sexta-feira, 25 de março de 2022

A Questão da Cura – Cinema, Confiança & Horror nos Alpes.

 

Brincando pode-se dizer de tudo, até mesmo a verdade”. Sigmund Freud

            Susto é um sentimento biológico que ocorre quando uma pessoa vê ou ouve algo inesperado em sua vida cotidiana. Ela vem do Latim surctus, alteração de surrectus, “surgido, levantado subitamente”, de sugere, “levantar-se, erguer-se”. É uma reação do corpo humano contra possíveis ameaças, que resulta no lançamento do hormônio adrenalina na corrente sanguínea. A adrenalina gera vários efeitos no corpo humano, como redirecionamento da corrente sanguínea do sistema intestinal para os músculos e a descarga de adrenalina provoca uma série de efeitos. O primeiro deles é a aceleração dos batimentos do coração e a elevação da pressão arterial. O ritmo frenético aumenta o fluxo sanguíneo nos músculos. O intuito do susto é, biologicamente, preparar o corpo humano a reagir contra a ameaça, mesmo quando esta ameaça de fato não existe como ocorre por exemplo com a  exibição de filmes de horror. Mas do ponto de vista clínico, o susto pode causar parada cardíaca e causar tremedeiras, dilatação da pupila e/ou dores corporais, que podem ser os sinais do início da parada cardíaca em alguns casos. 

O “pulo de susto” (Jumpscare) é uma técnica frequentemente usada em filmes de terror e jogos eletrônicos com intuito de assustar o público, surpreendendo-o com uma mudança abrupta de imagem ou evento, geralmente ocorrendo com um som alto e assustador. A técnica foi descrita como “um dos blocos de construção mais básicos dos filmes de terror”. O jumpscare pode surpreender o espectador ao surgir em um ponto do filme em que a trilha sonora está quieta e o público não está esperando nada alarmante acontecer, ou pode ser a recompensa súbita de um longo período de suspense. Alguns comentaristas descreveram o recurso como um modo preguiçoso de assustar os telespectadores, e acreditam que o gênero de terror sofreu um declínio nos últimos anos após uma excessiva confiança no tropo, estabelecendo-o como um clichê dos filmes de terror modernos.

A enguia caracteriza-se pelo seu corpo serpentiforme, cilíndrico na parte anterior e comprido na parte posterior, estreitando-se na região caudal. A cabeça é larga e no focinho evidenciam-se orifícios nasais em forma de tubo, olhos pequenos e redondos. Possui escamas pequenas, quase imperceptíveis a olho nu, embebidas no tegumento, bem como barbatanas peitorais, dorsal e anal, mas não possui barbatanas pélvicas. Do ponto de vista anatômico seu maxilar inferior é mais longo do que o maxilar superior, contrariamente ao safio, se for comparado, com o qual se costuma confundir. Deslocam-se na água ondulando o corpo com o auxílio da barbatana dorsal que se liga à anal, formando uma única barbatana. Os indivíduos adultos têm o dorso verde-acastanhado e o ventre amarelado, constituindo o grupo das chamadas “enguias douradas”. Estas características morfológicas alteram-se para negro e prateado, com a aproximação da maturidade sexual, sendo designadas por “enguias prateadas”.          

Atingem os 150 centímetros de comprimento e os 10 Kg de peso. Os dentes são pequenos, dispondo-se em várias filas nas maxilas e no palato. As fêmeas crescem, de modo geral, até aos 150 centímetros de comprimento. Os machos atingem apenas os 50 centímetros. É uma espécie difícil de confundir quando em água doce. No entanto, durante a metamorfose social que sofre ao percorrer as regiões do oceano, pode confundir-se com as seguintes espécies: Anguilla rostrata (enguia americana), Anguilla interioris, Anguilla obscura, Anguilla megastoma, Anguilla mossambica, Muraena helena (moreia), Conger conger (safio). Durante o dia as enguias permanecem em abrigos naturais, enterradas no sedimento de rochas ou raízes de árvores, onde estão protegidas da luminosidade e dos predadores. curiosamente tornam-se ativas ao entardecer. A Anguilla anguilla é uma representação biológica da espécie carnívora. Os adultos alimentam-se de peixes, crustáceos, larvas de insetos e cadáveres de outros seres marinhos. Com o desenvolvimento da maturidade sexual, o tubo digestivo regride e cessa a atividade alimentar.

A aflição representa um sentimento de agonia, sofrimento intenso, preocupação ou desassossego por alguma causa ou alguma coisa em que vá afetar a vida direta, ou indiretamente. Aflição é ainda a sensação de que algo “não está certo”, ou de que alguma coisa errada ou traumática possa vir acontecer. Em 1668, o dramaturgo grego Ésquilo, reconhecido frequentemente como o pai da tragédia, é o mais antigo dos três trágicos os outros dois são Sófocles e Eurípedes gregos cujas peças ainda existem; já afirmava de forma extremamente atual que “os sofrimentos humanos têm facetas múltiplas: nunca se encontra outra dor do mesmo tom”. Segundo Paula Cassel, o sofrimento “é um estado de aflição severa, associado a acontecimentos que ameaçam a integridade de uma pessoa. Sofrimento exige consciência de si, envolve as emoções, tem efeitos nas relações pessoais do indivíduo ou da pessoa, e tem um impacto no corpo”. Sigmund Freud de forma mais fatídica dizia, em 1930, que “o mal-estar é inerente à condição humana”. Em sua vasta obra teórica e clínica produtiva ele não demonstra soluções para tal angústia. A famosa definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) nos traz o desafio: - “Cuidado paliativo é uma abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças que ameacem a continuidade [social] da vida, através da prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual”. A partir de tais definições sociais e/ou culturais, em última análise, podemos inferir que o objeto de estudo do cuidado paliativo é a aflição humana.

Os objetivos sociais são o controle de sintomas, a alocação adequada de recursos, a realização de diretrizes avançadas e o não prolongamento artificial de vida. Importante ter atenção para não subestimar sintomas: não se quantifica dor através de exames laboratoriais ou tomógrafos, o que não pode de maneira alguma deslegitima-la. Jacques Salomé de forma provocativa afirma que qualquer sofrimento pode ser entendido como um sinal, um convite para mudar algo em nosso modo de vida. Neste trecho, sofrimento aparece como sinônimo de conflito psicológico. Incontáveis são os convites dos enfermos às equipes médicas de saúde, a maioria deles ignorados. Somatizações que podem ser representadas por invites inconscientes, angústias e medos são diversas vezes vistos como supérfluos quando comparados ao que se pode mensurar ou palpar. Oportunidades de metamorfoses épicas podem ser perdidas se esta dimensão do sofrimento não emergir. Medo de morrer, raiva, tristeza, barganha, aceitação, culpas, não aceitação social da morte, ausência de significado de vida, conflitos familiares, conspiração do silêncio e reconhecimento no âmbito do trabalho e risco de luto patológico são levados à superfície da boa comunicação.

Acompanhamento familiar, encaminhamento externo, psicoterapia de apoio permanente ou breve são essenciais para uma condução adequada do caso. Por fim, não podem faltar reuniões familiares. Quantas forem necessárias para desmistificar pensamentos mágicos ou conceitos médicos irreais. Cuidar dos familiares se torna tão importante quanto cuidar do paciente. Saber em qual ambiente e circunstâncias sociais está inserido o indivíduo socialmente redimensiona expectativas e reduz suas dificuldades de acesso à terapêutica. Alguns complicadores sociais podem ser o abismo entre a indicação do profissional de saúde e a concretização dela. A saber ausência de cuidador, baixa renda familiar, dificuldade de atendimento médico, conflitos familiares, estresse do cuidador, pendências legais ou financeiras, rede de suporte insuficiente, dificuldade de emissão de atestado de óbito, local para sepultamento ou cremação. Alguns pontos podem não parecer relevantes e provocarem sofrimento no doente. A necessidade de resolução de pendência legal contratual ou uma dívida. A ausência de rede de suporte traz consequências objetivas não apenas emocionais. Há muito o que se caminhar nesta direção.

Os problemas sociais de cura dos doentes merecem uma propedêutica de solução: providenciar cuidador, orientação legal e orientação financeira, acompanhamento individual, acompanhamento familiar, orientação sobre óbito, institucionalização e reunião familiar. Os objetivos são: organizar testamentos e benefícios; regularizar questões financeiras; providenciar funeral e atestado de óbito; ser cuidado por alguém; amparar o cuidador e a família; definir local de óbito. Não somente de carne nós somos feitos. Mesmo os ateus apresentam questões espirituais a serem tratadas, que não se limitam ao cunho religioso. Conflitos com Deus, conflitos religiosos com familiares, proselitismo, restrição ao culto, destruição de valores, ritos ou sacramentos pendentes, promessas e obrigações pendentes, ausência de sentido espiritual, expectativas miraculosas e culpa religiosa devem ser investigados por um capelão. Busca-se estar em paz com o Criador, receber o perdão de Deus, receber ritos de sua tradição, sentimento de transcendência, síntese de vida e legado. Isso acontece através da instrumentalização de orientação disciplinar espiritual e religiosa, estímulo de espiritualidade, contato com sacerdote da tradição e orientações familiares. Depois de trabalho minucioso e multidisciplinar as chances de um fim de vida sofrido reduzem, mas não se esgotam em perseverança diante da complexidade humana.

Sobre este aspecto da dimensão abstrata espiritual humana é preciso ascender à consciência transcendental à consciência pura. Se René Descartes (1596-1650) foi um filósofo e matemático francês, criador do pensamento cartesiano, sistema filosófico que deu origem à Filosofia Moderna, foi um tímido que precisava ir muito mais longe, pois precisamos fazer da consciência o próprio absoluto. Nesse mundo cartesianamente concebido e conduzido, o ideal narcísico de uma consciência idêntica a si mesmo é plenamente atingido. Nele para lembrarmos como disse Louis Althusser (1918-1990), os nascimentos teóricos estão perfeitamente regulados: - “O pré-natal é institucional. Quando nasce uma nova ciência, está já o círculo de família preparado para o espanto, o júbilo e o batismo”. Acontece, porém, que não há dominação que consiga subjugar a totalidade do ser humano e não há controle que consiga ser absoluto. E o saber continuou produzindo filhos naturais. Muitos foram aceitos apenas pelos próprios pais e por um círculo restrito de amigos; outros foram abandonados e viveram uma amarga solidão, mas outros ainda se tornaram, por assim dizer: “filhos sem pais na teoria”. O próprio Freud, segundo Garcia-Roza, no ensaio: Freud e o Inconsciente (2008), apontou a psicanálise como “a terceira grande ferida narcísica sofrida pelo saber ocidental ao produzir um descentramento da razão e da consciência, pois, as outras duas consciências foram as produzidas por Copérnico e por Darwin”. Ipso facto, a psicanálise produziu uma derrubada da razão e da consciência do lugar sagrado que se encontravam. Ao fazer da consciência um mero efeito de superfície do Inconsciente, Freud operou uma inversão do cartesianismo que dificilmente pode ser negada, mas depois aprendemos a ser cautelosos.

Freud revela uma mente dividida contra si mesma, com falta de autoconhecimento e governada por impulsos instintivos incontroláveis. Por causa de suas implicações perturbadoras, Freud comparou suas descobertas às do astrônomo Nicolau Copérnico, o primeiro a descobrir que o Sol não girava em torno da Terra. Quando Nicolau Copérnico ao demonstrar racionalmente que a Terra gira em torno do sol, sendo, portanto, apenas “mais um” planeta e Charles Darwin que mostrou que o homem na forma em que o reconhecemos é resultado de uma evolução natural, sendo apenas “mais uma” espécie, deram um forte golpe no antropocentrismo. Para o biólogo Edward Manier, certamente a teoria darwiniana enfraquece o antropocentrismo que compreende a existência das espécies vivas e do planeta como estando à disposição dos seres humanos. Edward Manier contestaria a expressão “nos destronou de nosso antropocentrismo”, com a genética diante das possibilidade científicas e éticas, porque ela toma por certos os contextos polêmicos em que Darwin usou essa retórica que nossos chamados “poderes superiores” da razão científica, estética e moral não exigiam uma intervenção divina especial, isto é, que eles poderiam ser plausivelmente vistos como o resultado genealógico de um continuum natural desses poderes existente no reino animal.

Ele sustentou que a questão da tradição da teologia natural inglesa arrogantemente “entronizou” os seres humanos como se estivessem especialmente ligados ao divino, e se opôs e, de modo geral, minou essa tradição específica e seu correlato filosófico dualista. Darwin não fez nada para diminuir a importância ou o status desses “poderes superiores”, ou seja, a questão no plano da razão e os sentimentos morais. Quando jovem, ele achava que suas concepções apontariam o caminho para uma nova síntese das concepções de David Hume que não prescinde a visão do empirismo e de Immanuel Kant sobre o papel da “razão pura” na ciência e na moralidade. Sua compreensão de Kant era mínima, mas sua posição se encontra na linhagem ancestral de esforços analíticos consideráveis para encontrar as raízes dos sentimentos morais humanos numa única natureza humana como por exemplo, de James Q. Wilson, no ensaio The Moral Sense (Free Press Paperbacks, 1997). A teoria de Darwin efetivamente enfraquece qualquer “antropocentrismo” que implique que a Terra e todas as coisas vivas nela tivessem sido colocadas aqui para o benefício dos seres humanos e apenas deles. O darwinismo só foi apoiado por amplo consenso entre os cientistas no segundo quartel do século XX. Ocorreu com o desenvolvimento da “nova síntese” que associava o darwinismo, o mendelismo e as teorias sofisticadas e empiricamente bem sustentadas da hereditariedade e mutação humana.

Reconhecido pelo padrão de que não há ideias inatas e que todo o conhecimento vem da experiência rigorosamente ao nexo de causalidade e necessidade, David Hume em vez de tomar a noção de causalidade, como concedido, desafia-nos a considerar o que a experiência nos permite saber sobre a relação estabelecida entre causa e efeito, pois nada é mais usual e natural, para aqueles que pretendem oferecer ao mundo novas descobertas filosóficas e científicas que insinuar elogios ao seu próprio sistema. O homem de discernimento e de sabedoria percebe facilmente a fragilidade do fundamento, até mesmo daqueles sistemas bem aceitos e com maiores pretensões de conter raciocínios precisos e profundos. Isto é, alguns princípios acolhidos em torno da confiança; consequências deles deduzidas de maneira defeituosa; falta de coerência entre as partes, e de evidência no todo – tudo isso se pode encontrar nos sistemas dos mais eminentes filósofos, e parece cobrir de opróbrio a própria filosofia, pois mesmo “a plebe lá fora é capaz de julgar, pelo barulho e vozerio que ouve, que nem tudo vai bem aqui dentro”.

Neste âmbito tampouco é necessário um conhecimento muito profundo para se descobrir a distância e imperfeição e que de fato, não há nada que não seja objeto de discussão e sobre o qual os estudiosos não manifestam opiniões contrárias. Se por um lado multiplicam-se as disputas, como se tudo fora incerto; e essas disputas são conduzidas da maneira mais acalorada, como se tudo fora certo. É daí que surge na opinião de Hume, o preconceito comum contra todo tipo de raciocínio metafísico. Mesmo por parte daqueles que são doutos e que costumam avaliar de maneira justa todos os outros gêneros da literatura. E realmente nada, a não ser o mais determinado ceticismo, juntamente como um elevado grau de indolência, pode justificar tal aversão à metafísica. Pois se a verdade está ao alcance da capacidade humana, é certo que ela deva esconder em algum lugar muito profundo e abstruso. Não por acaso, devemos reunir nossos experimentos mediante a observação cuidadosa da vida. Tomando-os tais aspectos como aparecem no curso habitual do mundo, no comportamento dos homens em suas ocupações e prazeres. E reunidos e comparados, podemos estabelecer, com base neles, uma concepção condicionada de ciência, que não será inferior em certeza, mas superior em utilidade, a qualquer outra que esteja ao alcance da compreensão humana.

Assim Hume sustenta que nossas ideias são imagens de nossas impressões, assim também podemos formar ideias secundárias, que são imagens das primárias. Não se trata de uma exceção à regra, mas de uma explicação. As ideias produzem as imagens de si mesmas em novas ideias; mas como supomos que as primeiras são derivadas de impressões, continua sendo verdade que todas as nossas ideias simples procedem, mediata ou imediatamente, de suas impressões correspondentes. Esse é o primeiro princípio que Hume estabelece na ciência da natureza humana. Pois cabe notar que a presente questão, a respeito da anterioridade de nossas impressões ou ideias, é a mesma que produziu tanto barulho sob outra formulação, quando se discutiu se haveria ideias inatas, ou se todas as ideias derivam da sensação e da reflexão. A fim de provar que as ideias de extensão e de cor não são inatas, os filósofos nada mais fazem que demonstrar que elas são transmitidas por nossos sentidos. Para provar que as ideias de paixão e desejo são inatas, eles observam que experimentamos previamente em nós mesmos essas emoções. A faculdade pela qual repetimos nossas impressões da primeira maneira se chama conceitualmente memória, e a outra, de forma distinta per se de imaginação. Mas se examinarmos esses argumentos, veremos que eles nada provam, senão que as ideias são precedidas por outras percepções mais vívidas, das quais derivam e as quais elas representam.

Melhor dizendo, que as ideias da memória são muito mais vivas e fortes que as da imaginação, e que a primeira faculdade pinta seus objetos em cores mais distintas que todas as que possam ser usadas pela última. Ao nos lembrarmos de um acontecimento passado, sua ideia invade nossa mente com força, ao passo que, na imaginação, a percepção é fraca e lânguida, e apenas com muita dificuldade pode ser conservada firme e uniforme pela mente durante todo o período considerável de tempo. Temos aqui uma diferença sensível entre as duas espécies de ideias. Mas há uma outra diferença, não menos evidente, entre esses dois tipos de ideias. Embora nem as ideias da memória nem as da imaginação, nem as ideias vívidas nem as fracas possam surgir na mente antes que impressões correspondentes tenham vindo abrir-lhes o caminho, a imaginação não se restringe à mesma ordem na forma das impressões originais, ao passo que a memória está de certa maneira amarrada quanto a esse aspecto, sem nenhum poder de variação. É evidente que a memória preserva a forma original sob a qual seus objetos se apresentaram. A principal função da memória não é preservar as ideias simples, mas sua ordem e posição. Esse princípio se apoia nas relações comuns e vulgares na experiência do dia a dia que podemos nos poupar o trabalho de continuar insistindo.

Como a imaginação pode separar todas as ideias simples, e uni-las novamente da forma que bem lhe aprouver, nada seria mais inexplicável que as operações dessa faculdade, se ela não fosse guiada por alguns princípios universais, que a tornam, em certa medida, uniforme em todos os momentos e lugares. Fossem as ideias inteiramente soltas e desconexas, apenas o acaso as ajuntaria; e seria impossível que as mesmas ideias simples se reunissem de maneira regular em ideias complexas se não houvesse algum laço de união entre elas, alguma qualidade associativa, pela qual uma ideia naturalmente introduz outra. Esse princípio de união entre as ideias não deve ser considerado uma conexão inseparável, tampouco devemos concluir que, sem ele a mente não poderia juntar duas ideias – pois nada é mais livre que essa faculdade. Devemos vê-lo apenas como uma força suave, que comumente prevalece, e que é a causa pela qual, entre outras coisas, as línguas se correspondem de modo tão estreito umas às outras: pois a natureza de alguma forma aponta a cada um de nós as ideias simples mais apropriadas para serem unidas em uma ideia complexa que dão origem a tal associação, e dessa maneira, de uma ideia a outra, são três, a saber: semelhança, contiguidade no tempo e no espaço e causa e efeito.

Em primeiro lugar, precisamos nos encontrar entre os dois extremos quando o filósofo Garcia-Roza demonstra inicialmente a articulação de certos fatores dos séculos XVIII e XIX que constituíram a precondição para o surgimento da psicanálise. Além disso, ele demonstra que o cogito cartesiano apresenta o Eu como o lugar da verdade, o cogito freudiano nos revela que ele é sobretudo o lugar do ocultamento. Pensando assim, não se trata, para o fundador da psicanálise, de apontar uma nova dimensão da consciência como algo que pudesse ser visto como sua face oculta, mas de revelar a constituição de um novo objeto de interpretação da realidade humana – o inconsciente. Dessa forma ele admite termos aprendido que inversão não é diferença; em segundo lugar, aprendemos também que revolução não é guerra. Enquanto a primeira é disfarçadamente cartesiana, implicando promessas, planos, programas e realizações futuras, enquanto implica uma continuidade (ainda que dialética), a guerra é realmente produtora de rupturas. Se a psicanálise não há de ser localizada no lugar de análise cartesiano, se ela é prevaricadora, se ela ofende a razão e os bons costumes, se aponta a consciência não como lugar da verdade, mas da mentira, do ocultamento, da distorção e da ilusão, se ela coloca a consciência e a razão sob suspeita, não por um procedimento análogo ao da dúvida cartesiana que visava recuperar a consciência em toda a sua pureza racional, mas por considerar que ela é essencialmente farsante, então a psicanálise só pode ser vista coo um “filho natural”. Em segundo lugar, poder afirmar de outra forma que a psicanálise foi abandonada e que viveu numa amarga solidão também não acreditamos ser verdadeiro.

Uma coisa foi a solidão teórica de Freud, às voltas com um descobrimento que às vezes parecia escapar-lhe pela importância e pelo alcance que insinuava ter, outra coisa é terem a teoria e a prática psicanalíticas sido projetadas “numa marginalidade solidária e amarga”. Em pouco tempo a psicanálise foi transformada numa das mais prestigiosas práticas clínicas encontradas pela burguesia para recuperar os seus resíduos; assim, como, teoricamente, transformou-se num dos objetos privilegiados de análise e de crítica do saber contemporâneo. Poucas foram as teorias que gozaram da popularidade desfrutada pela teoria psicanalítica. Em terceiro lugar, resta a última hipótese: a adoção por parte da “comunidade científica”, dessa criança que aparecia ser tão ameaçadora ao nascer, mas que, por ter-se mostrado dócil, comportada e eficiente, transformou-se rapidamente em objeto de disputa de várias famílias que reivindicavam o direito de adoção. As correntes da fenomenologia, as filosofias da existência, a antropologia, o culturalismo norte-americano, a biologia, a linguística e a psicologia foram alguns desses saberes que exigiram o “direito de adoção”, sendo que alguns deles chegaram mesmo “a se declarar pais legítimos”. Mas essa criança, que chegava a apresentar semelhanças acentuadas com esses candidatos a pais, segundo Garcia-Roza, escapava às exigências que lhe eram feitas e se recusava a submeter-se ao reducionismo simplista que lhe era imposto.

Em terceiro lugar, no que se refere à questão das subjetividade culturais, a psicanálise representa uma mudança de esfera significativa em face da filosofia moderna. Esta, com suas concepções excessivamente generalizantes, ignorava o indivíduo. Mesmo quando apontava o Eu como um de seus objetos privilegiados, metafísica moderna se recusava a concebê-lo como uma singularidade concreta. Diante do sabe dos séculos XVII e XVIII, a psicanálise se apresenta como uma teoria e uma prática que pretendem falar do homem enquanto ser singular, mesmo que afirme a clivagem inevitável a que esse indivíduo é submetido. Antes do advento da psicanálise, o único lugar institucional onde o discurso individual tinha acolhida eram como demonstrara Michel Foucault os confessionários religiosos. A psicanálise ocupa no decorrer do século XX este lugar de escuta. Claro que isso não correu independentemente das condições sociais e políticas que tornaram urgente o aparecimento das ciências do homem: a necessidade de controle social e de distribuição potencial das forças de trabalho na sociedade. O surgimento da psicanálise é coetâneo ao surgimento do conceito de homem, e este com o desenvolvimento da economia globalizada e sua exigência de controle dos corpos e dos desejos.

Em quarto lugar, mesmo em se descartando de qualquer inocência quanto aos comportamentos da psicanálise, o fato é que ela se constituiu como uma das práticas mais eficazes de escuta discursiva individual. A subjetividade cultural, identificada com a consciência, devia se fazer clara e distinta para que o modelo analítico fizesse seu aparecimento. Nessa transparência, o desejo era visto como perturbação da Ordem, que modificava o pensamento tornando-o inadequado à realidade que pretendia representar. Se a alma fosse puramente passiva, isto é, cognitiva, não haveria erro. Este surge apenas porque o desejo introduz deformações no material adquirido pelo conhecimento humano. É esse sujeito que a psicanálise vai desqualificar como sendo o referencial privilegiado a partir do qual a verdade aparece. Melhor ainda: a psicanálise não vai colocar a questão do sujeito da verdade, mas contrariamente a questão da verdade do sujeito. Ela vai perguntar exatamente por esse sujeito do desejo que o racionalismo recusou. Contra a unidade do sujeito defendida pelo racionalismo, a psicanálise vai nos desvelar um sujeito fundido: aquele que faz uso da palavra e diz “eu penso”, “eu sou”, que é identificado por Jacques Lacan como sujeito do enunciado (ou sujeito do significado), e aquele outro, sujeito da enunciação (ou sujeito do significante), e se coloca como excêntrico em relação ao sujeito.

Paralelamente à clivagem da subjetividade em Consciente e Inconsciente, dá-se uma ruptura entre o enunciado e a enunciação, o que implica admitir-se uma duplicidade de sujeito na mesma pessoa. Essa divisão do saber não se faz em nome de uma unidade, uma espécie de Gestalt harmoniosa do indivíduo, mas produz uma fenda entre o dizer e o ser, pois entre o “eu falo” o “eu sou”. Daí a reconhecida inversão lacaniana da máxima de Descartes: - “Penso onde não sou, portanto sou onde não penso”. O que essa fórmula denuncia, é a pretensa transparência do discurso perseguida pelo cartesianismo e a suposta unidade do sujeito sobre a qual ela se apoia. O sujeito do enunciado não é aquele que nos revela o sujeito da enunciação, mas aquele que produz o desconhecimento deste último. Dito de outra maneira: o cogito não é o lugar da verdade do sujeito, mas o lugar do seu desconhecimento. Apesar da marca hegeliana de que a psicanálise é portadora, não há para a Selbsbtbewusstsein ser de toda forma consciente na teoria psicanalítica. Os Alpes suíços estão localizados na parte da cordilheira dos Alpes. Um país sem costa marítima cujo território é dividido geograficamente entre o Jura, o Planalto Suíço e os Alpes, somando uma área de 41 285 km².

A população suíça é de 8,5 milhões de habitantes e concentra-se principalmente no planalto, onde estão localizadas as maiores cidades do país. Entre elas estão as duas cidades globais e centros econômicos de Zurique e Genebra. A Suíça é um dos países mais ricos do mundo relativamente ao Produto Interno Bruto (PIB) per capita calculado em 75 835 dólares americanos em 2011. Zurique e Genebra foram classificadas como as cidades com melhor qualidade de vida no mundo, estando em segundo e terceiro lugar e a Suíça como o melhor país para nascer em 2013. A Confederação Suíça tem uma longa história de neutralidade, não estando em estado de guerra internacionalmente desde 1815. O país é sede de muitas organizações internacionais tais como o Fórum Econômico Mundial, a Cruz Vermelha, a Organização Mundial do Comércio, a União Postal Universal, a Organização Internacional para Padronização e do Escritório das Nações Unidas. Em nível europeu, foi um dos fundadores da Associação Europeia de Comércio Livre e é parte integrante do Acordo de Schengen. Esta parte é por vezes chamada de Alpes Centrais. O ponto culminante é o Dufourspitze, com 4634 metros, na fronteira suíço-italiana. A montanha mais baixa é o monte Dom, com 4545 metros de altitude no maciço dos Mischabel.

O acordo de Schengen, denominado em alusão ao espaço Schengen, localidade luxemburguesa situada às margens do rio Mosela e próxima à tríplice fronteira entre Alemanha, França e Luxemburgo, este último representando o Benelux, onde já havia a livre circulação. Em junho de 1985, foi firmado o acordo de livre circulação envolvendo cinco países, abolindo-se seus controles de fronteiras, de modo que os deslocamentos entre esses países passaram a ser tratados como “viagens domésticas”. Posteriormente, o Tratado de Lisboa, assinado em 13 de dezembro de 2007, modificou as regras jurídicas do espaço Schengen, reforçando a noção de um “espaço de liberdade, segurança e justiça”, que prossegue além da cooperação policial e judiciária e visa a implementação de políticas comuns no tocante a concessão de vistos, asilo e imigração, mediante substituição do método intergovernamental pelo uso do método comunitário. Embora teoricamente não haja mais controles nas fronteiras internas ao espaço Schengen, esses controles “podem ser reativados temporariamente caso sejam considerados necessários para a manutenção da ordem pública ou da segurança nacional”. Os países signatários reforçaram os controles das fronteiras externas ao espaço Schengen, mas, os cidadãos estrangeiros que ingressem como turistas ou que obtenham um visto de longo prazo para qualquer um dos países membros podem circular livremente.

            O Château de Chillon é um dos castelos da Suíça reconhecidos em todo o mundo ocidental globalizado, além de ser o monumento suíço mais visitado e um dos bem preservados da Europa, estando classificado como monumento histórico. Situa-se numa das margens do Lago Léman, em Veytaux, a três quilómetros de Montreux. De forma oblonga, mede 110 metros de comprimento por 50 de largura, culminando com uma torre de menagem de 25 metros de altura. Foi construído sobre um rochedo, um ponto de proteção natural e estratégico para controlar a passagem entre o sul e o norte da Europa. De um lado, representa uma magnífica residência à beira do lago e, do outro, uma imponente fortaleza de guerra em frente às montanhas. O arqueólogo Albert Naef (1862-1936) descobriu que o castelo foi ocupado desde a chamada Idade do Bronze, um período da civilização no qual ocorreu o desenvolvimento desta liga metálica, resultante da mistura de cobre com estanho, e que, atualmente, é resultado histórico de muitos séculos de renovações, reconstruções e restaurações. Não é possível datar o ano inicial de construção, mas os primeiros registos escritos estão em torno de 1150. Foi sucessivamente ocupado pela Casa di Savoia, uma das mais antigas famílias nobres europeias, presentes desde o século X no território do Reino da Borgonha. Lá fundou um condado no século XI que passou a ducado no século XV, extinguindo-se a Casa de Lusinhão, com a coroa titular dentre os Estados cruzados, de Chipre, Jerusalém e Armênia, obtendo aumento de prestígio das cortes europeias,  seguido pelos bernenses, de 1536 a 1798, que então pertence ao Estado de Vaud.

            As primeiras construções remontam ao século X, embora seja provável que esse espaço já fosse uma localização militar privilegiada antes dessa data. Objetos que remontam à época romana foram descobertos durante escavações no século XIX, assim como vestígios datados da Idade do Bronze. A partir duma dupla paliçada em madeira, os romanos haviam fortificado o local antes de lhe ser acrescentada uma torre de menagem quadrada no século X. Fontes documentais do século XIII ligam a posse do sítio de Chillon ao Bispo de Sion. Uma carta datada de 1150, na qual o conde Humberto III de Saboia concede aos cistercienses de Hautcrêt a livre passagem em Chillon, atesta o domínio da Casa de Saboia sobre Chillon. Ficamos a saber que o proprietário do castelo é um certo Gaucher de Blonay. Mas, este senhor de Blonay é mais um vassalo do Conde que um dos seus oficiais. Trata-se dum domínio senhorial dos Saboia no quadro duma sociedade feudal e não dum domínio administrativo. A Casa de Saboia transformou a fortaleza, então Castrum Quilonis, e ampliou-a durante o século XIII. A antiga cripta do século XI, dedicada a São Triphon, é abandonada no século XIII, aquando da construção da capela na parte superior do castelo. Os saboias queriam estender a sua supremacia sobre o País de Vaud e a zonas limítrofes. O primeiro castelão saboiano é atestado por Chillon em 1198. O castelo não é dedicado apenas a um fim militar, servindo também de residência para os condes. O edifício é, com efeito, uma das etapas das viagens da corte itinerante, efetuadas aquando das deslocações regulares do conde pelo seu território.

Aquando da ausência do conde, a parte noroeste do castelo, onde se situavam os seus aposentos, estava vazia e fechada. Tomás I de Saboia esteve ali por volta do ano 1230. Ele e o seu filho, Pedro II de Saboia, “o Pequeno Carlos Magno”, reorganizariam a região, construindo burgos, dominando o Chablais vaudois e criando a Pátria Vuaudi. Uma portagem é instalada, em 1214, em Villeneuve de Chillon, a atual aldeia de Villeneuve. San Trifone in Posterula ou também chamada Igreja de São Trifão em Posterula era uma igreja de Roma, localizada no rione Campo de Marte, localizada na esquina da Via dei Portoghesi com a via della Scrofa, demolida em 1746. Era dedicada a São Trifão. A igreja provavelmente foi construída para abrigar as relíquias de São Trifão, antes mantidas numa igreja fora das muralhas da cidade. O nome in Posterula é uma referência às poternas (posterulæ) que existiam na região, pequenas aberturas na muralha que permitiam o acesso ao Tibre. A primeira referência desta igreja é sua reconstrução em 1006 com fundos doados por João Crescêncio, como relatado em uma bula do papa João XVIII. Mais de cem anos depois, em 1127, uma bula do papa Honório II menciona um certo Leonardo como seu arcipreste e outra, de 1222, nomeia Ângelo como presbítero da igreja. Uma série de bulas datando de 1181 a 1188 relatam uma disputa espacial entre San Trifone, juntamente com San Salvatore de Sere, San Nicola de Praefectis e San Biagio de Monte Acceptabili, contra o mosteiro de Santa Maria in Campo Marzio.

O papa Honório IV (1210-1287), consagrado o 190º Papa da Igreja Católica com um decreto de 20 de fevereiro de 1287, concedeu a igreja aos agostinianos, que acrescentaram ao seu nome original o do seu padroeiro, Santo Agostinho, que nasceu Aurélio Agostinho, em 354 d.C. Em 11 de abril de 1424, os agostinianos transferiram solenemente as relíquias de Santa Mônica, a mãe de Santo Agostinho, de seu túmulo anterior, em Óstia Antiga, para lá. O declínio da igreja começou em 1484 com a construção da basílica de Sant`Agostino bem ao lado, o que levou os monges a deixarem San Trifone. A igreja permaneceu à sombra da gigantesca nova igreja e continuou existindo mesmo depois da construção do enorme complexo monástico agostiniano que a envolveu completamente em 1537. A sua existência material é comprovada por uma menção em um catálogo de igrejas de 1555 e por uma xilogravura da igreja feita por Girolamo Francino em 1588. Ela foi novamente mencionada em 1625 como oratório da “Confraria do Santíssimo Sacramento de Santo Agostinho”. Em 1746, apesar de suas origens e proeminência histórica passada, foi demolida quando Luigi Vanvitelli (1700-1773) foi contratado para ampliar o Convento de Santo Agostinho e, atualmente, algumas ruínas da igreja ainda estão visíveis em partes específicas do complexo agostiniano.

A igreja e convento de Santo Agostinho (séc. XVI-XVIII) representa um conjunto de edifícios localizado na Rua Tenente Valadim, Largo da Infantaria, Leiria, Portugal. A igreja e convento foram mandados construir pelo bispo D. Gaspar do Casal, durante a segunda metade do século XVI (1577-79) e até à primeira metade século XVII. O complexo fora construído sobre a primeira fábrica de papel, restando apenas parte da fábrica a Este da igreja até aos dias de hoje. A igreja é constituída por uma nave central e é de estilo essencialmente barroco, como se pode observar na fachada central ladeada pelas duas torres. Tem a típica forma de cruz, com 3 corpos divididos por 3 pilares. Podemos ainda encontrar o escudo do bispo fundador sobre a porta principal da igreja. No convento existem ainda alguns azulejos do século XVII e XVIII, destacando-se os claustros do convento de estilo barroco. No decênio de 1950 a 1960 a igreja sofreu obras de restauração, sendo o altar-mor remodelado por Ernesto Korrodi (1870-1944). Nascido Ernst Korrodi foi um arquiteto de origem suíça que se naturalizou português. Foi um dos pioneiros e dos mais bem sucedidos arquitetos da Arte Nova em Portugal, tendo recebido o Prêmio Valmor por duas vezes. É autor de cerca de 400 projetos em Portugal.

Neste aspecto, segundo Giddens (1991) se os Estados-nação são os “atores” principais dentro da ordem política global, as corporações são os agentes dominantes dentro da economia mundial. Em suas relações comerciais entre si e com Estados e consumidores, as companhias (corporações fabris, firmas financeiras e bancos) dependem da produção para ter lucro, evidenciando em sua passagem uma extensão global de mercados de bens e capitais. Ipso facto, todos os Estado-nação, capitalistas e Estados socialistas, dentro dos setores “desenvolvidos” do mundo, confiam em primeiro lugar na produção industrial para a geração social da riqueza na qual se baseiam seus ganhos. A influência de qualquer Estado específico na ordem política global é fortemente condicionada pelo nível e sua riqueza e a conexão entre esta e a força militar. Entretanto, os Estados fazem derivar seu poder das capacidades de soberania. Eles não operam como “máquinas econômicas”, mas como atores ciosos de seus direitos territoriais, preocupados com a promoção de culturas nacionais, e tendo envolvimentos geopolíticos estratégicos com outros Estados ou alianças comerciais e políticas de Estados.  O sistema de Estados-nação participa há muito tempo da característica de reflexividade da modernidade.  

Uma especificidade da natureza dialética da globalização é o “empurra e puxa” entre tendências voltadas à centralização, inerente à reflexividade do sistema de Estados por um lado e a soberania de Estados específicos por outro. Assim, a ação planejada entre países a respeito de algumas coisas diminui a soberania individual das nações envolvidas, embora ao combinar seu poder de outras maneiras, ela aumenta sua influência dentro do sistema de Estados. O mesmo vale para os antigos congressos que, em conjunção com a guerra, definiam e redefiniam as divisas dos Estados – e para agências realmente globais como as Nações Unidas. A influência geral da Organização das Nações Unidas ainda limitada pelo fato de não ser territorial e ter acesso significativo aos meios de violência, não é obtida apenas através de uma diminuição da soberania. Por fracas que algumas das novas nações possam ser econômica e militarmente, sua emergência como Estados-nação assinala um ganho líquido em soberania e a questão da territorialidade em comparação com as circunstâncias anteriores.

Ao discernir aspectos gerais das coalescências entre o uso do poder militar e a soberania dos Estados, encontramos o mesmo “puxa e empurra” entre tendências opostas notadamente como antes. A globalização do poder militar não se limita obviamente ao armamento e às alianças entre as forças armadas de Estados diferentes: ela também diz respeito à própria guerra. Numa era de armamento nuclear, a industrialização da guerra chegou a um ponto em que a obsolescência da principal doutrina de Clausewitz tornou-se clara para todos. A única razão para se manter armas nucleares, afora seu valor simbólico na política mundial é impedir que os outros a tenham. Ao fim e ao cabo desta estratégia as duas superpotências em particular se engajam no que pode ser chamado, segundo Giddens (1991), de “guerras orquestradas” em áreas periféricas de força militar. Para referir-se aos confrontos militares com os governos de outros Estados ou com movimentos de guerrilha, ou ambos, nos quais as tropas da superpotência não estão necessariamente engajadas, mas onde há força, é uma influência organizadora principal.

O Filme A Cura (A Cure For Wellness, EUA, 2017), dirigido por Gore Verbinski, apresenta o protagonista Dane De Haan que interpreta Lockhart, um jovem operador de mercado financeiro (cf. Hilferding, 2011) que é enviado para buscar um executivo de sua empresa em um retiro remoto nos Alpes Suíços, “local famoso entre milionários por suas fontes de águas milagrosas”. Entre uma hidroterapia e outra, Lockhart descobre que o misterioso Spa, assim como a técnica da “cura”, estão envoltos segredos sinistros. As cenas iniciais do filme caracterizam o perfil do jovem executivo bem sucedido Lockhart (Dane DeHaan) indo para uma clínica na Suíça atrás do figurão da empresa por motivos corporativos. A sequência de imagens vistas como “paradoxo de consequências não intencionais” é algo que gera uma insatisfação em quase todas as cenas. Os elementos são bem sugeridos, como se fossem feitos por um Wes Anderson em depressão, onde a relação com a natureza, por exemplo, não introduz desordem, é outra forma de ordenar, de coreografar nova miniatura de efeitos. É um cineasta norte-americano, produtor, roteirista e ator. Seus filmes são reconhecidos pelos seus visuais excêntricos e pelo estilo de narrativa. Anderson foi indicado na categoria de Melhor Roteiro Original em The Royal Tenenbaums (2001), Moonrise Kingdom (2012) e em O Grande Hotel Budapeste em 2014. Ele recebeu sua primeira indicação como Melhor Diretor e ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme - Comédia ou Musical pelo The Grande Budapest Hotel em 2014. Aliás, a ter consequência alguma será a de tornar mais autoconsciente os planos frontais e as formas panorâmicas do cinema de Wesley Wales Anderson, nascido em 1969, que parece ter ficado aqui bastante mais desprotegido, e talvez destapado. A vila próxima à clínica é bisonha e caracterizada pelo estereótipo de “aldeões introvertidos” que se esgueiram pelos cantos das janelas, pois a clínica “é em si um castelão à la Frankenstein”.

Dane DeHaan nasceu em Allentown, Pensilvânia. Filho de Jeff DeHaan, um programador de computador, e Cynthia, nascida Boscia, uma executiva da Knolls Móveis. DeHaan estudou na Emaús High School (Emaús, Pensilvânia) por três anos, e transferiu-se para a University of North Carolina School of the Arts (UNCSA) em seu último ano. Ele se formou na University of North Carolina School of the Arts em 2008. Fundada em 1963 como a Escola de Artes da Carolina do Norte pelo então governador Terry Sanford, foi o primeiro conservatório público de artes nos Estados Unidos da América. A ideia da Escola de Artes da Universidade da Carolina do Norte foi iniciada em 1962 por Vittorio Giannini, um importante compositor norte-americano e professor de composição na Juilliard, no Curtis Institute of Music e na Manhattan School of Music, que se aproximou do então governador Terry Sanford. e contou com a ajuda do autor John Ehle e William Sprott Greene, Jr. e Martha Dulin Muilenburg de Charlotte, Carolina do Norte, “para apoiar seu sonho de um conservatório de artes”. Fundos estaduais foram apropriados e um Comitê do Conservatório da Carolina do Norte foi estabelecido.

A Escola de Artes tornou-se uma instituição constituinte da Universidade da Carolina do Norte em 1972. Em 2008, o conselho de administração da instituição votou por unanimidade para mudar o nome da escola de “Escola de Artes da Carolina do Norte” para “Escola de Artes da Universidade da Carolina do Norte” para aumentar seu perfil. A mudança de nome e a melhor adequação à realidade, foi posteriormente aprovada pelo Conselho de Governadores da Universidade da Carolina do Norte, Senado da Carolina do Norte, Câmara dos Representantes da Carolina do Norte e pelo governador Mike Easley. Vittorio Giannini foi o fundador e primeiro presidente da Escola. Sua visão da educação artística moldou a UNCSA em seu início e continua a influenciá-la hoje. Giannini serviu como presidente da instituição incipiente até sua morte em novembro de 1966. Uma resolução datada de 3 de dezembro de 1966 pelo Conselho de Curadores e o Governador presta homenagem a Giannini como o fundador da Escola, observando “Quando era um sonho, ele procurou um lar para ele e ajudou a criá-lo. Quando era uma instituição infantil, ele lhe deu estrutura e design”. O compositor vencedor do Prêmio Pulitzer, Robert Ward, tornou-se o segundo presidente da UNCSA após a morte de Vittorio Giannini.

A escola é proprietária e opera o Stevens Center no centro de Winston-Salem e é credenciada pela Associação Sul de Faculdades e Escolas. A escola consiste em cinco escolas profissionais: Escola de Dança, Escola de Design e Produção, incluindo um Programa de Artes Visuais HS, Escola de Teatro, Escola de Cinema e Escola de Música. E em 2012, casou com a atriz Anna DeHaan Wood. Dane DeHaan começou sua carreira nos palcos como substituto de Haley Joel Osment no renascimento de curta duração da Broadway American Buffalo. Em 2008, ele fez sua estreia na televisão, convidado para um episódio de Law & Order Special Victims Unit e sua estreia no cinema em 2010 John Sayles “Amigo”. Ele estrelou como Jesse na 3ª temporada de In Treatment e interpretou Timbo na 4ª temporada de True Blood. Em 2012, DeHaan estrelou o filme de drama camcorder Chronicle, mas a opção por uma perspectiva originada unicamente de câmeras subjetivas não é nova, e como Cricket em Lawless (2012). Em 2013 como Lucien Carr, em Kill Your Darlings (2013), com Daniel Radcliffe, um papel que teve considerável aclamação da crítica cinematográfica. Em 2014, estrelou no filme The Amazing Spider-Man 2, como Harry Osborn.

A Cure for Wellness é um filme de horror psicológico de 2016 dirigido por Gore Verbisnki e roteirizado por Justin Haythe, baseado na história coescrita por Haythe e Verbinski, onde ambos foram inspirados pela novela de Thomas Mann, The Magic Mountain, de 1924. Estrelando Dane DeHaan, Jason Isaacs e Mia Goth, o enredo é sobre um jovem executivo que é enviado para salvar um colega de trabalho de um misterioso centro de reabilitação nos Alpes suíços. Com uma coprodução norte-americana, alemã e luxemburguesa, o filme foi rodado em diversas localidades na Alemanha, incluindo o Castelo de Hohenzollern em Baden-Württemberg. O filme foi lançado em 17 de fevereiro de 2017 pela 20th Century Fox e recebeu diversos tipos culturais de críticas, que enquanto elogiavam o visual, cinematografia, performance e a sua ambição, criticavam a sua duração, o seu roteiro e estrutura. A trama é centrada em Lockhart (Dane DeHaan), que trabalha em Nova York e recebe uma missão: ir até a um Spa localizado nos Alpes Suíços e trazer o Sr. Penbroke (Henry Groener), Chief Executive Officer (CEO) importante o cargo que está no topo da hierarquia operacional de uma empresa.

O CEO tem a responsabilidade social de executar as diretrizes propostas pelo Conselho de Administração, que por sua vez é composto por representantes dos acionistas da empresa. Mas um CEO da empresa que simplesmente não quer mais deixar o local, por se sentir “bem melhor”. Logo após chegar ao centro de saúde, administrado pelo Dr. Volmer (Jason Isaacs), Lockhart sofre um acidente, que acaba por prolongar sua estadia para tratar de seus ferimentos. Só que o rapaz começa a desconfiar de que algo está errado por causa do estranho comportamento de alguns funcionários e pacientes, a maioria deles como Penbroke: idosos que estão em busca de uma cura prometida pelo médico Volmer. Suas suspeitas ficam ainda maiores quando ele reconhece Hannah (Mia Goth), uma garota que guarda misteriosos segredos sobre sua intimidade. Lockhart decide investigar o que está acontecendo no SPA, mas à medida que tenta avançar em suas descobertas, sua sanidade começa a ser seriamente questionada, que pode levá-lo a um caminho sem volta.

A sigla SPA advem do nome “Salus Per Aquam”, uma expressão latina que significa “saúde pela água”. Tradicionalmente, os Spas eram estâncias balneares ou hotéis, localizados fora das cidades, procurados por pessoas que “se hospedavam por um período em busca de descanso e de cuidados com a saúde”. Outra teoria, que não contradiz a primeira, é que o termo SPA provém da Antiguidade, quando nos tempos da Roma Antiga, a aristocracia romana tinha o hábito de frequentar a estância hidromineral da cidade de Spa, uma cidade e um município da Bélgica localizado no distrito de Verviers, província de Liège, região da Valônia. Está situada a cerca de 35 km a sudoeste da cidade de Liège e a 45 km a sudoeste da cidade alemã de Aachen. A cidade é famosa pelas suas termas desde os tempos da Roma Antiga, quando era chamada Aquae Spadanae, denominação possivelmente relacionada com spargere (“lançar aqui e ali, espalhar”). A afirmação de que a palavra “Spa”, seja um acrônimo da expressão latina “Salus per aquam”, ou, “Sanitas per aquam” parece de bom fundamento sociológico. Na Idade Média, as águas de Spa eram procuradas desde o século XIV, quando ganharam fama por suas supostas propriedades medicinais, era referida como Espa, fonte, em valão. Durante a carnificina da 1ª guerra mundial o exército alemão lá estabeleceu o seu quartel-general.

Atração competitiva e turística da cidade é o circuito automobilístico de Spa-Francorchamps, onde se disputa o formalmente denominado Formula 1 Rolex Belgian Grand Prix, a 12ª etapa da temporada de 2021 da Fórmula 1. Foi disputado em 29 de agosto de 2021 no Circuito de Spa-Francorchamps, em Spa, Bélgica. Os antigos romanos e os otomanos usavam as termas, além de espaço terapêutico, também como um lugar praticado para relaxamento do corpo e também de socialização das ideias. Atualmente, nas cidades e na cultura do urbanismo o Spa é um estabelecimento comercial que dispõe de estrutura específica para oferecer aos clientes tratamentos de saúde, beleza e bem-estar social. Hoje em dia, além da hidroterapia, como banhos de imersão (ofurô), encontra-se também opções de massagens relaxantes, sauna, exercícios antiestresse, como meditação, yoga etc. Para redução do peso a hidroterapia, oferece a técnica de reeducação alimentar e treinamentos físicos, além de aparelhos de estética. Existem os chamados Spa Urbano, ou Day Spa, localizados nas cidades onde os clientes podem usufruir por algumas horas dos serviços e da tranquilidade de um verdadeiro Spa, porém sem hospedagem. Essa cidade está localizada na província de Liège, no leste da Bélgica. Suas águas termais eram reconhecidas pelas suas propriedades clínicas curativas.

            Segundo Miguel Forlin, no artigo intitulado: A Cura - O Horror Literário e Cinematográfico (2017) “o filme te deixa aflito o tempo todo”. Por isso segundo o analista uma palavra para definir esse filme é: aflição. Lockart, que para conseguir uma promoção, descumpre leis tributárias, que podem leva-lo à cadeia, foi enviado para busca-lo, mas logo percebe que o tal Spa, está mais para o hospício com tratamentos suspeitos e pessoas que apresentam uma certa demência. No caminho até, de carro, ele descobre através do motorista uma espécie de lenda sobre o terreno onde a instalação foi construída, que gera ódio dos habitantes do local contra a construção do retiro.  A presença de Hannah (Mia Goth), uma jovem introspectiva que difere muito dos demais pacientes, em sua maioria de idosos, é mais um impulso irradiado que faz Lockart querer desvendar os segredos do lugar, mas ele encontra inúmeras barreiras argutas na equipe do Dr. Valmer (Jason Isaacs), que está parecido com o personagem na Netflix. O problema abstrato do conhecimento teórico e prático é que o mistério e background que dão à história, não fazem parte do quebra-cabeça, pois é o próprio quebra-cabeça per se.   

Escrito por Justin Haythe, a partir de uma história autoral concebida por ele e Gore Verbinski, o roteiro de A Cura (2017), se apoia em uma estrutura simples: ao encontrar um lugar misterioso, o sujeito começa a investigar por contra própria os segredos daquele ambiente. O primeiro desses elementos é o protagonista, o típico anti-herói, aceitando ignorante o establishment, inquestionável, alienado membro da sociedade. Ele luta para se conformar, tentando se opor ao modus operandi ao mesmo tempo que, talvez, reúne-se a outros estranhos com quem dará voz a suas questões. Mas é caracterizado pelo outro como arrogante, excessivamente ambicioso, impaciente e egoísta. Porém, ele é vulnerável emocionalmente. Essa dualidade é essencial para a existência de uma conexão emocional entre o público e a percepção sobre o papel desempenhado pelo protagonista, pois, ao passo que sentimos torpor dos seus traumas e vulnerabilidades, também o admiramos pela sua expressiva coragem. Outro elemento que merece ser mencionado é o comentário social que flutua sutilmente: opulência material e sucesso profissional podem ser ilusórios (cf. Hilferding, 2011). E ainda no terceiro ato, quando os mistérios são solucionados, há uma rima temática brilhante que desvela a relação entre a promiscuidade financeira do “mundo corporativo” com a promiscuidade sexual da antiga aristocracia.

Muito mais poderia ser dito sobre o tema do entrelaçamento de confiança, tato e poder em encontros com não íntimos, mas neste aspecto social a confiabilidade, particularmente baseados num relacionamento de longo prazo, substanciam as credenciais que tornam cada um fidedigno aos olhos do outro. A confiabilidade relativa aos mecanismos de “desencaixe” é diferente, embora a fidedignidade seja ainda central e as credenciais certamente estejam envolvidas. Em certas circunstâncias, a confiança em sistemas abstratos não pressupõe encontro algum com os indivíduos ou grupos que são de alguma forma “responsáveis” por eles. Mas na grande maioria das instâncias tais indivíduos ou grupos que estão envolvidos. São os encontros com eles por parte das relações estabelecidas pelos outros que amarra os pontos de acesso aos sistemas abstratos que para Giddens são o terreno comum dos compromissos “com rosto e sem rosto”. O essencial da argumentação é que a natureza das instituições modernas está profundamente ligada ao mecanismo da confiança em sistemas abstratos, especialmente confiança em sistemas peritos. É uma questão crucial de cálculo de vantagem e risco em circunstâncias onde o conhecimento perito simplesmente não proporciona esse cálculo, mas na verdade cria (ou reproduz) o universo de eventos como resultado contínuo desse próprio conhecimento.

            Ninguém pode sair completamente do plano de análise dos sistemas abstratos envolvidos nas instituições. É sempre bom saber do que se fala. Os compromissos com rosto tendem a ser dependentes do que pode ser chamado de “postura dos representantes ou operadores do sistema”. Na maioria dos sistemas educacionais contemporâneos, o ensino da ciência começa sempre pelos “princípios primeiros”, mas nem sempre vistos pela classe como conhecimentos sendo mais ou menos indubitável. Se alguém permanece aprendendo ciência, desenvolvendo per se por tempo excessivo poderá ser introduzido a questões contenciosas, ou tornar-se plenamente cônscio da falibilidade potencial de todas as reivindicações ao conhecimento como ciência. A ciência tem assim por longo tempo mantido uma imagem de conhecimento fidedigno que se verte numa atitude de respeito para com a maioria das formas de especialidade técnica. Ao mesmo tempo, contudo, as atitudes leigas ocorridas na sociedade em relação à ciência e ao conhecimento técnico são em geral tipicamente ambivalentes. Trata-se de uma ambivalência que reside no âmago de todas as relações de confiança, seja em sistemas abstratos, seja em experimentos reais.

Pois é tácito que só se exige confiança onde há ignorância – ou das reivindicações de conhecimento de peritos técnicos ou das reivindicações de conhecimento de peritos técnicos ou dos pensamentos e intenções de pessoas íntimas com as quais se conta. A ignorância, entretanto, sempre fornece terreno para o ceticismo ou pelo menos cautela. As representações populares da perícia técnica e científica mesclam geralmente respeito com atitudes de hostilidade ou medo, como nos estereótipos do técnico sem senso de humor com pouco conhecimento das pessoas comuns, ou do cientista louco. Profissões cuja reivindicação a um conhecimento especializado é vista sobretudo como um círculo fechado, tendo uma terminologia aparentemente inventada para obstruir o leigo – como ocorre com advogados e sociólogos – tendem a ser vistas com uma visão particularmente deformada. O respeito pelo conhecimento técnico existe comumente em conjunção com uma atitude pragmática para com sistemas abstratos, baseada em atitudes de ceticismo ou reserva. Muitas pessoas, por assim dizer, fazem uma “barganha com a modernidade” em termos de confiança que concedem às fichas simbólicas e sistemas peritos.

A natureza da barganha é governada por misturas específicas de deferência e ceticismo, alívio e medo. Embora não possamos escapar completamente do impacto das instituições modernas, dentro do amplo escopo de atitudes de aceitação pragmática, muitas orientações possíveis podem existir (ou coexistir, em verdadeira ambivalência). Um indivíduo pode escolher mudar-se para uma área diferente, por exemplo, do que tomar água fluoretada, ou tomar água engarrafada ao invés de água da torneira. Seria uma atitude extremada, contudo, recusar completamente a água encanada. A confiança é diferente do “conhecimento indutivo fraco”, mas a fé que ela envolve não pressupõe sempre um ato consciente de compromisso. Em condições de modernidade, atitudes de confiança para com sistemas abstratos são via de regra rotineiramente incorporadas à continuidade das atividades da vida cotidiana e são em grande parte reforçadas pelas circunstâncias intrínsecas das atividades do dia a dia. A confiança é menos um “salto para o compromisso” do que uma aceitação nas quais outras alternativas estão descartadas.

Atitudes de confiança, assim como de “falta de confiança”, para com sistemas abstratos específicos são passíveis de ser fortemente influenciadas por experiências em pontos de acesso, por atualizações de conhecimentos que, através dos meios e processos de comunicação e de outras fontes, são proporcionadas tanto para os leigos como para os cargos técnicos. O fato de que pontos de acesso são locais de tensão entre ceticismo leigo e perícia profissional faz deles reconhecidas “fontes de vulnerabilidade para sistemas abstratos”. Antes de considerar mais diretamente as circunstâncias em que a confiança é reforçada ou perdida, temos que complementar a discussão com uma análise da confiança em pessoas ao invés de sistemas. Isto nos leva a questões que têm a ver com a psicologia da confiança. Há certos aspectos da confiança real e de processos de desenvolvimento abstrato da personalidade que parecem se aplicar historicamente a todas as culturas, pré-modernas e modernas. A segurança ontológica é uma forma, mas uma forma muito importante, de sentimentos de segurança no sentido amplo. A expressão se refere à crença que a maioria dos seres humanos tem na continuidade de sua autoidentidade e na constância dos ambientes de ação social e material. Uma sensação da fidedignidade de pessoas e coisas, tão central à noção de confiança, é básica nos sentimentos de segurança ontológica; daí os dois serem relacionados psicologicamente de forma tão íntima.

A fé no amor de seus protetores é a essência daquele salto dialético ao compromisso que a confiança básica e todas as formas de confiança pressupõe. Se fizermos a ligação deste aspecto aos percursos históricos, a confiança, a segurança ontológica, e um sentimento da continuidade das coisas e outras pessoas permanecem intimamente ligados entre si na personalidade adulta. A confiança nos outros é uma necessidade psicológica de um tipo persistente e recorrente. Tirar segurança da fidedignidade ou integridade de outros é uma espécie de ranhura emocional que acompanha a experiência de ambientes familiares sociais e materiais. A segurança ontológica e a rotina estão intimamente vinculadas, através da influência útil e difusa do hábito. Nos próprios compromissos com rosto, a manutenção da confiança básica é realizada através do monitoramento crônico do olhar, da postura corporal, da gesticulação e das convenções da conversação ortodoxa. Há circunstâncias em que a ausência de confiança poderia ser caracterizada adequadamente como desconfiança, tanto a respeito de sistemas abstratos como de pessoas. O termo “desconfiança” se aplica mais facilmente mediante o exame de relações quando falamos da conduta de um agente, como um sistema, indivíduo ou tipo de indivíduo específico.

No que toca aos sistemas abstratos, desconfiança significa ser cético a respeito, ou ter uma atitude ativamente negativa para com as reivindicações de perícia que o sistema incorpora. No caso pessoal significa duvidar ou desacreditar das reivindicações de integridade que suas ações personificam ou demonstram. A forja da confiança é a própria condição do reconhecimento da identidade clara de objetos e pessoas. A “desconfiança” é um termo muito fraco para expressar a antítese da confiança básica, o elemento focal num conjunto generalizado de relações para com os ambientes social e físico. Em seu sentido mais profundo, a antítese de confiança é, portanto, um estado de espírito que poderia ser melhor sumariado como angst ou pavor existencial.  Se existem traços da psicologia da confiança que são universais, ou quase universais, há também contrastes fundamentais entre as condições das relações de confiança que devemos considerar nas culturas pré-modernas e modernas, pois não é apenas a confiança que devemos considerar, mas amplos aspectos das conexões entre confiança e risco, e entre segurança e perigo. O caráter abstruso e extenso das descontinuidades entre instituições justifica a tentativa abstrata, embora inevitavelmente envolvidas em simplificações excessivas. Isto porque como ocorre com a conexão inerente com a ausência, a confiança como valor social está sempre vinculada a modos de organizar interações fidedignas através do tempo-espaço, embora as conexões de parentesco sejam frequentemente de tensão e conflito irremediável. 

Bibliografia geral consultada. 

ASSOUN, Paul-Laurent, Freud y Nietzsche. México: Fondo de Cultura Económica, 1980; GIDDENS, Anthony, As Consequências da Modernidade. São Paulo: Fundação Editora Unesp, 1991; BECHERIE, Paul, Genesis de los Conceptos Freudianos. Buenos Aires: Ediciones Paidós, 1998; LE BRETON, David, Compreender a Dor. Lisboa: Editor Estrela Polar; 1995; FOUCAULT, Michel, Nietzsche, Freud, Marx. Madrid: Editora El Cielo Por Asalto, 1995; TEIXEIRA, Leônia Cavalcante, “O Lugar da Literatura na Constituição da Clínica Psicanalítica em Freud”. In: Psychê. Ano IX, nº 16. São Paulo. Julho-dezembro de 2005; pp. 115-132; GARCIA-ROZA, Luiz Alfredo, Freud e o Inconsciente. 23ª edição. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2008; DAMASCENO, Maurício Henriques, Origem Filosófica e Significado Metapsicológico do Conceito de Pulsão de Morte em Freud. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2008; HILFERDING, Rudolf, Il Capitale Financiario. Milano: Editore Mimesis, 2011; KNEIPP, Sérgio Ribeiro, A Influência da Linguagem Cinematográfica na Moderna Prosa de Horror: Um Estudo de Caso, O Iluminado, de Stephen King. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Literatura. Brasília: Universidade de Brasília, 2011; MATOS, Manuel Cadafaz, “Os Teólogos D. Frei Gaspar do Casal (1510-1584) e Frei Francisco (c. 1522-1581) e a Edição Internacional de suas Obras”. In: Lusitania Sacra 29, jan.-jun. 2014; pp. 121-141; MELO, Petra Pastl Montarroyos de, Cinema do Medo: Um Estudo sobre as Motivações Espectatoriais diante dos Filmes de Horror. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Comunicação. Centro de Artes e Comunicação. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2017; VENTURA, Dalia, “Freud e as Enguias: O Enigma que Levou Psicanalista a Procurar por Meses os Testículos desses Animais”. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/05/01/2021; NISTAL, Matheus, Pesquisa das Poli avança na procura de cura para doenças neurológicas. In: https://aun.webhostusp.sti.usp.br/2022/10/20/MOTA, André; MARINHO, Maria Gabriela Silva Martins da Cunha (Coord.), Artes de Curar e Práticas de Saúde: Circularidades, Institucionalidades e Repressão. São Paulo: Hucitec Editora, 2022; entre outros.

domingo, 20 de março de 2022

Mads Mikkelsen - Polar - Efeitos de Poder na Cinematografia.

 

Os atores são muito bons em não revelar nada”. Mads Mikkelsen

             

O filme Polar narra a história fantástica do assassino internacional Black Kaiser, o personagem titular da História em Quadrinhos de Victor Santos em 2009, quando ele é forçado a deixar sua aposentadoria após uma tentativa de assassinato contra sua vida. A história, descrita como “desoladora”, apresenta uma personagem Femme fatale, um arquétipo feminino ou personagem modelo usado muito na literatura e cinema do gênero policial e no drama europeu. A mulher fatal geralmente seduz e também engana o herói e outros homens, casuais ou não, para obter algo que eles não dariam livremente, e uma grande quantidade de sangue coagulado, e é ambientada em uma paisagem gelada. A webcomic é notável comunicação por sua falta de diálogos e balões de fala, e apresenta um estilo minimalista em cores, sendo “renderizado inteiramente em preto, branco e laranja”. Víctor Santos tornou-se reconhecido por criar várias histórias em quadrinhos, como Filthy Rich (2020) e The Mice Templar (2009), antes de começar a fazer o upload de Polar como uma webcomic em 2012. Ele idealizou o protagonista de Polar, Black Kaiser, para uma HQ de ação noir em 2010. Black Kaiser foi inspirado por Jim Steranko da SHIELD quadrinhos, e Santos descreveu a criação como “mistura clássicos da Marvel livros, Trevanian romances, Bourne filmes e mangá ação”. James Steranko é um artista gráfico, ilustrador de quadrinhos, escritor, historiador e autor. 

Ele nasceu em Reading, Pensilvânia, nos Estados Unidos da América. Seus mais famosos trabalhos nos quadrinhos foram realizados nos anos de 1960: ele desenhou o agente secreto Nick Fury para a Marvel Comics, série iniciada na revista Strange Tales e depois em título próprio do personagem. Steranko foi reconhecido pelas inovações que trouxe à arte sequencial durante a chamada Era de Prata dos Quadrinhos, introduzindo elementos do surrealismo, Op art, Pop-art e Design gráfico. Ele ganhou o Prêmio Eisner em 2006. De acordo com sua biografia autorizada, os avós de Jim Steranko emigraram da Ucrânia e se estabeleceram na Pensilvânia. O pai de Steranko começou a trabalhar em minas aos 10 anos de idade e se tornou ferreiro quando adulto. A infância de Steranko transcorreu na época da Grande Depressão. O pai de Steranko e cinco tios possuíam talento para a música e formaram uma banda nos anos de 1930, que tocou na rádio local. A função de um designer gráfico é atribuir significados ao artefato por meio de sua aparência, ou seja, o profissional induz o usuário a ver o artefato de determinada maneira, associando-lhe conceitos abstratos como estilo, status e identidade

O designer gráfico é, convenientemente, um conhecedor e utilizador das mais variadas técnicas e ferramentas de desenho, mas não só. Tem como principal moeda de troca a habilidade para aliar a sua capacidade técnica à crítica e ao repertório conceitual, sendo fornecedor de matéria-prima intelectual, baseada numa cultura visual, social e psicológica. Não é apenas um mero executante, mas sim um condutor criativo que tem em vista um objetivo comunicacional alcançado quase sempre por meio de metodologias projetuais que o auxiliam a projetar. O estudo do design gráfico esteve ligado a outras áreas do conhecimento técnico e científico como a Psicologia, Teoria da Arte, Comunicação Social, Ciência da Cognição, entre muitas outras específicas. No entanto o design gráfico possui um conhecimento próprio que se desenvolveu através da sua história, mas tem se tornado mais evidente nos últimos anos. Algo que pode ser percebido pela criação de cursos de doutorado e mestrado, específicos sobre design, no Brasil e no resto do mundo. No primeiro caso resulta o movimento artístico com início por volta de 1930, tendo como precursor o pintor e escultor húngaro Victor Vasarely. 

As obras da Op Art apresentam diferentes figuras geométricas, em preto e branco ou coloridas, combinadas de tal modo que provocam no espectador sensações de movimento, sobretudo, quando muda-se o ponto de observação. Destacam-se como principais pintores deste movimento histórico e social Victor Vasarely, Alexandre Calder, Josef Albers e Richard Anuszkiewicz. O movimento perdurou por algumas décadas e logo foi superado pelo Pop Art, movimento artístico que se desenvolveu na Inglaterra e Estados Unidos da América (EUA) no final dos anos 1950, período marcado pelo reerguimento das grandes sociedades industriais afetadas pelos efeitos da 2ª guerra mundial (1939-1945), representa a distinção histórica do termo Pop Art do inglês Popular Art significa Arte Popular, produzida pelos veículos de comunicação.  Representava um retorno a arte figurativa. Inspirada na chamada “cultura de massa” criticava os prazeres da sociedade consumista que se formava no contexto pós-guerra. Os artistas recorriam à ironia para elaborar a crítica do que estetizava o excesso de consumo, tais como os provenientes da esfera publicitária, do cinema, dos quadrinhos e de áreas afins. 

Quanto mais pujante for a ignorância, mais sujeira irá produzir na condução de sua própria vida. O problema está ganhando uma dimensão perigosa por causa da mudança tecnológica e descartável no perfil do lixo. Um dos maiores problemas é que em grande parte das sociedades homens e mulheres pensam que basta jogar o lixo na lata e o problema da sujeira vai estar resolvido. Nada disso. O problema social só começa aí! O lixo é caro, gasta energia, leva tempo para decompor e, claro, demanda muito espaço. O lixo é um problema mundial, só no Brasil são produzidas 90 milhões de toneladas de lixo por ano, e cada pessoa abastada produz, em média, 300 kg de lixo anualmente. Tal referência estatística é necessária, tendo em vista o crescente número de denúncias, matérias, protestos e dos tipos de repúdio da sociedade civil, que tomaram conta das mídias sociais, além da imprensa dominante organizada. Essa conscientização, materializada pela conduta proativa geral, mas também determinante, das autoridades competentes, tem levado a questão a ser cada vez mais apreciada pelo judiciário.

A pobreza mais severa se encontra nos países ditos “subdesenvolvidos”, mas esta existe em todas as regiões. Nos países imperialistas, “manifesta-se na existência de sem-abrigo e de subúrbios pobres”. A pobreza pode ser vista como uma coletividade de pessoas pobres, grupos e mesmo de nações. Para evitar este estigma, essas nações são chamadas ideologicamente “países em desenvolvimento”. A pobreza pode ser absoluta ou relativa. A pobreza absoluta refere-se a um nível que é consistente ao longo do tempo e entre países. Um exemplo de um indicador de pobreza absoluta é a percentagem de pessoas com uma ingestão diária de calorias inferior ao mínimo necessário de 2 000/2 500 quilocalorias. O Banco Mundial define a pobreza extrema como viver com menos de 1 dólar dia, em paridade do poder de compra e pobreza moderada como viver com entre 1 e 2 dólares norte-americanos por dia. Estima-se que 1 bilhão e 100 milhões de pessoas a nível mundial tenham níveis de consumo inferiores a 1 dólar norte-americano por dia e que 2 bilhões e 700 milhões tenham um nível inferior a 2 dólares.

Quase todas as cidades enfrentam diversos tipos de problemas que vão da questão da saúde à necessidade de trabalho, dentre os quais a expectativa quanto maior a cidade mais as adversidades são acentuadas, embora persista a ideia de Jacques Le Goff, como estudioso da cidade como lugar de troca de diálogo, como lugar de segurança, como lugar de poder e de aspiração à beleza. Diante desta afirmativa, um dos problemas que mais se destaca nas cidades não deveria ser a questão do lixo residual, principalmente o sólido. As cidades emitem uma enorme quantidade de lixo e grande parte desses detritos não são processados; o excedente vai sendo armazenado em proporções alarmantes. O problema cresce gradativamente, e quantitativamente devido ao elevado número de pessoas que se tornam cada vez mais distante da consciência ecológica no mundo e o grande estímulo ao consumo na perspectiva presente nas sociedades que avançam para o sujeito pós-moderno. Ou como diz a escritora Lya Luft, “deve ser o nosso jeito de sobreviver – “não comendo lixo concreto, mas engolindo esse lixo moral e fingindo que está tudo bem”. Existem cidades sujas. Não sabem tratar o seu lixo moral.

Youri Messen-Jaschin é um artista de origem letã, língua báltica do grupo indo-europeu, nascido em 1941 em Arosa, na Suíça. É em 1967 em Göteborg, que encontra durante uma exposição no Modern Art Museum de Göteborg, Jesús-Rafael Soto, Carlos Cruz-Diez e Júlio Le Parc. Ao falar com estes artistas, descobre o seu fascínio pela arte óptica (Op art). É a partir daqui que decide dedicar todas as suas investigações no sentido da arte cinética. Suas esculturas são enriquecidas pelo movimento e expostas de forma livre e deslocamento no espaço e complementadas por sons concretos, pois o movimento desencadeia sons. Especialista entre outras técnicas do “body art painting”, expõe o seu trabalho em clubes e em exposições ou em locais sombrios que são iluminados com lâmpadas UV, cobrindo-o em quatro horas com corpos nus de cores psicodélica, uma manifestação da mente que produz efeitos profundos sobre a experiência consciente e biológicas, sem perigo para a pele. Bridget Riley nasceu em Londres, no ano de 1931. Estudou na Golsmith`s School of Art em Londres, em 1952 a 1955. Sua primeira exposição individual ocorreu em 1962 na Gallery One. Em 1955, Riley se formou com um diploma de bacharel. 

Entre 1956 e 1958, ela cuidou de seu pai, depois que ele se envolveu em um sério acidente de carro, e ela sofreu um colapso. Depois disso, trabalhou em uma loja de material comercial de vidro e também, por um tempo, ensinou crianças. Ela finalmente se juntou a agência de publicidade J. Walter Thompson, como ilustrador, onde trabalhava a tempo parcial até 1962. A grande exposição Whitechapel Gallery de Jackson Pollock, no inverno de 1958, era ter um grande impacto sobre ela. Seus primeiros trabalhos foram figurativos com um estilo semi-impressionista. Entre 1958 e 1959 seu trabalho agência de publicidade viu adotar um estilo de pintura com base na técnica pontilhista. Por volta de 1960 começou a desenvolver a sua assinatura estilo Op Art consiste em padrões geométricos em preto e branco que exploram o dinamismo da vista e produzir um efeito desorientador no olho. No verão de 1960 ela visitou a Itália com o mentor Maurice de Sausmarez, e os dois visitaram a Bienal de Veneza com a sua grande exposição de obras futuristas.  No início de sua carreira, Riley trabalhou como professora de arte. Em 1961, com Peter Sedgley, ela visitou o planalto Vaucluse, no sul da França, e adquiriu uma fazenda, que acabaria transformada em um estúdio. De volta a Londres, na primavera de 1962, Riley recebeu sua primeira exposição individual, de Victor Musgrave do Studio One.

Jim Steranko começou a desenhar muito jovem. Isto é bom. Estudou quadrinhos dominicais e as populares “tiras diárias”, principalmente as que traziam a arte de Milton Caniff, Alex Raymond, Hal Foster e Chester Gould. Seus tios lhe davam revistas de Walt Disney e Superman. Durante a adolescência, quando das férias escolares ele se apresentou em circos, em números de ilusionismo e escapismo que aprendera com seu pai. Na escola, ele participou da equipe de ginástica, atuando nas argolas e nas barras paralelas. Depois lutaria boxe e a disciplinar esgrima. Aos 17 anos, Steranko foi preso por roubar carros. Chico Buarque um ao menos. Qual adolescente não se viu contagiado no meio urbano pelos rachas também chamado popularmente de pega, é uma forma de corrida ilícita praticado em áreas urbanas, rural ou rodovias com automóveis e também poderosas motocicletas. O grupo de rock and roll Bill Haley and his Comets iniciou carreira na vizinha Filadélfia, Pensilvânia e Steranko, que se encontrava aos 20 anos de idade tocava guitarra, tornou-se amigo do guitarrista de Haley Frank Beecher. Nessa época, Steranko trabalhava como artista durante o dia para uma gráfica de Reading, criando e desenhado panfletos para os clubes suburbanos mobilizados que utilizavam-se de dança locais comercialmente, enquanto a noite se apresentava como músico. Bill Haley & His Comets representou uma banda de rock and roll que teve início nos anos 1950 e que continuou até a morte de Bill Haley em 1981. É também reconhecida pelos nomes Bill Haley and The Comets e Bill Haley`s Comets.

 Foi um dos primeiros grupos de músicos brancos a levar o rock às grandes plateias norte-americanas e ao redor do mundo. Seu líder, Bill Haley, era um músico de country; depois de gravar uma versão country de “Rocket 88”, uma canção de R&B considerada o primeiro Rock and Roll gravado, ele mudou seu estilo para um novo som chamado rockabilly. Embora diversos integrantes do Comets tenham ficado famosos, foi Bill Haley quem permaneceu como o astro. Com sua postura energética ao palco, muitos fãs consideram-nos tão revolucionários para sua época quanto os comparativamente Beatles e os Rolling Stones foram para as suas. Após cinco anos tentando a Marvel Comics, em 1965 Steranko entrou para os quadrinhos através da Harvey Comics, com o editor Joe Simon quando foi contratado para criar uma linha de super-heróis para a editora que se tornara reconhecida com seus personagens infantis, como o Gasparzinho. Para Simon e Harvey Comics, Steranko criou os heróis Spyman, Magicmaster e o Gladiador. Ele mostrou seu Secret Agent X para a Paramount, como um projeto de animação para a TV e se encontrou com o editor da Marvel Stan Lee. Steranko conseguiu arte-finalizar duas páginas de Jack Kirby para uma ilustração típica de “Nick Fury”, publicado pela primeira vez em 1970 pela Supergraphics numa edição limitada do Steranko Portfolio One e 30 anos depois na coleção Nick Fury, Agent of S.H.I.E.L.D. Ele começou desenhando 12 páginas de Nick Fury, Agent of S.H.I.E.L.D., criada por Stan Lee e Jack Kirby (1917-1994), que criaram juntos vários personagens clássicos dos quadrinhos, que trouxe as inventivas parafernálias eletrônicas e equipamentos como o Porta-aviões aéreo Helicarrier - um dirigível da organização SHIELD, além dos androides Life Model Decoy e automóveis com uso de airbags.

Esta invenção é muito mais do que uma espécie de almofada feita de nylon e que possui internamente uma espécie de explosivo que vai formar uma reação química, responsável por gerar um gás que vai encher o airbag. Segundo o professor Baltus Bonse, as primeiras patentes surgiram nos Estados Unidos da América nos anos 1950. Usava-se sistemas baseados em ar comprimido, que não conseguiam inflar os airbags primitivos de forma eficaz. A organização terrorista Hydra também surgiu nessas histórias. Durante todos os anos do Universo Cinematográfico da Marvel, o nome Hydra (ou Hidra) já apareceu algumas vezes. É uma organização terrorista da Marvel Comics, cujo nome inicial era A Besta, algo que não foi oficializado nas HQs. A organização surgiu quando extraterrestes com aparência reptiliana vieram a Terra e corromperam uma sociedade asiática. Steranko começou a desenhar e arte-finalizar os trabalhos de Jack Kirby em Strange Tales #151 em dezembro de 1966, quando se incumbiu das capas de Nick Fury e, raro entre os artistas, a escrever as histórias a partir do nº 155. Não por acaso, Nick Fury, Agent of S.H.I.E.L.D se tornou um dos marcos da Era de Prata.

No caso brasileiro, em particular, posteriormente, também passaram a colaborar professores de outras universidades ou núcleos de pesquisas, como o Prof. Araújo da Fundação Armando Alvarez Penteado e Faculdades Santa Marcelina), Regina Giora da Universidade Mackenzie, Glória Kreinz do Núcleo de Divulgação Científica José Reis e Roberto Elísio dos Santos do Centro Universitário Municipal de São Caetano do Sul), que hoje ocupa a função de vice-coordenador. Possui um acervo com HQs de diversos países, porém não é aberta ao público, apenas para pesquisadores da Universidade. Os títulos podem ser pesquisados no site, também possível acessar edições digitais da revista Quadreca, fundada na década de 1970 pela professora Sônia Luyten. Em 2011, realiza a I Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos. Em 2013, durante a segunda edição do evento, são lançados três livros pela Criativo Editora: Os Pioneiros no Estudo de Quadrinhos no Brasil, Intersecções Acadêmicas – Panorama das Primeiras Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos e Histórias em Quadrinhos e Práticas Educativas,  a Editora inaugura um selo em parceria com o Observatório.

O Editor acabou perdendo o interesse pelo gibi (negrinho), embora Víctor Santos ainda tivesse várias narrativas sobre o personagem. Santos começou a trabalhar em Polar depois de terminar seu trabalho em Godzilla: Kingdom of Monsters para IDW Publishing em 2011 e enquanto esperava o roteiro de The Mice Templar. Ele afirmou que geralmente trabalha em seus próprios projetos durante as pausas, de modo que “nunca [passa] muito tempo sem desenhar”. Em outubro de 2014, a Dark Horse Comics anunciou que Polar: Came From the Cold seria adaptado para um “filme de ação ao vivo”, produzido como uma colaboração entre a divisão de entretenimento da editora e a Constantin Film. Um roteiro específico para o filme foi escrito por Jayson Rothwell, e as empresas esperavam poder começar a filmar o filme na primavera de 2015. Em outubro de 2017, foi anunciado que Mads Mikkelsen estrelaria o thriller de ação Polar. O diretor sueco Jonas Åkerlund dirigiu a adaptação de Rothwell a partir da história em quadrinhos “Polar: Came From the Cold” (2013) de Victor Santos. A Mister Smith Entertainment estreou o longa-metragem para compradores no American Film Market, que ocorrido em 1º de novembro de 2017 em Santa Monica, condado da Califórnia, Estados Unidos da América.

Mads Mikkelsen nasceu na cidade de Copenhague em 22 de novembro de 1965. É reconhecido ator dinamarquês, conceituado por sua presença em filmes independentes e balancear trabalhos estrangeiros específicos com os já consagrados hollywoodianos. Originalmente um ginasta e dançarino, começou sua carreira como ator em 1996. Obteve fama com o personagem Tonny da trilogia cult Pusher, de filmes produzido na Dinamarca em 1996, dirigido por Nicolas Winding Refn. O primeiro filme deu origem a mais dois filmes que formam uma trilogia sobre o mundo das drogas em Copenhagen na capital da Dinamarca. O segundo filme é Pusher II (2004) e o último Pusher III (2005), onde fica caracterizado a marca em seu papel do policial impetuoso, mas sensível, e também de Allan Fischer, na série de televisão dinamarquesa de suspense Rejseholdet. Criado por Peter Thorsboe, escritor e diretor, reconhecido por Krystalbarnet (1996), Rejseholdet (2000), Livvagterne (2009). Também ganhou notoriedade na televisão norte-americana ao estrelar a série extraordinária Hannibal (2013), quando interpretou o serial-killer Hannibal Lecter na série psicológica. É considerado uma figura marcante da Dinamarca, membro sênior do Reino da Dinamarca, descrito pelo The New York Times como “uma estrela, um axioma, um rosto do cinema dinamarquês ressurgente”.

A Escola Nacional de Cinema e também o Instituto de Cinema da Dinamarca sociologicamente criaram estrutura horizontal e de liderança comunicativa. A Dinamarca produz filmes desde 1897 e desde a década de 1980 mantém um fluxo constante de produtos devido em grande parte ao financiamento do Danish Film Institute, apoiado pelo Estado. Historicamente, os filmes dinamarqueses são reconhecidos por seu realismo, presença de temas religiosos e morais, franqueza sexual e inovação técnica. Diretores de filmes cinematográficos que ganharam fama internacional, como Lars von Trier, Bille August, Thomas Winterberg e Nicolas Winding Refn, merecem rasgados elogios que recebem, mas o determinante para o sucesso nacional do cinema do país como seu modelo de organização, no qual a cooperação no trabalho é o ponto chave e central. Polar é um filme teuto-estadunidense articulado sobre formas de ação, suspense e policial, dirigido por Jonas Åkerlund, com roteiro da série de graphic novels escritas e ilustradas por espanhol cartunista Victor Santos. Estrelado por Mads Mikkelsen, Vanessa Hudgens, Katheryn Winnick e Matt Lucas, na Netflix em 25 de janeiro de 2019.

As facilidades direcionadas ao público em geral incluem uma livraria e uma cinemateca, além de um museu dedicado ao cinema do país. O instituto é um órgão do Ministério da Cultura da Dinamarca. Seu diretor atual é Henrik Bo Nielsen. Integra o European Film Promotion, uma rede de organizações ligadas ao cinema com o intuito de divulgar a produção do continente. O Instituto de Cinema da Dinamarca foi fundado em 1972, substituindo a Fundação Dinamarquesa de Cinema (Den Danske Filmfond). Em 1996 uma nova Lei fundiu o Instituto de Cinema com a Statens Filmcentral e o Museu Nacional de Cinema da Dinamarca. O Instituto de Cinema da Dinamarca foi fundado em 1972, substituindo a Fundação Dinamarquesa de Cinema. Em 1996 uma nova Lei fundiu o Instituto de Cinema com a Statens Filmcentral e o Museu Nacional de Cinema da Dinamarca. O Instituto de Cinema da Dinamarca (Det Danske Filminstitut) é a agência nacional responsável pelo suporte e incentivo ao cinema e à cultura, e conservação deste material de interesse nacional. É reconhecido como Filmhuset (The House of Film), localizada em Gothersgade, na região central de Copenhague.

O cinema dinamarquês na década de 1990 foi dominado por Lars von Trier. Seus filmes Europa, Breaking the Waves, The Idiots e Dancer in the Dark receberam grande atenção internacional e foram indicados a vários prêmios. O Dogme 95 Collective chamou a atenção do mundo ocidental do cinema internacional com seus estritos “votos de castidade” ou regras para cineastas que forçam os cineastas a se concentrarem na pureza da história e nas performances dos atores, em vez de efeitos especiais e outros dispositivos cinematográficos. O primeiro filme Dogme 95, The Celebration (Festen), dirigido por Thomas Vinterberg, recebeu muitos prêmios no circuito internacional de festivais de cinema e foi nomeado pela Los Angeles Film Critics Association e pelo New York Film Critics Circle como “o melhor filme de língua estrangeira filme do ano”. Os membros do Dogme 95 Collective eram von Trier, Vinterberg, Kristian Levring e Søren Kragh-Jacobsen. Embora o movimento Dogme 95 tenha se originado na Dinamarca, cineastas de todo o mundo logo experimentaram as diretrizes rígidas e buscaram a certificação para seus filmes como Dogme. Além disso, o próprio filme Dogma de Lars von Trier, Idioterne (1998), iniciou uma onda separada de filmes mainstream de arte com sexo não simulado. Lars von Trier também fez história ao ter sua empresa Zentropa sendo a primeira empresa de cinema mainstream do mundo “a produzir filmes pornográficos hardcore”.

Três desses filmes, a saber: Constance (1998), Pink Prison (1999) e o crossover adulto/mainstream All About Anna (2005), foram realizados principalmente para um público exclusivo feminino e foram extremamente bem sucedidos na Europa, com os dois primeiros sendo diretamente responsáveis pela “legalização da pornografia em março de 2006 na Noruega”. O cinema dinamarquês continua a ser influenciado positivamente pelo Estado através do bem-sucedido Danish Film Institute (DFI), fundado em 1972. É a agência nacional de cinema e cultura cinematográfica do Ministério da Cultura. DFI apoia o desenvolvimento, produção e distribuição de filmes e administra os arquivos nacionais. Os programas de apoio também se estendem à educação cinematográfica de coproduções internacionais e à promoção internacional em festivais de cinema. Apenas uma semana antes de vencer em Göteborg, A House Made of Splinters recebeu o World Cinema Documentary Directing Award em seu lançamento mundial em Sundance. – “As in Heaven” estreou no Festival de Cinema de Toronto e ganhou duas Conchas de Prata em San Sebastian de Melhor Diretor para Tea Lindeburg, o primeiro dinamarquês a ganhar este prêmio, e de melhor desempenho para Flora Ofelia Hofmann Lindahl, dividindo o prêmio com Jessica Chastain. São conhecidos os vencedores do Festival de San Sebastián, que este ano vai na sua 58ª edição. O Festival Internacional de Cinema de San Sebastián decorreu de 17 a 25 de setembro, no País Basco espanhol, em San Sebastián.

A DFI Film House é aberta ao público e abriga a Cinemateca nacional. Inclui uma biblioteca, um arquivo de fotos e pôsteres e um arquivo de filmes. A DFI apoia a produção de 20-25 longas-metragens e 25-30 documentários e curtas-metragens todos os anos. Existem três tipos de apoio: o esquema do comissário de cinema, o esquema de mercado e o esquema de desenvolvimento de talentos na New Danish Screen. A DFI incentiva parcerias internacionais e permite 5-9 coproduções menores em longas-metragens e 4-6 coproduções menores em documentários por ano. Uma pedra angular da política cinematográfica dinamarquesa é financiar filmes infantis e juvenis para os quais 25% de todos os subsídios são alocados. DFI recebeu críticas por falta de inovação - notavelmente, Dogme 95 aconteceu apesar do financiamento do Film Institute - e às vezes é acusado de nepotismo e compadrio, por exemplo, quando o comissário de cinema Mikael Olsen de 1998 a 1999 deu luz verde a 28 milhões de coroas de dinheiro de subsídio para seu amigo de infância Peter Aalbæk Jensen, depois passou a trabalhar para ele “em uma posição de alto escalão”. O Danish Film Institute, no entanto, também alcançou um alto nível de profissionalismo, mesmo que mais ou menos reservado para alguns gêneros e empresas de produção selecionados, principalmente Nordisk Film, Zentropa e Nimbus Film. Em fevereiro de 2008, a Nordisk Film comprou metade da Zentropa, que coproduz com a Nimbus Film, mas esses monopólios financiados por impostos e sancionados pelo Estado raramente são desaprovados na Dinamarca.

Gothersgade corre ao longo do antigo curso original da Muralha Oriental do antigo Anel de Fortificação de Copenhague. Originalmente Ny Kongensgade, literalmente “Rua do Novo Rei”, foi estabelecido por volta de 1647 depois que a Muralha Oriental foi tomada em uma direção mais ao norte para expandir a cidade fortificada com uma grande área nova reconhecida como Nova Copenhague. Nesse ponto, a rua só ia até o local da atual Estação Nørreport, onde se encontrava como fortificações a nordeste do North City Gate. Em 1870, após o desmantelamento das fortificações e o nivelamento dos seus terrenos, a rua foi alargada em seu comprimento atual. Em 1892, a primeira usina pública de eletricidade de Copenhague, a Gothersgade elektriske Centralstation, foi inaugurada na esquina de Gothergade e Adelsgade. Foi instalado atrás das fachadas das casas em direção a Gothergade e era incomum por sua localização central. Foi ampliado e modernizado diversas vezes. Contudo, desde 1994 ela funciona apenas como subestação de distribuição de eletricidade e aquecimento central. Em 1920-1930, uma seção de Gothersgade dos Jardins do Castelo de Rosenborg ao Lago Sortedam foi ampliada.

Castelo é um tipo de estrutura fortificada, construída na Europa e Oriente Médio durante a Idade Média pelos nobres europeus. A palavra castelo é definida pelos estudiosos, como sendo a residência particular fortificada de um lorde ou nobre, sendo diferente de palácio, que não é fortificado; é diferente também de fortaleza, que nem sempre é a residência da nobreza; e é também diferente de um assentamento fortificado, que era uma estrutura de defesa coletiva, embora existam muitas semelhanças entre todos estes tipos de construção. O uso do termo na história nacional tem se modificado aplicado a diferentes estruturas como os castros. Durante novecentos anos em que os castelos foram construídos, tiveram uma grande variedade de formas, com muitas características diferentes, tais como defesas por muralha, e seteiras, que eram as mais comuns. Uma inovação europeia, foram os castelos originados depois da queda do Império Carolíngio no século X, cujo território foi dividido entre lordes e príncipes. 

Eram construídos castelos para controlar a área circunvizinha a eles. Eram estruturas tanto defensivas como ofensivas, formando assim bases a partir das quais poderiam partir as invasões, bem como a proteção contra inimigos. Embora tivessem uma estrutura estritamente militar, frequentemente muito bem enfatizada pelos estudiosos, também serviram como centros de administração e símbolos eficazes de poder. Os castelos urbanos são pontos estratégicos para dominar a população local e para marcar importantes rotas de viagem. Os castelos rurais eram normalmente localizados próximos a recursos que eram parte integrante da vida na comunidade, como moinhos e terras férteis. Originalmente os materiais para a construção de um castelo eram terra e madeira, mas posteriormente foram substituídos por pedras. Os primeiros castelos geralmente exploravam as defesas naturais, não usando torres, seteiras e dependiam de uma torre de menagem central. 

No final do século XII e início do XIII, a defesa do castelo se tornou mais complexa. Isso acarretou na proliferação de torres, com ênfase no enfileiramento do poder de fogo. Muitos castelos mais recentes eram poligonais ou dependiam de uma defesa com formato concêntrico – uma série de defesas dentro de uma das outras que maximizavam o potencial de ataque do castelo. Essas inovações defensivas apareceram dos aperfeiçoamentos tecnológicos das Cruzadas, como as fortificações concêntricas, e igualmente inspirados por sistemas de defesa mais antigos, tais como os fortes romanos. Nem todos os elementos arquitetônicos dos castelos eram de natureza militar, por exemplo os fossos passaram de uma estrutura com funções defensivas para um símbolo de poder. Alguns castelos grandiosos foram construídos para impressionar os visitantes e se destacarem na paisagem. 

Embora a pólvora tenha sido introduzida na Europa no século XIV, não foi até o século XV que a estrutura do castelo foi abalada pela inovação militar, quando a artilharia teve poder de fogo o suficiente para destruir muralhas de pedra. Mesmo que os castelos continuassem a ser construídos até o século XVI, o surgimento de novas tecnologias armamentistas, como os canhões, tornou-os locais indesejáveis e inseguros de se viver. Como resultado, os castelos entraram em declínio e foram substituídos por fortes sem qualquer papel administrativo. No século XVIII ocorreu um renascimento no interesse pelos castelos com a reconstrução destes sem qualquer propósito militar, como parte da tradição romântica e do revivalismo gótico. Sem processo, Rosenborg Barracks foi encurtado e a casa de baía de duas frentes de Brø 1788 do Castelo de Rosenborg foram diminuídas em frente de 1788 Castelo de Rosenborg demolidas. É a rua principal da seção da estação Kongens abandonada.

O Castelo Rosenborg (Rosenborg Slot) é um castelo de pequenas dimensões erguido em Copenhagen, capital da Dinamarca. O castelo foi construído para servir em 1606, e representa bem a arquitetura do período do rei Christian IV. Passou por algumas reformas e ampliações, chegando à atual arquitetura em 1624. Até 1710, o castelo era usado como residência da família real, mas após o reinado de Frederick IV, foi utilizado como tal em dois momentos, em 1794, quando o Palácio de Christiansborg sofreu um incêndio, e em 1801, quando os ingleses invadiram Copenhagen. Atualmente está aberto ao público para visitas de turistas. Contém um acervo importante com objetos da família real, que vão do século XV ao século XIX, incluindo as Joias da Coroa Dinamarquesa. A ideia de que os atores são muito bons em não revelar nada, segundo Mads Mikkelsen, é definida por um esquema anátomo-cronológico do comportamento humano. A disciplina procede em primeiro lugar à distribuição dos indivíduos no espaço. 

A disciplina às vezes exige a utilização da cerca, da especificação de local heterogêneo a todos os outros ao redor e fechado em si mesmo. Houve o grande “encarceramento” dos vagabundos e dos miseráveis; houve outros mais discretos, mas insidiosos e eficientes. O modelo de Convento se impõe pouco a pouco; o Internato aparece como o regime de educação senão o mais frequente, pelo menos o mais perfeito; torna-se obrigatório em Louis-le-Grand quando, depois da partida dos jesuítas, fez-se um colégio-modelo. É preciso fixar o exército, essa massa vagabunda; impedir a pilhagem e as violências; acalmar os habitantes que suportam mal as tropas de passagem; evitar os conflitos, as autoridades civis; fazer cessar as deserções; controlar as despesas. A ordenação de 1719 prescreve a construção de várias centenas de quartéis, imitando os já organizados na propícia região sul do país; por isso o encarceramento neles será estrito. Em 1745 quartéis estão em 320 cidades aproximadamente; e se estimava mais ou menos 200. 000 homens a capacidade total dos quartéis em 1755. Ao lado das oficinas espalhadas criam-se grandes espaços para fomentar as indústrias, homogêneos e bem-delimitados: as manufaturas reunidas primeiro, depois as fábricas, na segunda metade do século XVIII.

A fábrica parece claramente um Convento, uma fortaleza, uma cidade fechada; o guardião “só abrirá as portas à entrada dos operários, e depois que houver soado o sino que anuncia o reinício do trabalho”; quinze minutos depois, ninguém mais terá o direito de entrar; no fim do dia, os chefes da oficina devem entregar as chaves ao grande suíço da fábrica que então abre as portas. É porque, à medida que se concentram as forças de produção, o importante é tirar delas o máximo possível de vantagens e neutralizar seus inconvenientes: roubos, interrupção do trabalho, agitações e “cabalas”; de proteger os materiais e ferramentas e de dominar as forças de trabalho. Estes trabalham o espaço de maneira muito mais flexível e mais fina.  E em primeiro lugar segundo o princípio da localização imediata ou do quadriculamento. Cada indivíduos no seu lugar; e cada lugar um indivíduo. Evitar as distribuições por grupos; decompor as implantações coletivas; analisar as pluralidades confusas, maciças ou fugidias. O filósofo Michel Foucault (2014; 2021) defende a tese segundo a qual “o espaço disciplinar tende a se dividir em tantas parcelas quanto corpos ou elementos há a repartir”. 

É preciso anular os efeitos sociais das repartições indecisas. O desaparecimento descontrolado dos indivíduos, sua circulação difusa, sua coagulação inutilizável e perigosa. É preciso instaurar um sucedâneo das “comunicações úteis”, interromper outras, poder a cada instante vigiar o comportamento de cada um, apreciá-lo, sancioná-lo, medir as qualidades e os méritos. A disciplina organiza o espaço analítico. A regra das localizações funcionais é clara e sua institucionalização caminha pouco a pouco, nas instituições disciplinares, para codificar um espaço que a arquitetura deixava geralmente livre e pronto para a diversidade de usos. Lugares determinados se definem para satisfazer não só às necessidades de vigiar, de romper as comunicações perigosas, mas também de criar um espaço útil. O processo comunicativo aparece claramente nos hospitais militares e marítimos. Na França, parece que Rochefort servia de experiência e de modelo. Um porto, e um porto militar, é, com circuitos de mercadorias, de homens alistados pelo bem da sociedade ou à força bruta, marinheiros embarcando e desembarcando, de doenças e de epidemias, um lugar de deserção, de contrabando, de contágio: encruzilhada de misturas perigosas, cruzamento de circulações proibidas. O hospital marítimo deve cuidar, mas deve ser um filtro. Um dispositivo que afixa e quadricula; tem que realizar uma apropriação sobre essa mobilidade e esse formigar humano decompondo a confusão da ilegalidade e do mal. 

A vigilância médica das doenças e dos contágios é solidária de controles sociais, econômicos e políticos: militar sobre os desertores, fiscal as mercadorias, administrativos os remédios, as rações, os desaparecimentos, as curas, as mortes, as simulações e a necessidade de distribuir e se dividir o espaço com rigor. A mais recente produção dessas adaptações é o filme Polar, da Netflix estrelado por Mads Mikkelsen, inspirado em uma graphic novel homônimo publicada pela Dark Horse e escrita pelo quadrinista Víctor Santos. Essencialmente, o trabalho de Santos é muito similar ao Sin City (2005) de Miller, título de série de histórias em quadrinhos escrita por Frank Miller e publicados no formato de film noir. Todavia, com o “quadrinista usando ilustrações em preto e branco e uma violência exacerbada”. Entretanto, quando a Netflix pegou o material de Santos e o adaptou para a tela da TV, o resultado foi uma obra bem diferente da graphic novel original. Na realidade, são poucos os pontos de semelhanças entre as duas obras, de modo que o diretor do filme, Jonas Åkerlund, tomou diversas liberdades no momento de adaptação. O trabalho parece buscar referências como John Wick (2014), longa-metragem que apresenta “uma história similar à de Polar”, mas ambos mostram um ex-assassino de aluguel voltando à ativa, enquanto é caçado por assassinos enviados por um homem poderoso. As décadas de 1940-50 foram o período clássico do film noir

Alguns historiadores do cinema consideram Stranger on the Third Floor (1940) como o primeiro film noir genuíno. Touch of Evil (1958), de Orson Welles é comumente citado como o último filme do período clássico do noir. Alguns estudiosos do cinema acreditam que o film noir talvez nunca tenha acabado realmente, mas apenas perdido temporariamente a popularidade para, mais tarde, ser revivido de uma maneira um pouco diferente. Outros críticos - talvez a maioria - não consideram autênticos os filmes feitos fora do período clássico. Esses críticos consideram o genuíno film noir como pertencente a um ciclo ou período e creem que os filmes subsequentes, que tentaram reviver os filmes clássicos, são diferentes, pois os criadores são conscientes do estilo “noir”, o que os diretores dos film noirs originais talvez não fossem. Filmes desta categoria social compreendida como maldita ou de “subgênero” eram produções de “baixo orçamento”, sem atores de grande prestígio na mídia global.

Alguns diretores e roteiristas foram mesmo perseguidos políticos durante o macartismo dos anos 1940 até meados de 1950 e impedidos de trabalhar nos grandes estúdios de Hollywood. Assim, colaboravam, sob pseudônimo, nessas produções baratas. Os mais populares exemplos de film noir giravam em torno de uma mulher de virtudes questionáveis e eram também conhecidos por bad girl movies. Enquanto os filmes dos grandes estúdios demandavam mensagens mais positivas, nos filmes noir, os protagonistas podiam ser personagens fracos e moralmente ambíguos, enquanto os personagens secundários raramente possuíam alguma profundidade ou autonomia. Era regra nos filmes A o uso de iluminação sofisticada, interiores luxuosos e sets de filmagem externas ricamente elaborados. Ipso facto o film noir ficou reconhecido por narrar dramas inteligentes e austeros permeados por temáticas circunscritas ao niilismo, desconfiança, paranoia e cinismo, em ambientes realistas urbanos e utilizando-se de técnicas como narração confessional e movimentos de câmera com o ponto-de-vista do protagonista. Gradativamente, o estilo noir influenciou a estética do cinema de fora de Hollywood.

John Wick representa uma franquia de mídia neo-noir norte-americana de suspense e ação criada pelo roteirista Derek Kolstad e estrelada por Keanu Reeves como John Wick, um ex-assassino que é “forçado a voltar ao submundo do crime que havia abandonado”. O primeiro filme foi lançado em outubro de 2014; duas sequências já foram lançadas. A franquia, de propriedade da Lionsgate, começou com o lançamento de John Wick em 2014, seguido das sequências, John Wick: Chapter 2 em 10 de fevereiro de 2017 e John Wick: Chapter 3 – Parabellum em 17 de maio de 2019. Todos os três filmes foram considerados sucessos de crítica e comercial cinematográfica, com um faturamento coletivo de mais de US $ 587 milhões em todo o mundo consumidor. Uma quarta parte, John Wick: Capítulo 4, está em “pós-produção” e tem data de lançamento em 24 de março de 2023. Uma quinta parte também está em desenvolvimento e foi originalmente planejada para ser filmada back-to-back com a sequeência do quarto filme. John Wick (Keanu Reeves) nasceu Jardani Jovonovich na Bielorrússia. Era órfão e foi levado pela Máfia Russa Tarasov e criado como assassino. Era tão implacável que o chefe da máfia Viggo Tarasov o temia. No primeiro filme, Wick foi aposentado da máfia por cinco anos. Há uma hierarquia de assassinos em ambos os longas-metragens, a qual deve ser seguida à risca para que não ocorram confusões maiores nesse mundo simbólico violento.

Máfia Russa sociologicamente é a denominação generalizada dada a quaisquer dos grupos criminosos organizados que surgiram na União Soviética, principalmente na Rússia, no final da década dos anos 1980. Outras denominações genéricas para estes grupos são Bratva (“A Irmandade”), de contexto social informal, Organizatsiya (“A Organização”), uma denominação coletiva formalizada e Vory v Zakone (Bandidos dentro da Lei), eufemismo utilizado para se referir a um grupo restrito de indivíduos pertencentes a esses grupos, normalmente os mais bem sucedidos dentro a hierarquia criminal. A grande maioria destes estão atualmente extintos, após um período de grande influência na no decorrer da década de 1990. Entre as organizações mafiosas estão a Tambovskaia, de São Petersburgo, as gangues de Balashikhinski, Orekhov e Solntsevo, de Moscou, a Uralmash, de Ecaterimburgo e a Chetchenskaia, da Chechênia. Os reconhecidos grupos criminosos russos são o Círculo dos Irmãos, com atividades no Oriente Médio, África e América Latina, o Nevski, com atividades nos Estados Unidos, e o Obtshak-Ühiskassa, aliado à máfia da Finlândia.

Ao se afastar do material original Jonas Åkerlund faz algo muito interessante: ele possibilita que a sua obra sobreviva concomitantemente com a obra dos quadrinhos sem que as duas necessariamente se equiparem. São duas produções distintas, aproximadas apenas por uma premissa básica de “um assassino que precisa fazer algo para sobreviver”. É uma forma de preservar duas visões diferentes de um mesmo conceito: de um lado, a visão de Santos exposta nos quadrinhos, de estilismo, e a visão Åkerlund, mais limpa e bem adequada, por outro lado, ao público de serviço de streaming parece esperar. O Polar de Åkerlund também não é um novo John Wick, pois ambos os filmes seguem caminhos diferentes em suas abordagens, com finais distintos e interações sociais diversas entre personagens. O Polar de Åkerlund e da Netflix é uma obra própria. Mas na adaptação, ela cria a expectativa do público em comparar por um Polar fiel aos quadrinhos ou, talvez, por um John Wick que pretende a substituição de Mikkelsen no lugar de Keanu Reeves. Mikkelsen é responsável por dar uma representação específica à adaptação da Netflix.

Nas entrevistas concedidas na edição intitulada no Brasil: Microfísica do Poder (2021), Michel Foucault faz a seguinte observação. - Em Vigiar e Punir o que eu quis mostrar foi como, a partir dos séculos XVII e XVIII, houve verdadeiramente um desbloqueio tecnológico da produtividade do poder. As monarquias da Época Clássica não só desenvolveram grandes aparelhos de Estado – Exército, polícia, administração local -, mas instauraram o que se poderia chamar uma nova “economia” do poder, isto é, procedimentos que permitissem fazer circular os efeitos de poder de forma ao mesmo tempo contínua, ininterrupta, adaptada e “individualizada” em todo o corpo social. Essas novas técnicas são, ao mesmo tempo, muito mais eficazes e mito menos dispendiosas (menos caras economicamente, menos aleatórias em seu resultado, menos suscetíveis de escapatórias ou de resistências) do que as técnicas até então usadas e que repousavam sobre uma mistura de tolerâncias mais ou menos forçadas (desde o privilégio reconhecido até a criminalidade endêmica) e de cara ostentação (intervenções espetaculares e descontínuas do poder cuja forma mais violenta era o castigo “exemplar”, pelo fato de serem excepcional). Durante muito tempo o intelectual dito “de esquerda” tomou a palavra e viu reconhecido o seu direito de falar enquanto um dono da verdade e da justiça.

Há muitos anos que não se pede mais ao intelectual que desempenhe esse papel. Um novo modo de “ligação entre a teoria e a prática” foi estabelecido. Os intelectuais se habituaram a trabalhar não no “universal”, no “exemplar”, no “justo e verdadeiro-para-todos”, mas em setores determinados, em pontos precisos em que os situavam, seja suas condições de trabalho, seja suas condições de vida (a morada, o hospital, o asilo, o laboratório, a universidade, as relações familiares ou sexuais). Certamente com isso ganharam uma consciência muito mais concreta e imediata das lutas. E também encontraram problemas que eram específicos, “não universais”, muitas vezes diferentes daqueles do proletariado ou das massas. E, no entanto, se aproximaram deles, creio eu, diz Foucault, por duas razões. Porque se tratava de lutas reais, materiais, cotidianas, e porque encontravam com frequência, mas em outra forma, o mesmo adversário do proletariado, do campesinato ou das massas (as multinacionais, o aparelho jurídico e policial, a especulação imobiliária etc.). É o que eu chamaria de intelectual “específico” por oposição ao intelectual “universal”. Essa figura nova tem outra significação política: permitiu se não soldar, pelo menos rearticular categorias vizinhas, até então separadas.  

Jonas Åkerlund nascido em 10 de novembro de 1965 é um diretor de videoclipes sueco. Ele é reconhecido pelo estilo de seus videoclipes, que muitas vezes são formas de zombar de trailers de filmes e curtas-metragens. Seu vídeo para a canção de Madonna, Ray of Light, ganhou um Grammy de Melhor Vídeo Musical, formato curto, e um recorde de sete prêmios no MTV Vídeo Music Awards 1998, incluindo o de Vídeo do Ano. Em 2010 ele dirigiu o vídeo de Lady Gaga, Telephone, com Beyoncé, Doritos Late Night Who`s That Chick? dia e noite, versões com Rihanna e David Guetta, Who`s That Chick? com Rihanna. Åkerlund era um membro da banda de Black metal sueca Bathory de 1983 a 1984. Ele encontrou a fama como diretor de vídeo principal da dupla pop sueca Roxette. Em 1998, ele trabalhou com Madonna para a canção Ray of Light e, trabalhando com bandas reconhecidas como Metallica, Christina Aguilera, U2, Blink-182, P!nk, Rammstein e Lady Gaga. Ele dirigiu o vídeo para a música do Smashing Pumpkins, uma banda de rock alternativo norte-americana formada em Chicago em 1987: Try, Try, Try, na forma de um curta-metragem. Ele também trabalhou na produção tanto do designer quanto da fotografia para o álbum do Roxette Room Service, em 2001.

Em 2002 estreou seu primeiro filme de longa-metragem, Spun. Dirigiu anúncios recentes para a companhia varejista sueca de vestuário MQ e da repaginação da canção Devo Watch Us Work It, utilizada em comerciais da Dell Computers. O seu mais recente trabalho foi com Britney Spears, com o vídeo de Hold It Against Me que teve ótimas críticas. Ele se tornou um colaborador de longa data da cantora pop Madonna, tendo trabalhado em vídeos de música tais como American Life, que foi retirado das TV`s devido ao seu conteúdo gráfico da Guerra do Iraque, e “Jump”. Ele também dirigiu o documentário I`m Going to Tell You a Secret (2004) e o concerto especial para a televisão The Confessions Tour: Live from London (2007). Entre seus trabalhos mais recentes estão o vídeo da polêmica canção da banda Rammstein “Pussy” e o vídeo de Lady Gaga com a participação na produção da também cantora Beyoncé na música “Telephone”. Em 2011, trabalhou no clipe de Britney Spears, Hold it Against Me, curiosamente um dos mais criticados neste cenário positivamente e negativamente da carreira de Britney Spears e de Joe Jonas.

Ao viver o protagonista Duncan Vizla, o ator adiciona ao personagem camadas e mais camadas de “personalidade” que o tornam pouco similar ao anti-herói específico de sangue frio dos quadrinhos. Mikkelsen transforma Duncan em um personagem redondo, com grande profundidade, e faz isso se adaptando às diferentes necessidades do filme: quando uma cena é mais calma, ele transforma Duncan em um homem bem paciente e civilizado; quando é uma cena de ação, ele não mede esforços em sair por aí com diversas armas na mão e atirando para todos os lados para deter seus inimigos. O filme Polar se torna uma espécie de lição sobre adaptações em quadrinhos. É um filme que mostra que é possível encontrar novas saídas na forma como se adapta uma obra, independente do fato do material original ter ou não um estilo próprio bastante atraente. É verdade que, ao abandonar diversas características de estilo da graphic novel, o filme cria para si próprio novos problemas. A direção de Åkerlund inventa novas formas de criar imagens tão chocantes quanto às dos quadrinhos. Imagens que sejam impactantes para que o espectador sinta todo o ambiente violência simbólica que toma conta do mundo de Polar.

Felizmente, Åkerlund consegue fazer isso em cenas de ação bem coreografadas e com a ajuda de Mikkelsen, cria um filme bastante memorável. O diretor foge da simples imitação da obra original e cria algo novo, algo que pode fazer parte do mundo atual no qual as remixagens e adaptações livres são predominantes. Na questão abstrata das  distribuições da vigilância fiscal, para Foucault, tanto quanto econômica precedem as técnicas de observação médica: localização dos medicamentos em caixas fechadas, registro de sua utilização; um pouco mais tarde é estabelecido um sistema para verificar o número real de doentes, sua identidade, as unidades de onde procedem; depois se regulamentam suas idas e vindas, são obrigados a ficar em suas salas; a cada leito é preso o nome de quem se encontra nele; todo indivíduos tratado é inscrito num registro que o médico deve consultar durante a visita; mais tarde virão o isolamento dos contagiosos, os leitos separados. Um espaço administrativo e político se articula em terapêutico, como ocorre nas universidades; tende a individualização dos corpos, as doenças, os sintomas, as vidas e as mortes; constitui um quadro real de singularidades justapostas e distintas. Nasce da disciplina um espaço útil exclusivamente do ponto de vista médico.

Na disciplina, os elementos físicos são intercambiáveis, pois cada um se define pelo lugar que ocupa na série, e pela distância que o separa dos outros. A unidade não é, portanto, nem o território (unidade de dominação), nem o local (unidade de residência), mas a posição na fila; o lugar que alguém ocupa numa classificação, o ponto em que se cruzam uma linha e uma coluna, o intervalo numa série de intervalos que se pode percorrer sucessivamente. A disciplina, arte de dispor em fila, e da técnica para a transformação dos arranjos. Ela individualiza os corpos por uma localização que não os implanta, mas os distribui e os faz circular numa rede social de relações. As disciplinas, organizando as “celas”, os “lugares” e as “fileiras” criam espaços complexos: ao mesmo tempo arquiteturais, funcionais, hierárquicos. São espaços contíguos que realizam a fixação e permitem propriamente a circulação; recortam segmentos individuais e estabelecem ligações operatórias; marcam lugares e indicam valores; garantem a obediência dos indivíduos, mas também uma melhor economia de tempo e dos gestos.

São espaços mistos: reais, que regem a disposição dos edifícios, de salas, de móveis, mas ideais, pois projetam sobre essa organização caracterizações, estimativas, hierarquias. A primeiras das grandes operações da disciplina é a constituição de “quadros vivos” que transformam as multidões confusas, inúteis ou perigosas em multiplicidades organizadas. O tempo controla o corpo e com ele todos os controles minuciosos do poder. O homem de tropa é um fragmento de espaço móvel, antes de ser uma coragem ou honra. O corpo se constitui como peça de uma máquina multissegmentar. São também peças as várias séries cronológicas (cf. Jung, 1991) que a disciplina deve combinar para formar um tempo composto. O tempo de uns se deve ajustar ao tempo de outros de maneira que se possa extrair a máxima quantidade de forças de cada um e combiná-la num resultado ótimo. Pode-se dizer que a disciplina produz, um quadro espetacular de movimentação a partir dos corpos que controla, originam-se quatro tipos de individualidades no continente europeu, ou antes uma individualidade dotada de quatro características: é celular, pelo jogo de repartição espacial, é orgânica, pela codificação das atividades, é genética, pela acumulação do tempo, é combinatória, pela composição das forças sociais.

E para tanto, utiliza quatro grandes formas técnicas: constrói quadros; prescreve manobras; impõe exercício; enfim, para realizar a combinação das forças, organiza as “táticas”, segundo o estratagema: corpo útil, corpo inteligível. A tática, arte de construir, com os corpos localizados, atividades codificadas e as aptidões formadas, aparelhos em que o produto das diferentes forças se encontra majorado por sua combinação calculada é sem dúvida a forma mais elevada da prática disciplinar. Nesse saber, os teóricos do século XVIII viam o fundamento geral de toda a prática de guerra militar, inclusiva desde o controle e o exercício dos corpos individuais, até a utilização das forças específicas às multiplicidades mais complexas. Arquitetura, anatomia, mecânica, economia do corpo disciplinar. É possível que fomentar a guerra seja como estratégia seja a continuação da política. Se há uma série guerra-política que passa pela estratégia, há uma série exército-política que passa pela tática. É a estratégia que permite compreender a guerra como uma maneira de conduzir a guerra entre os Estados; é a tática que permite compreender o exército como um princípio para manter a ausência da guerra na sociedade civil.

Em 1973, juntamente com o Reino Unido e a Irlanda, a Dinamarca aderiu à Comunidade Econômica Europeia (CEE), que posteriormente iria formar a União Europeia (UE) após um referendo público. O Tratado de Maastricht, que envolvia uma maior integração europeia, foi rejeitado pelo povo dinamarquês em 1992; ele só foi aceito depois de um segundo referendo, em 1993, e pela adição de certas disposições para a Dinamarca. Os dinamarqueses rejeitaram o Euro, como moeda nacional em um referendo em 2000. A Groenlândia ganhou governo próprio em 1979 e foi premiada com a autodeterminação em 2009. A Groenlândia e as Ilhas Faroé não são membros da UE; as Ilhas Faroé saíram da CEE em 1973 e a Groenlândia em 1986, em ambos os casos por causa de políticas de pesca. A Dinamarca, com uma economia mista capitalista e um estado de bem-estar social, possui o mais alto nível de igualdade de riqueza do mundo, sendo considerado em 2011, o país com menor índice de desigualdade social do mundo. A Dinamarca tem o melhor clima de negócios no mundo, segundo a revista estadunidense Forbes. De 2006 a 2008, pesquisas classificaram a Dinamarca como “o lugar mais feliz do mundo”, com base princípio político de saúde, bem-estar, assistência social e educação universal. A Dinamarca também foi classificada como o país “menos corrupto” do mundo globalizado em 2008, pelo Índice de Percepção de Corrupção, compartilhando o primeiro lugar com a Suécia e a Nova Zelândia. O Índice Global da Paz de 2009 classificou a Dinamarca como o segundo país “mais pacífico do mundo”, depois da Nova Zelândia.

De acordo com as estatísticas oficiais de janeiro de 2014, 78,4% da população da Dinamarca é composta por membros da Igreja Nacional da Dinamarca, a denominação religiosa oficialmente estabelecida, que é luterana na tradição. Isto representa uma queda de 0,7% em relação ao ano anterior e 1,3% inferior em relação a dois anos antes. Apesar dos valores elevados de adesão, apenas 3% da população religiosa afirmam frequentar regularmente os cultos dominicais. A Constituição do país estabelece que os membros da família real devem ser seguidores da Igreja Nacional da Dinamarca, que é a igreja do estado, embora o restante da população seja livre para aderir a outras religiões. Em 1682, o Estado concedeu o reconhecimento limitado a três grupos religiosos dissidentes da Igreja Estabelecida: o catolicismo romano, a Igreja Reformada e o Judaísmo, embora a conversão desses grupos vista pela Igreja da Dinamarca permaneceu ilegal inicialmente. Até o decorrer da década de 1970, o Estado reconhecia formalmente as “sociedades religiosas” por intermédio de um decreto real. Atualmente, os grupos religiosos não precisam de reconhecimento oficial do governo na Dinamarca, podendo ser concedido a estes o direito de realizar casamentos e outras cerimônias, sem este reconhecimento.

Os muçulmanos compõem cerca de 3% da população e formam a segunda maior comunidade religiosa do país, além da maior minoria religiosa. Desde 2009, há dezenove comunidades muçulmanas reconhecidas na Dinamarca. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores dinamarquês, outros grupos religiosos correspondem a menos de 1% da população individualmente e aproximadamente de 2%, quando considerados em conjunto. Conforme uma pesquisa feita pelo instituto Eurobarômetro, em 2010, 28% dos cidadãos dinamarqueses entrevistados responderam que “acreditam que existe um Deus”, 47% responderam que “acreditam que existe algum tipo de espírito ou força vital” e 24% responderam que “não acreditam que haja qualquer tipo de espírito, Deus ou força vital”. Outra pesquisa, realizada em 2009, constatou “que 25% dos dinamarqueses acreditam que Jesus Cristo é o filho de Deus, e 18% acreditam que ele é o salvador do mundo”.

O fato de jovens estarem optando por estudar por um período de tempo mais longo, não só até a faculdade, assim como a decisão cada vez mais frequente de adiar casamento e maternidade/paternidade, estariam mudando a percepção das pessoas de quando a vida adulta começa, dizem pesquisadores australianos em um artigo publicado na revista científica Lancet Child & Adolescent Health (2018). Para eles, a redefinição da duração da adolescência seria essencial para assegurar que as leis que dizem respeito a esses jovens continuassem sendo asseguradas. Outros especialistas, no entanto, dizem que postergar o fim da adolescência pode mais adiante infantilizar os jovens. A duração da adolescência já chegou a ser alterada antes, quando se concluiu que, com os avanços da saúde e da nutrição, a puberdade iniciava antes dos 14 anos, como se convencionava.

Essa fase tem início quando uma parte do cérebro, o hipotálamo, ativa as glândulas hipófise e gônadas, entre outras coisas, liberam hormônios sexuais. Ela costumava por volta dos 14 anos, mas caiu gradualmente no mundo desenvolvido nas últimas décadas até o patamar de 10 anos. Como consequência, em países industrializados como o Reino Unido a idade média para a primeira menstruação de uma garota caiu quatro anos nos últimos 150 anos. Metade das mulheres fica menstruada pela primeira vez entre 12 e 13 anos. A biologia é usada como argumento por aqueles que defendem que a adolescência termina mais tarde - e que dizem, por exemplo, que o corpo continua a se desenvolver. O cérebro continua se desenvolvendo depois dos 20 anos, trabalhando de maneira mais rápida e eficiente. E para muitos os dentes do siso não nascem até que complete 25 anos.

De acordo com dados estatísticas de 2012 do governo dinamarquês, 89,6% da população de mais de 5 580 516 habitantes da Dinamarca é de ascendência dinamarquesa, definido como tendo pelo menos um pai que nasceu na Dinamarca e tem nacionalidade dinamarquesa. Muitos dos 10,4% restantes são imigrantes ou descendentes de imigrantes recentes de países vizinhos, além de Turquia, Iraque, Somália, Bósnia e Herzegovina, Sul da Ásia e do Oriente Médio. A idade média é de 41,4 anos, com 0,97 homens por mulher. 99% da população (acima de 15 anos) é alfabetizada. A taxa de fecundidade é de 1,73 filhos por mulher (est. 2013). Apesar da baixa taxa de natalidade, a população continua a crescer a uma taxa estatística média anual de 0,23%. As línguas dinamarquesa, feroesa e groenlandesa são as línguas oficiais da Dinamarca continental, das Ilhas Faroé e da Groenlândia, respectivamente. O alemão é uma língua minoritária oficial no antigo condado sul de Jutlândia, perto da fronteira com a Alemanha. O dinamarquês é falado em todo o reino e é a língua nacional da Dinamarca. O inglês e alemão são as línguas estrangeiras mais faladas. A Dinamarca é frequentemente classificada como o país mais feliz do mundo em estudos internacionais sobre níveis de felicidade entre a população.

A economia da Dinamarca baseia-se num mercado inteiramente moderno que inclui agricultura de alta tecnologia, indústria atualizada, quer nas pequenas empresas quer nas grandes, extensas medidas governamentais de segurança social, níveis de vida confortáveis, uma moeda estável e grande dependência do comércio externo. A Dinamarca é um exportador de alimentos e energia e tem um excedente confortável na balança de pagamentos. A economia dinamarquesa é altamente sindicalizada; 75% da sua mão de obra está associada a um sindicato pertencente à Confederação Dinamarquesa de Sindicatos. As relações entre os sindicatos e os patrões são de colaboração: os sindicatos têm um papel na gestão diária dos locais de trabalho, e os seus representantes têm assento no conselho de administração da maioria das empresas. As regras sobre os horários de trabalho e os salários são negociadas entre os sindicatos e os patrões, com um envolvimento mínimo por parte do governo, pois não existe um salário mínimo em vigor. O governo tem tido sucesso em cumprir, e mesmo exceder, os critérios de convergência económica para participar na terceira fase (uma moeda europeia comum) da União Econômica e Monetária (UEM), mas a Dinamarca, num referendo realizado em setembro de 2000, reconfirmou a sua decisão de não se juntar aos 12 outros membros da União Europeia no euro. Mesmo assim, a divisa dinamarquesa permanece indexada ao euro. O país é o 8º no ranking de competitividade econômica do Fórum Econômico Mundial.

Eurobarômetro representa uma série de pesquisas de opinião pública realizadas regularmente em nome da Comissão Europeia desde 1973. Esses inquéritos abordam uma grande variedade de questões atuais relacionadas à União Europeia (EU) em todos os seus Estados-membros. Os resultados do Eurobarômetro são publicados pela Direção-Geral da Comunicação da Comissão Europeia. Sua base de dados estatísticos desde 1973 é uma das maiores do mundo contemporâneo. Os inquéritos são realizados pela empresa TNS Opinion. Aliás a opinião da TNS faz parte da TNS, a maior empresa de pesquisa de mercado personalizado do mundo, com presença em 80 países nos 5 continentes. A opinião da TNS é especializada na coordenação de pesquisas de opinião, otimizando o uso dos recursos exclusivos que acessam a rede global. Um parecer da TNS tem 40 anos de experiência em coordenação, incluindo a realização de mais inquéritos Eurobarômetro em nome da Comissão Europeia, que envolve uma recolha de cerca de 1.000.00 de entrevistas por ano nos 28 Estados-Membros da UE. Em outubro de 2008, a TNS parte da divisão de informações, insights e consultoria da WPP, The Kantar Group. A WPP é um dos maiores grupos de serviços de marketing do mundo, empregando 110.000 pessoas em mais de 2.000 escritórios em 106 países.

Sua opinião é reconhecida pela sua contribuição para uma global compreensão da opinião pública. Atendemos a uma ampla gama de clientes em diferentes geografias como: – Instituições internacionais como a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu, o Banco Central Europeu e o Banco Mundial; – Empresas privadas de diversos setores como a CBS News, a Rand Corporation. – Academia: universidades europeias como Mannheim, Siena, European University Institute, Essex, London School of Economics etc. Em 2002, o governo nacionalista criou a regra gozosa dos 24 anos: os dinamarqueses só podem casar com estrangeiros se ambos os envolvidos tiverem mais de 24 anos de idade e cumprirem um rigoroso conjunto de condições. Em 2015, o país adotou uma lei de confisco altamente controversa, que permitiu apreender dinheiro e objetos de valor superior a 1 340 euros pertencentes a migrantes. Em 2018, o Parlamento autorizou a transformação da ilha de Lindholm num centro de detenção para estrangeiros, mas que as convenções internacionais impediram de ser reenviados para o seu país de origem. Em 2019, os pedidos de asilo atingiram o seu nível mais baixo desde 2008. Agência da ONU para Refugiados, faz um chamado aos líderes mundiais para que acelerem seus esforços para promover a paz, estabilidade e cooperação a fim de estancar e começar a reverter uma tendência de crescimento no deslocamento forçado por violência e perseguição.

Bibliografia geral consultada.  

LUHMANN, Niklas, O Amor como Paixão: Para uma Codificação da Intimidade. Lisboa: Difel; Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1991; JUNG, Carl, Sincronicidade. 5ª edição. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 1991; SCHOPENHAUER, Arthur, Sobre a Visão e as Cores. São Paulo: Editora Nova Alexandria, 2005; AGNOLLI, Francesco, Storia dell`aborto nel Mondo. Madrid: Editore Signo, 2005; TEIXEIRA, Marcel Monteiro, Leituras Especulativas do Mundo. Ficção Científica e Discurso Teórico-Crítico. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Letras. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2010; GUERRA, Fabio Vieira, Super-Heróis Marvel e os Conflitos Sociais e Políticos nos EUA (1961-1981). Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em História Social. Centro de Estudos Gerais. Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. Departamento de História. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2011; CARDOSO, Rafael, Design para um Mundo Complexo. São Paulo: Editor Cosac Naify, 2012; METZ, Christian, A Significação no Cinema. São Paulo: Editora Perspectiva, 2012; SILVA, Luciano Henrique Ferreira da, O Gênero de Horror nos Quadrinhos Brasileiros: Linguagem, Técnica e Trabalho na Consolidação de uma Indústria – 1950-1967. Tese Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia. Curitiba: Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2012; SANTOS, Victor, Polar: Came from the Cold. 1ª edição. Estados Unidos: Editora ‏Dark Horse Comics, 2013; HALL, John A., KORSGAARD, Ove, PEDERSEN, Ove Kaj, Construindo a Nação: NFS Grundtvig e Identidade Nacional Dinamarquesa. Copenhage: McGill-Queen`s Press, 2014; VIEIRA, Patrícia Elias, O Consumidor no Ciberespaço Transnacional: O Devir da Sociedade Liquido Moderna e do Estado Contemporâneo na Construção da Ciberdemocracia. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Ciência Jurídica. Itajaí: Universidade do Vale do Itajaí, 2016; RUSSEL, Helen, O Segredo da Dinamarca. 1ª edição. Rio de Janeiro: Editora Leya, 2016; SILVEIRA, Rowan Henrique Sarmento, Abstração Ludoficcional: A Simplificação nos Mundos Ficcionais do Videogame. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Design. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2021; FOUCAULT, Michel, Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão. 42ª edição. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 2014; Idem, Microfísica do Poder. 11ª edição. Introdução e revisão técnica de Roberto Machado. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2021; TENÓRIO, Vanderlei, Mads Mikkelsen marca presença na 28ª edição do Festival de Cinema de Saravejo. Disponível em:  https://www.nerdsite.com.br/14/08/2022entre outros.