quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Planeta Marte – Era Espacial, Robôs & Custo-Benefício Tecnólogico.

                    Trocava toda a minha tecnologia por uma tarde com Sócrates”. Steve Jobs

Steven Paul Jobs nasceu em São Francisco, filho de Joanne Schieble Jandali Simpson, nascida em Wisconsin, e de Abdulfattah Jandali, membro de uma proeminente família síria proprietária de poços de petróleo, empresas e propriedades agrícolas. O casal se conheceu em meados dos anos 1950 na Universidade de Wisconsin. Os pais de Joanne, alemães católicos, eram contra o relacionamento. Em 1954, o casal viajou escondido para a Síria. Jandali apresentou sua família a Joanne, que ficou hospedada na casa do namorado, mas a família dele não aceitou Joanne, que era norte-americana, e eles queriam que o filho seguisse a tradição e se casasse com uma mulher muçulmana. Ao voltarem para Wisconsin, Joanne se desesperou ao descobrir a gravidez. Comunicou o fato a Jandali, que ficara muito assustado, mas decidido a assumir o bebê, porém foram proibidos de se casarem: As duas famílias eram contra a união. Quando descobriram o bebê, a família de Joanne e a de Jandali, por ser contra o aborto, queriam que entregassem o bebê para a adoção, ou os dois perderiam a herança da família. Sem alternativas e nem como se sustentar até arrumar um emprego, Jandali voltou para a Síria, abandonou os estudos e começou a trabalhar, prometendo juntar dinheiro para tentar ter como criar o filho. Joanne viajou para São Francisco, a mando dos pais, onde ficou num abrigo, sob proteção de um médico que cuidava das chamadas “mães solteiras, fazia partos e cuidava de adoções sigilosas”. Os meses se passaram e Jandali não mandava notícias. Por mais que quisesse ficar com o bebê, não poderia criá-lo sem um lar e sem um pai presente. Após passar um “parto sofrido”, Joanne não quis entregar o bebê, e resistiu muito até ser convencida pelo médico que era o melhor a fazer. 

Mesmo depressiva, pensava no futuro do bebê, e exigiu que seu filho fosse adotado por um casal com pós-graduação universitária, pois queria um futuro brilhante para ele. Inicialmente, o bebê seria adotado por um advogado e sua esposa que acabaram desistindo da adoção após o parto, pois queriam uma menina. Após a recusa do primeiro casal, Joanne criou uma vaga esperança de ficar com o bebê, e ainda aguardava notícias de Jandali, mas as semanas se passaram e um novo casal procurou o abrigo. Sem ter como esperar, já que o seus pais foram buscá-la a força, o bebê foi deixado sob guarda de Paul Reinhold Jobs (1922-1993), mecânico e ex-membro da guarda costeira e Clara Hagopian Jobs (1924-1986), filha de imigrantes armênios. Inicialmente Joanne recusou-se a deixar o abrigo com seus pais, e a assinar os papéis da adoção, pois além de amar o filho, o casal não tinha completado o segundo grau e Joanne temia um futuro miserável ao filho. O impasse só terminou após Paul assinar um compromisso de criar um fundo para enviar o menino a faculdade e assim, a jovem foi embora com os pais, triste e infeliz, esperançosa de reencontrar Jandali. Após meses, Jandali procurou Joanne, mas a família dela impediu a aproximação fisicamente. Joanne sai do país e vai estudar para um internato. Os anos se passam, e após estarem com suas carreiras consolidadas e independentes, se reencontram, e após um tempo de brigas e acusações, não resistem a antiga paixão, e mesmo sem aprovação das famílias, mesmo perdendo a herança, se casam no regime civil e religioso na igreja. Os dois têm uma menina, Mona Simpson, e passam a investigar o destino do filho dado para adoção.

Marte é o quarto planeta do sistema cosmológico a partir do Sol, o segundo menor do Sistema Solar, atrás apenas de Mercúrio. Os planetas do Sistema Solar são respectivamente: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Os planetas rochosos são Mercúrio, Vênus, Terra e Marte, enquanto os planetas gasosos são Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Nomeado em homenagem a divindade romana da guerra, muitas vezes é descrito como o “Planeta Vermelho”, porque o óxido de ferro predominante em sua superfície lhe dá uma aparência avermelhada.  Marte é um planeta rochoso com uma atmosfera fina, com características de superfície que lembram tanto as crateras de impacto da Lua, um satélite natural, quanto vulcões, vales, desertos e calotas polares da Terra. O período de rotação do planeta e os ciclos sazonais são também semelhantes aos da Terra, assim como é a ocorrência cíclica de inclinação que produz as suas estações climáticas do ano. Mitologicamente Marte é o lar do Monte Olimpo, a segunda montanha mais alta no Sistema Solar e a mais alta em um planeta, e do Valles Marineris, um desfiladeiro dito gigantesco. A suave bacia Polar Norte, no hemisfério Norte marciano, cobre cerca de 40% do planeta e pode ser uma enorme marca de impacto. Marte tem as luas, Fobos e Deimos, relativamente pequenas e de forma irregular. Estas luas podem ser asteroides capturados, semelhante ao 5261 Eureka, asteroide troiano marciano. Marte está sendo explorado por oito espaçonaves: seis em órbita — Mars Odyssey, Mars Express, Mars Reconnaissance Orbiter, Mars Atmosphere and Volatile Evolution Missile – MAVEN, Mars Orbiter Mission e ExoMars Trace Gas Orbiter, e na superfície: Mars Science Laboratory Curiosity, Perseverance, o rover chinês Zhurong, e o lander InSight.

            O pensamento objetivo ignora o sujeito da percepção. Isso ocorre por que ele se dá o mundo inteiramente pronto, como meio de todo o conhecimento possível, e trata a percepção como um desses acontecimentos. O sujeito perceptivo é o lugar dessas coisas. Pois, vista do interior, a percepção não deve nada àquilo que nós sabemos de outro modo sobre o mundo, sobre os estímulos tais como a física os descreve e sobre os órgãos dos sentidos tais como a biologia os descreve. Em primeiro lugar, ela não se apresenta como um acontecimento no mundo ao qual se possa aplicar, por exemplo, a categoria de causalidade, mas a cada momento como uma re-criação ou uma re-constituição do mundo. Se acreditamos em um passado do mundo, no mundo físico, nos “estímulos”, no organismo tal como nossos livros o representam, é primariamente porque temos um campo perceptivo presente e atualmente, uma superfície de contato com o mundo ou perpetuamente enraizada nele, é porque sem cessar ele vem assaltar e investir a subjetividade, assim como as ondas envolvem um destroço na praia.  Todo saber se instala nos horizontes abertos pela percepção. Não se trata de descrever a própria percepção como um dos fatos que se produzem no mundo, já que a percepção é a representação da “falha” deste “grande diamante”. Certamente, não queremos perder de vista que o intelectualismo per se representa um progresso na tomada de consciência: aquele lugar fora do mundo que o filósofo empirista subentendia e onde ele situava para descrever o acontecimento da percepção recebe agora um nome, figura na descrição.

É o Ego transcendental. Através disso, todas as teses do empirismo encontram-se reviradas, o estado de consciência torna-se consciência de um estado, a passividade torna-se a posição de uma passividade, o mundo trona-se o correlativo de um pensamento do mundo e só existe para um constituinte. E, todavia, permanece verdadeiro que o próprio intelectualismo se dá o mundo inteiramente pronto.  Ipso facto, o sujeito da percepção permanecerá ignorado enquanto não soubermos evitar a alternativa entre o naturante e o naturado, entre a sensação enquanto estado de consciência e enquanto consciência de um estado, entre a existência em si e a existência para si. Se o corpo próprio e o eu empírico são apenas elementos no sistema de experiência, objetos entre outros objetos sob o olhar do verdadeiro Eu, como pudemos algum dia confundir-nos com nosso corpo, como pudemos acreditar que víamos com nossos próprios olhos aquilo que na verdade apreendíamos por uma inspeção do espírito, como o mundo não é perfeitamente explícito diante de nós, por que ele só se desdobra pouco a pouco e nunca “inteiramente”, enfim como ocorre que nós percebamos? Nós só o compreenderemos se o eu empírico e o corpo não forem imediatamente objetos, nunca se tornarem totalmente objetos, se houver um  dizer que vejo o pedaço de cera com meus olhos e se, correlativamente, esta possibilidade de ausência, esta dimensão de fuga e de liberdade que a reflexão abre no fundo de nós e que chamamos de Eu transcendental em primeiro lugar não forem dadas e nunca puder dizer “Eu” absolutamente, es e todo ato de reflexão, toda tomada de posição voluntária se estabelecerem sobre o fundo e sobre a posição de uma vida de consciência pré-pessoal. O sujeito da percepção permanecerá ignorado enquanto não soubermos evitar a alternativa entre naturante e o naturado, entre a sensação enquanto estado de consciência e enquanto consciência de um estado, entre a existência em si e a existência para si.

A psicologia indutiva, segundo Merleau-Ponty (2006), nos auxiliará a procurar para ela um novo estatuto, demonstrando que a sensação não é um estado ou uma qualidade, nem a consciência de um estado ou de uma qualidade. De fato, cada uma das pretensas qualidades – o vermelho, o azul, a cor, o som – está inserida em uma certa conduta. No normal, uma excitação sensorial, sobretudo as do laboratório que para ele quase não têm significação vital, mal modifica a motricidade geral. Mas as doenças do cérebro ou do córtex frontal evidenciam aquilo que poderia ser a influência das excitações sensoriais no tônus muscular se elas não estiverem integradas a uma situação de conjunto e se no normal não estivesse regulado em vista de certas tarefas privilegiadas. O gesto de levantar o braço, que se pode tomar co0mo indicador da perturbação motora, é diferentemente modificado em sua amplitude e em sua direção por um campo visual vermelho, amarelo, azul ou verde. O vermelho e o amarelo, particularmente, favorecem os movimentos escorregadios, o azul e o verde os movimentos bruscos, o vermelho aplicado ao olho direito, por exemplo, favorece um movimento de extensão para o exterior do braço correspondente, o verde favorece um movimento de flexão e de recuo em direção ao próprio corpo. A posição privilegiada do braço – aquela em que o sujeito sente seu braço em equilíbrio ou em repouso -, que no doente é mais distanciada do corpo que no normal, é modificada pela apresentação das cores: o verde leva para a vizinhança do corpo.

A cor do campo visual torna as reações do sujeito mais ou menos exatas, quer se trate de executar um movimento de uma amplitude dada ou de mostrar com o dedo um comprimento determinado. Com um campo visual verde, a apreciação é exata; com um campo visual vermelho, ela é inexata por excesso. Os movimentos para o exterior são acelerados pelo verde e atrasados pelo vermelho. A localização dos estímulos na pele é modificada pelo vermelho no sentido da abdução. O amarelo e o vermelho acentuam os erros na estimativa do peso e do tempo; nos cerebelosos, eles são compensados pelo azul e sobretudo pelo verde. Nessas diferentes experiências, cada cor age sempre no mesmo sentido, de forma que se pode atribuir a elas um valor motor definido. No conjunto, o vermelho e o amarelo são favoráveis à abdução, o azul e o verde à adução. Ora, de uma maneira geral, a adução significa que o organismo se volta para o estímulo e é atraído pelo mundo; a abdução, que ele se desvia do estímulo e retira-se para seu centro. Portanto, as sensações, as “qualidades sensíveis”, estão longe de se reduzir à experiência de um certo estado ou de um certo quale indizíveis, elas se oferecem com uma fisionomia motora, estão envolvidas por uma significação vital. Sabe-se há muito tempo que existe um “acompanhamento motor” das sensações, que os estímulos desencadeiam “movimentos nascentes” que se associam à sensação ou à qualidade e forma um halo em torno dela, que o “lado perceptivo” e o “lado motor” do comportamento se comunicam.

Assim, um sensível que vai ser sentido apresenta ao meu corpo uma espécie de problema confuso. É preciso que eu encontre a atitude quer vai lhe dar o meio de determinar-se e de tornar-se azul, é preciso que eu encontre a resposta a uma questão mal formulada. E, todavia, eu só faço à sua solicitação, minha atitude nunca é suficiente para fazer-me ver verdadeiramente o azul ou tocar verdadeiramente uma superfície dura. O sensível me restitui aquilo que lhe emprestei, mas é dele mesmo que eu o obtivera. Eu, que contemplo o azul do céu, não sou diante dele um sujeito acósmico, não o possuo em pensamento, não desdobro diante dele uma ideia azul que me daria seu segredo, abandono-me a ele, enveredo-me nesse mistério, ele “se pensa em mim”, sou o próprio céu que se reúne, recolhe-se e põe-se a existir para si, minha consciência é obstruída por esse azul ilimitado. – Mas o céu não é o espírito e não tem sentido algum dizer que ele existe para si? – Seguramente, o céu do geógrafo ou do astrônomo não existe para si. Mas do céu percebido ou sentido, subentendido por meu olhar que o percorre e o habita, meio de uma certa vibração vital que meu corpo adota, pode-se dizer que ele existe para si no sentido em que não é feito de partes exteriores, em que cada parte do conjunto é “sensível” àquilo que se passa em todas as outras e as “conhece dinamicamente”. E, quanto ao sujeito da sensação, ele não precisa ser um puro nada sem nenhum peso terrestre. Isso só seria necessário se ele devesse, assim como a consciência constituinte, estar presente em todas as partes ao mesmo tempo, coextensivo ao ser, e pensar a verdade do universo. Mas o espetáculo percebido não é puro. Tomado exatamente como o vejo, afirma Merleau-Ponty, ele é um momento de minha história individual e, como sensação é uma reconstituição, ela supõe em mim os sedimentos de uma constituição prévia, eu sou, enquanto sujeito que sente, inteiramente pleno de podres naturais dos quais sou o primeiro a me espantar. Não sou, segundo a expressão de Hegel, um “buraco no ser”, mas um vazio, uma prega que se fez e pode desfazer-se. Insistamos nesse ponto.

Como podemos escapar da alternativa entre o para si e o em si, como a consciência perceptiva pode ser obstruída por seu objeto, como podemos distinguir a consciência sensível da consciência intelectual? É que: 1°) Toda percepção acontece em uma atmosfera de generalidade e se dá anos como anônima. Não posso dizer que eu vejo o azul do céu no sentido em que digo que compreendo um livro ou, ainda, que decido consagrar minha vida às matemáticas. Minha percepção, mesmo vista do interior, exprime uma situação dada: vejo o azul por que sou sensível às cores – ao contrário, os atos pessoais criam uma situação: sou matemático porque decidi sê-lo. De forma que, se eu quisesse traduzir exatamente a experiência perceptiva, deveria dizer que se percebe em mim e não que eu percebo. Toda sensação comporta um germe de sonho ou de despersonalização, como nós o experimentamos por essa espécie de estupor em que ela nos coloca quando vivemos verdadeiramente em seu plano.  Sem dúvida, o conhecimento me ensina que a sensação não aconteceria sem uma adaptação de meu corpo, por exemplo que não haveria contato determinado sem um movimento de minha mão. Mas essa atividade se desenrola na periferia de meu ser, não tenho mais consciência de ser o verdadeiro sujeito de minha sensação do que de meu nascimento ou de minha morte.

Nem meu nascimento nem minha morte podem aparecer-me como experiências minhas, já que, se eu os pensasse assim, eu me suporia preexistente ou sobrevivente a mim mesmo para poder experimentá-los, e, portanto, não pensaria seriamente meu nascimento ou minha morte. Quer dizer, cada sensação, sendo rigorosamente a primeira, a última e a única de sua espécie, é um nascimento e uma morte. O sujeito que tem a sua experiência começa e termina com ela, e, como ele não pode preceder-se nem sobreviver a si, a sensação necessariamente se manifesta a si mesma em um meio de generalidade, ela provém de quem de mim mesmo, ela depende de uma sensibilidade que a precedeu e que sobreviverá a ela, assim como meu nascimento e minha morte pertencem a uma natalidade e a uma mortalidade anônimas. Pela sensação, eu apreendo, à margem de minha vida pessoal e de meus atos próprios, uma vida de consciência dada da qual eles emergem, a vida de meus olhos, de minhas mãos, de meus ouvidos, que são tantos Eus naturais. Enfim, toda vez que experimento uma sensação, sinto que ela diz respeito não ao meu ser próprio, evidentemente, aquele do qual sou responsável e do qual decido, mas a um outro eu que já tomou partido pelo mundo, que já se abriu a alguns de seus aspectos e sincronizou-se a eles. Entre minha sensação e mim há sempre a espessura de um saber originário que impede minha experiência de ser clara para si mesma. Experimento a sensação como modalidade de uma experiência geral, e isso é fundamentalmente humano, já consagrada a um mundo físico, e que crepita através de m sem que eu seja seu autor.

2°) A sensação só pode ser anônima porque é parcial. Aquele que vê e aquele que toca não sou exatamente eu mesmo, porque o mundo visível e o mundo tangível não são o mundo por inteiro. Quando vejo um objeto, sinto sempre que ainda existe ser para além daquilo que atualmente vejo, não apenas ser visível, mas ainda ser tangível ou apreensível pela audição, e não apenas ser sensível, mas inda uma profundidade do objeto que nenhuma antecipação sensorial esgotará. Correlativamente não estou por inteiro nessas operações, elas permanecem marginais, produzem-se adiante de mim, o eu que vê ou o eu que ouve são de alguma maneira um eu especializado, familiares a um único setor do ser, e é justamente a esse preço que o olhar e a mão são capazes de adivinhar o movimento que vai tornar a percepção precisa e pode dar provas desta presciência que lhes dá a aparência do automatismo. Podemos resumir essas duas ideias dizendo que toda sensação pertence a um certo campo. Dizer que tenho um campo visual é dizer que, por posição, tenho acesso e abertura a um sistema de seres, os seres visuais, que eles estão à disposição de meu olhar em virtude de uma espécie de contrato primordial e por um dom da natureza, sem nenhum esforço de minha parte; é dizer, portanto, que a visão é pré-pessoal; e é dizer ao mesmo tempo que ela é sempre limitada, que existe em torno de minha visão atual a um horizonte de coisas não-vistas ou mesmo não visíveis. A visão é um pensamento sujeito a um certo campo e é isso que chamamos de um sentido.  Quando digo que tenho sentidos e que eles me fazem ter acesso ao mundo, não sou vítima de uma confusão, não misturo o pensamento causal e a reflexão, não apenas exprimo esta verdade que se impõe a uma reflexão integral: que sou capaz, por conaturalidade, de encontrar um sentido para certos aspectos do ser, sem que eu mesmo o tenha dado receptivamente a eles uma operação constituinte.

Com a distinção entre os sentidos e a intelecção, em Merleau-Ponty, encontra-se justificada a distinção entre os diferentes sentidos. O intelectualismo não fala dos sentidos porque, para ele, sensação e sentidos só aparecem quando eu retorno ao ato concreto de conhecimento para analisá-lo. Então distingo nele uma matéria contingente e uma forma necessária, mas a matéria é apenas um momento ideal e não um elemento separável do ato total. Portanto, os sentidos não existem, mas apenas a consciência. Por exemplo, o intelectualismo recusa-se a colocar o famoso problema da contribuição dos sentidos na experiência do espaço, porque as qualidades sensíveis e os sentidos, enquanto materiais do conhecimento, não podem possuir como propriedade o espaço que é a forma da objetividade em geral e, em particular, o meio pelo qual uma consciência de qualidade se torna possível. Se uma sensação não fosse uma sensação de algo, ela seria um nada de sensação, e “coisas” no sentido mais geral da palavra, por exemplo qualidades definidas, só se esboçam na massa confusa das impressões se esta é posta em perspectiva e coordenada pelo espaço. Assim, todos os sentidos devem ser espaciais se eles devem fazer-nos ter acesso a uma forma qualquer do ser, quer dizer, se eles são sentidos.

E, pela mesma necessidade, é preciso que todos eles se abram ao mesmo espaço, sem o que os seres sensoriais com os quais eles nos fazem comunicar só existiriam para os sentidos dos quais eles dependem – assim como os fantasmas só se manifestam à noite -, faltar-lhes-ia a plenitude do ser e não poderíamos verdadeiramente ter consciência deles, quer dizer, pô-los como seres verdadeiros. A essa dedução, o empirismo tentaria em vão opor fatos. Por exemplo, se se quer mostrar que o tato não é por si mesmo espacial, se se tenta encontrar nos cegos ou nos casos exemplares de cegueira psíquica uma experiência tátil pura e mostrar que ela não é articulada segundo o espaço, essas provas experimentais pressupõem aquilo que a elas caberia estabelecer. Com efeito, como saber se a cegueira e a cegueira psíquica se limitaram a subtrair, da experiência do doente, os dados visuais, e se elas também não atingiram a estrutura de sua experiência tátil?  Não se tata, bem entendido, de uma relação de continente e conteúdo, já que esta relação só existe entre objetos, nem mesmo de uma relação de inclusão lógica, como a que existe entre o indivíduo e a classe, já que o espaço é anterior às suas pretensas partes, que sempre são recortadas nele. O espaço não é o ambiente (real ou lógico) em que as coisas se dispõem, mas o meio pelo qual a posição das coisas se torna possível. Quer dizer, em lugar de imaginá-lo como uma espécie de éter no qual todas as coisas mergulham, ou de concebê-lo abstratamente com um caráter que lhes seja comum, devemos pensá-lo como a potência universal de suas conexões.   

Em 15 de outubro de 2003, a China colocou em órbita seu primeiro astronauta, Yang Liwei, um piloto de 38 anos da Força Aérea do país. Depois de contornar a Terra 14 vezes, durante 21 horas, em sua nave Shenzhou, Yang pousou no Norte da China e foi recebido como herói por cerca de 600 pessoas da região. Com o feito, a China tornou-se apenas o terceiro país a colocar uma pessoa no espaço, depois da União Soviética e dos Estados Unidos, ambos em torno dos anos 1960. Os objetivos da China são mapear a morfologia e a geologia de Marte, e avaliar as características encontradas no ambiente. Informações sobre a atmosfera, campos eletromagnéticos e gravitacionais, serão analisadas. Com essas informações em mãos as agências espaciais poderão estruturar missões que possam contar com a presença humana em solo marciano. Todas as missões que forem realizadas até então ajudam com dados cruciais que os cientistas precisam conhecer, para assim mapear corretamente os perigos em solos longe da Terra. Entre as espaçonaves desativadas na superfície marciana estão a sonda Spirit e várias outras sondas e rovers, como a Phoenix, que completou sua missão em 2008 e o Opportunity. A China tenta se colocar na vanguarda da exploração espacial ao lançar a missão a Marte que tentará orbitar o planeta, posar com um módulo em sua superfície e explorá-la com um pequeno veículo robótico, algo que nenhuma agência espacial jamais tentou ―ainda mais na sua primeira missão ao planeta vermelho. 

Marte é um autêntico cemitério de missões fracassadas, e em 60 anos de história só os Estados Unidos conseguiram aterrissar veículos móveis de exploração com sucesso total. O mais complicado por lá é tentar frear uma nave que chegou a velocidades supersônicas, para então pousar na superfície sem se espatifar. Grandes nações com uma longa tradição de exploração espacial já fracassaram nessa tentativa. A última foi a Europa com a missão ExoMars, em 2016, cujo módulo se perdeu devido a uma falha informática. Até o começo de agosto, Marte e a Terra estarão alinhados, o que abre uma janela de lançamento única, que também a Europa pretendia aproveitar para enviar sua própria missão de exploração, o que afinal não será possível por problemas técnicos. Assim, apenas EUA e China se lançarão nestas semanas à aventura, competindo pelo pioneirismo em revelar o maior mistério sobre o planeta vermelho: se ele contém vida, ou a conteve no passado. As autoridades chinesas deram pouquíssimos detalhes sobre sua missão a Marte. Nem sequer haviam especificado a data de partida. A missão Tianwen-1 decolou nesta quinta-feira de Wenchang (Sul) num foguete Longa Marcha 5, o mais potente da China. Tianwen significa “perguntas aos céus”, nome inspirado no título de um poema de 2.300 anos em que seu autor, Qu Yuan formulava até 150 perguntas cruciais sobre a natureza e os humanos. A missão chinesa chegará a Marte em fevereiro do ano que vem. Seu plano é que o módulo de aterrissagem e o rover continuem ligados ao módulo orbital por mais dois ou três meses antes de tentarem a aterrissagem, conforme explicaram os cientistas responsáveis pela missão à Nature Astronomy. “A Tianwen-1 vai orbitar, aterrissar e soltar um veículo de exploração, tudo na primeira tentativa”, escrevem os cientistas da missão em seu artigo. - “Nenhuma missão planetária já tentou algo assim. Se tiver sucesso, será um feito histórico” (cf. Dominguez, 2020).

A sonda desenvolvida pela Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, viajou 480 milhões de quilômetros, entrou em Marte a uma velocidade de quase 20 mil km/h e, depois de oito meses, realizou um pouso bem-sucedido no Planeta Vermelho. A Nasa compartilhou duas imagens do local onde o Perseverance aterrisou, na cratera Jazero em Marte: “Olá, mundo. Meu primeiro olhar em minha casa para sempre”, disse à agência no Twitter. Jezero é uma cratera em Marte no quadrângulo de Syrtis Major, com cerca de 45,0 km (28,0 mi) de diâmetro. Acredita-se que tenha sido inundada provavelmente por água, a cratera contém um depósito em leque (ou delta) aluvial rico em argilas. O lago na cratera estava presente quando as redes de vales estavam se formando geologicamente em Marte. Além de ter um leque aluvial, ela demonstra depósitos aluviais em meandros e também canais invertidos. A partir de um estudo do delta e dos canais, concluiu-se que o lago dentro da cratera provavelmente se formou durante um período em que havia escoamento superficial contínuo. Em 2007, após a descoberta de seu antigo lago, a cratera foi nomeada em homenagem a Jezero, Bósnia e Herzegovina, uma das várias cidades homônimas do país. Em algumas línguas eslavas, a palavra Jezero significa “lago”. A geologia de Marte, ou Areologia, que está sendo entendida como a ciência que estuda a composição da superfície, da crosta e do interior de Marte, análoga à geologia terrestre. 

Em comparação com o globo terrestre, Marte tem 53% do diâmetro, 28% da superfície e 11% da massa; é assim um mundo planetário bem menor que a Terra. Marte carece de mares. A composição da superfície é fundamentalmente de basalto vulcânico com um alto conteúdo em óxidos de ferro que proporcionam o vermelho característico da superfície. Pela sua natureza, assemelha-se com a limonite, óxido de ferro muito hidratado. Assim como na crosta da Terra e da Lua predominam os silicatos e os aluminatos, na composição do solo de Marte são preponderantes os ferrosilicatos. Os seus três principais constituintes são, por ordem de abundância, o oxigénio, o silício e o ferro. Marte é formado por rocha sólida, embora o núcleo seja constituído por rocha e ferro fundido. Assim deverá ter um grande núcleo de ferro. Marte tem um campo magnético menor que o da lua Ganímedes de Júpiter e é, apenas, 2% do campo magnético da Terra. A topografia marciana é notável: as planícies do norte, que foram alisadas por torrentes de lava, contrastam com o terreno montanhoso do Sul, sulcado por antigas crateras de há 3,8 milhões de anos. A superfície marciana vista da Terra é consequentemente dividida em dois tipos de terreno, com albedo diferente.

O Sul de Marte é velho, alto, e escarpado com crateras semelhantes à da Lua, contrasta bastante com o Norte que é jovem, baixo e plano. Vastitas Borealis é a mais vasta planície do Norte e circunda o planalto gelado chamado Planum Boreum e as dunas extensas de Olympia Undae no Polo Norte. As planícies dão lugar aos planaltos e às terras extensas da zona do equador e do hemisfério sul. Dos poucos planaltos do norte, destaca-se Syrtis Major que é das marcas mais visíveis a partir da Terra. Lunae Planum a Norte do desfiladeiro Valles Marineris e Daedalia Planum a Sul dos Montes de Tharsis são os mais extensos planaltos de Marte. São características menores da morfologia da superfície a presença de pequenas colinas semelhantes a dunas e de uma espécie de canais cavados que têm todo o aspecto de leitos de rios já secos. Em 1858, Angelo Secchi (1818-1878), um dos primeiros observadores, acreditou que existiam continentes e mares. As “Terrae” são terrenos variados e extensos e muitas eram chamadas de continentes nos primeiros mapas, e outras até de mares, a maior das quais é Terra Cimmeria no hemisfério Sul. No total, Marte possuiu onze terrae organizados por longitude: Margaritifer, Xanthe, Tempe, Aonia, Sirenum, Cimmeria, Promethei, Tyrrhena, Sabaea, Noachis e Arabia. Através das fotografias tiradas de órbita veem-se muitas crateras, mas não estão uniformemente repartidas pelo planeta; existindo poucas áreas onde há um grande número de crateras colossais (maiores que 300 km em diâmetro), nomeadamente no Sul; outras áreas na mesma região possuem algumas pequenas crateras e toda a região norte tem muito poucas crateras. Assim se pôde fazer um mapa da idade da superfície de Marte, dividido em três períodos: Noachiano, Hesperiano e Amazoniano. Estes nomes são retirados de regiões marcianas identificadas como sendo originadas de uma dessas épocas geológicas.

Durante o Período Noachiano, a superfície de Marte estava coberta com crateras de várias dimensões (grandes e pequenas). No período seguinte, a superfície foi coberta por crateras de menor dimensão. Durante o Período Amazoniano parte da superfície (essencialmente o Norte) foi coberta por lava, quer através de vulcões visíveis, quer através de fendas. No entanto, desconhece-se como era a superfície do Norte no final do Período Hesperiano. Os meteoritos que causaram as crateras Hellas, Isidis e Argyre eram tão grandes que era pouco provável que existissem muitas mais destas crateras durante o Período Noachiano. A diferença entre o ponto mais alto e o ponto mais baixo de Marte é de 31 km, do topo de Olympus Mons a uma altitude de 27 km ao fundo da cratera de Hellas que se encontra a 4 km de profundidade. Em comparação, a diferença entre os pontos mais alto e mais baixo da Terra, o monte Evereste e a Fossa das Marianas, é de apenas 19,7 km. Os vulcões em Marte são divididos em três tipos: “Montes”, “Tholis” e “Paterae”. Os “Montes” (singular “mons”) são muito grandes, provavelmente basálticos e de leves inclinações. Os “Tholis” (singular “Tholus”) ou abóbadas são menores e mais íngremes que os montes, com um aspecto abobadado. Os vulcões “Paterae” são variados; com inclinações muito rasas e caldeiras complexas; muitos têm ainda canais radiais nos flancos. Olympus Mons é um vulcão extinto com 25 km de altura, 600 km de diâmetro na base e uma caldeira de 60 km de largura.

Mas tem um declive suave. Assim, é a maior montanha do sistema solar e é mais de três vezes maior que o monte Evereste com 8 848 m (China; Nepal), tem mais de 13 vezes a altura da Serra da Estrela com 2 000 m (Portugal) e 9 vezes a altura do Pico da Neblina com 3 000 m (Brasil). O vulcão extinguiu-se há um milhão de anos e encontra-se numa vasta região alta chamada Tharsis que, com Elysium Planitia, contém vários vulcões gigantescos, que são cerca de 100 vezes maiores que aqueles encontrados na Terra. Um dos maiores vulcões, Arsia Mons tem os lados ligeiramente inclinados, construídos sucessivamente por fluidos de lava de uma única abertura. Arsia Mons é o vulcão mais a Sul em Tharsis e tem cerca de 9 km de altura e a sua caldeira tem 110 km, a maior cadeira entre os vulcões marcianos. A Norte desse vulcão, situa-se o vulcão Pavoris Mons (7 km de altura), e a Norte desse encontra-se Ascraeus Mons, que tem mais de 11 km de altura. Ascraeus, Pavonis e Arsia formam um grupo de vulcões reconhecidos como Tharsis Montes que se encontram a sudeste de Olympus Mons. Conforme os resultados da Mars Express, o vulcão Hecates Tholus terá tido uma grande erupção acerca de 350 milhões de anos. Este vulcão localiza-se em Elysium Planitia e tem um diâmetro de 183 km; a erupção criou uma caldeira e duas depressões aparentemente cheias de depósitos glaciais, incluindo gelo. Hecates Tholus é o vulcão geograficamente situado mais a Norte de Elysium; os outros são Elysium Mons e Albor Tholus. Existe estimativa que pico da atividade cosmológica vulcânica em Marte terá sido provavelmente acerca de 1500 milhões ou 1 bilhão e quinhentos milhões de anos.

As imagens da Mars Express demonstraram também o que parecem ser “cones vulcânicos” na região do polo Norte sem nenhuma cratera à volta, o que sugere que tiveram erupção muito recente, o que levou alguns cientistas a acreditar que o planeta poderá ainda ser geologicamente ativo. Poderão existir entre 50 a 100 desses cones com 300 a 600 m de altura cobrindo uma região do polo Norte com um milhão de quilómetros quadrados; parte da região de Tharsis também tem características semelhantes. Esses aspectos na superfície podem ter sido o resultado de antigas elevações que tenham sofrido erosão pelo vento, mas julga-se que isto é pouco provável devido à inexistência de crateras e aspectos originados pelo vento naquela região. Alba Patera representa um vulcão único em Marte e no sistema solar, localiza-se a Norte de Tharsis, numa região de falhas que surge em Tharsis e se estende para Norte. Alba Patera é proporcionalmente grande, com mais de 1600 km de diâmetro, tem uma caldeira central, mas tem altura de apenas 3 km, no seu ponto mais alto. Possui canais nos flancos, e a maioria deles têm 100 km de comprimento, alguns chegam a ter 300 km, sugerindo que “a lava fluiu por longos períodos de tempo planetário. No entanto, os vulcões marcianos são pouco numerosos, mas são testemunhas do passado violento e vulcânico daquela zona e são largamente maiores do que a maior montanha de origem vulcânica na Terra: o Kilimanjaro (5895 m) em África. As áreas vulcânicas ocupam cerca de 10% da superfície do planeta. Algumas crateras mostram sinais de erupção recente e têm lava petrificada nos cantos. A Terra é o terceiro planeta mais próximo do Sol, o mais denso em volume e quinto maior dos oito planetas do Sistema Solar. 

É também o maior dos quatro planetas telúricos. É por vezes designada como Mundo ou Planeta Azul. Lar de milhões de espécies de seres vivos, incluindo os seres humanos, a Terra é o único corpo celeste onde é reconhecida a existência de vida. O planeta formou-se há 4,56 bilhões de anos, e a vida surgiu depois de um bilhão de anos. Desde então, a biosfera terrestre representa o conjunto de todos os ecossistemas da Terra, sendo o maior nível de organização ecológica. Ela inclui a biota e os compartimentos terrestres com os quais a biota interage: litosfera, hidrosfera, criosfera e atmosfera, assim como seus processos e inter-relações. O termo foi introduzido em 1875 pelo geólogo austríaco Eduard Suess (1831-1914) como o habitat dos seres vivos. Este conceito foi estendido para seu significado em 1926 pelo geoquímico russo Vladimir Vernadsky (1863-1945) que reconheceu a biosfera como um sistema integrado de processos bióticos e abióticos. A biosfera é um sistema fechado para troca de matéria com o universo circundante, constituindo assim uma unidade natural. Ipso facto, alterou de forma significativa a atmosfera e fatores abióticos do planeta, permitindo a proliferação de organismos aeróbicos, como a formação da camada de ozônio, que em conjunto com seu campo, bloqueia radiação solar prejudicial, permitindo o conceito vida no planeta. Água é uma substância química cujas moléculas são formadas por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. É abundante no Universo, onde cobre grande parte de sua superfície e é o maior constituinte dos fluidos dos seres vivos. As temperaturas do planeta permitem a ocorrência da água em seus três estados físicos principalmente. A água líquida, que em pequenas quantidades aparentemnte parece incolor, mas manifesta sua coloração azulada em grandes volumes, constitui os oceanos, rios e lagos que cobrem quase três quartos de porção da superfície do planeta. Nas regiões extremas polares, concentram-se as extraordinárias massas de gelo e vapor constituindo parte homogênea da atmosfera terrestre. Mais especificamente, a água líquida tem duas fases líquida com grandes diferenças de estrutura e densidade real. 

A água possui uma série de características peculiares em relação a outros elementos químicos, como sua dilatação anômala, ela se dilata quando congelada, enquanto a maioria das substâncias se contrai quando se solidifica, o alto calor específico e a capacidade de dissolver um grande número de substâncias, entre outras características estranhas. De fato, estas peculiaridades foram favoráveis para o surgimento da vida nos oceanos primitivos da Terra, bem como propiciaram sua evolução. Atualmente, todos os seres vivos existentes precisam da água para sua sobrevivência. Embora os oceanos cubram a maior parte da superfície terrestre, sua água é inadequada para o consumo humano por conta de sua salinidade. Somente uma pequena fração disponível sobre a superfície dos continentes que contém poucos sais dissolvidos, a água doce, está disponível para consumo direto. Contudo, sua distribuição não é uniforme, o que faz com que diversas regiões sofram de escassez hídrica. As atividades humanas, principalmente a agricultura, possuem grandes necessidades de retirada de água de seu leito natural, o que tem afetado negativamente sua distribuição sobre os continentes, bem como da água subterrânea. A poluição contemporânea hídrica compromete a qualidade da água, prejudicando a biodiversidade, bem como o abastecimento de água e a produção de alimentos. Além disso, uma parcela considerável da população mundial ainda não tem acesso à água potável, o que traz diversos problemas de saúde. A água é indispensável no modo de vida da humanidade, de forma que está fortemente ligada à cultura de todos os povos da Terra. Diante dos problemas advindos do mau uso dos recursos hídricos, surge uma nova consciência de que é necessário utilizar a água racionalmente. A água é uma substância química cujas moléculas são formadas por dois átomos de hidrogênio covalentemente ligados a um átomo de oxigênio, sendo sua fórmula química dada por H2O. A geometria de equilíbrio para uma molécula isolada possui dimensões de 0,0958 nanômetros nas ligações O-H, e um ângulo H-O-H de 104°27`. Estas moléculas interagem entre si sobretudo através da formação de pontes ou ligações de hidrogênio que ocorrem quando átomos de hidrogênio são atraídos por de oxigênio, mais eletronegativamente carregados, o que faz com que as moléculas, no estado líquido, fiquem 15% mais próximas entre si do que se agissem sob forças de Van der Waals (1837-1923), nome dado em homenagem ao cientista holandês, embora estas ligações restrinjam o número de moléculas vizinhas para tipicamente quatro. A eletrólise da água permite a quebra das ligações atômicas, separando o hidrogênio e o oxigênio com a passagem de uma corrente elétrica. 

A água manifesta-se em seu estado líquido sob temperaturas entre 0 °C e 100 °C e pressão de uma atmosfera. As características físicas da água apresentam diversas anomalias quando comparadas com as propriedades típicas de outros líquidos. Alguns exemplos são o ponto de fusão, a densidade, a capacidade de calor e no total, existem mais de 70 propriedades da água que diferem da maioria dos líquidos. Uma propriedade notável é que a água pode existir como dois líquidos diferentes a baixas temperaturas onde a cristalização do gelo é lenta. Outra propriedade, uma das mais notáveis é a sua dilatação anômala, sendo que a sua densidade máxima ocorre a aproximadamente 4 °C, expandindo-se tanto com o aumento quanto com a diminuição da temperatura. Este fato deve-se à quantidade de ligações de hidrogênio que se formam conforme a temperatura diminui, sendo que o máximo número de ligações em cada molécula (seis) ocorre a 4 °C, quando as moléculas estão mais próximas ocorrendo, portanto, a maior densidade. Os pontos de fusão e ebulição da água são muito maiores do que seria predito baseado em modelos que levam em conta sua massa química molecular, como em comparação com substâncias como sulfeto de hidrogênio (H2S) e seleneto de hidrogênio (H2Se). Na fase líquida, a água representa socialmente uma substância inodora, insípida e transparente. Em pequenas quantidades, é incolor como o gelo. Em grandes quantidades, no entanto, tanto na água líquida como sólida torna-se evidente sua coloração intrínseca azulada. A frase “A Terra é azul” foi proferida pelo cosmonauta russo Iuri Gagarin, em 12 de abril de 1961, quando se tornou o primeiro ser a ver a Terra do espaço sideral.

Iuri Alexeyevich Gagarin (1934-1968) foi um cosmonauta soviético e o primeiro ser humano a viajar pelo espaço, em 12 de abril de 1961, a bordo da Vostok 1. Esta espaçonave possuía dois módulos: o módulo de equipamentos com instrumentos, antenas, tanques e combustível para os retrofoguetes e a cápsula onde ficou o cosmonauta. Quando jovem, Gagarin passou a interessar-se pelo espaço e planetas, e começou a sonhar com sua ida ao espaço que um dia se tornaria uma realidade. Gagarin foi descrito por seus professores em Liubertsi, cidade-satélite de Moscou, como inteligente e trabalhador, e também amável e brincalhão. Seu professor de matemática e ciência tinha servido na Força Aérea Soviética durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o que provavelmente foi uma substancial influência para o jovem Gagarin. Após iniciar um curso de moldador em uma escola profissionalizante próxima a capital Moscou e de iniciar um estágio em uma metalúrgica como técnico fundidor, Gagarin foi selecionado para o ensino secundário técnico em Saratov. Ao mesmo tempo, ele se filiou ao aeroclube local e aprendeu a pilotar aviões leves. 

Aos poucos, o que era apenas um passatempo assumiu importância crescente. Em 1955, após concluir a sua formação técnica, ele ingressou na Escola de Pilotos de Orenburg, onde recebeu treinamento aeronáutico para voo e onde conheceu Valentina Ivanovna Goryacheva (1935-2020), com quem se casou em 1957, após ganhar “suas asas de piloto em um MiG-15”. Logo depois de formado, foi enviado à base aérea de Luostari em Oblast de Murmansk, perto da fronteira norueguesa, onde o tempo terrível tornava os voos arriscados. Gagarin tornar-se-ia tenente da Força Aérea Soviética em 5 de novembro de 1957 e em 6 de novembro de 1959 recebeu a patente de tenente sênior. Em 1960 Gagarin foi um dos 20 pilotos selecionados, após testes físicos e psicológicos, para o programa espacial soviético, e acabou por ser escolhido para ser o primeiro homem a ir ao espaço, pelo seu excelente desempenho no treinamento, sua origem camponesa que contava pontos no sistema de oportunidade de trabalho comunista - sua personalidade magnética e esfuziante e, principalmente, devido às suas características físicas, tinha 1,57 m de altura e 69 kg,  visto que a nave programada para a viagem pioneira em órbita, a espaçonave Vostok, que em russo tem como significado Oriente, tinha um espaço mínimo para o piloto. Vapor de água é um gás transparente. 

Dentre outras características da água, destacam-se seu alto calor latente de vaporização, sua elevada capacidade térmica, além da considerável mudança de propriedades entre água líquida a baixas e altas temperaturas. Conforme água resfriada é aquecida, a velocidade do som através de si cresce, seu volume diminui, seu índice de refração aumenta, a solubilidade de gases se torna maior e a condutividade térmica passa a crescer. Contudo, se água quente é aquecida, ocorre exatamente o oposto. A água possui, ainda, uma alta tensão superficial, menor somente que a tensão superficialmente do mercúrio dentre os líquidos comuns. Muitas destas propriedades são também atribuídas às ligações de hidrogênio entre as moléculas. Pelo fato de a molécula de água não ser linear e a eletronegatividade do oxigênio ser maior do que a do hidrogênio, ocorre o aparecimento de regiões positivas e negativas na própria molécula sendo uma molécula polar. Por este motivo, a água é um ótimo solvente para substâncias iônicas, como sais, ácidos e bases. As ligações de hidrogênio contribuem para solubilidade de compostos que possuem hidrogênio ou oxigênio em sua composição. Pelo mesmo motivo, proteínas e partículas minúsculas podem ser mantidas em suspensão na água, formando um coloide. A água é, ainda, um bom solvente para alguns gases e substâncias orgânicas. Entretanto, graxas e óleos não se dissolvem em água. Na proporção em que ocorre uma reação química, as moléculas de água podem doar um próton (H+), formando uma hidroxila, OH-, ou receber um próton, formando o hidroxônio, H3O+. De fato, as moléculas de água doam e recebem prótons entre si, o que é chamado na nomenclatura de autoionização da água. Embora ocorra em pequena extensão, este fenômeno é determinante, pois permite que a água aja como ácido ou base em uma dada reação. Pela presença desses íons, a água possui uma pequena condutividade elétrica. A água em sua fase sólida forma o gelo. Em geral a estrutura cristalina é formada por uma rede de moléculas orientadas conforme as pontes de hidrogênio. Entretanto, este arranjo pode se dar de diversas formas, sendo conhecidas pelo menos 17 formas cristalinas diferentes para o gelo, cada uma formada sob diferentes condições de temperatura e pressão. Nas condições comumente encontradas na Terra, forma-se o gelo Ih, no qual as moléculas se arranjam em estruturas hexagonais. Em 2016, uma equipe de pesquisa previu uma nova forma molecular de gelo com uma baixa densidade recorde. Se o gelo puder ser sintetizado, se tornaria a 18a forma cristalina reconhecida de água. A densidade do gelo é menor do que a da água líquida, e, portanto, flutua na mesma.

O ponto triplo da água, ou seja, as condições nas quais a água pode coexistir tanto em estado físico, sólido ou gasoso, são à temperatura de 0,01 °C e pressão de 612 Pa. A ebulição da água sob as condições ambiente de pressão (1 atm.) ocorre a 100 °C, dando origem ao chamado “vapor de água”. A 373,9 °C e pressão de 22,064 MPa, ocorre o ponto crítico, além do qual não há a distinção comunicacional entre as fases líquida e gasosa caracterizando, portanto, o que é interpretado como processo de um “fluido supercrítico”. As propriedades da água sob tais condições são alteradas, ocorrendo mudanças tal como o aumento de sua reatividade química e de sua autodissociação. A água pode apresentar em sua composição isótopos dos elementos hidrogênio e oxigênio. A água pesada é formada por dois átomos de deutério, estáveis e não radioativos, e um de oxigênio, sendo que existe aproximadamente um átomo de deutério em cada 6 700 átomos de hidrogênio na água do mar. Recebe esta denominação pelo fato bioquímico e estatístico de que os átomos de deutério possuem maior massa resultando, assim, na maior densidade da água o que ocasiona, também, algumas pequenas diferenças a nível molecular. Uma proporção diminuta é ainda formada pela ligação entre hidrogênio e trítio, radioativo que decai com uma “meia vida” de aproximadamente doze anos. Essas variedades de água pesada são utilizadas principalmente em usinas de fissão nuclear, analisadas por Albert Einstein (1879-1955), físico teórico alemão, considerado um dos maiores cientistas de todos os tempos. Suas contribuições para a ciência incluem: A teoria da relatividade, que revolucionou a compreensão do espaço, tempo, gravidade e universo. A explicação do efeito fotoelétrico, fundamentalmente para o estabelecimento da teoria quântica. A demonstração da equivalência entre massa e energia, traduzida pela equação E=mc².  Contribuições para a Física Estatística, por meio da explicação para o movimento browniano, e claro, na fabricação de bombas de hidrogênio, respectivamente. Dada sua importância, a água é utilizada como padrão para a definição de diversas grandezas físicas. Uma das definições de massa atribui a um kg a massa correspondente a um cubo com 10 cm de lado, isto é, o volume equivalente a um litro de água pura a 4 °C. Devido aos diferentes isótopos presentes na água, definiu-se, ainda, o teor médio de isótopos, de acordo com o teor comumente encontrado nos oceanos.

Um oceano compreende o componente principal de representação da superfície da Terra, constituído por água salgada. Forma a maior parte da hidrosfera: aproximadamente 71% da superfície da Terra, constituindo uma área em torno de 361 milhões de km. Mais do que a metade desta área tem profundidades maiores que 3.000 metros. A noção de oceano global, como um corpo contínuo de água para a oceanografia, e oceano terrestre para efeitos práticos da ideologia, é normalmente dividido em várias partes, demarcadas por continentes e grandes arquipélagos é a representação oficialmente adotada, desde 2000, pela Organização Hidrográfica Internacional, da qual países como o Brasil e Portugal são membros. Regiões menores dos oceanos são conhecidas como mares, golfos e estreitos. Em 20 de julho de 2009, cientistas do Centro Nacional de Dados Climáticos dos Estados Unidos da América, informaram à imprensa que os oceanos estão com a temperatura média de 17 °C, a mais alta desde 1880, quando se iniciou os registros. O estudo e pesquisa dos oceanos da Terra são chamados cientificamente de oceanografia. As viagens na superfície do oceano com o uso de botes datam de tempos pré-históricos, mas só nos últimos tempos as explorações submarinas se tornaram possíveis e comuns.

Para sermos breves, sabemos estatisticamente que os mares e oceanos cobrem mais de 75% da superfície terrestre. As profundidades que variam de alguns metros nas regiões litorâneas, a mais 11 km nas zonas mais profundas. Um dos aspectos mais importantes dos ecossistemas marinhos é sua grande estabilidade e homogeneidade no que se refere à composição química e temperatura. A salinidade dos mares é cerca de 3,5 g/L de sais, com predominância de cloreto de sódio. Os ecossistemas marinhos podem se distinguir em dois grandes domínios marinhos: um relativo ao fundo, o domínio bentônico; outro relativo às massas d’água, o domínio pelágico; A luz consegue penetrar no mar até a profundidade máxima de 200 metros, estabelecendo o que se denomina de zona fótica. Na metade superior desta zona iluminada vive o fitoplâncton marinho, formado por algas e bactérias fotossintetizantes. Elas produzem praticamente todo alimento necessário à manutenção da vida nos mares. Essa zona também é rica em plâncton não fotossintetizante e em grandes cardumes de peixes. A região que se estende dos 200 aos 2 mil metros de profundidade é a região batial com águas frias e rara em fauna. Os peixes, moluscos e alguns outros animais que vivem nessa zona são sustentados por matéria orgânica proveniente da superfície. Mais profundamente a penetração na região abissal, é a que se estende estatisticamente dos 2 mil metros aos 6 mil metros de profundidade. Nela encontram-se poucas espécies, que entretanto chamam atenção da esfera oceanográfica por suas características exóticas, tipificados como “peixes bentônicos bioluminescentes, por ação dos pirossomas e lulas gigantes”.

A região mais profunda dos oceanos, abaixo dos 6 mil metros, é reconhecida como região hadal. Sua fauna ainda é pouco reconhecida, é constituída principalmente por esponjas e moluscos. O organismo planctônico possui baixa ou nenhuma capacidade de locomoção. Diferentemente do organismo bentônico, que ocupa fundos aquáticos e pode ser de vida livre ou sésseis. Dessa forma, esses organismos, subdivididos em fitoplâncton e zooplâncton, são transportados horizontalmente pelas correntes de água. O organismo nectônico é capaz de se deslocar de forma ativa no ambiente aquático. Mas, ao contrário dos bentos, não habita ambientes de substratos sólidos. De acordo com a sua forma de alimentação, os organismos bentônicos podem ser classificados em dois grandes grupos. O primeiro deles, chamado de fitobentos, é composto por organismos autótrofos, como algas. Em comparação com os outros seres bentônicos, esses organismos vivem em locais mais rasos e de águas claras. Isso porque dependem da luz para realizarem a fotossíntese. O outro grupo, reconhecido como zoobentos, é constituído por organismos heterótrofos, ou seja, que não produzem seu próprio alimento e precisam se alimentar de outros seres para obter energia. Conforme as suas características, esses organismos ainda podem ser divididos essencialmente em microbentos, mesobentos e macrobentos. Crustáceos como camarões e caranguejos são exemplos de macroinvertebrados bentônicos. Também são exemplos de bentos os pepinos do mar, recifes de coral e estrelas do mar. O bento é de extrema importância biológica para os ecossistemas marinhos. Nesses ambientes, os fitobentos garantem a disponibilidade de oxigênio e nutrientes, enquanto os zoobentos atuam no processo de decomposição de matéria orgânica. Ainda, todos os seres bentônicos participam da cadeia alimentar aquática, sendo alguns responsáveis pelo revolvimento do sedimento no fundo. Além de sua importância ecológica, os organismos bentônicos são frequentemente utilizados como bioindicadores da qualidade do ambiente. Isso porque existem muitas espécies sésseis e que se locomovem pouco. Isso faz com que sofram mais impactos do que outras capazes de nadar ativamente. Esse mesmo fator também contribui para uma maior facilidade de coleta de dados, facilitando as pesquisas. As comunidades bentônicas sofrem impactos diariamente decorrentes de atividades predatórias humanas. As principais ameaças a esses ecossistemas são em geral: aquicultura; pesca predatória; expansão de áreas urbanas e turismo; poluição; redução dos recursos hídricos; corte de madeira de manguezais; mudanças climáticas. 

As invasões biológicas ocasionadas pelo rafting plástico, a dispersão oceânica por organismos pelágicos realizada em lixo marinho de durabilidade alta, tendem a afetar a biodiversidade bentônica das zonas costeiras. Elas devem ser preservadas e protegidas, já que apresentam grande importância para os seres vivos em geral. Assim, compreendemos que a International Hydrographic Organization é uma organização intergovernamental consultiva e técnica de hidrografia, estabelecida por um acordo assinado no Mônaco em 3 de maio de 1967, que entrou em vigor em 1970. A primeira comissão sobre a hidrografia internacional foi criada em 1921, porém o seu status para organização internacional mudou somente em 1970, com a Organização Hidrográfica Internacional. Atualmente a organização conta com 77 Estados membros. A função da organização é incentivar a segurança na navegação e a proteção do ambiente marítimo. O objetivo da organização é incentivar: a coordenação de atividades dos escritórios hidrográficos nacionais; a maior uniformização possível de cartas náuticas e documentos; a adoção de métodos eficientes para aproveitar e explorar os exames hidrográficos; o desenvolvimento das ciências no campo da hidrografia e das técnicas empregadas na oceanografia descritiva, incluída nas Ciências Exatas e da Terra, é a ciência que se dedica ao estudo dos oceanos e zonas costeiras sob todos os aspectos, desde a sua descrição física até a interpretação técnica e social de seus fenômenos, de sua interação com os continentes e com a atmosfera, e os processos de atuação nestes ambientes. É ciência multirreferencial, interdisciplinar e transdisciplinar, requerendo conhecimento geral e integrado da biologia, física, geologia, matemática e química. 

A aplicação destes conhecimentos faz do oceanógrafo um profissional de formação técnico-científica direcionada ao conhecimento e à previsão do comportamento dos oceanos e ambientes transicionais sob todos os seus aspectos, capaz de atuar em diversas atividades, a partir de uma visão integrada na investigação científica, na utilidade de uso e na exploração racionalizada de recursos marinhos e costeiros renováveis e não-renováveis. A oceanografia moderna se preocupa com uma grande variedade de assuntos técnicos e científicos, tais como a modelagem de processos físicos e subsídio às previsões climáticas, a investigação de novos recursos alimentares e energéticos; o diagnóstico, o controle técnico-científico e a mitigação da poluição, a conservação e recuperação de ambientes naturais e seus recursos de preservação, a adequação de obras e atividades humanas ao ambiente marinho, o desenvolvimento de tecnologias e estratégias para a melhoria das atividades de cultivo, extração e beneficiamento do pescado, entre outras. A escala Celsius é uma escala de temperatura definida na qual 0 °C representa o ponto de fusão do gelo e 100 °C a temperatura de ebulição da água à pressão atmosférica do nível do mar, razão pela qual esta escala também recebe o nome de centígrada. A caloria, por sua vez, é definida como a quantidade de energia necessária para aumentar a temperatura de um grama de água pura de 14,5 °C para 15,5 °C a pressão atmosférica padrão.

Análises espectrais da Nebulosa Gelada de Leão, uma nebulosa protoplanetária, mostraram abundância de água sob a forma de cristais de gelo. Os primeiros átomos de hidrogênio, elemento mais simples, formaram-se após o chamado Big Bang, espalhando-se por todo o Universo primordial. Milhões de anos se passaram, quando nuvens deste elemento colapsaram gravitacionalmente. Conforme estes corpos agregavam massa, o núcleo se tornava cada vez mais quente e submetido a pressões cada vez maiores, até que os núcleos atômicos se fundissem liberando, assim, grande quantidade de energia e dando nascimento às primeiras estrelas. A fusão nuclear em estrelas cada vez maiores criou núcleos atômicos cada vez mais pesados, dentre eles o oxigênio. Assim, ao fim de sua existência, a estrela ejeta no espaço estes novos elementos criados. Desta forma, a água é comumente encontrada no meio interestelar, já que, no estágio atual de evolução do Universo, ambos os constituintes da água estão entre os elementos mais abundantes. Contudo, acredita-se que seu processo de formação seja auxiliado pela presença de grãos de poeira no meio, que facilitam a ligação entre os átomos de hidrogênio e oxigênio. Cometas são corpos celestes compostos principalmente de gelo e poeira. Quando um cometa se aproxima do Sol, o gelo derrete e forma uma cauda visível. 

Recentemente, mapeamento realizado por uma sonda mostrou que a água está presente em toda superfície da lua, incrustada nas rochas, e também pode estar abaixo da camada de poeira, no manto. Essa água encontrada na Lua pode ter sido roubada da Terra, logo após o impacto catastrófico que formou a Lua, ou pode ter sido entregue posteriormente por impactos de asteroides e de cometas. Esses pequenos objetos podem ter entregue a água ao sistema Terra-Lua logo nos primeiros milhões de anos do nosso planeta. Imagens de radar de alta resolução da superfície de Mercúrio sugeriram a presença de gelo de água no polo Norte do planeta. Entretanto em Vênus, uma quantidade muito pequena de vapor de água (de algumas partes por milhão) foi encontrada na atmosfera. Existe gelo de água nas calotas polares de Marte e em algumas de suas crateras. Além disso, a água em Marte está presente em pequena quantidade na formação de vapor na atmosfera. Evidências geológicas e mineralógicas sugerem que água líquida existiu em Marte. Foi descoberto um lago subglacial a 1,5 km abaixo da calota polar do Sul. É estimado que o lago possua cerca de 20 km de diâmetro. 

Dado esta descoberta, os cientistas afirmam que não há razão para concluir que a presença de água subterrânea em Marte esteja limitada a este único local. A descoberta do lago subterrâneo também reforça a especulação sobre a existência de microrganismos presentes no planeta vermelho. Planetas gigantes, Saturno e Júpiter, podem ter água em forma sólida e líquida em suas camadas mais baixas de nuvens, mas sua abundância ainda não foi aferida. Acredita-se que acima dos núcleos rochosos de Urano e Netuno exista uma grande camada de gelos, incluindo o gelo de água. As atmosferas destes gigantes de gelo também contêm H₂O. Foi observado do ponto de vista tecnológico que os anéis de Saturno contêm principalmente gelo de água com uma pequena mistura de elementos orgânicos e outros contaminantes, enquanto os anéis de Júpiter, Urano e Netuno contêm no máximo uma pequena fração de gelo de água. Plutão também contém uma fração significativa de água em sua superfície, assim como muitas das luas dos planetas exteriores, com Tethys (Lua de Saturno) possivelmente consistindo quase inteiramente de gelo de água. Acredita-se que algumas Luas, como são Europa e Ganimedes de Júpiter, e Enceladus de Saturno, contenham vastos oceanos de água líquida sob a camada superficialmente de gelo. A sua superfície é dividida abstratamente, com o auxílio da ciência, em segmentos rígidos, as placas tectônicas, que migram sobre a superfície terrestre ao longo de milhões de anos desde a sua formação. 

Aproximadamente 71% da superfície é coberta por oceanos de água salgada, com o restante consistindo de continentes e ilhas, contendo lagos e corpos de água que contribuem para a compreensão da hidrosfera. Os polos geográficos da Terra encontram-se majoritariamente cobertos por mantos de gelo ou por banquisas. Uma bomba-relógio é a designação sociológica comum de um artefato denominado bomba que é acionada para detonação através de um período de tempo, geralmente calculado por um relógio. A utilização dessa técnica, permite que o artefato seja abandonado ou alojado em um local, sem a presença humana. Possui diversos propósitos, como fraude em seguros, terrorismo, assassinato e como arma de guerra. A palavra é usada metaforicamente. - Esse problema é uma bomba-relógio significa algo que algo deve ser feito para sua realização, antes que exploda. O interior da Terra permanece ativo e sólido, um núcleo externo líquido, um campo magnético, e um núcleo interno sólido, composto por ferro. A Terra interage com outros objetos em movimento no espaço, em particular com o Sol e a Lua. A Terra orbita o Sol uma vez por cada 366,26 rotações sobre o seu próprio eixo, o que equivale a 365,26 dias solares ou representa um (01) ano sideral. O eixo de rotação da Terra possui uma inclinação de 23,4° em relação à perpendicular ao seu plano orbital, reproduzindo variações sazonais na superfície do planeta, com período igual a um ano tropical, ou, 365,24 dias solares. A Lua é o único satélite natural reconhecido da Terra. O atual modelo consensual para a formação da Lua é representado pela hipótese do grande impacto. É uma hipótese astronômica que postula a formação da Lua através do impacto de um planeta com aproximadamente o tamanho da massa de Marte, reconhecido como Theia, com a Terra. Ela é responsável pela formação das marés, estabiliza a inclinação axial da Terra e abranda gradualmente a rotação do planeta. A Lua pode ter afetado dramaticamente o desenvolvimento da vida ao moderar o clima do planeta. Evidências paleontológicas e simulações tecnológicas demonstram que a inclinação axial do planeta é estabilizada pelas interações cíclicas de maré com a Lua.

Astromóvel e rover planetário designam um veículo de comunicação e exploração espacial projetado para mover-se na superfície de um planeta ou de outro corpo celeste. Alguns deles foram projetados para transportar membros da tripulação de uma missão espacial tripulada; outros são parciais ou totalmente construídos como robôs autônomos. Os veículos de comunicação geralmente chegam à superfície do planeta de destino em um veículo aterrisado. Os veículos são projetados com características de veículos para tipos de terreno, e são conduzidos ao seu destino através de espaçonaves do tipo aterrisador. Eles são usados em condições muito diferentes das encontradas na Terra, o que implica algumas características especiais de projeto, tais como: rodas com movimentação e tração independentes além de braços e instrumentos robóticos. São parte fundamental no projeto dos veículos os seguintes requisitos: Prontidão, compacticidade e autonomia. Um rover espacial é um veículo de exploração espacial que se move na superfície de planetas ou outros corpos celestes. Eles podem ser dirigidos por astronautas ou pilotados remotamente da Terra. Alguns rovers espaciais são robôs autônomos, enquanto outros podem ser projetados para transportar membros da tripulação.  Alguns exemplos de rovers espaciais incluem: Sojourner: O primeiro rover a explorar a superfície de Marte, em 1997; Spirit e Opportunity: Exploração de Marte em 2004; Curiosity: Exploração de Marte em 2012; Perseverance: Exploração de Marte em 2021; Yutu: Robô chinês que explorou a lua na missão Chang`e 3. Sojourner foi o nome atribuído ao veículo (ou Rover), lançado pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço. Foi feito para circular em solo marciano, que fez parte da missão Mars Pathfinder em 1997. Este foi o primeiro veículo a transitar em Marte. O principal objetivo deste veículo foi o de determinar, através de aparelhos de medição, a composição de algumas rochas pretendidas pelos cientistas, chamadas de “Barnacle Bill”, “Yogi” e “Scooby Doo” e do solo marciano. O Sojourner tem as dimensões de 65 cm de largura, 48 cm de comprimento e 30 cm de altura. O seu peso gira em torno dos 10,5 kg. O Sojourner enviou para a Terra cerca de 550 fotografias da paisagem topográfica selecionada marciana. A missão do Sojourner terminou no dia 27 de setembro de 1997, quando a comunicação com a terra foi perdida.

Alguns exemplos de rovers espaciais incluem: Sojourner: O primeiro rover a explorar a superfície de Marte, em 1997; Spirit e Opportunity: Exploração de Marte em 2004; Curiosity: Exploração de Marte em 2012; Perseverance: Exploração de Marte em 2021; Yutu: Robô chinês que explorou a lua na missão Chang`e 3. Sojourner foi o nome atribuído ao veículo (ou Rover), lançado pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço. Foi feito para circular em solo planetário marciano, que fez parte da missão Mars Pathfinder em 1997. Este foi o primeiro veículo a transitar em Marte. O principal objetivo deste veículo foi o de determinar, através de aparelhos de medição, a composição de algumas rochas pretendidas pelos cientistas, chamadas de “Barnacle Bill”, “Yogi” e “Scooby Doo” e do solo marciano. O Sojourner tem as dimensões de 65 centrimentros de largura, 48 centrimentos de comprimento e 30 centrimentos de altura. O seu peso gira em torno dos 10,5 kg. O Sojourner enviou para a Terra cerca de 550 fotografias da paisagem de espaço sideral marciana. A missão do Sojourner terminou no dia 27 de setembro de 1997, quando a comunicação com a terra foi perdida.

A agência norte-americana lançou a campanha “Name the Rovers”, em parceria com a tradicional indústria de brinquedos Lego, é uma linha de brinquedos de construção de plástico fabricados pelo The Lego Group, uma empresa privada com sede em Billund, Dinamarca. O brinquedo surgiu numa pequena empresa familiar na década de 1930. Obteve sucesso na década de 1960, expandindo-se nas décadas seguintes. O criador fundiu duas palavras em dinamarquês para obter o nome: “leg godt” que significa “brincar bem”. Atualmente o grupo emprega mais de 10.000 pessoas em cerca de 140 países, ocupando a posição de líder mundial no segmento de brinquedos para crianças nas faixas dos três meses aos dezesseis anos de idade. Os produtos da The Lego Group encontram-se massificados nos grandes institutos de educação nos países “desenvolvidos”, desde a pré-escola, onde as linhas tradicionais do grupo empresarial divertem as crianças e estimulam a sua concentração e criatividade, até à universidade, onde linhas tecnológicas como a Leg Technic e a Lego Mindstorms permitem “aos estudantes aperfeiçoarem-se em design, robótica e mecatrônica”.  A divisão educacional do Grupo Lego foi criada em 1980, em parceria com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Em 1998, a Lego Education entrou na cidade de Paulínia, onde há o Projeto Stop Motion, que integra a Zoom Education. Localizado no Noroeste da macrometrópole de São Paulo, dista cerca de 119 km da capital do estado. Ocupa uma área de 139 km² e sua população foi estimada em 2018 pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística em 106 776 habitantes.

Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) representa uma agência do governo federal dos Estados Unidos da América responsável pela pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e programas de exploração espacial. Sua missão oficial é “fomentar o futuro na pesquisa, descoberta e exploração espacial”. Criada em 29 de julho de 1958, substituindo seu antecessor, do Comitê Consultivo Nacional para a Aeronáutica, foi a responsável pelo envio do homem à Lua e por diversos programas de pesquisa planetária no espaço sideral. Atualmente ela trabalha em conjunto com a Agência Espacial Europeia, com a Agência Espacial Federal Russa e com alguns países da Ásia para a criação da Estação Espacial Internacional. Também tem desenvolvido vários programas com satélites e com sondas de pesquisa espacial que viajaram até outros planetas e até alguns deles, se preparam para sair do nosso sistema solar, sendo a próxima grande meta, que tem atraído a atenção de todos, uma viagem tripulada até o planeta Marte, nosso vizinho. Objetiva a compreensão da Terra através do Earth Observing System, na promoção da heliofísica através do trabalho do Heliophysics Research Program, na exploração do sistema solar com missões robóticas avançadas, tais como New Horizons, e na pesquisa astrofísica, aprofundando-se em tópicos historicamente articulados como o Big Bang com o auxílio de grandes observatórios.

            O nome Syrtis Major é derivado do antigo nome romano Syrtis maior para o Golfo de Sidra na costa da Líbia antiga Cirenaica. Syrtis Major foi a primeira formação de superfície documentada em outro planeta. Ela foi descoberta por Christiaan Huygens, que a incluiu em um desenho de Marte em 1659. A formação era reconhecida como o Mar do Relógio de Areia, mas recebeu diferentes nomes por diferentes cartógrafos. Em 1840, Johann Heinrich von Mädler (1784-1874) compilou um Mapa de Marte a partir de suas observações e chamou a formação de Atlantic Canale. No mapa de 1867 de Richard Proctor (1837-1888) a região é chamada Mar de Kaiser de Frederik Kaiser (1808-1872) do Observatório de Leiden. Camille Flammarion (1842-1925) denominou a região Mer du Sablier quando ele revisou a nomenclatura de Proctor em 1876. O nome “Syrtis Major” foi escolhido por Giovanni Schiaparelli (1835-1910) quando ele criou um mapa baseado em observações de Marte teve aproximação máxima da Terra em 1877. Giovanni Virginio Schiaparelli foi astrônomo italiano, que inadvertidamente popularizou a “falsa ideia de canais artificiais na superfície de Marte”. Foi o primeiro a criar um mapa daquele planeta. Estudou na Universidade de Turim e no Observatório de Berlim. Trabalhou mais de 40 anos no Observatório Astronômico de Brera.

Dentre as contribuições de Schiaparelli estão suas observações telescópicas de Marte. Em suas observações iniciais, ele nomeou os “mares” e “continentes” de Marte. Ele observou uma densa rede de estruturas lineares sobre a superfície de Marte, que ele chamava de “canali”, em italiano “estreito”. O termo indica tanto uma construção artificial como uma configuração natural do terreno. A partir disto, diversas hipóteses sobre a vida em Marte derivados dos “canais” se tornaram famosas, dando origem a hipóteses, especulação e folclore sobre a possibilidade de vida. Entre os mais fervorosos apoiantes dos canais artificiais estava o célebre astrônomo norte-americano Percival Lowell (1855-1916) que passou grande parte de sua vida “tentando provar a existência de vida inteligente no planeta vermelho”. Mais tarde, porém, graças às observações do astrônomo italiano Vicenzo Cerulli (1859-1927), foi possível determinar que os canais eram simples ilusões ópticas. Em seu livro Vida em Marte, Schiaparelli escreve: “Ao invés de canais de verdade, uma forma familiar para nós, temos de imaginar depressões no solo que não são muito profundas, prorrogadas em uma direção reta de milhares de quilômetros, mais uma largura de 100, 200 km e talvez mais. Eu já assinalei que, na ausência de chuva em Marte, estes canais são provavelmente o principal mecanismo pelo qual a água (a vida orgânica) podem se espalhar sobre a superfície seca do planeta”.

Syrtis Major é de grande interesse para os geólogos, pois vários tipos de rochas ígneas foram encontrados na região a partir de uma sonda orbitante. Além do basalto, dacito e granito tem sido encontrados na região. O dacito se origina sob vulcões em câmaras magmáticas. Dacitos se formam no topo das câmaras, após os minerais pesados (olivina e piroxena) contendo ferro e magnésio se decantaram no fundo. O granito é formado por um processo ainda mais complexo.  Algumas áreas de Syrtis Major contêm vastas quantidades do mineral olivina. A olivina se transforma em outros minerais muito rapidamente em presença de água, então a abundância de olivina sugere que por um longo tempo a água tem sido escassa por lá. Uma variedade de minerais importantes tem sido descoberta próximo a Nili Fossae, um importante sistema de fossas em Syrtis Major. Além da extensa exposição de olivina localizada em Nili Fossae. Outros minerais encontrados por lá incluem carbonatos, alumínio, esmectita, ferro/esmectita de magnésio, sílica hidratada, minerais do grupo caulinita e óxidos de ferro. Em dezembro de 2008, a Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) da Nasa descobriu que rochas em Nili Fossae contém minerais de carbonato, uma descoberta geologicamente significativa. Pesquisas posteriores publicadas recentemente em outubro de 2010, descreveram um grande depósito de rochas de carbonato encontrado dentro da cratera Leighton em um nível que antes se encontrava 6 km abaixo da superfície. 

Encontrar carbonatos no subsolo sugere consequentemente que Marte “fora mais quente e que havia mais dióxido de carbono e antigos mares”. Devido ao fato geológico de os carbonatos serem quase silicatos e argilas conclui-se que sistemas hidrotermais tais como ventos hidrotermais na Terra podem ter estado presentes. Outros minerais encontrados pela MRO são esmectita de alumínio, esmectita de ferro/magnésio, sílica hidratada, minerais do grupo caulinita, óxidos de ferro, e talco. Os cientistas da Nasa descobriram que Nili Fossae é a fonte de plumas de metano, levantando a questão de se esta fonte se origina de fontes biológicas. Uma pesquisa, publicada no outono de 2010, descreve a descoberta de sílica hidratada nos flancos de um cone vulcânico. O depósito era de uma fumarola ou fonte termal, e isto é um microambiente recente habitável. O cone medindo 100 metros de altura repousa no fundo de Nili Patera. As observações foram obtidas pela Mars Reconnaissance OrbiterTergos estreitos ocorrem em algumas áreas de Marte. Eles podem ter se formado de diferentes maneiras, mas alguns são provavelmente formados de rocha derretida se movendo no subsolo, se esfriando em rocha mais rígida, sendo então exposta pela erosão de material circundante mais fofo. 

Uma formação desse tipo recebe o nome de dique. Essas formações são comuns na Terra, algumas famosas incluem Shiprock, Novo Mexico; próximo a Spanish Peaks, Colorado; e a “Iron Dike” no Parque Nacional das Montanhas Rochosas, Colorado. A descoberta de diques em Marte que foram formados por rochas derretidas é muito significativa porque a existência de diques indica a existência de atividade ignea intrusiva. Na Terra tal atividade é associada a metais preciosos como ouro, prata e telúrio. Diques e outras estruturas intrusivas são comuns no Distrito Mineiro de Cripple Creek no Colorado; a área de Battle Mountain-Eureka no Centro-norte de Nevada, famosa por depósitos de ouro e molibdênio; e próximo a Franklin dike swarm no Canadá. Mapear a existência de diques nos permite entender como o magma (rocha derretida abaixo do solo) se desloca e onde ele poderia ter interagido com a rocha circundante, assim produzindo minerais valiosos. Depósitos de importantes minerais também são formados por diques e outras intrusões igneas aquecendo a água que por sua vez dissolve minerais que são depositados em rachaduras em rochas próximas. Poderia se esperar uma grande quantidade de atividade intrusiva ignea abaixo do solo do que acima deste, e Marte possui vários vulcões imensos. Os solos de algumas crateras na área de Syrtis Major exibem tergos alongados em um padrão reticulado. Alguns padrões são típicos de falhas e diques do tipo breccia formados como resultado de um impacto. Os tergos se formam onde ocorreu uma erosão aprimorada. A água pode fluir ao longo das falhas. A água muitas vezes transporta minerais que acabam por cementar os minerais rochosos os fazendo assim mais rígidos. Posteriormente quando a área inteira é submetida ao processo erosivo os diques permanecerão como tergos por serem mais resistentes à erosão. Essa descoberta pode ser de grande importância para a possibilidade de uma futura colonização de Marte porque esses tipos de falhas e diques breccia na Terra são associados a importantes recursos minerais. Estima-se que 25% dos impactos estão associados à produção mineral. O maior depósito de ouro representa a cratera de impacto Vredefort medindo 300 km de diâmetro na África do Sul. 

Talvez, isto é, quando as pessoas puderem viver em Marte esses tipos de áreas terão seus minerais extraídos tal como na Terra. Muitos lugares em Marte possuem buttes que são similares aos buttes na Terra, como o famoso Monument Valley, em Utah. Buttes são formados quando a maior parte das camadas rochosas é removida de uma área. Buttes geralmente possuem uma rígida capa rochosa resistente à erosão no topo. A capa faz com que o topo do butte seja plano. Dunas de areia são encontradas por todo o planeta Marte. As dunas se formam muitas vezes em áreas baixas, como por exemplo, no leito de antigos vales fluviais. Dunas no leito de Arnus Vallis, um antigo vale pluvial é visível na imagem reproduzida. Dunas e vales em Marte geralmente se localizam nos ângulos do lado direito nas paredes dos vales. Muitas áreas de Marte mudam suas formas ou coloração. Por muitos anos, astrônomos observando mudanças regulares em Marte quando as estações se alternavam, pensaram que o que eles viam era uma evidência de vegetação crescendo. Após uma inspeção mais aproximada por várias sondas espaciais, outras causas foram descobertas. Basicamente, as mudanças são causadas pelo efeito dos ventos soprando poeira planeta afora. Às vezes, uma fina poeira brilhante se deposita sobre rochas escuras de basalto, fazendo com que estas se pareçam mais claras, em outras ocasiões a poeira mais clara será sobrada para longe fazendo com que a superfície escureça—como se a vegetação estivesse crescendo. Marte possui frequentes tempestades locais e globais que cobrem a superfície com poeira clara. As riscas não são tão brilhantes, elas parecem brilhantes devido ao contraste com as rochas escuras de basalto que compõem a superfície. Alguns locais em Marte apresentam relevos invertidos. Nessas localidades, aparentemente semelhante de um leito fluvial pode ser uma formação elevada, ao invés de um vale. Os antigos canais de fluxo invertidos podem ter sido causados pela deposição de grandes rochas ou cimentação.

Em qualquer caso a erosão desgastaria a terra circundante deixando um antigo canal como um tergo elevado, pois um tergo é mais resistente à erosão. A High Resolution Imaging Science Experiment é uma câmera a bordo da Mars Reconnaissance Orbiter. O instrumento de 65 kg, orçado em $40 milhões (USD) foi construído sob a direção do Laboratório Lunar e Planetário da Universidade do Arizona pela Ball Aerospace & Technologies. Este consiste em um telescópio refletor medindo 0.5 m, o maior de qualquer missão no espaço exterior, o que o permite obter imagens de Marte com uma resolução de 0.3 m/pixel, captando com detalhes objetos medindo menos de um metro. Em 2010, a HiRISE havia mapeado 1% da superfície de Marte com essa qualidade. Por vários anos, pesquisadores têm encontrado metano na atmosfera de Marte. Após análises, foi determinado que ele vem de um ponto em Syrtis Major, localizado a 10° N e 50° E. Um estudo recente indica que para se chegar um resultado que confira com as observações do metano, deve haver algo que destrói o gás rapidamente, de outra maneira ele se espalharia por toda a atmosfera ao invés de se concentrar em uma determinada região. Deve haver algo no solo que oxida o gás antes que este tenha alguma chance de escapar. Se isso for comprovado, a mesma substância química destruiria compostos orgânicos, dificultando muito a existência de vida humana em Marte. As duas primeiras imagens selecionadas e enviadas pelo Perseverance para agenciamento receptivo na Terra foram obtidas pelas chamadas HazCams (Câmeras de Prevenção de Riscos), seis câmeras instaladas para monitorar o terreno. 

         Eles têm como função auxiliar os controladores a manejar o robô e contam com proteção extra para a entrada na atmosfera de Marte e pouso. - “As HazCams detectam perigos no caminho frontal e traseiro do robô, como grandes rochas, valas ou dunas de areia. Os engenheiros também usam as HazCams frontais para ver onde o braço robótico pode se mover para fazer medições, tirar fotos e coletar amostras de rocha e solo”, explica a Nasa. A intenção deles é examinar camadas de sedimentos. O Perseverance não tem apenas as Hazcams, mas 23 câmeras. Dessas, nove são para engenharia, sete para trabalhos científicos, bem como sete para gerenciamento incluindo as seis Hazcams. À medida em que mais dados forem processados no centro de controle da Terra, mais imagens vão ser transmitidas.  Ao chegar ao planeta, as tampas protetoras transparentes sobre essas câmeras não haviam sido retiradas, o que afeta a resolução das imagens capturadas. Jezero foi um dos primeiros sítios para exploração pela Mars Science Laboratory. Minerais argilosos foram detectados dentro e ao redor da cratera. A Mars Reconnaissance Orbiter identificou argilas de esmectita. Minerais argilosos se formam na presença de água, então essa área provavelmente abrigou água e talvez vida em algum ponto no passado. A superfície se divide em placas e apresenta rachaduras em padrões poligonais. Essas formas muitas vezes surgem com a secagem da argila.

O propósito da Mars Science Laboratory é procurar por sinais de vida. Espera-se que uma missão posterior possa retornar com amostras dos sítios identificados como prováveis vestígios de vida. Para que a sonda possa vir ao solo com segurança é necessário um disco achatado na superfície medindo 19,3 km. Geólogos esperam examinar lugares onde a água formara lagoas. A intenção deles é examinar camadas de sedimentos. Em novembro de 2018, foi anunciado que Jezero havia sido escolhido como o local de pouso do rover Perseverance como parte da missão Mars 2020 da NASA. Em novembro, evidências de quedas de rochas foram encontradas nas encostas dos depósitos do delta que o rover planejava explorar, na parede de Jezero e também na parede de Dacono, “uma pequena cratera com 2 km (1.2 mi) de diâmetro no solo de Jezero”. Perseverance pousou com sucesso na cratera em 18 de fevereiro de 2021. Em 5 de março de 2021, a NASA nomeou o local de pouso do rover como Octavia E. Butler Landing. Jezero foi um dos primeiros sítios considerados para exploração pela Mars Science Laboratory. Minerais argilosos foram detectados dentro e ao redor da cratera. A Mars identificou argilas de esmectita. Minerais argilosos se formam na presença de água, então essa área abrigou água e talvez vida em algum ponto no passado. A superfície se divide em placas e apresenta rachaduras em padrões poligonais. Essas formas muitas vezes surgem com a secagem da argila. O propósito da Mars Science Laboratory são sinais de vida. Espera-se missão posterior possa retornar com amostras dos sítios identificados como prováveis locais contendo vestígios de vida. Para que a sonda possa vir ao solo com segurança é necessário um disco achatado na superfície medindo 19,3 km. Geólogos esperam examinar lugares onde a água formaram lagoas.

Bibliografia Geral Consultada.

HALBWACS, Maurice, La Mémoire Collective. 2ª Éditions. Paris: Presses Universitaires de France, 1968; BARILE, Gianluca, et al, Economia e Politica dei Mass Media. Milano: Franco Angeli Editore, 1970; KEMP, Tom, La Revolución Industrial en la Europa del Siglo XIX. Barcelona: Libros de Confrontación, 1976; BARRAT-BROWN, Michel, A Economia Política do Imperialismo. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 1978; FELDEN, Marceau, La Guerra en el Espacio. Armas e Nuevas Tecnologías. Madrid: Fundesco; Editorial Tecnos, 1983; HOBSBAWM, Eric, Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. 3ª edição. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária, 1983; GONZÁLEZ-MANET, Enrique, La Guerra Oculta de la Información. La Habana: Ediciones Políticas; Editorial de Ciências Sociales, 1987; MANTOUX, Paul, A Revolução Industrial no século XVIII: Estudo sobre os Primórdios da Grande Indústria Moderna na Inglaterra. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Hucitec Editora, 1988; SACKS, Oliver, Um Antropólogo em Marte. Rio de Janeiro: Editora Companhia de Bolso, 2006; MERLEAU-PONTY, Maurice, Fenomelogia da Percepção. 3ª edição. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2006; O’ROURKE, Kevin; WILLIAMSON, Jeffrey, Globalización y História: La Evolución de una Economia Atlântica del Siglo XIX. Zaragoza: Prensa Universitaria de Zaragoza, 2006; BENJAMIN, Walter, Reflexões sobre a Criança, o Brinquedo e a Educação. 2ª edição. Rio de Janeiro: Editora 34, 2009; SANTAELLA, Lúcia, Culturas e Artes do Pós-humano: Da Cultura das Mídias à Cibercultura. 4ª edição. São Paulo: Paulus Editora, 2010; FORD, Martin, Rise of the Robots: Technology and the Threat of a Jobless Future. New York: Basic Books, 2015; LÉVY Pierre, Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999; Idem, A Inteligência Coletiva: Por uma Antropologia do Ciberespaço. 10ª edição. São Paulo: Edições Loyola, 2015; COELHO, Pedro Miguel Nogueira, Rumo à Indústria 4.0. Dissertação de Mestrado em Engenharia Mecânica. Faculdade de Ciências e Tecnologia. Coimbra: Universidade de Coimbra, 2016; SCHWAB, Klaus, A Quarta Revolução Industrial. São Paulo: Editora Edipro, 2016; DOMÍNGUEZ, Nuño, “China se lança à conquista de Marte”. Disponível em: https://brasil.elpais.com/ciencia/2020-07-23/CAVALCANTE, Daniele, “Conheça a Cratera Jezero, antigo Lago de Marte onde podem existir Bioassinaturas”. Disponível em: https://canaltech.com.br29/07/2020; FONTÃO, Lucas Porto de Souza, O Lugar do Espaço Sideral na Disputa entre China e Estados Unidos da América: Uma Corrida Espacial 2.0 ou uma Maratona Espacial? Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais. Instituto de Relações Internacionais. Brasília: Universidade de Brasília, 2023; Artigo: “De olho na Lua e em Marte, astronautas se formam na Nasa e vão ganhar R$ 753 mil anualmente”. Disponível em: https://oglobo.globo.com/mundo/2024/03/06/; entre outros. 

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