Ubiracy de Souza Braga
A
história social do povo basco, quaisquer que sejam suas origens etnográficas,
acredita-se amplamente que tenham ocupado uma única região da Europa há muito
mais tempo que qualquer outro grupo étnico identificável. As fontes básicas
para a história antiga dos bascos são os escritores clássicos, especialmente de
Estrabão, autor da monumental Geografia,
um tratado (tractatu) formal,
científico, de caráter acadêmico, fundamentado e sistemático de 17 livros
contendo a história e descrições de povos e locais do mundo que lhe era
conhecido em seu tempo (cf. Zuliani, 1999), que no século I registrou que o
norte que se localiza Navarra e Aragão, a leste da comunidade autônoma do País
Basco era habitada por um povo conhecido como vascones. Antecede, portanto, à
demarcação historiográfica designada por “Antiguidade Clássica” referida ao período da história da Europa que se estende aproximadamente do século
VIII a. C., com o surgimento da poesia grega de Homero, à queda do Império
romano do ocidente no século V d. C., mais precisamente no ano 476. O dia 4 de setembro de 476 é geralmente aceito como a data da queda do Império Romano do Ocidente.
Neste dia 4, o último imperador em Roma, Flávio Rômulo Augusto, foi derrocado por um comandante militar bárbaro, Odoacro. Se bem que Augusto estivesse oficialmente no poder, sua autoridade era apenas uma formalidade, uma vez que os chefes bárbaros detinham a maior parte do poder. A destituição de Augusto marcou o fim do poder romano, porém as regiões romanas de outros lugares continuaram sob o mandato romano depois de 476. No recorte heurístico condutor que a diferencia de outras épocas anteriores ou posteriores, estão os fatores culturais das suas civilizações mais marcantes, a Grécia e a Roma antigas. O período Pré-Homérico corresponde ao apogeu e à decadência da civilização cretense, que se desenvolveu em Creta, a maior ilha do Mar Egeu. Essa ilha era povoada por tribos que, provavelmente, tenham vindo da Ásia Menor. Durante esse período, outros povos dirigiram-se a Grécia: os aqueus, que se estabeleceram na Grécia continental e também na Ilha de Creta. Os aqueus dominaram os cretenses por volta de 1400 a.C. dando origem à civilização creto-micênica. Além dos aqueus, os jônios e os eólios também chegaram a Grécia. De todos esses povos, o mais importante historicamente foi o dório, com características sociais e políticas guerreiras, que deram um novo rumo à história grega. Os dórios destruíram a civilização creto-micênica e conquistaram a Grécia. Esses acontecimentos políticos anunciaram uma nova história da Grécia - o período Homérico, correspondente ao segundo período de desenvolvimento da civilização grega que ocorreu após o período pré-homérico, entre os anos de 1150 a.C. a 800 a.C.
Neste dia 4, o último imperador em Roma, Flávio Rômulo Augusto, foi derrocado por um comandante militar bárbaro, Odoacro. Se bem que Augusto estivesse oficialmente no poder, sua autoridade era apenas uma formalidade, uma vez que os chefes bárbaros detinham a maior parte do poder. A destituição de Augusto marcou o fim do poder romano, porém as regiões romanas de outros lugares continuaram sob o mandato romano depois de 476. No recorte heurístico condutor que a diferencia de outras épocas anteriores ou posteriores, estão os fatores culturais das suas civilizações mais marcantes, a Grécia e a Roma antigas. O período Pré-Homérico corresponde ao apogeu e à decadência da civilização cretense, que se desenvolveu em Creta, a maior ilha do Mar Egeu. Essa ilha era povoada por tribos que, provavelmente, tenham vindo da Ásia Menor. Durante esse período, outros povos dirigiram-se a Grécia: os aqueus, que se estabeleceram na Grécia continental e também na Ilha de Creta. Os aqueus dominaram os cretenses por volta de 1400 a.C. dando origem à civilização creto-micênica. Além dos aqueus, os jônios e os eólios também chegaram a Grécia. De todos esses povos, o mais importante historicamente foi o dório, com características sociais e políticas guerreiras, que deram um novo rumo à história grega. Os dórios destruíram a civilização creto-micênica e conquistaram a Grécia. Esses acontecimentos políticos anunciaram uma nova história da Grécia - o período Homérico, correspondente ao segundo período de desenvolvimento da civilização grega que ocorreu após o período pré-homérico, entre os anos de 1150 a.C. a 800 a.C.
A partir das invasões dórias teve início um período histórico-social muitas vezes chamado de “homérico”, porque o conhecimento que se tem da sociedade grega da época se deve, em grande parte, a dois reconhecidos poemas – a Ilíada e a Odisseia -, atribuídos a Homero. A Ilíada narra a guerra de Tróia, e a Odisseia, as aventuras do herói grego Ulisses (Odisseu) em sua viagem de volta a Grécia após a conquista de Tróia. Há muita discussão sobre a autoria desses poemas. Muitos estudiosos defendem que Homero nunca existiu e que esses teriam sido obras do passado coletivo grego, tendo sido transmitidos oralmente de geração em geração. Com a invasão dória, um novo modelo social se implantou: a produção passou a ser de subsistência, com exploração da mão-de-obra familiar, auxiliada por uns poucos assalariados e escravos; a arte e a escrita desapareceram; o artesanato decaiu; as armas de bronze finalmente trabalhadas foram aos poucos sendo substituídas por artefatos grosseiros, feitos de ferro; e o sepultamento em magníficos túmulos, como ocorreu com o sultão Suleiman, o Magnífico, procurado há 120 anos descoberto em 2015, devido a Agência Turca de Cooperação e Coordenação (TIKA) e Estado húngaro, foi substituído pela cremação simples, utilizada em muitas culturas, inclusive autorizado pela Igreja Católica e por outras religiões.
Neste período a população passou a se organizar em pequenas comunidades, cuja unidade básica era a família. Essa forma social é chamada de genos. Cada geno possuía seu próprio líder, seu culto religioso e suas leis. Com o passar dos tempos, os genos foram se ampliando e acabaram dando origem a outro tipo de organização da vida social e política - a polis, ou cidade-Estado que foi a característica do período seguinte da história grega. As principais teorias em controvérsia são aquelas em que os bascos chegaram como parte das migrações indo-europeias para a Europa em torno de 2000 a. C. Ou, que os bascos chegaram antes, quando a migração Cro-Magnon desalojou ou tenha assimilado a população Neandertal local. Estrabão fora um estoicista, mas politicamente um proponente do imperialismo romano, tendo realizado viagens ao Antigo Egito e à Etiópia. História, religião, costumes e instituições de diferentes povos estão misturados às suas descrições geográficas. Estrabão é considerado o fundador da perspectiva ideográfica, a qual consiste em revelar as particularidades regionais das ciências que se apoiam nos métodos empregados.
O
basco é o idioma ancestral dos bascos, povo que habita historicamente o País
Basco, região que abrange uma área do nordeste da Espanha e sudoeste da França.
É falado por 27% dos bascos em todos os territórios habitados por este grupo
étnico (714 136, de um total de 2 648 998 de habitantes). Destes, 663 035 bascofalantes vivem na parte espanhola
do País Basco, e 51 100 na parte francesa. Nas discussões acadêmicas a respeito
da distribuição do basco na Espanha e França, costuma-se referir às três
antigas províncias, na França, e a quatro províncias espanholas. Os falantes
nativos do idioma estão concentrados numa área contígua que inclui partes das
comunidades autônomas espanholas do País Basco e Navarra, e na metade ocidental
do departamento francês de Pirenéus-Atlânticos, regiões de Miarritze, Baiona,
Maule-Lextarre, Donapaleu. A Comunidade
Autônoma Basca é uma entidade administrativa dentro do País Basco
etnográfico, binacional, que incorpora as províncias espanholas de
Biscaia, Guipúscoa e Álava, com sua existência real nas divisões
político-administrativas. Cada comunidade autônoma compreende várias províncias, mas sete representam a unidade de uma única província: Astúrias, Ilhas Baleares, Cantábria, La Rioja, Madrid, Múrcia e Navarra.
O grande mérito de Lewis Henry Morgan,
afirma Friedrich Engels, é o de ter descoberto e restabelecido em seus traços
essenciais esse fundamento pré-histórico da nossa história escrita e mormente
ter encontrado, nas uniões gentílicas dos índios norte- americanos, a chave
para decifrar importantíssimos enigmas, ainda não resolvidos, da história da
Grécia, Roma e Alemanha. Sua obra não foi trabalho de um dia. Levou cerca de 40
anos elaborando seus dados. O estudo da história da família começa, de fato, em
1861, com o “Direito Materno”, de Johann Jakob Bachofen. Nesse livro o autor formula
as seguintes teses, resumidamente: 1.
Primitivamente, os seres humanos viveram em promiscuidade sexual; 2. Estas
relações excluíam toda possibilidade de estabelecer, com certeza, a
paternidade; 3. Em consequência desse fato, as mulheres, como mães, como únicos
progenitores conhecidos da jovem geração, gozavam de grande apreço e respeito,
chegando ao domínio feminino absoluto; 4. A passagem para a monogamia incidia
na transgressão de uma lei religiosa antiga, em que devia ser castigada, ou
cuja tolerância se compensava com a posse da mulher por outros homens. Johann
Jakob Bachofen encontrou as provas dessas teses em numerosos trechos da
literatura clássica antiga, por ele reunidos com zelo singular no âmbito da
Antropologia. Além disso, também Lewis Morgan observara e descrevera
perfeitamente o mesmo fenômeno, em 1847, em suas cartas sobre os iroqueses, e
em 1851 na Liga dos Iroqueses, ao
passo que a mentalidade do advogado de Mac Lennan causou confusão maior
pela fantasia mística de Bachofen no terreno afetivo do direito materno.
Outro
mérito de Mac Lennan consiste em ter reconhecido como primária a ordem de
descendência baseada no direito materno, conquanto, também aqui, conforme
reconheceu mais tarde, Bachofen se lhe tenha antecipado. Mas, também neste
ponto, ele não vê claro, pois fala, sem cessar, “em parentesco apenas por linha
feminina” (“kinship through females only”), empregando continuamente essa
expressão, exata apara um período anterior, na análise de fases posteriores de
desenvolvimento, em que, se é verdade que a filiação e o direito de herança
continuam a contar-se exclusivamente segundo a linha materna, o parentesco por
linha paterna também já está reconhecido e expresso na estreiteza de critério
do jurisconsulto, que forja um termo jurídico socialmente fixo e continua aplicando-o,
sem modifica-lo. Não obstante, sua teoria foi acolhida na Inglaterra com grande
aprovação e simpatia. Mac Lennan foi considerado por todos como o fundador da
história da família e a primeira autoridade na matéria. Sua antítese entre as
“tribos” exógamas e endógamas continuou sendo a base reconhecida das opiniões
dominantes, apesar de certas exceções e modificações admitidas, e se
transformou nos antolhos que impediam ver livremente o terreno explorado e, por
conseguinte, todo progresso decisivo. Em face do exagero dos méritos de Mac
Lennan, que fez parte de um voguismo na Inglaterra e, seguida através da moda elitista e
conservadora inglesa, em toda a parte, devemos assinalar como ratifica Friedrich Engels,
com sua clássica antítese de “tribos” exógenas e endógamas, baseada na mais pura
confusão, pois Lennan causou um prejuízo maior do que os serviços prestados em suas
pesquisas empíricas.
Oriundo
de uma família influente e de condição social elevada, Estrabão terá nascido em
torno de 64 a. C. em Amásia, no Ponto (Ásia Menor). Em sua formação teve como
professores figuras ilustres como Aristodemo de Nisa, o velho, foi um gramático
grego nascido em Nisa, filho de Menécrates e discípulo do célebre gramático
Aristarco de Samotracia. William Smith acredita também que é o mesmo personagem
citado na Escolástica de Pindaro com o nome de Aristodemo de Alexandria, pois
residiu ali certo tempo. Já de regresso a Nisa tomou como pupilo a Estrabão. Baseado
em Políbio, Estrabão terá escrito, primeiramente, uma obra de cariz
historiográfico, intitulada: Historika
Hypomnemata, da qual nos chegaram
apenas alguns fragmentos. Contudo, a obra que o notabilizou foi, de fato, a Geographia, pois Estrabão começa por inferir
que a Geografia é uma preocupação do filósofo, uma vez que trata também de
coisas não só humanas, mas também divinas, à semelhança da Filosofia. Sobre seu
ideário os principais testemunhos datam do período compreendido
entre os séculos X e XV. No entanto as versões mais antigas de alguns excertos
dos livros 2, 7 e 9 foram encontradas em papiros egípcios datados dos séculos
II e III. Parte do livro 1 e dos livros 8 a 17 foi encontrada num palimpsesto
de finais do século V. Importa ainda referir que a editio princeps, por Aldus, foi publicada em Veneza, em 1516. Metodologicamente
a Geografia está dividida da seguinte
forma: Os livros I e II constituem uma longa introdução à obra; os livros III
ao X descrevem a Europa, particularmente a Grécia (livros VIII-X); o Livro III
é dedicado à Ibéria; os livros XI ao XVII descrevem a Ásia Menor; o livro XVII
descreve a África (Egito e Líbia). Justiça espanhola proíbe manifestação a favor dos presos da ETA.
Visitou
Roma pela primeira vez em torno de 44 a. C., ano da morte de Júlio César, e
desde então tomou contato com a cultura deste período, através de Senarco de
Selêucia e Tirânio de Amiso, estes dois em Roma, o que se refletiu numa
educação esmerada. Anos mais tarde, assistiria à ascensão de Augusto e à
implementação do novo regime político – o Principado.
Com a derrota de Marco Antônio na célebre batalha de Áccio, em 31 a. C., a
República acabou por ceder, permitindo o aparecimento da figura do Imperador.
Augusto assumiu o poder e em 9 a. C. mandou construir um dos monumentos mais
marcantes da época, a Ara Pacis, como
símbolo de uma nova era de paz, prosperidade e favorável à produção cultural,
em oposição ao longo período de guerras civis que a antecederam. Estrabão
escreveu a sua magnífica obra Geographia inspirado nesta conjuntura, ainda que o faça sob o domínio do imperador romano Tibério, provavelmente referente ao período historiográfico de 18 de setembro do ano 14 d.C. até à sua morte, a 16 de março do ano 37 d.C
Contudo,
à época de Estrabão, a Geografia não era uma novidade. Outros autores, já
tinham escrito sobre semelhante temática, como Políbio, Posidônio, Crates,
Hiparco, entre outros, sendo Homero considerado “o fundador da ciência geográfica”.
Apesar de reconhecer a tradição que o antecede, Estrabão defende a pertinência
da sua obra. Assim, a novidade da Geographia
prende-se, sobretudo com a ideia consciente da expansão do Império Romano e com
a consequente percepção de alargamento do território habitado. Na verdade, a
concepção de mundo surge ainda no livro 1. Baseado em Homero, Estrabão defende
que o mundo seria uma espécie de ilha, rodeada pelo Oceano e constituída por
três continentes: Europa, Ásia e África, representada pela Libia. A prova vem
do fato concreto como o próprio autor indica, sempre que o homem caminhou até
aos confins da terra, ter encontrado mar. Nesta perspectiva, o mapa-múndi descrito por Estrabão na sua
obra Geographia ganha uma
configuração claramente correspondente.
O
País Basco é o nome dado à região histórico-cultural em que residem os bascos,
localizada no extremo norte da Espanha e no extremo sudoeste da França, cortada
pela cadeia montanhosa dos Pirenéus e banhada pelo golfo da Biscaia. Mesmo que
não sejam necessariamente sinônimos, o conceito de um espaço cultural basco
único, que abrange diversas regiões e países, tem sido estreitamente associado
desde o seu início com a política regionalista do nacionalismo basco. Como tal,
a região é considerada a residência do povo Basco (Euskaldunak), sua língua, cultura e tradições. A região basca tem uma cultura própria, do
ponto de vista histórico, sobretudo pela língua, o euskara e sustenta um movimento nacionalista desde fins do século
XIX. A campanha dos grupos radicais pela independência cresce com a fundação,
em 1959, do grupo separatista ETA (Euskadi
ta Askatasuna), considerado pela estratégia militar como organização
terrorista por vários governos imperialistas do mundo ocidental, em função
consorciada pela plena ditadura de Francisco Franco. Com a Constituição
espanhola de 1978, o País Basco conquista alto grau de autonomia, e a maior
parte do movimento depõe armas, criando partidos legais. Os
remanescentes decidem continuar a sua luta, utilizando a
violência como intimidação.
O
brasão de armas do País Basco (“Euskal autonomi erkidegoaren armarria”) é
formado por quatro quartéis que representam aos três territórios históricos do
país basco (Álava, Guipúzcoa e Biscaia) e um quarto, no qual só aparece um
fundo vermelho. É cercado por uma coroa de folhas de carvalho, memória da
árvore de Guernica. O quarto quartel representava as correntes da Navarra; no
entanto, após um processo legal pelo governo Navarro que alegava que o uso do
símbolo de uma região na bandeira de outra era ilegal, o Tribunal
Constitucional da Espanha ordenou a remoção das correntes num julgamento em
1986. Há em todo o País Basco diversas organizações que buscam a ampla autonomia e, sobretudo, a Independência
política do país basco, como o Partido Nacionalista Basco, Eusko Alkartasuna,
Esker Batua, Aralar, Herritarren Zerrenda, Herri Batasuna, Euskal Heritarrok,
e outros. Tanto Herri Batasuna como Euskal Heritarrok foram declarados
ilegais pela Justiça espanhola por supostas ligações com o grupo terrorista Euskadi Ta Askatasuna, a ETA.
O
fim do cessar-fogo após catorze meses de trégua, o grupo anuncia em novembro de
1999 a retomada da luta armada e em janeiro de 2000 mata um militar. A ação
provoca protestos em todo o país, o que leva a uma manifestação de 01 milhão de
pessoas em Madrid. Em setembro, já são treze o número de mortos nos atentados.
A acirrada reprovação popular aos atentados leva o grupo ao maior isolamento
político, o que motiva a declaração da trégua, em setembro de 1998. Em 1999, no
entanto, o ETA exige a transferência de 600 ativistas para presídios no País
Basco e um referendo sobre a Independência. O governo rejeita e o ETA põe fim
ao cessar-fogo. Em junho de 2006 autoridades do ETA fazem uma declaração em
vídeo e a enviam ao canal espanhol TVE onde é anunciada a renúncia ao movimento
armado. O cessar-fogo permanente acontece na região desde que autoridades do
governo espanhol concordassem com o início de discussões políticas (pacíficas)
sobre o aumento da dinâmica de autonomia e condições e possibilidades de
Independência, apesar do cessar-fogo as discussões, ainda não foram iniciadas formalmente com
objetivo ao fim com obtenção de resultado.
No
dia 30 de dezembro de 2006 a ETA provocou a explosão de um carro-bomba, num
piso de estacionamento do moderno Terminal 4, do aeroporto de Barajas, em
Madrid. As autoridades espanholas receberam avisos da organização ETA com duas
horas de antecedência (a bomba foi deflagrada às 9: 01h, no horário local). As
autoridades conseguiram evacuar, a tempo, o local. Acredita-se que vinte mil
pessoas ocupavam as instalações do terminal aéreo. O tráfego aéreo ficou
suspenso durante um dos dias mais agitados do ano nos aeroportos da região.
Dezenas de pessoas ficaram feridas e dois equatorianos faleceram. Este terminal
viria a ser reinaugurado em setembro de 2007. No dia 5 de setembro de 2010, o
grupo anunciou por meio do Jornal basco Gara,
o fim dos ataques armados por tempo indeterminado, embora não esteja claro se
temporariamente ou permanentemente. De acordo com o diário progressista espanhol El País,
em um vídeo enviado pelo grupo à British Broadcasting Corporation (BBC) os integrantes anunciaram que o grupo não
realizará mais ações armadas e que esta decisão foi tomada há meses para seguir
um caminho democrático. O governo Basco considerou insuficiente e ambígua a
notícia anunciada pelo grupo, uma vez que este não esclareceu se o fim é
definitivo, considerando suas outras promessas de cessar-fogo não cumpridas.
Enfim, no histórico dia 10 de janeiro de 2011,
o ETA confirmou um cessar-fogo permanente e geral, a ser verificado pela
comunidade internacional, ao mesmo tempo em que reafirmou o direito do País
Basco à Independência e a ser reconhecido formalmente no mundo globalizado. No
entanto, enfatizou que esse processo político deve ocorrer por vias
democráticas, usando o diálogo e a negociação para alcançar seus objetivos. Não
houve comentários imediatos do governo espanhol, mas “observadores”
internacionais continuam céticos sobre as intenções do grupo, dados a sua
historicidade de retomar ações armadas em ocasiões anteriores. O grupo
separatista anunciou no dia 20 de outubro de 2011 que abandonou definitivamente
a luta armada, segundo comunicado divulgado pelo jornal Gara, canal habitual de comunicação política do grupo separatista. -
O ETA acaba de anunciar que “decidiu pelo fim definitivo de sua atividade
armada”, disse o jornal basco Gara,
citando um comunicado formal do grupo. O premiê
da Espanha, José Luís Rodríguez Zapatero, afirmou do ponto de vista
político-ideológico que o anúncio manifesto “é uma vitória da democracia”. Contudo,
ainda não há indícios de que apenas a desmilitarização da ETA ponha fim ao
recurso à violência contra o povo basco por parte dos Estados nacional francês e
espanhol.
A
origem do povo basco não é inteiramente
desconhecida e possui mais de 5 mil anos de história. A língua falada pelo povo
é muito antiga, provavelmente da evolução da língua dos primeiros povos que
migraram para a Europa. Há ainda estudiosos que tentam ligá-lo a línguas
africanas e ao idioma dos etruscos. É uma língua falada ou compreendida por
pelo menos 800.000 pessoas. Como vimos un
passant os bascos ocupam regiões da Espanha e da França. Hoje existem cerca
de 500 mil bascos habitando quatro províncias espanholas de Vizcaya, Guipuscoa,
Alava e Navarra e três francesas: Labourd, Baixa Navarre e Soule. No final da
década de 1950, surgiu na Espanha uma organização nacionalista denominada: ETA
- Euskadi Ta Azkatasuma – “Pátria
Basca e Liberdade” com o objetivo de defender a autonomia real do povo basco.
Exigiam e exigem a criação de um Estado Basco em terras do norte espanhol e
parte da França. Sua estratégia é utilizar atentados de caráter terrorista para
atingir seus objetivos. Depois da morte de Francisco Franco (1975), general que
comandou o regime totalitário na Espanha reconhecido do ponto de vista
político-ideológico como “franquismo”, no poder entre 1939-1977, com o processo
recente de redemocratização na Espanha, os Bascos ganharam positivamente autonomia, e
com a exigência de um Estado Nacional Basco livre e autônomo permitirá ipso facto
que a paz retorne à região.
Bibliografia
geral consultada.
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Províncias da Gália e da Ibéria: Um Estudo sobre a Geografia e o Império Romano.
Dissertação de Mestrado. Departamento de Geografia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
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