“O poder está em toda parte; não porque englobe tudo e sim porque provêm”. Michel Foucault
O Wembley Stadium é o estádio nacional da Inglaterra localizado no subúrbio londrino de Wembley Park. Com capacidade para abrigar 90.000 espectadores, é o maior estádio do Reino Unido e 2º maior estádio da Europa, sendo ultrapassado somente pelo Camp Nou, em Barcelona. É administrado pela Football Association, a entidade máxima do futebol inglês. Projetado pela parceria HOK Sport-Foster and Partners, foi construído entre 2003 e 2007 no local do antigo Estádio de Wembley, do qual herdou o nome e a notoriedade. Sua construção teve como objetivo abrigar maior público em competições de futebol, rúgbi e atletismo, bem como acolher espetáculos musicais. A primeira etapa da construção foi o fechamento do antigo estádio em 2000, sendo seguida pela sua demolição em 2002, mas com atraso de meses no cronograma oficial. Originalmente, esperava-se que o Novo Wembley fosse inaugurado a tempo da final da Copa da Inglaterra de 2005-2006, mas devido aos atritos comerciais e políticos entre as construtoras, foi concluído em março de 2007, mas em tempo de sediar a final daquele ano. Por seu perfil sustentável e moderno e infraestrutura funcional, Wembley é classificado como estádio 4 estrelas da Union of European Football Associations (UEFA), podendo sua capacidade ser estendida para 105.000 espectadores. Para efeito de análise seis mil torcedores “sem ingresso”, mas com a força bruta da vontade de saber, invadem o Estádio de Wembley para assistir à final de um importante campeonato, deixando um rastro caótico de destrutividade humana.
A FA Cup, mais reconhecida em países lusófonos como Copa da Inglaterra, também chamada de Emirates FA Cup “por motivos de patrocínio”, é a mais antiga competição de futebol do mundo, organizada pela The Football Association (The FA), órgão máximo com autoridade civil que controla o esporte na Inglaterra. Disputada em formato de eliminatórias pelos clubes de futebol da Inglaterra, a FA Cup é a segunda mais importante competição interclubes do desporto no país, logo após a Premier League. Ditou o modelo de competição em “mata-mata”, seguido atualmente pela Copa do Brasil, Copa da Itália, Copa da Alemanha, Copa da França, Taça de Portugal, Copa do Rei da Espanha, U.S. Open Cup, entre outras agremiações. A primeira edição da FA Cup ocorreu em 1871 e 1872 e teve o Wanderers como campeão. O Montevideo Wanderers Fútbol Club é um clube de futebol uruguaio com sede na cidade de Montevidéu, capital do Uruguai, é uma grande cidade ao longo da Baía de Montevideu. Gira à volta da Plaza de la Independencia, que outrora albergava uma cidadela espanhola. Disputa a primeira divisão do Campeonato Uruguaio. Todos os clubes competidores da Premier League, a primeira divisão do futebol inglês, da Football League e da National League System são autorizados a participar da Copa de Inglaterra, sendo esta uma competição que coloca as menores equipes em evidência. O sistema de qualificação em uso nesta competição dificulta a possibilidade de uma equipe grande encontrar-se com uma das menores. O Manchester United é atualmente campeão da Copa da Inglaterra, após derrotar o Manchester City por 2 a 1 na final. O Arsenal é o maior vencedor da competição, com 14 títulos conquistados, sendo o último conquistado na temporada 2019–20. Começando com a competição de 2024–25, as repetições foram abolidas a partir da primeira rodada, numa tentativa de reduzir a congestão de partidas.
A
decisão de abolir as repetições foi tomada através de uma consulta apenas entre
a Associação de Futebol e a Premier League. Esta competição começou na
temporada 1871–72. Por isso, sua reputação como competição de Copa Nacional se
estende pelo mundo. Por envolver clubes de todos os níveis, é o cenário ideal
para “matadores de gigantes”, onde equipes das divisões menores podem eliminar
as principais equipes do torneio. Um recorde de 761 equipes foi aceito na
temporada 2008–09. Número muito superior aos 92 membros da Copa da Liga Inglesa, uma “competição
de mata-mata” de menor prestígio na Inglaterra que envolve as 72 equipes
membros da Football League (sua organizadora) mais as 20 da Premier League. O
nome “FA Cup” geralmente refere-se ao torneio masculino. A competição equivale
para equipes femininas é a FA Women`s Cup. O vencedor da Copa da
Inglaterra garante vaga para próxima edição da Liga Europa da UEFA (antiga Copa
da UEFA), organizada pela UEFA, na fase de grupos. Até 1998, garantia vaga para
a Recopa Europeia, que desde então desapareceu. Esta classificação é válida
mesmo que a equipe não dispute a primeira divisão inglesa. No passado, se a
equipe vencedora da Copa da Inglaterra também se classificasse para a
seguinte temporada da Liga dos Campeões da UEFA, a vaga seria dada ao
vice-campeão do torneio, que deve, neste caso, passar pela fase preliminar da
competição europeia. A partir da temporada 2015–2016, a UEFA decidiu que nestas
situações reais a vaga será atribuída ao sexto colocado do campeonato nacionalmente,
equipe que não se classificou para a Liga Europa. O vencedor da Copa da
Inglaterra também disputa a Supercopa da Inglaterra, o tradicional
jogo de Abertura da temporada contra o campeão da Premier League, ou na
sequência da temporada, o vice-campeão, se a mesma equipe porventura ganhar os dois torneios.
Geralmente
as partidas da Copa da Inglaterra são disputadas no campo de uma das equipas em
jogo. A equipe que detém o mando de campo é decidida juntamente com as
partidas, sendo a primeira equipa sorteada para cada encontro. Ocasionalmente,
os jogos são transferidos para outro campo devido à indisponibilidade ou
capacidade insatisfatória do campo oficial; ou ainda, por questões de
segurança. No caso de empate entre as equipas, o replay ocorre no campo da
equipa que jogou fora de casa na partida anterior, persistindo o empate, ocorre
uma prorrogação de dois tempos de 15 minutos, se ainda assim houve empate,
haverá disputa por pênaltis. Antigamente, ocorria sucessivos replays até que
houvesse um vencedor, mesmo que levasse vários jogos; atualmente, por questões
de calendário, há no máximo duas partidas por confronto. Tradicionalmente, a
final da Copa da Inglaterra era disputada no antigo Estádio de Wembley.
As eliminatórias eram disputadas em outros campos de futebol devido ao ritual
de preparação de Wembley para sediar a partida final. Entre 2001 e 2006, com a
demolição do antigo estádio para a construção de um novo, os jogos da final
ocorreram no Millennium Stadium, em Cardiff. A final voltou a ser
disputada em Wembley em maio de 2007, já no novo Estádio de Wembley. Outros
estádios a sediar as finais da Copa inglesa foram Kennington Oval (em
1872), Racecourse Ground (em 1886), Crystal Palace Park (1895 a
1914) e Stamford Bridge (1920 a 1922). A final de 1970 entre o Leeds
United e o Chelsea foi disputada em Old Trafford, sendo a única ocasião na
história social do antigo Estádio de Wembley na qual este não sediou a final.
O sadismo surge quando a afeição é substituída pela crueldade, neurose encarada como luta entre a autopreservação e a libido, onde o ego venceu, dando vazão à voz da libido expressa na tensão da sexualidade. Para a interpretação de Wilhelm Reich, o orgasmo é, primeiramente, a expressão de um abandono de si, sem inibição, em direção ao parceiro. A libido do corpo inteiro flui através dos genitais. O orgasmo pode não ser considerado completamente satisfatório se for sentido apenas nos genitais; movimentos convulsivos de toda a musculatura e uma leve perda de consciência são atributos normais e indicação de que o orgasmo como um todo teve participação. Além disso, o incesto precisa ser explícito? Não poderia haver o êxtase de um elo místico entre eles, mesmo de forma toda e plenamente espiritual? Pelo que entendemos acredita-se contrariamente que: “mas não, era espiritual e físico; o fogo que irrompera como centelha inicial continuava ardendo debaixo das cinzas. Talvez se devesse dizer: a alma de Ágata procurava outra maneira de arder livremente”. Em verdade, “O homem sem qualidades” é um fragmento gigantesco, de um Modus operandi que se pode falar de uma falta de qualidades formais. O primeiro volume do romance saiu em 1931; tudo indica que Musil, depois de sua volta de Berlim, onde havia conhecido seu primeiro editor Ernst Rowohlt, trabalhou, desde 1921, como escritor livre na sua obra-prima, exercendo, concomitantemente, as atividades de crítico de teatro e ensaísta. Dificuldades financeiras motivaram a fundação de uma Sociedade Musil, possibilitando-lhe uma estadia em Berlim entre os anos 1931 a 1933 e a conclusão da primeira parte do segundo volume. A dissolução da Sociedade-Musil fez com que ele voltasse a Viena e que fundasse a Sociedade Musil Vienense.
Afirma-se que a continuação do volume II, da obra máxima enviada à Editora em 1938, tenha sido confiscada pelo governo autoritário alemão; de qualquer maneira, ela acabou na lista dos “escritos nocivos e indesejáveis”. O início dessa parte confiscada tinha subtítulo “Rumo ao Império Milenar. Os criminosos”, sem que houvesse um segundo sentido político. Robert Musil, nascido em 1880, faleceu no dia 15 de abril de 1942 no exílio suíço durante o trabalho criativo no seu “opus Magnum”. Este romance-ensaio extraordinário, lúdico, volumoso (1 300 p.), demonstra a decadência dos valores vigentes até o início do século XX. Em sua narrativa a ação de O Homem Sem Qualidades (1989) transcorre na Áustria imperial, dissimulada sob o nome de Kakânia. O romance constitui um vigoroso painel da existência burguesa no início do século XX e antecipa, de certa forma, as crises que a Europa viveria apenas na segunda metade daquele mesmo século. A obra é - em suma - “o retrato ficcional apurado de um mundo em decadência”. Elaborado com fortes doses de sátira e humor, o extraordinário ensaio: O homem Sem Qualidades é uma bola de neve de ações paralelas, que rola pela montanha do século abaixo, abarcando tempo e espaço, para ao fim engendrar um romance inteiriço, ainda que multiabrangente, pluritemática e panorâmico. Ulrich – “o homem sem qualidades” - faz três grandes tentativas de se tornar um homem importante: a) na condição de oficial, b) no papel técnico e social de engenheiro, com a carreira do próprio Robert Musil e, finalmente, c) como matemático, exatamente as três profissões dominantes – e mais características - do século XX. Afirma Musil: - “se quisermos passar sem problemas por portas abertas, é bom não esquecer que elas têm ombreiras sólidas; este princípio, segundo o qual o velho professor sempre tinha vivido, mais não é do que uma exigência do sentido de realidade. Quer dizer, se existe um conteúdo de sentido de realidade – e ninguém duvidará de que ele tem direitos à existência -, então também tem de haver qualquer coisa a que possamos chamar o sentido de possibilidade.
Aquele que o possui, não diz, por exemplo: isto ou aquilo aconteceu, vai acontecer, tem de acontecer aqui, mas inventará; isto ou aquilo poderia, deveria ter acontecido aqui (...). Esses homens do possível vivem, como se costuma dizer, numa trama mais subtil, numa teia de névoa, fantasia, sonhos e conjuntivos; se uma criança mostra tendências destas, acaba-se firmemente com elas, e disse-lhes que tais pessoas são visionários, sonhadores, fracos, gente que tudo julga saber melhor e em tudo põe defeito. Quando se quer elogiar estes loucos, chamasse-lhes também idealistas, mas é claro que com isso só se alude à sua natureza, débil, incapaz de compreender a realidade, ou que a evita por melancolia, uma natureza na qual a falta do sentido de realidade é um verdadeiro defeito”. Os três ofícios são essencialmente masculinos e revelam o semblante de uma época regida pelo militarismo, pela técnica e pelo cálculo que acabaram desmascarando o potencial autodestrutivo da humanidade. O relato acerca da busca “desencantada” de Ulrich lembra a velha busca – ainda sagrada – do Santo Graal. A compreensão da realidade característica da obra e do pensamento de Robert Musil é rematadamente satírica. A índole “ensaística” do autor arranca máscaras e sua ficção trabalha na confluência dos gêneros. Musil é um escritor “contemplativo”, de “postura clássica”, situado à janela do mundo e atento a seus movimentos. Tanto que, em várias situações de suas obras, seus personagens aparecem à janela. Ao utilizar vários elementos do ensaio, e inclusive ensaios inteiros no corpo da ficção, além de fazer uso livre do discurso pretensamente científico - ainda carregado de poesia – na compleição do romance, Musil dá vida à hibridez de sua própria narrativa. A frieza de interpretação da linguagem, as formalidades da postura do narrador são apenas superficiais. Se à primeira vista o olhar do narrador é marcado pelo intelectualismo – frio e impessoal como no âmbito do positivismo –, logo se descobre que isso é apenas um meio “apolíneo” contra o perigo dionisíaco do mundo, para lembramos de Friedrich Nietzsche, e que a indiferença gelada da superfície apenas mascara a paixão ardente do interior, como é expresso na sociologia compreensiva e na Wertfreiheit de Max Weber.
Todos
os personagens de O Homem sem Qualidades são importantes na medida em
que se relacionam com Ulrich, na medida em que são superfícies nas quais ele
mesmo se espelha. Eles não deixam de configurar, de certo modo, possibilidades
e aptidões do próprio Ulrich. Mesmo o assassino de prostitutas Moosbrugger, o
símbolo central do descalabro em que se encontra o mundo, é um espelho no qual
Ulrich se vê refletido, já que os delírios do homicida não deixam de ser
variações extremas das experiências de Ulrich em relação àquela que chama de
“outra condição” (“anderer Zustand”), de sua busca incansável da liberdade do
disparate e da vivência original, paradisíaca. Na segunda parte do romance,
aliás, passa a vivenciar cada vez mais situações de enlevo quase
sobrenatural, em que já não logra mais distinguir os limites espaciais e
temporais do mundo que o envolve. Mais adiante Ulrich inclusive tenta a “outra
condição” junto com Agathe, sua irmã, a “duplicação assombreada de si mesmo na
natureza oposta”. O amor mítico-incestuoso entre os dois constitui uma das mais
belas e dolorosas histórias de amor da literatura universal. Adotando uma
atitude irônica diante da sociedade, e decidida a lutar contra a estultice da
passagem do século contra “a imensa raça das cabeças medíocres e estúpidas” -, Robert
Musil muitas vezes foi compreendido como utopista, ou até místico, por alguns
críticos, decididos a “dinamitar” o vigor de sua obra. Em,1972, Helmut Arntzen dizia que “os críticos
pareciam fazer gosto em apresentá-lo na condição de animal exótico,
místico e de movimentos graciosos”. Ipso facto, escritor combativo e heroico
era transfigurado num metafísico dócil, no vetusto “Homme de Lettres” que
sempre renegou, num autor aparentemente distanciado do social irradiado, mas provido de alguns requintes na linguagem
e de outros tantos talentos psicológicos na análise da alma humana.
O
estádio de Wembley abrigou a final da Liga dos Campeões da UEFA em 2011, 2013 e
2024. A primeira atuação musical que lotou por completo o estádio foi da
cantora Tina Turner com recorde de bilheteria, outros shows de grande público
foram da banda Queen, Bon Jovi e Muse em 2007. A terceira banda citada possui
um DVD deste concerto. Hospedou parte dos jogos do torneio de futebol dos Jogos
Olímpicos de Londres 2012. Wembley atualmente é palco da final da Copa da Liga
Inglesa, das semifinais e final da FA Cup e dos playoffs da Football League
Championship (segunda divisão), Football League One (terceira
divisão), Football League Two (quarta divisão) e National League
(quinta divisão), que definem a última vaga de promoção para a próxima divisão
de nível superior da pirâmide de espetáculo do extraordinário futebol inglês.
Do ponto de vista arquitetônico o estádio possui 2.618 banheiros, mais do que
em qualquer outro estádio do mundo contemporâneo. Foram utilizados mais de 56
quilômetros de fios elétricos na construção, 2.300 mil metros cúbicos de
concreto e 23 mil toneladas de aço. Em junho de 2017, a cantora Adele quebrou
um recorde de maior público para um evento musical no estádio. Não queremos perder de vista que um público de noventa e oito
mil pessoas estiveram presentes no show da cantora inglesa.
Adele
Laurie Blue Adkins, nascida e criada no distrito de Tottenham, em Londres, em 5
de maio de 1988 é cantora, compositora e multi-instrumentista britânica. Começou
a cantar aos quatro anos de idade e iniciou sua carreira artística em 2006,
após se graduar em música na London School for Performing Arts & Technology
comumente reconhecida como The BRIT School for Performing Arts & Technology,
representa uma escola britânica localizada em Selhurst, Croydon, em Londres,
Inglaterra, com o mandato de fornecer educação e treinamento vocacional para
artes cênicas, mídia, arte e design e as tecnologias que tornam a
performance possível. Adele frequentou a escola, assim como Jessie J, Leona
Lewis, Katie Melua, Amy Winehouse, Ben Thomas (guitarrista de Adele) e Laura
Dockrill (melhor amiga de Adele), entre outros. Adele fez o teste cantando “Free”,
de Stevie Wonder, e tocando “Tumbledown Blues”, de James Rae, no clarinete. Adele
foi descoberta pela gravadora por “demos musicais postadas em seu perfil na
rede social MySpace”. Em 2008, recebeu o prêmio “Critics' Choice” do Brit
Awards e alcançou as inúmeras escarpas abruptas do topo social do glamouroso BBC Sound of 2008. Isto é, um streaming de
mídia e áudio da BBC que inclui transmissões de rádio ao vivo, áudio sob
demanda e podcasts. Seu álbum de estreia, 19, lançado em janeiro de
2009, foi bem recebido comercialmente e pela crítica e certificado como Disco
de Platina oito vezes no Reino Unido e três vezes nos Estados Unidos.
O
álbum rendeu quatro singles, incluindo Hometown Glory, a primeira
música escrita por Adele, aos 16 anos, baseada em sua vida no subúrbio onde
morou, West Norwood, em Londres. Uma aparição que ela fez no Saturday Night
Live, no final de 2008, impulsionou sua carreira nos Estados Unidos da América.
No Grammy Awards de 2009, Adele recebeu os prêmios de Artista Revelação
e Melhor Performance Vocal Pop Feminina. Adele alcançou o auge da
carreira ao lançar seu segundo álbum, “21”, com o qual superou diversos
recordes e dominou as paradas de sucesso dos Estados Unidos e Reino Unido, com
o single Rolling in the Deep. Tornou-se o álbum mais vendido do mundo no
século 21, com mais de trinta e um milhões de cópias. Foi certificado 18 vezes
como platina, no Reino Unido, e diamante nos Estados Unidos. De acordo com a
Billboard, “21” é o álbum de melhor desempenho na história das paradas de
sucesso dos EUA, no topo da Billboard 200 por 24 semanas, o mais “longo período
para uma artista feminina de todos os tempos”. O sucesso a fez receber mais de
dez menções no Guinness Book, incluindo por ela ter sido a primeira
mulher tendo dois singles e dois álbuns simultaneamente no top 5
das paradas britânicas, fato social esse, que comparativamente só a banda The
Beatles tinha alcançado em 1964. E por ser a primeira artista a vender mais
de 3 milhões de cópias de um álbum em um ano no Reino Unido. Ela também foi a
primeira artista na história da Billboard Hot 100, ao ter 3 singles
simultâneos no top 10 como artista principal, com Rolling in the Deep, Someone
Like You e Set Fire to the Rain. Em 2015, ela quebrou o recorde de
acessos do primeiro vídeo a atingir um bilhão de visualizações em menor período
de tempo no YouTube (88 dias).
Ela também superou recordes de artistas como Michael Jackson, Oasis, 'N Sync, Whitney Houston, Madonna e Beyoncé. Em 2012, lançou Skyfall, canção a qual colaborou na composição e gravou para o filme homônimo de James Bond. A música ganhou o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Canção Original, bem como um Grammy e um Brit Award de Single Britânico do Ano. Depois de uma pausa de três anos, em 2015, Adele lançou 25, o seu terceiro álbum de estúdio. Esse que se tornou o álbum mais vendido comercialmente do ano e quebrou recordes de vendas na primeira semana no Reino Unido e nos Estados Unidos. Aliás, 25 foi seu segundo álbum a receber o certificado de diamante nos Estados Unidos da América e ganhou cinco prêmios Grammy, incluindo o segundo de Álbum do Ano vencido pela cantora e quatro Brit Awards. A cantora foi citada na quinta posição da lista das 100 Maiores Mulheres na Música pelo VH1. Entretanto, pela revista norte-americana Time, foi eleita uma das pessoas mais influentes do mundo. Adele é membro da Excelentíssima Ordem do Império Britânico desde 2013, ao ser condecorada pelo príncipe Charles por suas contribuições artísticas para a indústria fonográfica britânica. Entre os principais prêmios vencidos durante sua carreira extraordinária, estão dezesseis Grammy Awards, doze Brit Awards, dezoito Billboard Music Awards, um Emmy, um Globo de Ouro e um Oscar. Nos anos de 2011, 2012 e 2016, Adele foi nomeada Artista do Ano pela Billboard, uma revista semanal norte-americana da Penske Media Corporation especializada em informações sobre a indústria musical. Ipso facto ela é uma das artistas recordistas de vendas no mundo global, com mais de 120 milhões de discos vendidos.
A
paixão pelo futebol – mutatis mutandis - muitas vezes amplifica os
limites espaciais do campo, invadindo as ruas e desafiando os limites próprios da
razão. O documentário da Netflix, “A Final: Caos em Wembley” (The Final:
Attack on Wembley, 2024), captura um desses momentos em que o fervor humano
se converte praticamente em caos, pois seis mil torcedores sem ingresso invadem
o Estádio de Wembley para assistir à final de um importante campeonato,
deixando um rastro de destruição, oferecendo uma visão crítica e dolorosamente
sobre os excessos de atitudes da torcida inglesa durante a final futebolística da
Euro 2020 entre Inglaterra e Itália. É administrado pela Football
Association, a entidade máxima do futebol inglês. Em 11 de julho de 2021, o
estádio de Wembley estava prestes a ser sede de uma vitória histórica da
seleção inglesa, sob o comando de Gareth Harold Southgate, nascido em Watford, em
3 de setembro de 1970, é um técnico e ex-futebolista inglês que como membro atuava
como zagueiro. Quando jogador, fez sucesso no Middlesbrough e no Aston Villa. Foi
revelado pelo Crystal Palace em 1988. Destacou-se ainda com a Seleção
Inglesa, na qual jogou 57 partidas e marcou 2 gols. O máximo que Southgate
conseguiu com o English Team foi o Torneio da França, em 1997, na
Eurocopa de 1996, realizado na Inglaterra, o zagueiro perdeu um pênalti contra
a Alemanha, que se consagraria campeã do torneio. Disputou as Copas do
Mundo de 1998 e 2002, da Eurocopa de 2000, quando a Inglaterra “amargou
a eliminação na fase de grupos”. Seu último jogo ocorreu contra a
Suécia, em julho de 2004, mas não foi convocado para a Eurocopa disputada em
Portugal.
No
documentário in statu nascendi o time de futebol havia inspirado o país
em sua jornada rumo à primeira grande final da Inglaterra desde 1966, e o
Campeonato Europeu estava ao alcance da equipe. Mas com a chegada de torcedores
de todos os cantos do país ao Wembley, não demorou para a celebração se transformar
em caos. - A confusão tomou conta, com cenas de embriaguez e utilidade de uso
de drogas, e fãs “sem ingresso aproveitaram para invadir o estádio”. Com
depoimentos em primeira mão e conteúdos viscerais produzidos por torcedores no
local, esta é a história de um dia que começou pleno de euforia e
terminou com o sofrimento de uma nação. Com capacidade para abrigar 90.000
espectadores, é o maior estádio do Reino Unido e 2º maior da Europa, sendo
ultrapassado somente pelo Camp Nou, em Barcelona. Oficialmente Spotify
Camp Nou por razões de patrocínio, é um estádio de futebol localizado na cidade
de Barcelona, na Catalunha, na Espanha. É a casa do clube FC Barcelona da La
Liga desde 1957. Seu nome oficial era Estadi del Fútbol Club Barcelona
até 2001, quando uma votação realizada entre os torcedores oficializou a sua
denominação popularmente, Camp Nou. Desde 1998 é um estádio 5 estrelas
segundo a União das Federações Europeias de Futebol. No dia 1° de julho de
2022, o Barcelona anunciou um acordo de patrocínio válido por 4 anos com o
Spotify, um serviço técnico mundialmente de streaming de música, podcast e
vídeo, tendo sido atribuído o nome da marca ao estádio, passando este a
designar-se Spotify® Camp Nou.
Não queremos perder de vista que a análise marxista de Noam Chomsky tem refutado fortemente o desconstrucionismo e as críticas do pós-modernismo à ciência: - “Tenho passado muito tempo da minha vida a trabalhar em questões como estas, a utilizar os únicos métodos que conheço e que são condenados aqui como “ciência”, “racionalidade”, “lógica” e assim por diante”. Portanto, leio esses artigos com certa esperança de que eles me ajudassem a “transcender” estas limitações, ou talvez me sugerissem um caminho inteiramente diferente. Temo ter me desapontado. Reconheço que isso pode se dever às minhas próprias limitações. Muito frequentemente meus olhos se esgazeiam quando leio discursos polissilábicos de autores do pós-estruturalismo e do pós-modernismo. Penso que tais textos são, em grande parte, feitos de truísmos ou de erros, mas isso é apenas um pequeno pedaço dessa coisa toda. É verdade que há muitas outras coisas que eu não entendo: artigos nas edições atuais dos periódicos de Matemática e de Física, por exemplo. Em contraste, ninguém parece ser capaz de me explicar que o último artigo “pós-isto-e-pós-aquilo” não seja (em sua maior parte) outra coisa que não truísmos, erros ou balbucios, de maneira que eu não sei o que fazer para prosseguir com eles. Chomsky nota que as críticas à “ciência masculina branca” são muito semelhantes aos ataques antissemitas e politicamente motivados contra a “Física judaica” usada pelos nazistas para minimizar a pesquisa feita pelos cientistas judeus durante o movimento Deutsche Physics: - “O mesmo é verdade para o problema de o trabalho ser feito em sala de aula, no escritório, ou em qualquer outro lugar. Eu duvido que os estudantes não-masculinos, não-brancos, amigos e colegas com quem que trabalho não ficassem deveras impressionados com a doutrina de que seu pensamento social e político e sua compreensão das coisas seria diferente da “ciência masculina branca” por causa de sua “cultura ou gênero ou raça”.
Aliás, afirma Chomsky, devo dizer que meus próprios textos políticos costumam ser denunciados, tanto pela esquerda quanto pela direita, por serem não teóricos - e isso está absolutamente certo. Mas são exatamente tão teóricos quanto os de qualquer outra pessoa, eu só não os chamo de “teóricos”, eu os chamo de “triviais” - que é o que eles são, de fato. Isto é, não é que algumas dessas pessoas cujo material é considerado “teoria profunda” e assim não tenham coisas muito interessantes a dizer. É frequente terem coisas muito interessantes a dizer. Mas não é nada que não se pudesse dizer no nível de um aluno do ensino médio e nem nada que um aluno do ensino médio não pudesse perceber, se tivesse tempo, apoio e um pouquinho de preparo. – “Então, marxismo, freudianismo: qualquer uma destas coisas é, eu acho, um culto irracional. Elas são teologia, portanto são o que for que vocês acharem de teologia; eu não acho que seja grande coisa. Para ele “essa é exatamente a analogia certa: noções como marxismo e freudianismo pertencem à história da religião organizada”. Chomsky considera o terrorismo de Estado como um problema mais relevante do que o terrorismo praticado por grupos políticos dissidentes. Ele distingue claramente entre o ato de matar civis e o ato de atacar pessoal militar e suas instalações. Ele afirma: “assassinato de civis inocentes é terrorismo, não guerra contra o terrorismo”. Chomsky tem sido um crítico coerente e contundente do governo norte-americano. Em seu livro “9-11”, uma série de entrevistas sobre os ataques de 11 de setembro de 2001, ele tinha afirmado antes, que o governo dos Estados Unidos é o Estado terrorista líder, nos tempos modernos.
Historicamente tem criticado o governo do seu país pelo seu envolvimento na Guerra do Vietnã e no mais amplo conflito da Indochina, assim como pela interferência em países da América Central e da América do Sul e pelo apoio militar a Israel, Arábia Saudita e Turquia. Focaliza sua crítica mais intensa nos regimes amigos do governo dos Estados Unidos enquanto critica seus inimigos oficiais - como a antiga União Soviética e Vietnã do Norte somente de passagem. Ele explica este comportamento com o seguinte princípio: “é mais importante avaliar ações que você tem mais possibilidade de influenciar”. Sua crítica política da antiga União Soviética e da República Popular da China tem tido algum efeito nesses países, pois ambos os governos censuraram seu trabalho, com o banimento da publicação de seus livros. Outra parte importante do trabalho político de Chomsky refere-se à análise dos meios de comunicação de massa, especialmente dos meios norte-americanos, de suas estruturas, de suas restrições e do seu papel no apoio aos interesses das grandes empresas e do governo americano. Diferentemente dos sistemas políticos totalitários, nos quais a força física pode ser facilmente usada para coagir a população como um todo, as sociedades aparentemente mais democráticas como os Estados Unidos precisam se valer de meios de controle bem menos violentos. Em uma frase frequentemente citada, Chomsky afirma que “a propaganda representa para a democracia aquilo que o cassetete (isto é, a polícia política) significa para o estado totalitário”. Em “A Manipulação do Público”, livro escrito com Edward S. Herman, os autores exploram e apresentam o seu modelo da propaganda dos meios de comunicação com numerosos estudos de caso extremamente detalhados para demonstrar seu funcionamento. Um viés social pode ser definido como inclinação ou tendência de uma pessoa ou de um grupo de pessoas que impede julgamentos e políticas imparciais e justas para a sociedade entendida como um sistema social integral, e não apenas pela visada de uma pessoa ou do grupo de pessoas.
A teoria de Herman e Chomsky explica a existência de um viés sistêmico dos meios de comunicação em termos de causas econômicas e estruturais e não como fruto de uma eventual conspiração criada por algumas pessoas ou grupos de pessoas contra a sociedade. Em resumo, o modelo mostra que esse viés deriva da existência de cinco filtros que todas as notícias precisam ultrapassar antes de serem publicadas e que, combinados, distorcem sistematicamente a cobertura das notícias pelos meios de comunicação. Chomsky tem repetidamente enfatizado sua teoria de que a maior parte da política externa dos Estados Unidos é baseada na representação da ideia do “perigo do bom exemplo”. E, portanto, por um país autônomo que conseguisse se desenvolver com sucesso, independentemente do capitalismo e da influência dos Estados Unidos e desta maneira apresentasse um modelo para outros países nos quais este país tem fortes interesses econômicos. Em primeiro lugar, as torcidas organizadas de futebol europeu tiveram origem na segunda metade do século XX, a partir da década de 1960, no Reino Unido. A partir daí, os torcedores começaram a se organizar de forma uniformizada, utilizando bandeiras, brasões, slogans, hinos e cânticos para demonstrar o seu apoio ao time. A violência desportiva, que se tornou associada ao futebol, foi chamada de hooliganismo. Os hooligans eram grupos de torcedores que se digladiavam entre si, mesmo que torcessem pelo mesmo time. Para eles, o holiganismo era um esporte em si mesmo, e as hierarquias entre os grupos eram formadas de acordo com o sucesso nas suas empreitadas violentas. Holiganismo é um termo que se refere a um comportamento destrutivo e desregrado, especialmente associado a fãs de desportos, como o futebol e os desportos universitários. A palavra “hooligan” é inglesa e significa vândalo. O holiganismo é a atividade de quem pratica atos de violência & vandalismo, principalmente em competições desportivas. O termo “hooligan” foi marcado em 1890 e era atribuído a grupos que se digladiavam em torno da cultura do futebol. Em alternativa a “hooligan”, o ideário linguajar em idioma português pode usar termos como “adepto violento”, “apoiante violento”, “claquista violento” ou “torcedor violento”. Em 1985, a Union of European Football Associations suspendeu todos os times ingleses de competições europeias de futebol por cinco anos devido a vários incidentes violentos.
Em
segundo lugar, hinos protestantes escritos na maior parte por pregadores
religiosos da Nova Inglaterra, uma região geográfica extraoficial de grande
valor histórico dos Estados Unidos, localizada na ponta Nordeste do país e que
compreende seis estados: Connecticut, Maine, Massachusetts, New Hampshire,
Rhode Island e Vermont. Boston é seu centro cultural e econômico, bem como sua
cidade mais populosa que se tornara parte dos encontros campestres entre
cristãos devotos do Sul. Ipso facto comparativamente o desenvolvimento da
música negra nos Estados Unidos da América, independentemente da África e da
Europa, tem sido um tema constante no estudo da história da música americana.
Existem poucos registros da era colonial, em análise comprada, quando estilos,
canções e instrumentos da África ocidental se mesclaram, na falta de melhor
expressão, no “caldeirão da escravidão”. Os Estados Unidos da América (EUA) são
bem reconhecidos por ser um “caldeirão” de músicas, com influência de várias
partes do mundo e criando novos estilos culturais distintos dos outros. Embora
os aspectos da música americana terem uma origem específicas, a origem de
culturas particulares de músicas é problemática, devido à constante evolução da
música americana de transplantar técnicas, instrumentos e gêneros. Elementos da
música estrangeira entraram tanto pelos canais formais de patrocínio de eventos
educacionais e de evangelismo por indivíduos e grupos, quanto por processos
formais, como no transplante da música africana através do trabalho compulsório
da escravidão, e da música irlandesa de homens brancos, admitida pela imigração
específica de trabalho. As músicas norte-americanas mais distintas são
resultado das misturas culturais espetaculares de contatos sociais. A
escravidão aculturou inúmeras tribos resultando em uma tradição musical
compartilhada que foi enriquecida com elementos de músicas e técnicas
indígenas, latinas e europeias em seu conjunto.
A
ética disciplinar, a religião e etnias diversificadas produziram vários
gêneros de francês-africano, como na Louisiana creole; nativas, como as
músicas europeias e mexicanas unidas, e outros estilos como as músicas
havaianas. Os ancestrais da população afro-americana foram traficados aos
Estados Unidos da América como escravos, trabalhando primariamente nas
plantações do Sul. Eles pertenceram às centenas de tribos através do Oeste da
África, e trouxeram certos traços da música diversificada africana incluindo
vocais chamadas e resposta e música rítmica complexa, como também as batidas
síncope e acentos variáveis. A música da África tem como escopo canto e danças
rítmicos trazidos para o chamado Novo Mundo, e aonde se tornou parte de
uma cultura “folk” distinta que ajudou os africanos a “reter a continuidade com
seu passado através da música”. Os primeiros escravos afrodescendentes cantavam
músicas de trabalho, “gritos de campo” em louvor ao senhor, seguindo os rituais
da cristianização, hinos. Quando negros começaram a cantar adaptações destes
hinos, foram chamados exatamente de “espirituais negros”. E desta raiz, de
mimetismo sociológico originam-se um processo social e comunicativo em que
músicas espirituais, músicas de trabalho e cantos de campo, em que o blues,
jazz e o gospel se desenvolveram. No dia 13 de junho é celebrado do Dia
Mundial do Rock, e imediatamente nos surge à mente abstrata ícones pop do
ritmo. Mas a data marca a apresentação globalmente do Live Aid, em 1985,
um megaevento mundial, realizado no Wembley Stadium, em Londres; e no John
F. Kennedy Stadium, na Filadélfia (EUA), que teve o objetivo de “chamar a
atenção para o problema da fome na Etiópia”.
Considerando
que a maioria dos Estados africanos têm muito menos de um século de idade, a
Etiópia foi um país independente continuadamente desde tempos passados. Um
Estado monárquico que ocupou a maioria de sua história, a Dinastia Etíope, tem
suas raízes no século X a.C. Quando o continente africano foi dividido entre as
potências europeias na Conferência de Berlim, a Etiópia foi um dos dois
únicos países que mantiveram sua Independência. A nação foi uma dos (apenas)
três membros africanos da Liga das Nações, e após um breve período de ocupação
italiana, o país tornou-se membro das Nações Unidas. Quando as outras nações
africanas receberam sua independência após a Segunda Guerra Mundial,
muitas delas adotaram cores da bandeira da Etiópia, e Adis Abeba tornou-se a
sede de várias organizações internacionais focadas na África. Em 1974, a
dinastia, liderada por Haile Selassie (1892-1975), foi deposta. A Etiópia foi
um Estado secular com variação nos sistemas governamentais. A capital do país
ainda é sede da União Africana e da Comissão Econômica das Nações Unidas para a
África. Ser um país essencialmente antigo, a Etiópia representa um dos sítios
de existência humana mais inveterados reconhecidos por cientistas hic et
nunc que estudam os traços mais longevos da humanidade; podendo ser
potencialmente o lugar em que no processo genético e evolucionista nosso Homo sapiens se originou.
A
Etiópia divide com a África do Sul o posto de maior número de Patrimônios
Mundiais da UNESCO sendo na África oito em cada país. Além disso, também tem
laços históricos próximos com as três maiores religiões abraâmicas do mundo,
sendo um dos primeiros países cristãos no mundo, tendo oficialmente adotando-o
como religião do Estado no século IV. A maior parte da população do país é
cristã, porém, um terço de seus habitantes são muçulmanos. A Etiópia é o sítio
do primeiro Hégira na história islâmica e da mais antiga população muçulmana na
África, em Negash, e até os anos 1980 uma população significativa de judeus
etíopes residiam na nação. Além disso, o país tem, ao todo, cerca de 80 grupos
étnicos diferentes, com o maior deles sendo o Oromo, seguido pelos Amhara,
ambos os quais falam línguas afro-asiáticas. O país também é famoso pelas suas
igrejas talhadas em pedras e como o lugar onde o grão de café se originou. No
período após a queda da monarquia, a Etiópia transformou-se em um dos países
mais pobres do globo e sofreu uma série trágica de períodos de fome na década
de 1980, resultando em milhões de mortes. Lentamente, no entanto, o país
começou a se recuperar, e hoje a economia etíope é uma das que mais crescem na
África. Não é muito certo quão velha é a palavra Etiópia, cujo uso mais antigo
aparece na Bíblia em Gênesis, capítulo 2. E também na Ilíada, de Homero,
onde o nome aparece duas vezes, e na sua sequência Odisseia, onde
aparece três vezes. O uso mais antigo atestado na região é um nome
cristianizado do Reino de Axum no século IV, em escrituras de pedra do Rei
Ezana. O nome ge`ez ʾĪtyōṗṗyā e seu cognato português são considerados por
serem derivados do berço da civilização ocidental através da palavra grega Αἰθιοπία, Aithiopia, de Αἰθίοψ, Aithiops “um
etíope”, derivado curiosamente, por sua vez, de palavras gregas que significam a expressão “de
rosto queimado”.
No
entanto, O Livro de Axum, uma crônica em ge`ez compilada no século XV,
alega que o nome é derivado de Ityopp`is, de um filho não mencionado na
Bíblia de Cuxe, filho de Cam, quem, de acordo com a lenda, fundou a cidade de
Axum. Plínio, o Velho alega, igualmente, que o nome da nação deriva de alguém
cujo nome foi Aethiops. Uma terceira etimologia, sugerida por
pesquisadores etíopes recentes e o poeta laureado Tsegaye Gabre-Medhin, traça o
nome às palavras “egípcias, velhas e negras”: Et (Verdade ou Paz), Op
(Alto ou Superior) e Bia (Terra ou País), sendo Etiópia a “terra de paz
superior”. No português e geralmente fora da Etiópia, o país também foi
historicamente chamado de Abissínia, derivado de Habesh, uma forma árabe do
nome etíope-semítico Ḥabaśāt, atualmente Habesha, o nome nativo para os
habitantes do país enquanto o país era chamado de Ityopp`ya. Em poucas línguas,
Etiópia ainda é referido por nomes cognatos com Abissínia, por exemplo, à
palavra árabe Al-Ḥabashah, que significa terra do povo Habasha. O termo
Habesha, a rigor, se refere somente aos povos Amhara e Tigré-Tigrínio, que
historicamente dominaram o país politicamente, os quais juntos representam
cerca de 36% da população da Etiópia. Algumas vezes, o termo é usado para
designar os quase 45% da população etíope que usaram línguas semíticas desde
tempos antigos, como os amáricos (30,1% da população), os tigrés (6,2%), os
gurage (4,3%) e outras comunidades que falam línguas semíticas, como o povo
Harari no Sudeste da Etiópia. Desde que a língua amárica tornou-se o idioma
oficial do país, muitos da população da RNNPS e uma porção significante das
regiões Oromia e Benishangul-Gumuz usaram-na como segunda língua. Na Etiópia
contemporânea, a palavra Habesha é frequentemente utilizada para
descrever todos os etíopes e eritreus. Abissínia pode estritamente se referir
apenas as províncias do Noroeste da Etiópia de Amhara e Tigré, bem como a
Eritreia central, enquanto ela foi utilizada como outro nome para a Etiópia. A
consciência ética, melhor dizendo a consciência-de-si ética, está decidida por uma dessas extraordinárias potências, é
essencialmente um caráter.
Como
vê o direito somente de seu lado, e do outro, o agravo, a consciência que
pertence à lei divina enxerga, do outro lado, a violência humana contingente.
Mas a consciência, que pertence à lei humana, vê no lado oposto à obstinação e
a desobediência do ser-para-si interior. Os mandamentos do governo são, com
efeito, o sentido público universal, exposto à luz do dia; mas a vontade da
outra lei é o sentido subterrâneo, enclausurado no interior, que em seu ser-aí
se manifesta como vontade da singularidade, e que, em contradição com a
primeira, comparativamente, lei é o delito. Assim, surge na consciência a
oposição entre o sabido e o não-sabido, como também na substância a oposição
entre o consciente e o carente de consciência – o direito absoluto da consciência-de-si
ética entra em conflito com o direito divino da essência. A efetividade
objetiva, como tal, tem como representação a essência para a
consciência-de-si como consciência; mas segundo sua substância essa
consciência-de-si é a unidade de si e desse oposto, e a consciência-de-si ética
é a consciência da substância. O objeto abstrato, enquanto oposto à
consciência-de-si, perdeu por isso sua significação de ter essência para si.
Como desvaneceram as esferas sociais em que o objeto de pensamento é apenas
coisa, assim também as esferas em que a consciência solidifica algo de si, e
faz, singular, a essência.
Vale
lembrar que o interesse especial da paixão é, portanto, inseparavelmente da
realização do universal, pois o universal resulta do particular e definido e de
sua negação. É o particular que se esgota na luta, onde parte dele é destruída.
Não é a ideia geral que se envolve em oposição e luta expondo-se ao perigo, ela
permanece no segundo plano, intocada e incólume. Isto pode ser chamado astúcia
da razão, porque deixa as paixões trabalharem por si, enquanto aquilo
através do qual ela se desenvolve paga o preço e sofre a perda. O fenomenal é
que em parte é negativo e em parte, positivo. Em geral o particular é muito
insignificante em relação ao universal, os indivíduos são sacrificados e
abandonados. Ela contraria o tributo da existência e da transitoriedade, não de
si mesmo, mas das paixões dos indivíduos. Podemos achar tolerável a ideia de
que os indivíduos, seus objetivos e suas satisfações sejam assim sacrificados e
sua felicidade entregue ao domínio do acaso, a que ela pertence – e que em
geral os indivíduos sejam vistos sob a categoria social de seus recursos. Este
é um aspecto dinâmico de representação da individualidade humana que devemos
recusar a tomar exclusivamente a esta luz, mesmo em relação ao mais elevado, um
elemento que absolutamente não está subordinado, mas que existe nos indivíduos
como essencialmente eterno e divino. Estamos falando da moral, da ética e da
religião. Por prosperidade pode-se
entender analogicamente muitas coisas – a riqueza, a honra aparente e afins,
mas ao falar-se de objetivo em si e por si, o que chamamos de prosperidade
ou infelicidade, deste ou daquele indivíduo isolado, não pode ser visto
como elemento essencial na ordem racional do universo que vivemos.
A
substância viva é o ser, que na verdade é sujeito, ou que é na verdade
efetivo, mas só na medida em que é o movimento do pôr-se-a-si-mesmo, ou a
mediação consigo mesmo do tornar-se outro. Como sujeito, é a negatividade pura
e simples, e justamente por isso é o fracionamento do simples ou a duplicação
oponente, que é de novo a negação dessa diversidade indiferente e de seu
oposto. Só essa igualdade se reinstaurando, ou só a reflexão em si mesmo no seu
ser-Outro, é que são o verdadeiro; e não uma unidade originária enquanto tal,
ou uma unidade imediata enquanto tal. O verdadeiro é o vir-a-ser de si mesmo, o
círculo que pressupõe seu fim como sua meta, ipso facto sua antítese, que o tem
como princípio, e que só é efetivo mediante sua atualização e seu fim. Friedrich
Hegel era crítico das filosofias claras e distintas, uma vez que, para ele, o
negativo era constitutivo da ontologia. Neste sentido, a clareza não seria
adequada para conceituar o próprio objeto. Introduziu um sistema de pensamento
para compreender a história da filosofia e do mundo chamado geralmente dialética:
uma progressão no âmbito da história e sociedade na qual cada movimento
sucessivo surge como solução das contradições inerentes ao movimento anterior. Com
mais razão do que a felicidade ou as vezes afortunadas,
requer-se do objetivo do mundo que os objetivos bons, morais e corretos
encontrem sua satisfação e segurança realizadas de forma plena.
O
que faz os homens insatisfeitos moralmente – uma insatisfação de que eles se
orgulham – é que não acham o presente adequado à realização de objetivos que em
sua opinião são corretos e bons, especialmente os ideais das instituições
políticas de nosso tempo. Comparam as coisas como elas são, com seu ideal de
como deveriam ser. Neste caso, não é o interesse privado ou a paixão que deseja
a satisfação, mas a razão, a justiça, a liberdade. Em seu nome as pessoas pedem
o que lhes é devido e geralmente não estão apenas insatisfeitas, mas
abertamente revoltadas contra a condição de mundo. Para julgar esses pontos de
vista e esses sentimentos, ter-se-ia de examinar as exigências persistentes e
as opiniões dogmáticas em questão. Em nenhuma época tanto como na nossa vida
privada esse tipo de princípios e ideias gerais se apresentou com tamanha
pretensão. Embora as paixões não faltem, a história demonstra uma luta de
ideias justificáveis e, em parte, uma luta de paixões e interesses subjetivos
sob as pretensões mais elevadas como possíveis que são encaradas como legítimas
em nome do suposto destino ou conteúdo de sentido da Razão, têm assim validade
como fins absolutos, da mesma maneira que a religião, a moral, a ética. No
amor, nunca é demais repetir, um indivíduo tem a consciência de si na
consciência do outro, se considerarmos que ele vive de maneira altruísta.
Nesta
renúncia cada um ganha a vida do outro e também a sua, que é uma só com o
outro. Contra tal unilateralidade tem a efetividade uma força própria: alia-se
à verdade contra à consciência, e lhe mostra enfim o que é a verdade. Mas a
consciência ética bebeu, da taça da substância absoluta, o olvido de toda a
unilateralidade do ser-para-si, de seus fins e conceitos peculiares; e por isso
afogou, ao mesmo tempo, nessa água do Estige toda essencialidade própria e
significação independente da efetividade objetiva. É, portanto, seu direito
absoluto que, agindo conforme à lei ética, não encontre outra coisa nessa
efetivação que o cumprimento dessa lei mesma, e o ato não mostre outra coisa
senão o agir ético. O ético, enquanto essência absoluta e ao mesmo tempo potência
absoluta, não pode sofrer perversão de seu conteúdo. Fosse apenas a essência
absoluta sem a potência, poderia experimentar uma perversão por parte da
individualidade, mas essa, como consciência ética, com o abandonar de seu
ser-para-si unilateral, renunciou ao perverter. Inversamente, a simples
potência seria pervertida pela essência, caso fosse ainda um tal ser-para-si. A
individualidade é pura forma da substância, que é o conteúdo; e o agir comunicativo
humanamente do pensamento à efetividade, somente como o movimento de uma
oposição socialmente carente-de-essência, cujos momentos não possuem conteúdo e
essencialidade distintos entre si. O direito absoluto da consciência ética
consiste em que a figura de sua efetividade – não seja outro, senão o
que ela sabe.
A
União das Associações Europeias de Futebol, representa uma instituição
de futebol que é filiada da Federação Internacional de Futebol, por vezes
referida como Federação Internacional de Futebol Associado reconhecida pelo
acrônimo FIFA, é uma organização sem fins lucrativos internacionalmente que
dirige as associações de futsal, futebol de areia ou futebol de praia e
futebol, o esporte coletivo mais popular do mundo. Filiada ao Comitê Olímpico
Internacional foi fundada em Paris em 21 de maio de 1904 e tem sua sede em
Zurique, na Suíça. Ao todo, possui 211 organizações esportivas privadas
associadas representando o esporte em países ou territórios. Com esse número, é
a instituição internacionalmente que possui a segunda maior quantidade de
associados, comparativamente mais associados que a Organização das Nações
Unidas e o Comitê Olímpico Internacional, que possuem,
respectivamente, 193 e 205 membros cada. Ficando atrás somente da World
Athletics, que possui 212 membros. Antiga International Association of
Athletics Federations (IAAF) é o órgão que gere o atletismo a nível
mundial. Foi fundada em 17 de julho de 1912 com o nome de Federação
Internacional de Atletismo Amador, em inglês International Amateur Athletics
Federation por representantes de 17 federações nacionais de atletismo, no
seu primeiro congresso realizado em Estocolmo, na Suécia. A federação é sediada
no Principado de Mônaco desde outubro de 1993, por decisão de seu XXXIX
Congresso tomada naquele ano em Stuttgart, e sua sede foi oficialmente
inaugurada em Monte Carlo em 10 de junho de 1994. A IAAF fez várias alterações
nas suas regras que permitem que os atletas possam receber
compensações pela sua participação social em competições atléticas.
Apesar disto, a IAAF manteve a palavra “Amador” no seu nome até ao congresso celebrado em 2001, quando adaptou o significado atualmente da sigla. Entre as suas funções encontra-se a organização de um programa de competições, padronização de métodos e equipamentos de cronometragem, assim como a manutenção e reconhecimento de recordes do mundo de atletismo nas suas distintas categorias. Sua principal competição é o Campeonato Mundial de Atletismo, evento criado em 1983 e disputado primeiramente de quatro em quatro anos e desde 1993 tornado bienal, sendo realizado antes e depois de cada ano de Jogos Olímpicos. Outras competições organizadas pela IAAF são os campeonatos júnior, juvenil, em pista coberta (indoor) e as séries anuais de atletismo – a Golden League – de marcha atlética, Cross country e corridas de rua durante cada ciclo de quatro anos. A FIFA utiliza quatro idiomas: alemão, espanhol, francês e inglês. Além delas, também apresenta atualmente notícias e informações no seu site oficial em árabe e português. As regras do futebol que governam o jogo não são apenas de responsabilidade da FIFA. Existe comitê International Football Association Board (IFAB) que discute e pondera regras do futebol. No comitê, a FIFA é representada por quatro dirigentes (metade do comité). A outra metade do comitê é composta por representantes do Reino Unido composto pela Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Entretanto, em conjunto com a FIFA, trabalham seis confederações continentais, a saber: CAF (África) com 56 seleções, CONCACAF (América do Norte, América Central e Caribe) com 41 seleções, AFC (Ásia) com 47 seleções. A Austrália faz parte da AFC desde 2006. A Guiana e o Suriname fazem parte da CONCACAF, apesar de estarem na América do Sul. CONMEBOL (10 seleções), OFC (Oceania), 13 seleções, UEFA (Europa) com 55 seleções e competições na sua área de atuação, seguindo as especificações da FIFA.
A FIFA reconhece um número total de 211 federações nacionais masculinas e apenas 129 federações femininas. A FIFA possui mais membros do que a Organização das Nações Unidas, sendo que a ela são afiliadas federações de 23 territórios não reconhecidos pelas Nações Unidas, como a Associação de Futebol da Palestina, representa o órgão dirigente do futebol da Palestina, responsável pela organização dos campeonatos disputados nesta região, bem como os jogos da seleção nacional, seja masculina ou feminina, nas diferentes categorias. Foi fundada em 1928 e é filiada à Federação Internacional de Futebol (FIFA) e à Confederação Asiática de Futebol (AFC) desde 1998. Apenas oito nações soberanas não possuem organizações filiadas à FIFA: Mônaco, Vaticano, Micronésia, Ilhas Marshall, Kiribati, Tuvalu, Palau e Nauru. Representa as federações nacionais da Europa, organiza nove competições entre nações classificadas e quatro entre clubes do continente, controla a recompensação, regulamentos e direitos de media para essas competições. É uma das seis federações continentais da FIFA. Das federações, de longe é a mais forte em termos financeiros e de influência política no cenário internacional, rivalizando com a CONMEBOL. Os melhores jogadores jogam em campeonatos europeus na Inglaterra, França, Itália, Espanha e Alemanha. Muitas das seleções expressivas estão na UEFA. Possuindo o maior número de vagas disponíveis nos torneios da FIFA, foram distribuídas entre seleções da UEFA na Copa do Mundo e Copa do Mundo Feminina de Futebol de 2023. A UEFA nasceu em 15 de junho de 1954 em Basileia, na Suíça na sequência de discussões entre as federações da França, Itália e Bélgica. A sede ficou instalada em Paris até 1959 ano em que acabou por mudar-se para a capital suíça Berna. Henri Delaunay foi o primeiro Secretário-Geral e Ebbe Shwartz o presidente.
O seu centro desde 1995 é estabelecido em Nyon, Suíça. Encontra-se emmtorno de 25 km de Genebra, em La Côte no lago Lemano, a capital do Distrito de Nyon do Cantão de Vaud. Era composta por 25 federações; atualmente são 55 federações. A Liga dos Campeões é o seu torneio anual de interclubes mais importante. O Estádio de Wembley (Wembley Stadium) é o estádio nacional da Inglaterra, localizado no subúrbio londrino de Wembley Park, um distrito da Grande Londres que ganhou destaque nacional pelo estádio de futebol que leva o seu nome. A Grande Londres é uma subdivisão da Inglaterra que compõe a maioria da Região de Londres. Essa região forma os limites administrativos de Londres e é organizada em 33 distritos do governo regional, melhor dizendo, representando os 32 boroughs e a Cidade de Londres, que está localizada na região, mas é separada da subdivisão. Ocupa 1569 km² e, segundo o censo de 2022, tem uma população de 8,9 milhões de habitantes. A Grande Londres foi criada em 1965 e a Autoridade da Grande Londres foi estabelecida em 2000, sendo responsável pelo governo estratégico da região e consiste no Prefeito da Região Metropolitana de Londres e na Assembleia de Londres.
A Corporação da Cidade de Londres representa a principal autoridade da Cidade de Londres, semelhante aos 32 conselhos dos boroughs de Londres. Três têm o título Royal: Greenwich, Kensington and Chelsea, e Kingston upon Thames. Sua população, que é primordialmente composta por trabalhadores londrinos de classe média, é composta por 102 856 pessoas com base de dados estatísticos de 2011. Antropologicamente é um dos templos do futebol mais importantes do desporto globalizado. Sede de finais da Champions League e da Copa do Mundo, atualmente é o estádio com maior capacidade do Reino Unido. O antigo Estádio de Wembley é, sem a menor dúvida, o lugar mais emblemático do futebol europeu. Um dos melhores jogadores do mundo, Edson Arantes do Nascimento (1940-2022), o Pelé, foi um futebolista brasileiro que atuou com a marca da camisa 10. Descrito como o Rei do Futebol, é amplamente considerado como o maior atleta de todos os tempos. E para o que nos interessa, ele chegou a chamá-lo de “Catedral do futebol” devido ao seu ambiente e atmosfera lúdica única. Wembley chegou a sediar a final da Copa do Mundo de 1966 e, além disso, abrigou um total de cinco finais da Champions League, destacando-se a dos campeonatos do AC Milan, Manchester United ou Ajax Amsterdam. Além do futebol, o velho Wembley é reconhecido por ser a sede principalmente das Olimpíadas de 1948 e por ter sido palco de alguns dos shows mais importantes de toda a história social da música, exemplarmente, com o Queen, Guns N Roses, Michael Jackson ou Céline Dion.
A
palavra estádio originalmente do grego stadion (στάδιον), é uma
unidade de medida equivalente a aproximadamente 180 metros de comprimento, a
unidade romana possuía aproximadamente 185 metros de comprimento. Os primeiros
estádios gregos eram longos e estreitos, com forma de ferradura, e foram por
vezes construídos junto de um morro, como em Tebas, Epidauro e Olímpia, local
dos Jogos Olímpicos, iniciados ali no século VIII a.C. O formato grego
foi bem copiado pelos romanos, que construíram dois tipos sociais: o circo e o
anfiteatro. O primeiro, a versão romana do hipódromo, mais alongado que a
ferradura e destinado às corridas de carros puxados por cavalos. O anfiteatro
era fechado por todos os lados e destinava-se às lutas de gladiadores. Depois
da Queda de Roma, o anfiteatro sobreviveu durante algum tempo, até que a
decadência das cidades fez desaparecer os espetáculos a que eram
destinados. A queda do Império ou Queda de Roma, ocorreu exatamente em 4
de setembro de 476 d.C. O evento foi marcado pela deposição do último imperador
romano, Rômulo Augusto, por Odoacro, um líder germânico.
Passaram-se quase dois mil anos antes que a forma fosse revivida, mas em
proporções muito menores, per se para os extraordinários torneios
medievais.
Na
esfera política representa o processo social de declínio do Império Romano do
Ocidente, quando ele não conseguiu mais impor seu domínio e seu vasto
território foi dividido em várias comunidades políticas sucessoras. O Império
Romano perdeu as forças militares que permitiram-lhe exercer um controle
efetivo de grande parte da Europa, do Norte da África e do Oriente Médio. Historiadores
modernos mencionam como fatores sociais que causaram a decadência do Império a
eficácia e os números do exército romano, a saúde e os números da população
romana, a força da economia, a competência do Imperador, as mudanças religiosas
do período e a eficiência da administração civil. A crescente pressão dos “bárbaros”,
na falta de melhor expressão, povos que estavam fora da cultura greco-romana,
também contribuiu grandemente para o colapso da civilização romana. As razões
para a queda são um dos principais temas desenvolvidos na literatura
especializada da historiografia do mundo antigo e fornecem um grande discurso
moderno sobre a questão do fracasso do Estado enquanto entidade política. Na história
dá-se o nome de “migrações bárbaras”, “invasões bárbaras”, ou do ponto de vista
geográfico ou geopolítico, ou analiticamente falando, o período das migrações,
conforme a expressão alemã Völkerwanderung, à série de migrações de
vários povos que ocorreu entre os anos 300 e 800 a partir da Europa Central e
que se estenderia a todo o continente.
A contribuição de Friedrich Engels
conferiu ao marxismo que engloba uma teoria econômica, uma teoria sociológica,
um método filosófico e uma visão revolucionária de transformação social, o
caráter particular de Antropologia, contrariando a generalização metodológica.
A partir das pesquisas antropológicas de L. H. Morgan, lidas e anotadas por
Marx, formulou Engels a teoria antropológica do Estado, na obra: Der
Ursprung der Familie, des Privateigentums und des Staats, cujos
pressupostos não estavam em sua reflexão anterior, nem de forma sistêmica e
embasada na história e na antropologia. A sua importância na literatura de
diversos países, ocorre que muitos antropólogos se valeram do arcabouço
marxista para entender sociedades não capitalistas e sociedades camponesas. Não
só a escola estruturalista francesa, da segunda metade do século XX, com
Maurice Godelier e Claude Meillaseux são exemplos. Mas também, no período de
surgimento da Antropologia moderna com admite Leslie White. Este influenciou
uma geração de antropólogos coerentes com o marxismo, como Marshal Sahlins,
antes de seu “acerto de contas” no ensaio: “Cultura e Razão Prática”, Erick
Wolf e Elman Service.
No
prefácio à primeira edição (1884), Engels enfatiza três aspectos: a) As páginas
seguintes vêm a ser, de certo, a execução de um testamento; b) A ordem social
em que vivem os homens de determinada época ou determinado país está
condicionada por essas duas espécies de produção: pelo grau de desenvolvimento
do trabalho, de um lado, e da família, de outro; c) O grande mérito de Morgan é
o de ter descoberto e restabelecido em seus traços essenciais esse fundamento
pré-histórico da nossa história escrita e o de ter encontrado, nas uniões
gentílicas dos índios norte-americanos, a chave para decifrar importantíssimos
enigmas, ainda não resolvidos, da história antiga da Grécia, Roma e Alemanha.
Sua obra não foi trabalho de um dia, mas cerca de 40 anos elaborando dados, até
conseguir dominar inteiramente o assunto. Seu livro é um dos poucos destes dias
que fazem época. O volumoso tomo de Bachofen estava escrito em alemão, isto é,
na língua da nação que menos se interessava, então, pela pré-história da
família contemporânea. Por isso permaneceu ignorado. O sucessor imediato de
Bachofen nesse terreno entrou em cena em 1865, sem jamais ter ouvido falar
dele. Esse sucessor foi J. F. Mac Lennan (1827-1881), o polo oposto de seu
predecessor. Ao invés do místico genial, temos aqui um árido jurisconsulto; em
lugar de uma exuberante e poética fantasia, as plausíveis combinações de um
arrazoado de advogado. Isto é, Mac Lennan encontra em povos ditos “selvagens,
bárbaros e civilizados”, dos tempos antigos e modernos, uma forma de matrimônio
em que o noivo, só “ou assistido por amigos”, deve arrebatar sua futura esposa
da casa dos pais, simulando “um rapto com violência”. Este costume cotidianamente deve ser
vestígio como liame de um costume anterior, pelo qual os homens de uma tribo obtinham
mulheres tomando-as, lembra Simmel, realmente de outras tribos, pela força. Mas como teria
nascido esse “matrimônio por rapto”?
Enquanto
os homens puderam encontrar mulheres suficientes em sua própria tribo, não
tiveram motivo algum para semelhante procedimento. Por outro lado, e com
frequência não menor, para o autor encontramos em povos não civilizados certos
grupos que em 1865 ainda eram muitas vezes identificados com as próprias tribos,
no seio dos quais era proibido o matrimônio, vendo-se os homens obrigados a
buscar esposas – e as mulheres, esposos – fora do grupo; enquanto isso, outro
costume existe, em outros povos, pelo qual os homens só devem procurar suas
esposas no seio de seu próprio grupo. A referência aos bárbaros, nome dado
pelos gregos e que literalmente em grego antigo significava apenas estrangeiro,
foi usada pelos Romanos para designar “os povos que não partilhavam os seus
costumes e cultura e muito menos a sua organização política”. Estas migrações
nem sempre implicaram violentos combates entre os migrantes e os povos do
Império Romano, embora estes tenham existido concretamente. Em contrapartida os
romanos também eram chamados de “bárbaros” pelos gregos. Os povos migrantes, em
muitos casos, coexistiam pacificamente com os cidadãos do Império Romano nos
anos que antecederam este período. No sentido mais estrito refere-se à migração
de grupos principalmente germânicos a partir da invasão dos hunos na Europa
historicamente em torno dos anos de 375 e 376 até à invasão dos lombardos na
Itália em 568.
A
primeira menção aos lombardos ocorreu entre 9 a.C. e 16 d.C., pelo historiador
da corte do Império Romano, Marco Veleio Patérculo, que acompanhou como
prefeito da cavalaria uma expedição romana liderada pelo futuro imperador
Tibério. Patérculo descreveu-os como “mais ferozes que do que a tradicional
selvageria germânica”. Depois de serem derrotados pelos romanos os lombardos
teriam se refugiado na margem direita do Elba, onde se recolheram junto aos
outros povos germânicos da região ainda não submetidos aos romanos. Tácito
classificou os lombardos como uma tribo dos suevos, e súditos de Marobóduo, rei
dos marcomanos estava em paz com os romanos, e por este motivo os lombardos não
fizeram parte da federação germânica liderada por Armínio que combateu na batalha
da Floresta de Teutoburgo, em 9 d.C. Em 17 d.C., Armínio e Marobóduo entraram
em guerra. O Reino Lombardo representou um Estado que existiu na península
Itálica a partir de 568, como resultado da conquista de grande parte da
península pelos lombardos comandados por Alboíno, e durou até a conquista
franca em 774. A conquista lombarda trouxe como consequência a divisão política
da península Itálica, que permaneceria por três séculos com uma parte bizantina
e uma parte lombarda. Os lombardos foram
uma das tribos que formavam os suevos e, durante o século I, viveram no norte
da atual Alemanha e no baixo rio Elba. Ocasionalmente travaram batalhas com os
romanos, mas parece que eram principalmente pastores e fazendeiros até o século
IV. A situação mudou ao iniciar-se o período das grandes migrações de povos
procedentes do Leste. No final do século V, estabeleceram-se na região representada pela Áustria, no território anteriormente ocupado
pelos Rúgios.
No
começo do século VI, se estabeleceram na Panônia, hoje o Oeste da Hungria, como
federados autorizados pelo imperador Justiniano (527–565). Nesta época, tinham
começado a mudar sua organização tribal para outra forma liderada por duques e
condes que comandavam bandos de guerreiros reunidos em um reino. Em 568, a península Itálica gozava catorze
anos de paz após a terrível Guerra Gótica. Em 554, o imperador bizantino
Justiniano tinha estendido à Itália a validade do Corpus Juris Civilis,
anulando com isso os decretos dos últimos reis ostrogodos, durante a guerra, a
favor das classes mais humildes para dar vigor à resistência anti-bizantina. Justiniano
tinha criado circunscrições com um iudex que, advindo do latim significa
algo ou alguém justo e com senso de justiça e um duque, a cargo,
respectivamente, dos assuntos civis e da organização militar. A sede do governo
bizantino estava inicialmente fincada em Roma e depois em Ravena. Fora da
jurisdição daquela que se tornou a Prefeitura pretoriana da Itália, estavam as
províncias África, Sicília, Sardenha e Córsega e a Ilíria. Junto com as tropas
bizantinas, haviam chegado também os funcionários da eficiente (eficácia
simbólica) da burocracia justiniana, os quais junto com a paz e a ordem
trouxeram a capacidade de cobrar impostos. A paz bizantina tinha um “preço alto”
politicamente falando para a população: o poder dos grandes proprietários e
pesados impostos. Assim se explica como os lombardos (cf. Jarnut, 1995) não
encontraram resistência politicamente falando. Metodologicamente o Período de Migração forma um elo
entre a Antiguidade Clássica e o início da longa Idade Média na Europa Ocidental.
Na
economia vebleniana, vale lembrar, instituições representam hábitos, rotinas de
conduta bastante arraigadas num determinado momento histórico. A existência de
classe social que se abstêm do trabalho produtivo, identificada por ele e
chamada classe ociosa, representa uma instituição. Ipso facto, a
economia vebleniana é chamada de institucionalista em razão da ênfase que o
autor de A Teoria da Classe Ociosa (1987) situa sobre o que ele
denominou de instituições, como uma ação social do hábito, presente na economia
o negócio não é exatamente como parece de quem cuida pessoalmente dele: a
financeirização da riqueza, na representação do equipamento produtivo da
sociedade através de papéis e a emulação, que talvez sejam os mais importantes
indícios contidos no livro The Theory of the Leisure Class (1899), que
diz respeito ao hábito dos indivíduos de se compararem uns com os outros,
invejosamente, ou melhor, o desejo das pessoas de serem reconhecidas
como melhores que os outros indivíduos. O gosto de Thorstein era amplo, desde melodramas a hinários, de sermões luteranos a romances e poesia. Estudando
economia política na Universidade de Cornell, fundada em 1865 por Ezra Cornell
e Andrew Dickson White pretendendo contribuir nos
campos do conhecimento, dos clássicos às ciências e do teórico ao aplicado.
Esses
ideais, não convencionais de seu tempo, são capturados no lema de Cornell: -
“Eu fundaria uma instituição onde qualquer pessoa pode encontrar instrução em
qualquer estudo”. Thorstein Veblen pôde entrar em contato com James Lawrence
Laughlin, chefe do departamento de economia daquela Universidade, professor que
ficou imediatamente impressionado com o poderio do intelecto e a massiva
erudição daquele novo estudante (cf. Cavalieri, 2009). Quando Laughlin foi
chamado para chefiar o departamento da mesma disciplina científica na recente
Universidade de Chicago, que tinha como uma das suas principais metas favorecer
a pesquisa até em detrimento do ensino, Veblen foi um dos primeiros
pesquisadores que Laughlin contratou. Em 1899, sete anos depois de ser trazido
por Laughlin para Chicago, aos quarenta e dois anos de idade, lançou A
Teoria da Classe Ociosa. O escritor William Dean Howells (1837-1920),
dedicou dois editoriais na revista da qual era editor, a Literature,
para elogiar o livro de Veblen. Lester Ward (1841-1913), uma figuração muito
popular e respeitada em seu tempo, quase o pai único da sociologia
norte-americana, também ficou impressionado com o talento do professor de
Chicago. Ele mesmo resenhou o livro para o American Journal of Sociology,
um periódico acadêmico bimestral revisado por pares que publica pesquisas
originais e resenhas de livros no campo da sociologia e ciências sociais
relacionadas. Foi fundado em 1895 como a primeira revista em sua disciplina.
Por toda a sua história, a revista foi sediada na Universidade de Chicago e
publicada pela University of Chicago Press. Afirmou que Veblen havia feito leitura objetiva das instituições, e que empregando uma linguagem
difícil, dando mote às críticas sobre seu estilo, conseguia atingir o âmago dos
“deuses de casa” da afluência norte-americana.
Novamente
a ajuda dos amigos-admiradores foi fundamental. Jacques Loeb (1859-1924), um
biólogo que teria influenciado Veblen em alguns dos termos usados em A
Teoria da Classe Ociosa e que fora seu contemporâneo em Chicago, a pedido
do próprio Thorstein, ofereceu boas referências ao reitor. Auxiliado também por
um dos seus mais brilhantes ex-alunos, Wesley Clair Mitchell (1874-1948), e
pelos sempre úteis elogios de Laughlin. Nesse tempo, socialmente, entre a saída
de Chicago e a admissão em Stanford, Veblen conheceu a mulher que acabaria
sendo sua segunda esposa, Ann Bradley Bevans, vinte anos mais nova que seu
futuro marido, deu-lhe mais um pouco do que Veblen conheceu de alegria
matrimonial. Durante os últimos anos em Chicago, e em quase todos que permaneceu
em Stanford, Veblen teve pouco contato pessoal com Ellen, ao menos considerando
que eles eram casados. Ela acabou passando a maior parte deste período isolada
numa propriedade da sua família, no estado de Idaho. Próximo a Stanford Veblen
comprou uma propriedade rural que dividia com alguns dos seus alunos
prediletos. Cedro era este lugar, no qual Veblen viveu alguns anos de alegria e
também de pouca produtividade acadêmica. Seus principais trabalhos em Stanford
foram duas críticas aos teóricos da utilidade marginal. Entre elas The
Limitations of Marginal Utility (1909), cujo tema central continha ideias que servem como “armas da crítica” para os heterodoxos desafiarem o
paradigma dominante da teoria econômica do século XXI.
Embora
se deva ressaltar sua grande fama na Universidade do Missouri, foi
especialmente na década de 1910, que a economia institucionalista
estabeleceu-se como paradigma da ciência econômica norte-americana. Mas o pai
da teoria institucionalista acabou saindo da Universidade do Missouri em 1918.
No mesmo ano que findou a 1ª grande guerra, Thorstein Veblen trabalhou
brevemente no Food Administration, órgão do governo federal encarregado da
regulação do comércio de alimentos. Foi levado para lá por seu ex-aluno Isador
Lubin (1896-1978). Quando Veblen e Lubin sugeriram para Herbert Hoover uma
negociação entre o governo federal e um sindicato de trabalhadores rurais que
estava criando economicamente problemas de abastecimento, o presidente
sentiu-se aparentemente traído, pois disse que nunca negociaria com os
trabalhadores. Entertanto, com uma postura ética corporativa decidiu demitir-se
do governo. Ele foi para Nova York, onde trabalhou como editor da revista The
Dial, publicação progressista e partidária de quase todos os clamores sociais
por reformas. No emprego atingiu o apogeu intelectualmente. Mas em 1922 a
instituição acabou tornando-se “fracasso financeiro”. Somente Veblen,
permaneceu até 1926. Os amigos socorreram-no, “pois instituíram o Veblen Fund,
que servia para sustentar o velho professor”. Um último ato político de Veblen
foi a recusa, em 1925, para ser presidente da American Economic Association, das organizações profissionais em economia fundada em
1885.
Sociologicamente
falando entendemos que o que há de mais importante é que Veblen dedicou-se mais
à formação da chamada classe ociosa e às suas derivações e consequências para a
realidade socioeconômica, em especial no que tange aos hábitos de vida e de consumo.
O institucionalista assinalava que aquilo entendido por Marx como consciência
de classe era um hábito de pensar, um costume que os indivíduos teriam em
relação às considerações acerca de seus interesses como classe. Eles poderiam
muito bem compreender coletivamente que o sistema capitalista não lhes era
essencialmente benéficos, todavia, também seria possível compreenderem sua
natureza segundo outros hábitos de pensar. Veblen chegou a concluir nesse
quadro lógico, que a propriedade privada seria a causa principal da
insatisfação dos menos abastados, pois o observado no capitalismo de fin de Siècle
era uma valorização dos indivíduos de acordo com uma escala na qual a posse de
bens era a unidade de medida fundamental. Thorstein Veblen trouxe à baila na esfera
da sociedade globalizada sua insistência na especificidade histórica, dizendo
que tal propensão, tomada como inerente ao homem pelos neoclássicos, era saldo
do condicionamento que as instituições provocam sobre as inclinações latentes
dos seres humanos. O que exigia era aquilo que ele buscava em sua formulação
teórica: recusar a tese da natureza humana hedonista investigando as
determinações mais essenciais do comportamento humano. Investigar mais a fundo
as inclinações humanas e os hábitos resultantes da interação homem – o que
representa para Veblen investido de propensões – versus ambiente social
histórico seria o mister máximo da ciência econômica.
Toda
a crítica de Veblen sobre a desconsideração dos aspectos intangíveis do capital
leva à ideia de que existe uma apropriação indevida, através da instituição da
propriedade privada, do estoque de informação e conhecimento que foi, em grande
parte, construído coletivamente. Além de este conhecimento ser produto
coletivo, isto é, de não ser possível determinar o autor individual de tal
conhecimento, ele também fora construído através de diversas gerações. Em linha
com isso, continuava Veblen: - “isto pode ser chamado o equipamento imaterial,
ou, por uma licença de discurso, os ativos intangíveis da comunidade”. O
objetivo mais direto da concepção de Veblen não era criticar a apropriação de
certo conhecimento deste ou daquele indivíduo, que o usaria para obter lucro. O
que constitui seu principal objeto é o fato de que o desenvolvimento da
sociedade industrial, esta sim, a catalisadora das “capturas injustas, permitiu
que algo comunitário gradualmente se tornasse apropriado por um número menor de
indivíduos”. O equipamento imaterial social estava sendo apropriado cada vez
mais por agentes afastados da atividade produtiva. É a sociedade de caráter
pecuniário. - A propriedade do equipamento material dá ao proprietário não
somente o direito de uso sobre o equipamento imaterial, mas também o direito de
abuso e de negligencia ou inibição.
A tônica central do discurso de Veblen sobre as escolas de economia é a crítica à teleologia. Para o velho e generoso institucionalista, a ciência moderna, tal como a civilização moderna, seriam caracteristicamente, mas materialmente factuais. Estas características seriam reforçadas pelo contexto em que se desenvolvem as atividades sociais desta civilização, o contexto da “indústria da máquina”. O uso do conceito de “curiosidade desinteressada” pode ser visto como uma radicalização do que Veblen criticava nas escolas de economia política. Ao que tudo indica na metodologia vebleniana, a normatividade deveria se desenvolver a partir desta “investigação desinteressada”, por assim dizer, cuja origem parece ser a radicalização da negativa de Thorstein Veblen em relação à presença de telesis na pesquisa científica. O economista que fundou a escola institucionalista fixou muito dos princípios da economia evolucionária em seu primeiro livro, A Teoria da Classe Ociosa. Para concordarmos com Cavalieri (2009: 303), ele não propôs um sistema científico singular baseado numa metodologia compreensiva, no sentido único compreensivo do pensamento bem fundamentado de Max Weber, mas uma explícita metodologia explicativa, como ele compreendeu analiticamente a metodologia clássica, neoclássica e marxista.
Encontramo-nos então em presença do símbolo em sentido estrito, símbolos que assumem tanto mais importância antropológica quanto são ricos em sentidos diferentes. No prolongamento dos esquemas explicativos, arquétipos e simples símbolos modernos podem-se considerar o mito. Lembramos, todavia, que não estamos tomando este termo na concepção restrita que lhe dão os etnólogos, que fazem dele apenas o reverso representativo de um ato ritualmente. Entendemos por mito, antropologicamente “um sistema dinâmico de símbolos, arquétipos e esquemas, sistema dinâmico que, sob o impulso de um esquema, tende a compor-se na narrativa”. O mito é já um esboço de racionalização, dado que utiliza o fio do discurso, no qual os símbolos se resolvem em palavras e os arquétipos em ideias. O mito explicita um esquema ou um grupo de esquemas. Do mesmo modo que o arquétipo promovia a ideia e o símbolo engendrava o nome, podemos dizer que o mito promove a doutrina religiosa, o sistema filosófico ou, como observou Bréhier, a narrativa histórica e lendária. O método de convergência evidencia o mesmo isomorfismo, comparativamente, na constelação de objeto e propriamente no mito. Este isomorfismo dos esquemas, arquétipos e símbolos dos sistemas míticos ou de constelações estáticas pode levar-nos a verificar a existência de protocolos normativos das representações imaginárias, definidos e estáveis, agrupados nos esquemas e filosoficamente que a literatura refere-se como estruturas.
Aí
se mesclam diversidades sociais e desigualdades de todos os tipos e narrativas,
compreendendo manifestações religiosas e linguísticas, mas sempre envolvendo
alguma forma de racialização das relações étnicas e sociais. Produzidas ao
longo de migrações contínuas, escravismos e outras formas de trabalho forçado,
convívios pacíficos, conflitos inesperados, pogroms, genocídios, revoluções,
guerras. Assim, não é difícil admitir, sociologicamente, que o tribalismo,
adormecido por séculos, reacende sua práxis para destruir nações e
nacionalidades. Sempre que há um contexto de crise social, há o risco de que as
intolerâncias se acentuem. Aliás, está acontecendo uma incrível “racialização
do mundo”, embora ocorram desde as grandes navegações, os acontecimentos nos
últimos anos do século XX estão acentuando a intolerância racial em escala
mundial. Em 1978 Edward Said publicou a sua obra provavelmente mais
reconhecida, Orientalismo, na qual analisa a visão ocidental arquetípica
oriental, mais concretamente do mundo árabe. Segundo o autor, o Ocidente criou
uma visão distorcida do Oriente como o “Outro”, numa tentativa de diferenciação
que servia os interesses do colonialismo. Na construção do argumento central
analisou uma série de discursos literários, políticos e culturais que iam desde
textos das Cruzadas ou de Shakespeare, nos quais encontrou um
denominador comum: a representação dos habitantes do mundo oriental como
bárbaros.
No
final da Idade Média, com o aumento das atividades econômicas, dos ofícios, do
lucro e da tentativa de autonomia dos comerciantes, desenvolve-se a imagem do
usurário na sociedade e no âmbito cultural. A nobreza apoiada pelo clero
sente-se abalada estruturalmente, pois tem seus interesses ameaçados por esta
nova classe que surge. No tempo de Francisco de Assis e da senhora Pobreza, a
verdade é que os pobres eram desprezados e a usura vista nos comerciantes, que
se tornavam agiota, podia ser um meio de ascensão social freado apenas pelo
espantalho do inferno. A prática do ócio era um pecado visto que o clero e a
nobreza, do século XIII ao XVI sentem-se ameaçados por um grupo que está cada
dia ganhando mais poder econômico, e por consequência, poder político na
Europa. Este grupo é chamado por Marx como burguês, os comerciantes locais.
Eles, muitas vezes, utilizavam-se do privilégio de ter dinheiro de sobra,
virando agiotas. Este ato socialmente foi condenado pela Igreja e pela nobreza
medieval. Ora, é um comerciante que não faz um trabalho físico que irá provar
sua dedicação para com Deus. Você simplesmente senta em sua cadeira, espera
seus clientes virem e pedir seu dinheiro emprestado, para assim você vender um “tempo”
determinado para este cliente. Durante a época de Shakespeare, a agiotagem era
uma ocupação comum entre os judeus, devido à crença entre os cristãos da época
considerada de que a usura era um pecado (sic), e por ser umas poucas profissões
que era permitido aos judeus exercerem na Europa medieval, tendo em vista que
as leis espirituais as quais carregam de conteúdo de sentido suas vidas, proibiam qualquer outro tipo de ocupação.
Shylock é um agiota fictício judeu que empresta dinheiro a seu rival cristão, Antônio, colocando como fiança uma libra da carne de Antônio. Quando este, logo não consegue pagar o empréstimo, Shylock exige “a libra de carne”, como vingança por Antônio tê-lo insultado e cuspido anteriormente. A filha de Shylock, Jéssica, foge com o amigo de Antônio, Lourenço, e se tornou cristã, levando desta forma dinheiro e joias de sua herança, aumentando ainda mais o ódio e a fúria de Shylock. A prática do ócio era um pecado visto que o clero e a nobreza, do século XIII ao XVI sentem-se ameaçado por uma classe embrionária. Este “grupamento social” é representado pela burguesia, os comerciantes locais. Eles, muitas vezes, utilizavam-se do privilégio de ter dinheiro de sobra, virando agiotas. Este ato foi condenado pela Igreja e pela Nobreza Medieval. Ora, pois, você é um comerciante que não faz um trabalho físico que irá provar sua dedicação para com Deus. Você senta em sua cadeira, espera seus clientes virem e pedir seu dinheiro emprestado para assim você vender “tempo” a este cliente. O objetivo era apenas proteger o bem. No entanto, a moeda homogênea e sem carimbo pode ser facilmente utilizada pelo banco para novos empréstimos, já que nada garante que a sua moeda está guardada nas reservas bancárias. No caso de um banco com 100% de reservas sobre depósitos, de fato seu dinheiro está guardado no cofre. Mas quando se trata de reservas fracionárias, o banco está se alavancando em cima do seu dinheiro, e é falsa a afirmação de que seu depósito está disponível para saque a qualquer momento. Isso só funciona quando algumas poucas pessoas resolvem resgatar suas economias - quando muitos decidem sacar seus depósitos ao mesmo tempo, o banco não tem lastro para honrar sua dívida com os depositantes.
Uma corrida bancária expõe um fato oculto pelos bancos: a total falta de liquidez de quase todos eles que desfrutam de multiplicação monetária através do crédito sem lastro. Nem sempre foi assim, como demonstra Murray Rothbard. O esquema de reservas fracionárias não passa de uma fraude, segundo o economista. A produção de mercadorias e a circulação desenvolvida de mercadorias com a formação de um mercado global, através do comércio, constituem os pressupostos históricos em que aquele surge o mercado mundial e abrem no século XVI a moderna constituição biográfica do capital. Se abstrairmos do conteúdo material da circulação de mercadorias, da troca dos diversos valores de uso, e considerarmos apenas as formas econômicas que este processo gera, encontraremos então como seu último produto no âmbito da circulação do dinheiro. Este último produto da circulação de mercadorias é a primeira forma fenomênica do capital. Historicamente, o capital contrapõe-se à propriedade fundiária, por toda a parte e em primeiro lugar, sob a forma de dinheiro, como fortuna em dinheiro, capital mercantil e capital usurário. Contudo, não é necessário voltarmos atrás à génese do capital para reconhecermos o dinheiro como a sua primeira forma fenomênica. A mesma história desenrola-se diariamente diante dos nossos olhos. Cada novo capital pisa o palco: o mercado de mercadorias e de trabalho ou mercado que se transforma em capital através de processos determinados. O que determina a escolha de um ponto de vista sobre o sujeito e o mundo são os objetivos pragmáticos. Deixamos a posse da teoria fundada em exigências lógicas ou achados empíricos incontestáveis. Poder, interesse, dominação, realidade material, são indispensáveis à análise que nos habituaram a aceitar como verdadeira, pela força ou pela persuasão dos costumes. Para efeitos da ação, só existem eventos descritivos. A descrição preferida do intérprete será a mais adequada às suas convicções morais e não a mais iluminada pela razão. Política é regulação da existência coletiva, poder decisório, disputa por posições de mando no mundo, confrontos entre mil formas. Violência em última análise. Assim, é também diferente da produção simbólica porque se exercita sobre o interesse dos agentes sociais, quando não sobre o seu próprio corpo. Não produz mensagens, discursos cotidianos, produz obediências, obrigações, submissões, controles. Poder, na modernidade, é uma relação social de mando e obediência.
São decisões tomadas politicamente que se impõe a todos num dado território ou unidade social. Todavia, convertem-se em atividades coercitivas, administrativas, jurídico-judiciárias e deliberativas. Eis a grande questão: o processo político diz respeito a pergunta: - Quem pode o quê sobre quem? A mesma pulsão escópica, analogamente, frequenta a ficção real ou imaginária individual e coletiva que cria leitores, que muda de legibilidade a complexidade urbana. Não é mais suficiente para compreender as estruturas de poder deslocar para os dispositivos e os procedimentos técnicos uma multiplicidade humana, capaz de transformar, disciplinarmente e depois gerir, para consumar o delito: classificar e hierarquizar os desvios concernentes à aprendizagem, saúde, justiça, forças armadas ou trabalho social. Na política contemporânea o que faz a vida cotidiana andar são relíquias de sentido e às vezes seus detritos, os restos invertidos de grandes ambições. Nome que no sentido preciso da memória social deixaram de ser próprios. Nesses núcleos simbolizadores se esboçam e talvez se fundem três funcionamentos distintos (mas conjugados) das relações políticas entre práticas espaciais e significantes: o crível, o memorável e o primitivo. Em relação ao discurso, reduzindo o signo ao puro jogo dos significantes, anula a relação entre significante e significado necessária ao processo de significação. Assim, diferentemente da ordem da produção, o controle das relações do homem com as “coisas” não mais advém do agir racional-com-respeito-a-fins, pois a predominância do código inaugura o monopólio da palavra como característica básica da dominação contemporânea. Da mesma forma, enquanto técnica de controle do objeto, o processo de simulação opera uma completa inversão, de forma que o real se torne efeito de poder ou reflexo de modelos gerativos. Simulacros e Simulação representam historicamente um tratado filosófico de Jean Baudrillard que discute a relação entre realidade, símbolos e sociedade. Simulacros são cópias que representam níveis de análise que nunca existiram ou que não possuem mais o seu equivalente na realidade. Simulação é a imitação de um processo virtual existente no mundo real. Se a visão de Jean Baudrillard é problemática e pessimista porque não depreende nos mass media a possibilidade da comunicação e da troca, mas ao encontro “face a face”, por outro lado, ela é profícua na medida em que, na década de 1970, o autor ergue-se contra o domínio da semiologia italiana e francesa no que respeita à dinâmica processual da comunicação social.
Bibliografia
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