“Um trabalho tem sentido para uma pessoa quando ela o acha importante, útil e legítimo”. Edgar Morin
A
cultura, que caracteriza as sociedades humanas, é organizada ou organizadora
pela via do conhecimento ou veículo cognitivo da linguagem, a partir, segundo Edgar Morin, do “capital cognitivo coletivo” dos conhecimentos adquiridos, das
competências aprendidas, das experiências vividas, da memória histórica, das
crenças míticas de uma sociedade. E, dispondo de seu capital cognitivo, a
cultura institui as regras/normas que organizam a sociedade e governam os
comportamentos individuais. Estas regras geram processos sociais e regenera
globalmente a complexidade social adquirida por essa mesma cultura. Assim, a
cultura não deve ser compreendida pelas metáforas estruturais, que são termos
impróprios em uma organização recursiva onde o que é produzido e gerado
torna-se produtor e gerador daquilo que o produz ou gera. Ipso facto, cultura e
sociedade estão em relação geradora mútua; nessa relação, não podemos esquecer
as interações entre indivíduos, eles próprios portadores ou transmissores de
cultura, que regeneram a sociedade, a qual regenera a cultura. Daí a tese segundo a qual, “se a cultura contém um saber coletivo acumulado em
uma memória social, se é portadora de princípios, modelos, esquemas de
conhecimento, se gera uma visão de mundo, se a linguagem e o mito são partes
constitutivas da cultura, então a cultura não comporta somente uma dimensão
cognitiva: é uma máquina cognitiva cuja práxis é cognitiva”.
As nossas percepções ou mesmo concepções estão sob um controle, não apenas de constantes fisiológicas e psicológicas, mas culturais e históricas. A percepção é submetida a categorizações, conceptualizações, taxinomias, que influenciarão o reconhecimento e a identificação das cores, das formas, dos objetos. O conhecimento intelectual organiza-se em função de paradigmas que selecionam, hierarquizam, rejeitam as ideias sociais e as informações técnicas, bem como em função de significações mitológicas e de projeções imaginárias. Assim se opera a “construção social da realidade”, ou antes, a “co-construção social da realidade”, visto que a realidade se constrói também a partir de dispositivos cerebrais, em que o real (imagem) se consubstancializa e se “dissocia do irreal” (ficção), que constitui a visão de mundo, que se concretiza em verdade, em erro, na mentira. Para a sociologia do conhecimento, é necessário, segundo Morin, conceber não só o enraizamento do conhecimento na sociedade e a interação do conhecimento na sociedade. Mas no anel recursivo no qual o é produto/produtor sociocultural que comporta uma dimensão própria cognitiva. Os homens de uma cultura, pelo seu modo de conhecimento, produzem a cultura que produz seu reconhecimento. A cultura gera os conhecimentos que regeneram a cultura. É neste sentido próprio de saber cognitivo que uma cultura abre e fecha as potencialidades bioantropológicas do conhecimento.
Ela abre-as e atualiza fornecendo aos indivíduos o seu saber acumulado, a sua linguagem, os seus paradigmas, a sua lógica, os seus esquemas, os seus métodos de aprendizagem, métodos de investigação, de verificação, etc., mas, ao mesmo tempo, ela as fecha e inibe com as suas normas, regras, proibições, tabus, o seu etnocentrismo, a sua autossacralização, a sua “ignorância de ignorância”. Ainda aqui, o que abre o conhecimento é o que fecha o conhecimento. Desde o seu nascimento, o ser humano conhece não só por si, para si, em função de si, mas, também pela sua família, pela sua tribo, pela sua cultura, pela sua sociedade, para elas, em função delas. O conhecimento de um indivíduo alimenta-se de memória biológica e de memória cultural, associadas na própria memória, que obedece a várias entidades de referência, diversamente presentes nela. Tudo o que é linguagem, lógica, consciência, tudo o que é espírito e pensamento, constitui-se na encruzilhada dialógica entre dois princípios de tradução, um contínuo, o outro descontínuo (binário). As aptidões individuais organizadoras na formação do cérebro humano necessitam de condições socioculturais para se atualizarem, as quais necessitam das aptidões do espírito humano para se organizarem tanto de forma individual quanto socialmente. Lembra-nos a cultura que está nos espíritos, vive nos espíritos, os quais estão na cultura, vivem na cultura. Meu espírito conhece através da minha cultura, vivem na cultura. Meu espírito conhece através da minha cultura, mas, a minha cultura conhece através do meu espírito.
As instâncias produtoras do conhecimento se coproduzem umas às outras; há uma unidade recursiva complexa estabelecida entre produtores e produtos do conhecimento, ao mesmo tempo em que há relação hologramática entre cada uma das instâncias, cada uma contendo as outras e, nesse sentido, cada uma contendo o todo enquanto todo. Falar em complexidade (cf. Morin, 1972; 1998) é falar em relação de interação simultaneamente complementar, concorrente, antagônica, recursiva e hologramática entre essas instâncias cogeradoras do reconhecimento humano. Mas não é apenas essa complexidade que permite compreender a possível autonomia relativa do espírito e no sentido técnico do cérebro individual. Mas é assim mesmo que o espírito individual pode autonomizar-se em relação à sua determinação biológica. Recorrendo às suas fontes e recursos socioculturais. Em relação à determinação cultural utilizando sua aptidão bioantropológicas para organizar o conhecimento. O espírito individual pode alcançar a sua autonomia jogando com a dupla dependência que, ao mesmo tempo, o constrange, limita e alimenta. Entre o bioantropológico e o sociocultural, o ser individual e a sociedade. Assim, a possibilidade de autonomia do espírito individual está inscrita no princípio de seu conhecimento. E isso em nível de seu conhecimento cotidiano, comparativamente, tanto quanto em nível de pensar filosófico ou científico.
A cultura fornece ao pensamento as suas condições sociais e materiais de formação, de concepção, de conceptualização. Impregna, modela e eventualmente governa os conhecimentos individuais. A cultura e, exatamente pela via da cultura, a sociedade está no interior do conhecimento. O conhecimento está na cultura e a cultura está no conhecimento. Um ato cognitivo per se é, um elemento persuasivo do complexo cultural coletivo que se atualiza em um ato cognitivo individualmente. Ao considerar-se a que ponto o conhecimento é produzido por uma cultura, dependente de uma cultura, integrado a uma cultura, pode-se ter a impressão de que nada seria capaz de libertá-lo. Mas isso seria, sobretudo, ignorar as potencialidades de autonomia relativa, no interior de todas aquelas culturas, dos espíritos individuais. Os indivíduos não são todos, e nem sempre, mesmo nas condições culturais mais fechadas, máquinas triviais obedecendo impecavelmente à ordem social e às injunções culturais. Isso seria ignorar que toda cultura está vitalmente aberta ao mundo exterior, de onde tira conhecimentos objetivos e que conhecimentos e ideias migram entre as culturas. Seria ignorar que aquisição de uma informação, a descoberta de um saber, a invenção de uma ideia, podem modificar e transformar uma sociedade, mudar o curso da história. Assim, o conhecimento está ligado, por todos os lados, à estrutura da cultura, à organização social, à práxis histórica. Sempre por toda parte, o conhecimento científico transita pelos espíritos individuais, que dispõem de autonomia potencial, a qual pode em certas condições sociais e políticas atualizarem-se e tornar-se um pensamento pessoal crítico. Entretanto, sobre a aquisição do conhecimento pesa um formidável determinismo.
Ele
nos impõe o que se precisa conhecer, como se deve conhecer, o que não se pode
conhecer. Comanda, proíbe, traça os rumos, estabelece os limites, ergue cercas
de arame farpado e conduz-nos ao ponto onde devemos ir. E também que conjunto
prodigioso de terminações sociais, culturais e históricas é necessário para o
nascimento da menor ideia, da menor teoria. Não bastaria limitarmo-nos a essas
determinações que pesam do exterior sobre o conhecimento. É necessário
considerar, também, os determinismos intrínsecos ao conhecimento, que são,
segundo Morin, muito mais implacáveis. Em primeiro lugar, princípios iniciais,
comandam esquemas e modelos explicativos, os quais impõem uma visão de mundo e
das coisas que governam e controlam de modo imperativo e proibitivo a lógica
dos discursos, pensamentos, teorias. Ao organizar os paradigmas e modelos
explicativos associa-se o determinismo organizado dos sistemas de convicção e
de crença que reinam em uma sociedade, impõem a todos a força imperativa do
sagrado, a força normalizadora do dogma, a força proibitiva do tabu. As
doutrinas e ideologias dispõem também da força imperativa e
coercitiva que leva a evidência aos convictos e o temor inibitório aos
desalmados.
A América Latina está localizada na totalidade no hemisfério ocidental, cujas linhas imaginárias que atravessam são: o Trópico de Câncer, pelo qual é cortado o centro do México; o Equador, linha imaginária passada no Brasil, Colômbia, Equador e pelo qual perpassa o norte do Peru e o Trópico de Capricórnio, pelo qual são atravessados o Brasil, o Paraguai, a Argentina e o Chile. A América Latina é um complexo cultural das Américas a qual é distribuída irregularmente pelos hemisférios Norte e Sul, porque a maioria de suas terras é estendida ao Sul da Linha do Equador. Na América Latina são comportadas diversas culturas e sociedades, porque estão misturados línguas, etnias e costumes. Há predomínio do espanhol como língua dos países da América Latina, com a invasão e conquista das ilhas do Caribe em 1492, se estendeu rapidamente através da América com os colonos procedentes principalmente de Andaluzia e Extremadura, mas também de outras partes da Espanha, que se estabeleceram ali nos séculos XVI e XVII constituindo-se ao redor de 200.000 pessoas nesses primeiros séculos. É falado por mais de 370 milhões de latino-americanos, mas também o português, francês e, em regiões ao Norte do continente, inglês e neerlandês.
Há
também muitas e várias de línguas nativas, merecendo destaque o quíchua, legado
dos Incas e idioma que se fala no Peru, Equador, Bolívia e Argentina. Línguas
românicas oficiais na América Latina: português em laranja; espanhol em verde e
francês em azul. A etnia dos habitantes da América Latina tem grande variação
de país a país. Apesar da intensidade de mestiços, existem algumas nações em
que a maior parte dos habitantes é de origem branca como a Argentina e Uruguai,
outras, ungidas no âmbito do processo civilizatório, onde quase todos os
habitantes são de origem negra, como ocorre no Haiti, República Dominicana,
Granada, Bahamas e Barbados e outras, onde está fortemente presente na origem
continental o índio: Peru, Bolívia, México, Equador e Paraguai. Existem países
mestiços de verdade: Colômbia e Venezuela e o Brasil, no qual são
existentes regiões de população com pequeno predomínio de brancos e demais onde
é apresentada maior parte de negros, mestiços, mulatos ou índios.
A
Copa Libertadores da América ou Taça Libertadores da América, é a
principal competição de futebol entre clubes profissionais da América do Sul,
organizada pela Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL) desde
1960. É a competição de clubes mais importante do continente e um dos torneios
mais prestigiados do mundo. O nome do torneio é uma homenagem aos principais
líderes da Independência das nações da América do Sul: José Artigas, Simón
Bolívar, José de San Martín, José Bonifácio de Andrada e Silva, D. Pedro I do
Brasil, Antonio José de Sucre e Bernardo O`Higgins. A competição teve vários
formatos organizacionais diferentes historicamente. No início, apenas os
campeões nacionais participavam, tanto que nos seus primórdios a competição era
chamada de Copa dos Campeões da América, e recebeu o nome atual somente em
1965. A partir da edição do ano posterior, os vice-campeões nacionais sul-americanos
também passaram a se classificar para a competição. Em 1998, as equipes do
México foram convidadas a competir até 2017, quando a CONMEBOL instituiu uma
reforma no certame que desencorajou os mexicanos a continuar disputando o
torneio. Pelo menos quatro clubes por país competem na Copa Libertadores da América, enquanto
que a Argentina e o Brasil têm seis e sete clubes representantes,
respectivamente. Tradicionalmente, uma fase de grupos quase sempre foi usada,
mas o número de times por chave variou por equipes diversas.
Atualmente, o torneio consiste em três etapas, com a primeira fase
sendo iniciada geralmente no fim de janeiro. As seis equipes sobreviventes da
primeira fase juntam-se aos outros 26 times previamente classificados na
segunda, na qual existem oito grupos compostos por quatro equipes cada. Os dois
melhores clubes de cada grupo vão para fase final eliminatória, sempre em jogos
de ida-e-volta até as semifinais; a final, que é disputada em jogo único e local previamente escolhido, é disputada preferencialmente em novembro. O
vencedor da Libertadores se classifica para a disputa da Copa Intercontinental
da FIFA, como representante da CONMEBOL, para o Mundial de Clubes FIFA e na
Recopa Sul-Americana do ano seguinte. O Club Atlético Independiente, reconhecido
como Independiente, um clube de futebol da Argentina, é o recordista de títulos
na competição, com sete conquistas. Ipso facto, a Argentina é o país com o
maior número de conquistas, com 25 títulos, enquanto o Brasil é o país com a
maior socialidade (cf. Cravo, 2024) de vencedores, com um total de 11 clubes que ergueram a taça 23 vezes. O troféu foi conquistado por 26 clubes
diferentes, sendo que quinze ganharam o torneio mais de uma vez e sete o
venceram de forma consecutiva.
Haílton Corrêa de Arruda, reconhecido Manga, nasceu em Recife, em 26 de abril de 1937, é um ex-futebolista brasileiro. Segundo a crítica especializada em desporto, foi um dos melhores goleiros da história social e técnica do futebol. É o jogador brasileiro recordista de participação em edições na Copa Libertadores. Ficou na memória individual (o sonho) e coletiva (os mitos, os ritos, os símbolos) por jogar sempre sem luvas. O Dia do Goleiro é celebrado em 26 de abril em sua homenagem, consagrado como um dos melhores goleiros da história. Manga nasceu em 26 de abril de 1937 na cidade de Recife, Pernambuco, e defendeu times como o Sport Club do Recife, onde começou sua carreira, além do Botafogo, Porto Alegre, Coritiba, Grêmio, entre outros. Com talento, claro que não podia deixar de defender a Seleção Brasileira, em amistosos e em Copas do Mundo. A ideia de criar o Dia Nacional do Goleiro surgiu em 1975, a partir de uma iniciativa dos Professores da Escola de Educação Física do Exército do Rio de Janeiro, Raul Carlesso e o capitão Reginaldo Pontes Bielinski. Carlesso era o preparador físico da Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo de 1974 e foi pioneiro em desenvolver preparação especial para os goleiros no Brasil. No começo, a data foi comemorada em 14 de abril, porém, no ano seguinte, em 1976 altera para 26 de abril, homenageando o goleiro Manga.
Habilidades
são
poderes que um agente tem para realizar várias ações. Elas incluem habilidades
comuns, como caminhar, e habilidades raras, como fazer um backflip duplo.
Habilidades são poderes inteligentes: são guiadas pela intenção da pessoa e
executá-las com sucesso resulta em uma ação, o que não é verdade para todos os
tipos de poderes. Estão intimamente relacionadas, mas não são idênticos, a
vários outros conceitos, como disposição, know-how, aptidão, talento e
potencial. Teorias de habilidade visam articular a natureza das habilidades.
Tradicionalmente, a análise condicional foi a abordagem mais popular. Segundo
ela, ter uma habilidade significa que a pessoa realizaria a ação em questão se
tentasse fazer isso. Nesta visão, Michael Phelps tem a habilidade de nadar 200
metros em menos de 2 minutos, porque o faria se tentasse fazê-lo. Esta
abordagem foi criticada de várias maneiras. Alguns contraexemplos envolvem
casos em que “o agente é fisicamente capaz de fazer algo, mas é incapaz de
tentar, devido a uma forte aversão”. Para evitar estes e outros contraexemplos,
várias abordagens alternativas foram sugeridas. Teorias modais de habilidade
têm como escopo o que é possível para o agente fazer. Outras sugestões incluem
definir habilidades em termos de disposições e potenciais. Uma distinção
importante em relação a habilidades é entre habilidades gerais e habilidades
específicas. Habilidades gerais são habilidades possuídas por um agente
independente da situação, enquanto habilidades específicas dizem
respeito ao que “um agente pode fazer em uma situação específica”. Assim,
enquanto um pianista profissional sempre tem a habilidade geral de tocar várias
peças de piano, não têm a habilidade específica correspondente em “uma situação
onde nenhum piano está presente”.
Outra
distinção diz respeito à questão de se a execução bem-sucedida de uma ação por
acidente conta como ter a habilidade correspondente. Neste sentido, um hacker
amador pode ter a habilidade efetiva de hackear a conta de e-mail
de seu chefe, porque pode ter sorte e adivinhar a senha corretamente, mas não a
habilidade transparente correspondente, já que é incapaz de fazê-lo de forma
confiável. O conceito de habilidades e como elas devem ser entendidas é
relevante para vários campos relacionados. O livre arbítrio, por exemplo, é
muitas vezes entendido como a habilidade de fazer outra coisa. O debate entre o
compatibilismo e o incompatibilismo diz respeito à questão de se
essa habilidade pode existir em um mundo governado por leis determinísticas da
natureza. A autonomia é um conceito estreitamente relacionado, que pode ser
definido como a habilidade dos agentes individuais ou coletivos para
governar-se a si mesmos. Se um agente tem a habilidade de realizar uma
determinada ação é importante para saber se ele tem uma obrigação moral de
realizar esta ação. Se ele a tem, pode ser moralmente responsável por
realizá-la ou por não a realizar. Como no debate do livre arbítrio, também é
relevante se ele tinha a habilidade de fazer outra coisa. Uma teoria de
conceitos e possessão de conceitos entende esses termos em relação a
habilidades. Segundo ela, é necessário que o agente possua tanto a habilidade
de discriminar entre casos positivos e negativos quanto a habilidade de tirar
inferências para conceitos relacionados.
Logo
no início de carreira, ainda nos juvenis do Sport Club do Recife, Haílton
já demonstrava que era um excepcional goleiro, ao “conquistar o título
pernambucano de juniores de 1954, sem sofrer nenhum gol”. O Sport Club
Recife (SCR) é um clube brasileiro de desportos, situado no bairro da Ilha
do Retiro, cidade do Recife, estado de Pernambuco. Foi fundado em 13 de maio de
1905, pelo pernambucano Guilherme de Aquino Fonseca (1885-1958), que viveu
muitos anos na Inglaterra, onde estudou na Universidade de Cambridge e
regressou a Pernambuco trazendo consigo o apreço pelo novo esporte daquele
país: o futebol. A agremiação futebolística é conhecida pelo seu símbolo maior:
o leão; suas cores oficiais são o preto e o encarnado e, desde o ano de 1937, comanda
seus jogos na Ilha do Retiro, uma área nobre para as poucas edificações de
habitação, onde é apoiado pela massa urbana composta de sportista. O Leão da
Ilha é um dos clubes mais populares do Brasil, tendo rivalidades pari passu
com o América Futebol Clube, com quem duela no Clássico dos Campeões, o
primeiro clássico pernambucano em notoriedade; com o Clube Náutico Capibaribe, compreendido
como o “Clássico dos Clássicos”, sendo o terceiro jogo de futebol clássico mais
antigo do país e da região Nordeste; e com o Santa Cruz Futebol Clube, cujo
confronto é denominado de “Clássico das Multidões”, pois massifica mais
torcedores aos estádios pernambucanos.
O
Estádio Adelmar da Costa Carvalho, mais conhecido como Ilha do Retiro
ou, simplesmente, Ilha, é um estádio destinado à prática de futebol, e
sede oficial do Sport Club do Recife. Localiza-se no bairro da Ilha do Retiro,
cidade do Recife, capital de Pernambuco. A Ilha do Retiro foi inaugurada no dia
4 de julho de 1937, num amistoso entre Sport e Santa Cruz, com vitória do
Rubro-negro Pernambucano pelo placar de 6−5, tendo como autor do primeiro gol o
leonino Artur Danzi. O estádio tem capacidade máxima para abrigar 32.983.
Entretanto, laudos técnicos liberam apenas a capacidade de 26.418 espectadores.
A Ilha é reconhecida pela pressão causada pela torcida rubro-negra em suas
arquibancadas, consideradas de boa acústica. Seu maior público registrado foi
na final do Pernambucano de 1998, entre Sport e Porto, com resultado final de
2−0 para o Sport e um número recorde de 56.875 torcedores. Destaca-se por ter
sido o primeiro estádio do Norte-Nordeste sede de uma partida de Copa do Mundo,
em 1950, entre as seleções do Chile e dos Estados Unidos, com a La Roja
goleando os Yanks por 5−2.
A
aquisição da Ilha do Retiro foi um ato de coragem de um grupo formado por
Francisco Cribari, José Médici, Renato Silveira, os irmãos Loyo e outros
abnegados. Há muito tempo eles tinham em mente a sede própria do Sport Club do
Recife. Mas, queriam um terreno amplo, capaz de abrigar a sede e o campo de
jogo. A Ilha do Retiro, que veio enriquecer a vida do clube rubro-negro como
seu primeiro grande patrimônio, levou três anos para ser comprada. A revelação
é de Francisco Cribari, tesoureiro, na época, do Sport: - Com todos trabalhando
de acordo e o pagamento em dia, marchávamos para o levantamento do clube. Em
1934, conseguimos trazer para quatro partidas em nossa terra, o selecionado da
Bahia que tinha sido campeão brasileiro no ano anterior. Nesta mesma época, a
Companhia de Construções Residenciais, do Rio Grande do Sul, intitulada Casa
Própria, instalou uma filial em Recife. Aproveitei a oportunidade e, de acordo
com os demais diretores, fiz com a mesma um contrato de 100 contos de réis para
edificar nossa sede. Precisava pagar de início 25 contos de réis, e a
tesouraria só tinha em caixa 13 contos de réis. Vendemos então um resto de
medalhas pertencentes ao clube, e o resto foi coberto por uma subscrição entre
um determinado número de sócios. Um ano depois, tínhamos direito aos primeiros
50 contos. Tudo corria às mil maravilhas e a boa estrela do Sport nunca brilhou
com tanto fulgor como naquele ano de 1935. Por esse tempo, o Banco de Crédito
Real de Pernambuco, do qual era gerente o grande rubro-negro Renato Silveira,
arrematou em hasta pública a Ilha do Retiro e ofereceu ao Sport, por meu
intermédio, pelo preço de 60 contos, preço este combinado com o Dr. Oscar
Raposo, que fazia parte da nossa diretoria. Tudo isto, de acordo com a dívida
que o antigo dono tinha junto àquele estabelecimento bancário. Eu e Machado
Dias fomos correr a ilha, com a qual ficamos encantados pela sua extensão e
pelo lugar onde estava situada e estabelecemos imediatamente o fechamento do
negócio.
-
Acontecia, porém, que o Sr. Amaral, filho do antigo dono, embargou a venda e,
para não perdermos tempo, fui procurar o Sr. Amaral e lhe ofereci 20 contos
pela desistência do embargo, importância que foi imediatamente aceita. Como não
tivesse dinheiro para pagar, emiti imediatamente 4 promissórias de 5 contos, a
primeira assinada por mim, a segunda pelo Sr. Luiz da Silva Guimarães Filho, a
terceira por J. Nogueira, e a última pelo presidente Adobati. Pagando a minha
no prazo firmado, obriguei assim os demais a procederem da mesma forma, ficando
tudo resolvido. Entretanto, faltavam ainda 15 contos para completar o resto da
compra e as despesas com a escritura. Como naquela época eu fosse diretor do Departamento
de Desportos Terrestres da Federação Pernambucana, consegui do Sr. Carlos Rios,
presidente da mesma, um empréstimo daquela importância para ser parceladamente
descontada das rendas dos jogos e do aluguel do campo. Em honra da verdade,
tenho a dizer que, naquelas circunstâncias, o Dr. Carlos Rios demonstrou ser
amigo do Sport. Em resumo, com 50 contos da Casa Própria, 20 contos de letras
descontadas e mais 15 contos emprestados pela Federação, ao todo, 85 contos,
foi quanto custou ao Sport a Ilha do Retiro. E assim comprou-se a Ilha do
Retiro, que mesmo naquela época já foi considerado um excelente negócio. Os
documentos foram assinados por Luiz José da Silva Guimarães Júnior, em nome do
Sport, e Arnaldo Olinto, do banco. Os papéis foram assinados no
cartório de Henrique Cavalcanti, hoje Arnaldo Maciel, no dia 3 de março de
1936. O terreno tinha um enorme sobrado de 14 hectares em bom estado de
conservação localizado na freguesia de Afogados, Ilha do Retiro, nº 56. Foi a
primeira sede própria do Sport Club do Recife.
A Região Nordeste é uma das cinco regiões do Brasil definidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1969. Possui área equivalente à da Mongólia ou do estado do Amazonas, população equivalente à da África do Sul e um IDH alto, também comparável com o da África do Sul. Em comparação com as outras regiões brasileiras, tem a segunda maior população, o terceiro maior território, o segundo maior colégio eleitoral (36 727 931 eleitores em 2010), o menor IDH (2017) e o terceiro maior PIB (2018). É a região brasileira que possui o maior número de estados (nove no total): Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Em função de suas diferentes características físicas, a região é dividida abstratamente em quatro sub-regiões: meio-norte, sertão, agreste e zona da mata, tendo níveis muito variados de desenvolvimento humano ao longo de suas zonas de desenvolvimento geográficas. A região Nordeste foi o berço da colonização europeia no país, uma vez que nela ocorreu a descoberta do Brasil e se consolidou a colonização exploratória que consistia na extração do pau-brasil (ou pau-de-pernambuco), cuja tinta da madeira era utilizada para tingir as roupas da nobreza do Velho Mundo. Com a criação das capitanias hereditárias em 1534, foi fundada a vila de Olinda, e anos mais tarde deu-se o início da construção da primeira capital do Brasil, Salvador, para abrigar o governo-geral. O Nordeste foi também o extraordinário centro financeiro do Brasil até meados do século XVIII, uma vez que a Capitania de Pernambuco representou o centro produtivo da colônia e Recife a cidade de maior importância econômica.
É o jogador brasileiro recordista de participação em edições na Copa Libertadores da América. Ficou na memória individual (o sonho) e coletiva (os mitos, os ritos, os símbolos) por jogar sempre sem luvas. O Dia do Goleiro é celebrado em 26 de abril em sua homenagem, consagrado como um dos melhores goleiros da história. Manga nasceu em 26 de abril de 1937 na cidade de Recife, Pernambuco, e defendeu times como o Sport Club do Recife, onde começou sua carreira, além do Botafogo, Porto Alegre, Coritiba, Grêmio, entre outros. Com talento, claro que não podia deixar de defender a Seleção Brasileira, em amistosos e em Copas do Mundo. A ideia de criar o Dia Nacional do Goleiro surgiu em 1975, a partir de uma iniciativa dos Professores da Escola de Educação Física do Exército do Rio de Janeiro, Raul Alberto Carlesso e o capitão Reginaldo Pontes Bielinski. Carlesso era o preparador físico da Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo de 1974 e foi pioneiro em desenvolver preparação especial para os goleiros no Brasil. No começo, a data foi comemorada atleticamente em 14 de abril, porém, no ano seguinte, em 1976 foi alterada para 26 de abril, homenageando o goleiro Manga.
Logo
no início de carreira, ainda nos juvenis do Sport Club do Recife, Haílton
já demonstrava que era um excepcional goleiro, ao “conquistar o título
pernambucano de juniores de 1954, sem sofrer nenhum gol”. O Sport Club
Recife (SCR) é um clube brasileiro de desportos, situado no bairro da Ilha
do Retiro, cidade do Recife, estado de Pernambuco. Foi fundado em 13 de maio de
1905, pelo pernambucano Guilherme de Aquino Fonseca (1885-1958), que viveu
muitos anos na Inglaterra, onde estudou na Universidade de Cambridge e
regressou a Pernambuco trazendo consigo o apreço pelo novo esporte daquele
país: o futebol. A agremiação futebolística é reconhecida pelo seu símbolo maior:
o leão; suas cores oficiais são o preto e o encarnado e, desde o ano de 1937, comanda
seus jogos na Ilha do Retiro, uma área nobre para as poucas edificações de
habitação, onde é apoiado pela massa urbana composta de sportista. O Leão da
Ilha é um dos clubes mais populares do Brasil, tendo rivalidades pari passu
com o América Futebol Clube, com quem duela no Clássico dos Campeões, o
primeiro clássico pernambucano em notoriedade; com o Clube Náutico Capibaribe, compreendido
como o “Clássico dos Clássicos”, sendo o terceiro jogo de futebol clássico mais
antigo do país e da região Nordeste; e com o Santa Cruz Futebol Clube, cujo
confronto é denominado de “Clássico das Multidões”, pois massifica mais
torcedores aos estádios pernambucanos.
A
Região Nordeste é uma das cinco regiões do Brasil definidas pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1969. Possui área equivalente à
da Mongólia ou do estado do Amazonas, população equivalente à da África do Sul
e um IDH alto, também comparável com o da África do Sul. Em comparação com as
outras regiões brasileiras, tem a segunda maior população, o terceiro maior
território, o segundo maior colégio eleitoral (36 727 931 eleitores em 2010), o
menor IDH (2017) e o terceiro maior PIB (2018). É a região brasileira que
possui o maior número de estados (nove no total): Alagoas, Bahia, Ceará,
Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Em função
de suas diferentes características físicas, a região é dividida em quatro sub-regiões:
meio-norte, sertão, agreste e zona da mata, tendo níveis muito variados de
desenvolvimento humano ao longo de suas zonas geográficas. A região Nordeste
foi o berço da colonização europeia no país, uma vez que nela ocorreu a
descoberta do Brasil e se consolidou a colonização exploratória que consistia,
em suma, na extração do pau-brasil (ou pau-de-pernambuco), cuja tinta da
madeira era utilizada para tingir as roupas da nobreza do Velho Mundo. Com a
criação das capitanias hereditárias em 1534, foi fundada a vila de Olinda, e
anos mais tarde deu-se o início da construção da primeira capital do Brasil,
Salvador, para abrigar o governo-geral. O Nordeste foi também o centro
financeiro do Brasil até meados do século XVIII, uma vez que a Capitania de
Pernambuco foi o centro produtivo da colônia e Recife a cidade de maior
importância econômica.
O
sistema de capitanias já era empregado pelo Império Português nas ilhas da
Madeira e de Cabo Verde desde o século XV. Em 1504, o rei Manuel I concedeu,
mediante Carta Régia, a doação da então chamada Ilha de São João a
Fernão de Noronha. Em carta dirigida a Martim Afonso de Sousa, em 1532, o rei
João III comunicou a decisão de dividir o território português na América em
várias capitanias e em 1534 efetivou as primeiras doações. Dentre os fatores políticos
que levaram a adoção do sistema de capitanias no Brasil, destacam-se três: a
tentativa de promover a colonização portuguesa do território, o esforço
de evangelização e a recompensa da Coroa a particulares por
serviços prestados. Para o historiador cearense Capistrano de Abreu, a adoção
das capitanias foi uma resposta da monarquia portuguesa ante a ameaça da França
ao seu projeto de domínio na América. Outro motivo para a opção pelas
capitanias é a transferência dos gastos com a colonização que deixavam de ser
do Estado (público) e passavam para os donatários (privado), favorecendo a
Coroa ao contexto de capitação de recursos. Algumas pesquisas bem fundamentadas indicam que as
capitanias hereditárias no Brasil foram implantadas visando também a conversão da população
nativa ao cristianismo (ideologia) dando continuidade à força bruta das
Cruzadas.
O símbolo não sendo já de natureza linguística deixa de se desenvolver numa só dimensão. As motivações que ordenam os símbolos não apenas já não formam longas cadeias de razões, mas nem sequer cadeias. A explicação linear do tipo de dedução lógica ou narrativa introspectiva já não basta para o estudo das motivações simbólicas. A classificação dos grandes símbolos da imaginação em categorias motivacionais distintas apresenta, com efeito, pelo próprio fato da não linearidade e do semantismo das imagens, grandes dificuldades. Metodologicamente, se se parte dos objetos bem definidos pelos quadros da lógica dos utensílios, como faziam as clássicas “chaves dos sonhos”, segundo as estruturas antropológicas do imaginário, cai-se rapidamente, pela massificação das motivações, numa inextricável confusão. Parecem-nos mais sérias as tentativas para repartir os símbolos segundo os grandes centros de interesse de um pensamento, certamente perceptivo, mas ainda completamente impregnado de atitudes assimiladoras nas quais os acontecimentos perceptivos não passam de pretextos para os devaneios imaginários. De fato, as classificações mais profundas de analistas das motivações do simbolismo religioso incluindo arquétipos sociais, atos, trabalhos artísticos, eventos, ou fenómenos naturais, por uma religião ou da imaginação de modo geral literária. A arqueologia do ponto de vista classificatório é amostral, porque dedica-se ao estudo dos vestígios arqueológicos, mas também trabalha com a totalidade da história do local onde usa como motor outras ciências auxiliares como a geologia, história social, econômica, arquitetura, história da Arte e formas de conhecimento.
A relação socialmente estabelecida com os objetos observados no contexto arqueológico se dá por meio da potência de representação, de ações individuais e modos de vida que esses objetos possuem. Mas essa representação não se dá de forma individualizada nos objetos, mas por categorias de objetos, o que demanda a construção de unidades de comparação, a noção de tipo. Esta linha teórico-metodológica é baseada na noção de tipo, para qual nas representações rupestres as figuras são tidas como resultado de padrões culturais passíveis de mudança, surgindo daí o conceito de sinal ação. Neste ponto, os questionamentos acerca das noções sociológicas conceituais de espacialidade utilizadas tradicionalmente na arqueologia são necessários, comumente como as elaboradas tanto arqueologicamente por Flusser (1994); Karsenti (1998) Leroi-Gourhan (2004) como em áreas técnicas afins, embora esta última apresente uma maior abertura para a inclusão de diversos fenômenos. Essa noção tem sua importância, sendo, pois, relacionada, além da verificação da ocupação de determinado espaço por uma população específica, constituída através da relação espaço-tempo, com a possibilidade de inferência das identidades de grupos pretéritos, documentados historicamente. A relação entre a consciência de etnicidade e seu contexto que direciona as condições de vida e a constituição subjetiva de sua identidade, frente à realidade social, em situações muito específicas e circunstanciadas. Ipso facto, uma investigação arqueológica começa pela investigação bibliográfica como levantamento de área de conhecimento, ou, em alguns casos, pela prospecção, que faz parte igualmente do levantamento arqueológico.
Tanto escolhem normas classificativas a uma ordem de motivação cosmológica e astral, na qual são as grandes sequências das estações, dos meteoros e dos astros que servem de indutores à fabulação, tanto são os elementos de uma física primitiva e sumária que, pelas suas qualidades sensoriais, polarizam os campos de força no continuum homogêneo do imaginário; tanto, enfim, se suspeita que são os dados sociológicos do microgrupo ou de grupos étnicos que se estendem aos confins do grupo linguístico que fornecem quadros primordiais para os símbolos. Quer a imaginação estreitamente motivada seja pela particularidade da língua, seja pelas funções sociais normativas, se modele sobre essas matrizes sociológicas e antropológicas, quer pelos seus genes raciais, embora ramos do conhecimento científico como a antropologia, história ou etnologia utilizem-se do conceito de etnia para descreverem a composição de povos e grupos identitários ou culturais. intervenham bastante misteriosamente para estruturar os conjuntos simbólicos, distribuindo seja as mentalidades imaginárias, do ponto de vista individual e coletivo, sejam os rituais religiosos, querem ainda, com uma matriz antropológica evolucionista, se tente estabelecer a hierarquia das grandes formas simbólicas em seu ersatz, compreendido metodologicamente através da apreensão do universo mental, os modos de sentir, o âmbito mais espontâneo das representações coletivas e, para alguns, o inconsciente coletivo de Carl Jung. Foi este princípio abrangido por seus conceitos de “Arquétipo” e “Inconsciente coletivo”, justamente o que uniu o médico psiquiatra Carl Jung ao físico Wolfgang Pauli, dando início às pesquisas interdisciplinares em física e psicologia. Ocorre que a sincronicidade se manifesta às vezes atemporalmente e/ou em eventos energéticos acausais, e em ambos os casos são violados princípios científicos associados ao paradigma científico vigente.
As leis naturais são verdades estatísticas, absolutamente válidas ante magnitudes macrofísicas, mas não microfísicas. Isto implica um princípio de explicação diferente do causal. Cabe a indagação em termos gerais se existem não somente possibilidade senão uma realidade de acontecimentos acausais. A acausalidade é esperável quando parece impensável a causalidade. Ante a casualidade só resulta viável a avaliação numérica ou o método estatístico. As agrupações ou séries de casualidades hão de ser consideradas casuais enquanto não se ultrapasse os limites de “observação da probabilidade”. Se ultrapassado, implica princípio acausal ou “conexão transversal de sentido” na compreensão do evento. Segundo Jung (2000), a hipótese de um inconsciente coletivo pertence àquele tipo de conceito. Uma existência psíquica só pode ser reconhecida pela presença de conteúdos capazes de serem conscientizados. Só podemos falar, portanto, de um inconsciente na medida em que comprovarmos os seus conteúdos. Os conteúdos do inconsciente pessoal são principalmente os complexos de tonalidade emocional, que constituem a intimidade pessoal da vida anímica. Os conteúdos do inconsciente coletivo, por outro lado, são chamados arquétipos. O conceito de Archetypus só se aplica indiretamente às “représentations collectives”, na medida em que designar apenas aqueles conteúdos psíquicos que ainda não foram submetidos a qualquer elaboração consciente. Representam, hic et nunc, um dado anímico imediato. O arquétipo difere sensivelmente da fórmula elaborada. Especialmente em níveis mais altos dos ensinamentos secretos, aparecem sob uma forma que revela seguramente a influência da elaboração consciente, a qual julga e avalia. Sua manifestação imediata, como a encontramos em sonhos e visões, é mais individual, incompreensível e ingênua do que nos mitos. O arquétipo representa, em essência, um conteúdo inconsciente, que se modifica através da conscientização e percepção, assumindo matizes que variam com a consciência individual que se manifesta.
Nosso
intelecto realizou tremendas proezas enquanto desmoronava nossa morada
espiritual. Estamos profundamente convencidos de que apesar dos mais modernos e
potentes telescópios refletores construídos nos Estados Unidos da América, não
descobriremos nenhum empíreo nas mais longínquas nebulosas; sabemos também que
o nosso olhar humanamente errará desesperadamente através do vazio mortal dos
espaços incomensuráveis. As coisas não melhoram quando a física matemática nos
revela o mundo do infinitamente pequeno. Finalmente, desenterramos a sabedoria
de todos os tempos e povos, descobrindo que tudo o que há de mais caro e
precioso já foi dito na mais bela 1inguagem. Estendemos as mãos como crianças
ávidas e, ao apanhá-lo, pensamos possuí-lo. No entanto, o que possuímos não tem
mais validade e as mãos se cansam de reter, pois a riqueza está em toda a
parte, previsivelmente até onde nosso olhar alcança. Temos, seguramente, de
percorrer o caminho da água, que sempre tende a descer, se quisermos resgatar o
tesouro, a preciosa herança do Pai. No hino gnóstico à alma, o Filho é enviado
pelos pais à procura da pérola perdida que caíra da coroa real do Pai. Ela jaz
no fundo de um poço, guardada por um dragão, na terra dos egípcios - mundo de
concupiscência e embriaguez com todas as suas riquezas físicas e espirituais. O
filho e herdeiro parte à procura da joia, e se esquece de si mesmo e de sua
tarefa essencialmente na orgia dos prazeres mundanos dos egípcios, até que uma
carta do pai o lembra do seu dever. Ele põe-se então a caminho em direção à
água e mergulha na profundeza sombria do poço, em cujo fundo encontra a pérola,
para oferecê-la então à suprema divindade.
O testemunho do sonho encontra uma violenta resistência por parte da mente consciente, que só reconhece o “espirito” como algo que se encontra no alto. O “espírito” parece “sempre vir de cima”, enquanto tudo o que é turvo e reprovável vem de baixo. Segundo esse modo de ver o espírito significa a máxima liberdade, um flutuar sobre os abismos, uma evasão do cárcere do mundo ctônico, por isso um refúgio para todos os pusilânimes que não querem “tornar-se” algo diverso. Mas a água é tangível e terrestre, também é o fluido do corpo dominado pelo instinto, sangue e fluxo de sangue, o odor do animal e a corporalidade cheia de paixão. O inconsciente é a psique que alcança, a partir da luz diurna de uma consciência espiritual, e moralmente lúcida, o sistema nervoso designado há muito tempo por “simpático”. Este não controla como o sistema cérebro espinal a percepção e a atividade muscular e através delas o ambiente; mantém, no entanto, o equilíbrio da vida sem os órgãos dos sentidos, através das vias misteriosas de excitação, que não só anunciam a natureza mais profunda de outra vida, mas também irradia sobre eia um efeito interno. Trata-se de um sistema coletivo: a base operativa de toda “participation mystique”, ao passo que a função cérebro-espinhal, compara, culmina na distinção diferenciada do Eu, e só apreende o superficial e exterior sempre por meio de sua relação social com o espaço. Esta função capta como “fora”, ao passo que o sistema simpático vivencia como “dentro”, mas que não trataremos agora.
Na démarche antropológica o mérito de Lewis Morgan, afirma o materialista Friedrich Engels, é o fato de ter descoberto e restabelecido em seus traços essenciais esse fundamento pré-histórico da nossa história escrita e o de ter encontrado, nas uniões gentílicas dos índios norte-americanos, a chave para decifrar importantíssimos enigmas, ainda não resolvidos, da história da Grécia, Roma e Alemanha. Sua obra não foi trabalho de um dia. Levou cerca de 40 anos elaborando seus dados. O estudo da história da família começa, de fato, em 1861, com o “Direito Materno”, de Bachofen. Além disso, também Morgan observara e descrevera perfeitamente o mesmo fenômeno, em 1847, em suas cartas sobre os iroqueses, e em 1851 na Liga dos Iroqueses, ao passo que a mentalidade do advogado de Mac Lennan causou confusão ainda maior sobre o assunto do que a causada pela fantasia mística de Bachofen no terreno do direito materno. Outro mérito consiste em ter reconhecido como primária a ordem de descendência baseada no direito materno, conquanto, também aqui, conforme reconheceu mais tarde, Bachofen se lhe tenha antecipado. Mas, também neste ponto, ele não vê claro, pois fala, sem cessar, “em parentesco apenas por linha feminina”, empregando continuamente essa expressão, exata apara um período anterior, na análise de fases posteriores de desenvolvimento, em que, se é verdade que a filiação e o direito de herança continuam a contar-se exclusivamente segundo a linha materna, o parentesco por linha paterna está reconhecido culturalmente e expresso na estreiteza de critério do jurisconsulto, que forja um termo jurídico socialmente fixa e continua aplicando-o, sem modifica-lo. De forma simplificada, na arqueologia, é considerado que seu objeto de pensamento se refere aos artefatos produzidos e utilizados historicamente pelo homem em um período de tempo e espaço passado, próximo ou remoto.
O
arqueólogo, ao se deparar com os restos das atividades humanas no passado, pode
inferir como esses grupos se relacionavam entre si e com o ambiente. Essa forma
de abordar os objetos arqueológicos tem como background uma postura
semiótica da cultura. Em sua dimensão simbólica dos objetos, inclui-se a
chamada arte rupestre como um artefato que produz a paisagem. No momento em que
as abordagens do registro arqueológico operam quanto à sua linearidade
interpretativa, um dos focos dessas críticas vem do advento da noção de
“agenciamento”. Isto é, quando lançam as bases para o entendimento de uma
antropologia da arte, onde seu fazimento, produto do fazer e o suporte do fazer
estabelecem relações de sentido. Estas relações decorrem de suas ações,
estabelecidas em sucessivas redes de relações entre os signos rupestres em si,
com o suporte, com seu entorno imediato, que forma uma paisagem, e com o seu
observador imediato, em qualquer situação espaço-temporal, em sua
materialidade. O processo de apropriação e de desenvolvimento das técnicas do
corpo não poderia ser considerado em si, desconectado do que lhe dá o seu
sentido: a atividade. Sem a inserção ativa dos corpos no sistema das normas
técnicas vistas como fonte e recursos da atividade individual e coletiva, nenhuma
técnica poderia ter mão no mundo. Desde logo é sob este olhar da modelação
corporal originária que qualquer técnica é susceptível de ser interpretada. A
partir deste ponto de vista, a obra de Leroi- Gourhan é uma vasta empresa de
descrição, de recenseamento e de classificação das técnicas, de que dão conta,
em conjunto com os seus numerosos artigos e seus principais livros. São estas
diferentes classificações das motivações simbólicas que precisamos analisar
antes de estabelecer um método crítico pretensamente firme na ordem das
motivações sociais. Os estudos etnológicos de Leroi-Gourhan, também estão diretamente
relacionados com o estudo da evolução da tecnologia, de sua
relação de progresso com o homem e das sociedades, constituem, provavelmente, a
sua principal contribuição teórica acadêmica.
O
etnólogo propôs que a principal corrente de tecnologia, ao considerar que as
semelhanças detectadas na produção tecnológica de cada período histórico
civilizacional resultam do que ele denomina como “tendance”. Esta é a propensão
dos grupos humanos para repetirem em suas práticas, as ações técnicas e
desenvolverem meios tecnológicos idênticos em dado período, como resultado da
ligação profunda entre as relações e os significados. É a dimensão social da
inovação tecnológica que conduz a que esta seja sempre limitada. O artigo
“Libération de la main” publicado em 1956 no nº 32 da revista Problèmes,
da Associação dos estudantes de Medicina da Universidade de Paris é ainda pouco
reconhecido. Nesse texto, Leroi-Gourhan demonstra que a mão apanágio do homo
faber, instrumento do cérebro mais bem organizado de toda a série
zoológica, que no sentido científico é aceito em todas as línguas, e cada nome
aplica-se apenas a uma espécie livre dos seus constrangimentos pedestres, tendo
em vista que é o símbolo da evolução do homem. A tecnicidade, o pensamento, a
locomoção e a mão aparecem interligadas num movimento ao qual o homem dá seu
significado histórico, mas ao qual nenhum membro do mundo animal é
completamente estranho. Segue-se uma descrição da evolução das formas de vida, da
vida aquática à vida aérea, cuja concisão não retira nada ao rigor do proposto.
Sem libertação da mão não há gesto técnico (instrumento) prolongamento da mão -
nem instrumento - órgão da máquina - nem objeto fabricado. O objeto técnico
está ligado ao contexto gestual que o torna tecnicamente eficaz,
desvanecendo-se o seu significado técnico com o desaparecimento da memória do uso. A evolução dos homens para a posição em pé, libertando os membros
superiores torna-os disponíveis para outras funções e em particular para
agarrar e manipular objetos.
Se o objeto da tecnologia releva efetivamente de um processo de evolução, não é um processo histórico, mas “um processo determinado por leis de transformação de natureza operatória e funcional”. Um objeto exumado num local de escavação não é em si um objeto de conhecimento. Só o poderemos considerar como objeto de conhecimento ressituando-o num processo de evolução que permita por em evidência regularidades de estrutura e leis de transformação dessas estruturas. O objeto da tecnologia não é apenas a origem do utensílio e a sua concepção, mas uma operação que permite em movimento, o gesto eficaz regulado pelos constrangimentos da matéria. Na sua vontade de classificação, a arqueologia de Leroi-Gourhan mobiliza então a noção de “tendência”, espécie de determinismo técnico utilizado como conceito classificativo do qual dão conta os vestígios dos processos de trabalho. Uma constatação evidente é que o estudo sobre a técnica centra-se sobre um princípio de causalidade que situa a relação entre o homem e a matéria como um ato de produção. Esse tipo de relação a partir da atividade humana entendida como ato de produção leva a entender a materialização das técnicas como sendo representação de um conjunto de objetos, que nos informariam e seriam informados por características que são, em certa medida, externas à substância material que os compõem. Esse tipo de passagem é geralmente entendido analiticamente como ocorrência entre domínios ontológicos diferentes. Os fenômenos causais existentes na natureza são assim separados e considerados distintos dos fenômenos que regem a vida do homem. O estabelecimento da relação homem/natureza nos leva a outro aspecto importante, e condicionante nos estudos sobre a utilidade de uso da técnica. Mas também sobre o âmbito social e cultural em geral, porque, particularmente, a percepção do movimento tornado útil com o homme em pé, é um dado relevante de percepção técnica que pode ser descrito, representado e interpretado de diferentes maneiras.
Em
obras publicadas na década de 1940, André Leroi-Gourhan apresenta um conjunto
de noções elaboradas a partir da intenção de compreender a origem e o
significado dos fenômenos técnicos, bem como em que medida opera a sua
evolução. Entre essas noções destacam-se as de tendência técnica, ambiente
técnico e fato técnico, voltadas à formação de um “paradigma analítico”, que
estimula o debate contemporâneo. A tendência técnica seria um conceito abstrato
voltado a entender efeitos causais de ação do homem sobre a matéria, em termos
de eficácia, melhor dizendo, a capacidade de produzir uma quantidade desejada
por intermédio do efeito desejado. Ela teria um caráter inevitável e seria
previsível e retilínea. Por exemplo, “impulsionaria uma pedra segurada pela mão
a adquirir um cabo”. Nesses termos, a tendência técnica seria relativamente
independente de fatos sociais. Além de expressar ontologias distintas, os dois
lados da dicotomia enunciam também a ideia de coletividade, de conjuntos e de
sistemas correlatos. Nesses termos, a tendência técnica seria relativamente
independente de fatos sociais. Além de expressar ontologias distintas, os dois
lados da dicotomia enunciam também a ideia de coletividade, de conjuntos e de
sistemas correlatos. Nesses termos, a natureza seria composta de elementos
relacionados entre si por fatores sociais de ordem ecológica, ao passo que o
Homem seria a expressão de uma sociedade, de uma cultura, de um sistema
simbólico, de uma representação mental, etc. Ela indicaria como, a partir da
aquisição de conhecimentos matemáticos, químicos e físicos adequados, tende-se
progressivamente ao aumento da eficácia simbólica da ação técnica desejada.
Contrariamente às características da
tendência, existiria em qualquer sociedade uma estrutura única de caráter que
seria específica e comum à maioria dos grupos e classes que fizessem parte
desta sociedade, o fato técnico é específico e imprevisível. Ele pode ser
determinado pelo encontro da tendência com inúmeras coincidências do ambiente
técnico. É um compromisso instável que se realiza entre as tendências e o
ambiente. A força propulsora da tendência técnica encontra um obstáculo no
momento em que há que realizar-se uma série de coincidências para que um
progresso possa de fato se efetivar. Por que razão, a tendência é abstrata na
sua definição dinâmica? A oposição homem/natureza é uma particularidade da
ciência na tradição civilizatória ocidental. Podemos considerar a relação
social entre elementos e técnicas como tendo as mesmas características oriundas
da cultura. Podemos relacionar esses elementos e sua distribuição à organização
social relacionada como a organização sociotécnica. A acessibilidade será assim
condicionada por fatores sociais de ordem física, biológica e química, influências e
interações socialmente que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas possíveis de condicionamenteos. Mas
também por princípios sociológicos que nos permite entender o grau de
articulação de todos os outros que é representado pela compreensão operacional
da sua função e pela competência técnica.
A
Federação Internacional de Futebol, por vezes referida como Federação
Internacional de Futebol Associação, em francês: Fédération Internationale
de Football Association (FIFA), é uma organização sem fins lucrativos
internacional que dirige as associações de futsal, futebol de areia ou futebol
de praia e futebol, o esporte coletivo mais popular do mundo globalizado.
Filiada ao Comitê Olímpico Internacional, a FIFA foi fundada em Paris, França em 21 de
maio de 1904 e tem sua sede em Zurique, na Suíça. Ao todo, possui 211
organizações esportivas privadas associadas representando o esporte em países
ou territórios. Com esse número, é a instituição internacional que possui a
segunda maior quantidade de associados, inclusive mais associados do que a
Organização das Nações Unidas (ONU) e Comitê Olímpico Internacional, que
possuem, respectivamente, 193 e 205 membros, ficando atrás somente da World
Athletics, que possui 212 membros. A FIFA tem como utilidade de uso
comunicacional quatro idiomas: alemão, espanhol, francês e inglês. Além delas,
também apresenta atualmente notícias e informações no seu site oficial em árabe
e português (variante brasileira). No entanto, a versão do site em português saiu
do ar no final de 2014. O presidente é Gianni Infantino.
Em
2 de junho de 2015, três dias após a reeleição para o quinto mandato, Joseph
Blatter anunciou a realização de uma nova reunião extraordinária, entre
dezembro de 2015 e março de 2016, para a eleição de um novo presidente para a
entidade. Nesta nova eleição ele não concorrerá ao cargo, mas permanecerá até
que o novo presidente seja conhecido. No ano de 2010, o Sport Recife foi
honrado pela FIFA, com a distinção de ser um Clube Clássico brasileiro,
sul-americano e mundial, fazendo parte do hall daquela federação
internacional. Tem como principais títulos: um Campeonato Brasileiro, uma Copa
do Brasil, um Troféu Roberto Gomes Pedrosa, um Campeonato Brasileiro da Série
B, um Torneio Norte-Nordeste, três Copas do Nordeste e 44 títulos pernambucanos.
Entre esses, no Século XXI, foram conquistados doze estaduais, uma Copa do
Nordeste e uma Copa do Brasil, entre os títulos de maior expressão. Antes de
cada esporte ter a sua confederação própria, todos tinham como referência a
CBD, que era a entidade com voz máxima no Brasil. Somente após a extinção da Confederação
Brasileira de Desporto (CBD), em 1979, foi renomeada a atual Confederação
Brasileira de Futebol (CBF). No ano subsequente, o campeonato nacional de
futebol passou a ser organizado pela CBF. O Sport Club Recife é detentor de
oito títulos com chancela da Confederação Brasileira de Desporto/Confederação Brasileria de Fuebol, referente aos anos de 1968, 1987, 1990,
1994, 2000, 2008 e 2014; sendo quatro nacionais, um inter-regional e três
regionais. Detém conquistas pioneiras no do Norte-nordeste, a exemplo
de ser o primeiro campeão do Nordeste, do Norte-Nordeste e da Copa do Brasil.
Guilherme de Aquino Fonseca,
fundador do Sport Club do Recife, era integrante de uma rica família
pernambucana. Seu pai, João d`Aquino Fonseca e sua mãe Maria Eugênia Regadas
Aquino Fonseca eram exigentes quanto à conduta e caráter dos filhos. Então,
mandaram Guilherme à Inglaterra para realizar seus estudos na Universidade de
Cambridge onde se formou engenheiro e quando da Europa voltou, EM 1903, trouxe
além de sua formação, a admiração pelo futebol que, naquela época, era um
esporte de elites. A partir dos primeiros contatos com a bola, o jovem
recifense planejara a criação de um clube de futebol, que, mais tarde, viria a
ser o Sport. Pensava que, com a habilidade latina, seria possível jogar melhor
que os ingleses e que, em breve, também poderiam existir vários outros clubes e
o futebol ganharia popularidade rapidamente. Guilherme, com seu próprio
dinheiro, comprou bolas, apitos e todo tipo de material necessário para a
prática do esporte. Em 13 de maio de 1905 no salão da Associação dos Empregados
do Comércio do Recife, exatamente ao meio-dia era fundado o Sport Club. Junto
com o clube, nascia também o futebol pernambucano, pois não há registros etnográficos
de qualquer time de futebol no estado antes da fundação do Leão da Ilha. O
símbolo não sendo já de natureza linguística deixa de se desenvolver numa só
dimensão. As motivações que ordenam os símbolos não apenas já não formam longas
cadeias de razões, mas nem sequer cadeias.
A
explicação linear do tipo de dedução lógica ou narrativa introspectiva já não
basta para o estudo das motivações simbólicas. A classificação dos grandes
símbolos da imaginação em categorias motivacionais distintas apresenta, pelo
próprio fato social da não linearidade e do semantismo das imagens, grandes
dificuldades. Se partimos dos objetos bem definidos pelos quadros da lógica dos
utensílios, como faziam as clássicas “chaves dos sonhos”, segundo as estruturas
antropológicas, cai-se rapidamente, pela massificação das motivações, numa
inextricável confusão. Parecem-nos mais sérias as tentativas para repartir os
símbolos segundo os grandes centros de interesse de um pensamento, certamente
perceptivo, mas ainda completamente impregnado de atitudes assimiladoras nas
quais os acontecimentos perceptivos não passam de pretextos para os devaneios
imaginários. De fato, socialmente as classificações profundas de analistas das
motivações do simbolismo religioso incluindo arquétipos, atos, trabalhos
artísticos, eventos, ou fenómenos naturais, por uma religião ou da imaginação
de modo geral literária. A arqueologia no sentido acadêmico clássico, é
amostral, porque dedica-se ao estudo dos vestígios arqueológicos, mas também
trabalha com a totalidade da história do local ou regionalmente, onde usa como
motor outras ciências auxiliares como a geologia, história, arquitetura, arte, entre outras ciências e níveis de conhecimento.
A
relação socialmene estabelecida com os objetos observados no contexto arqueológico se dá
por meio da potência de representação, de ações individuais e modos de vida que
esses objetos possuem. Mas essa representação não se dá de forma
individualizada nos objetos, mas por categorias de objetos, o que demanda a
construção de unidades de comparação, a noção de tipo. Esta interpretação
teórico-metodológica é baseada na noção de tipo, para qual nas representações
rupestres as figuras são tidas como resultado de padrões culturais passíveis de
mudança social, surgindo daí o conceito de sinal ação. Neste ponto, os
questionamentos disciplinares acerca das noções conceituais de espacialidade
utilizadas tradicionalmente na arqueologia são necessários, como as elaboradas
tanto por Leroi-Gourhan embora esta última apresente uma maior abertura para a
inclusão de diversos fenômenos. Essa noção social tem sua importância, sendo,
pois, relacionada, além da verificação da ocupação de determinado espaço social
por uma população específica, constituída através da relação espaço-tempo, com
a possibilidade de inferência das identidades de grupos pretéritos,
documentados historicamente. A relação entre a consciência de etnicidade e seu
contexto social que direciona as condições de vida e a constituição subjetiva
de sua identidade, frente à realidade social, em situações muito específicas e diversamente circunstanciadas. Ipso facto, uma investigação arqueológica começa pela
investigação bibliográfica como levantamento de nívelamento de pesquisa ou de área de conhecimento, ou, em
alguns casos, pela prospecção, que faz parte igualmente do levantamento
arqueológico.
Tanto escolhem normas classificativas a uma
ordem de motivação cosmológica e astral, na qual são as grandes sequências das
estações, dos meteoros e dos astros que servem de indutores à fabulação, tanto
são os elementos de uma física primitiva e sumária que, pelas suas qualidades
sensoriais, polarizam os campos de força no continuum homogêneo do imaginário;
tanto, enfim, se suspeita que são os dados sociológicos do microgrupo ou de
grupos étnicos que se estendem aos confins do grupo linguístico que fornecem
quadros primordiais para os símbolos. Quer a imaginação estreitamente motivada
seja pela particularidade da língua, seja pelas funções sociais normativas, se
modele sobre essas matrizes sociológicas e antropológicas, quer pelos seus
genes raciais, embora ramos do conhecimento científico como a antropologia,
história ou etnologia utilizem-se do conceito de etnia para descreverem a
composição de povos e grupos identitários ou culturais. intervenham bastante misteriosamente para
estruturar os conjuntos simbólicos, distribuindo seja as mentalidades
imaginárias, do ponto de vista individual e coletivo, sejam os rituais
religiosos, querem ainda, com uma matriz antropológica evolucionista, se tente
estabelecer a hierarquia das grandes formas simbólicas em seu ersatz,
compreendido metodologicamente através da apreensão do universo mental, os
modos de sentir, o âmbito mais espontâneo das representações coletivas e, para
alguns, o inconsciente coletivo do extraordinário Carl Jung.
Bibliografia
Geral Consultada.
LÖWY, Michael, Le Marxisme en Amérique Latine de 1909 à nos Jours: Antolologié. Paris: Éditions Maspero, 1980; FLUSSER, Vilém, Los Gestos: Fenomenologia y Comunicación. Barcelona: Editor Herder, 1994; MORIN, Edgar, As Estrelas. Mito e Sedução no Cinema. 1ª edição. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1972; Idem, Introducción al Pensamiento Complejo. Barcelona: Editorial Gedisa, 1998; KARSENTI, Bruno, “Techniques du Corps et Normes Sociales: De Mauss à Leroi-Gourhan”. In: Intellectica. Paris, n° 26-27, pp. 227-239, 1998; JUNG, Carl, Sincronicidade. 5ª edição. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 1991; Idem, Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo. 2ª edição. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 2000; KAMPER, TOLEDO, Luiz Henrique de, Lógicas do Futebol. Dimensões Simbólicas de um Esporte Nacional. Tese de Doutorado. Departamento de Antropologia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2000; CERTEAU, Michel de, L`Invenzione del Quotidiano. Roma: Edizione Lavoro, 2000; SARTORI, Giovanni, Homo Videns: Televisão e Pós-pensamento. Bauru: Editora da Universidade Sagrado Coração, 2001; CICERO, Sulla Natura degli Dei. Milano: Oscar Mandadori Editore, 2004; LUHMANN, Niklas, Confianza. Barcelona: Ediciones Anthropos, 2005; LEROI-GOURHAN, André, Le Geste et La Parole I: Technique et Langage. Paris: Editeur Albin Michel, 2004; CRINDAL Alain, OUVRIEZ-BONNAZ, Régis, La Découverte Professionnelle. Paris: Editeur Delagrave, 2006; BACHELARD, Gastón, A Terra e os Devaneios da Vontade: Ensaio sobre a Imaginação das Forças. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2008; DIMAS, Willian Lopes, Comunicação e Circularidades: Uma Pequena Viagem em Torno do Corpo e seu Movimento. Dissertação de Mestrado. Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de são Paulo, 2016; SILVA, Diana Mendes Machado da, Futebol e Cultura Visual: A Construção da Figura do Craque. Marcos Carneiro de Mendonça e Leônidas da Silva (1910-1942). Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em História Social. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2019; CRAVO, Felipe Augusto Monteiro, Preconceito Sexual e de Gênero sob a Ótica da Análise do Comportamento: Investigações Teóricas e Aplicadas. Tese de Doutorado em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. Faculdade de Ciências. Bauru: Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, 2024; MIRANDA, Luciano, Talento Esportivo no Contexto Escolar: Dados Normativos e Validação de um Índice de Potencial Esportivo. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação Física. Juiz de Fora: Universidade Federal de Juiz de Fora, 2024; entre outros.
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