“O amor e o desejo são as asas do espírito das grandes façanhas”. Johann Wolfgang Goethe
A
realidade sentida e compreendida absolutamente de modo direto, sem utilizar as
ferramentas lógicas do entendimento: a análise e a tradução. Diferencia-se da
inteligência que, apropriando-se do mundo através de ferramentas, calcula e
prevê intervalos do mesmo plano espaço-temporal; a intuição, ao contrário,
penetra no interior da vida coincidindo com o real imediatamente. Dizemos,
portanto, que o real passou a ser conhecido pela metafísica como, ao modo de
Descartes, numa certeza imanente ao próprio ser do sujeito cognoscente. A
intuição é uma forma de conhecimento que penetra no interior do objeto de modo
imediato, isto é, sem o ato de analisar e traduzir. A análise é o recorte da
realidade, mediação entre sujeito e objeto. A tradução é a composição de
símbolos linguísticos ou numéricos que, analogamente a primeira, também servem
de mediadores de interpretação da realidade. Entretanto, ambas são meios falhos
e artificiais de acesso à realidade. Somente a intuição pode garantir uma
“coincidência imediata” com o real sem o uso de símbolos nem das repartições
analíticas. A intuição pode ser entendida como uma experiência metafísica. Do
fato histórico e social de que o movimento autônomo dos seres vivos implica
certa sobrevivência do passado. No presente e a antecipação do futuro,
poder-se-ia dizer que o movimento implica memória. E memória implica
consciência. A consciência aparece não como uma instância metafísica, mas como
o que se dá a partir do movimento animado como sua condição e ao mesmo tempo de
recurso produzido.
A consciência está ligada à ação! Esse pressuposto é fundamental na interpretação de Henri Bergson (1859-1941), pois que permite que se propague a consciência pela cadeia dos seres vivos. - “Então, a rigor, tudo o que é vivo poderia ser consciente: em princípio, a consciência é coextensiva à vida”. A vida, portanto, implica movimento. Reconhecido principalmente por Ensaios Sobre os Dados Imediatos da Consciência (1889), Matéria e Memória (1896), A Evolução Criadora (1907) e As Duas Fontes da Moral e da Religião (1932), sua obra é de grande atualidade e tem sido estudada em diferentes disciplinas na formação do pensamento, tais como o cinema, literatura, neuropsicologia, bioética, entre outras. Henri Bergson procurou construir uma “metafísica positiva” e fazer da filosofia uma ciência baseada na intuição como um método de interpretação da realidade, cujos resultados viriam da experiência e seriam tão rigorosos, comparativamente falando, quanto as ciências baseadas na inteligência, como a matemática. Ao contrário de Platão e René Descartes (1596-1650), que usavam a geometria para fazer da metafísica uma extraordinária ciência, Bergson adotou a biologia, a psicologia e a sociologia como fundamentos de seu pensamento filosófico. Intuição significa para ele apreensão imediata por coincidência com o objeto de análise.
Enfim,
é importante compreender analiticamente a síndrome de Estocolmo nos dias de
hoje porque apresenta relevância cotidiana para milhares de pessoas que vivam
relações afetivas em que são feitas vítimas por opressores: a) no âmbito do
Estado corporativo, fascista, nazista, stalinista, putinista etc. b) na empresa
privada em que podem ser “chefes”, ou trabalhadores corporativos que,
principalmente em sociedades patriarcais, praticam atos abusivos e/ou
terrorismo psicológicos, diante de greves legais no setor público, ou, c)
violência física contra pessoas que estão em uma relação de dependência em
relação àqueles. A vítima só consegue a libertação psíquica do ponto de vista
abstrato de seu algoz com ajuda da psicologia e da prática associativa da
terapia. Enquanto o controle mental continua sendo um assunto controverso, a
principal possibilidade de suas
influências sobre um indivíduo por métodos como publicidade, manipulação da
mídia, propaganda, dinâmicas de grupo e pressão pública são bem pesquisados
pela psicologia social são indisputados. Manipulação eletromagnética de
neurônios, desde que foi descoberto que células neurais podem ser queimadas sob
o estabelecimento de uma voltagem potencial ao redor da membrana da célula, por
volta da década de 1930, foi sugerida como uma tecnologia empregada como
hipnose em vítimas insuspeitas por agentes do governo americano. Esse tipo de
hipnose era empregado durante o sono da pessoa, quando ela desconhece
totalmente o que está havendo. O fato de estar inconsciente disto e, incapaz de
impedir o que está sendo feito faz, deste, o único método onde a hipnose é
considerada controle mental propriamente.
A
crença de que alguém esteja sendo manipulado ou controlado por forças externas também é reconhecida como um dos
principais sintomas do complexo de paranoia, entre outras psicoses. Geralmente,
essas sensações são de invasão ou controle total por entidades diversas como
satélites governamentais em órbita, agentes do governo, aparelhos de televisão,
animais, alienígenas, ou anjos e demônios. Os que sofrem desse tipo de complexo
podem chegar a extremos mesmo com uma total falta de evidências sobre o que
poderia estar controlando-as. Terapia psiquiátrica com medicamentos antipsicóticos
muitas vezes pode dar fim à paranoia ou pelo menos “minimiza-la”. Em alguns
casos, no entanto, especialmente em casos de internação, a pessoa pode ver o
tratamento como outra forma de controle mental. A crença de uma pessoa de estar
sob controle mental é um “indicador da psicose”, mas somente quando a realidade
se torna uma fixação obsessiva. Em 2016, pesquisadores relataram que eles
acreditam ser o primeiro esforço bem-sucedido para mexer os dedos
individualmente e independente um do outro usando um braço artificial
controlado para o movimento. Inelutável é a cisão que separa dentro de nós o
que vemos daquilo que olha. Seria preciso partir de novo desse paradoxo,
segundo Didi-Huberman (2012) em que o ato de ver só se manifesta ao abrir-se em
dois. Inelutável paradoxo, Joyce disse-o bem, num famoso parágrafo do capítulo
em que se abre a trama gigantesca de Ulysses: “Inelutável modalidade do
visível. Se se pode pôr os cinco dedos através, é porque é uma grade, se não
uma porta. Fecha os olhos e vê”. Que
lição podemos tirar da questão?
Na
língua, o que imporia a nossos olhares a inelutável modalidade do visível:
inelutável e paradoxal, paradoxal porque inelutável. Joyce nos fornece o
pensamento, mas o que é pensado aí só surgirá como uma travessia física, algo
que passa através dos olhos como uma mão não passaria através de uma grade. Ao
lutar com as palavras, e ao reinventá-las, Joyce começa por falar da inelutável
modalidade do visível: o olhar não é apenas um gesto, o resultado de sinapses
na fisiologia, muito menos, o ato de formas apreendidas, é um ato físico que
precisa superar a volumetria do real diante daquilo que se dá a ver, que se põe
diante dos nossos olhos. Terapia psiquiátrica com medicamentos antipsicóticos
pode dar fim à paranoia ou pelo menos minimiza-la. Em alguns casos, no entanto,
especialmente em casos de internação, a pessoa pode ver o tratamento como outra
forma de controle mental. A crença de uma pessoa de estar sob controle mental é
um indicador da psicose apenas quando isto se torna uma fixação obsessiva. Em 2016,
pesquisadores relataram que eles acreditam ser o primeiro esforço bem-sucedido
para mexer os dedos individualmente e independentemente um do outro usando um
braço artificialmente controlado para controlar o movimento. De acordo com o
verbete do dicionário de psicologia da American Psychological Association,
nos Estados Unidos da América, esse conjunto de sintomas é caracterizado por
uma resposta tanto mental quanto emocional em que um prisioneiro – podendo ser
um refém, por exemplo – “apresenta lealdade, e até mesmo afeto, pelo seu
próprio captor”. Mas, pode existir uma visão distorcida daqueles que oferecem
ajuda, sendo estes tomados como inimigos, já que a percepção da realidade está
confusa. Sendo o captor aquele que detém o poder de “vida ou morte” do
prisioneiro, este acaba por desenvolver uma dependência do primeiro, como forma
de sobrevivência. Se existia o caráter de defesa, com a progressão da crise
torna-se uma reação de cópia e de costume.
Não
só na sociologia, mas no conjunto das ciências socais, encontram-se as mais
diversas explicações sobre como e por que se dá alguma mudança
social, a evolução, o progresso social, o desenvolvimento, a modernização, a
crise, a recessão, o golpe de classe, a reforma, a revolução. Para explicar as
transformações sociais, em sentido amplo, o sociólogo, antropólogo, economista,
politólogo, psicólogo, historiador e outros têm buscado causas, condições,
tendências, fatores, indicadores, variáveis, e assim por diante. Ao analisar as
condições sociais de formação, funcionamento, reprodução, generalização,
mudança e crise da globalização, os cientistas sociais têm proposto explicações
que nem sempre se excluem. Em certos casos comparados, umas implicam outras, ou
as englobam praticamente. Em primeiro lugar, uma interpretação que se
generalizou bastante, desde os arquétipos comparados da Revolução Industrial,
estabelece que o progresso econômico é o resultado da chamada “criatividade
empresarial”. Isto é, toda mudança, inovação ou modernização econômica
substantiva tende a consumar a capacidade de criação e liderança de empresários
imaginosos, inventivos ou mesmo lúdicos, capazes de articular e dinamizar os
fatores da produção preexistentes e novos. Essa interpretação tem os seus
principais enunciados nos escritos de economistas clássicos, seus discípulos e
continuadores no séc. XIX e XX. Os valores relacionados aos self-made man
ao tycoon, ao capitão de indústria, ao pioneiro, à identidade entre propriedade
privada, livre empresa e sociedade aberta, ligam-se à ideia que a
criatividade é ratio do capitalista.
A segunda interpretação, reconhecida
como “teoria das elites”, está relacionada com a anterior. Recebeu
contribuições de Vilfredo Pareto e Gaetano Mosca. E tem sido retomada, em
diferentes linguagens, por outros cientistas sociais e escritores, como James
Burnham, Samuel P. Huntington, Clark Keer, David E. Apter, John Kenneth
Galbraith e outros. É uma corrente de pensamento que propõe o funcionamento da
sociedade e a mudança social em termos de elites empresariais, gerenciais,
militares, intelectuais e outras. Desde o término da 2ª guerra mundial
(1939-1945), essa teoria tem sido a base de programas organizados pelo
imperialismo norte-americano, no treinamento de “quadros de intelectuais,
tecnocratas, militares, gerenciais, empresariais e outros, para soluções
golpistas ou não em países dependentes e coloniais”. Em terceiro lugar, há a
intepretação que atribui importância especial à divisão social do trabalho.
Toma-se o meio de trabalho como o processo social, de âmbito estrutural, que
comanda o funcionamento, as combinações e as transformações das elações sociais
e instituições, em níveis econômico, político e outros. Adam Smith e Émile
Durkheim são autores importantes nessa corrente de pensamento. Boa parte do
pensamento de conteúdo liberal apoia-se nessa ideia. A divisão internacional do
trabalho foi apresentada durante o século XIX e até a década de 1930, como a
base da prosperidade econômica e social das pessoas, de grupos sociais e das
nações. As teorias sobre a democracia liberal, o pluralismo democrático e a
cidadania apoiam-se implicitamente na ideia de que a divisão social do
trabalho, em sentido amplo, é o processo estrutural que fundamenta e dinamiza a
melhor expressão e articulação de pessoas e grupos, atividades e instituições
sociais e políticas, setores produtivos e países.
A quarta intepretação considera que o
fundamento último da mudança, progresso ou desenvolvimento econômico e social é
a “tecnologia”. O progresso técnico comandaria as possibilidades de articulação
e dinamização dos fatores produtivos principalmente capital e força de
trabalho. As possibilidades de poupança e investimento, bem como
desenvolvimento e diferenciação dos sistemas econômico e social estriam na
dependência das inovações e aplicações da tecnologia, inovações essas
originadas das ciências da natureza e da sociedade. Essa interpretação tem
várias formulações. Todas, no entanto, apoiam-se na ideia de que ciência,
tecnologia e desenvolvimento, ou pesquisa & desenvolvimento em geral
relacionam-se positivamente. A quinta interpretação confere papel especial à
questão do Estado. Depois da crise da concepção liberal do poder
político-econômico e da história, generalizou-se cada vez mais a intepretação
que vê na ação estatal a base da organização e mudanças de relações e
organizações econômicas e sociais. É claro que esta ideia já está presente,
implícita ou explícita, no pensamento científico e filosófico dos séculos XVIII
e XIX. Ela aparece em escritos de Hegel, Marx, Engels e Lenin, além de Keynes,
Myrdal, Baran e outros. Depois da criação do regime socialista e queda em
vários países europeus, por um lado, e da crise econômica mundial iniciada em
outubro de 1929, por outro lado, os governos capitalistas, dominantes e
dependentes, passaram a intervir de forma cada vez mais ampla e profunda na
economia.
A sexta e última interpretação busca
as razões dos movimentos e transformações sociais, político-econômicas e
culturais nas relações e contradições de classes. De acordo com essa
intepretação, as forças produtivas, a atuação estatal e outros aspectos
político-econômicos, sociais e culturais são articulados e desarticulados em
conformidade com os movimento e desenvolvimentos das relações e contradições
das classes sociais: burguesia, classe média, campesinato, proletariado e suas
subdivisões estruturais e de ocasião. Dentre autores que se situam na
orientação, ou contribuíram para o seu desenvolvimento, destacam-se Marx,
Engels, Lenin, Bukharin, Trotski, Lukács, Gramsci e Mao-Tsé-tung, além de José
Carlos Mariátegui, Maurice Dobb, Paul A. Baran, Paul M. Sweezy, Frantz Fannon e
alguns outros. Essa interpretação se funda na análise do processo de trabalho
produtivo, processo esse que produz a mercadoria, a mais-valia de que o burguês
se apropria e a alienação econômica e política do trabalhador. O principal
desse processo produtivo, ou dessas relações de produção, é o antagonismo entre
o operário e o burguês. O golpe de Estado, a greve e a revolução produzem-se
neste típico contexto. Numa formulação breve, essa interpretação engloba
relações, processos e estruturas básicos e intermediários da sociedade. As
interpretações implicam uma forma de compreender as relações entre biografia e
história, conjuntura e estrutura, sincronia e diacronia, ou entre as ações, as
relações, as técnicas de mainipulação do poder, os processos e estruturas sociais, em seus perfis e movimentos.
Friedrich Schiller nasceu em 1759, em Marbach am Neckar, onde viveu seus primeiros anos de vida. Em 1762 seu pai é promovido a capitão e passa a exercer funções de oficial-recrutador na cidade livre de Schwäbisch Gmünd. Em 1763 a família Schiller fixa residência na localidade de Lorch, onde aprende as primeiras letras. Aos cinco anos inicia seus estudos de grego e latim, sob a orientação do pastor Ulrich Moser. Em 1767, uma nomeação de Johann Kaspar Schiller leva a família a se instalar em Ludwigsburg, onde seu filho frequenta a escola de latim. A intenção da família é de preparar o menino para ser pastor, mas em 1773, contra a vontade da família e do próprio garoto, ele ingressa na Karlsschule, Academia Militar instalada no castelo Solitude, em Stuttgart, fundada e pessoalmente supervisionada por Carlos Eugênio com a finalidade essencial de treinar oficiais e funcionários para servi-lo. O jovem Schiller opta pelo curso de Direito, que posteriormente abandonará. A rigidez da disciplina militar da academia causa-lhe profunda impressão e lhe dá inspiração para sua primeira grande obra, Os Bandoleiros. Com a transferência do castelo Solitude para Stuttgart, Schiller muda de carreira, trocando o curso de Direito pelo de Medicina, em 1775.
Durante esse período alimenta sua paixão pela literatura, lendo clássicos como Plutarco e William Shakespeare, os poemas do crítico literário Klopstock, além de Goethe, Lessing, Kant e dos iluministas Voltaire e Jean-Jacques Rousseau. Também nessa grande época filosófica e literária Schiller se fascina com o movimento social e literário Sturm und Drang, do qual será representante, tal como seu amigo Johann Goethe. É durante esse período na Faculdade de Medicina que Schiller escreve sua peça Os Bandoleiros (Die Räuber). O termo “Sturm und Drang” apareceu pela primeira vez como título de uma peça sobre a Revolução Americana pelo autor alemão Friedrich Maximilian Klinger, publicada em 1776, na qual o autor dá uma expressão violenta a emoções difíceis e anuncia o primado da expressão individual e subjetividade sobre a ordem natural do racionalismo. Apesar de se defender que há literatura e música associadas ao Sturm und Drang anteriores a esta obra seminal, é neste momento que a análise começa a delinear um movimento estético distinto que ocorre entre a década de 1760 e o princípio da década de 1780, do qual os artistas desse período são claramente conscientes. Contrariamente aos movimentos literários pós-iluministas dominantes, essa reação social que ocorre de forma aparentemente espontânea, passou a ser associada a uma grande amplitude de autores e compositores alemães, de meados a finais do período clássico na literatura europeia.
A
expressão Sturm und Drang passou a ser associada à literatura ou à
música com o objetivo de assustar o público ou imbuí-lo de extremos de emoção,
até à dispersão do movimento no Classismo de Weimar e a eventual transição para
o romantismo onde os objetivos sócio-políticos foram incorporados e objetivos
estes in statu nascendi afirmando valores unificados contrários ao despotismo e
às limitações à liberdade humana, juntamente com um tratamento religioso de
todas as coisas ditas naturais. Há muito debate perene quanto a que obra deve
ou não deve ser incluída no cânone do Sturm und Drang; havendo quem
defenda a limitação do movimento a intelectuais em torno de Johann Wolfgang von
Goethe, Herder, Lenz e os seus diretos associados alemães que escreveram obras
de ficção e filosofia entre 1770 e o início dos da década de 1780. A
perspectiva alternativa é a de um movimento literário indissociavelmente ligado
a desenvolvimentos simultâneos em prosa, poesia, teatro, estendendo a sua
influência direta a todas as regiões de língua alemã até o final do século
XVIII. Convém notar que os criadores do movimento literário e
social o encaravam como um momento imperfeito de exuberância prematuro, que foi
depois frequentes vezes abandonado nos anos seguintes a troco de projetos
simbólicos artísticos opostos como ocorriam entre si.
A Oktoberfest, também reconhecida como Wiesn em Munique, é um festival de cerveja originado em Munique, Alemanha. Foi criado pelo rei bávaro Luís I para celebrar o seu casamento em 1810. A festa, para a qual estavam convidados todos os moradores de Munique, aconteceu num parque relativamente longe do centro, batizado Theresienwiese, em homenagem à noiva. A Oktoberfest é também uma feira de produtos e diversões celebrada em Munique (München), no estado da Baviera (Bayern), no sul da Alemanha, e disseminada por vários lugares do mundo. A Oktoberfest é frequentada anualmente por seis milhões de visitantes de todo o mundo e se inicia desde 1872 sempre no sábado depois do 15 de setembro às 12h 00 horas com a tradicional cerimônia de abertura “O`zapft is”. Termina duas semanas mais tarde, no primeiro domingo de outubro - daí o nome Oktoberfest, em alemão, Oktober significa outubro, Fest, festa ou festival, literalmente Festa de Outubro. Cincinnati sedia a maior Oktoberfest dos Estados Unidos. Em 2002, mais de 500 mil pessoas visitaram a Oktoberfest da cidade. A Oktoberfest de Leavenworth, localizada a duas horas de distância de Seattle, Estado de Washington, é um evento celebrando a Oktoberfest em outubro com estilo, tradicionalismo bávaro, e ao gosto dos turistas como se faz no Sul do Brasil. Na véspera de Ano Novo de 1989, David Hasselhoff tocou sua música Looking for Freedom enquanto estava no topo do muro parcialmente demolido. Roger Waters apresentou o álbum The Wall, do Pink Floyd, ao Norte de Potsdamer Platz em 21 de julho de 1990, com Bon Jovi, Scorpions, Bryan Adams, Sinéad O`Connor, Cyndi Lauper, Thomas Dolby, Joni Mitchell, Marianne Faithfull, Levon Helm, Rick Danko e Van Morrison.
Ao mesmo tempo, Sohn adquiriu “uma licença como praticante alternativo de psicoterapia”. A função da compreensão na práxis é análoga àquela problematização que emerge de expectativas frustradas; mas em um caso o critério da decepção é o fracasso de uma ação finalista-racional controlada pelo sucesso, no outro trata-se de embaraços de um consenso, isto é, da desconformidade de expectativas recíprocas entre, no mínimo, dois sujeitos de agenciamentos. As intenções das duas orientações distinguem-se de forma correspondente: no primeiro caso máximas comportamentais, as quais fracassaram frente à realidade, devem ser submetidas por regras técnicas comprovadas; no segundo caso trata-se de interpretar manifestações vitais incompreensíveis e que bloqueiam a reciprocidade de expectativas comportamentais. Enquanto o experimento eleva os controles pragmáticos cotidianos, aplicados às regras de uma atividade instrumental ao nível de uma forma metódica à verificação, a hermenêutica equivale à maneira científica do agir interpretativo do cotidiano. Não há dúvida que no exercício de tal habilidade, o domínio da arte hermenêutica permanece em menos graus dependente “do virtuosismo pessoal” do que esse é o caso analogamente do domínio de operações mensuráveis. A compreensão hermenêutica tem, de acordo com sua estrutura, o objetivo de assegurar, no seio das tradições culturais, uma autoconcepção dos indivíduos e dos grupos sociais, suscetível de orientar a ação e o entendimento recíproco de diferentes grupos e indivíduos.
O marketing relacional é institucionalizado tendo o seu escopo nos clientes humanizados já existentes e não simplesmente na angariação de novos clientes e para que uma empresa possa apostar no “marketing relacional” e conseguir fidelizar os seus clientes, deverá ter em atenção alguns pontos, nomeadamente: reconhecer bem o cliente, saber comunicar e escutar as suas necessidades e reconhecer a sua fidelidade. Existem diversas técnicas que podem ser utilizadas para atingir os objetivos propostos pelo marketing relacional, nomeadamente a criação de bases de dados, a criação de uma página na internet com um fórum, a realização de inquéritos para medir a satisfação do cliente e os seus gostos e sugestões, a existência de um sistema que premie a fidelidade dos clientes ou mesmo a realização de eventos centrados nos clientes. As empresas passaram a ter como lente principal, o cliente, ou seja, reconhecer o cliente por perto, se relacionar com ele, e com a globalização, os produtos se tornam cada vez mais diversificados e os clientes deixaram de lado os preços e se atentaram mais aos aspectos de relacionamento, o cliente quer atenção, se sentir sociologicamente bem acomodado. A maior preocupação do é poder levar os seus clientes ao encantamento, satisfazendo suas necessidades para garantir a sobrevivência no mercado de produtos. O marketing de relacionamento objetiva criar, e continuamente tornar sólido, o relacionamento com os clientes e todos os demais públicos existentes nas sociedades complexas, e esses objetivos são alcançados mediante a compreensão das necessidades dos clientes e a melhor qualidade possível do atendimento das necessidades individuais destes clientes.
Dirigido por Shirel Peleg é estrelado por Rosalie Thomass, como a simpática independente chefe da agência e “mãe solteira” Maria, ao lado de Laurence Rupp como Karl, representando um jornalista e mulherengo. Foi filmado em Berlim, Brandemburgo e Mecklemburgo-Vorpommern. Os diálogos espirituosos de Agência do Amor colocam um dilema eterno, o amor, em um contexto social e político moderno (namoro online) – tudo poderia ser tão fácil se não deixássemos o desapontamento, a resignação e o cinismo atrapalhar o amor. O primeiro livro Chega de Tristeza, Querido! foi publicado em 2013 pela Ullstein Verlag, fundada por Leopold Ullstein em 1877, em Berlim, representa uma das maiores editoras da Alemanha. Universität Potsdam é uma universidade pública alemã, que fica na região Berlim-Brandemburgo. Situa-se em quatro campus, um em Potsdam, Brandemburgo, incluindo o Novo Palácio de Sanssouci e o parque Babelsberg. Foi fundada 15 de julho de 1991 pela Lei de Universidades de Brandemburgo a sucessora do Colégio de Estado de Educação, denominada Escola Superior de Pedagogia Karl Liebknecht (1871-1919).
Filho
de Wilhelm Liebknecht e colaborador de Karl Marx e Friedrich Engels, Karl
Liebknecht ficou reconhecido por ter fundado, junto com a economista polaco-alemã
Rosa Luxemburgo (1871-1919), a extraordinária Liga Spartacus, em 1916. Tornou-se
bem conhecida pela militância político-partidária revolucionária ligada à
Social-Democracia da Polônia, ao Partido Social-Democrata da Alemanha e ao
Partido Social-Democrata Independente da Alemanha. Este movimento de esquerda surgiu
em oposição histórica ao regime social-democrata vigente na República de
Weimar, um período histórico da Alemanha de 9 de novembro de 1918 a 23 de março
de 1933, durante o qual foi uma república federal constitucional pela primeira
vez na história; portanto, também é referida e proclamada “não oficialmente
como República Alemã”. O nome do período é derivado de
Weimar, que sediou a Assembleia Constituinte que estabeleceu seu governo
acusado pelos espartaquistas de ser cooptado pela burguesia.
A
popularidade mundial da cidade ocorreu através do famoso conto dos Irmãos
Grimm, O Flautista de Hamelin, que narra a fábula medieval sobre a praga
de ratos que infestou a cidade em 1284 e do flautista que a livrou dos ratos e
hipnotizou e enfeitiçou suas crianças. O incidente narrado no conto se supõe
ter acontecido neste ano do final do século XIII, e é baseado num fato real,
provavelmente um pouco diferente do imortalizado na famosa história. Apesar de
Hamelin possuir uma bela arquitetura medieval com lindas construções desta
época, o turismo existe mesmo em grande parte por causa da fama do popular
conto, que todo domingo de verão é representado na cidade por atores nos
lugares autênticos onde ele se passa por uma multidão de visitantes de todo o
mundo. No filme Agência do Amor, após atender um cliente que não estava sendo
correspondido pelo cético e misterioso jornalista Karl (Laurence Rupp), sua
vida passa por uma viragem de ponta-cabeça “ao ser taxada de fraude e exposta
pelo insatisfeito ex-cliente em uma matéria jornalística”. Mas a reportagem
acaba atraindo Karl para a sessão de psicoterapia, com a organizadora do
evento, provavelmente por seu interesse e pura curiosidade masculina. Porém, a
visita se torna uma redescoberta de seus próprios traumas ao abrir seu coração
para essa nova experiência com a exuberante terapeuta. O elenco principal é
formado pela extraordinária reunião de talentos em torno de Rosalie Thomass, Laurence Rupp, Cora Trube, Jerry Hoffmann, Jakob
Schreier, Denise M`Baye, Özgür Karadeniz, Charleen Deetz, Margarethe Tiesel.
Seu
segundo livro, Goodbye Heartache - A Guide to Being Happy Again, esteve na
lista dos livros mais vendidos da Spiegel de brochuras de não ficção por 25
semanas e inspirou o serviço de streaming Netflix para produzir a
comédia romântica The Love Kummers, que será publicada na primavera de
2024. Também em janeiro deste ano, o novo livro da autora, “O livro que seu
coração gostaria de ler”, foi publicado pela Heyne Verlag. Como especialista em
“saudades de amor”, Sohn escreve regularmente para várias revistas femininas,
como a Brigitte e Freundin. O início da parte teórica centra-se nos meios de
comunicação social, nos chamados novos media e no hipertexto. Além disso, este
trabalho trata das revistas femininas, sua definição, desenvolvimento de
mercado e caracterizando brevemente as mulheres alemãs das mais famosas
revistas. Também é dada atenção ao estilo, estilística, linguística do texto,
tipos de texto e estrutura do texto. A grande ênfase é dada ao último capítulo abstrato, que trata da descrição do método de análise
estilística. A tarefa da prática é comparar estilisticamente e depois resumir
características comuns ou diferentes de todos os artigos analisados.
Muro
de Berlim (Berliner Mauer), nomeado oficialmente “Muro de Proteção
Antifascista” (Antifaschistischer Schutzwall) em 1961 pelo
Sozialistische Einheitspartei Deutschlands (SED), foi uma barreira física
construída pela Alemanha Oriental durante a chamada Guerra Fria, que
circundava toda a Berlim Ocidental. período de tensão geopolítica entre a União
Soviética e os Estados Unidos e seus respectivos aliados, o Bloco Oriental e o
Bloco Ocidental, após a 2ª guerra mundial. Considera-se geralmente que o
período abrange a Doutrina Truman de 1947 até a dissolução da União Soviética
em 1991. O termo “fria” é usado porque não houve combates em larga escala
diretamente entre as duas superpotências, mas cada uma delas apoiou grandes
conflitos regionais conhecidos como guerras por procuração. O conflito foi
baseado em torno da luta ideológica e geopolítica pela influência global das
duas potências, após sua aliança temporária e vitória contra a Alemanha nazista
em 1945. A doutrina da “Destruição Mutuamente Assegurada” desencorajou um
ataque nuclear preventivo de ambos os lados em oposição assimétrica. Além do
arsenal nuclear e da mobilização militar estereotipada, a luta pelo domínio in limine foi expressa por
meios de comunicação de massa, indiretos, como a tópica guerra psicológica, campanhas de
propaganda, espionagem, embargos econômicos de longo alcance, rivalidade em
eventos esportivos e competições tecnológicas como a Corrida Espacial.
Era
parte da fronteira interna alemã. Este muro, além de dividir a cidade de Berlim
ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes: República
Federal da Alemanha (RFA), que era constituído pelos países capitalistas
encabeçados pelos Estados Unidos da América (EUA); e a República Democrática
Alemã (RDA), constituído pelos países socialistas sob jugo do regime soviético.
Construído na madrugada de 13 de agosto de 1961, dele faziam parte 66,5 km de
gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas
eletrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda.
Este muro era patrulhado por militares da Alemanha Oriental Socialista com
ordens de atirar para matar, ou seja, a célebre Schießbefehl ou “Ordem
101”, paras os que “tentassem escapar”, o que provocou desgraçadamente a
separação inútil de dezenas de milhares de famílias berlinenses. A distinta e
muito mais longa fronteira interna alemã demarcava a fronteira entre a Alemanha
Oriental e a Alemanha Ocidental. Ambas as fronteiras passaram a simbolizar a
chamada “cortina de ferro” entre a Europa Ocidental e o Bloco de Leste. Antes
da construção do Muro, 3,5 milhões de alemães orientais tinham evitado as
restrições de emigração do Leste socialista e fugiram para a Alemanha
Ocidental, muitos ao longo da fronteira geográfica entre Berlim Oriental e
Ocidental. Durante sua existência, entre 1961 e 1989, o Muro quase parou todos
os movimentos de emigração e separou a Alemanha Oriental de Berlim Ocidental
por mais de 25 anos.
Desnecessário dizer que durante uma onda revolucionária de libertação ao comando de Moscou que varreu politicamente o “Bloco de Leste,” o governo da Alemanha Oriental anunciou em 9 de novembro de 1989, após várias semanas de distúrbios civis, que todos os cidadãos da RDA poderiam visitar a Alemanha Ocidental Capitalista e Berlim Ocidental. Multidões de alemães orientais subiram e atravessaram o muro juntando-se aos alemães ocidentais do outro lado, em uma atmosfera de celebração. Ao longo das semanas seguintes, partes do Muro foram destruídas por um público eufórico e por caçadores de souvenirs. Mais tarde, equipamentos industriais foram usados para remover quase o todo da estrutura. A queda do Muro de Berlim abriu o caminho para a reunificação alemã que foi formalmente celebrada em 3 de outubro de 1990. Muitos apontam este momento como o fim da Guerra Fria. O governo de Berlim incentiva a visita do muro derrubado, tendo preparado a reconstrução de trechos do muro. Além da reconstrução de alguns trechos, está marcado no chão o percurso que o muro fazia quando estava erguido. Historicamente a remoção do Muro de Berlim começou exatamente na data que deve ser lembrada para sdempre: na noite de 9 de novembro de 1989 e continuou nos dias e semanas seguintes, com pessoas apelidadas de Mauerspechte usando várias ferramentas para remover pedaços como lembranças, demolir grandes partes no processo e criar várias passagens não oficiais na fronteira.
O Portão de Brandemburgo no Muro de Berlim foi aberto em 22 de dezembro de 1989; naquela data, o chanceler da Alemanha Ocidental, Helmut Kohl, atravessou o portão e foi recebido pelo primeiro-ministro da Alemanha Oriental, Hans Modrow. Alemães ocidentais e os berlinenses ocidentais puderam viajar sem visto a partir de 23 de dezembro. Até então, eles só podiam visitar a Alemanha Oriental e Berlim Oriental sob condições restritivas que envolviam a solicitação de visto com vários dias ou semanas de antecedência e a troca obrigatória de pelo menos 25 marcos alemães por dia de sua estadia planejada, os quais dificultavam espontaneamente visitas. Assim, nas semanas entre 9 de novembro e 23 de dezembro, os alemães orientais podiam viajar livremente do que os ocidentais. Em 13 de junho de 1990, as tropas fronteiriças da Alemanha Oriental começaram oficialmente a desmantelar pragmaticamente o muro, começando em Bernauer Straße e ao redor do distrito de Mitte. A parte da demolição continuou a démarche por Prenzlauer Berg/Gesundbrunnen, Heiligensee e por toda a cidade de Berlim até dezembro de 1990. Segundo estimativas das tropas de fronteira, um total de cerca de 1,7 milhão de toneladas de entulho de construção foi produzido pela demolição.
Extraoficialmente,
a demolição da Bornholmer Straße começou por causa das obras na ferrovia. Isso
envolveu um total de 300 guardas de fronteira da Deutsche Demokratische
Republik e - depois de 3 de outubro de 1990 - 600 pioneiros do Bundeswehr com
175 caminhões, 65 guindastes, 55 escavadeiras e 13 escavadeiras. Não queremos
perder de vista que todas as estradas movimentadas que eram cortadas pelo Muro
de Berlim foram reconstruídas e reabertas em 1° de agosto de 1990. Em Berlim,
184 km (114 mi) do muro, 154 km (96 mi) da cercamento da fronteira, 144 km (89
mi) dos sistemas de controle de sinal e 87 km (54 mi) das valas de barreira
foram removidos. O que restou foram seis seções que deveriam ser preservadas
como memorial. Várias unidades militares desmantelaram o muro da fronteira
Berlim/Brandemburgo, concluindo o trabalho em novembro de 1991. Segmentos de
paredes pintadas com motivos artisticamente valiosos na esfera política foram
colocados em leilão em 1990 em Berlim e Monte Carlo. Em 1° de julho de 1990, o dia
em que a Alemanha Oriental adotou a moeda da Alemanha Ocidental, todos os
controles fronteiriços de jure cessaram, embora a fronteira interalemã tenha se
tornado sem sentido já antes disso. A demolição do muro foi concluída em 1992.
A queda do Muro marcou o passo crítico em direção à reunificação
alemã, que foi concluída formalmente apenas 339 dias depois, em 3 de outubro de
1990, com a dissolução da Alemanha Oriental e a reunificação do Estado
alemão das linhas democráticas da Lei Básica da Alemanha Ocidental.
Em
21 de novembro de 1989, Crosby, Stills & Nash tocou a música Chippin
Away do álbum solo de Graham Nash, 1986, intitulado Innocent Eyes,
em frente ao Portão de Brandemburgo. Entretanto, poucas são as pessoas que
sabem, mas na realidade as portas de Brandenburgo foram construídas “sobre
outras portas”. Uma década após o fim da guerra dos trinta anos, a partir de
1658, Berlim começou a expandir-se como uma fortaleza, cercada por altos muros.
Onde atualmente existem as portas foram construídas nessa época umas primeiras,
para servir como uma das entradas para a cidade. Na segunda metade do século
XVIII, a burguesia ganhava força e o rei da Prússia, Frederico Guilherme II,
iniciou um plano de reestruturação da cidade, dando a ela mais esplendor. Esse
projeto previa a construção das novas portas, mas o projeto sofreu constantes
atrasos e somente em 1788 as antigas portas foram demolidas. As obras foram
iniciadas no ano de 1789 e duraram até 1791, seguindo os projetos do arquiteto
Carl Gotthard Langhans. Quando foi aberto ao trânsito ainda faltavam as
esculturas de Johann Gottfried Schadow (1764-1850), e a quadriga, mas a obra
completa já havia sido imaginada e projetada, sendo finalizada posteriormente à
abertura. Entre as seis colunas dóricas passavam cinco estradas em que apenas
duas (as mais extremas de cada lado) estavam abertas ao livre trânsito civil. A
rua principal (reconhecida pelo olhar como rua do meio) apenas podia ser percorrida pela comitiva real.
Não
houve, no momento da inauguração, qualquer tipo de cerimônia simbólica que
contemplasse o marco da construção, assim, sem nenhum tipo especial de
solenidade foi aberto ao trânsito no dia 6 de agosto de 1791. As Portas de
Brandemburgo propiciavam ao rei acesso direto do palácio real até ao “Tiergarten”,
seu jardim na parte externa da cidade. A quadriga foi instalada em 1793,
dois anos após a abertura, mas permaneceu pouco tempo sobre as portas. As
tropas francesas de Napoleão Bonaparte invadem Berlim, atravessando as portas
de Brandenburgo em outubro de 1806. Em dezembro do mesmo ano, para simbolizar a
dominação francesa, Bonaparte manda a quadriga para Paris. Esta apenas retornou
a Berlim em 1814, após a guerra da libertação, e segundo a vontade de Frederico
Guilherme III, a quadriga recebeu uma cruz de ferro e uma águia prussiana, e
passou a significar a vitória, antes era um símbolo da paz. Em 1868, pôs-se abaixo o extenso muro de proteção da cidade,
que circundava Berlim, e acrescentou-se às extremidades das portas dois
pequenos pavilhões sobre colunas, projetados por Johann Heinrich Stack, com
a proximadade a metade da altura das portas.
Nos
últimos dias da Segunda Guerra Mundial (1939-45) tanto as portas como a
quadriga foram danificadas. Berlim ficou dividida em quatro setores, estando as
portas no setor soviético, e as portas de Brandenburgo retomaram a sua função
original fazendo a divisão entre os setores leste e oeste, soviético e
britânico respectivamente. Inicialmente havia o livre tráfego através das
portas. A quadriga foi retirada mais uma
vez, em 1950, pelas autoridades soviéticas, e praticamente destruída. Foi tema
de discussão a refundição da escultura ou a colocação de um novo símbolo nas
portas, e decidiu-se pela primeira. Ambas que haviam sido danificados, foram
reestruturados em conjunto, ficando a reforma das portas sob a responsabilidade
de Berlim oriental e a refundição da quadriga para Berlim ocidental. Em julho
de 1958 a reforma estava encerrada, a quadriga - que havia sido fundida em
partes - foi remontada nos dias 1 e 2 de agosto na praça Pariser Platz do lado
soviético. Sem qualquer aviso na noite de 2 para 3 de agosto a quadriga
foi levada para Marstall, isto é, que fica do lado soviético. Na noite de 16 de
setembro a águia e a cruz de ferro - refletidas como símbolo do militarismo
alemão - foram retiradas. Em 27 de setembro de 1958, a quadriga foi finalmente
instalada no alto das portas de Brandenburgo, entretanto, para ira do lado
ocidental o monumento foi invertido.
Os
cavalos, que antes galopavam em direção a Berlim ocidental, foram postos de
frente para a Pariser Platz. A inversão gerou vários atritos entre ambos os
lados. As decisões unilaterais soviéticas sobre as portas chegaram ao fim em 14
de agosto de 1961, quando Berlim Oriental fechou suas fronteiras com os setores
britânico, americano e francês, as portas foram isoladas e o muro de Berlim foi
construído sem que as portas fizessem divisão entre os dois setores. As portas
ficaram completamente interrompidas para o tráfego de pedestres e automóveis
por quase 30 anos, somente com a queda do muro de Berlim - na noite de 9 para
10 de novembro de 1989, a sua reabertura foi repensada. Em 22 de dezembro as
portas foram reutilizadas como divisão de fronteira, e em poucos meses o muro
desapareceu por completo. Em 25 de dezembro de 1989, Leonard Bernstein fez um Concerto
em Berlim comemorando o fim do muro, incluindo a 9ª sinfonia de Beethoven (Ode
to Joy) com a palavra “Joy” (Freude) alterado para “Freedom” (Freiheit)
na letra cantada. O poeta Schiller pode ter originalmente escrito “Freedom” e
alterado para “Joy” provavelmente por medo. A orquestra e o coral eram oriundos
simultaneamente da Alemanha Oriental e Ocidental, bem como por extensão, do
Reino Unido, França, União Soviética e Estados Unidos da América.
A
liberdade intelectual não pode ser vista apenas como determinada possibilidade
de expressão. É uma noção que se torna necessário o discernimento entre sociologizar,
culturalizar, complexificar, termodinamizar. Está ligada a um contexto cultural
pluralista, dialógico, conflitual agitado. Necessita não apenas das condições
que se tornam, de fato, permissivas, mas, também das condições dinâmicas
irradiadas pelas crises, turbulências, conflitos nas ideias e visões de mundo.
Comparativamente, como ocorre no mundo físico, a termodinâmica do mundo das
ideias só é fecunda, produtiva ou criadora entre certos patamares, os quais não
podem ser determinados a priori. Aquém desses limiares, não há “efervescência
cultural” e, além, a turbulência torna-se dispersiva ou explosiva. Não se pode
determinar uma temperatura intelectual ideal, ainda mais que não há nenhum
termômetro ad hoc. Mas, para concordarmos com a figuração das ideias de Edgar
Morin, assim como a verdadeira vida do pensamento realiza-se na temperatura de
sua própria destruição, “a verdadeira vida de uma efervescência cultural
desenrola-se quase na temperatura de sua própria ebulição. Neste sentido, se
podemos conceber o complexo das liberdades, então podemos compreender que a
cultura enquanto representação social seja tanto libertação quanto prisão para
o conhecimento ou para o pensamento.
A cultura aprisiona-nos no seu
etno-sócio-centrismo, seu hic et nunc, nos seus imperativos categóricos e
proibições, nas suas normas e normalizações, nas suas limitações e
encobrimentos, nos seus artigos de fé e também de desconfiança, nas suas
verdades e nos seus erros. Mas, ao mesmo tempo, a cultura oferece-nos uma
linguagem, um saber, uma memória, um processo social comunicativo, uma
possibilidade de trocas linguísticas, verificações e refutações. Quando
comporta em si a pluralidade dialógica e a abertura para as outras culturas e
os outros saberes exteriores, oferece-nos as condições e possibilidades de
emanciparmos relativamente das suas limitações e dissimulações. Com o
desenvolvimento da cultura crescem, naturalmente, o artificial e o frívolo na
esfera do pensamento. Além de pequenos imprinting locais e sofísticos
multiplicam-se em outros tantos diaforismos e trissotinadas; um
“alto cretinismo” instala-se nas esferas superiores. A proliferação da
abstração e da matematização mascara o real concreto ou mesmo de análise, que
deviam traduzir, mas, crescem e multiplicam-se as brechas que
permitem as autonomias e as liberdades. As possibilidades de acesso aos
problemas essenciais e universais, mesmo sob a pressão das frivolidades e dos
“altos cretinismos”, são usados para descrever uma pessoa de pouca inteligência e lunática, pois os problemas decisivos permanecem confinados a
uma minoria tola, medíocre, desviante.
Bibliografia Geral Consultada.
THEODOR, Erwin, A Língua Alemã: Desenvolvimento Histórico e Situação Atual. São Paulo: Editora Herder, 1963; HELLER, Agnes, Sociologia della Vita Quotidiana. Roma: Editore Riuniti, 1975; KEMP, Tom, La Revolución Industrial en la Europa del Siglo XIX. Barcelona: Libros de Confrontacion, 1976; VAN GENNEP, Arnold, Os Ritos de Passagem. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 1978; DESROSIÈRES, Alain; THÉVENOT, Laurent, Les Categories Socio-profissionelles. Paris: Éditions La Decouverte, 1988; SCHILLER, Friedrich, Cartas sobre a Educação Estética da Humanidade. Introdução e notas Anatol Rosenfeld. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1991; KOTLER, Philip, Princípios de Marketing. Rio de Janeiro: Editor Prentice-Hall do Brasil, 1998; CANNON, Joseph; PERREAULT JR., William, “Buyer-seller Relationships in Business Markets”. In: Journal of Marketing Research. Volume 36, n° 4, pp. 439-460, 1999; BLANCHOT, Maurice, O Livro Por Vir. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2005; ALLEGRO, Luís Guilherme Vieira, A Reabilitação dos Afetos: Uma Incursão no Pensamento Complexo de Edgar Morin. Dissertação de Mestrado. Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2007; IVO, Anete Brito Leal, Sociologia, Modernidade e Questão Social. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2008; DIDI-HUBERMAN, Georges, Peuples Exposés, Peuples Figurants: L`Oeil de l`Histoire 4. Paris: Les Éditions Minuit, 2012; JUNQUEIRA, Flávia, A Teatralidade na Vida Cotidiana. Dissertação de Mestrado. Escola de Comunicações e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2014; LELOUP, Jean-Yves, Une Danse Immobile. Paris: Éditions Du Relie, 2015; GOETHE, Johann Wolfgang von, Os Sofrimentos do Jovem Werther. Edição crítica, tradução, prefácio, organização e notas de rodapé de Marcelo Backes. Porto Alegre: L&PM Editor, 2017; SILVA, Luana do Amaral, Mulheres Artistas: Reflexões sobre a Vida e a Obra de Camille Claudel. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação. Instituto de Artes. São Paulo: Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, 2020; AFTEL, Mandy, Essência e Alquimia. Belo Horizonte: Editor Laszlo, 2020; VENTURA, Raffaele Alberto, Teoria da Classe Inadequada. 1ª edição. Rio de Janeiro: Editora Âyiné, 2022; entre outros.
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