sábado, 29 de fevereiro de 2020

Alexander A. Karelin – O Profissional Wrestler Greco-Romano.


                     É o mais popular atleta de luta greco-romana da história”. Antônio Strini
     

            O nome Rússia é derivado da Rússia de Quieve, um Estado medieval povoado principalmente pelos Eslavos do Leste. No entanto, este nome próprio tornou-se mais proeminente posteriormente e o país normalmente era chamado por seus habitantes de “Русская Земля” (“russkaya zemlya”), que poderia ser traduzido como “Terra Russa” ou “Terra de Rus”. O nome atual do país, Россия (Rossiya), vem da designação grega bizantina Ρωσσία (Rossía) à Rússia de Quieve. A Federação da Rússia foi criada na sequência da dissolução da União Soviética, em 1991, mas é reconhecida como o Estado sucessor da URSS. O país é a 12ª maior economia do mundo por PIB nominal e a 6ª maior economia do mundo em paridade do poder de compra e com o quinto maior orçamento militar nominal. É um dos cinco Estados reconhecidos com armas nucleares do mundo, além de possuir o maior arsenal de armas de destruição em massa do planeta. A Rússia é membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, membro do BRICS, G20, Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), Organização para Cooperação de Xangai (OCX), Comunidade Econômica Eurasiática (CEEA ou EurAsEC), além de um destacado membro da Comunidade dos Estados Independentes (CEI). O povo russo pode se orgulhar da tradição de excelência em quase todos os aspectos das artes e das ciências humanas e sociais, e em tecnologia, incluindo de forma evidente o primeiro voo espacial humano em torno da Lua.
       O Programa espacial soviético é a designação dada para o conjunto de projetos e missões executados pela antiga União Soviética (URSS) para exploração do espaço, tanto por meio de sondas e voos não tripulados, quanto com espaçonaves tripuladas, desde a década de 1930 até a sua dissolução em 1991. Atualmente é coordenado pela agência espacial russa Roscosmos. Durante os seus sessenta anos de história, esse programa, originalmente militar e secreto, foi responsável por um grande número de metas pioneiras alcançadas na conquista do espaço, incluindo: o primeiro míssil balístico intercontinental, o primeiro satélite artificial (1957), o primeiro animal no espaço (1957), o primeiro homem no espaço (1961), a primeira mulher no espaço, a primeira caminhada no espaço, o primeiro veículo a entrar em órbita solar (1959), o primeiro impacto na Lua (1959), a primeira imagem do lado escuro da Lua (1959), o primeiro pouso suave na Lua (1966), o primeiro satélite artificial da Lua (1966), o primeiro rover na Lua (1970), a primeira estação espacial e a primeira sonda interplanetária a atingir a superfície de outro planeta. Estas iniciativas pioneiras acabaram comprovando que era possível enviar artefatos humanos para o espaço exterior e, mais importante, enviar seres humanos ao espaço.
            O programa espacial e de foguetes da União Soviética, teve no seu início a ajuda de cientistas e principalmente, muitos engenheiros alemães, sendo Helmut Gröttrup o principal deles, que trabalharam no avançado programa alemão de foguetes, foi conduzido em sua maior parte por cientistas e engenheiros soviéticos depois de 1955, e era baseado em teorias únicas e exclusivas desenvolvidas desde o Império Russo, muitas delas derivadas do trabalho de Konstantin Tsiolkovsky, muitas vezes chamado de “pai da teoria aeroespacial”. Sergei Korolev, também traduzido como Sergey Korolyov foi o líder do principal grupo de projetistas. Seu título oficial era desenhista chefe, um título padrão para posições similares na URSS. Foi ele quem concebeu todo o programa e trabalhou para torna-lo realidade, convencendo a alta cúpula soviética, particularmente o líder Nikita Khrushchov, da importância da conquista do espaço. Diferente do seu competidor norte-americano na “corrida espacial”, que tinha a NASA como única agência de coordenação, o programa da URSS era dividido entre vários grupos de projetistas liderados por Korolev, Mikhail Yangel, Valentin Glushko, and Vladimir Chelomei.

Karelin: maior 
Wrestler Olímpico da história.
           Devido ao fato político de o programa ser secreto, e por seu valor estratégico como propaganda, os anúncios dos resultados das missões eram adiados até que o sucesso fosse certo, e as falhas eram em geral mantidas em segredo. Devido à política de glasnost de Mikhail Gorbachev (1987) na década de 1980, muitos fatos até então desconhecidos sobre o programa espacial foram divulgados. Entre os principais segredos que finalmente foram revelados, constam: as mortes de Korolev, Vladimir Komarov (na queda da Soyuz 1), e Yuri Gagarin (em treinamento de rotina num avião de caça) entre 1966 e 1968, além de falhas desastrosas com o enorme foguete N1 que deveria ser usado na missão de pouso tripulado na Lua, que explodiram logo após o lançamento em cada um dos quatro testes não tripulados. O programa espacial soviético foi descontinuado com a queda da União Soviética, com a Rússia e a Ucrânia se tornando os seus principais herdeiros do ponto de vistas tecnológico. A Rússia criou a “Agência de Aviação e Espaço Russa”, reconhecida como Agência Espacial Federal Russa (Roscosmos), enquanto a Ucrânia criou a Agência Espacial do Estado da Ucrânia (NSAU). A Rússia continua a desenvolver um consistente programa espacial, que inclui experimentos de longa permanência no espaço, para determinar os efeitos da falta de gravidade sobre o organismo humano. Estas experiências tornaram-se a base do conhecimento que está sendo aplicado hoje na Estação Espacial Internacional. 
             A partir de 1985, o último líder da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), Mikhail Gorbachev, tentou aprovar reformas liberais no sistema soviético e apresentou as políticas de glasnost (“Abertura”) e da perestroika (“Reestruturação”), na tentativa de acabar com o período de estagnação econômica e democratizar o governo. Isso, no entanto, levou ao surgimento de fortes movimentos nacionalistas e separatistas. Antes de 1991, a economia soviética era a segunda maior do mundo, mas durante seus últimos anos, foi atingida pela escassez de mercadorias em supermercados, enormes déficits orçamentários e pelo crescimento explosivo na oferta de dinheiro, o que levando à inflação. Em 1991, as crises econômicas e política começaram a transbordar e as repúblicas bálticas escolheram separar-se da URSS. Em 17 de março, foi realizado um referendo em que a maioria dos cidadãos que votaram a favor de preservar a União Soviética como uma federação politicamente renovada. Em agosto de 1991, uma tentativa de golpe de Estado foi realizada por membros do governo dirigida contra Mikhail Gorbachev e visava preservar a União Soviética. Em vez disso, levou ao fim do Partido Comunista da União Soviética. Apesar da vontade expressa pelo povo, em 25 de dezembro de 1991, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) foi dissolvida em 15 Estados pós-soviéticos. 
 

               
   Nos anos 1990 foram expostos os conflitos armados na região da Ciscaucásia, tanto os conflitos étnicos locais, quanto as insurreições de separatistas islâmicos. Depois que os separatistas chechenos declararam independência no começo dos anos 1990, uma guerra de guerrilha intermitente foi travada entre os grupos rebeldes e as forças militares russas. Ataques terroristas contra civis foram realizados por separatistas, sendo os mais relevantes a crise dos reféns do teatro de Moscou e o cerco à escola de Beslan, que causaram centenas de mortos e chamaram a atenção do mundo. A questão refere-se ao sequestro dos espectadores de um teatro, na área de Dubrovka, em Moscou, entre os dias 23 e 26 de outubro de 2002, por um grupo de separatistas chechenos. Durante a apresentação do espetáculo musical Nord-Ost, 42 militantes chechenos armados ocuparam o teatro lotado de espectadores, anunciando pertencer ao movimento separatista da Chechênia, e tomaram as 850 pessoas presentes como reféns. A Rússia assumiu a responsabilidade pela liquidação das dívidas externas da URSS, apesar de sua população ser apenas metade comparativamente da população do real Estado Soviético com a sua dissolução. Elevados déficts orçamentais provocados pela crise econômica e política da Rússia em 1998 resultaram em declínio maior do Produto Interno Bruto (PIB).           
Conceitualmente atleta é aquele que combatia nos jogos solenes da Grécia e Roma antiga; lutador. Alexander Alexandrovich Karelin nasceu em 19 de setembro de 1967 em Novosibirsk. Atleta soviético e russo, lutador do estilo clássico (greco-romano), tricampeão olímpico (1988, 1992, 1996), estadista e figura política, deputado da Duma Estatal de cinco convocações. Honrado Mestre dos Esportes da URSS (1988), Herói da Federação Russa (1997). Após a 8ª série entrou na faculdade de transporte motorizado, continuou seus estudos no Instituto Estadual de Cultura Física Omsk, que se formou em 1991. Karelin começou a se engajar no wrestling clássico em 1981 na seção do Instituto Eletrotécnico de Novosibirsk. Viktor Kuznetsov permaneceu o único treinador de Karelin ao longo de sua carreira esportiva. Em 1985, Karelin tornou-se o campeão mundial entre os jovens. Neste ano serviu no Departamento de Tropas Internas da URSS e da Rússia, no oeste da Sibéria.  Herói da Federação Russa (1996). Em 1988, ele se tornou o campeão da URSS pela primeira vez. Desde 1988, por 12 anos, Alexander Karelin não perdeu um único torneio, seus adversários ganharam o número mínimo de pontos em lutas com ele. Em 1993, ele se tornou um dos fundadores da organização pública Karelin Fund. Desde 1995 trabalhou no Serviço Federal de Polícia Fiscal da Rússia. Em dezembro de 1999, em conexão com a eleição de deputado da Duma Estatal, ele terminou servindo no Comité de Segurança do Estado (FSB) da Federação Russa com o posto de coronel.
Em 1999 trabalhou como Assessor do Presidente do Governo da Rússia, Sergey Stepashin. Em 2001, se formou na Universidade de São Petersburgo do Ministério de Assuntos Internos da Rússia e ativamente no partido Rússia Unida. Alexander Karelin é casado e tem três filhos. Em seguida tornou-se um membro do Alto Conselho do partido Rússia Unida. De 2002 a 2006, liderou o Conselho de Coordenação Inter-regional da Sibéria da Rússia Unida. Em 2007 foi presidente da comissão do presidium do Conselho Geral da Rússia Unida sobre esportes e o desenvolvimento de projetos partidários no campo da cultura física. Doutor em Educação (2002).  No período entre 1999-2016 exerceu a função de Deputado da Duma Estatal das III, IV, V e VI convocações. Em 18 de setembro de 2016, ele foi eleito para a Duma do Estado da VII convocação. Membro do Comitê de Energia da Duma. Membro da Comissão de Duma do Estado sobre as questões de ética do deputado. Alexander Karelin é professor da Universidade Estadual Nacional de Cultura Física, Esportes e Saúde, em homenagem a PF Lesgafta (São Petersburgo). Karelin também obteve os prêmios nacionais e internacionais: Ordem da Amizade dos Povos, Ordem de Honra, Ordem do Mérito da Pátria, IV grau. Cavaleiro da Ordem Olímpica Golden Palm, na Federação Internacional de Luta Livre Amadora (FILA): a maior premiação “eleito o maior lutador greco-romano do século XX”. 
Na infância, do ponto de vista etnográfico, “ele era um valentão”. Como Alexandr disse, ele podia arrastar o cachorro dos vizinhos para brincar de guardas de fronteira, fazer um incêndio no lugar errado e por acaso apareceu com um amigo em uma padaria local batizada em homenagem a Yakushev para conseguir pão quente lá. Para isso, ele conseguiu de seus pais, sua mãe foi especialmente rigorosa com ele: - “A punição mais cruel foi quando minha mãe não falou comigo”. Havia pedagogia russa do meu pai, mas eu ainda me lembrava de mais de uma mãe para uma frase absolutamente inofensiva: - Mãe, você perdeu a cabeça? - ela não falava comigo há muito tempo. Essa foi a melhor lição para mim. Agora eu entendo que a mãe era, em princípio, muito mais rígida. Quando criança, ele sonhava em seguir os passos de seu pai e se tornar um grande motorista de caminhão. - De meu pai, aprendi a dirigir um carro bem cedo, era bem versado em tecnologia. Como adolescente, conseguia montar e desmontar com habilidade um carro com as próprias mãos. Mais tarde na profissão de técnico mecânico, adquiriu o direito de dirigir até mesmo um trem de ferrovia.
         A construção do chamado Grande Caminho Siberiano, como a Ferrovia Transiberiana era então chamada, começou em 31 de março de 1891. Todavia, até 1890, a porção continental europeia da Rússia dispunha de uma rede ferroviária que se estendia quase 30.000 km, fruto de uma parceria público-privada. Enquanto isso, a leste dos montes Urais, que separam a Europa da Ásia, não havia um quilômetro sequer de vias férreas, embora o tsar Aleksandr 3º houvesse dado aval para sua construção. Em 1886, o imperador lamentou que o governo ainda não tivesse feito nada “para atender às necessidades dessa região rica, porém fronteiriça”. A ideia de um projeto ferroviário de Moscou até o Oceano Pacífico parecia utópica. Se a construção de 650 quilômetros da ferrovia São Petersburgo-Moscou (aberta em 1851) tinha custado 67 milhões de rublos – quando o governo tinha um orçamento anual de 200 milhões de rublos –, para ligar Moscou a Vladivostok custaria, pelo menos, cinco vezes mais: 330 milhões de rublos. Além disso, a Guerra da Crimeia de 1853 a 1856 havia drenado muitos recursos econômicos, e os cofres públicos estavam aparentemente vazios. Outro fator que assustava o governo era o fato de que a Transiberiana deveria ser construída através de regiões quase despovoada da Sibéria, atravessando centenas de rios, tanto pequena como grandes. Por isso, os burocratas da cultura responderam a Aleksandr 3º que as obras eram inviáveis. Ninguém imaginava, provavlemente, que dentro de poucos anos chegaria uma notícia para compensar o aparente medo dos custos econômicos exorbitantes: em julho de 1890, soube-se que a poderosa política da China havia iniciado a construção de uma ferrovia desenvolvida cruzando a periferia do Extremo Oriente russo.  
           A ferrovia Transiberiana é uma das mais antigas e politicamente importantes estradas de ferro (Road to Power) do mundo. O principal trecho da ferrovia com extensão de 7500 km, com percurso de Tcheliábinsk a Vladivostok, foi construído entre 1891 e 1916. O transporte direto de passageiros entre Moscou e Vladivostok só teve início após a conclusão da construção da ponte sobre o rio Amur, junto à cidade de Khabárovsk, no ano de 1916. Antes disso, para percorrer o mesmo trajeto, eram utilizados trechos da estrada de ferro Chinesa-Oriental e a viagem em um único sentido prolongava-se por 16 dias. A construção de uma ferrovia de tais dimensões foi realmente um evento importante para o Império Russo. Prova disso é o fato de que o príncipe Nikolái Aleksándrovitch, por incumbência do tzar Aleksandr III, esteve presente na missa celebrada para o lançamento das bases da ferrovia. A ideia de uma ferrovia na região surgiu, no século XIX, como alternativa para desbravar e desenvolver economicamente as longas distâncias daquele território de dimensões continentais com mais de 17 milhões de km², considerado o maior país do mundo. Do ponto de vista fordista (cf. Braga, 1988) o planejamento político que o governo russo tinha para ver aqueles linhas férreas em funcionamento, a cada ano eram acrescentados mil km de trilhos, cujo auge das obras otimizadas no período de 1895 a 1896 contou com a capacidade da força-tarefa de trabalho em torno de 84 mil trabalhadores.
A ferrovia Transiberiana é uma das mais antigas estradas de ferro do mundo. O principal trecho da ferrovia com extensão de 7500 km, que vai de Tcheliábinsk a Vladivostok, foi construído entre 1891 e 1916. O transporte direto de passageiros entre Moscou e Vladivostok só teve início após a conclusão da construção da ponte sobre o rio Amur, junto à cidade de Khabárovsk, no ano de 1916. Antes disso, para percorrer o mesmo trajeto, eram utilizados trechos da estrada de ferro Chinesa-Oriental e a viagem em um único sentido prolongava-se por 16 dias. A construção de uma ferrovia de tais dimensões foi realmente um evento importantíssimo para o Império Russo. Prova disso é o fato de que o príncipe Nikolái Aleksándrovitch, por incumbência do tzar Aleksandr III, esteve presente na missa celebrada para o lançamento das bases da ferrovia. A ideia de uma ferrovia na região surgiu, no século 19, como alternativa para desbravar e desenvolver economicamente as longas distâncias daquele território de dimensões continentais com mais de 17 milhões de km², considerado o maior país do mundo. Para se ter uma ideia de planejamento econômico e político que o governo russo tinha para ver aquelas linhas férreas em funcionamento, a cada ano mil km de trilhos, cujo auge das obras otimizadas no período de 1895 a 1896 contou com a capacidade da força de trabalho em torno de 84 mil trabalhadores.
Metodologicamente para tratarmos de temas como magia e orientalismo, comumente utilizado para definir o estudo constituído por sociedades fora do amplo e dinâmico contexto ocidental, da cultura global europeia utilizamos a noção “pós-orientalismo”. Por duas razões sociológicas: a) É correlata à filosofia dita pós-moderna; b) Trata-se de um eclético e elusivo movimento social caracterizado por sua crítica à filosofia ocidental. Começando como um movimento de crítica da filosofia Continental, foi influenciada fortemente pela fenomenologia, pelo estruturalismo e pelo existencialismo, incluindo Søren Kierkegaard e Martin Heidegger. Sofreu influências, também, em certo grau associado ao positivismo da filosofia analítica de Ludwig Wittgenstein. Para uma parte dos pensadores, a filosofia pós-moderna reproduz a volumosa literatura da teoria crítica. Outras áreas na fronteira do debate incluíram a “desconstrução” e as diversas áreas que começam com o prefixo “pós”, como o “pós-estruturalismo”, o “pós-marxismo” e o “pós-feminismo”.  É também utilizado para designar a familiaridade por artistas e criadores ocidentais de elementos, descrições ou imitações conotadas com as culturas ditas orientais.
Popularizado como um campo ou nível de análise de estudo desde o século XVIII, mas tendo adquirido particularidades institucionais a partir do colonialismo do século XIX, o orientalismo estudava, sem distinções, um vasto grupo humano vulgarizado pela designação “mundo árabe” e mesmo a África, em alguns casos. O orientalismo ratificou a hipótese colonialista da inferioridade racial e cultural de todas as civilizações não europeias. O seu objetivo, não assumido, foi à busca da justificação do processo de dominação imperialista através do discurso de redenção dos povos ditos primitivos, inferiores e subdesenvolvidos que tem origem na antropologia colonialista. O Oriente, sociologicamente falando, é uma entidade autônoma dotada de múltiplas identidades com suas respectivas localizações territoriais. O que seria então esse Orientalismo cuja definição permite afirmar que o Oriente é uma invenção do Ocidente? Segundo Edward Said (1990) esse conceito tem diversos significados, históricos e culturais, mas que reflete a forma específica pela qual o Ocidente europeu reproporia ao nível ideológico e cultural a designação do que é interpretado como Oriente.
Assim, o Orientalismo não necessariamente estabelece uma relação dialética e real de identificação real com o Oriente e sim, inversamente é a ideia que o Ocidente faz dele. Nesse sentido o Oriente ajudou a definir a Europa ou o Ocidente de forma transcendente com sua imagem, ideia, personalidade e experiência contrastantes. O Oriente na visão do Orientalismo é o lugar do exótico. Analiticamente precisamos tornar do ponto de vista teórico, prático e afetivo o exótico em familiar. A magia, antigamente chamada de Grande Ciência Sagrada pelos Magos, é uma forma de ocultismo que estuda os segredos da natureza e a sua relação com o homem, criando, assim, um conjunto de teorias e práticas que visam ao desenvolvimento integral das faculdades internas espirituais e ocultas do homem, até que este tenha o domínio total sobre si mesmo e sobre a natureza. A magia tem características ritualísticas e cerimoniais que visam a entrar em contato com os aspectos ocultos do Universo e da Divindade. Afirma-se que, por meio de rituais, feitiços, orações ou invocações é possível fazer com que forças ocultas atuem sobre o ambiente, modificando, a vontade, o agir ou o destino das pessoas. Essa concepção é tida como irracional pela ciência.
Há registros etnográficos de práticas mágicas em diversas épocas e civilizações. Supõe-se que o caçador primitivo desenhava a presa na parede da caverna antes da caça como forma de motivação. Posteriormente, adquiriu o ritual de enterrar os mortos e nomeou as forças da natureza que desconhecia, dando origem à primeira tentativa de compreensão da realidade, que chamamos de mito. Segundo o Novo Testamento bíblico, por exemplo, são três magos os primeiros a dar as boas-vindas a Jesus recém-nascido. No Velho Testamento, há a disputa mágica entre Moisés e os Magos Egípcios. Nos Vedas, no Bhagavad Gita, no Alcorão e em diversos textos sagrados, existem relatos similares. Os antigos acreditavam no poder dos homens e que, através de magia, eles poderiam comandar os deuses que são, na verdade, os poderes ocultos e latentes na natureza. As zonas horárias ou fusos horários representam cada uma das vinte e quatro áreas em que se divide analiticamente a Terra e que seguem a mesma definição de tempo. O termo fuso denomina a porção de superfície esférica compreendida entre dois semiplanos que partem de um diâmetro da esfera, assemelhando-se comparativamente à superfície externa de um gomo de laranja. Anteriormente, por volta do ano 1300, ou já anteriormente, usava-se o tempo solar aparente, utilizando a passagem meridiana do Sol, de forma que a hora do meio-dia se diferenciava compassadamente de uma cidade para outra. Os fusos horários corrigiram em parte o problema ao colocar os relógios de cada região no mesmo tempo solar médio.
Todos os fusos horários são definidos em relação ao Tempo Universal Coordenado (UTC), o fuso horário que contém Londres quando esta cidade não está no horário de verão onde se localiza o meridiano de Greenwich, o qual divide o fuso horário. A hora era uma característica local. Antigos viajantes tinham que acertar o relógio quando chegavam a cidade nova. O acerto de horas era feito através do sol: o meio dia representava o ponto mais alto que a estrela alcançava. Grande parte das empresas, devido a estas irregularidades resolveu fixar cem fusos dos caminhos de ferro. Esta prática ocorreu até 1883. Na Grã-Bretanha, foi criada uma única hora legal para todo o país: Inglaterra, Escócia e País de Gales, sendo o autor original desta ideia William Hyde Wollaston. Com isto, a prática foi se popularizando. Great Western Railway foi a primeira companhia de trem a utilizar a hora Greenwich Mean Time (GMT) ou Tempo Médio de Greenwich. Em 1847, praticamente todas utilizavam este sistema. O senador do Canadá, Sanford Fleming, em 1878, sugeriu a complexidade de um sistema internacional de fusos horários. Seu pensamento era dividir a Terra em 24 faixas verticais, onde cada uma delas era um fuso de uma hora. O planeta possui 360° de circunferência, assim cada faixa teria 15° de largura longitudinal. Em 1879, o estudo foi publicado no jornal do Instituto do Canadá, de Toronto. Com a aprovação norte-americana, em 18 de novembro de 1883, as linhas de trem passaram a utilizar os fusos. O mais populoso é o GMT +8, da República Popular da China, da Mongólia, de parte da Rússia, na Sibéria, Oeste da Austrália.  É o fuso horário que cobre maior extensão territorial. Sobre o território da China, ao longo do 38º30`N, se estende por cerca de 4060 km, entre as longitudes 75ºE e 122ºE.                     A ferrovia Transiberiana é uma rede ferroviária conectando a Rússia Europeia com as províncias do Extremo-Oriente Russo, Mongólia, China e o Mar do Japão. É frequentemente associada com o comboio transcontinental russo que liga centenas de grandes e pequenas cidades da Rússia, tanto na Europa como na Ásia. Com 9 289 km, abrangendo oito fusos horários e levando vários dias para realizar uma viagem completa, é o terceiro mais longo serviço contínuo do mundo, depois dos serviços das linhas Moscovo-Pyongyang (10 267 km) e a Donetsk-Vladivostok (9 903 km), ambos os quais também compartilham a ferrovia Transiberiana em muitas das suas rotas. A rota principal é a linha Transiberiana que se inicia em Moscou, passa por Iaroslavl no Volga, Perm no rio Kama, Ekaterinenburg nos Urais, Omsk no rio Irtysh, Novosibirsk no rio Ob, Krasnoyarsk no rio Ienissei, Irkutsk perto da extremidade sul do lago Baikal, Tchita, Blagoveshchensk, Khabarovsk e finalmente Vladivostok. Frequentemente em vez do trecho Moscou-Iaroslavl-Kirov usa-se rota ferroviária Moscou-Vladimir-Níjni Novgorod-Kirov. A sua construção durou desde 1891 até 1916 e em 2002 levando quase 100 anos para a eletrificação ser totalmente finalizada. Cerca de 30% das exportações russas viajam por este poderoso meio social de comunicação que integra a área geográfica Asia-Pacific Economic Cooperation (APEC), um bloco político-econômico que tem por objetivo social transformar o Pacífico numa área de livre comércio e que engloba economias asiáticas, norte-americanas e da Oceania (cf. Nogueira, 2013; Volinets, 2017).
A luta greco-romana - mutatis mutandis - foi recriada também neste período histórico para resgatar os valores estéticos e históricos do esporte na Antiguidade, com a proibição de ataques mais duros e golpes baixos. Durante o período greco-romano o matemático Papo de Alexandria representa um relato etnográfico sistemático da obra de seus predecessores, desde Euclides até Esporo de Niceia. Há também extensas notas explicativas sobre vários temas matemáticos e valiosas introduções aos diversos livros, nas quais Papo de Alexandria resume o tema geral e os assuntos técnico-metodológicos a serem tratados. Notabilizou-se por ser pai da filosofa Hipátia e por produzir em 390 uma versão mais elaborada e definitiva da obra Os Elementos de Euclides que sobreviveu aos dias atuais. Dentre suas obras está uma que faz importantes considerações de domínio abstrato sobre a ocorrência de um eclipse solar em Alexandria. A mobilidade trouxe a Atenas Hipócrates de Quios, no séc. V a. C., o primeiro autor de uma compilação de Elementos, em que parecem já figurar investigações ligadas à resolução do problema de Delos (a duplicação do cubo) e à quadratura do círculo. Com a morte de Platão, seu discípulo, Têudio de Magnésia, escreveu nova compilação dos manuscritos Elementos
  Na Grécia Antiga, os lutadores “competiam nus, com o corpo envolto por azeite e uma fina camada de areia para se protegerem do frio”. No final do XVIII – início do século XIX moderna luta greco-romana começou a sua formação. As principais regras foram estabelecidas na França, onde luta naquela época era especialmente popular em áreas rurais e urbanas. Por causa do grande interesse causado por competições ‘lutadores, os atletas começaram a agir em circos itinerantes, jardins de verão, lugares para passeio e entretenimento. Mais tarde, em toda a cidade, na França, e, em seguida, campeonatos mundiais foram organizados. Em 1848, em Paris apareceu as primeiras fases, em que lutadores profissionais atuaram. Com o aumento da prática da luta no século XIX em toda a Europa, o esporte foi incluído na primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna - sua primeira participação nos Jogos Olímpicos foi em Atenas 1896.
A queda de um gigante.
     O programa dos Jogos Olímpicos em 1996, oficialmente Jogos da XXVI Olimpíada, foram os Jogos realizados em Atlanta, capital do estado de Geórgia, nos Estados Unidos, entre 19 de julho e 4 de agosto de 1996. Em competições de luta greco-romana passou a essas categorias de peso: até 48 kg, a 52 kg, para 57 kg, para 62 kg, 68 kg, 74 kg para, a 82 kg, para 90 kg, a 100 kg, a 130 kg. Como é determinado o vencedor? Rodada termina quando a queda é contada, o lutador coloca o adversário em ambas as asas sobre o tapete, pelo menos para metade de um segundo. A vantagem de 10 pontos de um dos lutadores também o leva pelas regras para acabar com a luta. Além disso, a vitória é contada se o lutador houver marcado mais pontos no final do jogo cinco minutos, ou o seu adversário foi ferido ou desqualificado. Se nenhum dos lutadores não teve mais de três pontos, ou que têm um número igual de pontos, tempo adicional é dado aos competidores. Depois de uma perda de luta o atleta se aposenta da luta pelo “ouro”, mas poderia, eventualmente, ser o candidato a uma medalha de bronze.
            O Comitê Olímpico Internacional deu o nome oficial de luta greco-romana, para demonstrar a natureza internacional deste tipo de desportos. Em relação ao título, em diferentes anos, este tipo de luta livre foi dado muitos nomes: profissionais reconhecidos como sua “luta francês”, amantes – “greco-romanos”. Os primeiros Jogos foram 5 pessoas, que representavam quatro países: dois eram da Grécia, três para a Alemanha, Hungria e Grã-Bretanha. Não houve divisão dos lutadores em categorias de peso nesses Jogos. Desde então, a luta greco-romana, com exceção de dois Jogos Olímpicos de 1900 e 1904 que não fizeram parte das competições olímpicas. Em 1948, o Comitê All-União de Cultura Física e Esporte aprovou os seguintes nomes para certos tipos de desportos de combate: luta francês, ou, greco-romana ficou conhecido como “estilo clássico”. Até 1950 em competições internacionais greco-romana dos mais bem sucedidos lutadores eram representantes da Finlândia e Suécia, os lutadores da Hungria e Turquia têm procurado repetir e revelar seu sucesso. 
            Quando em 1952 os lutadores soviéticos entraram na arena, especialistas tradicionalmente começaram a chamá-los os mais fortes, os atletas russos, também fortes são o atletas de Cuba, Alemanha, Ucrânia e Polônia. A luta como uma forma de entretenimento e expressão de força e coragem sempre foi popular na Rússia. Foi a diversão mais bela em todos os feriados. Ao longo do tempo e espaço, estas espécies deram lugar ao modo principal da luta livre russa chamada “luta cinto”. Nesta forma de luta livre, segurando com as duas mãos sobre o cinturão do adversário, um teve que jogar o oponente de costas sem o uso de plataformas e recortes. O desenvolvimento amplo da luta profissional que recebeu durante a emergência da Rússia demonstra que viajam, faziam parte como membros do circo. Desde 1860 que as lutas de cinto se tornaram uma parte integrante do programa de circo, os lutadores competiram não só na luta, mas também em vários exercícios de solo articulados com gravidade. Como em outros países, as lutas se tornaram um esporte competitivo na Rússia e foi reconhecida primus inter pares no final do século XIX.
             Em 1885, no primeiro “clube de fãs de esportes de levantamento de peso” de São Petersburgo na Rússia foi fundada. Seguindo os clubes St. Petersburg de fãs de luta livre foram criados em Moscovo, Kiev, Riga e outras cidades da Rússia. Em 1896, A Sociedade Atlética Carta Petersburg foi aprovado, e um ano mais tarde, em 1897, em São Petersburgo, o primeiro campeonato amador de lutas amador russo foi realizada, e esta data é considerada o início do desenvolvimento da luta livre desporto amador na Rússia. Um grande papel no desenvolvimento da luta amadora foi jogado por luta profissional. A própria luta profissional foi quase desprovida de conteúdos desportivos. Os resultados das lutas e da distribuição de prêmios durante campeonatos foram principalmente pré-planejado pelos empresários. Participantes para os campeonatos foram escolhidos para que eles interessassem seus espectadores e apaziguar seus gostos não muito exigentes. A luta profissional foi em geral um desempenho teatral, mas também um bom meio de agitação de fãs. A partir da lista de lutadores profissionais se tornaram especialmente famosos Ivan Poddubny, seis vezes campeão do mundo, e também populares lutadores como Ivan Shemyakin, Ivan Zaikin, Nikolai Vahturov etc.
Até o início da 1ª guerra mundial (1914-1918), havia cerca de 20 organizações desportivas na Rússia, cultivando luta, o número total de fãs era de cerca de 250-300 pessoas. Após a 1ª guerra mundial, a Revolução de Outubro de 1917 e da guerra civil o primeiro campeonato da URSS na luta clássica foi realizada em 1924. Participaram 40 atletas. Um dos campeões foi Vladimir Ivanov, o autor de um dos primeiros livros didáticos, que foi chamado de “A luta Francês” e foi emitido em 1929. Valentin Ivanov também foi um dos primeiros professores de luta no Instituto Central de Cultura Física em Moscou, posteriormente Academia de Cultura Física. Blagoy Ivanov tornou famosos na década de 1930 lutadores Grigory Pylnov e A. G. Pylnova Katulin. Também deve ser mencionado o fato social de que no desenvolvimento de cada esporte está intimamente ligado com as regras da concorrência global no meio competitivo desportivo. Só em 1914 o halterofilismo russo aprovou a luta internacional, e desde esse ano todas as competições foram realizadas em cinco características competitivas de peso: leve, meio-leve, médio, meio-pesado e pesado. Antes disso não havia regras uniformes, padronizadas e até mesmo nas mesmas competições que nas cidades poderia ocorrer de diferentes maneiras.
As primeiras novas regras foram aprovadas na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e publicadas em 1924 e que no mesmo ano o primeiro campeonato de países realizou-se, na URSS as competições de luta clássica começaram regularmente tomar lugar apenas a partir de 1933. Na história social e política das relações internacionais e competições de nossos lutadores havia dois períodos – o primeiro – 1924-1946, quando houve a participação ocasional em competições internacionais na Finlândia, Suécia e outros países escandinavos. Após a entrada oficial da Federação Soviética em FILA em 1947, na equipe nacional o mesmo do país ano teve lugar no primeiro campeonato europeu na luta clássica em Praga. Em 1952, nos XV Jogos Olímpicos de Helsinque lutadores soviéticos em um golpe ganharam quatro medalhas de ouro olímpicas, uma de prata e duas de bronze. Isto lhes permitiu tomar as classificações com o lugar da equipe do premier. Os Jogos Olímpicos de Verão de 1952, em finlandês Kesäolympialaiset 1952, reconhecidos oficialmente como os Jogos da XV Olimpíada foram os Jogos Olímpicos realizados em Helsinque, Finlândia, pátria de alguns dos maiores atletas olímpicos de antes da II Guerra Mundial e de todos os tempos. E foram os maiores deles, Hannes Kolehmainen e Paavo Nurmi, os responsáveis pelo momento mais emocionante da Abertura do evento, quando, já homens quase idosos, entraram no estádio conduzindo a tocha olímpica e acendendo a pira sagrada. Participaram destes Jogos 4.955 atletas, sendo 519 deles mulheres, de um total de 69 nações, representando um recorde até então.  No total, a partir de 1952, representantes da União Soviética e, em seguida, a própria Rússia ganhara 38 medalhas de ouro olímpico marcadamente com participação na luta greco-romana.
Em 2013 o Comitê Olímpico Internacional votou pela exclusão da modalidade, junto com a luta livre, dos Jogos Olímpicos a partir de 2020, mas na 125ª Sessão do Comitê Olímpico Argentino, em Buenos Aires, a Luta foi reinserida no programa olímpico não só para os Jogos Olímpicos de 2020, quanto para os de 2024, em francês: Les Jeux olympiques d`été de 2024, reconhecidos oficialmente como os Jogos da XXXIII Olimpíada, mais comumente Paris 2024, será um evento multiesportivo realizado no segundo semestre de 2024, na cidade de Paris. Será a terceira vez na história em que a cidade sediará sendo a primeira vez em 1900 e a segunda em 1924. A pira sagrada foi acesa e tem inicio a boda celeste. 
O gigantesco russo Alexandr Karelin nasceu com quase 7kgs em Novossibirsk, coração da gélida Sibéria. Pesava menos de 100kgs, de puro músculo, e só tinha 7% de gordura na massa corporal. E que jamais tinha sido derrotado em uma competição internacional. Sua força era descomunal, treinava diariamente na Sibéria, correndo na neve e fazendo musculação. Ele inventou uma manobra, chamada “Levantamento Karelin” (Karelin Lift), absolutamente arrasador. Era uma adaptação de um movimento comum nas categorias leves da luta greco-romana, mas totalmente impensável em atletas da sua categoria, com até 130kgs até Karelin existir. Dotado de uma força inacreditável, o russo enganchava os braços no peito do adversário e levantava seu oponente sobre seus ombros. Então arremessava com toda a força, como um saco de batatas, o rival no chão, largando todo o peso no pescoço ou sobre o peito. A maioria dos grandes e bons adversários desistia das lutas com Alexandr Karelin nos nove minutos dos combates públicos.
Dois vice-campeões olímpicos capitularam antes de continuar apanhando, vergonhosamente saindo da arena no meio da luta, mas com a saúde em dia. Karelin era absolutamente imbatível até a sua última luta. No dia que se tornaria o primeiro atleta a se sagrar tetracampeão olímpico em uma mesma competição, Karelin perdeu. Quando o então presidente do COI, o espanhol Juan Antônio Samaranch, estava no ginásio para entregar a medalha das olimpíadas, ninguém, provavelmente nem o inesperado vencedor, imaginava. O autor da façanha desportiva foi o então “ilustre desconhecido” Rulon Gardner, atleta dos Estados Unidos da América. Atleta universitário mediano, sem títulos expressivos e resultados médios no circuito internacional, Rulon já havia sido derrotado por 5 a 0 por Karelin três anos antes.  Na luta Greco-Romana, depois de três minutos sem pontuação, Gardner conseguiu desmanchar a chave de braço de Karelin, o que constitui pontuação. Os juízes debateram, mas afinal concordaram e deixaram Gardner com vantagem de 1 a 0. Desesperado, mas já cansado, Karelin não conseguiu reverter a vantagem na prorrogação. Os minutos finais são de euforia no ginásio, contra o lutador russo. Uma cena quase surreal para o desporto. O narrador vai percebendo a derrota e no final afirma: - Você acredita em milagres? Estão espantados quanto Alexander Karelin, Gardner, Samaranch e o mundo esportivo? Aleksandr Karelin tem um cartel de 887 vitórias e 2 derrotas, é dodecampeão europeu (12 vezes), eneacampeão mundial (9 vezes) e tricampeão olímpico (1988, 1992 e 1996).  
Além de ser considerado o melhor wrestler e um dos maiores atletas da história social, também é reconhecido pela sua vasta inteligência disciplinar, tanto de formação técnica quanto humanista, sendo doutor em Engenharia Elétrica e, além disso, PhD em Pedagogia. Um Doutorado, também reconhecido como PhD, é um curso fornecido pelas universidades para aqueles que cumpriram todas as qualificações necessárias para obtenção do título e podem ser considerados doutores em sua área acadêmica. Ipso facto, possui profundos conhecimentos de música, poesia, história e literatura, além de ser apreciador de ópera, teatro e balé. O russo também tem o cargo de deputado, tendo sido eleito 3 vezes. Desde a queda da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas em 1991, a Rússia superou o sistema de partido único e tornou-se uma República Federativa (cf. Gorbachev, 1987). A democracia russa, assim como qualquer democracia moderna, comparativamente defende a separação de poderes em Executivo, Legislativo e Judiciário. A Constituição Federal garante os direitos civis e liberdades democráticas como a liberdade de associação, de expressão de pensamento e de liberdade de imprensa.
              A Federação Russa é uma república semipresidencialista que tem o Presidente como chefe de Estado e o Primeiro-Ministro como chefe de Governo. O Legislativo é bicameral, isto é, a Assembleia Russa possui duas casas para representar o povo: a Duma, (câmara baixa) e o Conselho de Federação (câmara alta do parlamento russo). A Duma equivale à Câmara dos Deputados e o Conselho de Federação ao Senado. O Conselho de Federação foi criado pela Constituição Russa de 1993 e possui 166 membros que atuam como a voz das entidades regionais. Ao contrário da Duma, o Conselho não é eleito diretamente pelo povo. A federação russa se organiza em 83 distritos. As duas casas do parlamento funcionam juntas para rever vetos - as leis que o presidente vetou, ou votar projetos de Lei. O Conselho de Federação tem atribuições próprias, como afastar o presidente por meio de processo jurídico, semelhante ao de outras nações, e permitir ou não o uso das Forças Armadas fora do território russo. O Judiciário é independente e funciona de forma autônoma do Legislativo ou Executivo. O sistema jurídico da Rússia continuou com grande parte da estrutura jurídica soviética porque a maioria dos funcionários foi treinada pelos próceres ligados aos partidos comunistas.
           A Constituição da Federação Russa regulamentou uma profunda transformação na vida política do país. Introduziu eleições competitivas, livres e principalmente, a substituição do sistema de partido político único para o pluripartidarismo. Atualmente, existem quatro partidos que compõem a Duma: o Partido Comunista com 42 assentos, o Partido Liberal Democrata com 39 cadeiras ocupadas, o Partido Rússia Justa com 23 cadeiras no parlamento federal russo. O partido governista Rússia Unida possui a maioria das vagas de representação política da Duma que no total dispõe de 342 assentos. Em setembro de 2016, os russos votaram nas eleições parlamentares para a Duma, mas foram as eleições legislativas menos disputadas em 25 anos de história. - “Em comparação com as eleições legislativas de 1996, o povo sentia que havia mais candidatos e debates políticos”, afirma Nikolai Petrov, chefe do Centro de Análise Política e Geográfica em uma entrevista para a British Broadcasting Corporation (BBC), uma corporação pública de rádio e televisão do Reino Unido fundada em 1922. Possui uma boa reputação nacional e internacional. Por vezes, é chamada afetuosamente pelos britânicos como Beeb, The Corporation ou Auntie, o ex-presidente da extinta União Soviética, Mikhail Gorbachev (1987), afirmou que a Rússia está na “metade do caminho” para a democracia.  - “Os governadores agora são indicados e não eleitos. O povo é contra isso, o povo quer que sejam eleitos”, disse Gorbachev. “Estamos no rumo da democracia e na minha visão nós andamos a metade do caminho, na melhor das hipóteses. Precisamos seguir até o fim”. Fim é a representação de um resultado que se converte em causa de uma ação; sem medo de ser feliz!
Bibliografia geral consultada.
GORBACHEV, Mikhail, Perestroika: Novas Ideias para o Meu País e o Mundo. São Paulo: Editora Best Seller, 1987; MARKS, Steven Gary, Road to Power: The Trans-Siberian Railroad and the Colonization of Asian Russia, 1850–1917. New York, 1991; KELLER, Brigit, Estudo Comparativo dos Níveis de Cortisol Salivar e Estresse em Atletas de Luta Olímpica de Alto Rendimento. Dissertação de Mestrado. Departamento de Educação Física. Setor de Ciências Biológicas. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2006; PEREIRA, Marcio da Silva, O Leitmotiv: Da Ópera ao Cinema, à Televisão. Tese de Doutorado em Música. Centro de Letras e Artes. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 2007; NOGUEIRA, Flavio Schluckebier, A Busca pela Modernização: Uma Análise Comparativa entre a Rússia Imperial (1861-1914) e a Rússia Soviética (1921-1939). Dissertação de Mestrado em Economia. Programa de Pós-Graduação em Economia Política Internacional. Instituto de Economia. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2013; SANTOS, Sérgio Luiz Carlos dos, Wrestling – Luta Olímpica. Departamento de Educação Física. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2013; MARIANTE NETO, Flávio Py, Jabs, Diretos, Low Kicks e Duble Lags no Processo Civilizador: Uma Leitura Elisiana das Artes Marciais Mistas. Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano. Programa de Doutorado. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2016; GONDIM, Denis Foster, Dojô: Espaço de Educação. Dissertação de Mestrado em Educação. Programa de Pós-graduação em Educação. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2017; ROCCO JÚNIOR, Ary José, O Consumidor do Esporte: Da Digitação Social à Imersão Digital. Tese de Livre-Docência. Escola de Educação Física e Esporte. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2019; GARRAFFONI, Renata Senna, Os Antigos Gregos no acervo do Museu Paranaense: Recepção dos Clássicos, Poesia Simbolista e Política. Curitiba: SAMP/Museu Paranaense, 2018; Idem, “Recepção Greco-romana em Curitiba: Literatura, Patrimônio e Novas Abordagens do Centro Histórico”. In: Revista Memória em Rede. Pelotas. Volume 12, nº 23, Jul/dez. 2020; entre outros.

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