sábado, 15 de junho de 2024

The Who – Trad Jazz, Figuração & Quebra Episódica de Instrumentos.

                                                 Eu não odeio nada nem ninguém - perdono a tutti, como na ópera”. Machado de Assis   

            A formação da personalidade representa um processo gradual, complexo e único a cada indivíduo. O termo é usado em linguagem comum com o sentido de “conjunto das características marcantes de uma pessoa”, de forma que se pode dizer que uma pessoa “não tem personalidade”; essa utilidade de uso, no entanto leva em conta um conceito do “senso comum” e não científico em psicologia social. Encontrar uma exata definição para termo personalidade não é uma tarefa simples. O termo é usado na linguagem comum - isto é, como parte da psicologia do senso comum - com diferentes significados, e esses significados costumam influenciar as definições científicas do termo. Assim, na literatura psicológica alemã persönlichkeit costuma ser usado de maneira ampla, incluindo temas como inteligência; o conceito anglófono de personality costuma ser aplicado de maneira mais restrita, referindo-se mais aos aspectos sociais, culturais e emocionais do conceito referenciado do alemão. Por outro lado, a criatividade, apesar ser um termo usual muito difundido e discutido, é um construto social de difícil definição, porque cada autor parece defini-lo de uma maneira claramente, mas particularmente diferente. Alguns autores chegam mesmo a se perguntar se criatividade humana não seria uma representação de conjunto de traços de personalidade “ao invés de um só”.

O Estado se constitui em relação à forma de governo um duplo contexto:  de um  lado, efeitos de poder político em relação a outros Estados, atuais ou potenciais, isto é, os princípios concorrentes – portanto, precisa concentrar “capital de força física” para travar a guerra pela terra, pelos territórios; de outro lado, em relação a um contexto interno, a contrapoderes, isto é, príncipes concorrentes ou classes dominadas que resistem à arrecadação do imposto ou ao recrutamento de soldados. Esses dois fatores favorecem a criação de exércitos poderosos dentro dos quais se distinguem progressivamente forças propriamente militares e forças policiais destinadas à manutenção da ordem interna. Essa distinção exército/polícia, evidentemente hoje, tem uma genealogia extremamente lenta, as duas forças têm sido por muito tempo confundido. O desenvolvimento do imposto está ligado às despesas de guerra. O nascimento do imposto é simultâneo a uma acumulação extraordinária de capital detido pelos profissionais da gestão burocrática e à cumulação de um imenso capital informacional. É o vínculo institucional entre Estado e a utilidade de uso estatística: o Estado está associado a um conhecimento racional do mundo social e governamental. A estatística tem como representação o campo da matemática que relaciona fatos e números e um conjunto de métodos que nos possibilita coletar dados e analisá-los, assim sendo possível realizar alguma interpretação deles.

Além da própria historiografia, o conhecimento a história social tem sido uma tarefa ímpar de todas as ciências sociais. A sociologia, a economia política, a ciência política, a antropologia, a psicologia, trabalham com questões políticas, econômicas, sociais, culturais, religiosas, militares, demográficas e outras, que correspondem a ações, relações, processo e estruturas tomados em algum nível da historicidade. Mesmo as correntes de pensamento orientadas no sentido de formalizar as interpretações, em temos de indução quantitativa ou construção de modelos, mesmo nesses casos onde a pesquisa produz alguma explicação nova, reavalia ou reafirma explicações vigentes, sobre os modos e os tempos da história. Também há aqueles que formalizam e fetichizam as categorias dialéticas de pensamento, perdendo de vista o fluxo real das ações, relações, processos e estruturas que expressam movimentos e as modificações das gentes, grupos, classes e nações. Uns e outros constroem mitos. Em todos os casos, no entanto, a história aparece de alguma forma, como história real ou invenção, drama ou epopeia, elegia ou profecia. A multiplicidade de ciências e teorias relativas ao nível de analise social, tem dado origem a distintas interpretações metodológicas como se escreve ou produz a história. São distintas e heterogêneas a histórias do capitalismo que aparecem nas análises de Ricardo, Marx, Tocqueville, Durkheim, Weber, Keynes, Parsons, Hobsbawm e outros. 

                                           

            Não só na sociologia, mas no conjunto das ciências socais, encontram-se as mais diversas explicações sobre como e por que se dá a mudança social, a evolução, o progresso, o desenvolvimento, a modernização, a crise, a recessão, o golpe de classe, a reforma, a revolução. Para explicar as transformações sociais, em sentido amplo, o sociólogo, antropólogo, economista, politólogo, psicólogo, historiador e outros têm buscado causas, condições, tendências, fatores, indicadores, variáveis, e assim por diante. Ao analisar as condições de formação, funcionamento, reprodução, generalização, mudança e crise do capitalismo globalizado, os cientistas sociais têm proposto explicações que nem sempre se excluem. Em certos casos, umas implicam outras, ou as englobam. Em primeiro lugar, uma interpretação que se generalizou bastante, desde os arquétipos comparados da Revolução Industrial, estabelece que o progresso econômico é o resultado da “criatividade empresarial”. Isto é, toda mudança social, inovação técnica ou modernização econômica substantiva tende a consumar a capacidade de criação e liderança de empresários imaginosos, inventivos ou mesmo lúdicos, capazes de articular e dinamizar os fatores da produção preexistentes e novos. Essa interpretação tem os seus principais enunciados nos escritos de economistas clássicos, seus discípulos e continuadores no século XIX e XX. Os valores relacionados nas relações sociais desde aos self-made man ao tycoon, e talvez mais do que isso, ao imodesto “capitão de indústria”, ao pioneiro, à identidade entre propriedade privada, livre empresa e sociedade aberta, ligam-se à tese de que a criatividade é a base do progresso capitalista.  

Quer dizer, sobre o conceito útil de figuração distingue-se de conceitos teóricos da sociologia por incluir expressamente “os seres humanos em sua formação social”. Contrasta, portanto, decididamente com um tipo amplamente dominante de formação de conceitos que se desenvolve sobretudo na investigação de objetos sem vida, portanto, no campo da física e da filosofia para ela orientada. Há figurações de estrelas, assim como de plantas e de animais. Mas apenas os seres humanos formam figurações uns com os outros. O modo de sua vida conjunta em grupos grandes e pequenos é, de certa maneira, singular e sempre co-determinado pela transmissão de conhecimento de uma geração a outra, por tanto por meio do ingresso singular do mundo simbólico específico de uma figuração já existente de seres humanos. Às quatro dimensões espaço-temporais indissoluvelmente ligadas se soma, no caso dos seres humanos, uma quinta, a dos símbolos socialmente apreendidos. Sem sua apropriação, sem, por exemplo, o aprendizado de uma determinada língua social, os seres humanos não seriam capazes de se orientar no seu mundo nem de se comunicar uns com os outros. Quando um ser humano adulto, não teve acesso aos símbolos da língua e conhecimento de determinado cultura e grupo permanece fora das figurações humanas, não é um ser humano. 

Apesar de já existirem institutos anteriores que se assemelhavam aos existentes atualmente para proteção exclusiva de “direito autoral”, voltados para editores e implementados por toda a Europa a partir do final do século XV, é no Reino Unido, em 1710, que entra em vigor aquela que ficou reconhecida como a primeira lei de direitos autorais reconhecida, o Estatuto da Rainha Ana, que dizia respeito apenas à livros. Em 1735, foi adotada outra lei, que abrangia desenhos. Durante o século XVII, nos reinados de Jorge II e Jorge III foram realizados ampliações e aperfeiçoamentos na legislação. Em paralelo, se desenvolvia na Europa continental, com destaque à França, uma perspectiva mais voltada para a “proteção subjetiva” do criador intelectual do que a proteção contra a “cópia da obra”, culminando com uma série de leis francesas entre 13 de janeiro de 1791 e 24 de julho de 1793. Outros países como Dinamarca, Espanha, Alemanha e Estados Unidos também adotaram, em épocas próximas, legislações que versavam sobre direitos de impressão e reprodução de obras. Direito autoral, direito de autor ou ainda copyright é um conjunto de prerrogativas conferidas por lei à pessoa física ou jurídica criadora da obra intelectual, para que ela possa usufruir de quaisquer benefícios morais e patrimoniais resultantes da exploração de suas criações. É derivado dos “direitos individuais” e com elemento híbrido, especial e autônomo dentro do direito civil.

Para efeitos legais, na vida cotidiana (cf. Heller, 1975), divide-se em direitos morais e patrimoniais: os direitos morais asseguram a autoria e integridade da criação ao autor da obra intelectual e são, em geral, intransferíveis e irrenunciáveis na maioria dos países, incluindo o Brasil. Já os direitos patrimoniais se referem principalmente à utilização econômica da obra intelectual, podendo ser transferidos e/ou cedidos a outras pessoas. A transferência dos direitos patrimoniais se dá por meio de licenciamento e/ou cessão. Direito autoral não se confunde com o direito editorial. O direito editorial é o conjunto de prerrogativas, direitos e obrigações que um editor detém ao publicar uma obra. Uma obra entra em domínio público quando os direitos patrimoniais expiram. É um período decorrido após a morte do autor (post mortem auctoris). O prazo mínimo, a nível mundial, é de 50 anos e está previsto pela Convenção de Berna. Muitos países têm estendido o termo amplamente. Por exemplo, nas legislações brasileira e europeia, é de 70 anos. Uma vez passado esse tempo, este trabalho pode então ser utilizado livremente, com muitas legislações mantendo a obrigatoriedade de determinados direitos morais mesmo após esse período. O direito de autor representa uma modalidade da propriedade intelectual e dos direitos fundamentais na Declaração Universal dos Direitos Humanos

No direito anglo-saxão se utiliza a noção de copyright que pode ser traduzido no sentido merceológico, mas, sobretudo, literalmente como “direito de cópia” em que se prioriza a parte patrimonialmente dos direitos disponíveis de autor (direitos patrimoniais) e tem uma perspectiva objetivamente sociológica. The Who é uma banda de rock britânica surgida em 1964. A formação original era composta por Pete Townshend (guitarra), Roger Daltrey (vocais), John Entwistle (baixo) e Keith Moon (bateria). No princípio de sua carreira a banda ficou famosa por “arrebentar completamente seus instrumentos” no final dos shows, especialmente Pete Townshend, cuja destruição de guitarras tornar-se-ia um clichê glamouroso do rock, e o alucinado Keith Moon, mandando seu kit de bateria pelos ares. Seus primeiros álbuns Mod, repletos de canções pop, canções curtas e agressivas, os distintos Power Chords de Townshend e temas recorrentes em torno de rebelião juvenil e confusão sentimental, foram influências primordiais no surgimento do Punk Rock e do Power PopPop punk é um gênero de fusão que combina elementos do punk rock com power pop ou música pop. É definido por seus ritmos rápidos e energéticos e pela ênfase na música pop clássica, bem como em “temas adolescentes” e anti-subúrbios. Distingue-se de outros gêneros variantes do punk por se inspirar mais fortemente em bandas dos anos 1960, como os Beatles, os Kinks e os Beach Boys. 

O gênero em sua história, absorveu elementos da new wave, college rock, ska, rap, emo, boy band e mesmo hardcore punkÀs vezes é considerado intercambiável com balanços ou batidas do power pop e skate punk. A música normalmente combina rápidos tempos do punk, com “mudanças de acorde e guitarras barulhentas com influencia pop em melodias e temas líricos”. O pop punk surgiu no final dos anos 1970 com grupos como Ramones, Undertones e Buzzcocks. Bandas punk dos anos 1980 como Bad Religion e Descendents influenciaram o pop punk, e se expandiram nos anos 1980 e início dos anos 1990 por uma série de bandas contratadas pela Lookout! Records, incluindo Screeching Weasel, The Queers e Mr. T Experience. Em meados da década de 1990, o gênero viu um grande aumento de popularidade com bandas como Green Day, The Offspring e Blink-182. O gênero musical foi ainda mais popularizado pela Warped Tour. A popularidade do pop punk continuou em meados dos anos 2000, com artistas como Avril Lavigne, Fall Out Boy, Sum 41, Good Charlotte e New Found Glory alcançando vários níveis de sucesso crítico e comercial. Suas músicas tendem para “a vida jovem cotidiana, problemas adolescentes, humor e sarcasmo, diferenciando-se do punk rock tradicional, desde as músicas mais trabalhadas até o modo de vestir”.

The Who surgiu com os músicos anteriormente, The Detours, e estabeleceram-se como parte da Pop Art e do Mod, e ficaram reconhecidos pela arte autodestrutiva, destruindo guitarras e baterias no palco. Em 1959, Roger Daltrey tornou-se parte do The Detours, uma banda que evoluiria para se tornar a banda The Who. Popular, ele recrutou Entwistle como baixista, e Entwistle, por sua vez, sugeriu Townshend guitarrista da banda. Depois do sucesso de Chuck Berry, Elvis Presley (1935-1977) e Bill Haley e outros grupos de rock no final dos anos 1950, por boa parte da Inglaterra garotos começaram a formar suas próprias bandas inspirados em seus ídolos americanos. Enquanto Cliff Richard e os The Shadows obtinham sucesso no Reino Unido, poucas bandas tinham a chance de fazer o mesmo nos Estados Unidos da América, com exceção dos The Tornados e sua “Telstar” e Mr. Acker Bilk com “Stranger on the Shore”, ambas instrumentais, até que a Capitol Records lançou “I Want To Hold Your Hand” dos Beatles no final de 1963, depois de pesada campanha de marketing, que subiu para a primeira colocação das paradas de sucesso estadunidense quando os Beatles viajaram para os Estados Unidos pela primeira vez; a histórica aparição do grupo no The Ed Sullivan Show na noite de 9 de fevereiro de 1964, alcançando então a maior audiência televisiva da história, é vista por muitos como o marco zero da chamada Invasão Britânica. Os Beatles dominariam as “paradas de sucesso”, e no dia 4 de abril de 1964 eles ocuparam todas as cinco primeiras colocações entre os singles mais vendidos e executados dos Estados Unidos Billboard, um feito sem precedentes. Isso abriu as portas para outras bandas britânicas divulgarem suas músicas nos Estados Unidos da América, como ocorre em torno dos famosos Rolling Stones, The Who, The Animals, The Kinks, The Dave Clark Five, Gerry & The Pacemakers e muitos outros.

Sabemos que diversos países ocidentais deram uma guinada à esquerda no início da década, com a vitória de John F. Kennedy (1917-1963) nas eleições de 1960 nos Estados Unidos, da coalizão de centro-esquerda na Itália em 1963 e dos trabalhistas no Reino Unido em 1964. No Brasil, por exemplo, João Goulart tornou-se o primeiro presidente trabalhista com a renúncia capciosa de Jânio Quadros. A década de 1960 representou, no início, a realização de projetos culturais e ideológicos alternativos lançados na década de 1950. Estes anos foram marcados por uma crise no moralismo rígido da sociedade, expressão remanescente do “Sonho Americano” que não conseguia mais empolgar a juventude norte-americana. A segunda metade dos anos 1950 já prenunciava os anos 1960: a literatura beat de Jack Kerouac (1922-1969), o “rock de garagem” à margem dos grandes astros do rock e que resultaria na poética surf music e os movimentos estéticos de vanguarda. A década de 1960 pode ser dividida em duas etapas. A primeira, de 1960 a 1965, marcada por um sabor de inocência e até de lirismo nas manifestações socioculturais, e no âmbito da política é evidente o idealismo e o entusiasmo no espírito de luta do povo. A segunda, de 1966 a 1968, porque 1969 já apresenta o espírito que definiria os anos 1970,  aparentemente mais “ácido”, revela-nos o desencantamento e as experiências com drogas, a perda da inocência, a revolução sexual e os protestos juvenis contra a ameaça de endurecimento dos governos. 

É ilustrativo e mesmo fenomenologicamente que The Beatles, banda que existiu durante toda a passagem da extraordinária década de 1960, tenha trocado as melodias de seus primeiros discos pela “excentricidade psicodélica”, incluindo orquestras, letras tidas como surreais e guitarras distorcidas. “I want to hold your hand” per se é o espírito da primeira metade dos anos 1960. “A day in the life”, o espírito da segunda metade. Nesta época extraordinária teve início uma grande revolução comportamental como a Segunda Onda do feminismo que atingiu os Estados Unidos e os movimentos civis em favor dos negros e homossexuais. O Papa João XXIII abre o Concílio Vaticano IIrevoluciona a Igreja Católica. Surgem movimentos de comportamento como os hippies, com seus protestos contrários à chamada Guerra Fria (1947-1971) e à Guerra do Vietnã (1955-1975) e o racionalismo. Esse movimento foi também a chamado de contracultura. Ocorre também a Revolução Cubana (1953-1959) na América Latina, levando Fidel Castro (1926-2016) ao poder. Tem início também a descolonização da África e do Caribe, com a gradual independência das antigas colônias. No entanto esta década começou já com uma grande prosperidade dos países ricos. Por exemplo com a explosão do consumo, 90% dos americanos tinham televisão em 1960 e uma em cada 3 famílias inglesas tinha automóvel em 1959. O movimento googie, também reconhecido como populuxe ou Doo-Wop, influenciado pela cultura automobilística e nas Eras de domínio espacial e atômica continua sendo um estilo arquitetônico popular. Entre as características do googie estão tetos elevados e curvilíneos, figuras geométricas e o uso arrojado de vidro, aço e neon. Assim como ocorreu com o estilo Art Deco das décadas de 1920, 1930 e 1940, o Googie tornou-se mais desvalorizado com o passar do tempo, e muitas construções estilosas foram demolidas. No início dos anos 1960, ninguém sabia ao certo as condições básicas da superfície de Vênus. Carl Sagan investigou as ondas de rádio de Vênus e concluiu que o planeta havia uma temperatura superficial de 500 °C.

Tem início o uso da informática para fins comerciais, embora ainda não de forma massificadaO termo surgiu da junção das palavras informação e automática e pode ser resumido como o “processo de tratamento automático da informação”. Em 1964 a IBM lança o circuito integrado, ou chip. Surge a Arpanet, que se tornaria o embrião da Internet. Os soviéticos enviam o primeiro homem ao espaço, Iuri Gagarin em 1961.Os soviéticos enviam um robô para a Lua (1966). Neil Armstrong (1930-2012) é o primeiro homem a pisar na Lua, em 1969. Também em 1969, uma sonda dos Estados Unidos alcançou Marte e, meses depois, a URSS descia um robô em Vênus. A cultura foi impulsionada e espelhada, na década anterior, de 1950, na qual o mundo todo encontrava-se em mudança cultural nos mais variados grupos sociais. Os Beatles comandam a chamada Invasão Britânica, ou British Invasion, no rock, seguidos por The Rolling Stones, The Who, The Kinks e vários outros. Surge a música de protesto social, com Bob Dylan, Joan Baez, Peter, Paul and Mary, entre outros, já nos primeiros anos da década. O Rock and Roll ganha crescente popularidade no mundo globalizado, associando-se ao final da década à rebeldia política. No início da década o rock recebeu no Brasil o nome de iê-iê-iê, uma livre tradução do refrão da música She Loves You, dos Beatles: “She Loves You, Yeah, Yeah, Yeah!”. Na música erudita, se desenvolve o minimalismo, a partir das obras de Philip Glass. Em 1963 surge o Clube da Esquina, importante conjunto musical mineiro, com Milton Nascimento e os irmãos Borges.

Em 1964 o grupo feminino The Shangri-Las chega ao topo extraordinário das paradas musicais britânica e norte-americana com os singles “Remember (Walking in the Sand)” e “Leader of the Pack”.  Chega também aos cinemas em 1964 o primeiro filme dos Beatles, A Hard Day`s Night. No Brasil recebeu o nome Os Reis do Iê, Iê, Iê. Os Beatles fazem um show histórico no Shea Stadium, em 1965. Eram cerca de 55 000 pessoas. Em 1965 Elis Regina interpreta Arrastão, de Vinícius de Moraes e Edu Lobo, e com isso surge a MPB, ou Música Popular Brasileira, no Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. O programa Jovem Guarda estreia em 1965, apresentado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa. O programa de tevê acaba gerando o movimento com o mesmo nome, onde os jovens tiveram pela primeira vez um espaço, lhes permitindo uma identidade própria, pois foi a primeira vez que se era dedicada aos adolescentes uma parte do cenário cultural. Rolling Stones, ao lado dos Beatles, foi uma das bandas mais importantes da década de 1960. Em 1966, Chico Buarque se revela ao público com a modesta canção, “A Banda”, interpretada por Nara Leão, durante o Festival de Música Popular Brasileira, transmitido pela TV Record a canção empata com a colocação em primeiro lugar com “Disparada” de Geraldo Vandré.

Em 1966 os Beatles anunciam que não fariam mais shows ao vivo, pois os arranjos das canções possuíam um grau de complexidade elevado, dificultando a execução das canções ao vivo, além em parte do fato da histeria das fãs impossibilitar que eles conseguissem ouvir o que tocavam. Neste mesmo ano a banda lança o álbum Revolver, imortalizando canções como “Taxman”, “Eleanor Rigby” e “Here, there and everywhere”. Em 1966, o grupo The Jackson 5 é formado pelos irmãos da família Jackson, mas o grupo não faz sucesso ainda na década de 1960, “estourando” apenas na década de 1970, mas foi o grupo que lançou Michael Jackson (1958-2009) na carreira musical, quando o mesmo ainda era criança. Surge o Movimento Tropicália, em 1967 com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa, além de Os Mutantes, Tom Zé e Torquato Neto. Em 1967 os Beatles lançam aquele que é considerado o melhor álbum da história: Sgt. Pepper`s Lonely Hearts Club Band. O álbum se tornou um dos discos mais vendidos da história e tido como o mais influente. Ainda em 1967, surge o primeiro festival de rock Monterey Pop Festival, ou Festival Pop de Monterey, na California. Organizado por Lou Adler, John Phillips (The Mamas & The Papas) e Derek Taylor o festival foi a estreia de The Jimi Hendrix Experience, com Jimi Hendrix; Big Brother and the Holding Company, com Janis Joplin e Otis Redding. A banda The Doors lança seu primeiro álbum homônimo, que incluía a música “Light my Fire”, maior sucesso. Os Beatles o álbum branco, sendo dos discos mais influentes da história do Rock.

Em 1968, Geraldo Vandré lança a histórica música “Pra não dizer que não falei das flores”, sendo logo depois censurada pelo famigerado pelo AI-5. No mesmo ano de 1968, Elvis lança o especial de TV, Elvis NBC TV Special. O especial fez muito sucesso. Em janeiro de 1969, a banda The Beatles dá sua última performance pública, no telhado da Apple Records. A polícia interrompeu a performance, mas o show ficou na história. Em 1969 ocorre o Festival de Woodstock, nos Estados Unidos, com apresentações ao vivo de Jimi Hendrix, Creedence Clearwater Revival, The Who, Sly and Family Stone, Carlos Santana, entre outros lendários do rock clássico. O festival se tornou o símbolo da união entre Rock e paz e amor. Jovens se reuniam para desfrutar de três dias de paz, amor e música. Em 1969, o ex-integrante da banda Rolling Stones, Brian Jones “é encontrado morto na piscina da sua casa em Sussex”. Também em 1969, a banda The Doors lança o álbum The Soft Parade, com canções como Touch me. Em março de 1969, John Lennon e Yoko Ono realizaram o primeiro “Bed-in for Peace” no hotel Hilton em Amsterdam. “Bed-ins” eram conferências em favor da paz, realizados em uma cama de hotel. Essas conferências ficaram famosas no mundo inteiro, como um dos símbolos da luta pela Paz. Começam as transmissões de TV em cores no mundo.

Historicamente Londres revelou grupos musicais como The Rolling Stones, Led Zeppelin, The Yardbirds, The Who, The Kinks, The Pretty Things, Dusty Springfield, The Dave Clark Five, Peter & Gordon, Chad and Jeremy, John Mayall and the Bluesbreakers, Small Faces, Donovan e Manfred Mann. Manchester tinha o The Hollies, Wayne Fontana and the Mindbenders, Freddie and the Dreamers, Davy Jones do The Monkees, e Herman`s Hermits. Newcastle era a terra natal do The Animals. Birmingham do The Spencer Davis Group e Moody Blues. St Albans tinha o The Zombies e Belfast, o Them. Cambridge revelou os Pink Floyd, embora estes se tenham destacado mais na década de 1970. Ele relembrou numa entrevista em 2021: “Entwistle me disse: - “Eu conheço esse grande guitarrista, ele toca banjo na minha banda de jazz, mas ele é um ótimo guitarrista. Por que não tentamos?' E foi quando ele trouxe Pete junto”. Townshend se juntou ao The Detours em 1961, que acabaria se tornando o The Who junto com o seu baterista, Keith Moon, marcando o início da longa relação social e estética de amor e ódio que caracterizaria o tempo intrigante nas carreiras de Pete Townshend e Roger Daltrey na banda. Desde o início, o conflito ou algo parecido entre os dois era óbvio. Como disse Townshend uma vez: - “Daltrey conduzia as coisas do jeito que ele queria. Se você discutisse com ele, geralmente ganhava um monte de socos”. Quer dizer, também comentou mais tarde sobre como ele era “apenas um instrumento” para Townshend, mas que no final das contas, ele “aceitou isso” e ficou “feliz com isso”. Ambos possuem personalidades poderosas e diferentes que geralmente estão em extremos opostos do espectro e apesar da animosidade que era palpável durante a maior parte de sua carreira.

As definições de controle social são demasiado amplas e vagas, e, portanto, seria legítimo indagar, escolhendo-as mais ou menos ao acaso, para inferir que resultam em termos de um controle, isto é, qualquer estímulo ou complexo de estímulos que provoca uma determinada reação. Historicamente a primeira banda que pode ser considerada a base do The Who foi um grupo de “trad jazz” com elementos de skiffle montado por Pete Townshend e John Entwistle, chamado The Confedereates. Townshend tocava banjo e Entwistle trompa, instrumento que ele continuaria a usar no Who e em sua carreira solo. O vocalista Roger Daltrey conheceu Entwistle na rua enquanto este último carregava seu baixo pendurado no ombro e o chamou, convidando-o para entrar para sua banda. Entwistle concordou e sugeriu Townshend como guitarrista rítmico. No princípio essa banda era reconhecida como The Detours. Assim como seus contemporâneos britânicos, o grupo era influenciado pelo blues norte-americano, assim como o country music, inicialmente tocando mais rhythm and blues. A primeira formação consistia de Roger Daltrey na guitarra base, Pete Townshend na guitarra rítmica, John Entwistle no baixo, Doug Sandom na bateria e Colin Dawson nos vocais. Depois de Dawson deixar a banda, Daltrey assumiu sua vaga e Townshend se tornou o único guitarrista. Em 1964 Doug Sandom saiu do grupo, e Keith Moon se tornou seu baterista.

O Detours mudou de nome para The Who em 1964 e, com a chegada de Keith Moon, a formação estava completa. No entanto, por um breve período em 1964, sob a direção do afamado mod Peter Meaden, eles mudaram de nome novamente, agora para High Numbers, lançando o compacto simples “Zoot Suit/I`m The Face”, designado para atrair o público mod. Com o fracasso do compacto simples, a banda demitiu Meaden e retornou ao nome The Who, passando a ser empresariada por Chris Stamp e Kit Lambert. Pouco depois conseguiram se tornar uma das bandas mais populares entre os mods britânicos, uma subcultura dos anos 1960 unia modas, Motonetas e gêneros como o rhythm and blues, soul, e música beat. Em setembro de 1964, na Railway Tavern em Harrow and Wealdstone, Inglaterra, Pete Townshend destruiu sua primeira guitarra. Tocando num palco alto demais, o estilo físico das performances do guitarrista resultou no rompimento do corpo de seu instrumento, quando ele se chocou contra o teto. Furioso com as risadas da plateia, Townshend “arrebentou a guitarra em pedaços”, pegou uma Rickenbacker de doze cordas e continuou o concerto. Ipso facto, o público seguinte aumentou consideravelmente, mas ele se recusou a destruir outro instrumento. Ao invés disso, Keith Moon é quem “arrebentou” seu kit de bateria no sentido explosivo. 

A destruição de instrumentos se tornaria um destaque dos shows ao vivo do The Who pelos próximos anos, e o incidente na Railway Tavern acabaria entrando para a lista de “50 Momentos que Mudaram a História do Rock n` Roll” da revista Rolling Stone. O grupo logo se cristalizaria ao redor das composições de Townshend, embora Entwistle também contribuísse. Townshend era o centro das tensões e de rebeldia, esforçando-se com ideias inovadoras e reflexivas enquanto Daltrey preferia o material mais agressivo e enérgico e Moon a surf music norte-americana. A surf music surgiu no final dos anos 1950 como música um tipo de rock and roll instrumental, quase sempre em um compasso 4/4, ou comum, com um ritmo médio a rápido. O som era dominado por guitarras elétricas que foram particularmente caracterizadas pelo uso extensivo da reverberação “wet” de primavera que foi incorporado aos amplificadores da Fender de 1961, que é pensado para emular o som das ondas. O Fender Reverb Unit separado que foi desenvolvido pela Fender em 1961, em oposição a reverberação que foi incorporada como um recurso de amplificador integrado, foi o primeiro tom de reverberação de destaque de surf “wet”. Esta unidade é o efeito de reverberação ouvido nos discos de Dick Dale, e outros como “Pipeline” dos Chantays e “Point Panic” da banda The Surfaris, uma banda norte-americana de surf music formada em Glendora, Califórnia em 1962. Eles são mais conhecidos por duas canções que fizeram sucesso nas paradas musicais da região de Los Angeles, e nacionalmente em maio de 1963: “Surfer Joe” no Lado A e “Wipe Out” no Lado B de um single de 45 RPM. Ele tinha mais de um tom “corajoso” wet do que, de forma comparada o “construído em” amp reverb, devido a um circuito diferente. Os guitarristas usaram o braço de vibrato” em sua guitarra para dobrar o tom das notas para baixo, efeitos de tremolo eletrônico e um tremolo rápido.

Os modelos de guitarra favorecidos incluíam aqueles realizados pela empresa Fender, particularmente as guitarras de marca Jazzmaster, Jaguar e Stratocaster, Mosrite, Teisco ou Danelectro, geralmente “com captadores de bobina simples que tinham agudos excessivamente altos em contraste com captadores humbucker de bobina dupla. A música surf foi consideravelmente um dos primeiros gêneros musicais a adotar universalmente o baixo elétrico, particularmente o Fender Precision Bass”. As clássicas baterias de surf costumavam ser Rogers, Ludwig, Gretsch ou Slingerland. Algumas canções populares também incorporaram um saxofone tenor ou barítono, como em “Surf Rider” (1963) de The Lively Ones e “Comanche” (1961) de The Revels. Frequentemente, um órgão elétrico ou um piano elétrico caracterizavam-se como uma harmonia de apoio na realização. No início dos anos 1960, o rock instrumental foi pioneiro com sucesso por artistas como Link Wray, The Ventures e Duane Eddy. Esta tendência musical foi desenvolvida por Dick Dale, que acrescentou influências da música popular do Oriente Médio e do México, a reverberação distinta, dando a guitarra um som “wet”, e a característica de seleção rápida e alternada do gênero, influenciado pela música árabe, que Dale aprendeu com seu tio libanês. Suas apresentações no Rendez vous Ballroom em Balboa, Califórnia, Estados Unidos da América durante o verão de 1961, e seu sucesso regional “Let`s Go Trippin” quando mais tarde naquele ano, lançaram a mania de surf music, que ele seguiu com sucessos como “Misirlou” (1962).

Como Dale e seus Del-Tones, a das primeiras bandas de surf foram formadas no sul da Califórnia, com o Orange County em particular tendo uma forte cultura do surfe, e o Rendezvous Ballroom em Balboa sediou muitos shows de estilo surf. Grupos como The Bel-Airs cujo hit “Moto”, influenciado pelas performances anteriores de Dale, foi lançado um pouco antes de “Let's Go Trippin”, The Challengers com seu álbum Surfbeat e depois Eddie & os Showmen seguiram Dale para o sucesso regional. The Chantays marcou um top ten hit nacional com “Pipeline”, atingindo o número 4 em maio de 1963. Provavelmente, o único mais famoso hit de surf foi “Wipe Out” pelo grupo The Surfaris, com sua introdução de uma risada perversa; Surfaris também eram reconhecidos por seus solos de guitarra e bateria, e Wipe Out chegou ao número dois no Hot 100 em agosto de 1963 e número 16 em outubro de 1966. O grupo também teve outros sucessos globais, “Surfer Joe” e “Point Panic”. A popularidade do gênero levou grupos de outras áreas a sua mão. Incluíram The Astronauts, de Boulder, Colorado; The Trashmen, de Minneapolis, Minnesota, o número 4 com “Surfin Bird” em 1964; e The Rivieras, de South Bend, Indiana, o número 5 em 1964 com “California Sun”.

The Atlantics, de Sydney, Austrália, não eram músicos exclusivamente de surf, mas deram uma contribuição significativa ao gênero, sendo o exemplo mais famoso o hit “Bombora” (1963). Também de Sydney estavam The Denvermen, cujo instrumental lírico “Surfside” alcançou o número 1 nas paradas australianas. Outra banda de surf australiana que era reconhecida fora do cenário de surf do seu próprio país foi The Joy Boys, banda de apoio do cantor Col Joye (1937-2004); seu hit “Murphy the Surfie” (1963), posteriormente teve uma versão cover pelos Surfaris. Bandas europeias nessa época geralmente se concentravam mais no estilo do grupo de rock instrumental britânico The Shadows. Um exemplo notável de surf instrumental europeu é a versão de “Misirlou” pela banda espanhola Los Relámpagos. The Dakotas, que eram a banda de apoio britânica do cantor Merseybeat Billy J. Kramer, ganharam alguma atenção como músicos de surf com “Cruel Sea” (1963), que foi posteriormente ganhou versão cover pelos Ventures, e eventualmente outras bandas de surf instrumental, incluindo os Challengers e os Revelairs. Herb Alpert fez parte do gênero, produzindo para Jan & Dean. Tony Hilder, dono da gravadora Impact, foi um prolífico produtor de música do surfe. Seu nome como editor, produtor etc., aparece em muitos registros, tanto nos discos de 45 rotações como nos álbuns musicalmente. Se não fosse pelo fraco crédito nas liberações orçamentárias, seu nome teria aparecido em mais. Gary Usher (1938-1990) foi produtor, arranjador e escritor. Seu trabalho incluiu os Surfaris e os Hondells. Também escreveu “409” e “In My Room”, que foram hits para os Beach Boys.

O grupo pop global Now United, criado por Simon Fuller e gerenciado pela XIX Entertainment, teve sua primeira formação escolhida mediante processos de seleção. Gravou o videoclipe de “Come Together” também nesse panorâmico deserto. E também a cantora Selena Gomez. Como atriz, estreou na série infantil Barney e seus Amigos, em 1999. Ganhou destaque internacional ao estrelar a série vencedora do Prêmio Emmy, Os Feiticeiros de Waverly Place, exibida pelo Disney Channel, interpretando Alex Russo. Ela formou sua banda Selena Gomez & The Scene, após assinar um contrato com a Hollywood Records em 2008, gravou seu clipe A Year Without Rain neste deserto da trama Bagdad Café. E também é o local onde o jogo se passa da Fallout: New Vegas, produzido pela Obsidian Entertainment. Em 2001, o maratonista Carlos Sposito foi o primeiro brasileiro a correr na região, em um desafio típico-solitário. O filme tem como ponto de partida e contradição dialética quando a turista alemã Jasmin (Sägebrecht) tem uma briga com seu marido e o abandona na estrada. Ela caminha pelo deserto até chegar ao posto-motel Bagdad Café. O posto-motel é frequentado por personagens.          

A liberdade intelectual não pode, portanto, ser vista apenas como determinada possibilidade de expressão. É uma noção que se torna necessário sociologizar, culturalizar, complexificar, termodinamizar. Está ligada a um contexto cultural pluralista, dialógico, conflitual agitado. Necessita não apenas das condições que se tornam, de fato, permissivas, mas, também das condições dinâmicas irradiadas pelas crises, turbulências, conflitos nas ideias e visões de mundo. Comparativamente, como ocorre no mundo físico, a termodinâmica do mundo das ideias só é fecunda, produtiva ou criadora entre certos patamares, os quais não podem ser determinados a priori. Aquém desses limiares, não há “efervescência cultural” e, além, a turbulência torna-se dispersiva ou explosiva. Não se pode determinar uma temperatura intelectual ideal, ainda mais que não há nenhum termômetro ad hoc. Mas, para concordarmos com Edgar Morin, assim como a verdadeira vida do pensamento realiza-se na temperatura de sua própria destruição, “a verdadeira vida de uma efervescência cultural desenrola-se quase na temperatura de sua própria ebulição. Neste sentido, se podemos conceber o complexo das liberdades, então podemos compreender que a cultura enquanto representação social seja tanto libertação quanto prisão para o conhecimento ou para o pensamento social. 

 A cultura aprisiona-nos no seu etno-sócio-centrismo, seu hic et nunc, nos seus imperativos categóricos e proibições, nas suas normas e normalizações, nas suas limitações e encobrimentos, nos seus artigos de fé e também de desconfiança, nas suas verdades e nos seus erros. Mas, ao mesmo tempo, a cultura oferece-nos uma linguagem, um saber, uma memória, um processo comunicativo, uma possibilidade de trocas linguísticas, verificações e refutações. Quando comporta em si a pluralidade dialógica e a abertura para as outras culturas e os outros saberes exteriores, oferece-nos as condições e possibilidades de emanciparmos relativamente das suas limitações e dissimulações. Com o desenvolvimento da cultura crescem, naturalmente, o artificial e o frívolo na esfera do pensamento; além de pequenos imprinting locais e sofísticos multiplicam-se em outros tantos diaforismos e trissotinadas; um “alto cretinismo” instala-se nas esferas superiores; a proliferação da abstração e da matematização mascara o real concreto ou mesmo de análise, que deviam traduzir, mas, ao mesmo tempo crescem e multiplicam-se as brechas que permitem as autonomias e as liberdades, as possibilidades de acesso aos problemas essenciais e universais, mesmo se, sob a pressão das frivolidades e dos “altos cretinismos”, usado para descrever uma pessoa de pouca inteligência e lunática, os problemas decisivos permanecem confinados a uma minoria tola, medíocre, desviante.   

Bibliografia geral consultada.

GOFFFMAN, Erving, La Mise en Scene de la Vie Cotidienne. Paris: Éditions Minuit, 1973; HELLER, Agnes, Sociologia della Vita Quotidiana. Roma: Editore Riuniti, 1975; GROPPO, Luís Antônio, O Rock e a Formação do Mercado de Consumo. Dissertação de Mestrado em Sociologia. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 1996; MACAN, Edward, Rocking the Classics: English Progressive Rock and the Counterculture. Oxford: Oxford University Press, 1997; ADORNO, Theodor, “Ideias para a Sociologia da Música”. In: Textos Escolhidos. São Paulo: Abril Cultural, 1983; FRIEDLANDER, Paul, Rock and Roll: Uma História Social. São Paulo: Editora Record, 2004; GINZBURG, Carlo, “Chaves do Mistério: Morelli, Freud e Sherlock Holmes”. In: ECO, Humberto; SEBEOK, Thomas Albert, O Signo de Três. São Paulo: Editora Perspectiva, 2004; pp. 89-129; GRANDE, Sérgio Vinícius de Lima, O Impacto do Rock no Comportamento do Jovem. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Faculdade de Ciências e Letras. Araraquara: Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, 2006; McDONALD, Chris, Rush, Rock Music, and the Middle Class. Bloomington: Indiana University Press, 2009; LIMA FILHO, Irapuan Peixoto, Em Tudo Que Eu Faço Eu Procuro Ser Muito Rock And Roll: Rock, Estilo de Vida e Rebeldia em Fortaleza. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Departamento de Ciências Sociais. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2010; SCIENZA, Roberto Corrêa; DEMÉTRIO, Silvio, “A Guitarra e o Martelo: Uma Crítica Nietzschiana à Religião enquanto Agenciamento Moral no filme Tommy”. In: Comun. & Inf. Goiânia. Volume 19, nº 1, pp. 105-122, jan. /jun. 2016; CARBALLO, Priscilla, Por Las Calles del Rock: Aproximaciones al Desarrollo del Rock en Costa Rica 1970-1990. San José: Editorial Arlekín, 2017; BARBOSA, João Victor, Deuses do Rock: A Construção do Mito no Audiovisual. Dissertação de Mestrado. Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2018; FRIDMAN, Luis Carlos, “Rock e Insurgências nos Anos 1960”. In: Antropolítica. Revista Contemporânea de Antropologia. Niterói: Universidade Federal Fluminense, n° 51 (2021); SOUTO, Luciano, & SILVA MELLO, Adrielle Clara, “Paradigmas de Autenticidade na Interpretação das Variações de Llobet sobre o Op.15 de Sor”. In: Revista Vórtex. Programa de Pós-Graduação em Música. Universidade Estadual do Paraná, 12, 1–39, 2024; entre outros. 

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