sexta-feira, 12 de julho de 2024

À Espera de Um Milagre – Cinema & Sensibilidade da Degradação.

                                                   Mas o tempo, o tempo caleja a sensibilidade”. Joaquim Maria Machado de Assis

Em primeiro lugar, a acepção empregada, com o significado de “milagre” ou “miraculo”, do latim miraculum, do verbo mirare, “maravilhar-se” é um acontecimento dito extraordinário que, na interpretação filosófica, ou sociológica dos sentidos, e conhecimentos até então disponíveis, não possuindo explicação científica ainda reconhecida, dá-se de forma a sugerir “uma violação das leis naturais que regem os fenômenos ordinários”. Entretanto, os milagres são considerados o “resultado do poder de Deus na vida apenas das pessoas que têm fé”. Eles são realizados por meio de orações e intercessores que são apontados pela Igreja Católica como santos.   Para parte dos teístas, sua realização é atribuída à omnipotência divina, sendo considerado como um ato de intervenção direta de Deus no curso normal dos acontecimentos. Geralmente os milagres têm, segundo esses, propósitos definidos, sendo o mais comum o de beneficiar, por mérito moral e ou de fé, adeptos de determinada crença em detrimento dos não adeptos, que permanecem sujeitos às leis regulares. Para a ciência física ou astronomia, não há milagres até o momento corroborados sensivelmente; e a natureza rege-se, com base no que se tem ciência, por leis naturais inexoráveis. Para a ciência, caso afronte a realidade, a crença exacerbada em milagres pode implicar riscos de morte ou mesmo fatalidades que, à luz dos fatos sociais, far-se-iam plenamente desnecessários.

Em segundo lugar, este aspecto “litúrgico do milagre” também pode referir-se ao teatro religioso onde encenavam-se histórias públicas atreladas às vidas dos anjos. Foram populares na Idade Média, e chegaram a fazer parte “oficial dos ritos da Igreja Católica”. Em tal acepção, o milagre ainda se mostra importante sobretudo na literatura. À Espera de um Milagre (The Green Mile, 1999) representa um filme norte-americano comum dentre os gêneros drama, policial e fantasia, dirigido e roteirizado por Frank Darabont, com base no livro homônimo de Stephen King, lançado em 1996. O filme é narrado com a técnica em flashback, tendo como significado a interrupção de uma sequência cronológica narrativa pela interpolação de ouros eventos sociais da memória ocorridos anteriormente. É, portanto, uma forma de anacronia, ou seja, melhor dizendo, uma mudança de plano temporal. É estrelado por Tom Hanks como Paul Edgecomb e Michael Clarke Duncan como John Coffey, narrando a história de Paul e de sua vida como agente penitenciário do corredor da morte durante a Grande Depressão, também reconhecida como Crise de 1929, a maior crise financeira da história dos Estados Unidos, que teve início em 1929 e na década de 1930, terminando apenas com a 2ª guerra mundial (1939-1945) e os eventos sobrenaturais por ele presenciados.

 O flashback é um recurso técnico-metodológico de gêneros cinematográficos, sendo frequente nos filmes policiais e nos clássicos do filme Noir Norte-americano.  Em 1999, numa casa de repouso em Louisiana, Paul Edgecomb começa a chorar enquanto assiste ao filme Top Hat, da década de 1930. Sua companheira Elaine, fica preocupada, e Paul lhe diz que o filme lhe lembrou os eventos extraordinários de 1935, que ocorreram na chamada Grande Depressão, quando ele disciplinarmente respondia como chefe de guarda da prisão, encarregado do corredor da morte. Naquele ano, Paul supervisiona os oficiais Brutus Howell, Dean Stanton, Harry Terwilliger e Percy Wetmore, na Penitenciária de Cold Mountain. Paul, que está sofrendo de uma infecção da bexiga, recebe “o mais novo prisioneiro, John Coffey, um homem negro fisicamente forte, mas mentalmente bondoso e gentil, que está sob sua custódia”. Coffey, que é um homem de grandes proporções, foi condenado à morte pelo assassinato de duas jovens garotas brancas. Um dos outros presos é um nativo norte-americano chamado Arlen Bitterbuck, que foi acusado de assassinato; é o primeiro a ser executado. Enquanto isso, Percy demonstra ser per se “um grande sádico”. Ele é abusivo com um preso chamado Eduard Delacroix (Del), lhe quebrando os dedos com seu bastão, pisando em um rato de estimação chamado Sr. Jingles, que Del adotou, e repetidamente o ofendendo com “insinuações homossexuais”, além de sabotar sua própria execução, deliberadamente não absorvendo a esponja para conduzir eletricidade à cabeça de Del. John demonstra poderes sobrenaturais. Ele cura a infecção de Paul, ressuscita o Sr. Jingles e cura Melinda Moores, a mulher casada com o diretor que sofria de um tumor no cérebro.


 Filmado por Thomas Edison (1847-1931), o inventor da lâmpada, The Kiss, por exemplo, demonstrava a cena final do musical The Widow Jones, encenada pelos mesmos atores da Broadway. May Irwin foi atriz e cantora canadense. Apareceu em 1896 no primeiro beijo filmado com John C. Rice por uma máquina de Thomas Edison no filme citado, dirigido por William Heise (1847-1910) para o Edson`s Black Maria Studios em West Orange, New Jersey de propriedade do inventor norte-americano. O filme possui 47 minutos de duração com a reencenação do beijo entre May Irwin e John Rice (1896), inspirado na cena final da peça musical The Widow Jones (1895-1896). O fonógrafo, um aparelho para registar e reproduzir o som, foi uma de suas principais invenções. O cinematógrafo, mais que isso representa a primeira câmera cinematográfica bem-sucedida no mercado global, com o equipamento disponível para demonstrar os filmes que realizava. O famoso Edison também aperfeiçoou o telefone, inventado por Antonio Meucci (1808-1889), em um aparelho que funcionava melhor. Fez de forma idêntica com a máquina de escrever. Trabalhou em projetos variados, como alimentos empacotados a vácuo, um aparelho de raios X e um sistema de construções de concreto. Entre suas principais contribuições encontra-se a lâmpada elétrica incandescente, e a criação do fonógrafo, do cinescópio, do ditafone e o microfone de grânulos de carvão para o telefone.

O caráter social é, pois, de natureza humana e o caráter geral de todo o movimento; assim, como é a própria sociedade que produz o homem enquanto homem, assim também ela é produzida por ele. A atividade e o gozo também são sociais, tanto em seu modo de existência, como em seu conteúdo; atividade social e gozo social. A essência humana da natureza não existe senão para o homem social, pois apenas assim existe para ele como vínculo com o homem, como modo de existência para o outro e modo de existência do outro para ele, como elemento vital da efetividade humana; só assim existe como fundamento de seu próprio modo de existência humano. Só então se converte para ele seu modo de existência natural em seu modo de existência humano, e a natureza torna-se para ele o homem. A sociedade é, pois, a plena unidade essencial do homem com a natureza, a verdadeira ressureição da natureza, o naturalismo acabado do homem e o humanismo acabado a natureza. A atividade e o gozo social não existem de modo algum unicamente na forma de uma atividade imediatamente coletiva e de um gozo imediatamente coletivo, ainda que a atividade coletiva e o gozo social coletivo. A atividade e o gozo da saúde que se exteriorizam e confirmam imediatamente na sociedade afetiva em sua relação com outros, encontrar-se-ão onde quer que aquela expressão imediata da sociabilidade esteja na essência adequada à própria natureza. Para nós sociólogos o que menos importa não é a maneira como tal pensador individualmente concebe tal instituição, mas a concepção concreta que dela tem o grupo social; somente essa concepção é socialmente eficaz.                                           

Ela não pode ser reconhecida por simples observação interior, uma vez que não está inteira dentro de nenhum de nós, é preciso, pois, encontrar alguns sinais exteriores que a tornem sensível. Além dos mais, ela não surgiu do nada; ela própria é um efeito de causas externas que é preciso conhecer, para poder apreciar seu papel no futuro. Seja como for, é sempre ao mesmo método de análise que é necessário voltar. Outra proposição não foi menos vivamente discutida que a precedente: a que apresenta os fenômenos sociais como exteriores aos indivíduos. Mas, como a sociedade não é composta senão de indivíduos, o pretenso senso comum julga que a vida não pode ter outro substrato que a consciência individual; sem isso, ela parece “no ar” e no vazio. Entretanto, o que se julga tão facilmente inadmissível quando se trata de fatos sociais é normalmente admitido nos outros reinos da natureza. A vida não poderia se decompor desta forma; ela é una e, em consequência, só pode ter por sede a substância viva em sua totalidade. Se, ocorre como nos concedem, essa síntese sui generis que constitui toda sociedade produzir fenômenos novos, diferentes dos que se passam nas consciências solitárias, cumpre admitir que esses fatos residem na sociedade mesma que os produz, e não em suas partes, isto é, em seus membros. Eles são exteriores no processo de formação das consciências individuais.

Chamamos profissão aquela especificação, especialização e combinação dos serviços de uma pessoa que, para esta, constituem o fundamento de uma possibilidade contínua de abastecimento ou aquisição. Sua divisão na esfera do trabalho pode, segundo Max Weber (2012): 1. Ocorrer em virtude de atribuição heterônoma de serviços e, ao mesmo tempo, de meios de subsistência dentro de uma associação reguladora da economia (divisão dependente das profissões) ou em virtude de orientação autônoma pela situação de mercado para a realização de serviços profissionais (divisão livre das profissões). 2. Basear-se em especificação ou espacialização dos serviços. 3. Significar utilização econômica que pode ser autocéfala ou heterocéfala dos serviços profissionais por parte de quem os executa ou presta. Entre as profissões típicas e as formas típicas das oportunidades de obter rendimentos existem conexões das situações “estamentais” e “de classe”. 1. Divisão dependente das profissões: de forma litúrgica ou Oikos, através de recrutamento coativo das pessoas designadas para determinada profissão, dentro de uma associação principesca, estatal, senhorial ou comunal. Divisão livre das profissões: em virtude de oferta bem-sucedida de serviços profissionais ou solicitação bem-sucedida de “vagas”, no mercado de trabalho. 2. Especificação de serviços, a divisão nos ofícios da Idade Média; especificação de serviços e das profissões nas empresas racionais.

A desigualdade social reproduzida através da classe social está relacionada ao poder aquisitivo, ao acesso à renda, à posição social, ao nível de escolaridade e ao padrão de vida existente na sociedade entre as frações da classe dominante que controlam direta ou indiretamente o Estado, através de efeitos de poder político, na educação e trabalho, reproduzindo inexoravelmente uma estrutura social fortemente implantada e difundida pelos métodos de trabalho e de produção no âmbito das esferas sociais e de poder dominante. A divisão da sociedade em classes é consequência dos diferentes papéis que os grupos sociais têm no processo de produção, ocupado por cada classe que depende o nível de fortuna e de rendimento, o gênero de vida e numerosas características culturais das diferentes classes. Classe social define-se como conjunto de agentes sociais nas mesmas condições no processo de produção e que têm afinidades eletivas políticas e ideológicas. E esse problema não estava relacionado ao trabalho manual no processo de cooperação e às classes trabalhadoras. Basta pensarmos na referência ao capitão Hawdon, ou Nemo, de “A Casa Abandonada”, de Charles Dickens.

O personagem representa um ex-oficial do Exército que vivia fazendo trabalho temporário como jurista. Mas no caso de Marx, lembra Jones (2017: 357), não se tratava de pobreza no sentido comum da palavra. Em 1862, a bem intencionada sugestão de Lassale de que uma das filhas de Marx trabalhasse para ganhar dinheiro com a condessa Von Hatzfeldt, sua companheira, foi recebida como um indizível desrespeito ao status social deles e provocou um dos mais repulsivos insultos de Marx. – “Imagine só! Esse sujeito, sabendo do caso americano etc. [a perda dos rendimentos do Tribune], e, portanto, da situação de crise em que me encontro, teve a insolência de perguntar se eu cederia uma das minhas filhas à la Hatzfeldt como “dama de companhia”. Uma das justificativas para o comportamento deles era de que isso seria determinado para garantir o “futuro das filhas”. Em julho de 1865, admitiu o filósofo materialista Karl Marx: - “É verdade que minha casa está acima de meus meios, e que temos, além disso, vivido melhor este ano do que foi o caso antes. Mas “é o único jeito de as meninas se estabelecerem socialmente, com vistas a assegurar o seu futuro”. Mas para o que nos interessa, o termo sobrenatural registrado entre 1520-1530, em geral designa o contrário de natural; o que não admite ou é suposto não admitir a explicação per se científica.

Designa aquilo que, em princípio, é ou ocorre fora da ordem natural, à parte das leis naturais que regem os fenômenos ordinários; aquilo que é superior à natureza. Na filosofia, na cultura popular e na ficção cinematográfica, o termo é associado com a ideia de paranormalidade, mas também de religiões e ocultismo. É propriedade imanente, por exemplo, das deidades. Em geral, explicações sobrenaturais pressupõem a existência de algum tipo de realidade além da física, como o mundo espiritual, Deus, uma dimensão mental não detectável pela matéria. Seria, então, nesta instância superior, que estaria a causa do fenômeno sobrenatural, que não poderia ser detectada por meios físicos, visto estar “acima” da natureza humana, transcendendo-a. Em meio religioso, o sobrenatural, geralmente, personifica-se na forma dos então denominados milagres ou na assumida existência de entidades e forças declaradamente não reconhecidas pela ciência. Sendo a morte um fator marcante na história de todo ser vivo, muito difundida é, também, a ideia de existência de um universo transcendente, onde a essência deste ser continuaria a existir mesmo após a morte física do mesmo. A posição científica stricto sensu é a de que não há indício algum, devidamente qualificado, que leve à conclusão  de uma realidade sobrenatural subjacente ao universo natural em que vivemos.

Mais tarde, ele libera sua aflição em Percy, que sob sua influência, atira contra um outro prisioneiro, o assassino em massa, William “Wild Bill” Wharton. Wharton era realmente um encrenqueiro, desde sua chegada. Ele agrediu os guardas quando lhe escoltaram para o quarteirão, fez travessuras em duas ocasiões, que mais tarde levaram Paul a mandá-lo para cela acolchoada do bloco, tateou Percy, fez uma observação racista na presença de John e revelou psiquicamente a John que “foi ele quem havia estuprado e matado as duas meninas brancas”. John foi preso injustamente, pelo crime de Wharton, já que ele havia estado no local sem sucesso tentando ressuscitar as duas crianças com seus poderes. John revela a história psiquicamente para Paul, que também recebe um pouco de sua energia sobrenatural. Enquanto isso, Percy é mandado para um manicômio, depois, em estado vegetativo. Paul discute com John a possibilidade de uma improvável fuga a longo prazo, pois em termos de crença, ele não quer executar “um homem que ele percebe ser um milagre de Deus”. Embora esteja perturbado com a fato de ser executado injustamente, John diz a Paul que ele já passou por experiências psíquicas suficientes, e que está cansado da crueldade do mundo. Após revelar que nunca havia visto um filme, John assiste a Top Hat, como uma forma de último pedido. 

John é executado naquela noite. Ele pede que “o capuz habitual não seja colocado em sua cabeça, pois ele tem medo do escuro”. Paul conclui a narrativa de sua história social dizendo a Elaine que aquela foi a última execução, supervisionada por ele e Brutus. Após a execução de John, ambos tiveram empregos proporcionados no âmbito do sistema juvenil. Elaine percebe que, desde que ele teve um filho adulto em 1935, Paul deve ser muito mais velho do que parece. Paul revela que ele tem, na verdade, 108 anos de idade. Ele tinha 44 anos quando conheceu John Coffey. Não só ele ainda está vivo, como é flagrante a cena do rato de Del, o Sr. Jingles, também está. Paul continua explicando que embora John nunca tenha pretendido que isso acontecesse, a cura de Paul lhe deu uma vida extraordinária, fazendo com que ele sobrevivesse mais que sua família e amigos, o que ele acredita ser, por assim dizer, “um castigo de Deus por ter executado John”. Mais tarde, Paul comparece ao funeral de Elaine e se pergunta, se o poder de John fez um rato, de vida curta, viver por seis décadas, quanto tempo ele próprio ainda terá na Terra.

O diretor Darabont adaptou o romance de Stephen King em um roteiro em menos de oito semanas. O filme foi rodado, como se diz, nos estúdios da Warner Bros em Hollywood, Califórnia, e em Shelbyville, Tennessee, e Blowing Rock, na Carolina do Norte. Tom Hanks e Frank Darabont realmente se conheceram em um almoço durante a cerimônia do Óscar em 1994. O famoso escritor Stephen King afirmou que imaginou Tom Hanks no papel e ficou feliz quando Darabont cogitou seu nome. Hanks originalmente deveria interpretar o idoso Paul Edgecomb também, mas os testes de maquiagem não “o fizeram parecer digno de ser um homem idoso”. Por conta deste detalhe, Dabbs Greer foi contratado para fazer o velho Edgecomb. Duncan foi uma importante sugestão para o elenco graças a Bruce Willis, com quem ele havia trabalhado no filme Armageddon um ano antes. De acordo com Duncan, Willis apresentou-o a Darabont depois de “ouvir falar dos testes para o papel de John Coffey”. Antes da indicação de Duncan, jogador de basquete Shaquille O`Neal foi considerado para o papel de John Coffey. Morse não tinha ouvido falar sobre o roteiro até que ele foi oferecido o papel; ele afirmou que chegou a chorar após ler todo o script cinematográfico. Darabont queria James Cromwell desde o início do projeto; Cromwell aceitou participar do elenco após ler o roteiro do filme.

Seu papel social não se limita simplesmente a erigir em preceitos imperativo os resultados mais gerais dos contratos particulares, ela intervém de maneira ativa e positiva na formação de todas as regras. Em primeiro lugar, ela é o árbitro designado para resolver os interesses em conflito e atribuir a cada um os limites que convêm. Ela é a primeira interessada em que a ordem e a paz reinem; se conceitualmente a noção de anomia representa um mal, segundo a sociologia normativa de Émile Durkheim (2010), é antes de mais nada porque a sociedade sofre desse mal, não podendo dispensar, para viver, a coesão e a própria regularidade. Uma regulamentação moral e jurídica exprime, pois, essencialmente, necessidades sociais que só a sociedade pode conhecer cotidianamente. Isto quer dizer que ela repousa num estado de opinião, e toda opinião é coisa e forma de representação coletiva, produto de uma elaboração assim entendida. Nem a sociedade política em seu conjunto, nem propriamente o Estado, podem, incumbir-se dessa função; a vida econômica, por ser muito especial e por se especializar cada dia mais, escapa à sua competência e à sua ação produtiva. A atividade técnico-metodológica de uma profissão só pode ser regulamentada eficazmente por um grupo próximo o bastante no interior da profissão para reconhecer seu funcionamento, para todas as suas necessidades possíveis e assim, poder seguir todas as variações destas. 

 O único grupo que corresponde a essas condições é o que seria formado por todos os agentes de uma mesma indústria reunidos e organizados num mesmo corpo. É o que chamamos do ponto de vista técnico-metodológico de corporação ou grupo profissional. Na ordem econômica, o grupo profissional existe tanto quanto a moral profissional. Desde que, na história não sem razão, vem se suprimindo as antigas corporações, não se fizeram mais que tentativas fragmentárias e incompletas para reconstituí-las em novas bases políticas. Sem dúvida, os indivíduos que se consagram a um mesmo ofício estão em relações mútuas por causa de suas ocupações similares. A própria concorrência entre eles os põe em relação. Mas essas relações nada têm de regular; elas dependem do acaso dos encontros e, na maioria das vezes, têm um caráter totalmente individual. É este industrial que se acha em contato com aquele, não é o corpo industrial de determinada especialidade que se reúne para agir em comum. Excepcionalmente, vemos todos os membros de uma mesma profissão reunirem-se em congresso para tratar de alguma questão de interesse geral; mas esses congressos estabelecidos em sua historicidade do dia a dia têm sempre duração limitada, não sobrevivem às circunstâncias particulares que os suscitam e, depois, em contato a vida de que foram se extingue mais ou menos completamente com eles.

Os únicos agrupamentos dotados de certa permanência são os que se chama sindicatos, seja de patrões, seja sindicatos de operários. Por certo, temos aí um começo pragmático de organização profissional, mas ainda bastante informe e rudimentar. Isso porque, em primeiro lugar, um sindicato é uma associação privada, sem autoridade legal estatal, desprovida, por conseguinte, de qualquer poder regulamentador. O número deles é limitado, mesmo no interesse de uma categoria industrial; e, como cada um é independente dos outros, se não se constituem em federação e se unificam, não há nada que exprima a unidade profissional em seu conjunto diante das atividades laborais. A questão decisiva para que uma moral e um direito profissionais possam se estabelecer nas diferentes profissões econômicas, é necessário, pois, que a corporação, em vez de permanecer um agregado confuso e sem unidade, se torne, ou antes, volte a ser, um grupo definido, organizado, numa palavra, uma instituição pública. Mas todo projeto desse gênero vem se chocar contra certo número de preconceitos que se cumpre prevenir ou dissipar. Em primeiro lugar, toda corporação tem contra si seu passado histórico.

De fato, ela é tida como intimamente solidária de nosso antigo regime político e, por conseguinte, como incapaz de sobreviver a ele. Parece que reclamar para a indústria e para o comércio uma organização corporativa é querer seguir ao revés o curso da história; ora, tais regressões são justamente tidas como impossíveis, anormais. O argumento caberia se se propusesse ressuscitar a velha corporação. O que permite considerar as corporações uma organização temporária, e uma civilização determinada, é, ao mesmo tempo, suas relíquias e como se desenvolveram no âmbito da história. Mas se nem toda organização corporativa é necessariamente um anacronismo histórico, melhor dizendo, temos base para crer que ela seria chamada a desempenhar, em nossas sociedades contemporâneas, o papel considerável que lhes atribuímos, guardadas as proporções de tempo e espaço. Porque, se a julgamos indispensável, é por causa não da economia que poderia prestar, mas da influência moral que poderia ter. Mas porque a individualidade, portanto, como individualidade atuante, deveria representar-se como viva; ou, como individualidade socialmente pensante, captar o mundo vivo como um sistema de pensamento; então teria de encontrar-se no pensamento mesmo, para aquela expansão do agir, um conteúdo do que é bom, e para essa expansão do agir, um conteúdo do que é bom, e para essa expansão do pensamento, um conteúdo do que é verdadeiro. 

Com isso não haveria, absolutamente nenhum outro ingrediente, naquilo que é para a consciência, a não ser o conceito que é a essência. Porém, aqui o conceito enquanto abstração, separando-se da multiplicidade variada das coisas, não tem conteúdo nenhum em si mesmo, exceto um conteúdo que lhe é dado. A consciência, quando pensa o conteúdo, o destrói como um ser alheio; mas o conceito é conceito determinado e justamente essa determinidade é o alheio que o conceito possui nele.  Esta unidade do existente, o que existe, e do que é em si é o essencial da evolução. É um conceito especulativo, esta unidade do diferente, do gérmen e do desenvolvido são duas e, no entanto, uma. É um conceito da razão. Outras determinações são inteligíveis, mas o entendimento abstrato não pode conceber isto apenas desta forma. O entendimento fica nas diferenças, só pode compreender abstrações, não o concreto, nem o conceito. Resumindo, teremos uma única vida a qual em sua aparência está vezes oculta. Mas depois entra na existência e separadamente, na multiplicidade das determinações, e que com graus distintos, são necessárias. E juntas de novo, constituem um sistema. Essa representação é uma imagem da história da filosofia. O primeiro momento era o em si da realização, e em si do gérmen etc. O segundo é a existência, aquilo que resulta. Assim, o terceiro é a identidade de ambos, mais precisamente agora o fruto da evolução, o resultado de todo este movimento. E a isto Friedrich Hegel chama “o ser por si”. É o “por si” do homem, do espírito mesmo. Somente o espírito chega a ser verdadeiro por si, idêntico consigo. O que o espírito produz, seu objeto de pensamento, é ele mesmo. Ele é um desembocar em seu outro. O desenvolvimento do espírito é um desprendimento, um desdobrar-se, e por isso, ao mesmo tempo, um desafogo. No que toca mais precisamente a um dos lados da educação, e, à disciplina, não se há de permitir ao adolescente abandonar-se a seu próprio bel-prazer; ele deve obedecer para aprender a mandar.

A obediência é o começo de toda a sabedoria; pois, por ela, a vontade que ainda não conhece o verdadeiro, o objetivo, e não faz deles o seu fim, pelo que ainda não é verdadeiramente autônoma e livre, mas, antes, uma vontade despreparada, faz que em si vigore a vontade racional que lhe vem de fora, e que pouco a pouco esta se torne a sua vontade. O capricho deve ser quebrado pela disciplina; por ela deve ser aniquilado esse gérmen do mal. No começo, a passagem de sua vida ideal à sociedade civil pode parecer ao jovem como uma dolorosa passagem à vida de filisteu. Até então preocupado apenas com objetos universais, e trabalhando só para si mesmo, o jovem que se torna homem deve, ao entrar na vida prática, ser ativo para os outros e ocupar-se com singularidades, pois concretamente se se deve agir, tem-se de avançar em direção ao singular. Nessa conservadora produção e desenvolvimento do mundo consiste no trabalho do homem. Podemos, pois, de um lado dizer que o homem só produz o que já existe. É necessário que um progresso individual seja efetuado. Mas o progredir no mundo só ocorrer nas massas, e só se faz notar em uma grande soma de coisas formalmente produzidas. Ipso facto, conforme entendemos, a consciência moral não pode renunciar à felicidade.

O tempo é igualmente contínuo como o espaço, pois ele representa a negatividade abstratamente referindo-se a si e nesta abstração ainda não há nenhuma diferença real. No tempo, diz-se, tudo surge e perece, se se abstrai de tudo, a saber, do recheio do tempo e igualmente do recheio do espaço, fica de resto o tempo vazio como o espaço vazio – isto é, são então postas e representadas estas abstrações de exterioridade, como se elas fossem por si. O real é limitado, e o outro para esta negação está fora dele, a determinidade é assim nele exterior a si, e daí por extensão a contradição de seu ser; a abstração opera nessa exterioridade de sua contradição e a inquietação da mesma é o próprio tempo. Por isso o finito é transitório e temporário, porque ele não é, como o conceito nele mesmo, a negatividade total, mas tem esta temporalidade em si, como sua essência universal, entretanto – diferentemente da mesma essência – é unilateral, e se relaciona à mesma como à sua potência. Só o natural, na vida, na realidade concreta é, portanto, enquanto é finito, sujeito ao tempo; o verdadeiro, a ideia, o espírito, é eterna.

A intemporalidade absoluta é diferente da própria duração; é a eternidade que é sem o tempo natural. Mas o próprio tempo é, em seu conceito, eterno; pois ele, não quer qualquer tempo, nem o agora, mas o tempo-enquanto-tempo, é seu conceito; este tempo, porém, como cada conceito em geral, é o eterno, e também é presente absoluto. O que não está no tempo é o sem-processo; o péssimo e o mais perfeito não estão no tempo, dura. O péssimo, da pior qualidade, porque ele é uma universalidade abstrata, assim espaço, assim tempo mesmo; sua duração não é vantagem. O duradouro é mais altamente cotado do que o transitório; mas toda florescência, toda bela vitalidade tem morte cedo. Mas também o mais perfeito dura, não só o universal sem-vida, inorgânico, mas também o outro universal, o concreto em si, o gênero, a lei, a ideia, o espírito. Representa o processo total ou apenas um momento do processo que entra no tempo enquanto os momentos do conceito têm a aparência da relativamente da independência; mas as diferenças excluídas portam-se como reconciliadas e retomadas à paz. A noção de desenvolvimento passa a ser central depois dessa concepção e, para o bem ou para o mal de nossa existência até os dias de hoje.

Mesmo a ideia de progresso, que implicava o depois poder ser explicado em função do antes, encalhou, de certo modo nos recifes do século XX, ao sair das esperanças ou das ilusões que acompanharam a travessia do mar aberto pelo século XIX. Esse questionamento refere-se a várias ocorrências distintas entre si que não atestam um progresso moral da humanidade, e sim, uma dúvida sobre a história como portadora de sentido, dúvida renovada, essencialmente no que se refere ao seu método, objeto e fundamentalmente nas grandes dificuldades não só em fazer do tempo um princípio de inteligibilidade, como ainda em inserir aí um princípio de identidade. A história: isto é, uma série de acontecimentos reconhecidos como acontecimentos por muitos, acontecimentos que podemos pensar que importarão aos olhos dos historiadores de amanhã e, ao qual cada um de nós, por mais consciente que seja de nada representar nesse caso pode vincular circunstâncias ou imagens particulares, como se fosse a cada dia menos verdadeiro que os homens, que fazem a história senão, quem mais faria senão homens, não sabem que a fazem. Hegel dizia que a verdade é ou representa o todo.

Que se não enxergamos o todo, podemos atribuir valores exagerados a verdades limitadas, prejudicando a compreensão de uma verdade geral. Essa visão é sempre provisória, nunca alcança uma etapa definitiva e acabada, caso contrário a dialética estaria negando a si própria. O método dialético nos incita a revermos o passado, à luz do que está acontecendo no presente, ele questiona o presente em nome do futuro, o que está sendo em nome do que “ainda não é”. Para Hegel, o trabalho é o conceito chave para compreensão da superação da dialética, atribuindo o verbo suspender com três significados: negação de uma determinada realidade, conservação de algo essencial dessa realidade e elevação a um nível superior. A filosofia descreve a realidade e a dialética busca, não interpretar, mas refletir acerca da realidade. A dialética é a história das contradições sociais. O reprimido permanece dentro da totalidade. Esta contradição não é do pensamento, mas da realidade. Tudo está em processo de constante devir.

Esse padrão é nosso velho conhecido, visto que é algo do qual a filosofia durante séculos de elaboração utilizou para conhecer. E isto fica claro da seguinte maneira; se o saber é igual ao conceito e a essência corresponde o objeto, logo o conceito precisa corresponder ao objeto e vice-versa, basta para nós, portanto, verificar em nosso exame – diz Hegel – se o objeto corresponde ao conceito. Por isso, é necessário manter os dois momentos do exame; o conceito, quer dizer, ser para outro e o objeto consequentemente ser em si mesmo. Com isso verificamos que não é necessário um “padrão de medida”, um instrumento que capte o raio, mas de outro modo, é necessário investigar a partir do que é dado, embora, aquilo que é dado fique no limite da própria consciência. Dessa forma, a consciência é consciência do objeto e por identificar este objeto de pensamento como um elemento extrínseco torna-se “consciência de si mesmo”. Para a experiência a consciência do que é verdadeiro é consciência do “seu saber da verdade”, que estabelece a comparação na relação entre tempo e espaço é a representação da própria consciência.

Friedrich Hegel, admite Marx, não enxerga o trabalho em toda a sua contraditória materialidade e por isso metafisicamente o idealiza e o vê de maneira unilateralmente positiva, minimizando a força da sua negatividade, a sua contraditoriedade: a essência humana, o ser humano, equivale para Hegel à consciência de si, em vez de reconhecer na consciência de si a consciência de si própria do homem, quer dizer, “de um homem real, que vive num mundo real, objetivo, e é condicionado por ele”. Por isso, Hegel, na interpretação de Marx da Introdução de 1857, caiu na ilusão de conceber o real como resultado do pensamento, que se encontra em si mesmo, se aprofunda em si mesmo e se movimenta por si mesmo, enquanto o método que consiste em elevar-se do abstrato ao concreto é para o pensamento precisamente a maneira de se apropriar do concreto, de reproduzi-lo como concreto espiritual. Portanto, ao assumir o conceito hegeliano de dialética, Marx foi levado a modificá-lo, mas a perspectiva de Marx implicava não só uma reavaliação do papel extraordinário do trabalho material na autocriação da sociedade e na autotransformação do própria do ser humano, como também exigia uma reavaliação dos trabalhadores e de sua concepção orgânica como força material de trabalho capaz de dar prosseguimento à autotransformação histórica da humanidade na modernidade.  

A definição histórica do sábado e do domingo como dias de descanso semanal remunerado é uma conquista relativamente recente dos trabalhadores. Foi resultado da luta operária surgida na Inglaterra depois da Revolução Industrial, no início do século XIX. Na Antiguidade, os romanos e os adeptos de religiões pagãs dedicavam o sábado ao deus Saturno, que regia a agricultura. Esse dia era reservado para o descanso, numa forma de agradecimento ao deus por uma boa colheita. Em outras religiões, como no judaísmo, o sábado também já era consagrado como um dia de repouso semanal. Já o domingo ganhou esse “status” um pouco mais tarde. Só na era cristã é que passou a ser considerado sagrado, “porque Jesus ressuscitou dos mortos neste dia”. Por conta disso, os cristãos consagraram o domingo ao Senhor e, para que os fiéis pudessem ir tranquilamente aos cultos, era natural que fosse reservado um dia sem trabalho. Porque pode fazer história e revolucionar a estrutura dessa sociedade, em sua transitoriedade assimilando assim as conquistas mais profundas da história da filosofia. Utilizando o conhecimento para superar/conservar a situação particular de classe que lhes é imposta. Em sua dialética materialista, a filosofia, “não pode se realizar sem a superação do proletariado; e o proletariado não pode se superar sem a realização da filosofia”. 

O modo de pensar dialético atento à infinitude do real e a irredutibilidade do real ao saber distingue os planos de análise e de realidade de quem opera sociologicamente. Implica uma interpretação da consciência no sentido dela se abrir para o reconhecimento do novo, inédito, no âmbito das “mediações complexas” e das contradições sociais que irrompem no campo visual do sujeito e lhe revelam a existência de problemas que não estava enxergando. Hegel é o primeiro a ter visibilidade na Filosofia colocando a questão tópica da consciência e da autoconsciência vis-à-vis à consciência comum. É neste sentido conspícuo que a jornada de trabalho põe em evidência a interrupção do trabalho, fora das crenças religiosas, para que o homem possa gozar e reconstituir-se. O que vemos antes de mais nada no grupo profissional é um poder moral capaz de conter os egoísmos individuais, de manter no coração dos trabalhadores um sentimento mais vivo de sua solidariedade comum, de impedir que a lei do mais forte se aplique de maneira tão brutal nas relações industriais e comerciais. É preciso evitar estender a todo o regime corporativo o que pode ter sido válido para certas corporações e durante um curto lapso de tempo de seu desenvolvimento. Longe de ser atingido por uma sorte de enfermidade moral devida à sua própria constituição, foi sobretudo um papel moral que ele representou na maior parte da sua história do ponto de vista social e econômico.

A atividade determinada da profissão só pode ser regulamentada de forma eficaz por um grupo social próximo o bastante dessa mesma profissão para conhecer bem o seu funcionamento para sentir todas as suas necessidades e poder seguir todas as variações destas. O único grupo que corresponde a essas condições é o que seria formado por todos os agentes de uma mesma indústria, posteriormente cultural, reunidos e organizados num mesmo corpo. Sociologicamente, segundo Durkheim (2010) é o que se chama de corporação ou principalmente grupo de trabalhador profissional. Na ordem econômica, o grupo profissional existe tanto quanto a renitente moral profissional como meio extensivo e intensivo permanente. Desde que, não sem razão, o século XIX suprimiu as antigas corporações, não se fizeram mais que fragmentárias e incompletas para reconstitui-las em novas bases sociológicas. Os únicos agrupamentos de permanência são os que se chama sindicatos, em sua bidimensionalidade de patrões, de operários. Temos aí um começo de organização profissional, mas ainda bastante informe e rudimentar. Isso porque, em primeiro lugar, um sindicato é uma associação privada, sem autoridade legal, desprovida, por conseguinte, de qualquer poder regulamentador.

Não só os sindicatos de patrões e os sindicatos de empregados são distintos uns dos outros, o que é legítimo e necessário, como não há entre eles contatos sociais regulares. Basta notar que não existe organização comum que os aproxime sem fazê-los perder sua individualidade e na qual possam elaborar em comum uma regulamentação que, estabelecendo suas relações mútuas, imponha-se com a mesma autoridade; por conseguinte, é sempre a lei do mais forte que resolve os conflitos, e a formação do estado de guerra subsiste por inteiro. Eles podem, historicamente, como fazem os povos por intermédio de seus governos, firmar entre si contratos, mas esses contratos exprimem apenas o respectivo estado das forças sociais e econômicas em presença, do mesmo modo que os tratados que dois grupos beligerantes firmam exprimem tão-somente o respectivo estado in fieri de suas respectivas forças corporativas progressivas militares. Eles consagram um estado de fato ainda que incipiente e não poderiam fazer deste um estado de direito. A corporação, quando bem pensada, raramente estruturada, fora de interesses de permanecer um agregado confuso e sem unidade, se torne, ou antes, volte a ser, um grupo definido, organizado, numa palavra, uma instituição pública.

A trilha sonora oficial do filme, Music from the Motion Picture The Green Mile, foi lançada editorialmente em 19 de dezembro de 1999 pela Warner Bros Records. Ela contém 37 faixas, com destaque principalmente para as trilhas instrumentais da trilha sonora de Thomas Newman. O album também contém quatro faixas cantadas: “Cheek to Cheek”, de Fred Astaire (1899-1987), “I Can`t Give You Anything but Love, Baby”, de Billie Holiday (1915-1959), “Did You Ever See a Dream Walking?”, De Gene Austin (1900-1972), e “Charmaine” de Guy Lombardo and His Royal Canadians. Gaetano Alberto Guy Lombardo (1902-1977), representou um líder de banda, violinista e piloto de hidroavião canadense e norte-americano cujo estilo único de “Sweet jazz” se tornou popular entre o público consumidor por quase cinco décadas. Lombardo formou o Royal Canadians em 1924 com seus irmãos Carmen, Lebert e Victor, e músicos de sua cidade natal. Eles se autodenominavam criadores de “a música mais doce deste lado do céu”. Acredita-se que os Lombardos venderam entre 100 e 300 milhões de discos durante suas vidas, muitos apresentando o vocalista da banda de 1940 em diante, Kenny Gardner. 

Jazz é uma manifestação artístico-musical originária de comunidades de Nova Orleães, nos Estados Unidos da América. Tal manifestação teria surgido por volta do final do século XIX na região urbana de Nova Orleães, tendo origem na cultura popular e na criatividade das comunidades negras existentes, um de seus espaços de desenvolvimento mais importantes. O jazz se desenvolveu com a mistura de várias tradições religiosas, em particular a afro-americana. Esta nova forma de se fazer música incorporava blue notes, chamada e resposta, forma sincopada, polirritmia, improvisação e notas com swing do ragtime. Os instrumentos musicais básicos para o Jazz são aqueles usados em bandas marciais e bandas de dança: metais, palhetas e baterias. No entanto, o jazz, em suas várias formas, aceita praticamente todo tipo de instrumento. Contudo, as origens da palavra “jazz” são incertas. A palavra tem suas raízes na gíria norte-americana e várias derivações têm sugerido tal fato. O jazz não foi aplicado como música até por volta de 1915. Earl Hines, nascido em 1903 e logo se tornou celebrado músico de jazz, dizia que estava “tocando o piano antes mesmo da palavra jazz ser inventada”.

Desde o começo do seu desenvolvimento, no início do século XX, o jazz produziu uma grande variedade de subgêneros, como o dixieland da década de 1910, o Swing das Big bands das décadas 1930 e 1940, o bebop de meados da década de 1940, o jazz latino das décadas de 1950 e 1960 e o estilo fusion das décadas de 1970 e 1980. Devido à sua divulgação mundial, o jazz se adaptou a muitos estilos musicais locais, obtendo, assim, uma grande variedade melódica, harmônica e rítmica. Como o termo “jazz” tem, desde longa data, sido usado para uma grande variedade de estilos, uma definição abrangente que incluísse todas as variações é difícil de ser encontrada. Enquanto alguns entusiastas de certos tipos de jazz têm colocado definições menos amplas, que excluem outros tipos, que também são habitualmente descritas como “jazz”, os próprios jazzistas são muitas vezes relutantes quanto a definição da música que são executadas. Duke Ellington dizia, “é tudo música”. Alguns críticos tem dito que a música de Ellington “não era de fato jazz”, como a sua própria definição, segundo esses críticos, “o jazz não pode ser orquestrado”. Posteriormente, a orquestra de Lombardo gravou duas vezes para Brunswick. A primeira sessão ocorreu em Cleveland no final de 1926, mas a gravação foi rejeitada. A segunda gravação foi aceita pelo selo Vocalionno no início de 1927. O conjunto de Lombardo deixou a área de Cleveland em 1927 e foi para Chicago, onde foi apresentado no Granada Café e foi transmitido na estação de rádio WBBM tem como representação uma estação de rádio AM comercial totalmente noticiosa licenciada para servir Chicago, Illinois.  

Propriedade da Audacy, Inc., seus estúdios estão localizados em Two Prudential Plaza no Chicago Loop, enquanto o transmissor da estação - diplexado com a estação irmã WSCR - reside no subúrbio próximo de Bloomingdale. É uma estação Classe A que transmite em frequência AM de canal livre, alimentada com 35.000 watts durante o dia e 42.000 watts à noite, usando uma antena não direcional. Seu sinal diurno fornece cobertura de pelo menos grau B para a maior parte dos dois terços do norte de Illinois no extremo Sul de Springfield, bem como para grandes porções de Wisconsin, Iowa, Michigan e Indiana. Sua cobertura de nível urbano chega ao extremo Norte até Milwaukee. À noite, o WBBM licenciada em 1924, pode ser ouvido em grande parte da América do Norte sob condições favoráveis, mas é mais forte no Centro-Oeste. Além de uma transmissão analógica padrão, o WBBM transmite por HD Radio usando o padrão in-band on-channel, é transmitido simultaneamente por WCFS-FM (105.9), e está disponível online via Audacy. Logo depois disso, surgiram vários contratos de gravação lucrativas. Entre 1927 e 1931, a orquestra de Lombardo fez quarenta e cinco gravações em 78 para o Selo Columbia. Estas foram seguidas por quarenta exceções adicionais após seu retorno ao Selo Brunswick em 1932, que durou até 1934, quando ele juntou forças com a Decca (1934–35). No final de 1935, surgiu oportunidade na Victor Records e Lombardo aparece até meados de 1938. Posteriormente, ele retornou à Decca até 1957.

As vendas comerciais totais das gravações de Lombardo ultrapassaram 300 milhões de cópias no início dos anos 1970 e apoiaram sua recepção. como líder da banda de dança mais popular de sua época. Entre 1941 e 1948, uma irmã de Lombardo, Rose Marie, a mais nova de todos os sete irmãos Lombardo, também se juntou à banda como sua primeira vocalista feminina.  Em 1929, a orquestra de Lombardo iniciou uma série notável de apresentações no Roosevelt Grill do Roosevelt Hotel que durou por mais de três décadas. Ele também foi apresentado em Los Angeles durante a década de 1930 e tornou-se cidadão naturalizado dos Estados Unidos da América em 1938. Ele continuou a fazer turnês pelas principais cidades do Canadá e dos Estados Unidos da América depois de deixar o Roosevelt Hotel em 1962. No entanto, apesar do seu sucesso como artista musical, alguns críticos do jazz descreveram o estilo “doce” de big band de Lombardo como “chato e mainstream”. O lendário trompetista de jazz Louis Armstrong (1901-1971) discordou e muitas vezes falou a banda de Lombardo como sua orquestra favorita. Na verdade, a banda de Lombardo desfrutou de um apelo notável e amplo que ultrapassou as fronteiras raciais. Enquanto se apresenta no famoso Savoy Ballroom no Harlem, sua banda foi distribuída em um novo disco público em 1930. Após a morte de Guy Lombardo (1902-1977), seus irmãos sobreviventes, Victor (1911-1924) e Lebert Lombardo (1905-1993), assumiram o controle dos Royal Canadians, embora Victor tenha deixado a banda no início de 1978 por diferenças criativas. A partir de 1980, o nome foi franqueado para vários líderes de banda. Lebert morreu em 1993, passando os direitos do nome da banda para três de seus seis filhos. A banda foi revivida em 1989 por Al Piersone ativo em 2021.

Bibliografia Geral Consultada.

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