“Você devia se orgulhar de ter uma filha que luta por algo”. Richard Holm (2020)
Em sua versão mais simples, uma falha geológica tem como representação social uma fratura nos
materiais rochosos que constituem uma determinada estrutura geológica,
dando origem a uma superfície, em geral designada por plano de falha,
através da qual é produzido o deslocamento relativo dos blocos situados em
lados opostos do plano de fratura (cf. Brito, 2008). O deslocamento de um dos blocos, ou
de ambos, é conditio sine qua non para a existência de uma falha, já que
as fraturas ou fendas sem deslocamento relativo não são denominadas falhas, mas
sim diaclases (torção) ou juntas. A formação de uma falha depende, em
última instância, da natureza das rochas, concretamente do seu limite de
plasticidade, e das forças geradoras dos esforços presentes, com maior
frequência esforços de distensão crustal, embora as falhas também possam ser
produzidas por compressão ou por deslizamento lateral. Quando o esforço não é
muito intenso, ou quando o limite de plasticidade das rochas é elevado, ou
seja, sendo nesse caso a rocha considerada dúctil, será mais provavelmente
originar a produção de uma dobra em vez de uma falha. Contrariamente, quando os esforços são muito intensos, ou mesmo se suas rochas apresentarem
baixa plasticidade, sendo nesse caso a rocha considerada, rúptil ou frágil, é ainda assim formada uma falha.
As falhas geológicas apresentam tamanhos que variam de centímetros a centenas de quilômetros, ou mesmo milhares de quilômetros nas falhas que correspondem aos limites de placas tectônicas e aos rifts ou no caso das grandes falhas transformantes associadas às dorsais oceânicas. O estudo das falhas constitui um dos objetos relevantes da geologia, da geomorfologia e da mecânica das rochas, o que levou ao desenvolvimento de um importante corpo científico (cf. Ferrera, 2014), com milhares de estudos sobre os processos que originam as falhas, não por acaso, vezes referidos geologicamente como o “mecanismo de falhamento”, da sua gênese e desenvolvimento e as suas características morfológicas e evolutivas. Associado a este campo, ou nível de análise, surgiu um vocabulário específico, descrevendo os processos e a morfologia, bem como um vasto conjunto de conceitos. Sendo as massas rochosas estruturas rúpteis, a geração de falhas e o seu movimento súbito é um dos objetos da sismologia (cf. Hazbún; Laszano, 1993; Ferreira, 2014). Os geólogos reconhecem falhas no campo de diversas maneiras, tanto por evidências diretas como indiretas. As evidências diretas são observadas em afloramentos ou na superfície do terreno e envolvem o deslocamento de um nível estratigráfico ou a presença de indicadores na superfície da falha que refletem o atrito ocorrido pelo deslocamento dos blocos, compreendidos como rochas de falha.
Evidências de falhas são também indiretamente por meio de métodos geofísicos, critérios geomorfológicos com presença de escarpa de falha, vales característicos, etc., fotografias aéreas, imagens tiradas de satélite, mapas geológicos e topográficos. Se o movimento relativamente for grande, as formações rochosas, agora em contato umas com as outras na linha de falha, vão, provavelmente, diferir em litologia e idade. Para estabelecer a idade do falhamento, os geólogos usam uma ideia simples: falha deve ser mais nova que a mais nova dentre as rochas que corta, pois, as rochas deveriam estar lá antes de que pudessem ser falhadas, e mais antiga que a mais antiga das camadas que a recobrem e que não foram por ela deslocadas. Qualquer plano de falha pode ser completamente descrito com duas medidas: sua direção e seu mergulho. O plano de falha tem uma atitude, definida pela direção e mergulho atuais, que não são necessariamente os mesmos da época do falhamento, pois, o conjunto pode ser basculado e deformado após a falha ter se formado. O acúmulo de energia e a liberação desta em zonas de falhas é um dos fatores responsáveis pela ocorrência dos terremotos. Surge em função da pressão aplicada por uma força, geralmente as placas tectônicas, em que a pressão exercida excede a capacidade de resistência e plasticidade das camadas rochosas, provocando cisão ou ruptura, podendo gerar pequenas fraturas em seu entorno.
Entre
o liberalismo de David Hume (2009) e dos Fisiocratas, encontra-se a distância
que separa a invenção da conformidade. Hume de um lado, os Fisiocratas
de outro. Fisiocratas que viam a produção de bens e serviços como consumo do
excedente agrícola, uma vez que a principal fonte de energia era o músculo
humano ou animal e toda a energia era derivada a partir do excedente de
produção agrícola. A unidade própria do nascente liberalismo econômico se
tornaria problemática. Apesar da relativa uniformidade das reivindicações,
parece que o fosso se escava entre, de um lado, uma metafísica da ordem que
impõe respeito a uma norma natural, limitadora por essência e instruída pela
providência regida, em última instância, pela cumplicidade secreta entre
finalismo e mecanicismo, e, de outro, a marcha hesitante da espontaneidade cega
em seu princípio, e anônima em seus efeitos sociais, que exige que a norma, em
sua variedade e contingência, seja construída, inventada, em função das
circunstâncias. Assim comparativamente a política econômica nacional é
constituída sobre o modelo da gestão privada, sendo que a representação da
economia do universo é, do mesmo modo, construída a partir do modelo
tecnológico da ação sobre a apropriação da natureza.
O
arquiteto divino aparece também como uma derivação conceitual do artesão. Em
todo lugar em que surge uma vontade capaz de dar forma ao projeto que ela mesma
concebeu, o arranjo mecânico dos elementos, sustentado pelo decreto inicial,
compõe uma totalidade externa cuja finalidade escapa por natureza aos
componentes para se transportar inteira para a mente do organizador. O lucro do
negociante sugere o lucro da nação. A balança é sua imagem obrigatória. O
produto artesanal sugere o produto divino: o relógio, divisor do tempo, a
máquina se torna sua representação privilegiada. Equilíbrio, ajuste e adaptação
dos meios aos fins se unem no trabalho de montagem que supõe ao mesmo tempo um
projeto humano, um plano, um construtor, condicionando uma escolha entre as
diferentes séries de objetos manufaturados. Sem dúvida, é por ter apreendido
nessas falências a lógica da argumentação, que Hume sugere nos Diálogos,
a “fábula de uma repartição de tarefas”. Seus personagens debatem uma série de
ideias e argumentos contemporâneos cujos proponentes acreditam que através do
qual poderemos vir a conhecer a natureza de Deus. Os artesãos divinos contra os
que persistem em considerar a questão da divisão do trabalho como conveniência
comandada pela providência, mais do que a solução do problema vital colocado
como sobrevivência para a espécie.
Reconhecido pelo padrão de que não há ideias inatas na vida e que todo o conhecimento vem da experiência rigorosamente ao nexo de causalidade e necessidade, David Hume em vez de tomar a noção de causalidade, como concedido, desafia-nos a considerar o que a experiência nos permite saber sobre a relação estabelecida entre causa e efeito, pois nada é mais usual e natural, para aqueles que pretendem oferecer ao mundo novas descobertas filosóficas e científicas que insinuar elogios ao seu próprio sistema. O homem de discernimento e de saber percebe facilmente a fragilidade do fundamento, até mesmo daqueles sistemas bem aceitos e com maiores pretensões de conter raciocínios precisos e profundos. Isto é, alguns princípios acolhidos da confiança; consequências deles deduzidas de maneira defeituosa; falta de coerência entre as partes, e de evidência no todo – tudo isso se pode encontrar nos sistemas dos mais eminentes filósofos, e parece cobrir de opróbrio a própria extensão da filosofia, pois mesmo “a plebe lá fora é capaz de julgar, pelo barulho e vozerio que ouve, que nem tudo vai bem aqui dentro”.
Neste
âmbito tampouco é necessário um conhecimento muito profundo para se descobrir a
distância e imperfeição e que de fato, não há nada que não seja objeto de
discussão e sobre o qual os estudiosos não manifestam opiniões contrárias. Se
por um lado multiplicam-se as disputas, como se tudo fora incerto; e essas
disputas são conduzidas da maneira mais acalorada, como se tudo fora certo. É
daí que surge na opinião de Hume, o preconceito comum contra todo tipo
de raciocínio metafísico. Mesmo por parte daqueles que são doutos e que
costumam avaliar de maneira justa todos os outros gêneros da literatura. E
realmente nada, a não ser o mais determinado e puro ceticismo, juntamente como
um elevado grau de indolência, pode justificar tal aversão à metafísica. Pois
se a verdade está ao alcance da capacidade humana, é certo que ela deva
esconder em algum lugar muito profundo, e portanto, abstruso. Não por
acaso, devemos reunir nossos experimentos mediante a observação cuidadosa da
vida em que estamos inseridos. Tomando-os tais aspectos socialmente como
aparecem no curso habitual do mundo, no comportamento em suas ocupações e
prazeres. E criteriosamente reunidos e comparados, podemos estabelecer, com
base neles, uma ciência, que não será inferior em certeza, mas superior em
utilidade, a qualquer outra que esteja ao alcance da compreensão humana.
Assim
Hume sustenta que nossas ideias são imagens de nossas impressões, assim também
podemos formar ideias secundárias, que são imagens das primárias. Não se trata
de uma exceção à regra, mas de uma explicação. As ideias produzem as imagens de
si mesmas em novas ideias; mas como supomos que as primeiras são derivadas de
impressões, continua sendo verdade que todas as nossas ideias simples procedem,
mediata ou imediatamente, de suas impressões correspondentes. Esse é o primeiro
princípio que Hume estabelece na ciência da natureza humana. Pois cabe notar
que a presente questão, a respeito da anterioridade de nossas impressões ou
ideias, é a mesma que produziu tanto barulho sob outra formulação, quando se
discutiu se haveria ideias inatas, ou se todas as ideias derivam da sensação e
da reflexão. A fim de provar que as ideias de extensão e de cor não são inatas,
os filósofos nada mais fazem que mostrar que elas são transmitidas por nossos
sentidos. Para provar que as ideias de paixão e desejo são
inatas, eles observam que experimentamos previamente em nós mesmos essas
emoções. A faculdade pela qual repetimos nossas impressões da primeira maneira
se chama memória, e a outra, imaginação. Mas se examinarmos
cuidadosamente esses argumentos, veremos que eles nada provam, senão que as
ideias são precedidas por percepções mais vívidas, das quais derivam e
as quais elas representam em sociedade.
Melhor
dizendo, que as ideias da memória são muito mais vivas e fortes que as
da imaginação, e que a primeira faculdade pinta seus objetos em cores mais
distintas que todas as que possam ser usadas pela última. Ao nos lembrarmos de
um acontecimento passado, sua ideia invade nossa mente com força, ao passo que,
na imaginação, a percepção é fraca e lânguida, e apenas com muita dificuldade
pode ser conservada firme e uniforme pela mente durante todo o período
considerável de tempo. Temos aqui uma diferença sensível entre as duas espécies
de ideias. Mas há uma outra diferença, não menos evidente, entre esses dois
tipos de ideias. Embora nem as ideias da memória nem as da imaginação, nem as
ideias vívidas nem as fracas possam surgir na mente antes que impressões
correspondentes tenham vindo abrir-lhes o caminho, a imaginação não se
restringe à mesma ordem na forma das impressões originais, ao passo que a
memória está de certa maneira amarrada quanto a esse aspecto, sem nenhum poder
de variação. É evidente que a memória preserva a forma originalmente sob a qual
seus objetos da imaginação se apresentaram. A principal função da memória não é
preservar as ideias simples, mas sua ordem e posição. Esse princípio se apoia
em aspectos comuns e vulgares do dia a dia que podemos nos poupar o trabalho de
continuar insistindo nele.
Como
a imaginação pode separar todas as ideias simples, e uni-las novamente da forma
que bem lhe aprouver, nada seria mais inexplicável que as operações dessa
faculdade, se ela não fosse guiada por alguns princípios universais, que a
tornam, em certa medida, uniforme em todos os momentos e lugares. Fossem as
ideias inteiramente soltas e desconexas, apenas o acaso as ajuntaria; e seria
impossível que as mesmas ideias simples se reunissem de maneira regular em
ideias complexas se não houvesse algum laço de união entre elas, alguma
qualidade associativa, pela qual uma ideia naturalmente introduz outra. Esse
princípio de união entre as ideias não deve ser considerado uma conexão
inseparável, tampouco devemos concluir que, sem ele a mente não poderia juntar
duas ideias – pois nada é mais livre que essa faculdade. Devemos vê-lo apenas
como uma força suave, que comumente prevalece, e que é a causa pela qual, entre
outras coisas, as línguas se correspondem de modo tão estreito umas às outras:
pois a natureza de alguma forma aponta a cada um de nós as ideias simples mais
apropriadas para serem unidas em uma ideia complexa. As qualidades não dão
origem a tal associação, e que levam a mente, dessa maneira, de uma ideia a
outra relacionalmente, são três, a saber: semelhança, contiguidade no
tempo e no espaço, e causa e efeito. Dois objetos podem ser considerados estando inseridos nessa relação, quando um deles é a causa de qualquer
ação ou movimento do outro, seja quando o primeiro é a causa da existência do
segundo.
Pois
como essa ação ou movimento não é senão o próprio objeto, considerado sob um
certo ângulo, e como o objeto continua o mesmo em todas as suas diferentes
situações, é fácil imaginar de que forma tal influência dos objetos uns sobre
os outros pode conectá-los na imaginação. Podemos prosseguir com esse
raciocínio, observando que dois objetos estão conectados pela relação causa e
efeito não apenas quando produz um movimento ou uma ação qualquer no outro, no outro,
mas também quando tem o poder de os produzir. Notemos que essa é a fonte de
todas as relações de interesse e dever através dos quais os homens se
influenciam mutuamente na sociedade que se ligam pelos laços de governo e
subordinação. Um senhor é aquele que, por sua situação, decorrente quer da
força quer de um acordo, tem o poder de dirigir, sob alguns aspectos
particulares, as ações de outro homem. Um juiz é aquele que, em todos os casos
litigiosos entre membros da sociedade, é capaz de decidir, com sua opinião especializada
a quem cabe à posse ou a propriedade de determinado objeto. Quando uma pessoa
possui certo poder, nada mais é necessário para convertê-lo em ação que
o exercício da vontade; e em todos os casos, é considerável possível, em muitos, provável – no caso da autoridade, em que a obediência
do súdito é prazer e uma vantagem para seu superior.
Está
claro que, no curso de nosso pensamento social e na constante circulação de
nossas ideias, a imaginação passa facilmente de uma ideia a qualquer outra que
seja semelhante a ela. Assim como existe o nascimento de uma semiologia e
sociologia da celebridade e até mesmo mais recentemente, uma economia da
celebridade e tal qualidade, por si só, constitui um vínculo afetivo e uma
associação suficiente para a fantasia. É também evidente que, com os sentidos,
ao passarem de um objeto a outro, precisam fazê-lo de modo regular, tomando-os
sua contiguidade uns em relação aos outros, a imaginação adquire, por um longo
costume, o mesmo método de pensamento, e percorre as partes do espaço e do
tempo ao conceber seus objetos. Quanto à conexão realizada pela relação de
causa e efeito, basta observar que nenhuma relação produz uma conexão mais
forte na fantasia e faz com que uma ideia evoque mais prontamente outra ideia
que a relação de causa e efeito entre seus objetos. Para compreender toda a
extensão dessas relações sociais, devemos considerar que dois objetos estão
conectados na imaginação. Não somente quando um deles é imediatamente
semelhante ou contíguo ao outro, ou quando é a representação da causa. Mas
quando entre eles encontra-se inserido um terceiro objeto, que mantém com ambos notáveis relações. Dentre as três relações mencionadas, a de
causalidade comumente é a de maior extensão.
Richard
Holm, é um popular diretor, escritor e ator sueco. Os diretores de cinema criam
uma visão geralmente de qual filme é realizado. Dar vida a essa visão inclui
supervisionar os elementos artísticos e técnicos da produção cinematográfica,
bem como dirigir o cronograma de filmagem e cumprir prazos ou datas de entrega.
Isso envolve organizar a equipe de filmagem de tal forma que você alcance a
visão do filme. São necessárias habilidades de liderança de grupo, bem como a
capacidade de manter um nível de escopo singular, no ambiente programático e
acelerado de um set de filmagem. É necessário um olhar artístico e
esteticamente para enquadramento das tomadas e dar instruções precisas ao
elenco e à equipe técnica, portanto, são necessárias excelentes habilidades de
comunicação social. Dado que o cineasta depende da cooperação contínua de
muitos indivíduos criativos com ideias sociais diferentes e visões
multidisciplinares artísticas potencialmente contraditórias, ele também
necessita de competências de resolução de conflitos para mediar o necessário. O
diretor garante que todos os envolvidos na produção do filme trabalhem para
conseguir uma visão idêntica do filme finalizado. O conjunto de
diferentes desafios que ele teve que enfrentar foi descrito como “um
quebra-cabeça multidimensional com diferentes egos para completar”. Há uma pressão crescente de que o sucesso de
um filme pode influenciar quando e como ele funcionará novamente.
Os
limites de dois lançamentos de filmes também estão presentes. Além disso, o diretor
pode ter que garantir através da irradiação da troca simbólica com a sociedade
que o filme receba uma determinada classificação etária. Teoricamente, o único
superior de um diretor é o estúdio que financia o filme. No entanto, uma
relação profissional ruim entre um diretor de cinema e um ator pode resultar na
substituição do ator pelo diretor ou pela atriz por um ator. estrela de cinema.
Da mesma forma, não há dúvida de que o diretor está dedicando mais tempo a um
projeto, visto que é um dos dois cargos que exigem participação íntima em cada
etapa da produção cinematográfica. Portanto, o cargo de diretor de cinema é
amplamente considerado muito estressante e exigente. Foi dito que “dias de
trabalho de 20 horas não são incomuns”. De acordo com a legislação da União
Europeia, o diretor do filme é considerado o autor ou os dois autores de um
filme, em grande parte como resultado da influência de teoria do autor. A teoria do autor é um conceito de crítica
cinematográfica, porque sustenta que o filme de um diretor de cinema reflete a
visão criativamente do diretor, como o fosse ou autor principal. Apesar da
produção do filme fazer parte de um processo crescentemente de inovação
industrial, e às vezes por causa dele, a voz criativa do (s) autor (s) é clara
ou suficientemente para brilhar através da interferência do estudo e do
processo coletivo amplificado da criação.
Monte
Kiruna (em sueco Kirunavaara), representa uma montanha da província de
Lapônia, no extremo Norte da Suécia. É uma região no Norte da Escandinávia, que
abrange território de quatro países, a saber: Noruega, Suécia, Finlândia e
Federação Russa (península de Kola) e que corresponde à região onde habitam os sámi,
tradicionalmente reconhecidos como lapões. Cerca de 80 mil a 100 mil lapões (sámi)
vivem numa área de 390 mil km², com suecos, noruegueses, finlandeses
e russos. A província mais setentrional da Finlândia é a Lapônia finlandesa. De
modo similar, a província sueca mais setentrional é a Lapônia sueca.
Antropologicamente é uma das regiões mais procuradas do mundo hodierno no Natal
por tradicionalmente ser reconhecida como “a casa do Pai Natal”. O clima é
subártico e a vegetação é esparsa no extremo Norte, enquanto no Sul aparece a
floresta boreal. A costa Oeste (na Noruega) é montanhosa, mas tem invernos
suaves e mais precipitação do que as planícies centrais e orientais. As
temperaturas variam entre os 15 °C positivos no verão e os -50 ºC no inverno. É
rica em depósitos minerais de valor econômico, particularmente minério de ferro
na zona sueca, cobre na norueguesa, e níquel e apatite na zona da Rússia.
Renas, lobos, ursos e aves marítimas e terrestres representam a fauna mais
comum. A pesca é abundante, tanto fluvial como marítima.
Descobertas arqueológicas comprovam
que a área compreendida como Suécia era povoada durante a chamada Idade
da Pedra, quando o gelo resultante da última glaciação recuou. Aparentemente,
os primeiros habitantes eram povos caçadores e coletores que viviam da pesca no
mar Báltico. Evidências apontam que o Sul da Suécia era densamente
povoado durante a Idade do Bronze, pois foram encontradas ruínas de grandes
comunidades comerciais. Durante os séculos IX e XI, a chamada Era Viking marcou
a à Suécia, com a expansão do comércio local e internacional, a consolidação do
poder local e regional, a cristianização e a europeização do país. O núcleo do
futuro reino da Suécia, estava na Uppland, onde surgiram as primeiras cidades
em Uppsala, Birka e Sigtuna. A expansão comercial e guerreira dos Vikings desse
núcleo inicial dirigiu-se em primeiro lugar para o Oriente, na direção dos
países bálticos, Rússia e do mar Negro. Em 1389, os três estados escandinavos a
Noruega, a Suécia e a Dinamarca estavam unidos sob um único monarca. A União de
Kalmar começou como uma união pessoal, não política e quando, no século XV, se
tentou centralizar o poder no rei dinamarquês, a Suécia resistiu chegando mesmo
a uma rebelião armada. A Suécia separou-se em 1523, quando Gustavo Eriksson,
reconhecido mais tarde por Gustavo Vasa (1496-1560), liderou a rebelião contra
a União de Kalmar e restabeleceu a Independência da Coroa Sueca.
No
século XVII viu-se a Suécia tornar-se uma das principais potências europeias,
devido ao sucesso da participação na Guerra dos 30 anos, iniciada pelo
rei Gustavo Adolfo II. Esta posição iria desmoronar-se no século XVIII, quando
a Rússia conquistou os reinos da Europa do Norte na Grande Guerra do Norte e,
finalmente, quando em 1809 houve a separação da parte oriental da Suécia,
criando-se assim a Finlândia, como um grão-ducado russo. Em 1814, a Suécia
esteve envolvida na sua última guerra, quando desencadeou a Campanha Contra a
Noruega, pela qual estabeleceu uma união pessoal dos reinos separados da Suécia
e Noruega, com a designação de Reinos Unidos da Suécia e Noruega. Em 1818, o
antigo marechal francês Jean Baptiste Bernadotte foi proclamado rei da Suécia
com o nome Karl Johan, iniciando assim a dinastia atual que ainda rege a
Suécia. A união Suécia-Noruega acabou por ser dissolvida pacificamente em 1905,
e desde então a Suécia tem vivido sem envolvimento em conflitos armados. O país
manteve a neutralidade durante a 1ª e a 2ª Guerra Mundial, entre 1914 e 1945,
com pequena exceção da Guerra de Inverno na Finlândia. Durante a Guerra Fria e
a dissolução da União Soviética, continuou a não se posicionar, só abandonando
a neutralidade axiológica após conversão em 2024 no 32º membro da OTAN na
sequência da invasão russa da Ucrânia em 2022. A Suécia começou a construir uma
democracia liberal moderna. O parlamento foi democratizado em 1866. O voto
universal foi concedido aos homens em 1909 e, posteriormente, às mulheres em
1921. A partir dos anos 1940, a economia entrou em poderoso ciclo de desenvolvimentismo.
Na década de 1990 uma crise econômica atingiu o país, seguida de um período de
recuperação nos começos do século XXI.
Friedrich
Hegel que parte da análise da consciência comum, não podia situar como
princípio primeiro uma dúvida universal que só é própria da reflexão
filosófica. Por isso mesmo ele segue o caminho aberto pela consciência e a
história detalhada de sua formação. Ou seja, a Fenomenologia (1807) vem
a ser de fato uma história concreta da consciência, sua saída da caverna
e sua ascensão à Ciência. Daí a analogia que em Hegel existe de forma
coincidente entre a história da filosofia e a história do desenvolvimento do
pensamento, mas este desenvolvimento é necessário, como força irresistível que
se manifesta lentamente através dos filósofos, que são instrumentos de sua
manifestação. Assim, preocupa-se apenas em definir os sistemas, sem discutir as
peculiaridades e opiniões dos diferentes filósofos. Na determinação do sistema,
o que o preocupa é a categoria fundamental que determina o todo complexo do
sistema, e o assinalamento das diferentes etapas, bem como as vinculasses
destas etapas que conduzem à síntese do espírito absoluto. Para compreender o
sistema é necessário começar pela representação, que ainda não sendo
totalmente exata permite, no entender de sua obra fenomenologicamente a seleção de
afirmações e preenchimento do sistema abstrato de interpretação do método
dialético, para poder alcançar a transformação da representação socialmente, isto é, no mundo em que vivemos, numa noção
clara e exata.
Assim,
temos a passagem da representação abstrata, para o conceito claro e
concreto através do acúmulo de determinações. Aquilo que por movimento
dialético separa e distingue perenemente a identidade e a diferença, sujeito e
objeto, finito e infinito, é a alma vivente de todas as coisas, a Ideia Absoluta
que é a força geradora, a vida e o espírito eterno. Mas a Ideia Absoluta seria
uma existência abstrata se a noção de que procede não fosse mais que uma unidade
abstrata, e não o que é em realidade, isto é, a noção que, por um giro
negativo sobre si mesma, revestiu-se novamente de forma subjetiva.
Metodologicamente a determinação mais simples e primeira que o espírito pode
estabelecer é o Eu, a faculdade de poder abstrair todas as coisas, até sua
própria vida. Chama-se idealidade precisamente esta supressão da exterioridade.
Entretanto, o espírito não se detém apenas per se na apropriação,
transformação e dissolução da matéria em sua universalidade, mas, enquanto
consciência religiosa, por sua faculdade representativa, penetra e se eleva
através da aparência dos seres até esse poder divino, uno, infinito, que
conjunta e anima interiormente todas as coisas, enquanto pensamento filosófico,
como princípio universalmente, a ideia eterna que as engendra e nelas se
manifesta. Quer dizer, o espírito finito se encontra inicialmente numa
união imediata com a natureza, a seguir em oposição com esta e em
identidade com esta, porque suprimiu a oposição e voltou a si mesmo e,
consequentemente, o espírito finito é a ideia, mas que girou sobre
si mesma e que existe por si em sua própria realidade dinâmica.
A
Ideia absoluta que para realizar-se colocou como oposta a si, à natureza,
produz-se através dela como espírito, que através da supressão de sua
exterioridade entre inicialmente em relação simples com a natureza, e, depois,
ao encontrar a si mesma nela, torna-se consciência de si, espírito que conhece
a si mesmo, suprimindo assim a distinção entre sujeito e objeto, chegando assim
à Ideia a ser por si e em si, tornando-se unidade perfeita de suas diferenças,
sua absoluta verdade. Com o surgimento do espírito através da natureza abre-se
a história da humanidade e a história humana é o processo que medeia entre isto
e a realização do espírito consciente de si. A filosofia hegeliana centra sua
atenção sobre esse processo e as contribuições mais expressivas de Hegel
ocorrem precisamente nesta esfera, do espírito. Melhor dizendo, para Hegel, à
existência na consciência, no espírito chama-se saber, conceito
pensante. O espírito é também isto: trazer à existência, isto é, à consciência.
Como consciência em geral tenho eu um objeto; uma vez que eu existo e ele está
na minha frente. Enquanto o Eu é o objeto de pensar, é o espírito
precisamente isto: produzir-se, sair fora de si, saber o que ele é. Nisto
consiste a grande diferença: o homem sabe o que ele é. Em primeiro lugar,
ele é real. Sem isto, a razão, a liberdade não são nada. O homem é
essencialmente razão. O homem, a criança, o culto e o inculto, é razão. A
possibilidade existe em cada um, é dada a cada um.
A
razão não ajuda em nada a criança, o inculto. É somente uma possibilidade,
embora não seja uma possibilidade vazia, mas possibilidade real e que se move
em si. Assim, por exemplo, dizemos que o homem é racional, e distinguimos muito
bem o homem que nasceu somente e aquele cuja razão educada está diante de nós.
Isto pode ser expresso também assim: o que é em si, tem que se converter em
objeto para o homem, chegar à consciência; assim chega para ele e para si
mesmo. A história para Hegel, é o desenvolvimento do Espírito no tempo, assim
como a Natureza é o desenvolvimento da ideia no espaço. Deste modo o homem se
duplica. Uma vez, ele é razão, é pensar, mas em si: outra, ele pensa, converte
este ser, seu em si, em objeto do pensar. Assim o próprio pensar é objeto, logo
objeto de si mesmo, então o homem é por si. A racionalidade produz o racional,
o pensar produz os pensamentos. O que o ser em si é se manifesta no ser por si.
Todo conhecer, todo aprender, toda visão, toda ciência, inclusive toda
atividade verdadeiramente humana, não possui nenhum outro interesse além do
aquilo que é em si, no interior, podendo manifestar-se desde si
mesmo, produzir-se, transformar-se. Nesta diferença se descobre toda a
diferença na história do mundo.
Os
homens são todos racionais. O formal desta racionalidade é que o homem seja
livre. Esta é a sua natureza. Isto pertence à essência do homem: a liberdade. O
europeu sabe de si, afirma Hegel, é objeto de si mesmo. A determinação que ele
conhece é a liberdade. Ele se conhece a si mesmo como livre. O homem considera
a liberdade como sua substância. Se os homens falam mal de conhecer é porque
não sabem o que fazem. Conhecer-se, converter-se a si mesmo no objeto (do
conhecer próprio) e o fazem relativamente poucos. Mas o homem é livre somente
se sabe que o é. Pode-se também em geral falar mal do saber, como se quiser.
Mas somente este saber libera o homem. O conhecer-se é no espírito a
existência. Portanto isto é o segundo, esta é a única diferença da existência (Existenz),
quer dizer, a diferença do separável. O Eu é livre em si, mas também por si
mesmo é livre e eu sou livre somente enquanto existo como livre. A terceira
determinação, concretamente, é que o que existe em si, e o que existe por si
são somente uma e mesma coisa. Isto quer dizer precisamente evolução. O em si
que já não fosse em si seria outra coisa. Por conseguinte, haveria ali uma
variação, mudança. Na mudança existe algo que chega a ser outra coisa. Na
evolução, em essência, podemos também sem dúvida falar da mudança, mas esta deve ser tal que o outro, o que resulta, é ainda idêntico ao primeiro,
de maneira que o simples, o ser em si não seja negado.
Para
Friedrich Hegel a evolução não somente faz aparecer o interior originário,
exterioriza o concreto contido já no em si, e este concreto chega a ser por si
através dela, impulsiona-se a si mesmo a este ser por si. O espírito abstrato
assim adquire o poder concreto da realização. O concreto é em si diferente, mas
logo só em si, pela aptidão, pela potência, pela possibilidade. O diferente
está posto ainda em unidade, ainda não como diferente. É em si distinto e,
contudo, simples. É em si mesmo contraditório. Posto que é através desta
contradição impulsionado da aptidão, deste este interior à qualidade, à
diversidade; logo cancela a unidade e com isto faz justiça às diferenças.
Também a unidade das diferenças ainda não postas como diferentes é impulsionada
para a dissolução de si mesma. O distinto (ou diferente) vem assim a ser
atualmente, na existência. Porém do mesmo modo que se faz justiça à unidade,
pois o diferente que é posto como tal é anulado novamente. Tem que regressar à
unidade; porque a unidade do diferente consiste em que o diferente seja um. E
somente por este movimento é a unidade verdadeiramente concreta. É algo
concreto, algo distinto. Entretanto contido na unidade, no em si primitivo. O
gérmen se desenvolve assim, não muda. Se o gérmen fosse mudado desgastado,
triturado, não poderia evoluir. Na alma, enquanto determinada como indivíduo,
as diferenças estão enquanto mudanças que se dão no indivíduo, que é o sujeito
uno que nelas persiste enquanto momentos do seu desenvolvimento.
O
ponto alto da montanha de Kiruna (Kirunavaara) está a 234 metros acima do
vizinho lago de Luossajärvi e a 736 metros acima do nível do mar. No seu
interior está um dos maiores jazigos de ferro do Mundo, explorado através da
mina de Kiruna pela empresa sueca Luossavaara-Kiirunavaara Aktiebolag (LKAB)
uma empresa estatal sueca de extração e processamento de minério de ferro, com
instalações em Kiruna, Malmberget e Svappavaara, e com sede em Luleå. Foi
fundada em 1890 e tornada estatal em 1976 é a maior empresa da Suécia, sendo
responsável por 85% da extração de minério de ferro na União Europeia, e uma
das líderes mundiais na produção de minério de ferro. Explora as minas de
Kiruna, Malmberget e Svappavaara, assim como fabrica pelotas e finos, dois granulados
distintos de ferro concentrado. Todos os portos no mar da Noruega e os do
Barents a Nordeste de Murmansk estão livres de gelo no Inverno. O golfo de
Bótnia congela habitualmente na estação mais fria. Com uma densidade
populacional de 3 a 4 habitantes por km², a Lapônia é escassamente povoada. O
povo indígena, os lapões (sami), são de pequena estatura, braquicéfalos
e falam um idioma fino-úgrico reconhecido como língua lapã. Na Lapônia os
lapões são uma minoria, totalizando, de acordo com o Parlamento Lapônio da
Suécia, 70 mil pessoas, algumas das quais ainda nômades.
Antropologicamente
a humanidade sempre atravessa estágios em que: a) opressão da individualidade é
o ponto de passagem obrigatório de seu livre desabrochar superior, em que a
pura exterioridade das condições de vida se torna a escola da interioridade, b)
em que a violência simbolicamente da modelagem produz uma acumulação de
energia, destinada, em seguida, a gerar toda a especificidade pessoal. Do alto
desse ideal abstrato é que, c) a individualidade plenamente desenvolvida, tais
períodos parecerão, é claro, grosseiros e indignos. Mas, para dizer a verdade,
além de semear os germes positivos do progresso humano vindouro, já é em si uma
manifestação do espírito exercendo uma dominação organizadora sobre a
matéria-prima das impressões flutuantes, uma aplicação das personalidades
especificamente humanas, procurando-as fixar suas normas de vida - do modo mais
brutal, exterior ou, mesmo, estúpido que seja -, em vez de recebê-las das
simples forças da natureza físicamente externa ao homem. A horda, uma estrutura socialmente e militarmente histórica encontrada na estepe eurasiática “não protege mais a moça e rompe
suas relações com ela, porque nenhuma contrapartida foi obtida por sua
pessoa”.
As
montanhas arqueologicamente sempre fizeram parte da história humana por se tratarem de obstáculos
a serem transpostos em viagens, explorações ou migrações. Até à Idade Média, os
homens evitavam os cumes aos quais levantavam rumores e lendas, e em 1387 os
magistrados de Lucerna fecharam o monge Niklaus Bruder (1417-1487) e cinco
outros religiosos que haviam tentado subir o Monte Pilatus da região. Em 1492,
Antoine de Ville escalou o Monte Aiguille, na França, apesar das inúmeras
superstições existentes a respeito de seu cume. Em 1744 ocorre a chegada ao
cume, chamada pelos montanhistas de “conquista”, do Monte Titlis, nos Alpes
berneses; em 1770, a do Monte Buet, no Maciço do Giffre, Alpes Ocidentais, e em
1779 o Monte Vélan, nos Alpes Peninos, é conquistado. O alpinismo moderno,
porém, nasceu em 8 de agosto de 1786, quando dois franceses, o médico Michel
Paccard e o cristaleiro Jacques Balmat, motivados por um prêmio oferecido por
Horace-Bénédict de Saussure (1740-1799), “o fundador do alpinismo”, venceram os
4 810 metros do Monte Branco, na fronteira entre França e Itália. As cotações
são notas que definem o grau de dificuldade de cada desafio. Os maiores para
alpinismo são as escaladas das montanhas com mais de 8 000 metros de altitude,
todas no Himalaia, e das montanhas mais altas dos Alpes, Pirenéus, Andes e
Montanhas Rochosas, e as extensas “paredes verticais”, como Torres
Trango e Eiger. Há outros desafios importantes, por exemplo, as três grandes
vertentes Norte dos Alpes.
O
montanhismo não deve ser assim confundido com o alpinismo que exige boa
condição física, um equipamento de montanha apropriado, uma técnica de
progressão que lhe é própria, e necessita a presença de um guia para escolher o
trajeto e assegurar a cordada. O alpinismo toma uma dimensão importante socialmente
com os grandes nomes do alpinismo inglês como Edward Whymper (1840-1911),
Albert Frederick Mummery (1855-1895), Frederick Gardiner (1850-1919), naquilo
que ficou reconhecido como a “idade de ouro do alpinismo”, na passagem do
século XIX para XX quando se verifica uma corrida à conquista de montanhas
inexploradas. As mais altas perspectivas deveriam abrir-se ao alpinismo depois
da conquista do Monte Branco pelo naturalista Horace Bénédict de Saussure
(1740-1789) e os seus companheiros em 1786-1787. Assim, em 1868, os ingleses
conquistaram os principais picos do Cáucaso. Na cordilheira dos Andes, o
Chimborazo (6267 metros) foi vencido em 1880, e o Aconcágua (6959 metros) em
1897. Em 1889 foi conquistado o Kilimanjaro (5895 metros), na África, e o Monte
McKinley (6194 metros), no Alasca, em 1913. O Monte Everest, ponto culminante
do planeta, com 8848 metros de altitude, foi finalmente conquistado pelo
neozelandês Edmund Hillary (1919-2018) e pelo xerpa, Sardar Tenzing Norgay
(1914-1986), em 1953, representado pelo que habita a região montanhosa do
Himalaia, especialmente a região no Nepal, pelas suas qualidades nativas e o
trabalho de guias e carregadores de montanha.
A
partir de 1900, o alpinismo começa a desenvolver-se como técnica de desporto de
competição, tendo começado como a escalada chamada ainda de artificial. Wilhelm
Welzenbach (1899-1934) é o primeiro a atacar-se às cascatas de gelo usando
crampons especiais, uma peça formada por um conjunto de picos (pontas)
destinados a serem presos à sola da bota do alpinista ou do escalador para
permitir a sua progressão, é que ele estabelece uma escala de dificuldades no
plano abstrato das vias de ascensão artificiais. Em 1925, escalada a face Norte
do Dent d`Hérens, seguido pelo Fiescherhorn e o Weisshorn entre 1930 e 1933. A
ascensão da face Norte do Cervin em 1931 inaugura a série dos últimos grandes
desafios. Em 1938 Anderl Heckmair e Ludwig Vörg conquistam com Fritz Kasparek
(1910-1954) e Heinrich Harrer (1912-2006) a face Norte do Eiger. Em 1978, a
União Internacional das Associações de Alpinismo junta cinco graus na escala
das dificuldades, a “cotação de montanha”, criadas por Wilhelm
Welzenbach em 1947. Entre 1950 e 1964, “os 8000” do Himalaia foram todos
conquistados devido a verdadeiras expedições. A que foi conduzida pelo suíço
Albert Eggler foi a segunda a atingir o cume do monte Everest, logo depois da
expedição de Edmund Hillary (1919-2008) e Tenzing Norgay a 29 de maio de 1953,
e a primeira ascensão do Lhotse em 1956. É a quarta montanha mais alta, possuindo interessante ligação com o monte Everest pela coluna Sul. Dada
a proximidade com o Everest, tem um baixo valor de proeminência topográfica
(610 metros) e de isolamento (2, 42 km).
Até
outubro de 2003 haviam subido ao topo do Lhotse, a quarta montanha mais alta do
mundo, 243 alpinistas, sendo que 11 de forma letalmente. Em 1960, os alpinistas
realizaram sob direção de Max Eiselin a primeira expedição do Dhaulagiri.
Depois do tirolês Reinhold Messner e o polaco Jerzy Kukuczka (1948-1989), o
suíço Erhard Loretan (1959-2011) conquista por sua vez os 14 cumes com mais de
8000 metros de altitude. O flanco ocidental do Lhotse é conhecido como a face
de Lhotse. Todos os alpinistas que vão pela coluna Sul do Everest devem escalar
esta parede de 1125 metros constituída de gelo glacial. Esta face levanta-se em
declives de 40 e 50 graus com protuberâncias ocasionais de 80 graus. Os
primeiros alpinistas a atingirem o seu cume foram os suíços chefiados por Albert
Eggler em 18 de maio de 1956. O primeiro português a atingir o seu cume foi
João Garcia, em 21 de maio de 2005, sem recurso a oxigénio artificial. A sua
equipa também integrava o alpinista português Hélder Santos, que devido a
intoxicação alimentar foi forçado a descer previamente. Em 1978, a União
Internacional das Associações de Alpinismo juntou cinco graus na escala
normalizada das dificuldades técnicas criadas por Wilhelm Welzenbach em 1947, e
que historicamente na origem de escala numérica só contava seis. A temporada de
escalada ao monte Everest já registrou ao menos onze mortes em 2019. A elevada
letalidade verificada nesta temporada não está relacionada apenas às condições
extremas, típicas para uma montanha com mais de 8 mil metros. A combinação do
excesso de alpinistas com o despreparo, de boa parte deles, pode dar
pistas para tamanha catástrofe de ordem humana sobre desastres naturais.
Os
indivíduos vivem em relações sociais de cooperação, mas também de oposição,
portanto, os conflitos são parte mesma da constituição da sociedade. É neste
sentido que formam momentos de crise, um intervalo entre dois momentos de
harmonia, vistos numa função positiva de superação das divergências. Fundamenta
uma episteme em torno da ideia de movimento, da relação, da pluralidade,
da inexorabilidade do conhecimento, de seu caráter construtivista, cuja
dimensão social central realça o fugidio, o fragmento e o imprevisto. Por isso,
seu panteísmo estético, ancorado sob inúmeras formas paradoxais de
interpretação real, como episteme, no qual se entende que cada ponto, cada
fragmento superficial e, portanto, fugaz é passível de significado estético
absoluto, de compreender o sentido totalmente, e ipso facto, os traços
significativos, do fragmento à totalidade. O significado sociológico do
“conflito” social, em princípio, nunca foi contestado. Conflito é admitido por
causar ou modificar grupos de interesse, unificações, organizações. Os fatores
de sociais de dissociação entre pessoas e grupos, relativamente como o ódio, a inveja, a necessidade, o desejo, são as causas tanto sociais quanto psíquicas da
condenação, que irrompe em função deles. Conflito é destinado a resolver
dualismos divergentes, a maneira de obter um tipo de unidade social, que seja
através da aniquilação de uma das partes em litígio.
A
Suécia é uma monarquia constitucional parlamentarista, em que o chefe de Estado
é um monarca, com poderes e funções meramente oficiais e cerimoniais. O atual
rei é Carlos XVI Gustav da Suécia desde 1973. Foi o único filho homem do
príncipe Gustavo Adolfo, Duque da Bótnia Ocidental, e sua esposa, a princesa
Sibila de Saxe-Coburgo-Gota. Seu pai morreu quando ele tinha menos de um ano de
idade, fazendo de Carlos Gustavo o herdeiro e depois sucessor de seu avô, o rei
Gustavo VI Adolfo. Sua herdeira aparente é a princesa Vitória, Princesa
Herdeira da Suécia, a sua primeira filha com a sua esposa, a rainha consorte
Sílvia Sommerlath. Vitória ascendeu a princesa herdeira, passando à frente de
seu irmão Carlos Filipe, Duque da Varmlândia, em 1º de janeiro de 1980, depois
de aprovada uma nova lei estabelecendo a primogenitura absoluta. A herdeira
sueca atual é a princesa Vitória, Princesa Herdeira da Suécia, a primogênita do
rei, é a primeira na linha de sucessão ao trono sueco. A governação do país é
efetuada pelo governo, liderado pelo primeiro-ministro, e respondendo
politicamente perante o parlamento. O atual primeiro-ministro é Kjell Stefan
Löfven do Partido Social-Democrata, desde 3 de outubro de 2014. O Governo
Löfven é uma coligação do Partido Social-Democrata com o Partido Verde. Entre o
começo de 2012 e o fim de 2014, ele foi o representante político líder da oposição e líder do seu
partido. Após as eleições gerais de 2014, ele foi nomeado primeiro-ministro, extraordinariamente liderando um governo de coalizão minoritária com o Partido Verde.
Foi
confirmado para um segundo mandato em 18 de janeiro de 2019 após longas
negociações depois da inconclusiva eleição de 2018, com o impasse resultante
resolvido devido à abstenção dos membros do Partido do Centro, do Partido de
Esquerda e dos Liberais. Stefan Löfven nasceu em Estocolmo, mas foi adotado por
uma família de trabalhadores humildes em Sollefteå. Aos 13 anos, funda a
associação local da Juventude Social-Democrata Sueca (SSU). Depois de
ter feito um curso de dois anos do Ensino Médio, Löfven estudou Serviço Social
na Universidade de Umeå, tendo abandonado os estudos depois de um ano e meio.
Em seguida fez um curso prático de soldadura de 48 semanas em Kramfors. Depois
de ter trabalhado nos correios e numa serração, Löfven esteve empregado como soldador
numa empresa de fabrico de material de guerra em Örnsköldsvik entre 1979 e 1995.
Foi ativo no poderoso Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos (IF
Metall), um dos maiores sindicatos do país, e importante organização do
movimento operário social-democrata na Suécia, tendo sido presidente no período
2006-2012, eleito líder dos Social-Democratas, numa conferência interna da
direção do partido. Em outubro de 2014, tomou posse como Primeiro-Ministro do
Governo Löfven.
Os
Sociais-Democratas, saíram vitoriosos nas eleições gerais de 2014 na Suécia,
conquistando 31% dos votos. Löfven anunciou que pretendia formar uma coligação
governamental com o Partido Verde, e ter uma colaboração pontual com outros
partidos, tendo indicado à esquerda o Partido da Esquerda, e à direita o
Partido do Centro e o Partido Liberal. Igualmente, tencionava manter alguns
amplos acordos parlamentares, incluindo os conservadores Partido Moderado e
Partido Democrata-Cristão. Apesar de o Governo Löfven ter sido aprovado pelo
Parlamento, a proposta de Orçamento do Estado foi vencida pela proposta da
oposição pela aliança política de centro-direita e viabilizada pelo Partido dos
Democratas Suecos de extrema-direita, tendo Stefan Löfven convocado novas eleições
para março do ano seguinte. O país tem pouco mais de 10 milhões de habitantes. Trata-se
de uma história baseada em fatos reais, apresentando um ótimo enredo. A trama
gira em torno do caos que uma catástrofe pode causar numa cidade e em seus
habitantes. O drama familiar faz parte, mas, o background é o desastre.
O filme cumpre o objetivo e retrata bem o que pode acontecer numa situação
análoga e realmente. A Mina de Kiruna (em Kirunagruvan) é uma
mina de ferro, localizada na proximidade da cidade de Kiruna, na província da Lapônia, no Norte da Suécia.
É
a maior mina subterrânea de minério de ferro do Mundo, situada a 145 km ao Norte
do Círculo Polar Ártico, na montanha de Kiirunavaara, imediatamente a Sudoeste
da cidade de Kiruna. O filão de minério tem 4 km de comprimento e 85 metros de
largura, e está colocado numa posição íngreme, até pelo menos 2000 metros de
profundidade. Tem um teor muito rico em ferro – magnetita e hematita – assim
como em algum fósforo. O Círculo Polar Ártico passa através do Oceano Ártico, a
península escandinava, Norte da Ásia, América do Norte e da Groenlândia. As
terras sobre o Círculo Polar Ártico estão divididas entre os oito países:
Noruega, Suécia, Finlândia, Rússia, Estados Unidos da América, Canadá, Dinamarca (Groenlândia) e Islândia. Astronomicamente
denominam-se com base em pesquisas, círculos polares as linhas definidas pelos
pontos de interseção entre a superfície da esfera planetária (em questão a
terrestre) e uma reta imaginária que passe pelo centro do planeta de forma a
posicionar-se sempre perpendicular ao plano eclíptico, provida no mínimo uma
rotação completa do planeta ou um dia sideral. Por simetria justapõem-se a dois dos paralelos geográficos do planeta. Ao paralelo selecionado no hemisfério Norte dá-se o nome de Círculo Polar Ártico, e
ao paralelo no hemisfério Sul dá-se o nome de Círculo
Polar Antártico.
Nas
regiões entre os dois círculos polares verifica-se sempre um nascer e um ocaso
da estrela central (o Sol no caso da Terra) a cada dia. Sobre cada um
dos círculos polares, em uma data do ano não se verifica o nascer, e em outra
não se verifica o poente da estrela, havendo, pois, um dia sem iluminação e
outro sem umbra ao longo do ano. Para regiões entre cada um dos círculos
polares e seu respectivo polo, quanto mais junta ao polo, maior o número de
dias consecutivos sob iluminação contínua (sem ocaso) e maior o número de dias
sob umbra contínua (sem o amanhecer), verificando-se o extremo para tais
períodos justamente nos polos. O Círculo Polar Ártico terrestre corresponde ao
paralelo da latitude 66º 33’ 44” (ou 66,5622°) Norte. Define uma linha
imaginária no planeta, mas dialeticamente ao Norte da qual há pelo menos um
dia de noite absoluta (24 horas de escuridão) no inverno e pelo menos um dia de
luz absoluta (24 horas de Sol) no verão boreal (Sol da meia-noite) por ano. Aí
há um dia por ano no qual o Sol não aparece, ficando, porém, na fímbria do
horizonte. Daí para o Norte, ocorrem gradativamente mais dias sem que o sol
apareça, até que no Polo Norte, durante seis meses, o Sol não aparece.
As
áreas localizadas na proximidade deste paralelo e a Sul da latitude 70° N são
de clima subártico ou subártico oceânico, passando praticamente o quase ano
todo com temperaturas abaixo do ponto de congelamento. Nestas latitudes, a
amplitude térmica anual é geralmente superior aos 30 °C, variando de vários graus
abaixo de zero durante o inverno boreal, a até poucos graus acima de
zero no verão boreal. Tanto que durante o inverno o Mar Glacial Ártico
costuma congelar, formando “uma calota de gelo durante a longa noite fria, que
na latitude 90º N pode durar até seis meses”. As principais áreas pelas quais
passa o Círculo Polar Ártico são o estado norte-americano do Alasca, o Norte do
Canadá, o Sul da Groenlândia, o extremo Norte da Islândia (ilha de Grímsey), o Norte
da Escandinávia e o Norte da Rússia. Os Círculos Polares movem-se,
estimando-se em cerca de 15 metros no decorrer do ano no sentido da
redução. A área a Norte do Círculo Polar Ártico é escassamente habitada. As
maiores cidades são Murmansk (Rússia, população de 325 100), Norilsk (Rússia,
população de 135 000), Tromsø (Noruega, população de 62 000) e Rovaniemi
(Finlândia, população de 59 000).
O
isolamento de seus territórios asiáticos foi o motivo pelo qual São Petersburgo
(então sede do governo) se assustou quando, no verão de 1890, soube dos planos
da China de construir uma ferrovia rumo à periferia do Extremo Oriente russo. A
China, com a ajuda de engenheiros ingleses, começou a criar a estrutura de sua
ferrovia de Pequim ao Norte, à Manchúria e à cidade de Hunchun, localizada na
junção de três países: China, Rússia e Coreia, a apenas 100 km de Vladivostok.
Na época, a China tinha uma população estimada em 400 milhões de habitantes, e
as regiões russas que fazem fronteira com o país contavam com uma população de
menos de dois milhões. Foi então que, em agosto de 1890, o ministro do Exterior
do Império Russo, Nikolai Girs, declarou que a construção da Ferrovia
Transiberiana era “de suma importância”. Ele foi um dos arquitetos da Aliança
Franco-Russa, que mais tarde foi transformada na Triple Entente. Ele promoveu
uma imagem da Rússia como um parceiro pacífico para lidar com situações diplomáticas
complexas e perigosas, mas a maior parte do crédito público foi para o czar.
Alexander. O cenário geopolítico acabou se sobrepondo aos receios financeiros,
e Aleksandr III (1845-1894) instruiu o príncipe herdeiro, Nikolai, a
supervisionar a construção em Vladivostok e do “Grande Caminho Siberiano”, como a Ferrovia Transiberiana, era
então chamada, começou em 31 de maio de 1891.
Até
1890, a porção europeia da Rússia dispunha de uma rede ferroviária que se
estendia quase 30.000 km, fruto de uma parceria público-privada. Enquanto isso,
a leste dos montes Urais, que separam a Europa da Ásia, não havia um quilômetro
sequer de vias férreas, embora o tzar Aleksandr III houvesse dado aval para sua
construção. Em 1886, o imperador lamentou que o governo ainda não tivesse feito
nada praticamente “para atender às necessidades dessa região rica, porém
fronteiriça”. A ideia de um projeto ferroviário de Moscou até o Oceano Pacífico
parecia utópica. Se a construção de 650 quilômetros da ferrovia São
Petersburgo-Moscou (aberta em 1851) tinha custado 67 milhões de rublos – quando
o governo tinha um orçamento anual de 200 milhões de rublos –, para ligar
Moscou a Vladivostok custaria, pelo menos, cinco vezes mais: 330 milhões de
rublos. Além disso, sabemos que a Guerra da Crimeia (1853-1856) havia
drenado muitos recursos econômicos, e os cofres públicos estavam quase vazios.
Outro fator que assustava o governo era o fato de que a Transiberiana deveria
ser construída através de regiões quase despovoada da Sibéria, atravessando
centenas de rios, tanto pequena como grandes. Os burocratas responderam a
Aleksandr 3º que as obras eram inviáveis. Ninguém imaginava que dentro de
poucos anos chegaria uma notícia para compensar o medo dos custos econômicos
exorbitantes: em julho de 1890, soube-se que a poderosa política da China havia
iniciado a construção de uma ferrovia à periferia do Extremo Oriente russo.
A
ferrovia Transiberiana é uma das mais antigas estradas de ferro do mundo. O
principal trecho da ferrovia com extensão de 7500 km, que vai da cidade de
Tcheliábinsk a Vladivostok, foi construído entre 1891 e 1916. O transporte
direto de passageiros entre Moscou e Vladivostok só teve início após a
conclusão da construção da ponte sobre o rio Amur, junto à cidade de
Khabárovsk, no ano de 1916. Antes disso, para percorrer o mesmo trajeto, eram
utilizados trechos da estrada de ferro Chinesa-Oriental e a viagem em um único
sentido prolongava-se por 16 dias. A construção de uma ferrovia de tais
dimensões foi realmente um evento importantíssimo para o Império Russo. Prova
disso é o fato de que o príncipe Nikolái Aleksándrovitch, por incumbência do
tzar Aleksandr III, esteve presente na missa celebrada para o lançamento das
bases da ferrovia. A ideia de uma ferrovia na região foi concebida no século XIX,
como alternativa para desbravar e desenvolver economicamente as longas
distâncias daquele território de dimensões continentais com mais de 17 milhões
de km², considerado o maior país do mundo. Para se ter uma ideia de
planejamento econômico que o governo russo tinha para ver aquelas linhas
férreas em funcionamento, a cada ano eram acrescentados mil km de trilhos, cujo
auge das obras otimizadas no período de 1895 a 1896 contou com a capacidade da
força de trabalho em torno de 84 mil trabalhadores (cf. Marks, 1991; Chapman,
2001).
Outros
lapões vivem permanentemente em aldeias dispersas pela costa e fiordes, vales
ou lagos onde a pesca é possível. A maior parte dos lapões vive a maior parte
do ano na Noruega (40 000). Segundo a cultura originária do Norte da Europa, a
Lapônia é a terra onde habita Joulupukki (Papai Noel) e todo o séquito
de duendes. Segundo a mesma cultura, o Pai Natal sai da Lapónia na noite de 24
de dezembro, véspera de Natal, com o seu trenó puxado por renas com presentes
que os distribui a todas as crianças do mundo que se comportaram bem durante o
ano. O solo da Lapônia, com cerca de 2,5 mil milhões de anos, era constituído
basicamente por granito. Foi coberta com inúmeras camadas de gelo durante a
última era glacial. O período mais gelado foi há cerca de 20 mil anos e o gelo
começou a derreter há 10 mil anos. Cerca de mil anos mais tarde a Lapónia
passou a ter neve apenas durante os meses de Inverno. Os primeiros a habitarem
a Lapónia fizeram-no há oito mil anos. Os “lapões” chegaram há quatro mil anos
e com uma economia baseada na caça. Assim continuaram até ao século XVI quando
se iniciou o pastoreio de renas. Época que o Cristianismo chegou à
Lapônia. A agricultura teve o início no século XIX, e até ao início
do século XX não havia estradas nela. O transporte era feito por renas
no inverno e por barcos ou a cavalo no verão.
A
Lapônia é reconhecida turisticamente pelo Sol da meia noite no Verão e
pela Aurora boreal no Inverno, pela tradição de aí residir o Papai Noel
e as suas renas, pelos fiordes na costa ocidental, pela pesca do bacalhau e do
salmão, e pelas montanhas e florestas a perder de vista. A vegetação é
basicamente formada por coníferas na Zona Sul. A fauna principal compreende
alces, renas, águias, falcões, ursos, lobos, peixes diversos. A Aurora
Boreal é o fenômeno naturalmente mais magnífico da Lapônia. São partículas
oriundas do Sol, que geram o chamado “vento solar”, que ao carregarem os elétrons
dos átomos de oxigênio e azoto da atmosfera geram efeitos coloridos. Para uma
melhor observação, o céu deve estar limpo, sem nuvens, e será mais visível em
noites de Lua Nova, a meio do inverno. Outro fenômeno natural é o Sol da Meia
Noite. Devido à inclinação do eixo da Terra em relação ao eixo do Sol, a Lapônia,
a norte do Círculo Polar Ártico passa até três meses no Inverno sem que haja
claridade e até três meses durante o Verão sem que haja noite. As cores no céu
transformam-se rapidamente. É de uma beleza fascinante e encantadora. Existe
uma tradição popular que acredita que o norte da Finlândia, em Rovaniemi,
é o abrigo oficial do Papai Noel por estar inserido exatamente no Círculo Polar
Ártico, o que faz a região ser uma das maiores atrações turísticas do mundo na
época das festas natalinas. A coloração das folhas das árvores no outono da Lapônia
varia entre o vermelho, o amarelo, o laranja e o violeta. Esta coloração tem
início no fim de agosto e até meados de setembro, quando então algumas
árvores chegam a ter folhas em tons de marrom (castanho). É em função extraordinária
do tamanho da noite e não pela temperatura do final do Verão que as cores se
definem.
Os
quatro grandes mamíferos predadores da Lapônia são o urso, o lobo, o lince e o glutão. As lebres são muito comuns e podem
ser vistas nas proximidades das casas. Martas e lontras são encontradas
próximas às margens dos rios e com uma população estável, enquanto a dos
esquilos varia de acordo com o número de sementes das coníferas, e as raposas
vermelhas multiplicaram-se muito rapidamente e tornaram-se uma grande
preocupação para as suas presas, enquanto comparativamente as raposas do Ártico
estão ameaçadas de extinção. Outros grandes mamíferos são as renas e alces,
habitualmente encontrados próximos dos rios. Existem castores, veados,
ratos-almiscarados e as martas, fugitivas das fazendas de criação. Há uma
grande quantidade de lemingues, pequenos roedores da família dos Murídeos que
se abrigam sob a neve durante o inverno. Entre os mamíferos marinhos, as focas
e as baleias são as mais facilmente encontradas. Nesta região são
característicos o salmão, o bacalhau e a truta, mas muitos outros são os peixes
encontrados. Mais de cinco espécies de pescada, lúcio, perca e outros. No rio
Tana, na Finlândia, são pescados anualmente de 100 a 150 toneladas de salmão,
com os maiores exemplares chegando a pesar 30 kg quando atingem os cinco ou
seis anos de idade. O fiorde Porsanger transforma-se, na Primavera, num “santuário”,
na falta de melhor expressão, com 350 mil unidades de aves migratórias, sendo
que algumas estão de passagem, para se alimentarem e descansar, para depois
seguir em direção ao Ártico, outras para a Groenlândia, outras ficam por ali
nidificando, é um espetáculo diário a observação dos pássaros, neste fiorde
localizado no extremo norte da Noruega. No Verão, entre junho e agosto, a
temperatura é corre agradavelmente e os dias são lindos.
O
solo da Lapônia, com cerca de 2,5 mil milhões de anos, era constituído
basicamente por granito. Foi coberta com inúmeras camadas de gelo durante a
última Era glacial. O período mais gelado foi há cerca de 20 mil anos e o gelo
começou a derreter há 10 mil anos. Cerca de mil anos mais tarde a Lapónia
passou a ter neve apenas durante os meses de Inverno. Os primeiros a habitarem
a Lapônia fizeram-no há oito mil anos. Os “lapões” chegaram há quatro mil anos
e com uma economia baseada na caça. Assim continuaram até ao século XVI quando
se iniciou o pastoreio de renas. Foi nesta época que o Cristianismo chegou à
Lapônia. A agricultura teve o seu início apenas no século XIX, e até ao início
do século XX não havia estradas nesta região. O transporte era feito por renas
no inverno e por barcos ou a cavalo no verão. O solo da Lapônia, com cerca de
2,5 mil milhões de anos de idade, e constituído basicamente de granito, foi
coberto com inúmeras camadas de gelo durante a última Era glacial. O período
mais gelado há cerca de 20 mil anos e o gelo começou a derreter há 10 mil anos.
Cerca de mil anos mais tarde a Lapônia passou a ter neve apenas durante os
meses de inverno. Os primeiros a habitarem a Lapônia fizeram-no há oito mil
anos. Os lapões chegaram há quatro mil anos e com uma economia baseada na caça.
Assim continuaram até ao século XVI quando se iniciou o pastoreio de
renas. Foi nesta época que o Cristianismo chegou à Lapônia. A agricultura teve
o seu início apenas no século XIX, e até ao início do século XX não havia
estradas nesta região. O transporte era feito por renas no inverno e por barcos
ou a cavalo no verão.
Bibliografia
Geral Consultada.
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