“Nossos corpos são nossos jardins, cujos jardineiros são nossas vontades”. William Shakespeare
Ballerina tem como representação social um filme de ação e suspense sul-coreano de 2023, escrito e dirigido por Lee Chung-hyun. O cinema sul-coreano é o cinema produzido na Coreia do Sul. Aclamado pela crítica nacional e internacional, é considerado um dos que mais têm dado bons frutos nos últimos tempos, resultado de uma Coreia ativa, em ascensão cultural e econômica. Alguns filmes sul coreanos já ganharam vários prêmios na Europa, como Oldboy, de Park Chan-wook, e Casa Vazia, de Ki-duk Kim. O cinema sul-coreano é diversificado, abrangendo diversas formas de gêneros, desde comédias românticas, passando por superproduções (Yesterday, Tube), filmes de arte (Il Mare), dramas (The Last Advice), suspense (Memórias de um Assassino), guerra (A Irmandade da Guerra) e gangster (Caminhos do Crime). A Coreia do Sul é um dos únicos países no mundo em que o cinema nacional é mais visto que o cinema norte-americano. A Hollywood clássica produziu versões em vários idiomas de alguns títulos, muitas vezes em espanhol ou francês. Atualmente há a produção contemporânea de offshores de Hollywood para o Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Hollywood é considerada a mais antiga indústria cultural cinematográfica, por ter sido aonde surgiram os primeiros estúdios de cinema e empresas de produção cinematográfica, ele também é o berço de vários gêneros do cinema, entre os quais a comédia, o drama, a ação, o musical, o romance, o horror e a ficção científica, tem sido um exemplo para outras indústrias cinematográficas nacionais. O filme foi produzido pelo estúdio L`Atelier Animation em Montreal, Quebeque, no Canadá, e os diretores utilizaram a animação por quadro-chave dos bailarinos Aurélie Dupont e Jérémie Bélingard do Balé da Ópera Nacional de Paris para ser mais realista.
Aurélie Dupont, nascida em 15 de janeiro de 1973 em Paris, é uma bailarina francesa que se apresentou no Balé da Ópera de Paris como Étoile. Um dançarino principal, geralmente abreviado para principal, é um dançarino no mais alto nível dentro de uma companhia de dança profissional, particularmente uma companhia de balé. O termo derivado do italiano prima ballerina (bailarinas) e primo ballerino para dançarinos ou o termo derivado do francês premier danseur (bailarinos) têm sido usados para denotar níveis semelhantes de destaque ao Bailarino Principal. No Balé da Ópera de Paris, os bailarinos principais recebem o título de Danseur Étoile, literalmente “dançarina estrela”, é a patente mais alta que um bailarino pode alcançar no Balé da Ópera de Paris. É equivalente ao título de “Principal Dancer” usado em inglês ou ao título de “Primo Ballerino” ou “Prima Ballerina” em italiano. Um principal pode ser de qualquer gênero. A posição é semelhante à de solista; no entanto, os principais realizam regularmente não apenas solos, mas também pas de deux, bem como apresentações principais das quais participam. Os dançarinos principais podem ser contratados por uma companhia de dança ou também podem ser dançarinos da companhia, que são dançarinos do corpo de balé que são promovidos dentro da companhia. Esse processo pode levar temporadas ou até anos para ser alcançado, com base no nível de habilidade e no interesse da companhia. É uma posição cobiçada na graduação da companhia e a posição socialmente falando mais proeminente que um dançarino pode receber.
O termo é usado principalmente no balé, mas
também pode ser usado em outras formas, como na dança moderna. Eles geralmente
são a estrela do balé. O termo dançarino principal sênior às vezes também é
usado. Ela começou sua carreira na dança em 1983, quando entrou para a L`École
de danse de l`Opéra de Paris. Ela se juntou à companhia aos dezesseis anos
em 1989, e se tornou uma première danseuse em dezembro de 1996. Dupont
foi promovida a dançarina estrela (Étoile) em 1998 após sua performance
como Kitri na reestreia do Balé da Ópera de Paris da produção de Dom Quixote de
Nureyev. Ela também estrelou na reestreia do Balé da Ópera de Paris da versão
de Rudolf Nureyev (1938-1993) de A Bela Adormecida (1989). Nureyev
manteve a estrutura da coreografia original de Marius Petipa, mas adicionou seu
próprio toque com um virtuosismo marcante e ensembles magníficos, além de pas
de deux sublimes. Em 2010, Cédric Klapisch lançou um documentário sobre
Dupont, L`espace d`un Instant, que havia sido realizado nos dois anos
anteriores. Dupont aposentou-se formalmente dos palcos da Ópera de Paris após
uma apresentação de Manon de Kenneth MacMillan em 18 de maio de 2015. Foi
anunciado em 5 de fevereiro de 2016 que seria a próxima diretora de dança do
Balé da Ópera de Paris após a renúncia de Benjamin Millepied. Em junho de 2022, Dupont anunciou
que deixaria a companhia no mês seguinte.
Aurélie Dupont tornou-se o coreógrafo das sequências de dança do filme. A trilha sonora foi composta por Klaus Badelt e lançada pela Gaumont a 12 de dezembro de 2016. Apresentou canções que não foram incluídas no álbum, como “Cut to the Feeling” e “Runaways” interpretadas por Carly Rae Jepsen, e “Suitcase” interpretada por Sia. Eve Macarro é filha de dois assassinos: Javier, da Ruska Roma(ru), e sua não identificada esposa Cultista. Ainda jovem, Eve foi afastada do Culto por Javier, o que resultou na morte de sua mãe. Quando o Chanceler do Culto tenta recuperar Eve, eles invadem sua residência, matando seus guardas e ferindo mortalmente Javier, que a ajuda a escapar. Winston Scott, proprietário do Continental de Nova York, Estados Unidos, leva Eve para a Ruska Roma, onde ela conhece sua Diretora e concorda em se juntar a eles. Nos 12 anos seguintes, Eve treina como bailarina e assassina/guarda-costas sob a supervisão da Diretora e de Nogi. Em certo ponto, ela encontra John Wick, que estava visitando a Diretora para pedir passagem segura para Casablanca. John aconselha Eve a abandonar seu caminho violento, mas sem sucesso. Eve se forma no programa após matar uma colega assassina da Ruska Roma, que se subentende ter falhado em suas obrigações. Eve então protege com sucesso seu primeiro cliente, a herdeira Katla Park. Dois meses depois, após completar um contrato, Eve é atacada por um assassino, a quem ela mata e identifica como cultista. Ela pergunta à Diretora sobre o Culto, buscando vingança. A Diretora proíbe Eve de perseguir o Culto devido a trégua entre o Culto e a Ruska Roma. Eve desobedece a Diretora e visita o Continental de Nova York, Estados Unidos da América, onde Charon lhe concede uma reunião com Winston.
Winston revela que um Cultista, Daniel Pine, está hospedado no Continental de Praga com uma grande recompensa por sua cabeça. Eve viaja para lá e reserva um quarto. Eve se infiltra no quarto de Pine, descobrindo sua filha Ella, a quem Pine revela estar escondendo do Culto, após ter escapado deles. Enquanto vários Cultistas estacionados no hotel observam Eve e Pine, sua líder Lena aumenta a recompensa de Pine. Os Cultistas e outros mercenários atacam Pine nas dependências do Continental. Pine confia Ella a Eve, prometendo dar-lhe informações sobre o Culto mais tarde. Ao saírem do Continental, o Cultista Dex atira em Pine, enquanto Lena incapacita Eve e sequestra Ella. A equipe do Continental de Praga poupa Eve e executa dois Cultistas/mercenários capturados por seu ataque. Eve vai comprar armas do traficante Frank, mas o Culto ataca sua loja. Depois que Eve mata os Cultistas, Frank a ajuda a restringir a localização da base do Culto e fornece transporte. A busca de Eve a leva à cidade de Hallstatt, onde ela rapidamente é atacada por seus habitantes, que são todos assassinos trabalhando exatamente para o Culto. Eve é eventualmente capturada e levada ao Chanceler, que descobre sua afiliação com a Ruska Roma. Eve revela seu plano de vingança, enquanto ele revela que Pine é seu filho e Ella sua neta. O Chanceler se lembra de Eve, informando Lena que ela é a irmã mais velha de Eve. Entretanto, Eve se liberta antes de ser encurralada por Lena, que revela a relação de parentesco delas.
Lena diz que Javier a abandonou durante sua fuga por temer que o Culto já a tivesse doutrinado. Ao ouvir Eve e Lena conversando, o Chanceler ordena suas mortes; Lena é morta pelas granadas do Culto enquanto Eve escapa. O Chanceler liga para a Diretora para declarar guerra entre suas facções devido às ações de Eve, apesar de a Diretora compartilhar que Eve havia agido por conta própria. Para apaziguar o Chanceler, a Diretora envia John Wick para eliminar Eve como um compromisso, o que o Chanceler aceita. John chega a Hallstatt, onde encontra e derrota Eve, poupando-a repetidamente e para que ela abandone sua perseguição. Eve implora por sua vingança, levando um John simpático a dar-lhe menos de trinta minutos para matar o Chanceler, após o que ele continuará seu contrato. Eve continua lutando contra o Culto por Hallstatt, com John a assistindo à distância. Quando o Culto perde o rastro de John, o Chanceler tenta fugir com Ella, mas Eve os encurrala. O Chanceler tenta argumentar com Eve, mas ela o executa e resgata Ella. John informa a Diretora sobre a morte do Chanceler. Ella é reunida com um Pine em recuperação no Continental de Nova York, onde Eve busca refúgio. O Culto coloca uma generosa recompensa financeira como prêmio pela cabeça de Eve. Enquanto assiste à apresentação de balé de Tatiana, ex-aprendiz de Kikimora, Eve descobre a recompensa e depois deixa o teatro.
Em
2015, ele ganhou reconhecimento por seu curta-metragem intitulado Bargain,
que recebeu críticas positivas em vários festivais de cinema. Lee fez sua
estreia como diretor de longa-metragem em 2020 com o filme de suspense da
Netflix The Call. Lee Chung-hyun nasceu em 1990. Enquanto estudava na
Kaywon High School of Arts, e já havia realizado muitos curtas-metragens e
ganhado prêmios em vários concursos, incluindo um sobre o incêndio no metrô de
Daegu. No entanto, evitando se formar em cinema, contrariamente estudou
jornalismo e radiodifusão na Universidade de Estudos Estrangeiros de Hankuk, uma
universidade privada na Coreia do Sul. Lee Chung-hyun recebeu atenção por seu
curta-metragem Bargain, filmado em um único dia, utilizando 5 milhões de
wons de seu próprio bolso. O curta de 14 minutos apresenta Park Hyung-soo e Lee
Joo-young, retratando a “prostituição de menores, o encontro entre um homem de
meia-idade e uma estudante do Ensino Médio em um encontro em Gapyeong”. Obteve
sucesso no circuito de festivais de cinema, como o Prêmio de Melhor
Curta-Metragem no 11º Festival de Cinema Coreano de Paris, o Prêmio Especial do
Júri na Competição Nacional no 14º Festival Internacional de Curtas-Metragens
Asiana e o Prêmio de Melhor Filme no 15º Festival de Curtas-Metragens Mise-en-scène.
A Coreia é uma das civilizações mais antigas do mundo contemporâneo.
Investigadores arqueológicos afirmam que a península foi ocupada por
humanos desde o Paleolítico Inferior.
Através do tempo e espaço, a história política da Coreia tem sido turbulenta com numerosas guerras, invasões tanto chinesas quanto japonesas. Desde o estabelecimento da república moderna em 1948, a Coreia do Sul debateu-se com sequelas de conflitos bélicos, como a Guerra da Coreia (1950–1953), e de governos autoritários. Apesar de ser oficialmente uma democracia de estilo ocidental desde a fundação da República, as eleições presidenciais sofreram grandes irregularidades que só terminaram em 1987, quando ocorreram as primeiras eleições diretas e o país passou a ser considerado como uma democracia multipartidária. Também se encontra entre os países mais avançados tecnologicamente e um dos melhores em comunicações; é o terceiro país com o maior número de usuários de Internet de banda larga entre os países-membros da OCDE, sendo também um dos líderes globais na produção de aparelhos eletrônicos, como dispositivos semicondutores e telefones celulares. Com uma das infraestruturas mais avançadas do mundo, é líder de construção naval, encabeçada por companhias proeminentes, entre elas a Hyundai Heavy Industries. Desde o início dos anos 2000, a Coreia do Sul é, entretanto, reconhecida por sua cultura pop globalmente influente apoiada por financiamentos governamentais, particularmente na música (K-pop), dramas de TV e cinema, um fenômeno reconhecido como Onda Coreana, referente a popularização da cultura sul-coreana a partir dos anos 1990. O termo foi originado pelos jornalistas de Pequim, que se surpreenderam com a crescente popularidade da cultura sul-coreana na China.
Também recebeu o Prêmio 40.000 Golpes de Melhor Filme de Ação e Suspense, o Prêmio Cinéfilo de Busan e uma Menção Especial do Júri no Festival Internacional de Curtas-Metragens de Busan. A conquista de Bargain também chamou a atenção da Yong Film, um estúdio de cinema que acolheu Lee e ofereceu treinamento em produção de longas-metragens. Syd Lim, produtor e Chief Executive Officer (CEO) da Yong Film, reconheceu o talento de Lee após assistir ao seu curta-metragem Bargain. Em vez de imediatamente designar Lee para dirigir seu próprio filme, Lim o fez contribuir para os roteiros de Heart Blackened, em consulta com o diretor do filme, Jeong Ji-woo. Lee passou vários anos escrevendo roteiros para filmes planejados ou desenvolvidos pela Yong Film, incluindo “Star of Judas”, ganhando experiência valiosa em vários gêneros. Lim produziu The Call, a estreia do diretor Lee Chung-hyun como diretor. É um filme de suspense psicológico baseado no filme britânico e porto-riquenho de 2011 The Caller, lançado na Coreia em 2012. Lee pegou o enquadramento original e retrabalhou extensivamente os elementos sociais e técnicos principais, expandindo ousadamente a escala para criar condições e possibilidades de uma narrativa emocionante. A adaptação coreana é estrelada por Park Shin-hye e Jeon Jong-seo nos papéis principais. A história sociologicamente falando, gira em torno a vida de duas mulheres, Seo-yeon (interpretada por Park Shin-hye) e Young-sook (interpretada por Jeon Jong-seo), que existem em diferentes espaços e lógico em períodos de tempo.
Através de um misterioso telefonema, seus destinos se entrelaçam, levando a uma série de eventos inesperados. O filme explora temas de destino, conexão de sentido e as consequências de alterar o curso da vida de uma pessoa. Originalmente, The Call era para um lançamento nos cinemas. O filme estreou na Netflix em novembro de 2020. O próximo projeto de Lee Chung-hyun foi o curta-metragem Heart Attack! Era uma história romântica de viagem no tempo estrelada por Lee Sung-kyung e produzida em colaboração entre a Samsung e a Yong Film. Lee aceitou a oferta da Samsung imediatamente após concluir The Call. O filme reuniu o diretor de fotografia Kim Sang-il da Bargain e a equipe de The Call. Kim Sang-il conseguiu filmar o extenso storyboard em um prazo de três dias usando cinco telefones Galaxy. A história seguiu uma mulher que se apaixonou à primeira vista por um homem, mas o perdeu tragicamente. Ela então voltou no tempo para salvá-lo. O curta-metragem foi lançado exclusivamente em 6 de outubro de 2020, através do serviço OTT Watcha. Em 2022, o curta-metragem de Lee de 2015, Bargain, foi adaptado para uma série OTT. Dirigido por Jeon Woo-sung e estrelado por Jin Seon-kyu, Jeon Jong-seo e Chang Ryul. A série foi coproduzida pela CJ ENM e Paramount Global, com esta última cuidando da distribuição global fora da Coreia do Sul, Japão e Taiwan. A fotografia começou em 2022, e foi ao ar na TVING, um serviço de streaming sul-coreano de 28 de outubro a 4 de novembro de 2022.
O
filme se passa durante os eventos de John Wick 3: Parabellum e acompanha
Eve Macarro, que está começando seu treinamento nas tradições da organização
Ruska Roma para se tornar uma assassina, ipso facto, é filha dos
assassinos Javier, da Ruska Roma, e de sua esposa cultista. A julgar
pela língua dos ciganos russos, seus ancestrais passaram algum tempo na
Alemanha e na Polônia antes de chegarem aos territórios eslavos orientais.
Fontes começam a mencionar os ciganos no território da Rússia a partir do
início do século XVIII. Por exemplo, o viajante escocês John Bell escreveu
sobre a chegada de ciganos da Polônia, expulsos da região de Tobolsk em 1721. Os
recém-chegados se envolveram em entretenimento, tocando e cantando em grandes
celebrações. Durante o século XIX, os ciganos russos que viviam em Moscou e São
Petersburgo criaram coros ciganos, que se tornaram populares entre a população
urbana russa. Os ciganos russos nômades se dedicavam ao comércio de cavalos e à
adivinhação. Uma mudança drástica na vida dos ciganos russos nômades ocorreu em
1956, quando um decreto do governo soviético proibiu os ciganos de seu estilo
de vida nômade. Eles foram forçados a se estabelecer em casas. Hoje em dia, os
ciganos russos frequentemente vivem dispersos, mas tendem a se estabelecer
entre outros ciganos para formar um senso de pertencimento. Os ciganos russos
preferem viver em casas particulares, mas não é incomum que uma família cigana
russa more em um apartamento.
Ruska Roma, também conhecidos como
ciganos russos ou Khaladitka/Xaladytka Roma (Soldados Roma), são o maior
subgrupo do povo Romani na Rússia e Bielorrússia, com remanescentes menores do
grupo vivendo na Ucrânia, Letônia, Polônia, Estados Unidos da América, França e
Canadá. Eles se formaram na parte Noroeste do Império Russo a partir dos Polska
Roma que imigraram para o país no século XVIII. Os Ruska Roma são
divididos em subgrupos territoriais, cujos nomes vêm da localidade. Por
exemplo, Pskovska Roma (de Pskov), Smolyaki (de Smolensk), Siberyaki
(siberianos), Zabaykaltsi (transbaikalianos) e Bobri (castores).
Além disso, os Ruska Roma estão relacionados aos Belaruska Roma: eles
têm uma origem comum e eram tradicionalmente chamados de Chaładytka Roma.
A língua Ruska Romani contém léxico russo, polonês e alemão, bem como alguma
gramática russa e ucraniana. Em religião, a maioria dos Ruska Roma são cristãos
ortodoxos. Denomina-se culteranismo ou cultismo o aspecto socialmente
literário do barroco voltado para o jogo de palavras, para o rebuscamento da
forma, para a ornamentação estilística, para o preciosismo linguístico, para a
erudição minuciosa. Curiosamente retrata-se a realidade de modo indireto,
realçando mais a maneira de representar que propriamente o apresentado.
Constitui o aspecto sensual do barroco, voltado para a descrição do mundo por
meio das sensações, num estado de verdadeiro delírio cromático, apoiado
em sugestões intensivas de cores e de sons. Esse processo de identificação apoia-se
nos jogos de palavras, nos trocadilhos, nos enigmas, nas metáforas e nas
perífrases ou circunlóquios. O abuso artificioso da fantasia no campo
psicológico da representação sensível é que faz do poeta gongórico um
verdadeiro alquimista, melhor dizendo, aquele protagonista da história que busca extrair do real uma natureza supranatural,
imaterial e arbitrária.
A Ruska Roma é uma organização
fictícia presente no universo da franquia John Wick. O grupo é apresentado como
uma tribo romani com atuação dentro da Alta Cúpula, estrutura que comanda o
submundo dos assassinos. A primeira aparição da Ruska Roma ocorre no filme John
Wick 3: Parabellum (2019), quando o protagonista procura a Diretora, chefe
da facção em Nova Iorque, em busca de ajuda para fugir após sua excomunhão.
Durante essa passagem, é revelado que John foi criado e treinado pela Ruska
Roma desde a juventude, passando por um processo de formação que incluiu
técnicas de combate e rituais de fidelidade à organização. A sede da Ruska Roma
em Nova Iorque é disfarçada como uma escola de balé e luta livre. O local
abriga órfãos e jovens em treinamento, incluindo personagens como Eve Macarro,
que protagoniza o spin-off Bailarina – Do Universo de John Wick. A
Diretora lidera o grupo com disciplina rígida, seguindo tradições e códigos
herdados da cultura romani. Em “Bailarina”, a Ruska Roma volta a ter papel
central. A personagem Eve Macarro, criada pela facção, parte em uma missão de
vingança e desafia ordens internas, o que leva a um possível conflito com outra
organização. Para evitar consequências maiores, a Diretora aciona John Wick
como mediador, reforçando os laços do personagem com sua origem. A tribo
representa as muitas engrenagens na hierarquia da Alta
Cúpula. Reflete a lógica das instituições do universo John Wick, com
ênfase em lealdade, tradição e disciplina.
Jang Ok-ju, uma ex -guarda-costas de clientes VIP, descobre que sua melhor amiga, Choi Min-hee, cometeu suicídio e que seu último desejo para Ok-ju é se vingar do traficante sexual Choi Pro que vitimou Min-hee filmando-a e extorquindo dinheiro e sexo dela. Ok-ju procura por Choi através de seu perfil na internet e encontra seu endereço. Ela observa Choi de longe, vendo-o vender algum tipo de droga para vários clientes. Quando ele termina e vai para casa, Ok-ju a segue. Na manhã seguinte, Ok-ju invade a casa de Choi e planta dispositivos de escuta. Ok-ju também descobre uma gaveta cheia de pen drives, cada um etiquetado com apelidos ou descrições. Ok-ju encontra o pen drive de Choi Min-hee etiquetado como “bailarina” e vê um vídeo de Choi agredindo uma Min-hee inconsciente. Ok-ju fica devastada. Poucos dias depois, Ok-ju descobre que Choi estará em uma boate chamada Heaven e vai até lá para encontrá-lo. Choi se aproxima dela com uma cantada e Ok-ju lhe paga uma bebida. Eles finalmente saem da boate e Choi a leva para o hotel onde Min-hee foi filmada. Choi tenta drogar Ok-ju, que finge ingerir a droga. No entanto, quando Choi começa a filmar Ok-ju e a agredi-la, ela tenta esfaqueá-lo. Os dois lutam e Ok-ju acaba levando a melhor, antes que ela possa matá-lo, é atacada por funcionários do hotel. Ok-ju é ajudada por uma estudante do ensino médio que era mantida no hotel como escrava sexual, e os dois escapam na famosa Lamborghini de Choi. Escravidão sexual e exploração sexual referem-se à imposição de qualquer direito de propriedade sobre uma ou mais pessoas com a intenção de coagi-las ou forçá-las a se envolver em atividades sexuais.
O
líder da gangue de Choi expressa decepção com Choi, afirmando que a gangue
traficava drogas e prostitutas, mas que nunca lhe dera permissão para drogar
mulheres e fazer filmes pornográficos “estranhos”. O líder ordena que Choi lhe
traga Ok-ju em três dias. Choi visita o farmacêutico que fabrica a droga que
ele usa para deixar suas vítimas inconscientes. Ele diz ao farmacêutico que os
dois irão atrás de Ok-ju; quando o farmacêutico demonstra hesitação por não ser
um assassino de aluguel, Choi promete pagar-lhe cem milhões de wons. No dia
seguinte, Ok-ju procura um velho amigo para conseguir algumas armas. Enquanto
isso, Choi e o farmacêutico encontram a Lamborghini roubada por meio de um
contato corrupto da polícia. À noite, Ok-ju vai a uma loja de conveniência. Ao
retornar ao seu apartamento, descobre que a estudante do ensino médio havia
sumido, e Choi e o farmacêutico a atacam. Ok-ju foge pela janela. Choi mente
para o líder de sua gangue, dizendo que matou Ok-ju e enterrou seu corpo nas
montanhas. O líder da gangue ordena que Choi mate a estudante do ensino médio,
pois Choi afirmou tê-lo visto matar Ok-ju; em vez disso, Choi e o farmacêutico
torturam a estudante para descobrir o paradeiro de Ok-ju. Na tentativa de
encontrar a estudante, Ok-ju visita o hotel e descobre a localização da base de
operações da gangue de Choi. Lá, ela acaba matando todos os seus membros quando
ninguém lhe diz onde Choi está.
Quando Ok-ju está saindo, ela se depara com o farmacêutico dirigindo um carrinho de golfe com o corpo da estudante na traseira. Quando Ok-ju está prestes a atirar na farmacêutica, ela mesma é baleada por Choi. O farmacêutico então afirma que matará Ok-ju pelos 100.000.000 wons, mas Choi atira em sua nuca. No entanto, antes que Choi possa matar Ok-ju, a estudante do ensino médio acorda e dispara vários tiros em Choi. Nenhum dos tiros acertou, mas Choi se distrai por tempo suficiente para Ok-ju atirar nele várias vezes. Ok-ju e o estudante do ensino médio levam Choi para a praia e o queimam até a morte. Ok-ju então vai até a casa de Choi e remove os pendrives contendo os vídeos de suas vítimas; ela também descobre um caderno com os nomes dos clientes de Choi. Ela pega o caderno e parte em direção ao pôr do sol. O aspecto exterior, perceptível, no barroco cultista ou gongórico, de Luis de Góngora, poeta espanhol que cultivou o estilo, é o abuso no emprego de figuras de linguagem. Quando criança, Eve foi tirada do Culto por Javier, o que levou à morte de sua mãe. Para resgatar Eve, o Culto e seu Chanceler invadem sua casa. No conflito que se segue, Javier morre ao ajudá-la a escapar. O filme é estrelado por Jeon Jong-seo, reconhecida como Rachel Jun, é uma atriz sul-coreana. Ela fez sua estreia como atriz em um papel principal no aclamado filme de suspense Burning (2018). O filme é baseado no conto “Barn Burning” de The Elephant Vanishes de Haruki Murakami, com elementos socialmente inspirados na história de mesmo nome de William Faulkner. É estrelado por Yoo Ah-in, Steven Yeun e Jeon Jong-seo. O enredo temático da filmogradia retrata um jovem entregador, Jong-su (Yoo), que encontra sua amiga de infância, Hae-mi (Jeon). Eles logo conhecem um jovem enigmático chamado Ben (Yeun), de quem Jong-su começa a suspeitar, como de fato ocorre quando há conspiração e ele começa a acreditar que Hae-mi está em perigo.
Em seguida, ela estrelou o filme The Call, pelo qual ganhou o Baeksang Arts Award de Melhor Atriz – Filme, por Kim Ji-hoon, um ator sul-coreano. Ele é mais reconhecido por suas comédias românticas na televisão, como The Golden Age of Daughters-in-Law, Love Marriage, Stars Falling from the Sky e My Cute Guys. Em 2010, ele também apareceu no filme Natalie e na série de mistério a cabo Unsolved, e Park Yu-rim, uma atriz e modelo sul-coreana. Park começou a tornar seu nome conhecido através de seu papel de estreia no cinema, Yuna, no filme Drive My Car, de Ryusuke Hamaguchi, nascido em 1978, um cineasta e roteirista japonês. Os trabalhos mais conhecidos e aclamados do diretor pela crítica incluem Asako I & II, Wheel of Fortune and Fantasy, vencedor do Grande Prémio do Júri (Festival de Berlim) e Doraibu mai kā (Drive My Car), pelo qual venceu o Golden Globes, Bafta, Oscar de melhor filme internacional e o Prêmio de Roteiro (Festival de Cannes), é uma atriz e modelo sul-coreana. Park começou a tornar seu nome conhecido através de seu papel de estreia no cinema, Yuna, no filme Drive My Car, de Ryusuke Hamaguchi, um trio atuante nos papéis principais. O filme estreou no 28º Festival Internacional de Cinema de Busan na seção Korean Cinema Today – Special Premier em 5 de outubro de 2023.
Ballerina foi transmitido na Netflix. O
chamado Velho Mundo é constituído pelos mesmos três continentes que constituem
a Eufrásia: Europa, Ásia e África. Essa classificação técnico-metodológica é
baseada numa afirmação concreta de especialistas renomados de que as três
massas terrestres se unem histórica e geograficamente: Ásia e Europa (Eurásia),
cujos acidentes geográficos que ligam os continentes são o Cáucaso, o mar
Cáspio e a cordilheira dos Urais, no momento em que a África e a Ásia são
comunicadas per se pelo istmo do Suez que separa o mar Mediterrâneo do mar
Vermelho, ligando os continentes africano e Asiático, no qual foi construído o
canal do Suez. Uma via navegável artificial a nível do mar localizada no Egito,
entre o mar Mediterrâneo e o mar Vermelho (golfo de Suez). Inaugurado em 17 de
novembro de 1869, após 10 anos de construção, permite que navios viajem entre a
Europa e a Ásia Meridional sem navegar em torno de África, como na ruptura
epistemológica da Era dos Descobrimentos nos anos 1497-1500, reduzindo a
distância da viagem marítima entre o continente europeu e a Índia em cerca de 7
mil km. A história registra que todas as motivações tanto sociológicas como
psicológicas, propostas para fazer compreender as estruturas e gênese do
simbolismo erram muitas vezes por uma secreta e estreita metafísica: umas
porque querem reduzir o processo motivador a um sistema de pensamento de elementos exteriores
à consciência e exclusiva das pulsões, as outras porque se atêm exclusivamente
a pulsões, ou, ao mecanismo redutor da censura e ao seu produto, que em geral
na psicologia é o reconhecido recalcamento.
A
história registra que todas as motivações tanto sociológicas como psicológicas,
propostas para fazer compreender as estruturas e gênese do simbolismo erram
muitas vezes por uma secreta e estreita metafísica: umas porque querem reduzir
o processo humano motivador a um sistema social de elementos exteriores à
representação da consciência e exclusiva das pulsões, as outras porque se atêm
exclusivamente a pulsões, ou, ao mecanismo redutor da censura e ao seu produto,
que em geral na psicologia é o reconhecido pela mediação do recalcamento. A
chamada Era dos Descobrimentos ou das Grandes Navegações é a designação dada ao
período da história econômica que decorreu entre o século XV e o início do
século XVII, durante o qual, inicialmente, portugueses, depois espanhóis e,
posteriormente, alguns países europeus exploraram intensivamente o globo
terrestre em busca de novas rotas de comércio. Os historiadores geralmente
referem-se à “Era dos Descobrimentos” como as explorações marítimas pioneiras
realizadas pelos povos colonizadores portugueses e espanhóis entre os séculos
XV e XVI, que estabeleceram relações com a África, América e Ásia, em busca de
uma rota alternativa para as Índias, pelo comércio de ouro, prata e
especiarias. Estas explorações no Atlântico e Índico foram seguidas por outros
países da Europa, como França, Inglaterra e Países Baixos, que exploraram as
rotas comerciais portuguesas e espanholas ao oceano Pacífico, chegando à
Austrália em 1606 e à Nova Zelândia em 1642.
Oceano
é uma extensão de água salgada que cobre a maior parte da superfície da Terra.
O oceano global corresponde a 97% da hidrosfera, cobrindo aproximadamente 71%
da superfície da Terra, demograficamente uma área em torno de 361 milhões de
km². Mais da metade desta área tem profundidades superiores a 3 mil metros.
Embora a noção de oceano global, como um corpo contínuo de água, seja
importante para a oceanografia, o oceano terrestre, para efeitos práticos, é
normalmente dividido em várias partes demarcadas por continentes e grandes
arquipélagos. Apesar do Oceano ser um corpo de água único que recobre 71% da
superfície terrestre, ele é geograficamente dividido em regiões, devido a
construções sócio-históricas, culturais e científicas. Em 1915, ano em que iniciou
suas atividades de mapeamento global, a National Geographic, anteriormente
National Geographic Magazine, é a revista oficial da National Geographic
Society que identificou quatro oceanos no mundo da Terra: Atlântico, Pacífico,
Índico e Ártico. Em 8 de junho de 2021 a organização oficializou a existência
de um quinto oceano, o Oceano Antártico, reconhecido por diversos países em
1999, mas que devido algumas nações pertencentes à Organização Hidrográfica
Internacional não terem entrado em acordo quanto à essa decisão histórica,
a oficialização não havia ocorrido até recentemente.
A
primeira edição da revista National Geographic foi publicada em 1888, apenas
nove meses após a sociedade ter sido fundada. A característica principal da
National Geographic, reinventando-se da publicação baseada na linguagem textual
mais próxima de uma revista científica, para uma famosa revista de imagens
pitorescas e exclusivas, começou na edição de janeiro de 1905, com a publicação
de várias fotos de página inteira realizadas no Tibete em 1900-1901, por dois
exploradores do Império Russo, Gombojab Tsybikov (1873-1939), um explorador do
Tibete de 1899 a 1902 e Norzunov Ovshe, que se especializou em etnografia,
estudos budistas e, depois de 1917, um importante educador e estadista na
Sibéria e na Mongólia. Tsybikov é creditado principalmente por ser o primeiro
fotógrafo do Tibete, incluindo Lhasa. A capa de junho de 1985, com a imagem da
menina afegã de 13 anos de idade, Sharbat Gula, se tornou “uma das
imagens mais reconhecidas da revista”. No final dos anos 1990 e 2000, vários
anos de litígios sobre direitos autorais da revista como um trabalho coletivo,
forçou a National Geographic a retirar do mercado o The Complete National
Geographic, uma compilação digital de editorial suas edições passadas da
revista. Duas decisões de diferentes Cortes de apelação federais já decidiram
em favor da National Geographic em permitir uma reprodução eletrônica da
revista de papel e Suprema Cortes dos Estados Unidos negou certiorari em
dezembro de 2008. No direito da common law, o termo certiorari significa
um writ original, ao determinar que juízes da corte inferior
ou oficiais certifiquem e transfiram o registro dos procedimentos da Corte para
uma Corte superior.
Em julho de 2009, a National Geographic anunciou uma nova versão do The Complete National Geographic, contendo as edições da revista de 1888 até dezembro de 2008. Uma versão atualizada foi lançada no ano seguinte, acrescentando as edições a partir de 2009. Em 2006, o escritor da National Geographic, Paul Salopek, foi preso e acusado de espionagem, ao entrar no Sudão sem visto de permanência. Após a National Geographic e o Chicago Tribune, para quem Salopek também escreve, montar uma defesa legal e criar um apelo logístico internacional para o Sudão, Paul Salopek foi finalmente libertado. A revista comemorou seus 125 anos em outubro de 2013, com uma edição Especial de colecionador com o tema: “O Poder da Fotografia”. A revista foi adquirida por 725 milhões de dólares (648 milhões de euros) pela companhia 21st Century Fox, integrada no grupo do magnata australiano Rupert Murdoch. A National Geographic Society receberá uma importante injeção de capital monetário em troca da cedência da sua publicação mais importante. Na década de 1980, por exemplo, a versão em papel da revista National Geographic tinha uma distribuição em torno de 12 milhões de exemplares apenas nos Estados Unidos, enquanto que em 2015 tem 3,5 milhões de assinantes e outros três milhões fora da distribuição dos consumidores norte-americanos
A
discordância hidrográfica entre oceanos, comparativamente, estava associada ao fato de alguns
geógrafos defenderem que as águas da Antártica não apresentariam
características únicas o suficiente para merecerem um nome próprio, sendo
apenas uma extensão fria ao Sul dos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico.
Comparativamente o oceano Antártico posteriormente reconhecido, apresenta cerca
de 20 milhões de km² e ganha em tamanho do Oceano Ártico. Sua temperatura varia
entre 2 e 10 ºC, e ele é o único oceano a tocar três outros e abraçar
completamente um continente, e é nele que se origina a maior corrente do mundo,
isto é, a corrente que carrega o maior volume de água, a Circumpolar Antártica.
Esta corrente, originada aproximadamente a 34 milhões de anos, quando a
Antártica se separou geograficamente da América do Sul, é importantíssima para
garantir o equilíbrio climático do planeta, uma vez que suas águas, menos
salgadas e mais densas e frias, auxiliam no armazenamento de carbono e também
de nutrientes nas profundezas do oceano. Além disso, ela carrega as águas dos
oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, ajudando na comunicação transferindo
calor ao redor da Terra. O que quer dizer que se volta a um
esquema explicativo e linear no qual se descreve, se conta a epopeia dos
indo-europeus ou as metamorfoses da libido, voltando a cair nesse vício
fundamental da psicologia geral que é acreditar que a explicação dá
inteiramente conta de um fenômeno que por natureza escapa às normas da
semiologia teórica.
Para
Durand (1997), parece que estudar in concreto o simbolismo imaginário será
preciso enveredar resolutamente pela via da antropologia, dando a esta palavra
o seu sentido pleno atual: o conjunto das ciências que estudam a espécie homo
sapiens – sem se por limitações a priori e sem optar por uma ontologia
psicológica que não passa de “espiritualismo camuflado”, ou “ontologia
culturalista” que, geralmente, não é mais que “máscara da atitude
sociologista”, ou dentre atitudes resolvendo-se em última análise num
intelectualismo semiológico. Esse
trajeto é reversível; porque o meio elementar é revelador da atitude adotada
diante da dureza, da fluidez da queimadura. Qualquer gesto chama a sua matéria
e procura o seu utensílio, e que toda matéria excluída, abstraída do cósmico, e
utensílio ou instrumento é um gesto passado. Assim o trajeto antropológico pode
partir da cultura ou do natural psicológico, uma vez que o essencial da
representação e do símbolo está contido entre dois marcos reversíveis. Uma tal
posição antropológica, que não quer ignorar nada das motivações relacionais
contidas nas tramas sociópetas ou sociófogas do simbolismo, leva em conta as
instituições rituais, a tensão do simbolismo religioso, a poesia, a mitologia,
a iconografia ou psicologia implicando uma metodologia essencial para delimitar
os trajetos que os símbolos constituem.
É
no ambiente tecnológico humano, para lembrarmos de Michel Foucault, que vamos
encontrar um acordo entre os impactos sociais dominantes e o seu prolongamento
ou confirmação cultural. Em termos
pavlovianos, poder-se-ia dizer que ambiente humano é o primeiro condicionamento
das dominantes sensório-motoras, ou, em termos piagetianos, que o meio humano é
o lugar da projeção dos esquemas de imitação. Se, como pretende o Claude
Lévi-Strauss, o que é da ordem da natureza e tem por critérios a universalidade
e a espontaneidade está separado do que pertence à cultura, domínio da
particularidade, da relatividade e do constrangimento, não deixa de ser um
acordo se realize entre a natureza e a cultura, sob pena de ver o conteúdo
cultural nunca ser vivido. Autores notaram a extrema confusão que reina na
demasiado rica terminologia do imaginário: signos, imagens, símbolos,
alegorias, emblemas, arquétipos, esquemas (schémas), esquemas (schèmes),
ilustrações, representações, diagramas e sinepsias são termos empregados pelos
analistas do imaginário social. O esquema é uma generalização dinâmica e
afetiva da imagem, constitui a factividade e a não-substantividade geral do
parcours imaginário. O esquema aparenta-se ao que Piaget, na esteira de Herbert
Silberer, chama “símbolo funcional” e ao que Bachelard chama de “símbolo
motor”. Faz a junção ente dos gestos inconscientes da sensório-motricidade,
entre as dominantes reflexas e as representações. São esses esquemas que na
antropologia do imaginário formam o “esqueleto dinâmico”, o esboço funcional da
imaginação. A diferença entre os gestos reflexológicos que Durand descreve e os
esquemas é que estes últimos já não são apenas engramas teóricos, mas trajetos
encarnados em representações mais precisas.
Os
gestos diferenciados em esquemas vão determinar, em contato com o ambiente
natural e social, os grandes arquétipos que Jung os definiu e constituem as
substantificações dos esquemas. Esta noção aparece em Jakob Burckhardt que faz
dela sinônimo de “origem primordial”, de “enagrama”, de “margem original”, de
“protótipo”. Carl Jung evidencia claramente o caráter de trajeto antropológico
dos arquétipos quando escreve que a imagem primordial deve incontestavelmente
estar em relação com certos processos perceptíveis da natureza que se
reproduzem sem cessar e são sempre ativos, mas por outro lado é igualmente
indubitável que ela diz respeito também a certas condições inferiores da vida
do espírito e da dinâmica da vida em geral. Bem longe de ter a razoabilidade e
primazia sobre o domínio da imagem, a ideia seria tão-somente o comprometimento
pragmático do arquétipo imaginário num contexto histórico e epistemológico
determinado historicamente. Neste sentido, o mito representa um sistema
dinâmico de símbolos, arquétipos e esquemas, sistema dinâmico que, sob o
impulso de um esquema tende a compor uma narrativa. O mito é já um esboço de
racionalização, dado que utiliza o fio do discurso, no qual os símbolos se
resolvem em palavras e os arquétipos em ideias culturais. O mito explicita um
esquema ou um grupo de esquemas. Do modo que o arquétipo promovia a ideia e que
o símbolo engendrava o nome, concordamos com Gilbert Durand que o mito promove
a doutrina religiosa, o sistema filosófico ou, como bem viu Émile Bréhier, a
narrativa histórica e lendária.
Foi este princípio, que Jung sentiu abrangido por seus conceitos de “Arquétipo” e “Inconsciente coletivo”, justamente o que uniu o médico psiquiatra Jung ao físico Wolfgang Pauli, dando início às pesquisas interdisciplinares em física e psicologia. Ocorre que a sincronicidade se manifesta às vezes atemporalmente e/ou em eventos energéticos acausais, e em ambos os casos são violados princípios associados ao paradigma científico vigente. As leis naturais são verdades estatísticas, absolutamente válidas ante magnitudes macrofísicas, mas não microfísicas. Isto implica um princípio de explicação diferente do causal. Cabe a indagação se em termos muito gerais existem não somente uma possibilidade senão uma realidade de acontecimentos acausais. A acausalidade é esperável quando parece impensável a causalidade. Ante a casualidade só resulta viável a avaliação numérica ou o método estatístico. As agrupações ou séries de casualidades hão de ser consideradas casuais enquanto não se ultrapasse os limites de “observação da probabilidade”. A probabilidade é sempre representada em um número decimal entre 0 e 1, ou uma porcentagem entre 0% e 100%. Se ultrapassado, implica-se um princípio acausal ou “conexão transversal de sentido” na compreensão do evento.
Segundo o psicólogo Carl Jung a hipótese de um inconsciente coletivo pertence àquele tipo de conceito. Uma existência psíquica só pode ser reconhecida pela presença de conteúdos capazes de serem conscientizados. Só podemos falar, portanto, de um inconsciente na medida em que comprovarmos os seus conteúdos. Os conteúdos do inconsciente pessoal são principalmente os complexos de tonalidade emocional, que constituem a intimidade pessoal da vida anímica. Os conteúdos do inconsciente coletivo, por outro lado, são chamados arquétipos. O conceito abstrato de archetypus só se aplica indiretamente às représentations collectives, na medida em que a análise possibilite designar apenas aqueles conteúdos psíquicos que ainda não foram submetidos a qualquer elaboração consciente. Representam, hic et nunc, um dado anímico de observação imediato. O arquétipo difere sensivelmente da fórmula historicamente elaborada. Especialmente em níveis altos dos ensinamentos secretos, aparecem sob uma forma que revela seguramente a influência da elaboração consciente, a qual julga e avalia. Sua manifestação imediata, como a encontramos em sonhos e visões, é mais individual, incompreensível e ingênua do que nos mitos. O arquétipo representa, em essência, um conteúdo inconsciente, que se modifica através de sua conscientização e percepção, assumindo matizes que variam de acordo com a consciência individual na qual ocorre determinada manifestação.
Nosso
intelecto realizou tremendas proezas enquanto desmoronava nossa morada
espiritual. Estamos profundamente convencidos de que apesar dos mais modernos e
potentes telescópios refletores construídos nos Estados Unidos da América, não
descobriremos nenhum empíreo nas mais longínquas nebulosas; sabemos também que
o nosso olhar errará desesperadamente através do determinismo vazio mortal dos
espaços incomensuráveis. As coisas não melhoram quando a física matemática nos
revela o mundo do infinitamente pequeno. Finalmente, desenterramos a sabedoria
de todos os tempos e povos, descobrindo que tudo o que há de mais caro e
precioso já foi dito na mais bela 1inguagem. Estendemos as mãos como crianças
ávidas e, ao apanhá-lo, pensamos possuí-lo. No entanto, o que possuímos não tem
mais validade e as mãos se cansam de reter, pois a riqueza está em toda a
parte, até onde o olhar alcança. Temos, seguramente, de percorrer o caminho da
água, como metáfora de poder que sempre tende a descer, se quisermos resgatar o
tesouro, a preciosa herança do Pai. No hino gnóstico à alma, o Filho é enviado
pelos pais à procura da pérola perdida que caíra da coroa real do Pai. Ela jaz
no fundo de um poço, muito bem guardada por um dragão, na terra dos egípcios -
mundo de concupiscência e embriaguez e suas riquezas físicas e
espirituais.
O
filho e herdeiro parte à procura da joia, e se esquece de si mesmo e de sua
tarefa na orgia dos prazeres mundanos historicamente dos egípcios, até que uma
carta do pai o lembra do seu dever. Ele põe-se então a caminho em direção à
água e mergulha na profundeza sombria do poço, em cujo fundo encontra a pérola,
para oferecê-la então à suprema divindade. O testemunho do sonho encontra uma
violenta resistência por parte da mente consciente, que só reconhece o
“espirito” como algo que se encontra no alto. O “espírito” parece “sempre vir
de cima”, enquanto tudo o que é turvo e reprovável vem de baixo. Segundo esse
modo de ver o espírito significa a máxima liberdade, um flutuar sobre os
abismos, uma evasão do cárcere do mundo ctônico, por isso um refúgio para todos
os pusilânimes que não querem “tornar-se” algo diverso. Mas a água é tangível e
terrestre, também é o fluido do corpo dominado pelo instinto, sangue e fluxo de
sangue, o odor do animal e a “corporalidade cheia de paixão”. O inconsciente é
a psique que alcança, a partir da luz diurna de uma consciência espiritual, e
moralmente lúcida, o sistema nervoso designado há muito tempo por “simpático”.
Este não controla como o sistema cérebro espinal a percepção e a atividade
muscular e através delas o ambiente; mantém, no entanto, o equilíbrio da vida
sem os órgãos dos sentidos, através das vias misteriosas de excitação, que não
só anunciam a natureza mais profunda de outra vida, mas também irradia sobre
eia um efeito interno. Trata-se de um sistema extremamente coletivo: a base
operativa de toda participation mystique, ao passo que a função
cérebro-espinhal, do ponto de vista comparativamente, culmina na distinção
diferenciada do Eu, e só apreende o superficial e exterior sempre por meio de
sua relação com o espaço. O nível de análise social abstrata capta tudo o que é possível como “fora”, e o sistema
simpático tudo vivência como “dentro”.
Bibliografia
Geral Consultada.
DURAND, Gilbert, As Estruturas Antropológicas do Imaginário: Introdução à Arquetipologia Geral. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1997; BECKER, Sergio, A Fantasia da Eleição Divina: Deus e o Homem. Rio de Janeiro: Editora Companhia de Freud, 1999; LE BRETON, David, As Paixões Ordinárias: Antropologia das Emoções. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes; 2009; FARRAR, Lara, “Korean Wave` of Pop Culture Sweeps Across Asia”. In: Cable News Network. Turner Broadcasting System, 2010; PAIVA, Roberta Kelly, Sintonias entre as Artes: A Figura do Fauno da Antiguidade para a Modernidade em L`Après-midi d`un Faune, via Mallarmé, Manet e Nijinsky. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Letras. Brasília: Universidade de Brasília, 2010; MOTA, Ático Vilas-Boas, Brasil e Romênia: Pontes Culturais. Brasília, Distrito Federal; Rio de Janeiro: Thesaurus Editor, 2010; CARVALHO, Miguel Henriques, A Economia Política do Sistema Financeiro Chinês (1978-2008). Dissertação de Mestrado em Economia. Rio de Janeiro: Programa de Pós-Graduação em Economia Política Internacional. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2013; DIDI-HUBERMAN, Georges, Ante el Tiempo. Buenos Aires: Editora Adriana Hidalgo, 2014; LELOUP, Jean-Yves, Une Danse Immobile. Paris: Editions Du Relie, 2015; SOSSAI, Fernando Cesar, Pelos Gabinetes da OCDE: A Construção de Conselhos sobre Educação e Tecnologia (1960-1992). Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação. Centro de Ciências Humanas e da Educação. Florianópolis: Universidade do Estado de Santa Catarina, 2017; SOUZA, Renildo, Estado e Capital na China. Salvador: Editora da Universidade Federal da Bahia, 2018; BALINSKA, Liliya, O Profundo Significado da Dança Clássica: Uma Visão Comparativa entre a Dança Clássica e o Balé. Dissertação de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês: Tradução, Formação e Comunicação Empresarial. Instituto de Letras e Ciências Humanas. Minho: Universidade do Minho, 2018; RIBEIRO, Laura Araújo, What She Wills: Desejo Feminino como Força-motriz em Noite de Reis, de William Shakespeare. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários. Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários. Faculdade de Letras. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2024; CARLIN, Shannon, “Uma Análise Repleta de Spoilers da Conexão de Ballerina com John Wick”. In: https://time.com/06/06/2025; entre outros.
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