“O tempo penetra o corpo, e com ele, todos os controles minuciosos de poder”. Michel Foucault
O
automobilismo é um desporto relacionado com competição com automóveis. É um dos
desportos mais populares do mundo e talvez aquele em que a comercialização seja
mais intensa, globalizada e de influência das corporações midiáticas. As
corridas de automóveis iniciaram-se quase imediatamente depois da construção
dos primeiros carros movidos a gasolina, bem sucedidos e influenciados pelas populares
corridas de carro. Em 1894, foi organizada a primeira competição na França pela
revista parisiense Le Petit Journal, entre Paris para Ruão, em francês e
em normando: Rouen, é uma cidade localizada na região histórica da Normandia,
no Noroeste da França. Uma das mais prósperas cidades do Norte europeu na Idade
Média, Ruão é, a capital da região francesa da Normandia e do departamento do
Sena Marítimo. Tratava-se de um teste de confiabilidade para determinar o
melhor desempenho, chamado de Concours des Voitures sans Chevaux. Começaram
a corrida 69 carros em torno de um percurso de 50 km que iria determinar os
classificados para a corrida principal de 127 km, selecionando 25 carros que se
classificaram. O conde Jules-Albert de Dion foi o primeiro a chegar em Ruão no
tempo de 6 horas e 48 minutos, numa velocidade média de 19 km/h, contudo, sua
vitória não foi contabilizada, pois o carro continha um acessório
proibido, por essa razão o título da corrida foi dado a Georges Lemaître, que
chegou na segunda colocação.
O jornal foi responsável pela criação original de dois importantes eventos desportivos na França daquele período. Em 1891 patrocinou a criação da corrida de bicicletas Paris-Brest-Paris. Organizou também a primeira corrida de automóveis da história: a Competição de carruagem sem cavalos de 1894 entre Paris e Ruão. A corrida foi ganha pelo conde Albert Jules Graf de Dion (1856-1946) na De Dion-Bouton. Le Petit Journal foi um jornal parisiense publicado de 1863 a 1944. Foi fundado por Moïse Polydore Millaud (1813-1871). Em suas colunas eram publicados curiosidades, grandes acontecimentos políticos, fatos históricos e sociais e retrospectivos com textos ficcionais de Émile Gaboriau e de Ponson du Terrail. Em diversos números com a utilidade de uso de marketing, e evidente sensacionalismo dado às suas coberturas jornalísticas de campo. Na década de 1890, devido à sua grande popularidade, chegou a ter uma tiragem de um milhão de cópias, e em 1884 foi incluída na publicação um suplemento semanal ilustrado. Conservador e republicano, em novembro de 1923, o jornal elaborou a capa, questionando a relação de gênero, se a “fragilidade feminina se adaptaria a esse esporte violento que é o futebol”.
O momento histórico das disciplinas é o momento, segundo Foucault (2014: 135 e ss.), em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente o aumento de suas habilidades, nem tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o torna mais obediente quanto é mais útil, e inversamente. Forma-se então uma política das coerções que são um trabalho sobre o corpo, uma manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos, de seu comportamento. O corpo humano entras numa maquinaria de poder que o esquadrinha, o desarticula e o recompõe. Uma “anatomia política”, que é também igualmente uma “mecânica de poder”. Está nascendo; ela define como se pode ter o domínio sobre o corpo dos outros, não simplesmente para que façam o que se quer, mas para que operem como se quer, com as técnicas, segundo a rapidez e a eficácia que se determina. A disciplina fabrica assim corpos submissos e exercitados, corpos “dóceis”. A disciplina aumenta as força do corpo (em termos econômicos de utilidade) e diminui essas mesmas forças (em termos políticos de obediência). Em uma palavra: ela dissocia o poder do corpo; faz dele por um lado uma “aptidão”, uma “capacidade” que ela procura aumentar; e inverte a energia, a potência que poderia resultar, e faz dela relação de sujeição estrita.
Se
a exploração econômica separa a força e o produto do trabalho, digamos que a
coerção disciplinar estabelece no corpo o elo coercitivo entre uma aptidão
aumentada e uma dominação acentuada. A “invenção” dessa nova anatomia política
não deve ser entendida como uma descoberta súbita. Mas como uma multiplicidade
de processos muitas vezes mínimos, de origens diferentes, de localizações esparsas,
que se recordam, se repetem, ou se imitam, apoiam-se uns sobre os outros,
distinguem-se segundo seu campo de aplicação, entram em convergência e esboçam
aos poucos a fachada de um método geral. Encontramo-los nos colégios, muito
cedo; mais tarde nas escolas primárias; investiram lentamente o corpo
hospitalar; e em algumas dezenas de anos reestruturam a organização militar.
Circulam às vezes muito rápido de um ponto a outro, entre o exército e as
escolas técnicas ou os colégios e liceus, às vezes lentamente e de maneira mais
discreta quando formam a militarização insidiosa das grandes oficinas. A cada
vez, ou quase, impuseram-se a exigências de determinada conjuntura:
aqui uma inovação industrial, lá a recrudescência de certas doenças epidêmicas,
acolá a invenção do fuzil ou as vitórias da Prússia. O que não impedem que se
inscrevam, no total, nas transformações gerais e essenciais que necessariamente
serão condicionadas.
Émile
Gaboriau (1832-1873), citado por Michel Foucault (2014), foi um escritor
francês, romancista, jornalista e um pioneiro da ficção policial. Gaboriau
nasceu na pequena cidade de Saujon, Charente-Maritime. Ele era filho de Charles
Gabriel Gaboriau, funcionário público e sua mãe era Marguerite Stéphanie
Gaboriau. Tornou-se secretário de Paul Féval e, depois de publicar alguns
romances e diversos escritos, encontrou seu verdadeiro dom em L`Affaire
Lerouge (1866). Foi o primeiro romance policial de Gaboriau, apresentou um
detetive amador. Também apresentou um jovem policial chamado Monsieur Lecoq,
que foi o herói de três dos romances policiais posteriores de Gaboriau. O
personagem de Lecoq foi baseado em um ladrão da vida real que se tornou
policial, Eugène François Vidocq (1775-1857), cujas próprias memórias, Les
Vrais Mémoires de Vidocq, misturavam ficção e realidade. Também pode ter
sido influenciado pelo vilão Monsieur Lecoq, um dos principais protagonistas da
série de livros Les Habits Noirs de Féval. O livro foi publicado no Le
Siècle e imediatamente fez sua reputação. Gaboriau ganhou um grande número
de seguidores, mas quando Arthur Conan Doyle criou Sherlock Holmes, a fama
internacional de Monsieur Lecoq diminuiu. A história foi produzida no palco em
1872. Uma longa série de romances lidando com os anais do tribunal policial se
seguiu e provou ser muito popular. Os livros de Gaboriau foram geralmente bem
recebidos. Sobre o mistério do orcival, Harper`s escreveu em 1872: - “De sua
classe de romance - sensacionalista francês - este é um espécime notável e
único”. Uma versão cinematográfica de Le Dossier nº 113 foi lançada em
1932. Em A Study in Scarlet, Conan Doyle faz Watson perguntar a Sherlock
Holmes o que ele acha do trabalho de Gaboriau. Holmes menospreza Lecoq como “um
miserável trapalhão”.
Em 1895 realizou-se a primeira corrida propriamente dita, entre Paris e Bordéus. A corrida tinha um trajeto de 1 178 km e 46 concorrentes, mas apenas 22 deles iniciaram a prova. O primeiro a chegar foi Émile Levassor (1843-1897), um engenheiro francês, pioneiro da indústria automobilística, mas foi desclassificado porque o seu carro não obedecia às exigências da competição. Assim, o prêmio foi para o segundo colocado. A primeira corrida de automóveis na América do Norte é geralmente considerada a corrida do Chicago Times-Herald, um percurso de 54,36 milhas realizado no Dia de Ação de Graças em 28 de novembro de 1895. A cobertura do evento pela imprensa “despertou pela primeira vez um interesse norte-americano significativo no automóvel”. O veículo elétrico La Jamais Contente, de aerodinâmica automotiva avançada e projetado por Camille Jenatzy (1868-1913), foi o primeiro automóvel a superar a velocidade de 100 km/h, em Paris a 29 de abril de 1899. Era um corredor belga, reconhecido por romper três vezes o recorde de velocidade em terra, sendo o primeiro em superar a barreira dos 100 km/h. Era apelidado Le Diable Rouge devido à cor da sua barba.
Michael Schumacher representa um expert automobilista alemão, sete vezes campeão do mundo da principal categoria do automobilismo, detém inúmeros recordes, incluindo voltas mais rápidas, maior número de campeonatos e mais corridas ganhas em uma única temporada no ano de 2004. Em 2002 ele se tornou o único piloto na história da F1 a terminar entre os três primeiros em todas as corridas em um mesmo campeonato. Fora das pistas, Schumacher foi embaixador da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura e orador para a segurança do motorista. Esteve envolvido em inúmeros esforços humanitários ao longo da vida e doou dezenas de milhões de dólares para a caridade. Michael e seu irmão Ralf Schumacher são os únicos irmãos a vencer corridas na Fórmula 1, e eles foram os primeiros irmãos 1° e 2° lugar na mesma corrida, em Montreal em 2001 e novamente em 2003. Após três temporadas afastado da categoria que o consagrou, Schumacher retornou defendendo a Mercedes na temporada de 2010.
Em
1987, Schumacher iniciou sua carreira em monopostos na Fórmula König.
Nesta época, recebia investimento de dezesseis mil marcos alemães por corrida,
de Jürgen Dilk. Acabou campeão da categoria. Em 1988, disputou a Fórmula
Ford e foi vice-campeão. Passou para a Fórmula 3, tendo Willi Weber seu
novo empresário. Em 1989, terminou em terceiro no campeonato, e no ano seguinte
conquista seu segundo título de categorias de base. Após anos de competições,
em 1990, Michael foi escolhido em um programa de formação de jovens pilotos
promissores financiado pela Mercedes-Benz. Teve como companheiros o alemão
Heinz-Harald Frentzen e o austríaco Karl Wendlinger. Terminou o campeonato em
quinto. No final do ano, para aprimorar seu ritmo de corrida, a montadora
decidiu dar-lhe um carro para o encerramento da temporada do Deutsche
Tourenwagen Masters (DTM), no Circuito de Hockenheim, autódromo localizado
perto de Hockenheim, no estado de Baden-Württemberg. Carro oficial, de fábrica,
número 65. Mercedes-Benz 190 E 2.5/16 Evo 2, vencedor de cinco corridas no ano.
Mesmo com o equipamento competitivo, Schumacher conseguiu apenas o 15º tempo
nos treinos, quase 5s atrás do pole position, piloto Frank Jelinski, da Audi. A
corrida do jovem piloto durou apenas uma curva, mas uma curva que, todavia,
mudou a ordem das coisas daquela temporada. Michael bateu na
traseira do BMW de Johnny Cecotto, líder do campeonato, que liderava na pista pelo
título com Hans Von Stuck.
Com o abandono do venezuelano, Stuck venceu as duas provas, ficando com a taça. Schumacher, com o carro destruído, sequer pôde correr na segunda bateria. E o autódromo, lotado, sequer imaginava que aquele “novato atrapalhado seria aclamado alguns anos depois”. Schumacher seguiu com a Mercedes em 1991. Disputou novamente o Mundial de Protótipos, vencendo uma corrida em Autópolis, no Japão. No meio do ano, mais uma oportunidade para correr no DTM. Seria no veloz circuito de rua de Norisring. Schumacher teve uma vez mais um carro oficial de fábrica, da equipe Zakspeed, com o francês Fabien Giroix e o alemão Roland Asch como companheiros. Asch fez a pole e largou na frente na primeira bateria. Schumacher foi apenas 19º no grid, terminando a corrida em 24º vitória do dinamarquês Kurt Thiim, da equipe Mercedes Benz. Com problemas mecânicos, Michael pouco correu na segunda prova do dia 30 de junho de 1991. Um mês depois, na pista montada no aeroporto de Diepholz, Schumacher voltou a ocupar um Mercedes no Alemão de Turismo. Da mesma equipe Zakspeed, carro número 20. Nos treinos, obteve a mísera 21ª colocação. Pole-position para Jacques Laffite, também da Mercedes. E abandono para Schumy, no começo. Na segunda bateria, novamente em 21º, atuação discreta até o 14ª lugar, na posição final.
A Zakspeed foi uma equipe alemã de Fórmula 1 onde correu de 1985 à 1989. Foi fundada em 1968 por Erich Zakowski, inicialmente como uma equipe para a DRM (atual DTM). Competiu, ainda, na extinta Championship Auto Racing Teams (CART), em associação com a Forsythe. Hoje, disputa a ADAC GT Masters. Na Fórmula 1, teve como pilotos os alemães Christian Danner e Bernd Schneider, o holandês Huub Rothengatter, os ingleses Martin Brundle e Jonathan Palmer, o italiano Piercarlo Ghinzani e o japonês Aguri Suzuki. Sua peculiaridade era o patrocínio dos cigarros West, que patrocinariam a McLaren entre 1997 e 2005, e os motores de 4 cilindros que recebiam o nome da equipe até 1988. Estreou no Grande Prêmio de Portugal, de 1985, lembrado pela primeira vitória do brasileiro Ayrton Senna na categoria. Em 74 corridas, o máximo que a Zakspeed obteve foi o 5° lugar de Brundle no Grande Prêmio de San Marino de 1987. Com os propulsores da Yamaha, a Zakspeed largou em apenas 2 provas da temporada de 1989, tendo amargado 13 não-classificações consecutivas. A última corrida em que a equipe alemã se inscreveu foi o Grande Prêmio da Austrália, onde também não conseguiu vaga no grid. Em 2001, 12 anos após a experiência na F-1, a Zakspeed voltou a disputar uma categoria top do automobilismo em 2001, quando competiu na CART em parceria com a Forsythe, que inscreveu um terceiro carro para o norte-americano Bryan Herta. A parceria não foi renovada para 2002 e a Zakspeed deixou a CART após o encerramento da temporada.
Os
companheiros de Michael Schumacher, Heinz-Harald Frentzen, é um ex-piloto alemão e Frentzen,
ingressaram na Fórmula 1 por intermédio da Sauber Mercedes, mas a estreia de
Schumy seria antecipada. Piloto muito
técnico e arrojado, fez parte do Programa de Desenvolvimento de “Jovens Pilotos
da Mercedes Benz” (Mercedes Junior Team), juntamente com o compatriota
Michael Schumacher e o austríaco Karl Wendlinger. Jochen Neerpash permitiu que
Schumacher participasse, no verão no hemisfério Norte de 1991, da Fórmula 3000
japonesa, a assim chamada Fórmula Nippon, pela Scuderia Suntory Team Le Mans,
em um Ralt RT23 - Mugen MF308. Em Sugo, Schumacher fez uma boa corrida,
chegando em segundo lugar, atrás do norte-americano Ross Cheever. Em 1991 o
piloto belga Bertrand Gachot foi preso “por envolvimento em um acidente de trânsito”.
A Mercedes Benz viu uma oportunidade e pagou 300 mil dólares à Michel Jordan
pela vaga que Schumacher assumiria no Grande Prêmio da Bélgica.
Schumacher foi convidado a disputar a prova e em apenas uma corrida chamou a
atenção de Flávio Briatore ao conquistar a sétima posição na classificação. Na
largada, ele pula para a 4ª posição, mas um problema na embreagem fez com que o
jovem alemão de 22 anos abandonasse a prova de forma prematura, mas o recado
foi o suficiente. Briatore despediu o piloto brasileiro Roberto Pupo Moreno e
contratou Schumacher, formando dupla com o tricampeão brasileiro Nelson Piquet, na
Benetton a partir do Grande Prêmio da Itália de 1981, 1983 e
1987, termina em 5º lugar e os primeiros 2 pontos na carreira.
Não
queremos perder de vista que Nelson Piquet é considerado por especialistas um
dos melhores pilotos da história da Fórmula 1, a categoria mais avançada do
esporte a motor regulamentada pela Federação Internacional de Automobilismo, por
avaliações de grande prestígio sobre automobilismo. Teve uma breve carreira no
tênis antes de perder o interesse no esporte e, posteriormente, entrou no kart
e escondeu sua identidade para evitar que seu pai descobrisse seu hobby.
Tornou-se o campeão brasileiro de kart em 1971-1972 e venceu o campeonato de
Fórmula V em 1976. Piquet foi para a Europa e obteve êxito, tendo o número
recorde de vitórias na Fórmula 3 Britânica em 1978, derrotando o recorde
histórico de Jackie Stewart. No mesmo ano, fez sua estreia na Fórmula 1 com a
equipe Ensign, pilotou pela McLaren e posteriormente para a Brabham. Desde 1979
na Brabham, foi vice-campeão em 1980, antes de ganhar o campeonato de 1981.
Apesar de não disputar o título em 1982, viu-se um ressurgimento de sua
carreira em 1983 dando um segundo campeonato mundial. Para 1984-1985, o piloto Nelson
Piquet contabilizou três vitórias com um quinto lugar em 1985.
Seu
divisor de águas foi a transferência para a equipe Williams em 1986, e foi um
postulante contumaz ao título, até a corrida final na Austrália em que terminou
em terceiro. Piquet teve seu terceiro e último campeonato em 1987, durante uma
batalha feroz com o companheiro de equipe Nigel Mansell. tendo sido campeão
mundial na Fórmula 1 em 1992 e na Fórmula Indy em 1993. Piquet transferiu-se
para Lotus para temporada 1988-1989 onde teve 3 pódios em 1988, terminando em
6º na temporada com 22 pontos e o 4º lugar como melhor resultado em 1989,
terminando em oitavo com 12 pontos. Nelson Piquet foi para a equipe Benetton
para 1990-1991 onde ele conseguiu ganhar três corridas, nos casos de Japão e
Austrália em 1990, onde acabou o ano em terceiro, mais a vitória no Canadá em
1991, e o sexto lugar antes de se aposentar da Fórmula 1. Piquet correu as 500 Milhas de Indianápolis em 1992-1993. Também correu em carros
esportivos como as corridas históricas 24 Horas de Le Mans em 1996 e
1997.
Na temporada de 1992, o alemão vence o GP da Bélgica, local que estreou na Fórmula 1 há um ano. É a sua primeira vitória na categoria e com o 2º lugar (6 pontos) no GP da Austrália, Schumacher finaliza o campeonato em 3º lugar e supera Ayrton Senna (abandonou a prova numa colisão com Nigel Mansell) por 3 pontos. Em 1994, conquistou seu primeiro título mundial por apenas um ponto, após diversas polêmicas envolvendo as equipes Williams e Benetton, culminando no Grande Prêmio da Austrália, onde colidiram com seu carro contra o carro de Damon Hill, numa controversa manobra. Neste mesmo ano, Schumacher havia sido banido por duas corridas. A FIA, no entanto, foi acusada pela equipe Benetton de favorecer a Williams, tentando tornar a temporada mais competitiva. Ainda assim, é campeão pela primeira vez e a equipe Benetton consegue também estrear um piloto campeão, apesar de falhar com o título de construtores. Mas a suspeita de irregularidades em várias equipes relativas à presença de ajuda eletrônica foi indicada após investigação envolvendo Ferrari, McLaren e Benetton. Nos treinos para o Grande Prêmio do Pacífico, em Aida, a Ferrari admitiu ter usado o mecansmo de “controle de tração” em seus dois carros, mas se retratou garantindo que não mais usaria o dispositivo eletrônico.
Não houve punição por parte da FIA. Em Ímola, corrida que vitimou Ayrton Senna, a FIA encontrou softwares ilegais nos carros da Benetton e McLaren que inicialmente haviam se negado a entregar os seus códigos fonte. No entanto, beneficiando-se de uma brecha no regulamento - que dizia que os dispositivos jamais poderiam ser usados durante os GPs, mas não especificava sobre a possibilidade de existência dos mesmos -, a Benetton não pôde ser formalmente acusada, pois não houve provas de que esses mecanismos (Launch Control- Controle de Tração) tenham sido usados nos eventos oficiais. Já a McLaren, apesar de constatado o uso de um software ilegal durante o GP de San Marino não foi condenada. A FIA considerou que a equipe acreditava que o dispositivo não era ilegal. Uma investigação estava por ser iniciada quando a FIA descobriu que o técnico contratado tinha vínculos com a Benetton.
Entretanto a única infração comprovada foi a respeito da bomba de gasolina: no GP da Alemanha, o carro de Jos Verstappen, o companheiro de Schumacher na Benetton foi incendiado: segundo a investigação da FIA, a remoção do filtro de segurança aumentava a fluência da gasolina para mais de 13 litros por segundo, ganhando 1 segundo em média por parada - suspeita-se que a Benetton e Schumacher obtiveram vantagens através deste artifício naquele ano em corridas anteriores ao GP da Alemanha, inclusive o GP do Brasil, quando superou Senna nos boxes. Na audiência da World Motor Sport Council, que julgou a questão da ausência do filtro de combustível foi elucidado, entre outras questões, que o time Benetton recebeu uma carta enviada pelo fabricante (Intertechnique) da bomba de combustível instruindo a remover o filtro de combustível. A Benetton ainda afirmou que Charlie Whiting, chefe do departamento técnico da Fórmula 1, havia autorizado a retirada do filtro de combustível, apesar de não ter sido apresentada nenhuma autorização por escrito pela equipe. Também se concluiu que outras quatro equipes, cujos nomes não foram citados, estavam operando sem o filtro de combustível. A FIA decidiu não punir a Benetton e as demais equipes envolvidas desde que o filtro não fosse mais removido.
No
GP da Grã-Bretanha, casa de seu adversário, foi punido com um “stop & go”
de 5 segundos por ultrapassagem em volta de apresentação. Schumacher daria 7
voltas na pista sem entrar nos boxes, o que motivou sua posterior
desclassificação. Mesmo assim, Schumacher não abandonou o GP, cumprindo o stop
& go nas voltas finais: a ideia de Flavio Briatore era que Schumacher, com
tal punição, conseguisse o segundo lugar, mas o piloto perderia os pontos. Esta
decisão sofreu apelação pela equipe Benetton e foi anulada ainda durante a
corrida, mas, apesar de anulada, acarretou nova punição inédita: banimento por
duas corridas devido a desrespeito à bandeira preta. Um fato que coincidiria
com as suspeitas dos dispositivos eletrônicos foi que a Benetton decidiu usar o
carro reserva ambas as etapas. Nova polêmica foi no GP da Bélgica: uma
surpreendente punição com desclassificação por possuir o assoalho do carro com
desgaste um milímetro superior à margem de tolerância permitida no regulamento.
A Benetton alegou que uma rodada de Schumacher e subsequente passagem em caixa
de britas durante a corrida teria alterado a medida. A FIA não aceitou as
explicações e manteve a punição.
Apesar
das várias punições polêmicas e da guerra entre Benetton e FIA, pela primeira
vez na história um piloto alemão foi consagrado campeão da Formula 1, e
surpreendentemente com os motores Ford Zetec, algo que parecia
impossível desde 1982 e que continua a ocorrerem nas temporadas atuais. Em
1995, o piloto continua na equipe Benetton, agora equipada com motores Renault
mais potentes do que no ano anterior, e sagra-se bicampeão mundial com relativa
facilidade, mesmo que o carro tenha tido alguns problemas de estabilidade
durante a temporada. Este ano foi marcado pela espetacular vitória no GP da
Bélgica, em que largara na 16ª posição. Sua equipe torna-se campeã de
construtores. Em 1996 o alemão transfere-se para a Ferrari, com a meta de
quebrar o jejum da tradicional equipe: nenhum piloto havia sido campeão
pilotando uma Ferrari nos quinze anos anteriores: depois do título de 1979, os
melhores resultados foram os vice-campeonatos de 1982,1985 e 1990. Entre os
construtores, a equipe não terminava em primeiro desde 1983. Porém, a equipe
vinha em franca ascensão: depois de passar três anos (entre 1991 e 1993) sem
vencer uma corrida, a Ferrari, que havia contratado Jean Todt, foi a única
marca fora Benetton e Williams a vencer GPs em 1994 e 1995.
Schumacher levou toda sua equipe técnica da Benetton (liderados pelo estrategista Ross Brawn). Em sua primeira corrida pela equipe italiana (Austrália), largou em quarto (atrás de seu companheiro, Eddie Irvine) e abandonou após trinta e duas voltas, devido a problemas em seus freios. Na corrida seguinte (Brasil), voltou a largar em quarto e, após um duelo com Rubens Barrichello, conquistou seu primeiro pódio pela Ferrari, ao completar a prova de Interlagos em terceiro. Na terceira etapa (Argentina), largou na primeira fila, segundo, ao lado de Damon Hill, o pole, mas não completou a prova devido a um problema no aerofólio traseiro. Na quarta etapa (Europa), largou em terceiro e chegou em segundo, colocação final que repetiu na etapa seguinte em San Marino, onde conquistou sua primeira pole position pela Ferrari. Em Mônaco, cravou nova pole-position, mas bateu ainda na primeira volta, nesta prova, apenas quatro carros chegaram ao fim, e o vencedor foi o francês Olivier Panis, com um Ligier. Finalmente, na sétima etapa (Espanha), em 2 de junho de 1996, o alemão conquistou sua primeira vitória pela Ferrari, após largar em terceiro e dar “um show de pilotagem debaixo de forte chuva”. No restante da temporada, o piloto Michael Schumacher conseguiu mais duas vitórias, na Bélgica e na Itália, somando, ao final da temporada, 59 pontos e finalizando o certame justamente na terceira colocação.
O campeonato de 1997 foi problemático para Schumacher que enfrentou forte concorrência da Williams. Na última corrida do ano, ele jogou seu carro contra o de Jacques Villeneuve, tentando tirar seu rival da competição, mas falhou e perdeu a corrida. A FIA classificou a manobra do alemão como atitude antidesportiva e retirou-lhe o vice-campeonato, mas os pontos conquistados na temporada foram mantidos. No final, Villeneuve ficou com o título. Schumacher foi vice-campeão em 1998 e viu o piloto finlandês Mika Hakkinen, da McLaren, sagrar-se campeão mundial de Fórmula 1 pela primeira vez. A temporada, no entanto, foi disputada até a última etapa, e poderia ter dado o tricampeonato para Schumacher se David Coulthard, na Bélgica, não houvesse atirado com o alemão para fora da prova quando estava a ser ultrapassado, num grande prêmio disputado sobre um enorme dilúvio. Anos mais tarde, em 2003, após acidente semelhante envolvendo Fernando Alonso e David Coulthard, desta vez como vítima, o “piloto escocês insinuou que causara o acidente de Spa intencionalmente, dando assim o título de pilotos ao companheiro de equipe”. Em 1999, o piloto acidentou-se durante a primeira volta após a primeira largada do Grande Prêmio da Grã-Bretanha, quando as rodas dianteiras travaram, impedindo o controle do carro que bateu violentamente no muro protegido por pneus. Schumacher fraturou a perna direita e ficou de fora de sete corridas, tendo perdido de forma irremediável o campeonato. Nessas sete corridas foi substituído pelo finlandês Mika Salo. Outro finlandês, Mika Hakkinen, sagrou-se bicampeão.
O
companheiro de Schumacher, o piloto norte-irlandês Eddie Irvine foi
vice-campeão. Contudo Schumacher regressou a tempo das duas últimas corridas e
ajudou a Ferrari a sagrar-se campeã de construtores após dezesseis anos sem
títulos. Entre os anos de 2000 e 2004 ganhou cinco títulos consecutivamente,
feito nunca obtido antes, nem mesmo por Juan Manuel Fangio. E de 1999 a 2004,
sua equipe conquistou seis títulos consecutivos de construtores, um feito
também inédito, graças em grande parte aos esforços de Michael Schumacher e sua
equipe, Ross Brawn, Aldo Costa, Jean Todt, Rory Byrne, Rubens Barrichello e
vários outros. Nesse período, de 2002 a 2004, Schumacher ganha os campeonatos,
conquistando diversos recordes, muitos deles inéditos. Em 2002, houve uma
polêmica corrida da Áustria, em que a Ferrari obrigou Rubens Barrichello, seu
então companheiro de equipe, a entregar a vitória a Schumacher. Rubinho o fez
após a última curva, antes da linha de chegada. Apesar de ter sido feito por
diversas vezes na história da categoria, o jogo de equipe, neste caso provocou
uma intensa vaia no pódio, justificados pelo campeonato ainda em seu início e
pela proximidade com a bandeirada final, fato que se fez sentir ainda mais
quando Schumacher, envergonhado, trocou de lugar no pódio com Barrichello. Em
2003 ele ganhou o campeonato na última corrida do ano por apenas dois pontos,
tendo tido grandes dificuldades contra a nova geração de pilotos que estava
surgindo na F1: Kimi Raikkonen, Juan Pablo Montoya e Fernando Alonso.
Em
2005 Schumacher vence uma corrida, o Grande Prêmio dos Estados Unidos,
disputado por apenas seis carros, após todos os carros equipados com pneus
Michelin terem abandonado a corrida já que seus pneus não ofereciam garantias
de segurança na curva que antecede a reta da meta. Com um carro problemático,
em função da nova regra de pneus, termina a temporada na terceira colocação,
atrás do espanhol Fernando Alonso (campeão) e do finlandês Kimi Räikkönen
(vice). Em 2006 perdeu seu derradeiro campeonato para Fernando Alonso, numa
disputa acirrada com o espanhol, que mostrou que assim como Schumacher era um
piloto muito rápido, constante e com raros erros naquela temporada. Superou a
marca de pole positions de Senna e protagonizou, no Grande Prêmio de
Mônaco, mais um acontecimento polêmico em sua carreira. Michael Schumacher
parou sua Ferrari na saída da curva “Rascasse”, provocando uma bandeira amarela
no local e prejudicando teoricamente a volta de seu principal adversário, o
espanhol Fernando Alonso. Apesar de conquistar a pole-position, os
comissários decidiram, após quase oito horas de reunião temática e análise de
imagens, que ele deveria ser punido, largando da última posição. Esta Punição
foi rebatida pelo chefe de equipe Jean Todt que alegou ter sido imposta sem
qualquer evidencia real e apesar da telemetria do seu carro mostrar claramente
que ele havia feito aquilo de propósito.
Na
prova de Mônaco de 2007 este mesmo incidente gerou nova discussão após o também
piloto da Ferrari, Kimi Raikkonen, ter ficado preso no mesmo ponto do circuito,
ainda que neste caso o carro tenha sido danificado na curva anterior. Apesar da
punição, no dia seguinte conseguiria acabar a corrida em quinto lugar em uma de
suas mais impressionantes performances. Sua última corrida foi no Grande Prêmio
do Brasil, realizado em Interlagos, São Paulo, em 22 de outubro de 2006. Apesar
de ter tido vários problemas com sua Ferrari, o alemão fez questão de brindar
todos os fãs de Fórmula 1 com uma das suas mais inesquecíveis corridas,
realizando uma série de brilhantes ultrapassagens que o levaram a um quarto
lugar final. Michael Schumacher se aposentou da Fórmula 1 conquistando
praticamente todos os mais importantes recordes da categoria. O ano de 2006 foi
a última temporada de Schumacher, e foi, segundo muitos especialistas, uma de
suas melhores temporadas. Tanto ele como Alonso tiveram problemas mecânicos
durante o campeonato, e a vantagem em desempenho do carro Renault no início de
2006 foi revertida em favor da Ferrari após polemicamente a FIA banir os
amortecedores de massa utilizados pela Renault. No final ambos tiveram
equipamento relativamente equilibrado para disputar o campeonato que só foi
decidido em Interlagos.
Em novembro, participou dos treinos pós-temporada na Espanha, pilotando o modelo utilizado pela Ferrari em 2007, que deu o título de pilotos ao finlandês Kimi Raikkonen. Também em novembro veio ao Brasil participar do “Desafio Internacional das Estrelas” de Kart, realizado no Kartódromo dos ingleses, em Florianópolis (SC). Sagrou-se campeão geral, fazendo o melhor tempo da competição, e vencendo a primeira das duas baterias disputadas. Na segunda bateria, após inversão das posições, largando em oitavo por ter sido vencedor da primeira bateria, chegou a disputar a liderança, porém envolveu-se em um toque com o então líder da corrida, Thiago Camilo (piloto da Stock Car), perdendo posições e chegando em sexto. Disputaram com ele diversos pilotos de várias categorias, entre eles Nelsinho Piquet, Felipe Massa, Rubens Barrichello, Luciano Burti, Lucas Di Grassi e outros pilotos brasileiros de renome. Schumacher volta a participar do Desafio Internacional das Estrelas, mas não consegue obter a vitória como no ano anterior. Na primeira bateria, largando em quarto lugar, perde posições na largada, e volta a se recuperar durante a prova, mas comete um erro e perde o controle ao passar por uma zebra, logo após ultrapassar Rubens Barrichello e assumir a segunda posição. Após rodar, tem seu kart atingido e a carenagem danificada.
A prova acabou sendo encerrada antes do tempo por causa da chuva, com a vitória de Barrichello e Michael finalizando em quarto lugar. Na segunda bateria Schumacher abandonou a corrida, por problemas no seu kart. Felipe Massa, seu ex-companheiro de Ferrari, venceu a prova. O campeão do evento acabou sendo Barrichello pela somatória dos resultados. Após acidente com o piloto Felipe Massa, durante o treino classificatório para o Grande Prémio da Hungria, em que foi atingido na cabeça por uma mola que escapou do carro de Rubens Barrichello, Michael Schumacher chegou a ser anunciado como substituto enquanto o piloto brasileiro estivesse afastado. Ainda no hospital, Felipe Massa aceitou bem a decisão da substituição temporária por Schumacher. Porém com fortes dores no pescoço causadas por um acidente de moto em fevereiro e sem poder testar o Ferrari F60, Schumacher desistiu de voltar a F1. O substituto inicial de Felipe Massa foi o italiano Luca Badoer, mas Giancarlo Fisichella assumiu o posto a partir do Grande Prêmio da Itália.
Com
a construção de automóveis e as corridas dominadas pela França, o clube
automóvel francês, realizou algumas grandes corridas internacionais, em geral
partindo ou chegando a Paris e tendo a outra extremidade noutra grande cidade
na Europa ou na França. Estas corridas de grande sucesso terminaram em 1903
quando Marcel Renault se envolveu num acidente fatal perto de Angoulême durante
a corrida Paris - Madrid. Oito mortes levaram o governo francês a interromper a
corrida em Bordéus e a banir as corridas de estrada em 1900. Devido à grande
quantidade de acidentes que as “corridas de rua” causavam, muitas cidades
chegaram a proibir corridas de rua, viu-se que era mais seguro se realizar
corridas em espaços fechados, muitos desses espaços eram os hipódromos
utilizados para corridas de cavalos, no Knoxville Raceway é relatado que
existiam corridas de carros desde o século XIX. Nos Estados Unidos da América,
em 1903, baseados no formato oval dos hipódromos é construído o Milwaukee Mile,
considerado o primeiro autódromo do mundo, em 1907 é construído o oval de
Brooklands na Inglaterra que foi o primeiro circuito feito realizado especialmente
para corridas de carros, contando, inclusive, com inclinação nas curvas, em
1909 é construído o Indianapolis Motor Speedway nos Estados Unidos da
América. Em 1922 é construído o Circuit de Spa-Francorchamps na Bélgica,
em 1923 o Circuit de la Sarthe na França, em 1927 o circuito de
Nürburgring na Alemanha, em 1929 o Autódromo Nazionale Monza na Itália.
A Fórmula 1 é a competição automobilística mais famosa do mundo e existe há mais de 70 anos. Ela começou em 1950 com o objetivo de unificar as corridas do Grande Prêmio na Europa e estabeleceu regras para os carros das equipes. A primeira corrida aconteceu na Inglaterra e foi vencida por Nino Farina. Com o tempo, a Fórmula 1 se espalhou para outros países, como Argentina, Marrocos e Brasil, que sediou sua primeira corrida oficial em 1972. Nomes lendários como Juan Manuel Fangio, Ayrton Senna, Michael Schumacher e Lewis Hamilton surgiram no esporte, que também viu recordes notáveis, como os sete campeonatos mundiais de Schumacher e Hamilton. Além disso, a Fórmula 1 é conhecida por curiosidades, como velocidades incríveis, pit stops super rápidos e a intensa demanda física sobre os pilotos. O desporto automotor é regulado mundialmente pela Fédération Internationale de l`Automobile (FIA), que promove e homologa os carros, as pistas e as condições das corridas. O evento máximo organizado pela FIA é a Fórmula 1. Cada nação que organiza este tipo de esporte tende a organizar também uma instituição filiada à FIA que homologa e regula o automobilismo em seu território. No Brasil a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) e em Portugal a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), são as instituições responsáveis por isso. O Código de Automobilismo também regula as sinalizações usadas durante as competições. Quando algo que ocorre na pista necessita da atenção de todos os pilotos, são exibidas bandeiras coloridas próximas ao acontecimento ou na linha de chegada/largada ou especificamente para algum piloto. Os pilotos também podem ser avisados pelo rádio, pelos chamados spotters, mas como estes avisos normalmente são críticos e o rádio pode apresentar problemas durante a competição, usa-se o método das bandeiras que é o mais prático e seguro.
As bandeiras são mais habitualmente usadas para avisar os pilotos sobre a entrada ou a saída do safety car na pista. As bandeiras usadas atualmente são: Bandeira amarela. Perigo logo a frente. Reduza a velocidade! Bandeira azul. Dê passagem a um carro mais veloz que quer ultrapassar! Atualmente, o piloto deverá permitir a passagem até três curvas após lhe ser mostrada a bandeira ou arrisca penalizações. Bandeira verde. Pista livre. Geralmente mostrada após o Safety Car sair da pista ou após um trecho em bandeira amarela. Bandeira vermelha. Corrida paralisada. Devido a acidente, chuva ou má condição da pista. Bandeira listrada em amarelo e vermelho. Cuidado! Óleo na pista ou pista escorregadia. Bandeira branca. Carro lento em pista. Pode ser um monolugar, uma ambulância ou qualquer outro carro de serviço na pista. Nas categorias norte-americanas, esta bandeira indica a última volta. Bandeira xadrez ou quadriculada. Fim da prova. Bandeira metade preta, metade branca na diagonal. O piloto tomou alguma atitude antidesportiva; deve ser corrigida o mais rápido possível para não haver desclassificação. Bandeira preta. Desclassificação do piloto ao qual foi indicada. Bandeira preta com um círculo laranja. Algum problema técnico. O piloto volta aos boxes.
Os
que assistiram à diferenciação radical dos veículos desportivos a partir dos
carros de estrada de luxo, com a Delage, a Auto Union, a Mercedes-Benz,
a Delahaye e a Bugatti a construir veículos aerodinâmicos dotados
de motores com mais de 450 kW de potência, com o auxílio de superchargers
múltiplos. O máximo peso autorizado era de 760 kg, uma regra diametralmente
oposta aos regulamentos modernos de competição. Era necessário o uso intenso de
ligas de alumínio para conseguir baixar o peso e, no caso do Mercedes, até a
tinta foi removida para satisfazer as limitações no peso. Todavia, com o fim da
2ª guerra mundial, em 1945, houve um rápido crescimento do automobilismo no
mundo ocidental, numa forma de unificar as corridas de Grand Prix foi
criada em 1950 a Fórmula 1, pela Federação Internacional de Automobilismo.
No entanto, a história social da categoria remonta ao final do século XIX,
quando as primeiras corridas de carros foram disputadas na Europa. Como na
época não existiam circuitos, as corridas aconteciam em estradas. Contudo, em
1953 o Campeonato Mundial de Resistência foi criado, contando com vários
grupos de corrida, em 1973 foi criado o Campeonato Mundial de Rali.
O
evento automobilístico pode ser realizado em autódromos, circuitos fechados
construídos especificamente para as provas de velocidade e habilidades de
condução dos veículos, ou circuitos de rua, last but not least, como o
do Grande Prêmio de Mônaco. Como muitas corridas europeias, é anterior
ao atual Campeonato Mundial de Formula 1. O primeiro Grande Prêmio do
principado foi organizado por Antony Noghès (1890-1978) e aconteceu em 14 de
abril de 1929, no reinado do Príncipe Louis II, através do Automóvel Clube
de Mônaco, que organizou o chamado Rali de Monte Carlo e, em 1928,
candidatou-se à Association Internationale des Automobiles Clubs Reconnus,
o órgão regulador internacional do automobilismo, visando elevar-se de um clube
regional francês para o status nacional completo. A inscrição foi recusada
devido à falta de um grande evento automobilístico realizado dentro dos limites
de Mônaco. O rali não pôde ser considerado, pois utilizou principalmente as
estradas de outros países europeus. Para obter o status nacional
completo, Noghès propôs a criação de um Grande Prêmio automobilístico nas ruas
de Monte Carlo. Após a sanção do príncipe Louis II, o organizador da prova
buscou o apoio de seu conterrâneo, o piloto Louis Chiron (1899-1979), para quem
“a topografia de Mônaco era adequada à construção de uma pista de corrida”.
Dezesseis
nomes disputaram o primeiro Grande Prêmio de Mônaco e nele a classificação foi
definida curiosamente por sorteio, cabendo a pole position ao francês
Philippe Étancelin, piloto da Bugatti. Outro piloto renomado e favorito à
vitória era o alemão Rudolf Caracciola, da Mercedes, além de um certo “Georges
Philippe”, na verdade um pseudônimo utilizado pelo barão Philippe de Rothschild
afim de ocultar sua identidade. Para o torcedor monegasco, no entanto, a
terça-feira de competição foi prejudicada pela ausência de Louis Chiron,
comprometido com os treinos e a disputa das 500 Milhas de Indianápolis de 1929.
Sobre a corrida, o vencedor foi o britânico William Grover-Williams, sob o
heterônimo de “Williams”, dirigindo um Bugatti Type 35B, modelo de fábrica
colorido com o tradicional “verde bretão”. O Mercedes SSK de Caracciola não
teve permissão para correr no ano seguinte, quando René Dreyfus e seu Bugatti
Type 35B venceram a prova, com Chiron em segundo lugar a bordo de um Bugatti
Type 35C. Resiliente, Louis Chiron permaneceu na equipe e venceu a corrida de
1931. Fato social notável é que presentemente, melhor dizendo desde 2022, extraordinariamente
ele continua sendo o único nativo de Mônaco a vencer um Grande Prêmio em seu
país.
Do ponto de vista técnico-metodológico os autódromos podem ser ovais como o Talladega Superspeedway nos Estados Unidos da América, misto, com várias curvas e retas como o de Autódromo do Estoril, em Portugal e combinado oval com misto, os chamados “rovais”, como constitui o circuito de Indianápolis também nos Estados Unidos. O piso pode variar entre asfalto, terra, ou uma combinação dos dois, tanto em circuitos mistos, quando nos ovais. Também podem ter utilidade de uso estádios adaptados como na Race of Champions, algumas divisões da National Association for Stock Car Auto Racing, de sprint cars, ou em competições de speedway. As categorias e modalidades como os ralis que colocam à prova a resistência de condutores e veículos usam pistas e circuitos em vários terrenos. Os fora de estrada usam terrenos acidentados naturais ou preparados. Entretanto, existem várias categorias de competição no desporto automotivo. Todas as categorias devem ser adequadas as regulações do Apêndix J do Código Internacional de Automobilismo. As corridas de monoposto (ou monologares), muitas vezes reconhecidos por Fórmulas, são talvez o aspecto mais reconhecido do automobilismo, com carros desenhados especificamente para corridas de alta velocidade.
As
rodas não são cobertas, e os carros têm asas aerodinâmicas à frente e atrás
para produzir uma força para baixo e aumentar a adesão à pista. As corridas de
monoposto realizam-se em circuitos especialmente construídos, ou em circuitos
citadinos fechados para o efeito. Muitas das corridas de monoposto na América
do Norte têm lugar em circuitos ovais como a Indy Racing League. As mais
melhores conhecidas corridas de monoposto são as de Fórmula 1, que se
desenvolvem num campeonato do mundo anual em que participam alguns dos
principais fabricantes de automóveis e de motores do mundo, numa batalha que é
tanto tecnológica como de desempenho na pista. Na América do Norte, os carros
Champ Cars e os da Fórmula Indy assemelham-se aos de Fórmula 1, mas são
sujeitos a muito mais restrições. Existem outras categorias de monoposto,
incluindo as corridas de karts que empregam pequenas máquinas de baixo custo em
pequenas pistas. Muitos dos melhores pilotos da atualidade iniciaram as suas
carreiras nos karts. Os ralis, ou rallyes são corridas de carros
de produção profundamente modificados em estradas públicas (fechadas) ou em
áreas sem estrada. Um rali típico tem lugar em várias etapas, que os
participantes podem analisar antes da competição. O navegador ou copiloto usa
as notas tiradas durante o reconhecimento para ajudar o piloto a completar a
etapa o mais depressa possível. A competição é baseada nos tempos,
embora tenham aparecido algumas etapas com competição direta.
O
principal campeonato de ralis representa o Campeonato Mundial de Rali
(WRC), mas também existem campeonatos regionais e muitos países têm os seus
próprios campeonatos nacionais. Há alguns ralis famosos: o Rali de Monte Carlo
ou o Rali de San Remo. Outro acontecimento semelhante a um rali (na realidade
um raide) é o Rali Dakar. Existem ainda muitas categorias de ralis menores,
populares entre os amadores, constituindo a base dos desportos motorizados. Há
que considerar também o Rali Rota dos Vinhos Verdes, uma das mais importantes
provas de Regularidade Histórica para Automóveis Antigos e Clássicos que se
realiza anualmente em Portugal. As Regularidades Históricas cada vez assumem
mais adeptos e aficcionados em todo o mundo e possibilitam uma nova abordagem
desta temática. As corridas em piso de terra estão divididas em duas grandes
categorias: corridas em circuitos fechados, geralmente designada de off Road,
ou corrida em terrenos abertos, em etapas em linha, designadas por provas de
todo-o-terreno. Neste tipo de corridas participam geralmente carros modificados
para suportar a dureza do piso, consistindo em completar um determinado número
de voltas a um circuito que poderá ser totalmente em terra, recebendo em
Portugal a designação de Autocross, pistas mistas de terra e asfalto
(Ralicross), ou pistas em terra, disputadas por carros especialmente concebidos
para esse fim (Kartcross).
No Brasil também existe uma categoria chamada “Velocidade na Terra”, onde veículos correm em circuitos fechados, de terra batida, sem os tradicionais obstáculos dos Ralies, onde vence quem primeiro completar o número de voltas estipuladas. Os principais campeonatos regionais são disputados no Paraná e em Santa Catarina, onde os carros são divididos em diversas categorias, quer sejam: KartCross, Formula Tubolar, Marcas, Turismo, Novatos, Hot Dodge, Stock Car, Fusca Velocidade e Autocross. Ao redor do mundo, há ainda a categoria chamada de rallycross, que é uma corrida com vários carros de rali, todos simultaneamente em um circuito fechado, geralmente de terra, embora também haja rallycross em pistas com asfalto, vence quem chegar na frente ao final do número de voltas estipuladas. Um dos campeonatos mais famosos de rallycross é o Campeonato Mundial de Rallycross, organizado pela FIA. As provas de todo o terreno são praticadas em percursos que atravessam campos, montanhas, alagados, pedreiras, desertos e outros terrenos que proporcionem dificuldades para sua transposição. Os carros utilizados são normalmente do tipo jipe, com tração nas quatro rodas ou Buggy's especialmente concebidos para o efeito. Neste tipo especificamente de provas, é comum participarem também motos, camiões e quad`s (ou moto-quatro).
A
maioria de provas deste gênero concentra-se em duas grandes categorias: as
provas designadas de “Cross-Country ou Bajas” e os “Rali-Raide”. A grande
diferença entre estas categorias sociais encontra-se na extensão da prova e na
exigência mecânica da mesma. As provas de Cross-Country ou Bajas são provas que
decorrem numa geografia mais ou menos limitada, com a duração média entre 1 e 3
dias, e um parque de assistência fixo. Este tipo de provas constituem a maior
parte dos troféus de competições todo-o-terreno nacionais. São exemplos deste
tipo de provas a Baja Portalegre 1000 ou o Rali Transibérico, em Portugal, o
Rally dos Sertões no Brasil ou a Baja 1000 no México. As provas Rali-Raide são
marcadas por longas provas classificativas, estendendo-se por mais de uma
semana, atravessando países ou continentes, exigindo parques de assistência que
vão-se deslocando de acordo com o percurso da prova. Os principais fatores técnicos
que ditam a classificação final são a regularidade e fiabilidade dos
equipamentos em detrimento da velocidade de ponta. São exemplos destes ralis o Rali
Dakar, o Rali Rota da Seda ou o África Eco Race. A prova 24 horas de
Todo-o-Terreno de Fronteira consiste numa corrida num circuito fechado, mas de
perfil cross-country, designado de Terródromo, no qual participam todo o tipo
de automóveis, desde jipes, SUV`s a carros citadinos, correndo durante 24
horas, apenas com paragens para reabastecimentos, troca de pilotos ou
manutenção, vencendo a equipe que conseguir o maior número de voltas é prova mais conceituada internacionalmente.
Nesta
modalidade participam carros com configurações semelhantes às dos rali, em circuitos em piso de terra, que se encontra geralmente coberto de neve
ou gelo. O troféu mais conceituado é o Troféu Andros disputado, em circuitos
nos Alpes e Pirenéus. As Rampas ou Corridas de Montanha, corresponde numa etapa
em linha (partida diferente da chegada) disputada com declive ascendente, cujo
objetivo é o de efetuar o menor tempo do percurso. Cada veículo efetua o
trajeto sozinho, em modalidade semelhante aos ralis. Este tipo de provas é pluralista,
aberto a praticamente todos os automóveis desde Fórmulas, carros de Turismo ou
GT, Sport-Protótipos (Barquetas), Clássicos ou até carrinhas (Desafio Ford
Transit). As provas de maior reconhecimento são a Rampa da Falperra (em Braga,
Portugal) ou a Subida Internacional de Pikes Peak nos Estados Unidos. Nesta
modalidade as versões de produção de carros de desporto e protótipos competem
em circuitos fechados. As corridas desenrolam-se, em regra, em distâncias longas,
em provas conhecidas como corridas de “Endurance”, ou corridas de resistência.
Os carros são conduzidos por equipes de dois, três ou quatro condutores que se
revezam de vez em quando. Devido às grandes diferenças entre os carros
desportivos “normais”, denominados GT`s e os protótipos de competição, uma
única corrida envolve geralmente várias classes diferentes. Nos EUA,
organiza-se a IMSA SportsCar Championship, incluindo classes GT, GTS e duas
classes de protótipos.
Uma
competição semelhante foi criada na Europa em 2004, com assinalável sucesso
entre os concorrentes que preenchem grids com cerca de 50 carros denominada de
Campeonato Mundial de Endurance da FIA. Corridas famosas de carros de desporto
são, por exemplo, as 24 Horas de Le Mans, as 12 Horas de Sebring, os 1 000 km
de Monza, 24 Horas de SPA, 1 000 km de Nürburgring, 24 Horas de Daytona e a Mil
Milhas Brasileiras. A FIA organiza um campeonato, chamado de FIA GT, com carros
divididos em 4 classes. Em seu conceito original, as corridas de stock cars
consistiam em competições em que se usavam carros comuns sem nenhuma adaptação
para corridas, contudo hoje em dia este termo não se designa a essas
competições, já que os carros de stock cars são projetados exclusivamente para
corridas, esse tipo de corrida é popular principalmente nos Estados Unidos,
contudo existem categorias expressivas no Canadá, Brasil, Argentina, no México,
na Grã-Bretanha e na Oceania, a principal característica dessa competição é o
uso de circuitos ovais (de terra ou asfalto) para as corridas. A maior
categoria de stock cars é a NASCAR, a sua série principal é a Sprint Cup
Series, e a mais famosa corrida da série é a Daytona 500. A organização NASCAR
também organiza a Nationwide Series, uma liga inferior de stock cars
e a Camping World Truck Series, de pick-up, além de sancionar outras categorias
menores regionais nos Estados Unidos.
A
NASCAR organiza ainda a série Featherlite de carros “modificados”, com carros
muito modificados a partir da estrutura básica dos stock cars, através da
adição de motores poderosos, pneus largos e chassis leve de rodas livres. Mas a
série mais antiga da NASCAR continua a ser a que tem maior apelo junto do
público. No Brasil, a principal categoria é a Stock Car Brasil e na Argentina a
Turismo Carretera. Consiste em corridas em circuitos fechados, em pisos de
asfalto ou terra, disputadas apenas por caminhões, sendo apenas a parte
motorizada, cujo objetivo é efetuar um determinado número de voltas no menor
tempo. No Brasil, tal modalidade é representada pela Copa Truck, um
aprimoramento da extinta 1ª Copa Brasil de Caminhões, ocorrida na cidade de
Cascavel, no Paraná, e que culminou com a morte de Jeferson Ribeiro da Fonseca.
Foi em 1993, ainda com o nome de Racing Truck, a categoria foi criada
por Aurélio Batista Félix. O reconhecimento do trabalho veio em 1996, com a
homologação da categoria e a criação do Campeonato Brasileiro de Fórmula Truck. Nas corridas lineares (drag racing),
ou também conhecidas como corridas de arrancada, o objetivo é completar uma
certa distância, tradicionalmente um quarto de milha ou 1 320 pés ou 402 metros,
no mais curto espaço de tempo possível. Os veículos utilizados variam entre o
carro de todos os dias e o dragster. As velocidades e os tempos diferem,
naturalmente, de classe para classe.
Um
carro vulgar pode completar os 402 metros em 15 segundos, ao passo que um
dragster poderoso pode cobrir a mesma distância em 4,5 segundos e atingir 530
km/h (330 m/h). As corridas lineares foram iniciadas, enquanto desporto, por
Wally Parks, no início dos anos 1950, por intermédio da National Hot Rod
Association, que é o maior corpo organizativo do desporto automóvel no
mundo. A NHRA foi formada com o objetivo de afastar as pessoas das corridas de
rua. Corridas de rua ilegais não são corridas lineares. Ao acelerar até aos 530
km/h, um dragster poderoso puxa 4,5 g de aceleração, e quando os travões
e os paraquedas estão em ação, o condutor experimenta uma aceleração negativa
de 4g, mais do que os tripulantes do vaivém espacial. Um único dragster pode
ser ouvido a 13 km, e pode gerar uma leitura sismográfica de 1,5 - 2 na escala
de Richter, dados dos NHRA Mile High Nationals de 2001, e de testes realizados
em 2002 pelo Centro Nacional de Sismologia dos Estados Unidos. As corridas
lineares realizam-se frequentemente em competição direta entre dois carros, com
o vencedor de cada ronda a passar à ronda seguinte. Nas classes profissionais é
sempre o primeiro a chegar à meta que ganha. Nas classes amadoras, existe um
handicap, nos carros mais lentos é dada vantagem que usa índice, e os carros que correm mais que o seu índice permite, “rebentam”
e perdem sob determinadas condições de temperatura e pressão.
Bibliografia
Geral Consultada.
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