“Um lugar diverso, acolhedor, gentil e
compassivo. Esses valores representam o melhor de nós”. Jacinda Ardern
Nascida em 1980, em Hamilton, ao sul de Auckland, Jacinda Ardern compreende que suas convicções de esquerda
nasceram do contato com a pobreza que viu na Nova Zelândia. Filha de um
policial, ela foi criada na religião mórmon, porém se desligou da organização
nos anos 2000, devido “às posições da igreja sobre a homossexualidade”. Muito
cedo se interessou por política e ingressou nas organizações trabalhistas ainda
na juventude. Depois de estudar comunicação social, trabalhou para a
primeira-ministra Helen Clark e, mais tarde, em Londres, para Tony Blair.
Eleita para a Câmara dos Representantes em 2008, e continuamente reeleita desde
então, Ardern tornou-se vice-presidente do Partido Trabalhista em março de 2017.
Assumiu a liderança da oposição com a renúncia de seu antecessor Andrew Little
no início de agosto, a menos de dois meses da eleição, quando o Partido
Trabalhista detinha estatisticamente apenas 23% das intenções de voto. Desde
que virou primeira-ministra da Nova Zelândia aos 37 anos, em 2017, Jacinda
Ardern, terceira mulher a chefiar o governo em seu país e a dirigente mais
jovem desde 1856, tornou-se um “ícone político pop da esquerda global”. Acompanhada
por uma onda popular denominada Jacindamania
pela mídia, ela baseou sua campanha na promessa de uma mudança social de
geração após nove anos de reinado de centro-direita e ofereceu aos trabalhistas
uma vitória quase que inesperada.
Auckland ou raramente, Auclanda, é a maior cidade da Nova
Zelândia. Embora Wellington seja a capital neozelandesa, Auckland é o principal
centro financeiro e econômico da Nova Zelândia. Com uma população estimada em 1
413 700 habitantes, a cidade detém cerca de 31% da população do país. Auckland
possui vários aspectos positivos. Um deles é seu clima, que é considerado um
clima ameno, além da abundância de empregos e oportunidades educativas, bem
como numerosas instalações de lazer. Entretanto, problemas de trânsito, a falta
de bons transportes públicos e o aumento dos custos da habitação, foram citados
pela população da cidade como entre os fatores negativos dos que ali vivem,
juntamente com o crime. No entanto, Auckland está atualmente em uma boa posição
em relação à qualidade de vida, sendo listada entre as 215 maiores cidades do
mundo. Em 2006, Auckland ocupava a 23ª posição na lista das cidades mais ricas
do mundo. Geograficamente está localizada a 37 graus de latitude sul, na ilha
Norte, a cidade de Auckland está situada sobre um estreito que separa dois
portos: o de Manukau, aberto ao Mar da Tasmânia, a oeste e o de
Waitemata, que se abre ao Golfo de Hauraki do Oceano Pacífico, a leste. Umas
das características é que se localiza sobre um vulcão e há um
grande número de gêiseres no local.
Um ano depois, Jacinda Ardern se tornou a segunda primeira-ministra do mundo, depois da paquistanesa Benazir Bhutto em 1990 - a dar à luz durante seu mandato. O assassinato de Benazir Bhutto, ex-primeira-ministra do Paquistão e líder do oposicionista Partido Popular do Paquistão (PPP), ocorreu em 27 de dezembro de 2007. Ela foi morta em um atentado suicida, quando deixava um comício na cidade de Rawalpindi, a 12 km da capital Islamabad. Um dia após o ataque, um dirigente da Al Qaeda no Afeganistão assumiu a responsabilidade da organização pelo assassinato. Um porta-voz do Talibã negou envolvimento no atentado. Bhutto Bhutto estava em campanha para as eleições parlamentares, marcadas para 8 de janeiro de 2008. A líder paquistanesa foi declarada morta às 18 horas e 16 minutos no horário local, já no Hospital Geral de Rawalpindi. O ataque que tirou a vida de Bhutto também matou pelo menos 20 pessoas. Dois meses antes, um atentado terrorista de grandes proporções matou mais de 120 pessoas em Karachi, que festejavam o retorno de Benazir do exílio de oito anos. Bhutto havia optado pelo auto-exílio para escapar de processos na justiça paquistanesa por corrupção e desvio de dinheiro. Em 2004, ela e o marido foram condenados na Suíça por lavagem de dinheiro, relativo a um indiciamento de 1998, segundo o qual teriam recebido propinas e comissões de cerca de US$ 11 milhões de duas empresas suíças que tinham contratos com o governo paquistanês. Adversária política do presidente Pervez Musharraf, Benazir e o presidente fizeram um acordo para que, após as eleições presidenciais de outubro de 2007, ela ocupasse o cargo de premiê sob a presidência do referido general. Esta possível aliança política abriu caminho para que Pervez Musharraf anistiasse a líder exilada, assim como possibilitou sua volta ao Paquistão. Após oito ano de exílio em Dubai e Londres, Bhutto retornou a Karachi em 18 de outubro de 2007. Nesse dia, ela escapou ilesa de um atentado terrorista que matou mais de 120 pessoas, ferindo 450 que acompanhavam carreata política.
Meses depois, Jacinda Ardern compareceu à assembleia geral das Nações Unidas com seu companheiro, Clarke Gayford, que cuida de seu bebê, imagem em forma de manifesto pela igualdade entre homens e mulheres, uma de suas lutas. Seu ativismo a favor da luta contra as alterações climáticas a marcou com a marca progressista do “anti-Trumpismo”. Internamente, entretanto, sua vontade de reforma foi muitas vezes prejudicada pela atuação demagógica de Winston Peters, chefe do populista partido New Zealand First e um parceiro não natural na coalizão governamental. Se por um lado, a Nova Zelândia é notável por seu isolamento geográfico, pois está situada a cerca de 2 000 km a sudeste da Austrália, separados através do mar da Tasmânia e os seus vizinhos mais próximos ao norte são a Nova Caledônia, Fiji e Tonga; por outro lado, um grande obstáculo que deve ser eliminado no seu segundo mandato, graças à sua esmagadora maioria parlamentar. Contudo, a líder trabalhista terá que lidar além do indício de ataque terrorista do arquipélago, uma erupção vulcânica, a recessão mais severa em mais de 30 anos e o desafio contemporâneo da pandemia. A forma como a Nova Zelândia reagiu ao ataque e as medidas tomadas na sua sequência foram elogiadas em todo o mundo. A maioria dos louvores vão para Jacinda Ardern e para a forma como deu a cara pela luta contra o terrorismo. O assassinato de 50 fiéis muçulmanos num país como a Nova Zelândia será examinado durante muito tempo pelo modo como sociologicamente os chamados “ódios violentos” são gerados e encenados nas redes sociais e na rede mundial de computadores - Internet. Mas talvez o mundo social deva aprender com a forma como a primeira-ministra reagiu ao estabelecimento do horror.
O empresário e político Donald
Trump, nascido em 1946, foi eleito o 45º presidente dos Estados Unidos, após
derrotar a ex-secretária de Estado Hillary Clinton. O empresário republicano
torna-se o primeiro presidente dos Estados Unidos sem uma carreira política tradicional, o
mais velho já eleito e também o mais rico. O bordão de Trump no reality da
campanha “O Aprendiz” foi um dos vários gritos que ecoaram entre milhares de
manifestantes em Nova York e em pelo menos outras seis cidades dos Estados Unidos na noite
de quarta-feira (9/11/2016), menos de 24 horas após o republicano ser escolhido
como o novo chefe da Casa Branca. A candidata derrotada nas eleições Hillary Clinton, não
teve apoio em massa dentro do gênero. Em percentuais, a democrata conquistou
54% dos votos femininos, menos que os 55% conquistados pelo também democrata
Barack Obama em 2012. Eleitoras de características “brancas” da classe média
trabalhadora sem diploma universitário representando 17% aderiram a Trump:
foram 62% dos votos para o republicano contra os 34% de Hillary. As mulheres
representam 52% do eleitorado do país. O aspecto político e social singular do populismo nos Estados Unidos da América
é sua perspectiva ideológica de que “não
existem classes sociais na sociedade americana”.
Esta ideia abstrata se baseia na proposta de Declaração de Independência, de 1776, em que “todos os homens são iguais” e que a história oficial dos Estados Unidos se tem encarregado de reforçar. Esta história tem incluído movimentos políticos para empreender reformas, dentro de segmentos de estratificação de diferentes classes sociais tem formado alianças políticas temporais. O centro da ideologia populista tem como representação social a ideia de “um povo” que luta contra alguma instituição fabulosa, tais como os bancos, os detentores da riqueza e a burocracia governamental. O populismo norte-americano reúne aspectos multiculturais de segmentos capitalistas, da “classe média” sob um só estandarte. Ideologicamente, enquanto um conjunto de práticas sociais o populismo não se coloca contrário ao capitalismo. Historicamente o movimento comum se associa com a ascensão do populismo é a luta dos agricultores desde a década de 1890 até os anos 1930. Sua mobilização se dirigiu contra as ferrovias, os grandes bancos e as empresas de produtos agropecuários, de agricultores pobres, comerciantes rurais e formando grupos da classe operária. Para os norte-americanos, a palavra populismo não tem conotações positivas nem negativas. Não é progressista nem conservadora. Para Michael Kazin, no ensaio: “The Populist Persuasion” (1995), mais do que uma ideologia, “é uma retórica que define o terreno em termos de enfrentamento sociológico entre os debaixo e os de cima, o povo e as elites”.
No
âmbito social da chamada “batalha das ideias” e efeitos de poder
Donald Trump amplificou a verborragia aparente de um falastrão inconsequente em busca de popularidade e votos a qualquer
custo. Finalmente ele foi o mais votado da história nas primárias republicanas
- o recorde anterior era de George W. Bush, em 2000. Conhecida por prever o
futuro, a série “Os Simpsons” exibiu no ano 2000 um episódio chamado de “Bart
no Futuro”, no qual que Donald Trump de fato chegou à presidência dos EUA. Mais
de 40 milhões de norte-americanos mantiveram-se fiéis a ele, ignorando seus
comentários ideológicos desastrosos, racistas, xenófobos, machistas, além de
sua aparente inexperiência política, as acusações que recaem sobre ele, da
sonegação de impostos aos abusos sexuais. Nas últimas semanas, líderes
republicanos desembarcaram da campanha de Trump, doadores pediram o dinheiro de
volta, um representante da ONU declarou que o candidato, se eleito, seria uma
ameaça ao mundo.
A atitude de candidato que não joga segundo as regras políticas tradicionais agradou
a uma boa parcela de eleitores conservadores, principalmente aos que pertencem
à minguante classe média norte-americana. O magnata do setor imobiliário não
foi o único a despontar, apesar - ou por causa - das ideias estapafúrdias. Um
de seus concorrentes, o cirurgião Bem Carson, acredita que as teorias de
Charles Darwin são “coisas do demônio”. Pesquisas errôneas feitas naquele
período demonstravam que Trump perderia a eleição de 2016 para a democrata
Hillary Clinton. Os resultados de 1º de fevereiro em Iowa se desviaram em uma
direção satisfatória para os republicanos, mas desconfortável para os
democratas. Não ainda em termos de eleição de novembro propriamente dita, mas
por seu significado para as disputas internas até julho, Donald Trump, um possível
pesadelo para a máquina burocrática republicana e para quem tenha um mínimo de
bom senso político, saiu diminuído pela derrota para Ted Cruz e mais ainda pelo
quase empate com o terceiro colocado Marco Rubio. Hillary conseguiu um mero
empate com Bernie Sanders e isso fez prever uma disputa desgastante.
Os resultados de Iowa repõem a disputa em um curso familiar, mas o consenso ideológico ainda está abalado. Apesar de Iowa ser um Estado tão pequeno, em que as comunidades se reúnem para debater em espaços públicos durante as primárias, seus resultados têm forte influência sobre o financiamento das campanhas e a estratégia dos pré-candidatos à presidência. A vantagem das convenções partidárias de Iowa é que permite que um grupo de eleitores avalie os candidatos de perto e faça escolhas mais bem informadas do que numa primária nacional. À espera do discurso de Donald Trump na Pensilvânia, um homem bradava o slogan da campanha: - “Donald Trump is going to make America great!”. Em outro palanque, uma mulher esperava para ouvir o candidato vestindo uma camiseta com a frase: - “Hey Trump, talk dirty to me!” e a estampa de lábios pintados com batom cor de rosa. Isso, um dia depois de publicados no “New York Times” depoimentos de duas mulheres que disseram terem sido abusadas sexualmente por ele. Lou Dobbs, âncora da emissora “Fox Business Network”, compartilhou nas redes sociais para seus quase 800 mil seguidores o link de um site conservador e o post de um apoiador de Donald Trump que revelavam o endereço e o telefone de Jessica Leeds, uma das vítimas. Criticado, ele apagou os posts em seguida. A página disponível da Wikipédia da candidata democrata, Hillary Clinton, “foi invadida e vandalizada com imagens de pornografia e mensagens pró-Trump”.
Politicamente
falando é preciso compreender o simbolismo contido no Trumpismo. As mulheres
que o acusaram de “abuso” o fizeram após o candidato declarar, durante o
segundo debate presidencial, que o áudio em que foi flagrado contando vantagem
por abusar de mulheres era tecnicamente “conversa de vestiário” e não ato. Duas
falaram ao New York Times, e uma ex-repórter da revista People revelou que
Donald Trump tentou abusar dela num encontro profissional, em 2005, quando a
mulher grávida dele estava nas proximidades, enquanto uma ex-candidata a Miss
Teen EUA disse ao “BuzzFeed” que ele invadiu o camarim onde elas se trocavam.
Trump reagiu às acusações desenterrando casos de abuso sexual envolvendo o
ex-presidente Bill Clinton. Seus eleitores saíram às ruas exibindo cartazes e
inundaram as redes sociais com posts:
- “Hillary é casada com um estuprador”, mas ignorando completamente as
acusações contra o próprio Trump. Sobre o áudio, de 2005, em que ele bravateia
sobre poder fazer o que quiser com as mulheres, beijá-las e “agarrá-las” pela
genitália por ser um “astro”, um engenheiro elétrico, eleitor de Trump,
comenta: - “A única coisa que a gravação mostra é que ele é um heterossexual
saudável”.
Em uma rápida sequência programada de entrevistas gerenciadas pelo jornal New York Times, quase todos declararam desconsiderar as acusações contra Donald Trump, contrapondo em seu lugar as intenções das acusadoras. Uma das entrevistadas disse acreditar que Trump agiu “como todos os homens ricos agiam décadas atrás”, referindo-se ao relato de uma mulher que o acusou de tocar seus seios e colocar a mão por baixo de sua saia. - “São oportunistas. Ouça, nenhum homem ataca uma mulher a menos que ela pareça estar pedindo isso”, disse outra. A maioria dos eleitores se mostrou cética em relação às denúncias. Alguns justificaram as acusações com “teorias conspiratórias”. Outros disseram que o comportamento de Trump não importava e que ele deveria ser eleito por tudo o que representa. Mas o que nos interessa saber é o que Donald Trump representa no plano da globalização da política e internamente nos Estados Unidos da América. Para o filósofo Slavoj Žižek, que preferiu a candidatura do republicano frente à Hillary Clinton, o presidente eleito é uma fenômeno ambíguo. – “Por um lado, é racista, nojento, mas ele quase não fala sobre mudanças concretas. Para mim, o verdadeiro monstro era Ted Cruz, pré-candidato republicano”. Para o cientista político Boaventura de Sousa Santos afirma a política partidária no mundo abre caminho para candidatos não terem a necessidade de apresentar qualificações específicas para serem dirigentes políticos. – “A notoriedade pública em qualquer domínio, seja espetáculo, futebol ou cinema, pode ser qualificação suficiente”.
Devido ao seu aparente isolamento, o país desenvolveu uma fauna distinta dominada por pássaros, alguns dos quais foram extintos após a colonização dos seres humanos e dos mamíferos introduzidos por eles. A maioria da população da Nova Zelândia é de ascendência europeia (67,6%), sobretudo britânica, enquanto os nativos māori, ou seus descendentes, tornaram-se minoria societária (14,6%). Asiáticos e polinésios não māori também são grupos de minoria significativa (16,1%), especialmente em áreas urbanas. A língua mais falada é o inglês, introduzida pelos colonizadores britânicos, embora também sejam considerados idiomas oficiais línguas nativas, como a língua māori. A Nova Zelândia é um país desenvolvido e industrializado do mundo ocidental/oriental globalizado, e que se posiciona muito bem em análises comparativas internacionais sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), qualidade de vida, “esperança” de vida, alfabetização, educação pública, paz, prosperidade, liberdade econômica, facilidade de fazer negócios, aparente falta de corrupção política e econômica, liberdade de imprensa, democracia e proteção das liberdades civis e de direitos políticos. Suas cidades também estão entre consideradas “mais habitáveis do mundo”. Aotearoa, muitas vezes traduzido como “terra da longa nuvem branca” é o nome māori contemporâneo para a Nova Zelândia e também é usado internacionalmente no inglês neozelandês.
Haka são os representantes das danças típicas do povo
Maori. Geralmente demonstram a paixão e intimidação. É usada para dar boas-vindas
a visitantes e tribos inimigas. Segundo o povo Maori, Tama-nui-to-ra, o Deus do
Sol, tinha duas mulheres, sendo uma delas Hine-raumati, a virgem do verão
(perdendo este estatuto!), da qual nasceu Tane-rore, creditado pela origem da
dança. Tane-rore representa o vento nos dias quentes de verão, na dança
coreografado com o tremor de mãos. Os All Blacks se preparando para a
haka no jogo da final da Copa das Três Nações, contra a Austrália, de 2005. Atualmente
o Haka é conhecido mundialmente pela performance de intimidação no início dos
jogos de Rugby da seleção da Nova Zelândia (All Blacks), que costuma antes de
seus jogos executar uma haka específica chamada Ka Mate. Antes da dança o chefe
grita como um grito para iniciar, coisa que no caso dos All Blacks é feita pelo
jogador de sangue maori mais velho, nāo sendo este necessariamente capitāo da
equipe. As palavras são utilizadas nāo só para incitar quem está realizando a
dança, mas também para recordar-se o seu comportamento correto. Muitas vezes o
tom utilizado para gritar o refrāo é o mesmo no curso de toda a exibição, ou
seja, quanto mais alto, estridente e agressivo, feroz e brutal, mais vai
incentivar mais o grupo - e intimidar o adversário.
Na língua
maori, a palavra maori representa toda a grandeza de uma cultura. Em lendas e
outras tradições orais, a palavra distinguia seres humanos mortais de
divindades e espíritos. Maori tem cognatos em outras línguas da Polinésia, comparativamente
como na língua havaiana (Maoli) e na língua taitiana (Maohi), e provavelmente todos
têm sentidos semelhantes. Os primeiros exploradores europeus às ilhas da Nova
Zelândia se referiam às pessoas que lá encontraram como aborígenes, nativos ou também
chamados neozelandeses. Maori permaneceu como o termo usado pelos maoris “para
descreverem a si mesmos”. Em 1947, vale lembrar que o Departamento de Relações Nativas foi
renomeado, alternando para Departamento de Relações Maoris para reafirmar a decisão. Não
existe registro etnográfico de assentamento na Nova Zelândia antes dos
viajantes maoris; por outro lado, evidências arqueológicas indicam que os
primeiros habitantes vieram do leste da Polinésia e se tornaram os maoris. Na
Nova Zelândia há uma riqueza enorme quanto à tatuagem. E a tatuagem mais
importante é feita no rosto. Para muitas culturas, a mão, o rosto e o pescoço
ficam fora da pintura corporal. Para os maoris, o homem cobre todo o rosto
quanto mais nobre ele é ou pela sua posição social. A tatuagem dá status
dentro da tribo ou clã. A colonização europeia da Nova Zelândia foi
relativamente recente. Os maoris representaram a última comunidade a ser
influenciada pelos europeus.
Grupo de Maoris: a dança típica Haka. |
A identidade maori foi estudada por Ranginui Walker (1997) antropólogo de formação acadêmica e política como chefe do Departamento de Estudos Maori da Universidade de Auckland desde 1992, além de dirigente do Conselho do Distrito Maori de Auckland e membro fundador do Conselho Maori da Nova Zelândia. Sua trajetória como pesquisador e política como dirigente vincula-se estreitamente às lutas pela obtenção de direitos e melhorias na condição social dos Maori, nas quais desempenhou papel de destaque nos últimos anos. Natural de Whakatohea, na Ilha do Norte, é descendente dos Opotiki. Publicou dois livros: Nga Tau Tohetoe. The Years of Anger (1987) e Ka Whawhai Tonu Matou: Struggle Without End (1990) – ambos sobre as formas de organização social e atuação política do movimento maori –, além de mais de quarenta artigos sobre educação, ativismo e política maori. - Em 1967, fui contratado, afirma em depoimento Walker, para ensinar na Universidade de Auckland, quando comecei a cursar o doutorado. Minha principal área de interesse era a antropologia social e tive como professor Ralph Piddington, que, por volta de 1950, criou o Departamento de Antropologia. Ele havia estudado com Malinowski e, assim, muito do seu interesse estava voltado para os desenvolvimentos malinowskianos, como a teoria das necessidades, as noções de estrutura e função social etc. Estes foram meus estudos iniciais em antropologia, com uma ênfase muito grande no trabalho de campo. No mestrado, decidi que faria minha dissertação sobre as relações sociais dos estudantes Maori no Teacher’s College e os ajustes necessários para conviverem com o grupo europeu dominante. Cursei as disciplinas do doutorado entre 1966 e 1967, e escolhi como tema de tese a migração dos Maori do interior para a cidade. Concentrei-me em um bairro e fui a todas as reuniões de comitês, grupos e organizações. Encontrei um processo muito dinâmico, com os Maori tendo de aprender a viver em uma economia monetária: a economia de subsistência tinha de ser posta de lado, pois vivendo na cidade não havia meios de buscar alimentos como faziam no campo, ou à beira-mar; era preciso encontrar um emprego, controlar as despesas, enfrentar a vida urbana. Interessava-me a maneira como essas pessoas formavam novas organizações para ajudar umas às outras a se ajustarem.
A expectativa de vida de uma criança nascida na Nova
Zelândia em 2015 era de 84 anos para as mulheres e 80,2 anos para os homens. A
esperança de vida ao nascer deverá aumentar de 80 anos para 85 anos em 2050 e a
mortalidade infantil deverá diminuir ainda mais. Em 2050, estima-se, a
população deverá chegar aos 5,3 milhões de habitantes, a idade média subirá de
36 anos para 43 anos e a percentagem de pessoas com 60 anos de idade e mais
velhas subirá de 18% para 29%. O país tem a maior taxa de suicídio entre os
jovens de países desenvolvidos, com taxa de 15,6 suicídios por 100 mil pessoas.
O cristianismo é a religião predominante na Nova Zelândia. No censo de 2006,
55,6% da população se identificou como cristã, enquanto que 34,7% não tinham
religião de 29,6% em 2001 e cerca de 4% eram afiliados com outras religiões. As
principais denominações cristãs são representadas pelo anglicanismo,
catolicismo romano, presbiterianismo e o metodismo. Há também um número
significativo de cristãos que se identificam com pentecostais, batista, “em que
todas as comunidades batistas desejavam ser puras Igrejas, no sentido da
inocente conduta de seus membros” (cf. Weber, 1973: 80), membros da A Igreja
de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e da religião neozelandesa
rātana, que tem adeptos entre māori. De acordo com outras religiões
significativas incluem o hinduísmo, o budismo e o islamismo. Uma dificuldade na
interpretação dos dados estatísticos de afiliação religiosa na Nova Zelândia é
a grande proporção de pessoas que se opõem a responder à pergunta,
identificados em cerca de 313.000 entrevistados em 2018. A maioria dos
relatórios de porcentagens se baseia no número total de respostas, e não na
população real total.
Não queremos perder de vista que para a sociologia compreensiva
de Max Weber, desde que a predestinação foi rejeitada, o caráter
peculiarmente racional da moralidade batista apoiou-se psicologicamente, acima
de tudo, na ideia da “espera”, ela descida do espírito que, caracteriza o meeting
quaker. A finalidade desta tranquila espera é a superação do impulsivo e do
irracional, das paixões e dos interesses subjetivos do homem “natural”. Ele deve
calar-se afim de conseguir aquela profunda tranquilidade de alma que é a única em
que pode ser ouvida a palavra de Deus. Esta espera pode, naturalmente, sob
condições histéricas, resultar em profecias e, enquanto sobreviverem esperanças
escatológicas, em certas circunstâncias, até em entusiástica eclosão de
quiliasmo, como é possível em todos os tipos similares de religião. Isto
realmente aconteceu no movimento que se fragmentou em Münster. Contudo, à medida que o batismo foi afetando a vida profissional
secular, a ideia de que Deus somente fala quando silencia a criatura, significou,
evidentemente, um incentivo para a tranquila ponderação das ações e para a justificação
em termos da consciência do indivíduo. As seitas batistas mais recentes,
de modo particular os quakers, adotaram este caráter de conduta, tranquilo,
moderado e eminentemente consciencioso. A eliminação da magia do mundo não
permitiu nenhum outro recurso psicológico, que não a prática do ascetismo laico.
Uma vez que a estas comunidades nada queriam
ter que ver com os poderes políticos e com seu procedimento, disto visivelmente
resultou a penetração desta moral ascética, conforme Weber (2003) na vida profissional. Os
líderes dos primeiros movimentos sociais batistas foram implacavelmente radicais em sua
rejeição do mundanismo, naturalmente, mesmo como ocorre na primeira geração, o modo de vida
estritamente apostólico não foi considerado de forma societária como absolutamente essencial para a
prova de redenção.
A Nova Zelândia é um país desenvolvido localizado na Oceania, continente banhado pelo Oceano Pacífico e caracterizado por grande quantidade de ilhas. Possui características geográficas diversas devido ao seu isolamento e, ainda, as recorrentes atividades vulcânicas e sísmicas que ocorrem no seu território. O país foi colonizado pelos europeus, mas a presença dos maoris, população nativa, ainda é culturalmente muito forte. Os neozelandeses possuem uma elevada qualidade de vida humana. A população local é predominantemente adulta e urbana. A economia é diversificada, com destaque para o elevado emprego de tecnologias nas atividades primárias. A infraestrutura é típica de países altamente desenvolvidos, sendo a Nova Zelândia reconhecida por seus governos de cunho progressista. A prática de esportes de aventura faz parte da cultural local, e o país é famoso pelo seu time de Rugby. O isolamento não apenas físico, mas de ordem comunicativa e de trabalho, causou isolamento biológico, resultando em uma ecologia evolutiva dinâmica com exemplos de plantas e animais muito distintos, bem como populações de espécies comuns. Cerca de 82% das Planta vascularplantas vasculares da Nova Zelândia são endêmicas, cobrindo 1.944 espécies em 65 gêneros. O número de fungos registrados na Nova Zelândia, incluindo espécies formadoras de líquen, não é conhecido, nem a proporção desses fungos endêmicos, mas uma estimativa sugere que existem cerca de 2.300 espécies de fungos formadores de líquen na Nova Zelândia e 40% deles são endêmicos. Os dois principais tipos de floresta são dominados por árvores de folhas largas com podocarpos emergentes ou por faias do sul em climas mais frios. Os demais tipos de vegetação consistem em pradarias, a maioria tussock. Antes da colonização, estima-se que 80% da terra estava coberta de floresta, com apenas altas áreas alpinas, úmidas, inférteis e vulcânicas sem árvores.
O desmatamento
maciço ocorreu depois que os humanos chegaram, com cerca de metade da
cobertura florestal perdida para o fogo após o assentamento polinésio. Grande
parte da floresta restante caiu após o assentamento europeu, sendo derrubada ou
derrubada para dar espaço à agricultura pastoral, deixando a floresta ocupando
apenas 23% da terra. As florestas eram dominadas por pássaros, e a falta de
predadores de mamíferos levou a que alguns como apteryx, kiwi, kakapo, weka e
takahe evoluíssem a ausência de voo. A chegada dos seres humanos, as mudanças
associadas ao habitat e a introdução de ratos, furões e outros mamíferos
levaram à extinção de muitas espécies de aves, incluindo grandes aves como o
moa e a águia-de-haast. A Nova Zelândia, originalmente parte da colônia de Nova
Gales do Sul, tornou-se uma colônia da coroa separada em 1841. A colônia ganhou
um governo representativo em 1852 e o primeiro parlamento da Nova Zelândia se
reuniu em 1854. Em 1856, ela efetivamente tornou-se autogovernada, ganhando a
responsabilidade sobre todos os assuntos domésticos, com exceção da política
nativa. Controle sobre a política nativa foi concedida em meados da década de
1860. Preocupado com a possibilidade da Ilha do Sul formar uma colônia
separada, o premiê Alfred Domett apresentou uma resolução para transferir a
capital de Auckland para uma localidade perto do Estreito de Cook. Wellington
foi escolhida pelo seu porto e localização central, com o parlamento
oficialmente sediado ali pela primeira vez em 1865. Com o aumento do número de
imigrantes e os conflitos pela posse de terra, levou às Guerras da Nova
Zelândia da década de 1860 a década de 1870, resultando na perda e no confisco
de terras nativas māori. Em 1893, o país tornou-se o primeiro do mundo a conceder as mulheres o direito ao voto. Em 1894 pioneiro na adoção da
arbitragem obrigatória entre empregadores e sindicatos. Em 1907 declarou-se um domínio dentro do Império Britânico e em 1947 o país
adotou o Estatuto de Westminster, o que tornou a Nova Zelândia um reino da
Commonwealth.
O país se
envolveu em assuntos políticos de relações internacionais, lutando ao lado do
Império Britânico na primeira e 2ª guerra mundial, e sofrendo os impactos sociais
e políticos da Grande Depressão. A depressão econômica levou à eleição do
primeiro governo trabalhista e ao estabelecimento de um estado de bem-estar
abrangente e de economia protecionista. Entre 1923 e 1926, Conferências
Imperiais decidiram que a Nova Zelândia devia ser autorizada a negociar os
seus próprios tratados políticos, sendo o primeiro tratado comercial de sucesso
estabelecido com o Japão, em 1928. Apesar dessa relativa independência, a Nova
Zelândia prontamente seguiu o Reino Unido ao declarar guerra à Alemanha nazista
em 3 de setembro de 1939, quando o então primeiro-ministro neozelandês, Michael
Savage, proclamou: “Onde ela vai, nós vamos; onde ela está, nós estamos”. Em
1951, o Reino Unido virou-se cada vez mais para seus interesses europeus,
enquanto a Nova Zelândia juntou-se à Austrália e aos Estados Unidos no tratado
de defesa ANZUS. A influência dos Estados Unidos na Nova Zelândia enfraqueceu
após protestos sobre a Guerra norte-americana contra o Vietnã, o fracasso dos
Estados Unidos em advertir França após o naufrágio do Rainbow Warrior e por
desacordos sobre questões agrícolas comerciais, ambientais e sobre a políticas
sobre a zona livre de armas nucleares da Nova Zelândia. Apesar da suspensão das
obrigações dos Estados Unidos, o tratado ANZUS permaneceu em vigor entre a Nova
Zelândia e a Austrália, cuja política externa tem seguido uma tendência semelhante. Próximos, contatos políticos são mantidos entre eles, de livre comércio e organização de viagens que permitem aos cidadãos
visitar, viver e trabalhar em ambos os países sem qualquer restrição. Mais de
500 mil neozelandeses vivem na Austrália e 65 mil australianos vivem na Nova
Zelândia.
A Nova Zelândia tem uma expressiva presença entre os países insulares do Pacífico. Uma grande proporção da ajuda externa, em contrapartida, vai para esses países e muitos povos do Pacífico migram para a Nova Zelândia em busca de emprego. A migração permanente é regulamentada no âmbito do programa do governo, que permitem até 1.100 samoanos e até 750 habitantes de outras ilhas do Pacífico, respectivamente, para se tornarem residentes permanentes da Nova Zelândia por ano. Um esquema de trabalhadores sazonais de migração temporária foi introduzido em 2007 e em 2009 cerca de 8.000 habitantes das ilhas do Pacífico foram empregados nele. A Nova Zelândia está envolvida no Fórum das Ilhas do Pacífico, Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico e do Fórum Regional da Associação de Nações do Sudeste Asiático, incluindo a Cúpula do Leste Asiático. O país é membro da ONU, da Comunidade das Nações, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e os Cinco Acordos de Força de Defesa. A nação experimentou um período de prosperidade crescente após a 2ª guerra mundial e os māori começaram a deixar sua vida rural tradicional e ir para as cidades em busca de trabalho. Um movimento de protesto dos māori desenvolveu-se, criticando o eurocentrismo e trabalhando por um maior reconhecimento da cultura māori e do Tratado de Waitangi. Em 1975, um Tribunal Waitangi foi criado para investigar as violações do tratado e foi habilitado para investigar queixas históricas em 1985. Depois da assinatura do Tratado de Waitangi, no início da década de 1840, o governador da colônia inglesa, William Hobson, teve que eleger uma capital para a colônia.
Até então, a capital efetiva era Kororareka, na atualidade chamada
Russell, em Bay of Islands. Sem dúvida, Kororareka estava muito distante do
restante do país e, além disso, tinha uma má reputação moralista cristã devido
ao alcoolismo e imoralidade dos seus habitantes. Com base nos conselhos do
missionário Henry Williamson, Hobson elegeu a praia sul do porto natural de
Waitemata como nova capital. Adquiriu-se a terra necessária aos seus
proprietários, a tribo maori dos Ngati Whatua, e a cerimónia de fundação teve
lugar às 13 horas de 18 de setembro de 1840. Hobson escolheu o nome em honra de
George Eden, primeiro duque de Auckland, seu protetor e amigo. Finalmente, em
1865, a capital mudou-se para Port Nicholson, mudando o nome para Wellington.
As vantagens estratégicas de uma posição geopolítica central tornaram-se óbvias evidentemente quando a Ilha do Sul cresceu em prosperidade econômica com pesquisa e desenvolvimento (P&D) sobre a descoberta de ouro
em Otago e o desenvolvimento da criação de ovelhas e a refrigeração.
Politicamente a Força de Defesa da Nova Zelândia é composta por três ramos: a Marinha Real da Nova Zelândia, o Exército da Nova Zelândia e a Força Aérea Real da Nova Zelândia. As necessidades de defesa nacional da Nova Zelândia não são modestas, devido à improbabilidade de ataque direto, mesmo com a presença global do país. A Nova Zelândia lutou nas duas guerras mundiais, com campanhas notáveis em Galípoli, Creta, El Alamein e Cassino. A Campanha de Galípoli desempenhou um papel importante na promoção da identidade nacional da Nova Zelândia e fortaleceu a tradição da Australian and New Zealand Army Corps (ANZAC) compartilhada com a Austrália. De acordo com Mary Edmond-Paul, “a Primeira Guerra Mundial tinha deixado cicatrizes na sociedade neozelandesa, com cerca de 18.500, no total, mortos como resultado da guerra, mais de 41.000 feridos e outros afetados emocionalmente, de uma força de combate no exterior de cerca de 103 mil e uma população de pouco mais de um milhão” A Nova Zelândia também teve uma importante participação na Batalha do Rio da Prata (1939) e na campanha aérea da Batalha da Grã-Bretanha (1940-1941).
Durante a 2ª
guerra mundial, os Estados Unidos da América tinham mais de 400 mil militares norte-americanos
estacionados na Nova Zelândia. Além do Vietnã e das duas guerras mundiais, a
Nova Zelândia lutou na Guerra da Coreia (1950-1953), na Segunda Guerra dos
Bôeres (1899-1902), na Emergência Malaia, guerra de guerrilha travada entre as
forças armadas da Commonwealth e o Exército de Libertação Nacional
Malaio (ELNM), o braço militar do Partido Comunista da Malásia, de 1948 a
1960, na Guerra do Golfo, 2 de agosto de 1990 até 28 de fevereiro de 1991 e na
Guerra do Afeganistão, é a atual fase da guerra civil afegã, que opôs,
inicialmente no período de outubro a novembro de 2001, os Estados Unidos da América, com a
contribuição militar da organização armada muçulmana Aliança do Norte e de
países ocidentais (Reino Unido, França, Canadá e outros), ao regime talibã. O
país tem contribuído com forças militares para várias missões de paz regionais
e globais, tais como aquelas no Chipre, Somália, Bósnia e Herzegovina, Suez,
Angola, Camboja, fronteira Irã-Iraque, Bougainville, Timor-Leste e nas Ilhas
Salomão. A nação enviou uma unidade de engenheiros do exército de para ajudar
na reconstrução de infraestrutura do Iraque por um ano durante a Guerra do
Iraque.
A Campanha
de Galípoli, também reconhecida como Batalha dos Dardanelos, teve como palco a
península de Galípoli na Turquia, de 25 de abril de 1915 a 9 de janeiro de
1916, durante a 1ª grande guerra. Foi uma das campanhas mais custosas e
trágicas da guerra. Forças britânicas, francesas, australianas e neozelandesas
desembarcaram em Galípoli, numa tentativa de invasão da Turquia e captura do
estreito de Dardanelos. A tentativa falhou, com pesadas perdas para ambos os
lados. Os aliados se retiraram do local durante os meses de dezembro de 1915 e
janeiro de 1916. As divisões ANZAC se viram especialmente danificadas, e esta
campanha passou a significar certa dissensão por parte dos aliados oriundos da
Nova Zelândia e da Austrália, que acusaram as tropas britânicas de arrogância,
crueldade e inaptidão, bem como principais responsáveis pelo fracasso das
operações. O Anzac Day (25 de abril) continua a ser a comemoração política
mais significativa dos veteranos na Austrália e na Nova Zelândia, superando o
Dia do Armistício/Dia da Lembrança. A Campanha de Galípoli repercutiu
profundamente em todas as nações imperialistas envolvidas. Na Turquia, a
batalha é percebida como um momento crucial e definitivo na história social e política da nação,
tendo em vista a questão política da defesa final da terra-mãe após séculos de
desintegração social do Império Otomano. A luta estabeleceu as bases para a
Guerra de Independência Turca e a fundação da República Turca oito anos mais
tarde, sob Atatürk, ele próprio um comandante remanescente em Galípoli.
A Nova Zelândia é uma monarquia constitucional com uma
democracia parlamentar, embora a sua Constituição não seja codificada.
Elizabeth II é a monarca neozelandesa e a chefe de Estado do país. A rainha é
representada pelo governador-geral, que é nomeado a conselho do
primeiro-ministro. O governador-geral pode exercer os poderes prerrogativos da
Coroa, como revisão de casos de injustiça e nomeações de ministros,
embaixadores e outros importantes funcionários públicos e, em raras situações,
os poderes moderadores o de demitir um primeiro-ministro, dissolver o
parlamento ou recusar o Consentimento Real de um projeto de lei. Os poderes da
Rainha e do governador-geral são limitados por restrições constitucionais e não
podem normalmente ser exercidos sem o Conselho de Ministros. O gabinete,
formado por ministros e liderado pelo primeiro-ministro, é o órgão máximo de
formulação de políticas e por decidir as ações mais significativas
do governo. Por convenção, os membros do gabinete estão ligados por responsabilidade
coletiva de decisões tomadas pelo gabinete
Jacinda Ardern foi eleita primeira-ministra da Nova
Zelândia em outubro de 2017, depois que o partido populista New Zealand
First concordou em formar uma coalização de centro-esquerda articulada em torno
do Partido Trabalhista, do qual ela própria faz parte. Ardern é a mais jovem
líder do país desde 1856 e se tornou a chefe de governo mais jovem do mundo ao
assumir, então com 37 anos, seu posto. A plataforma que levou a escolha do seu
nome para governar a Nova Zelândia era sólida e incluiu “o aumento do salário
mínimo, uma lei para combater a pobreza infantil e o acesso à moradia”. Durante
seu mandato, ela deu à luz sua primeira filha, Neve, em junho de 2018,
tornando-se a segunda chefe de governo eleita a fazê-lo, e também liderou o
país após o ataque contra a mesquita de Christchurch. Ardern, que costuma se
descrever como progressista, republicana, feminista e que apoia o ensino
obrigatório da língua Maori nas escolas neozelandesas, completou 40 anos no fim
de julho como uma das lideranças mais eficazes no combate ao “novo coronavírus”.
O país chegou a deter o controle imunológico e passar cem (100) dias sem transmissão comunitária do vírus. Esta
semana, depois de quatro casos terem sido registrados em Auckland, ela decretou
lockdown na maior cidade do país.
Nova Zelândia tem uma moderna, próspera e desenvolvida economia de mercado, com um Produto Interno Bruto (PIB) em paridade do poder de compra (PPC) per capita estimado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), uma organização criada em 1944 com o objetivo de recuperar a economia internacional dos efeitos da Grande Depressão de 1929 e da 2ª guerra mundial. Até hoje, no entanto, funciona como um centro de cooperação financeira entre seus 189 países-membros, em cerca de US$ 26.966. A moeda do país é o dólar da Nova Zelândia, informalmente reconhecido como o “dólar Kiwi”, que também circula nas Ilhas Cook, Niue, Tokelau e nas Ilhas Pitcairn. A Nova Zelândia havia sido classificada como o 5º país mais desenvolvido do mundo ocidental pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2011 e caiu para 16º na classificação de 2018 elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e ficando em 4º lugar no Índice de Liberdade Econômica de 2011, publicado pela Heritage Foundation. As indústrias extrativistas têm contribuído para a economia da Nova Zelândia, concentrando-se, de acordo com a época, na caça às focas e baleias, linho, ouro, goma kauri e na madeira nativa. Com o desenvolvimento do transporte refrigerado em 1880, carne e produtos lácteos passaram a ser exportados à Grã-Bretanha, um comércio internacional que serviu de base desenvolvimentista para o crescimento do mercado interno econômico na Nova Zelândia.
A elevada
demanda de produtos agrícolas do Reino Unido e dos Estados Unidos ajudou os
neozelandeses a alcançar um padrão de vida mais elevado do que o da Austrália e
da Europa Ocidental nos anos 1950 e 1960. Em 1973, o mercado de exportação da
Nova Zelândia foi reduzido quando o Reino Unido aderiu à Comunidade Europeia e
por outros fatores, tais como crise do petróleo de 1973 e a crise energética de
1979, o que levou a uma grave depressão econômica. O padrão de vida neozelandês
caiu atrás daqueles registrados na Austrália e na Europa Ocidental e, em 1982,
a Nova Zelândia tinha a menor renda per capita entre os países
desenvolvidos pesquisados pelo Banco Mundial. Desde 1984 sucessivos governos
engajados na reestruturação macroeconômica do país transformou rapidamente a
Nova Zelândia de uma economia altamente protecionista para uma economia de
livre comércio e liberalizada. O desemprego chegou acima dos 10% em 1991 e
1992, após a “segunda-feira negra de 1987”, mas finalmente caiu a uma baixa
recorde de 3,4% em 2007, a 5ª menor taxa entre os 27 países comparáveis da OCDE. A crise financeira mundial que se seguiu, porém,
teve um grande impacto na economia neozelandesa, com o PIB do país encolhendo
por cinco trimestres consecutivos, a mais longa recessão em mais de 30 anos, e
com o aumento do desemprego para uma taxa de 7% no final de 2009. A taxa de
desemprego para os jovens foi de 17,4% no trimestre de junho de 2011. A Nova
Zelândia tem experimentado historicamente uma série de “fuga de cérebros” desde 1970, enquanto um processo comunicativo de fenômeno
contínuo. Quase um 1/4 dos trabalhadores altamente qualificados do país
vivem no exterior, a maioria na Austrália e no mercado do Reino Unido, taxa maior do que a de
qualquer outra nação social desenvolvida. Nos últimos anos, entretanto, um “ganho de
cérebros” trouxe profissionais educados da Europa e de outros países por ser menos
desenvolvidos.
Bibliografia geral
consultada.
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