A redução trivializante não teme exercer-se como sujeito sobre o conhecimento científico. Este nível abstrato como qualquer outro é apropriado pelo pensamento, como a religião e através da ciência, com suas relações de força e monopólios, suas lutas e suas estratégias, seus interesses e seus prováveis ganhos. Mas, por seu lado, os estudos de etnografias dos laboratórios, estes que parecem ter dinamismo, demonstram-nos como se estabelecem essas mediações complexas dos pesquisadores, em função de posições, ou status, as lutas e a utilização de alguns truques diabólicos pelo reconhecimento per se, pelo prestígio ou pela glória, com as negociações necessárias ao estabelecimento de uma prova, os ritos de passagem na pesquisa e na universidade. A motivação primeira do cientista é a notoriedade.

Mas não se pode reduzir o interesse científico ao interesse econômico, a vontade de pesquisar ao desejo de prestígio, a sede de conhecimento à sede de poder, em alguns casos terrenos sim. A sociologia não pode ser considerada uma concepção que exclui o indivíduo ou que, no máximo, o tolera. É uma concepção humanista, mas que deve implicá-lo e explicitá-lo. Sobre a aquisição do conhecimento pesa um formidável determinismo encouraçado de coerção. Ele nos impõe o que se precisa conhecer, como se deve conhecer, o que não se pode conhecer. Comanda, proíbe, traça os rumos, estabelece os limites, ergue muralhas e conduz-nos ao ponto onde devemos ir. E também que conjunto prodigioso de determinações sociais, culturais e históricas é necessário para o nascimento da menor ideia, e per se da menor teoria. Não bastaria limitarmo-nos a essas determinações que pesam do exterior sobre o conhecimento. É necessário considerar os determinismos intrínsecos ao conhecimento, que são, segundo Morin, muito mais implacáveis. Em primeiro lugar, princípios, comandam esquemas e modelos explicativos, os quais impõem visão de mundo e das coisas que se governam/controlam de modo imperativo e proibitivo a lógica dos discursos, pensamentos, teorias sociais.

Com maior razão, o mesmo vale para a arte, que é absolutamente refratária a tudo o que parece uma obrigação, porque é o domínio da liberdade. É um luxo e um adorno que talvez seja bonito ter, mas que não se pode ser obrigado a adquirir: o que é supérfluo não se impõe. Ao contrário, amoral é o mínimo indispensável, o estritamente necessário, o pão cotidiano sem o qual as sociedades civis não podem viver. A arte corresponde à necessidade de que temos de difundir nossa atividade social sem objetivo, pelo prazer de difundi-la, enquanto a moral nos obriga a seguir um caminho determinado em direção a um objetivo definido – e quem diz obrigação diz, com isso, coerção. Conquanto possa estar animada por essas ideias morais ou ver-se envolvida na evolução moral própria, a arte não é moral por si mesma. A observação estabelecida nos indivíduos, como nas sociedades, de um tal desenvolvimento intemperante das faculdades estéticas é um grave sintoma do ponto de vista da moralidade. Vale lembrar, segundo Durkheim (2010) que de todos os elementos da civilização, a ciência é o único que, em certas condições, apresenta um caráter moral. De fato, as sociedades tendem cada vez mais a considerar um dever para o indivíduo desenvolver sua inteligência, assimilando as verdades científicas que são estabelecidas. Há número de conhecimentos que devemos possuir.

Ninguém é obrigado a se lançar no grande turbilhão industrial; ninguém é obrigado a ser artista; mas todo o mundo é obrigado a não ser ignorante. Essa obrigação é, inclusive, sentida com tamanha força que, em certas sociedades, não é apenas sancionada pela opinião pública, mas pela lei. Aliás, não é impossível entrever de onde vem esse privilégio especial da ciência. É que a ciência nada mais é do que a consciência levada a seu mais alto ponto de clareza. Ora, para que as sociedades possam viver nas condições de existência que lhe são dadas, é necessário que o campo da consciência, tanto individual como social, se estenda e se esclareça. Os meios em que elas vivem se torna cada vez mais complexos e, por conseguinte, cada vez mais móveis, para durar é preciso que elas mudem com frequência. Por outro lado, sabemos o quanto mais obscura uma consciência, mais é refratária à mudança, porque não vê depressa o bastante que é necessário mudar, nem em que sentido é preciso mudar; ao contrário, uma consciência esclarecida sabe preparar de antemão a maneira de se adaptar a essa mudança social. Eis porque é necessário que a inteligência guiada pela ciência adquira uma importância maior no curso da vida coletiva. Mas a ciência que todo o mundo é assim chamado a possuir não merece ser designada por esse nome. Não é a ciência, é no máximo sua parte comum a mais geral. Ela se reduz a um pequeno número de conhecimentos indispensáveis, que só são exigidos de todos por estarem disponíveis ao alcance de todos. A ciência supera infinitamente nesse nivelamento vulgar. Ela compreende o que é vergonhoso ignorar, como um navio na praia, que é possível saber.

Ela não supõe apenas, nos que a cultivam, essas faculdades médias que todos possuem, mas disposições especiais. Senão a uma elite, não é obrigatória; mas não é necessária a ponto de a sociedade reclamá-la imperativamente. É vantajoso estar munido dela; nada há de imoral em não a adquirir.  Paris, a capital de D’Amour, foi palco de um extraordinário e concreto romance. Ao organizar os paradigmas e modelos explicativos associa-se o determinismo organizado dos sistemas de convicção e de crença que, quando reinam em uma sociedade, impõem a todos a força imperativa do sagrado, a força normalizadora do dogma, a força proibitiva do tabu. As doutrinas e ideologias dominantes dispõem também da força imperativa e coercitiva que evidencia aos convictos e o temor inibitório aos desalmados. A partir deste fundamento etnográfico, compreendemos que ordem, desordem e organização são elementos essenciais para o entendimento da questão da complexidade, pois se desintegram e se desorganizam ao mesmo tempo na história singular da vida. Constata-se que o sentido da realidade se dá por meio da relação do todo com as partes e vice e versa em uma análise integradora em que não é pertinente examinar como tal a partir de uma única matriz de racionalidade.

 Em contraste, o conceito alemão de Kultur dá ênfase especialmente a diferenças nacionais e à identidade particular de grupos. Em virtude disto, o conceito adquiriu em pesquisa etnológica e antropológica uma significação muito além da área linguística alemã e da situação em que se originou o conceito.  Todavia, a necessidade de comunicar-se sempre foi o motor de todo tipo de codificações expressivas, sendo a linguagem e a escrita instrumentos de comunicação oral e escrita sujeitos as limitações de espaço e lugar e a sua transmissão através da distância entre o emissor e o receptor. Simplificadamente, pode-se dividir em quatro fases a história da codificação de signos e fonemas ao serviço da relação inter-humana: mnemônica, pictórica, ideográfica e fonética. A primeira, mnemônica, historicamente se caracterizou pelo emprego de objetos reais como dados ou mensagens entre pessoas que viviam alheios e não pertenciam ao mesmo sistema convencionalmente de comunicação social. Aos antigos peruanos, escreve Albert A. Sutton (1866-1923), os chineses, e inclusive tribos mais recentes, utilizaram com muita frequência o quipo, representando cada um dos cordões usados do ponto de vista comunicativo pelos peruanos, no tempo social da monarquia Inca, na literastura comparada que formavam um método mnemônico, fundado nas cores e ordem dos cordões, número e disposição de nós, etc., ou série de cordas atadas para comemorar acontecimentos felizes, para servir como instrumentos de cálculo ou resguardar na memória as recordações dos mortos das tribos. 

Na segunda, pictórica, a comunicação tem como representação a imagem e se transmite mediante a pintura, a comunicando a relação dos objetos. Estas gravuras aparecem não só na pintura rupestre, e também sobre objetos variados: utensílios, armas ou artigos de valor empregados para o intercâmbio comercial. Na terceira, ideográfica, resulta de uma associação de símbolos pictográficos com objetos e ideias. Nesta fase os signos se empregam cada vez mais na representação de ideias, numa progressiva separação da estrutura do objeto que tenciona comunicar e a modelação cada vez mais simbólica que aproximará no signo alfabético, na escritura. A expressão ideográfica serviu para as formas primitivas de relatos, tal como podemos valorar na escritura ideográfica das culturas pré-colombianas ou mesopotâmicas, ainda que o máximo tipo cultural deste sistema de comunicação foi a escrita hieroglífica dos egípcios. A última, fonética, se estabelece quando o signo representa um som, fora das palavras inteiras, de sílabas ou do que depois chamamos letras, como unidade fonética menor.

A invenção do alfabeto foi o ponto máximo da codificação da comunicação e foi propiciada precisamente por aqueles povos de maior desenvolvimento social e de maior inter-relação comercial com outros povos. O alfabeto representou uma chave de intercomunicação e ao mesmo tempo um aríete de penetração cultural em mãos dos povos da antiguidade criadores das primeiras rotas de comércio marítimo e terrestre. O sistema social condiciona o sistema de comunicação. A comunicação sempre vem unida à existência da mudança de mercadoria e à busca incessantemente de matérias-primas que já mobilizou aos antigos. As rotas comerciais e de expansão imperial depredatória da Antiguidade foram autênticos canais informativos, lentos e precários, que abasteceram aos homens de um conhecimento aproximado dos limites do mundo e das tentações dos outros considerados desde cada particular forma etnocêntrica do indivíduo na sociedade. A rota do Cabo, contornando África, viria a ser explorada pelos Holandeses, e outras potências europeias. As rotas das especiarias passavam por intermediários antes de serem revendidos na Europa medieval. Era um tempo de medo. Há mil anos, na mesma Europa que agora se prepara para ingressar, próspera e unida como nunca, no terceiro milênio do calendário cristão, os homens viviam socialmente o pior dos mundos.

O irreversível desmoronamento, século após século, do que ainda restava da civilização greco-romana, depois sucedeu-se do fim do Império Romano do Ocidente, no século V, transformara o território europeu em campo de batalha onde gerações sucessivas se guerreavam interminavelmente - visigodos e vikings, bretões e saxões, vândalos e ostrogodos, magiares e eslavos, um sem-fim de povos que não por acaso entraram para a História sob a denominação coletiva de “bárbaros”. Além da violência simbólica e física das religiões, a miséria, a ignorância e a superstição recobriam a Europa na marca do ano 1000. Os proprietários de terras transformavam seus domínios em unidades autônomas, com fortificações feitas de árvores e espinheiros e habitações cercadas de paliçadas. Registrou um observador do ano 888: - “Cada qual quer se fazer rei a partir das próprias entranhas”. A cidade, como sede da política e da administração, centro do comércio e do conhecimento, à maneira de Roma, e comparativamente, Atenas ou Alexandria na Antiguidade clássica, inexistia na paisagem ocidental desse período.

Havia historicamente burgos descendentes dos centros logo fundada pelos conquistadores romanos, como também ajuntamentos de um punhado de milhares de almas, nascidos da presença, nas proximidades, de um mosteiro ou de um vale fértil, ou do fato de se situarem no centro de uma região dominada por um príncipe. Nada, porém, que se comparasse a Constantinopla (Istambul), capital do Império Romano do Oriente, com suas centenas de milhares de habitantes, abastado comércio e porto movimentado. Há cerca de mil anos, amplas extensões do continente europeu eram constituídas de florestas um mundo sombrio, estranho e ameaçador aos homens que construíam povoados, cultivavam cereais e criavam gado em grandes clareiras nas suas cercanias, numa economia de pura subsistência, da mão para a boca. A construção de castelos, abadias e mosteiros ocupava igualmente muitos braços. Mas o principal motor da atividade econômica era a guerra: a necessidade de produzir armas, acumular provisões para a tropa e pagar os mercenários em metal sonante estimulava o comércio. Perigos reais, como os animais selvagens, e terrores imaginários historicamente constituídos na Europa, como monstros e demônios, espreitavam os aldeões que adentravam a mata em busca de carne de caça e de mel, a única fonte de açúcar dos europeus de então. Comparativamente, vista pelos olhos de hoje, a vida cotidiana tinha tons de pesadelo.

Culpa, por outro lado, se refere à responsabilidade dada à pessoa por um ato que provocou prejuízo material, moral ou espiritual a si mesma ou a outrem. O processo de identificação e atribuição de culpa refere-se à descoberta de quem determinou o primeiro ato ilícito ou prejudicial, e pode se dar em três planos da atividade analítica: subjetivo, intersubjetivo e objetivo. No sentido subjetivo, a culpa é um sentimento que se apresenta à consciência quando o sujeito avalia seus atos de forma negativa, sentindo-se responsável por falhas, erros e imperfeições. O processo pelo qual se dá essa avaliação é estudado pela Ética, a disciplina filosófica que estuda os fundamentos da ação moral, procurando justificar a moralidade de uma ação e distinguir as ações morais das ações imorais e amorais e pela formação em Psicologia, que trata, estuda e analisa os processos mentais e comportamentos de indivíduos e grupos humanos em diferentes situações. A psicologia, do ponto de vista técnico-metodológico, tem como objetivo a compreensão de grupos e indivíduos tanto pelo estabelecimento de princípios universais, como pelo case study específico, e tem, segundo alguns analistas, objetivo final o benefício geral da sociedade. Um pesquisador ou profissional desse campo de atividade é reconhecido como psicólogo, podendo ser classificado como cientista social, comportamental ou cognitivo. A função dos psicólogos é tentar compreender o papel das funções mentais no comportamento individual e socialmente, estudando também, simultaneamente, os processos fisiológicos e biológicos que acompanham os comportamentos e funções cognitivas.

            Entretanto, o sentido religioso de culpa, pelo qual um ato da pessoa recebe uma avaliação negativa da divindade, por consistir na transgressão de um tabu ou de uma norma religiosa. A sanção religiosa é um ato social, e pode corresponder a repreensão e pena objetivas. De outra parte, a culpa religiosa pode compreender também um estado psicológico, existencial e subjetivo, que propõe a busca de expiação de faltas ante o sagrado como parte da própria experiência religiosa. O termo pecado, por exemplo, está geralmente ligado à culpa, no sentido religioso, sendo a culpa consequência do pecado cometido e arrependido por quem o cometeu. Por outro lado, a religião, principalmente neste caso o cristianismo, trata solenemente a culpa como um sentimento necessário ao arrependimento e a melhoria pessoal do infrator pois o mesmo alcança a mudança apenas se reconhecer como inadequado o ato cometido. Conforme II Coríntios, capítulo 7, verso 10, a culpa ou tristeza leva ao arrependimento para a salvação daquele que está amparado por Deus ao contrário do indivíduo, que sem este amparo, tem a culpa ou tristeza proveniente do mundo que o leva para a morte. A consequência da culpa poderá ser a mudança pessoal amparada por Deus que nos livra do pecado e das dores ou a autopunição consciente ou inconsciente daquele que carrega consigo toda a sua culpa.

O sentimento de culpa tem como representação o sofrimento humano obtido após reavaliação de um comportamento passado tido como reprovável por si mesmo. A base deste sentimento, do ponto de vista psicanalítico, é a frustração causada pela distância entre o que não fomos e a imagem criada pelo superego daquilo que achamos que deveríamos ter sido. Há também outra definição para “sentimento de culpa”, quando se viola a consciência moral pessoal, ou seja, quando pecamos e erramos, surge o sentimento de culpa. Para a psicologia humanista-existencial, especialmente a da linha de pesquisa rogeriana, a culpa é um sentimento como outro qualquer e que pode ser “trabalhado” terapeuticamente ao se abordar este sentimento com aquele que sofre. Para esta linha de raciocínio de Psicologia, um sentimento como esse, quando chega a ser considerado um obstáculo por aquele que o sente, é resultado de um inadequado crescimento pessoal, mas não é considerado uma psicopatologia. Para os teóricos rogerianos, todas as pessoas têm uma tendência a atualização que se dirige para a plena auto realização; o sentimento de culpa pode ser apenas limitação momentânea no processo de auto realização. 

É bastante concebível que tampouco o sentimento de culpa produzido pela civilização seja percebido como tal, mas que em grande parte permaneça inconsciente, ou apareça como uma espécie de mal-estar, uma insatisfação, para a qual as pessoas buscam outras motivações. As religiões nunca desprezaram o papel desempenhado na civilização pelo sentimento de culpa. O sentimento de culpa, a severidade do superego, é, portanto, o mesmo que a severidade da consciência. É a percepção que o ego tem de estar sendo vigiado dessa maneira, a avaliação da tensão entre os seus próprios esforços e as exigências do superego. É o ponto-chave do ensaio “Mal-estar na Civilização” de Sigmund Freud, um médico neurologista criador da psicanálise. Freud, como se tornara reconhecido, nasceu em uma família judaica, em Freiberg in Mähren, pertencente ao Império Austríaco, atualmente, a localidade é denominada Příbor, e pertence à República Tcheca. Freud iniciou seus estudos pela utilização da técnica da hipnose no tratamento de pacientes com histeria, como forma de acesso aos seus conteúdos mentais.

Ao observar a melhora dos pacientes tratados pelo médico francês Charcot (1825-1893), elaborou a hipótese de que a causa da histeria era psicológica, e não orgânica, distanciando-se das correntes positivistas que associavam a determinação biológica da espécie. Essa hipótese serviu de base para outros conceitos desenvolvidos posteriormente por Freud, como o do inconsciente. Fatos como a descrição de pacientes curados através do diálogo por Josef Breuer e a morte do colega Ernst von Fleischl-Marxow (1846-1891) por dose excessiva do antidepressivo da época, a cocaína, levaram-no ao abandono das técnicas de hipnose e de drogas para criar um novo método chamado: a cura pela fala, ou seja, a psicanálise, que utilizava a interpretação de sonhos e a livre associação como vias de acesso ao inconsciente. Suas teorias sociais e seus tratamentos terapêuticos foram controversos na aparentemente conservadora Viena do fim do século XIX, e continuam a ser debatidos. Sua concepção de teoria é de grande influência na psicologia e, além do contínuo sobre a aplicação terapêutica no tratamento, também é discutida e analisada como obra de literatura e cultura geral nas humanidades.

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