terça-feira, 25 de junho de 2024

Lucia Santaella – Verdades, Comunicação Ubíqua & Hipermobilidade.

                                  O signo é uma coisa que representa uma outra coisa: seu objeto”. Lucia Santaella         

            Há cerca de duzentos anos, sabemos a ideia de que a verdade “era produzida”, e não descoberta começou a tomar conta do imaginário individual (o sonho) e coletivo (os mitos, os ritos, os símbolos) no âmbito do processo civilizatório europeu. O precedente estabelecido pelos românticos conferiu a seu pleito uma plausibilidade inicial. O papel efetivo de romances, poemas, peças teatrais, quadros, estátuas e prédios no movimento social dos últimos 150 anos deu-lhe uma plausibilidade ainda maior, obtendo legitimidade, já que as ideias, orientadas pela razão, “adquirem força na história”. Alguns filósofos inclinaram-se ao iluminismo e continuaram a se identificar com a ciência. Eles veem a antiga luta entre a ciência e a religião, a razão e a irracionalidade, como um processo em andamento que assumiu a forma de luta entre a razão e todas as mediações intraculturais que pensam na verdade constituída e não encontrada. Esses filósofos consideram que a ciência é a atividade paradigmática e insistem que a ciência natural descobre a verdade, ao invés de cria-la. Encaram a expressão “criar a verdade” como metafórica e totalmente enganosa. Pensam na política e na arte como esferas em que a ideia de “verdade” fica deslocada.

Outros filósofos, percebendo que o mundo descrito pelas ciências físicas não ensina nenhuma lição moral e não oferece conforto espiritual, concluíram que a ciência não passa de uma “serva da tecnologia”. Esses filósofos alinham-se com o utopista político e com o artista inovador. Os primeiros contrastam a “realidade científica concreta” com o “subjetivo” ou o “metafórico”, os segundos veem a ciência como mais uma das atividades humanas, e não como o lugar em que os seres humanos deparam com uma realidade não humana “concreta”. De acordo com essa visão, os grandes cientistas inventam descrições do mundo que são úteis para o objetivo de prever e controlar o que acontece, assim como os poetas e os pensadores políticos inventam outras descrições do mundo para outros fins. Não há sentido algum, porém, em que qualquer dessas descrições seja uma representação exata de como é o mundo em si. Esses filósofos consideram inútil a própria ideia dessa representação, consignando uma verdade de categoria fenomênica, como uma descrição do espírito ainda não plenamente cônscio de sua natureza dialética e, elevar-se à ruptura no âmbitodo ser social e ao tipo ideal de verdade oferecida pelo poeta e pelo revolucionário político. 

O idealismo alemão representou uma solução de compromisso pouco duradoura e insatisfatória. É que Kant e Hegel fizeram apenas concessões parciais em seu repúdio à ideia de que a verdade está “dada”. Dispusera-se a ver o mundo da ciência empírica como um mundo “fabricado” – a ver a matéria como algo construído pela mente, ou como feita de uma mente cônscia de seu próprio caráter mental -, mas persistiram em ver a mente, o espírito, as profundezas do eu como dotados de uma natureza intrínseca – uma natureza que se poderia conhecer por uma espécie de superciência não empírica, chamada de filosofia. Isso significava que apenas metade da verdade – a metade científica inferior – era produzida. A verdade superior, a verdade sobre a mente, seara da filosofia, ainda era uma questão de descoberta, não de criação. Richard Rorty precisa sua tese de distinção entre a afirmação de que o mundo está dado e a de que a verdade dada, equivale a dizer, com bom senso, que a maioria das coisas no espaço e no tempo, é efeito de causas que não incluem os estados mentais humanos. Dizer que a verdade não está dada é dizer que, onde não há frases, não há sinais da verdade. E que as frases são componentes das línguas humanas, e que as línguas humanas são criações humanas. Só descrições podem ser “verdadeiras” ou “falsas” - sem o auxílio das atividades descritivas dos seres humanos - não pode de forma alguma sê-lo. Em filosofia e, por assim dizer, em lógica, a contingência enquanto representação da realidade é o modo de ser daquilo que não é necessário nem impossível.  

É bem verdade que a liberdade no pensamento tem somente o puro pensamento por sua verdade; e verdade sem a implementação da vida. Por isso, para lembrarmos de Hegel, é ainda só primícias sobre o conceito da liberdade, não a própria liberdade viva. Com efeito, para ela a essência é só o pensar em geral, a forma coo tal, que afastando-se da independência das coisas retornou a si mesma. Mas porque a individualidade, como individualidade atuante, deveria representar-se como viva; ou, como individualidade pensante, captar o mundo vivo como um “sistema de pensamento”; teria de encontrar-se no pensamento mesmo, para aquela expansão do agir, um conteúdo do que é bom, e para essa expansão do agir, um conteúdo do que é bom, e para essa expansão do pensamento, um conteúdo do que é verdadeiro. Com isso não haveria, absolutamente nenhum outro ingrediente, naquilo que é utilidade de uso para a consciência, a não ser o conceito que é a essência. O conceito enquanto abstração, separando-se da multiplicidade variada das coisas, não tem conteúdo nenhum em si mesmo, exceto um conteúdo que lhe é dado. A consciência, quando pensa o conteúdo, o destrói como um ser alheio; mas o conceito é “conceito determinado” e justamente essa determinidade é o alheio que o conceito possui nele. 

Esta unidade do existente, o que existe, e do que é em si é o essencial da evolução. É um conceito especulativo, esta unidade do diferente, do gérmen e do desenvolvido. Ambas estas coisas são duas e, no entanto, uma. É um conceito da razão. Por isso só todas as outras determinações são inteligíveis, mas o entendimento abstrato não pode conceber isto. O entendimento que fica representado nas diferenças, só pode compreender abstrações, isto é um nível de realidade, não o concreto, nem o conceito. Resumindo, teremos uma única vida a qual está oculta. Mas depois entra na existência e separadamente, na multiplicidade das determinações, e que com graus distintos, são necessárias. E juntas de novo, constituem um sistema. Essa representação é uma imagem da história da filosofia. O primeiro momento era o em si da realização, e em si do gérmen etc. O segundo é a existência, aquilo que resulta. Assim, o terceiro é a identidade de ambos, mais precisamente agora o fruto da evolução, o resultado de todo este movimento. E a isto Hegel chama “o ser por si”. É o “por si” do homem, do espírito mesmo. Somente o espírito chega a ser verdadeiro por si, idêntico consigo. O que o espírito produz, seu objeto de pensamento, é ele mesmo. Ele é um desembocar em seu outro. É um desprendimento, um desdobrar-se, e por isso, ao mesmo tempo, um desafogo.

No que toca mais precisamente a um dos lados da educação, melhor dizendo, à disciplina, não se há de permitir ao adolescente abandonar-se a seu próprio bel-prazer; ele deve obedecer para aprender a mandar. A obediência é o começo de toda a sabedoria; pois, por ela, a vontade que ainda não conhece o verdadeiro, o objetivo, e não faz deles o seu fim, pelo que ainda não é verdadeiramente autônoma e livre, mas, antes, uma vontade despreparada, faz que em si vigore a vontade racional que lhe vem de fora, e que pouco a pouco esta se torne a sua vontade. O capricho deve ser quebrado pela disciplina; por ela deve ser aniquilado esse gérmen. No começo, a passagem de sua vida ideal à sociedade civil pode parecer ao jovem como uma dolorosa passagem à vida de filisteu. Até então preocupado apenas com objetos universais, e trabalhando só para si mesmo, o jovem que se torna homem deve, ao entrar na vida prática, ser ativo para os outros e ocupar-se com singularidades, pois concretamente se se deve agir, tem-se de avançar em direção ao singular. Nessa conservadora produção do mundo consiste no trabalho do homem. Podemos, pois, de um lado dizer, fora de dúvida, que o homem só produz o que já existe. Por outro, é necessário admitirmos a condição e possibilidade de que um progresso individual seja realmene efetuado. Mas o progredir no mundo só ocorre nas massas, e só se faz notar em uma grande soma de coisas produzidas.

            Maria Lucia Santaella Braga nascida em Catanduva, em 13 de agosto de 1944 é pesquisadora da semiótica e do pensamento de Charles Peirce (1839-1914) no Brasil, contando com mais de quarenta livros publicados. Professora titular da PUC-SP com doutoramento em Teoria Literária (1973) e Livre-docência em Ciências da Comunicação na ECA/USP (1993). É professora do Programa de pós-graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital PUC-SP. Catanduva é um município do estado de São Paulo. É referente à vegetação com árvores de troncos e galhos retorcidos recobertos “por casca grossa e resistente ao fogo”. Este nome designava a fisionomia mais característica do cerrado brasileiro. Fundada em 14 de abril de 1918, localiza-se a uma latitude 21°8`16” Sul e a uma longitude 48°58`22” Oeste, a 385 km da capital estadual. A latitude é a distância em graus medida entre qualquer ponto na superfície terrestre e a linha do equador, que corresponde ao paralelo de 0°. As latitudes variam de 0 a 90° ao Norte e de 0 a -90° ao Sul. O sinal de negativo é apenas uma forma de indicar o hemisfério ao qual a medida faz referência. Longitude é a distância em graus medida entre qualquer ponto da superfície terrestre e o Meridiano de Greenwich, estabelecido como o meridiano de 0º. As longitudes variam até 180º, tanto em direção Leste quanto a Oeste, adquirindo sinal negativo para indicar o hemisfério ocidental. Catanduva tem altitude média de 503 metros. Sua população de Censo de 2022, era de 114 953 habitantes, sendo o 72° município do estado de São Paulo e o 263° do Brasil. Sua economia é baseada no comércio, prestação de serviços, indústrias e agricultura.

          Equador é a linha imaginária ao redor do meio de um planeta ou corpo celeste. Está a meio caminho entre o Polo Norte e o Polo Sul, a 0 graus de latitude. O nome é derivado da palavra latina medieval aequator, na frase: circulus aequator diei et noctis, que significa “círculo que equaliza dia e noite”, da palavra latina aequare que significa igual. Um equador divide o planeta Terra em hemisfério Norte e hemisfério Sul. A Terra geograficamente é mais larga no seu equador, com circunferência de 40 075 km. Seu diâmetro equatorial, de cerca de 12 756 km, também é mais largo, criando a chamada “protuberância equatorial”, isto é, uma diferença entre os diâmetros equatorial e polar de um planeta, devido à força centrífuga exercida pela rotação em torno do eixo do corpo. Um corpo em rotação tende a formar um esferoide oblato em vez de uma esfera. Esta protuberância existe por causa de uma força criada pela rotação da Terra. Como resultado, uma pessoa no equador está a mais de 20 km do centro da Terra do que uma pessoa no Polo Norte. Essa diferença é mais do que o dobro da distância entre o nível do mar e o topo do Monte Everest, mas em escala planetária é virtualmente imperceptível. Boyd Edwards, físico da Universidade Estadual de Utah (Logan), vem afirmando que, neste caso, é aproximadamente equivalente a uma única camada de fita adesiva ao redor de uma bola de vôlei esférica.  

        O conceito descrito sociologicamente, com sabedoria, por Benedict Anderson, “Imagined Communities”, inicialmente publicado em 1983, e reeditado em 1991, com diversas correções e adição de capítulos, embora tenha sido cunhado especifico para tratar do âmbito conceitual do nacionalismo, ele passou a ser generalizado, no nível de análise teórica quase como um sinônimo político de “comunidade de interesse”. Ele pode ser utilizado, por exemplo, para se referir a uma comunidade baseada em orientação sexual, ou consciência de fatores de risco global. Mas metodologicamente, uma “comunidade imaginada” difere de uma comunidade real, pois não se baseia em interação social de seus membros, e por razões práticas não pode fazê-lo: Anderson chega a mencionar que nada maior que um vilarejo pode ser uma “comunidade real”, já que é “impossível que todos seus membros se conheçam”. Nação é um exemplo de comunidade socialmente construída, imaginada por pessoas que percebem a si próprias como parte de um grupo. Como Anderson afirma, essa comunidade tem como representação a ideia de que é “imaginada”, pois os membros de uma nação, mesmo da menor delas, nunca conhecerão a maioria de seus conterrâneos, nunca os encontrarão ou, até ouvirão a seu respeito. Eles terão em suas mentes a imagem de sua “comunhão”.

Membros de uma comunidade, criam, apesar do potencial, impossibilidade de interação real uns com os outros, não deixam de compartilhar interesses ou aspectos identitários comuns. A mídia, por exemplo, cria e mantém “comunidades imaginadas”, embora geralmente o faça voltando à sua interação através dos meios que proporcionam a imaginação, como se estivesse referindo à totalidade de cidadãos de um país. A origem significativa do conceito de nação para Anderson e historiadores opostos como Eric Hobsbawm (1925-2012) e Ernest Gellner, ambos analisados em “Imagined Communities”, é uma representação da Modernidade. De acordo com Anderson, para que a concepção de nação e nacionalismo surgisse, foram necessárias três mudanças históricas centrais. O primeiro deles decorreu da ideia de que uma particular linguagem de escrita oferecia acesso privilegiado à verdade “ontologicamente situada”, precisamente por que tal linguagem era uma parcela inseparável desta verdade. O segundo desses conceitos decorreu da crença que a sociedade seria “naturalmente organizada” ao redor e sob potestades, isto é, sob monarcas que eram pessoas à parte de outros seres humanos e que governavam por alguma forma de deliberação cosmológica (divina). O terceiro decorreu de uma concepção de temporalidade em que a cosmologia e a história eram indistinguíveis, e a origem tanto do mundo quanto dos homens era essencialmente idêntica. Combinadas, essas ideias enraizaram as vidas dos homens na natureza das coisas, dando significado social e sentido para as fatalidades cotidianas da existência, sobretudo, a morte, a perda e a servidão, oferecendo de diversas formas redenção delas.

        A tópica da descritibilidade pode ser vista no filme dirigido por Kore-Eda Hirokazu, “Nossa Irmã Mais Nova” (2015), de título original: “Umimachi Diary”, em que Sachi (Haruka Ayase), Yoshino (Masami Nagasawa) e Chika (Kaho) são irmãs e vivem juntas em uma casa que pertence à família há tempos. Apesar de não verem o pai há 15 anos, elas resolvem ir “ao rito de passagem de seu enterro” (cf. Koury, 2009; 2012). Lá, elas conhecem a adolescente Suzu Asano (Suzu Hirose), a meia irmã mais nova que aos poucos entende como é a vida. Mesmo tão nova, possui vasta experiência em superar dificuldades. É ótima jogadora de futebol, comunicativa e sincera. Logo as três irmãs convidam Suzu para que more com elas. O convite é aceito e, a partir de então, elas passam a conviver juntas e aprendem os pontos sensíveis numa “comunidade imaginada” relacionada à memória ao pai em comum. Hirokazu Kore-Eda analisa a valorização da vida como uma experiência baseada na relação dialética entre alegria e sofrimento, representados por momentos de felicidade e dor não só inevitáveis como parte fundamental de nossa existência sobre o “cotidiano” (cf. Heller, 1975), na medida em que o dia-a-dia desconstrua o estereótipo, retratando-o com uma visão poética, plena da beleza dos detalhes, como o flanelódromo surge diante de nós e que marca o nascimento das irmãs e vinda da “irmã mais nova”, pois é sutil, fascinante e melancólico, mas por vezes turbulento e trágico no sentido nietzschiano. 

Em “Nossa Irmã Mais Nova” (2015), nos deparamos com as experiências e dilemas existenciais. A delicadeza com a qual o cineasta Kore-Eda constrói seu universo, com simplicidade nos emociona no “quadro de pensamento” das quatro jovens irmãs que as irmãs protagonizam o filme. Personagens que individualizam as referências, e ipso facto geram uma compaixão a ponto de sentirmos suas alegrias e suas tristezas como extraordinariamente faz o diretor com elegância, prudência e maestria. Uma das grandes marcas de Hirokazu Kore-Eda, o drama familiar, volta à cena. Atrelado à família, estão laços pessoais que são quase impossíveis ignorá-los. A perda e o vazio, outro fator crucial para a filmografia de Kore-Eda retorna também em seus adoráveis personagens imperfeitos. Em “Nossa Irmã Mais Nova”, é a partir desses elementos que de fato os personagens são equilibrados na antítese dialética referida sobre a alegria e sofrimento, a qual a vida prevalentemente se baseia, o que é capaz de levar o espectador a refletir sobre o quão poderoso é compreender o sentido da vida, e assim poder experimentar a lacuna deixada por um ente querido, como no caso familiar das irmãs, seus pais não correspondem ao afeto desejado por elas. Vale lembrar que Zusu, a irmã mais nova, vivia com o pai até que este morre, e então parte da pequena cidade em que viviam para morar na agradável companhia com suas outras três irmãs mais velhas.         

Heráclito responde a estas questões através da dialética. Para o filósofo de Éfeso, “o combate é de todas as coisas pai, de todas rei”. As coisas mudam porque existe uma tensão de forças contrárias dentro delas, como o mel que é, a um só tempo, doce e amargo. É a tensão dos contrários no interior da coisa que põe tudo em movimento. Admirável é que a tensão entre os contrários não produz destruição das forças em conflito, mas harmonia: “o contrário é convergente e dos convergentes nasce a mais bela harmonia, e tudo segundo a discórdia”. A forma como ela fica desconfortada ao demonstrar o que sente e o fato social de imaginar seu deslocamento daquele contexto é expresso com tamanha inocência que chega a ser inevitável não sentir a perda. Essa inocência é repetida em quase todos os conflitos sociais vividos pelas protagonistas, que durante o filme irão buscar a harmonia entre seguidos descontentamentos e prazeres.      

Neste sentido difere de “consubstancialidade” que é o correspondente ao termo grego ὁμοούσιος (“homoousios”), termo original que designa essa realidade. Este termo provém da junção de ὁμός (“homos”), significando “o mesmo”, e ούσιος (“ousios”), proveniente de οὐσία (“ousía”), substância ou essência. Assim, o termo tem o sentido de “da mesma substância, com a mesma essência”. O correspondente em latim é “consubstantialis”, do qual deriva na língua portuguesa, “consubstancial”. No entanto, podemos entender que tal tradução não exprime perfeitamente o sentido e o significado do termo grego. O vocábulo latino é composto por “cum” e “substantia”, o que quer dizer que favorece “cum”, ou seja, com o sentido de “com”, simultaneidade, que não exprime rigorosamente o mesmo sentido de “homos”. Do mesmo modo, “substantia” pode não corresponder perfeitamente a “ousía”, na medida em que cada um dos termos pressupõe um sistema ontológico, que varia conforme a cultura a qual se insere.

         Historicamente o vocábulo foi introduzido na confissão da fé católica pelo Primeiro Concílio de Niceia, em 325. A sua adoção está diretamente ligada à heresia dos arianos. Este grupo de hereges, cujo precursor foi Ario, presbítero de Alexandria, negava a divindade de Jesus Cristo. O Verbo de Deus, para ele, merecia esse nome apenas segundo a nossa “forma de imaginação”, pois era uma criatura, talvez como nós, mas criada antes de tudo como nós. Por ser uma criatura perfeita, Deus colocou-o acima de todos, pois sabia que ele jamais pecaria. Assim, a filiação de Jesus Cristo era apenas adotiva, do que resultava que o Pai o era apenas em sentido figurado. A isto, a Igreja respondeu reafirmando a divindade do Filho e o carácter próprio da paternidade de Deus Pai. Portanto, serviu-se de várias expressões, mas todas elas foram contestadas pelos arianos, que as interpretavam sempre como uma ofensa ao monoteísmo. Mas que para exprimir o conceito que descrevia a natureza da divindade de Jesus e a sua relação com a divindade do Pai, o Concílio de Niceia aplicou o termo “homoousios”.          

            O diretor japonês Hirokazu Kore-Eda tem uma predileção especial por questões familiares, como demonstra sua filmografia. É ele o responsável por “Ninguém Pode Saber” (“Dare mo sihranai”, Japão, 2004) em que apresenta seu argumento articulado por meio da linguagem, constituída pela luz, esverdeada às vezes, neutra a maior parte do tempo, pelo enquadramento de partes dos corpos (das mãos principalmente) e da disposição dos corpos em espaços (internos e externos), pela escolha dos olhares como principal matéria-prima expressiva e pelo tempo cultivado em cada cena para muito além do caráter descritivo da ação, que a veracidade será construída. E em “Pais & Filhos” (2013), onde demonstra como um casal lida com uma descoberta inusitada e cruel: seu filho de 6 anos, foi trocado na maternidade. Entretanto, por ser um problema recorrente da modernidade, se propõe a discutir os dilemas práticos e morais de desfazer ou não o erro da maternidade, e neste caso e arcar com as consequências dessa escolha, acrescentando o valor genético e emocional nessa complexa equação da vida real.

Ambos são premiados no Festival de Cannes, cujas histórias trazem conflitos que envolvem pais ausentes e filhos que precisam lidar com adversidades repentinas, mas com uma novidade: Kore-Eda busca desde o início a comunhão dos personagens. O cineasta usa do tom bucólico e ameno para acompanhar o cotidiano de suas personagens principais, com leves alterações decorrentes de novos e velhos amores, perda de amigos e ressurgimento de parentes. Queremos dizer com isto que “Ousía”, no sentido de essência, tanto pode designar a essência individual como a essência do gênero. Além disso, não se aplica a Deus do mesmo modo que se pode aplicar aos entes corpóreos. O conceito de “homoousios” foi também aplicado ao Espírito Santo, para exprimir a sua relação com o Pai e o Filho: a mesma essência divina, sem divisão. No entanto, enquanto que o Filho é gerado, o Espírito Santo existe por processão. O vocábulo não existe na Bíblia, mas foi tomado de empréstimo na história social representada pela filosofia grega com o início de uma linguagem teológica própria e oficial da Igreja.

A Terra está tão perto de ser esférica que os físicos às vezes a tratam como tal em seus modelos. Mas esta simplificação pode causar erros significativos ao calcular o movimento em sua superfície. Em um artigo publicado no American Journal of Physics, Edwards e seu irmão John Edwards, um cientista da computação que também está no estado de Utah, demonstram como a forma esferoidal da Terra afeta o movimento ao imaginar uma Terra plenamente de forma lisa e coberta por gelo sem fricção, perguntando o que aconteceria se você atirasse um disco de hóquei em sua superfície? O empuxo gravitacional da Terra é ligeiramente mais fraco no equador devido a sua protuberância equatorial. Por sua atração gravitacional ser “levemente mais fraca”, o equador é ideal para lançamentos de naves, pois consomem “menos energia ao serem lançados em baixa gravidade”. Duas vezes ao ano, nos equinócios da primavera e do outono, o Sol passa diretamente sobre o equador. Mesmo no restante do ano, as regiões equatoriais geralmente experimentam um clima quente e úmido com pouca variação sazonal. A estação úmida ou chuvosa dura a maior parte do ano. A longa e quente estação chuvosa cria nossas florestas tropicais. Seu clima úmido faz com que as regiões equatoriais não sejam as mais quentes do mundo, e há algumas regiões, como o monte Quilimanjaro (Tanzânia) e os Andes na América, que não são per se quentes e úmidas.

A experiência imediata e vivida na qualidade de “realidade unitária” (Erlebnis) seria o meio a permitir a apreensão da realidade histórica e humana sob suas formas concreta e viva. O contato conceitual de Wilhelm Dilthey com a hermenêutica está relacionado à sua preparação teológica. Sua reflexão para estabelecer as relações entre significados e sistemas está presente nos seus longos escritos principalmente àqueles relacionados sobre as “ciências do espírito”, com oscilações que ensejam a leitura da sua obra tanto no âmbito psicológico quanto de uma perspectiva mais propriamente sociológica. Sem dúvida ele recusou algum caráter de ciência à sociologia, referindo-se às suas variantes positivistas, mas em sintonia com uma preocupação com os fenômenos históricos em grande escala, nos quais as dimensões decisivas dizem respeito às formas de organização social da vida coletiva. Foi o primeiro pensador com uma formulação teórica original, preocupado em aproximar a hermenêutica do terreno das incertezas da história social europeia. A inovação causada por sua concepção categórica da teoria foi única e, por isso, ele está na base de muitas correntes de pensamento que articulam a relação história e hermenêutica. A hermenêutica tradicional se refere ao estudo da interpretação de textos escritos, especialmente nas áreas de literatura, religião e direito.

A hermenêutica moderna e contemporânea engloba não somente textos escritos, mas também “tudo que há vívido no processo interpretativo”. Isso inclui formas sociais verbais e não verbais de comunicação, assim como aspectos que afetam a comunicação, como proposições, pressupostos, o significado e a filosofia da linguagem e a semiótica. Não tem a pretensão de eternizar o homem, mas possibilitar ao homem se aproximar da vida, por meio de conexões que integram, aproxima e relaciona os homens. A teoria compreensiva tem uma importância ética ímpar para o mundo contemporâneo.  A base para esse nexo é a relação da vivência e a categoria do significado. Mas uma estrutura que aparece como unidade de conjunto onde age o pensamento, os sentimentos e a vontade. Considerando que há um balanço parte e todo no nexo da vivência, o que garante o equilíbrio para esse balanço é a categoria do significado que para Dilthey, nada mais é do que a integração num todo que nós encontramos juntos e nos remete ao significado contido na relação totalizante “parte-todo que encontra na vivência e é seu fundamento”. É neste sentido que Dilthey considera que vida e a mudança como padrão histórico dos seus principais momentos estruturais fazem que a concepção do mundo sempre e em toda a parte se expresse em oposições, embora sobremaneira de um fundo comum. Portanto, é na arte, na religião e no pensamento que encarnam os ideais que vangloriam a existência de um povo. Por conseguinte, toda a mundividência é produto da história. A historicidade revela-se como uma propriedade fundamental da consciência humana.

Os sistemas filosóficos e sociológicos não constituem uma exceção. Como as religiões e as obras de arte, contêm uma visão da vida e do mundo, inserida na vitalidade das pessoas que os produziram e em consonância com as épocas em que vieram à luz do dia; traduzem uma determinada atitude afetiva, caracterizam-se pela imprescindível energia lógica, porque o filósofo e frequentemente o sociólogo procuram trazer a imagem do mundo à clara consciência e ao mais estrito urdimento cognitivo. Um esforço de reflexão e dos conceitos, que gera uma circunspecção potencial reside o valor prático da atitude filosófica. Como o centro da compreensão está na vida como um todo estruturado, mas sempre resultando da relação entre individualidades, é possível perceber a conexão entre a ética e a teoria compreensiva. Em verdade uma concepção da teoria, ao longo de quase meio século, permeada lado a lado por um motivo básico: uma unidade cuja garantia de existência é a presença do sentido. Há uma démarche que atravessa o homem, e nesta noção de sentido está a marca de uma concessão fatal a uma metafísica.  Ele desejava evitar tanto quanto o empirismo dos positivistas, desde que fique clara a dimensão de ser criador de significados, que não é simplesmente a noção ampla de vida, mas sua unidade constitutiva, a vivência, representada em toda experiência humana. A história é suscetível de conhecimento porque é obra humana; nela o sujeito e objeto formam uma unidade. Nessa direção chega-se à formulação da concepção de Dilthey. Seus elementos são: vivência, expressão e compreensão.

A vivência surge nesse ponto, como algo especificamente social – pela sua dimensão intersubjetiva, e cultural – pela sua dimensão significativa -, para além do seu nível psicológico ou mesmo biológico porque guarda na memória. Trata-se de um ato de consciência, que propõe e persegue fins num contexto intersubjetivo. As interações humanas ganham corpo nas diversas formas de “manifestação de vida” através da arte, filosofia, religião, ciência, como expressão desse caráter objetivo que a experiência, intersubjetivamente constituída assume. Sua concepção metodológica articula-se, portanto, em torno do movimento de ir e vir que ocorre entre a vida, como conjunto de vivências e as formas objetivas que seus resultados assumem na sua expressão. A referência às “vivências”, segundo Gabriel Cohn, visa a preservar esse caráter imediato, no qual só é possível compreender aquilo de que assimila o próprio intérprete, pois é evidentemente de interpretação que se trata, e não de “mera observação especulativa”, é também o produtor; os propósitos, os fins e os valores, ainda que ao intérprete caiba mais propriamente reproduzi-los, na sua tarefa de reconstituir o processo da sua produção primeira. A diferenciação das ciências particulares não se realizou por um artifício da “inteligência teórica”, em resolver o problema posto pela existência do mundo mediante a análise metódica do objeto de investigação: a própria vida a realizou.

Por fim, fica evidente que, na segunda metade do século XIX, todas as metafísicas não podem ser classificadas como ciências, mesmo os grandes novos sistemas do idealismo alemão. Por esta razão, Dilthey as declara “visões de mundo” que não são comprováveis, mas também não são refutáveis e, por esta razão, permanecem em eterno conflito entre si. Os três tipos de metafísica discernidos por Dilthey – naturalismo, idealismo subjetivo e idealismo objetivo – têm a mesma posição perante as ciências das três religiões monoteístas em Lessing: elas têm uma verdade existencial, mas não uma verdade científica. A verdade é que há que uma diferença crucial no despontar do pensamento e a assunção de uma via histórica representada por influência de Wilhelm Dilthey e Heinrich Rickert. Com Dilthey, e tantos outros pensadores de seu tempo histórico perceberam que não se devem tratar as questões filosóficas de maneira a-histórica, mas sim as enraizando no seu contexto histórico particular, onde qualquer experiência embora seja singular, a mesma só pode ser apreendida quando fazem parte de uma “comunidade de sentido”. Mais uma vez compreendermos algo da ordem “singular-universal”. Essa vivência singular encerra em si uma ligação com o todo de um determinado tempo histórico, o que o próprio Dilthey irá chamar de “visão de mundo”.

A qualidade de vida é um tema que merece destaque pelo fato de se tratar de questões sociais, conjunturais e políticas relacionadas diretamente com a maneira com que os indivíduos conduzem sua forma de vida. A qualidade de vida no trabalho pode ser definida como o conjunto das ações dentro da empresa que envolve a implantação e manutenção de melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais no ambiente de trabalho. Representa, portanto, como a gestão e a educação para o bem-estar no trabalho, com decisões e escolhas baseadas na cultura organizacional e no estilo de vida dos diferentes segmentos ocupacionais. Apesar de ser uma linha de estudo recente e necessitar de detalhamento de situações concretas para melhor compreensão do tema, a qualidade de vida no ambiente de trabalho tem sido com diversas concepções e teorias, que trouxeram à tona fatores preponderantes e pioneiros para o desenvolvimento da atividade administrativa em função das condições adequadas de trabalho, incentivos e recompensas salariais oportunas, cuidados com a saúde do trabalhador etc. Isto porque o capital representa uma relação social entre pessoas, relação que se estabelece por intermédio de coisas. Resulta que tais relações se convertem em mercadorias porque são os produtos dos trabalhos privados executados com independência uns dos outros.

Para os trabalhadores as relações de seus trabalhos privados parecem o que são, isto é, relações sociais imediatas das pessoas em seus trabalhos, senão relações sociais entre coisas. Só em seu intercâmbio os produtos do trabalho adquirem como valores, uma existência social idêntica e uniforme, distinta do material e uniforme que têm como objetos de utilidade. Esta divisão do produto do trabalho em objeto útil e objeto de valor se ampliam na prática quando o intercâmbio adquire bastante extensão e importância, de modo que os objetos úteis se produzam com vistas ao intercâmbio e seu caráter de valor tenha-se já em conta em sua mesma produção. O futebol, em sua dimensão globalizada, mediatizada às relações políticas competitivas globalizadas entre nações e nacionalidades demonstra cabalmente como se dão tais relações sociais e de produção no imaginário individual (os sonhos) e coletivo (os mitos, os ritos, os símbolos), distribuídas através das redes de sociabilidade. A cidadania pode ser classificada como um status concedido pelo Estado que equiparam aos direitos civis os membros de uma sociedade, concedendo-se ao cidadão um conjunto de direitos e obrigações de ordem civil, política e social. Na crítica aoque se chamam de “cidadãos incompletos” aqueles que possuem dos três direitos compreendidos pela cidadania, em oposição àqueles que não se beneficiam de nenhum dos direitos, mas se o assédio moral se referir à categoria sexual masculina é melhor que a questão da representação da situação social seja velada.

A questão da demarcação acrescenta outra dimensão ao problema, uma vez que nem todas as ações sociais discursivas relativas envolvidas no reconhecimento e no reconhecimento equivocado são explícitas. O ato de delimitação opera de acordo com uma forma performativa de poder que estabelece um problema fundamental da democracia interna/externa em determinado grupo de trabalho coletivo de professores/as ao mesmo tempo em que fornece o seu termo chave: estamos diante da blindagem acadêmica. Esta tese implica na seguinte questão: se a performatividade é com frequência associada ao desempenho individual, pode se provar, segundo Butler (2018), passa a ser importante reconsiderar essas formas de performatividade que operam apenas por meio das formas de ação coordenada, cujas condições e cujo objetivo são a reconstituição de formas plurais de atuação e de práticas sociais de resistência. Esse movimento ou inércia, esse estacionamento do meu corpo no meio da ação do outro, não é um ato meu ou de outros, mas algumas coisas que acontece em virtude da relação entre nós, surgindo dessa relação, usando frases equívocas entre o eu e o nós - ele está gritando - buscando preservar e disseminar o valor desse equívoco, uma relação ativa e deliberadamente sustentada, uma colaboração distinta da fusão ou confusão alucinatória.

A palavra comuna, na Idade Média, representa a designação para “a cidade que se tornava emancipada pela obtenção de carta de autonomia fornecida pelo rei”. Atualmente, na França, o termo se refere à menor subdivisão administrativa do território. Em Portugal o termo remete às “comunas universitárias”, residências que formam habitação e clube de estudantes universitários, ou à administração de conselho. É desconhecida da Idade Média em Portugal: os termos que indicam comunidade urbana com personalidade jurídica são ou eram chamados de urbes, burgos, conselhos ou municípios. Berck é uma comuna francesa na região administrativa de Nord-Pas-de-Calais, no departamento de Pas-de-Calais. A comuna francesa representa a unidade básica de organização territorial da França, que perfaz um número considerável em comparação com outros países europeus: 36 681, contra aproximadamente 13 000 na Alemanha, 8 000 na Espanha e na Itália e 4 500 em Portugal. As outras subdivisões territoriais, condicionando o espaço, um lugar praticado são: o cantão, o arrondissement, o departamento e a região. As raízes do movimento comunal encontram-se nas aspirações dos burgueses das cidades que queriam liberdade, segurança, isenção de impostos feudais e justiça própria; estas exigências resultavam do desenvolvimento comercial, que era afetado pela rigidez das estruturas feudais. Embora apresentem características semelhantes aos municípios portugueses, nem as cartas comunais francesas são comparáveis a forais, que na maioria dos casos não passam de listas de encargos a satisfazer à coroa pelos conselhos.

Nos próprios burgos onde a burguesia mercantil predominava como o Porto, e o grau de sujeição ao rei diminuía dificilmente se poderá falar de “autonomia política” no sentido comunal. As comunas eram grandes unidades de produção rural, abrangendo a agricultura e pequenas indústrias. Cada comuna estruturava-se de forma coletiva e centralizada. Os lotes agrícolas familiares, distribuídos na reforma agrária de 1950, foram eliminados. A terra, colocada sob o controle social das comunas. As comunas organizavam a vida social e a educação das crianças. A implantação desse sistema teve impacto sobre a vida familiar, diminuindo a força tradicional da autoridade paterna. Inspirado na vida da mãe de seu diretor e roteirista, Jean-Jacques Zilbermann, “Um Brinde à Vida” (2016) é uma saudação, com uma extraordinária sensação de revelar as complexidades e minudências da vida. - Jean-Jacques Zilbermann s`est inspiré de l`histoire de sa mère, Irène, qui rejoignait ses amies de déportation à la mer, enfin “à Auschwitz-les-Bains”. O longa-metragem parte da experiência concreta dela e outras duas amigas sobreviventes do “campo de concentração Auschwitz” e acompanham seu reencontro mais de uma década depois da terrível experiência full-time no campo de concentração. Em 1960, três mulheres deportadas de Auschwitz, que não se viam desde o pós-guerra, se reencontram numa praia do norte da França. Durante esses poucos dias, tudo ocorre como uma primeira vez para Helen, Rose e Lili: as primeiras refeições de verdade juntas, o saborear do sorvete, o primeiro mergulho no mar, uma traição. Uma semana de risos, canções, mas também de conflitos e histórias de amor e amizade.

Do ponto de vista topológico em meio às sequências que nos ajudam a entender melhor essa personagem alçada ao protagonismo, sobretudo suas dificuldades oriundas das cicatrizes de guerra, o diretor Jean-Jacques Zilbermann prepara o terreno para a reunião das mulheres, ponto de virada que traz consigo uma mudança no compasso do longa-metragem. O reencontro de Hèlene, Lily (Johanna ter Steege) e Rose (Suzanne Clément), mediado pela quase onipresença do sol, não mais da sombra claustrofóbica dos campos de concentração, acontece numa cidade do litoral francês que contrasta evidentemente com os cenários lúgubres do cárcere. No que tange ao comportamento das amigas, há uma estratégia bem definida de acordo com a personalidade delas. Hèlene é tímida, sente-se impelida a cuidar dos que igualmente sofreram. Lilly lida de forma vaga com o passado, ora falando, ora calando. Rose, por sua vez, ostenta a fina camada de felicidade que esconde uma tristeza profunda. Contudo, Hèlene precisa falar de Auschwitz, recordar as circunstâncias que Rose quer deixar completamente para trás, se possível trancadas a sete chaves no recôndito da memória. Lily prefere questionar os preceitos do judaísmo, fazendo às vezes de mediadora, quando não de figura materna.

As primeiras cenas do filme: Um Brinde à Vida ocorrem em Auschwitz, naqueles dias “em que os alemães esvaziam o famigerado campo de concentração”. Entre execuções e o terrorismo das experiências que ainda ditavam as regras no ocaso do lugar de ódio e crueldade, duas amigas tentam fazer com que uma terceira se junte a elas na chamada “Marcha da Morte”, episódio histórico que marcou a transferência dos judeus para outros campos nazistas, onde aparentemente tinham chances de sobreviver. Esse prólogo marcado pela opressão totalitária e por uma imagem cuja concepção revela a atrocidade revivida pela memória não é exatamente um filme marcadamente sisudo. Mas é no âmbito da memória fustigada que acompanhar a démarche de Hèlene (Julie Depardieu), que tenta a todo custo retomar contato com as amizades construídas durante a barbárie nos faz entender o processo e as mazelas de reconstituição da memória. Ela se casa com um homem marcado pela violência física da intolerância dos partidários de Hitler e anuncia recorrentemente num jornal a busca por suas companheiras de degredo.

Metodologicamente a memória representa o armazenamento de informações e fatos obtidos através de experiências ouvidas ou vividas. A memória focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental e deteriora-se com a passagem do tempo. É um processo que conecta pedaços de memória e reconhecimentos a fim de gerar novas ideias, ajudando através dos detalhes a tomar decisões diárias. A corrupção da consciência, fenomenologicamente falando, no sentido que emprega Merleau-Ponty funciona como a “essência da consciência para o mal”, ou, “essência da percepção para o mal”, posto que: a consciência só começa a ser determinando um objeto, e mesmo os fantasmas de uma “experiência interna” só é possível por empréstimo à experiência externa. Memória, segundo diversos estudiosos, desde Hegel e Marx à maturação da hermenêutica filosófica, desde à compreensão da sociologia e à aproximação com a psicanálise freudiana é factualmente a base do conhecimento humano. E como tal, deve ser trabalhada e estimulada. É através dela que damos significado ao cotidiano da vida privada e acumulamos nossas experiências para utilizarmos com eficácia durante a vida.

A realização de Jean-Jacques Zilbermann consegue aproveitar plenamente o potencial da temática, principalmente nessa interessante proposta de apresentar faces distintas de um mesmo anseio, o de mitigar as dores da guerra, ora através da religião e seus símbolos, ora através da transgressão sexual, como ocorre nas cenas de sexo dentro do banheiro químico na comuna francesa de Nord-Pas-de-Calais. Freud tinha uma concepção psicológica do ser humano. Sua teoria é de grande influência na psicologia atual e, além do contínuo debate sobre sua aplicação no tratamento médico, também é, frequentemente, discutida e analisada como obra de literatura e cultura geral. Depois que o pai de Freud falece, em 1896, segundo as cartas recebidas por Fliess, Freud, dedica-se a analisar seus próprios sonhos, remetendo-os à sua infância e, assim, determinando as raízes de suas próprias neuroses. Reconhecido profissionalmente como Sigmund Freud, foi um médico neurologista criador da psicanálise. Freud, como se tornara reconhecido, nasceu em uma família judaica, em Freiberg in Mähren, na época pertencente ao Império Austríaco, atualmente, a localidade é denominada Příbor, e pertence à República Tcheca. Freud iniciou seus estudos pela utilização da técnica da hipnose no tratamento de pacientes com histeria, como forma de acesso aos seus conteúdos mentais.

Ao observar a melhoria dos pacientes tratados pelo médico francês Charcot, elaborou a hipótese clínica de que a causa da histeria era psicológica, e não orgânica, distanciando-se das correntes positivistas que associavam a determinação biológica da espécie. Essa hipótese serviu de base para outros conceitos desenvolvidos posteriormente por Freud, como o do inconsciente. Fatos como a descrição de pacientes curados através do diálogo por Josef Breuer e a morte do colega Ernst von Fleischl-Marxow por dose excessiva do antidepressivo da época, a cocaína, levaram-no ao abandono das técnicas de hipnose e de drogas para criar um novo método: a cura pela fala, ou seja, a psicanálise, que utilizava a interpretação de sonhos e a livre associação como acesso ao inconsciente. Suas teorias sociais e seus tratamentos terapêuticos foram controversos na aparentemente conservadora Viena do fim do século XIX, e continuam a ser debatidos presentemente. Sua concepção teórico-metodológica de teoria e de inerpretação da realidade é de grande influência na psicologia e, além do contínuo debate atualmente sobre sua aplicação terapêutica no tratamento médico, também é, frequentemente, discutida e analisada como obra de literatura culta nas humanidades.

A psicossociologia tem como representação abstrata do indivíduo o estudo de problemas comuns à psicologia e à sociologia, particularmente a maneira como o comportamento individual é influenciado pelos grupos aos quais a pessoa pertence. Por exemplo, no estudo dos criminosos a psicologia estuda a personalidade latente do criminoso moldada pela educação do criminoso. A sociologia estuda o comportamento teórico e prático do próprio grupo num processo de interação em geral: os métodos que o grupo criminoso usa para recrutar membros e a maneira como o grupo muda ao longo do tempo. Psicossociologia estuda o comportamento do criminoso, que é criado pelo grupo ao qual pertence, como os jovens que moram no mesmo quarteirão do bairro. Existem muitos fatores sociais que podem afetar a psicologia dos outros. Um exemplo disso são as chamadas panelinhas sociais. Se alguém é aceito em seu grupo desejado ou não, isso muda a maneira como eles pensam sobre si mesmos e as pessoas ao seu redor. Amizades em idades jovens enquanto crescem também têm muito a ver não apenas com o desenvolvimento psicológico, mas também com habilidades sociais e comportamento social. O mesmo vale para as leis comuns na sociedade. Se o grupo de um indivíduo decide obedecer por eles ou não, isso afeta a visão desse indivíduo sobre a lei e seu grupo como um todo. A maneira como as pessoas podem agir ou falar dita a maneira como os outros as veem em uma sociedade. Os indivíduos podem ver a autoridade de muitas maneiras, dependendo de suas experiências e do que os outros lhes disseram.

Por isso, com base no conhecimento social de autoridade das pessoas, suas opiniões e ideias são muito diferentes. Cada indivíduo tem seu próprio processo de pensamento psicológico único e pessoal no qual eles usam para analisar o mundo ao seu redor. As pessoas internalizam e processam fatores sociológicos de maneira relativa ao seu processo de pensamento psicológico. Essa relação é recíproca, pois a sociedade pode alterar e transformar as maneiras que as pessoas pensam e, ao mesmo tempo, a sociedade pode ser influenciada pelo pensamento psicológico exteriorizado dos indivíduos dentro da própria sociedade. Devido a isso, pode-se ver como a psicologia é fundamental para ajudar o sociólogo a interpretar os efeitos dos fatos sociais no comportamento de um indivíduo numa sociedade determinada. Tais anotações tornam-se a fonte etnográfica para a obra “A Interpretação dos Sonhos”. Durante o curso desta autoanálise, Freud chega à conclusão de que seus próprios problemas eram devidos a uma atração por sua mãe e a uma hostilidade em relação a seu pai. É o que constitui o famoso “complexo de Édipo”: o “coração”, por assim dizer, da teoria de Freud sobre a origem da neurose em todos os seus pacientes investigados. Nos primeiros anos do século XX, são publicadas suas obras em que contém suas teses principais no ensaio: “A Interpretação dos Sonhos” e “A Psicopatologia da Vida Cotidiana”. Freud criou o termo “psicanálise” para designar um método, uma teoria e uma técnica para investigar cientificamente os processos inconscientes e de outro modo inacessíveis do psiquismo.

Bibliografia Geral Consultada.

SILVA, Edmar Luís da, Compreender a Vida, Fundamentar a História: ´A Crítica da Razão Histórica` em Wilhelm Dilthey (1833-1911). Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em História. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Departamento de História. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2006; AZEVEDO, Flora Muniz Tucci, A Concepção de Contingência em Richard Rorty. Dissertação de Mestrado em Filosofia. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2007; ANDERSON, Benedict, Comunidades Imaginadas: Reflexões sobre a Origem e a Difusão do Nacionalismo. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2008; MARTINS, Caren Lara, Prevalência da Hipermobilidade Articular em uma Amostra de Base Populacional de Idosos da Cidade de Porto Alegre. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica. Instituto de Geriatria e Gerontologia. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2008; CACCIA, Lara Schmitt, Mobilidade Urbana: Políticas Pública e Apropriação do Espaço em Cidades Brasileiras. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Geografia. Porto alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2015; MARTINS, Vivian, Pedagogia da Hipermobilidade: Formação, Movimento, Conexões e Comunidades Integradas por uma Educação-mundo. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2021; AGUIAR, Rafael Rattes Lima Rocha de, Desenvolvendo Interfaces Ubíquas: Estratégias para Designer-docente. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Design. Centro de Artes e Comunicação. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2023; SANTAELLA, Lúcia, Comunicação Ubíqua: Repercussões na Cultura e na Educação. São Paulo: Editora Paulus, 2013; Idem, “Diagnóstico do Contemporâneo”. In: Implicações Humanas das Tecnociências • Estud. av. 38 (110) • Jan-Apr., 2024; SEIBIT, Daniela, A Constituição Imaginária do Blockchain: Diálogos sobre Confiança, Descentralização e Perspectivas da Internet. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Comunicação Social. Escola de Comunicação, artes e Design – Famecos. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2024; entre outros.

domingo, 23 de junho de 2024

O Regresso – DiCaprio, Consagração & Dialelo Estético e Intelectual.

                  “Os circuitos de consagração social serão tanto mais eficazes, quanto maior a distância”. Pierre Bourdieu

            Leonardo DiCaprio nasceu em Hollywood em 11 de novembro de 1974, e é filho único de Irmelin com nome de solteira: Indenbirken, nascida na Alemanha, e de George Paul DiCaprio, nascido em 2 de outubro de 1943, é um artista, produtor e distribuidor de “banda desenhada”. Ambos os pais de Leonardo são filhos de estrangeiros: o seu avô paterno era italiano e a sua avó paterna era alemã; do lado da mãe, o seu avô era alemão e a sua avó era uma alemã nascida na Rússia. O próprio ator passou socialmente uma parte da infância na Alemanha e fala alemão fluentemente. Os pais de Leonardo conheceram-se na universidade e mudaram-se mais tarde para Los Angeles. Leonardo recebeu o seu nome em honra do artista Leonardo da Vinci (1452-1519), uma vez que, segundo a sua mãe, ele deu o seu primeiro pontapé quando ela observava um quadro do artista na Itália quando ela ainda estava grávida. Os pais de Leonardo divorciaram-se quando ele tinha um ano de idade e ele passou a viver maioritariamente com a mãe. Os dois viveram em vários bairros de Los Angeles como Echo Park e a mãe de Leonardo teve diversos empregos para os sustentar. Leonardo frequentou a Seeds Elementary School e o John Marshall High School depois de frequentar o Los Angeles Center for Enriched Studies durante quatro anos. Porém, o ator desistiu do Liceu no 3° ano. Não foi bom aluno, principalmente em matemática, pois tinha dificuldade de atenção. No entanto, mais tarde acabou obtendo o General Equivalency Diploma o diploma de equivalência do 12º ano. DiCaprio é agnóstico.

           Leonardo é reverenciado pela sua engenhosidade tecnológica. Concebera ideias maquínicas muito à frente de seu tempo, como um protótipo de helicóptero, um tanque de guerra, o uso da energia solaruma calculadora, o casco duplo nas embarcações, e uma teoria rudimentar das placas tectônicas. Um número relativamente pequeno de seus projetos chegou a ser construído durante sua vida (muitos nem mesmo eram factíveis), mas algumas de suas invenções menores, como uma bobina automática, e um aparelho que testa a resistência à tração de um fio, entraram sem crédito algum para o mundo da indústria. Como cientista, foi responsável por grande avanço na representação do conhecimento no âmbito da anatomia, da engenharia civil, da óptica e da hidrodinâmica. O homem representa todo o Universo e nele está consciente. Microcosmo é o Universo do ponto de vista pessoal e subjetivo, por oposição ao macrocosmo: ao Universo do ponto de vista coletivo e objetivo. No Homem encontram-se ambos o universal e o particular, ora na forma de conteúdo, o que é contido, ora na forma de continente, o que contém. O microcosmo é o mundo do homem consciente de si, e o mundo é a medida do homem.  Além do microcosmo estende-se o macrocosmo, mas além desse último não há o que estender, porque não há medida fora do mundo.

       Nascido filho “ilegítimo” do notário Piero da Vinci (1427-1504) e da camponesa, Caterina, em Vinci, na região da Florença, Leonardo da Vinci foi educado no ateliê do renomado pintor florentino, Verrocchio. Passou a maior parte do início de sua vida profissional a serviço de Ludovico Sforza (Ludovico il Moro), em Milão. Trabalhou posteriormente em Veneza, Roma e Bolonha, e passou seus últimos dias na França, numa casa que lhe foi presenteada pelo rei Francisco I. Leonardo era como até hoje, conhecido principalmente como pintor. Duas de suas obras, a “Mona Lisa” (1503) e “A Última Ceia” (1495-1498), estão entre as pinturas mais famosas, mais reproduzidas e mais parodiadas de todos os tempos, e sua fama se compara apenas à “Criação de Adão”, de Michelangelo. O desenho do “Homem Vitruviano”, foi desenhado em um dos diários de Da Vinci durante os anos de 1490. Nos escritos aparece um homem que é representado por meio de superposições de imagem e com dimensões de 34 cm por 24 cm. Realizado por Leonardo, também é tido como um ícone culturalmente, e foi reproduzido por todas as partes, desde o euro até em camisetas. Cerca de quinze de suas pinturas sobrevivera atualmente. O número pequeno se deve às suas experiências constantes e que ocorrem frequentemente de formas desastrosas com novas técnicas, além de sua procrastinação crônica. Estas poucas obras, juntamente com seus extraordinários Cadernos de Anotações que contêm acumulação ordinária de desenhos, diagramas e pensamentos sobre a pintura, formam a contribuição etnológica dignamente às gerações vindouras de artistas que só pode ser rivalizada à de Michelangelo.

Leonardo da Vinci é considerado por vários letrados o maior gênio da história, devido a sua multiplicidade de talentos para ciências e artes, sua engenhosidade e criatividade, além de suas obras polêmicas. Por que “Outro Capra”? A resposta vem da pena etnográfica de Fritjof Capra quando admite: - Como cientista e autor, afastei-me do meu trabalho habitual neste livro: “The Science of Leonardo” (2007). No entanto, foi um livro profundamente gratificante de escrever, já que o trabalho científico de Leonardo tem me tem fascinado por mais de três décadas. Quando comecei minha carreira no início da década de 1970, meu plano era escrever um livro “popular sobre a física das partículas”. Concluí os três primeiros capítulos e abandonei o projeto para escrever: The Tao of Physics, no qual incorporei a maior parte do manuscrito inicial. Começava com uma breve história da ciência ocidental moderna, e tinha como abertura a belíssima declaração de Leonardo sobre os fundamentos empíricos da ciência.  É radicalmente interessado em todos os campos do saber e do conhecimento.  Seu interesse vital parece ter sido a investigação científica. Os Testes de Desenvolvimento Educacional Geral (GED) representam um grupo de quatro testes de disciplinas acadêmicas nos Estados Unidos da América (EUA) e no Canadá que certificam o conhecimento acadêmico equivalente a um diploma do Ensino Médio. Esta certificação é uma alternativa ao diploma do Ensino Médio, assim como o Teste de Equivalência de Ensino Médio é uma alternativa ao diploma de ensino médio dos EUA, GED e Test Assessing Secondary Completion (TASC). 

      O teste foi elaborado com base nos Padrões de Preparação para a Carreira e Faculdade, Office of Career, Technical, and Adult Education (OCTAE), antes Office of Vocational and Adult Education, subdivisão do Departamento de Educação dos Estados Unidos para Educação de Adultos. É regido pelo ETS e é fornecido em cooperação com a autoridade relevante do estado ou territórios. Pessoas que optam por concluir o ensino médio mais cedo podem obter uma credencial de equivalência ao Ensino Médio (HSE) com o teste HiSET.  Os candidatos devem demonstrar, comparativamente no exame, que possuem as mesmas habilidades técnicas e conhecimentos de um aluno graduado do Ensino Médio. Ao passar no teste, os candidatos recebem um diploma de equivalência ao Ensino Médio e uma transcrição da pontuação do teste pelo respectivo estado ou jurisdição onde fizeram o teste.  

Cada estado ou jurisdição tem seus próprios requisitos e políticas de testes. Além disso, alguns estados têm limites mínimos de idade ou requisitos de status de residência estadual. Alguns estados exigem que o candidato faça um curso preparatório antes de fazer o exame. A aprovação no teste dá àqueles que não concluíram o Ensino Médio, ou que não atendem aos requisitos para diploma, a oportunidade de obter um Certificado de Equivalência ao Ensino Médio ou uma credencial com título semelhante. O GED Testing Service é uma joint venture entre o Conselho Americano de Educação (ACE) que iniciou o programa em 1942 e a Pearson. A organização foi formada em 2011 e foi modelada para representar uma parceria público-privada. Baseia-se na sua experiência em educação continuada e de adultos, aproveitando os recursos consideráveis ​​da Pearson, a maior empresa de educação e testes do mundo, com quase 70 anos de história para expandir o acesso ao teste GED, garantir a sua qualidade e integridade, e adaptar o teste GED às habilidades necessárias no século XXI. Desde então, mais de 20 milhões de indivíduos ganharam sua segunda chance de obter uma credencial de ensino médio e receberam seu passaporte para o ensino pós-secundário, melhores empregos e salários de sustento familiar por meio de passando no teste GED, o único teste de equivalência ao Ensino Médio que foi elaborado desde o início e que está atualmente alinhado aos padrões de preparação para a faculdade e para a carreira na vida social.

           Foi em 1997 que DiCaprio ganhou a fama internacional com Titanic, vencedor de 11 Óscar da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos e um dos filmes mais rentáveis de sempre. Apesar de não ter conseguido uma indicação para os Óscares, Leonardo conseguiu a sua segunda indicação para os Globo de Ouro. No ano seguinte, Leonardo protagonizou o filme: O Homem da Máscara de Ferro (1998), onde interpretou duas personagens: o Rei Luís XIV e o seu irmão gêmeo, Philippe. Baseado no romance homônimo de Alexandre Dumas, o filme foi um sucesso de bilheteira, mas recebeu críticas também negativas. Com a entrada nos anos 2000, Leonardo DiCaprio voltou a conquistar credibilidade junto da crítica com filmes como Gangs of New York (2002), dirigido por Martin Scorsese com quem viria a colaborar em mais quatro projetos e Catch Me If You Can, dirigido por Steven Spielberg quando este último lhe valeu a sua terceira indicação para o Globo de Ouro. Em 2004, o ator protagonizou The Aviato,r também dirigido por Martin Scorsese, um filme biográfico sobre o excêntrico aviador Howard Hughes. O filme foi sucesso de crítica e venceu cinco Óscar em 2005.

            Martin Scorsese nascido no Queens, em Nova Iorque, em 17 de novembro de 1942, é um cineasta, produtor de cinema, roteirista e ator norte-americano vencedor do Oscar de melhor diretor por Os Infiltrados. Em 2002, foi eleito o nono maior diretor de cinema de todos os tempos em uma pesquisa realizada pelo British Film Institute e a revista Sight & Sound com diversos cineastas, posto que compartilhou com David Lean e Jean Renoir e, em 2011, foi votado o segundo maior diretor vivo pelo The Guardian, atrás apenas de David Lynch. Muitos dos seus filmes fazem alusão à religião de sua juventude da qual, porém, definitivamente se afastou ainda jovem, como fica claro já em Mean Streets, mas principalmente em The Last Temptation of Christ. Muito cedo foi atraído pelo mundo espetacular do cinema. Scorsese admitiu sua obsessão pelo cinema no documentário de 3 horas e 45 minutos que realizou em 1995, chamado “A Personal Journey with Martin Scorsese Through American Movies”. Scorsese frequentou a escola de cinema da Universidade de Nova Iorque; fazia filmes curtos, um dos quais – The Big Shave – ficou famoso na altura. O seu primeiro “filme a sério” – Who`s That Knocking At My Door com o seu colega de escola Harvey Keitel, e a partir daí tornou-se reconhecido dos chamados “movie brats” dos anos 1970: Francis Ford Coppola, George Lucas e Brian de Palma. Foi Brian de Palma que o apresentou a Robert de Niro, de quem se tornou amigo íntimo, tendo trabalho juntos em vários projetos cinematográficos: Mean Streets ou Caminhos Perigosos (1973), Taxi Driver (1976), New York, New York (2008), Touro Indomável (1980), The King of Comedy (1982), Goodfellas (1990), Cabo do Medo (1991), Cassino (1995) e O Irlandês (2019).

           Foi em 1997 que DiCaprio ganhou a fama internacional com Titanic, vencedor de 11 Óscar da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos e um dos filmes mais rentáveis de sempre. Apesar de não ter conseguido uma indicação para os Óscares, Leonardo conseguiu a sua segunda indicação para os Globo de Ouro. No ano seguinte, Leonardo protagonizou o filme: O Homem da Máscara de Ferro (1998), onde interpretou duas personagens: o Rei Luís XIV e o seu irmão gêmeo, Philippe. Baseado no romance homônimo de Alexandre Dumas, o filme foi um sucesso de bilheteira, mas recebeu críticas também negativas. Com a entrada nos anos 2000, Leonardo DiCaprio voltou a conquistar credibilidade junto da crítica com filmes como Gangs of New York (2002), dirigido por Martin Scorsese com quem viria a colaborar em mais quatro projetos e Catch Me If You Can, dirigido por Steven Spielberg quando este último lhe valeu a sua terceira indicação para o Globo de Ouro. Em 2004, o ator protagonizou The Aviato,r também dirigido por Martin Scorsese, um filme biográfico sobre o excêntrico aviador Howard Hughes. O filme foi um sucesso entre a crítica e venceu cinco Óscar em 2005.

            Martin Scorsese nascido no Queens, em Nova Iorque, em 17 de novembro de 1942, é um cineasta, produtor de cinema, roteirista e ator norte-americano vencedor do Oscar de melhor diretor por Os Infiltrados. Em 2002, foi eleito o nono maior diretor de cinema de todos os tempos em uma pesquisa realizada pelo British Film Institute e a revista Sight & Sound com diversos cineastas, posto que compartilhou com David Lean e Jean Renoir e, em 2011, foi votado o segundo maior diretor vivo pelo The Guardian, atrás apenas de David Lynch. Muitos dos seus filmes fazem alusão à religião de sua juventude da qual, porém, definitivamente se afastou ainda jovem, como fica claro já em Mean Streets, mas principalmente em The Last Temptation of Christ. Muito cedo foi atraído pelo mundo espetacular do cinema. Scorsese admitiu sua obsessão pelo cinema no documentário de 3 horas e 45 minutos que realizou em 1995, chamado “A Personal Journey with Martin Scorsese Through American Movies”. Scorsese frequentou a escola de cinema da Universidade de Nova Iorque; fazia filmes curtos, um dos quais – The Big Shave – ficou famoso na altura. O seu primeiro “filme a sério” – Who`s That Knocking At My Door com o seu colega de escola Harvey Keitel, e a partir daí tornou-se reconhecido dos chamados “movie brats” dos anos 1970: Francis Ford Coppola, George Lucas e Brian de Palma. Foi Brian de Palma que o apresentou a Robert de Niro, de quem se tornou amigo íntimo, tendo trabalho juntos em vários projetos cinematográficos: Mean Streets ou Caminhos Perigosos (1973), Taxi Driver (1976), New York, New York (2008), Touro Indomável (1980), The King of Comedy (1982), Goodfellas (1990), Cabo do Medo (1991), Cassino (1995) e O Irlandês (2019).

Em 1972 dirigiu Boxcar Bertha para o famoso produtor de “filmes B”, Roger  Corman que também tinha dado a primeira oportunidade a Coppola. Boxcar Bertha ensinou Scorsese a fazer filmes “baratos e depressa”, preparando-o para o seu primeiro filme com de Niro, Mean Streets, de 1973. Aclamado pela crítica, Mean Streets foi o pontapé de inicial para Scorsese e de Niro. A atriz Ellen Burstyn, escolheu Scorsese para dirigir o filme: Alice Doesn’t Live Here Anymore em 1974, pelo qual ganhou o Oscar de melhor atriz. Em 1976, Scorsese surpreendeu o mundo do cinema com o extraordinário Taxi Driver. O filme é protagonizado por Robert de Niro e Jodie Foster, que têm performances brilhantes, “num retrato considerado dos mais violentos e crus sobre a vida em Nova Iorque alguma vez levado à tela”. Cinco anos mais tarde, Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos, foi quase assassinado por um jovem que justificou o seu ato com a obsessão que sentia pela personagem de Jodie Foster neste filme. Taxi Driver recebeu quatro nomeações para o Oscar, incluindo o de melhor filme, e encorajou Scorsese a avançar para o seu primeiro projeto arrojado, New York, New York

Em 1972 dirigiu Boxcar Bertha para o famoso produtor de “filmes B”, Roger  Corman que também tinha dado a primeira oportunidade a Coppola. Boxcar Bertha ensinou Scorsese a fazer filmes “baratos e depressa”, preparando-o para o seu primeiro filme com de Niro, Mean Streets, de 1973. Aclamado pela crítica, Mean Streets foi o pontapé de inicial para Scorsese e de Niro. A atriz Ellen Burstyn, escolheu Scorsese para dirigir o filme: Alice Doesn’t Live Here Anymore em 1974, pelo qual ganhou o Oscar de melhor atriz. Em 1976, Scorsese surpreendeu o mundo do cinema com o extraordinário Taxi Driver. O filme é protagonizado por Robert de Niro e Jodie Foster, que têm performances brilhantes, “num retrato considerado dos mais violentos e crus sobre a vida em Nova Iorque alguma vez levado à tela”. Cinco anos mais tarde, Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos, foi quase assassinado por um jovem que justificou o seu ato com a obsessão que sentia pela personagem de Jodie Foster neste filme. Taxi Driver recebeu quatro nomeações para o Oscar, incluindo o de melhor filme, e encorajou Scorsese a avançar para o seu primeiro projeto arrojado, New York, New York

Este tributo musical à cidade natal de Scorsese, resultou num enorme fracasso de bilheteria, e a má recepção da indústria cultural que levou Scorsese a uma “depressão nervosa”; mesmo assim conseguiu a inspiração para realizar o que será provavelmente o melhor filme de rock, The Last Waltz, que documenta o último concerto dos The Band em 1978. Em 1978 fez também um outro documentário chamado American Boy. Convencido de que não faria mais nenhum filme, devido ao seu estado de saúde precário, colocou todas as suas energias na realização de Raging Bull (1980); amplamente reconhecido como sendo uma obra-prima, o filme recebeu oito nomeações para os óscares, incluindo as de melhor filme, melhor ator (Robert de Niro) e pela primeira vez, a de melhor diretor. O filme narra a história social de um boxeador de peso médio e suas vitórias até obter a sua primeira oportunidade de ser campeão da sua categoria. Ele se apaixona por uma linda garota do Bronx, um burgo na cidade de Nova Iorque, coextensivo com o condado do Bronx, no estado norte-americano de Nova Iorque. Mas a incapacidade de expressar seus sentimentos eventualmente atrapalha sua vida profissional, o que lhe custa tudo. Robert de Niro ganhou, mas Scorsese perdeu para o primeiro filme de Robert Redford. Isto manteve Scorsese na produção de filmes, mas sem um grande êxito de bilheteira, teve que continuar a lutar socialmente para os conseguir notável realização.

Vale lembrar que a vida no capitalismo tardio é um rito permanente de iniciação. Todos devem mostrar que se identificam sem a mínima resistência com os poderes os quais estão submetidos. Isso se encontra na base da síncope do jazz que escarnece dos tropeços e, ao mesmo tempo, os eleva à condição de norma. A voz de eunuco do crooner da rádio, o galante cortejador da herdeira, que cai de smoking na piscina, são exemplos para os homens, que de per se devem se ajustar ao que impõe o sistema. Todos podem ser como a sociedade onipotente, todos podem se tornar felizes, conquanto se entreguem sem reservas, e renunciem à sua pretensão de felicidade. A sociedade reconhece a sua própria força na debilidade deles e lhes cede uma parte. A passividade do indivíduo o qualifica como elemento seguro. Assim o trágico, para Adorno e Horkheimer (2021), é liquidado. Antigamente, a substância do trágico estava na oposição do indivíduo à sociedade. Ele exaltava “o valor e a liberdade de ânimo diante de um inimigo potente, de uma adversidade superior, de um terrível problema. Hoje, o trágico se dissolveu no nada da falsa identidade entre sociedade e sujeito, cujo horror se vislumbra ainda na aparência fraudulenta do trágico. Mas o milagre da integração, o permanente ato de graças dos patrões em acolher quem cede e engole a própria relutância, tende ao fascismo. Tal “milagre” lampeja na humanidade com que Döblin permite ao seu Biberkopf encontrar uma sistematização, assim como nos filmes de tom social. A capacidade de escorregar e de se arranjar, de sobreviver à própria ruína, pela qual o trágico é superado, é própria da nova geração; seus membros estão em condições de desempenhar qualquer trabalho, porque o processo de trabalho não os sujeita a um ofício determinado. 

Isto recorda a triste docilidade do sobrevivente, para o qual a guerra nada importava, ou do trabalhador ocasional, que termina por entrar nas ligas e nas organizações paramilitares. A liquidação do trágico confirma a liquidação do indivíduo. Quer dizer, na indústria cultural o indivíduo é ilusório não só pela estandardização das técnicas de produção. Ele só é tolerado, como vemos, à medida que sua identidade sem reservas com o universal permanece fora de contestação. Da improvisação regulada do jazz até a personalidade cinematográfica original, que deve ter um topete caído sobre os olhos para ser reconhecida como tal, domina a pseudoindividualidade. O indivíduo se reduz à capacidade que tem o universal de assinalar o acidental com uma marca tão indelével a ponto de torná-lo de imediato identificável. Mesmo o mutismo obstinado ou os modos eleitos pelo indivíduo que se expõe são produzidos em série, como as fechaduras Yale, que se distinguem entre si só por frações de milímetros. A particularidade do Eu é um produto patenteado, que depende da situação social e que é apresentado como social. Essa se reduz aos bigodes, ao sotaque francês, à voz profunda de mulher vivida, ao Lubitsch touch, que são quase como impressões digitais estampadas sobre documentos de identidade, entretanto iguais. Coisa em que, diante do poder universal, se transforma a vida e o rosto (cf. Courtine & Haroche, 2016) de todos os indivíduos, isto é, da estrela do cinema até o último condenado. A pseudoindividualidade é a premissa do controle e da neutralização do trágico: só pelos indivíduos não serem assim, mas simples encruzilhadas das tendências do universal, é possível recapturá-los na universalidade.

A cultura de massa assim desvela o caráter fictício que a forma do indivíduo sempre teve na época burguesa e o seu erro está apenas em vangloriar-se desta turva harmonia do universal com o particular. O princípio da individualidade sempre contraditório. A autoconservação nas classes mantém a todos na condição de meros seres genéticos. O indivíduo sobre o qual a sociedade se regia, portava o seu estigma; ele, em sua liberdade aparente, era o produto do aparato econômico e social. O poder apelava para as relações de força dominantes ao solicitar a resposta dos que lhes eram sujeitos. Por outro lado, a sociedade burguesa, em seu curso, também desenvolveu o indivíduo. Contra a vontade de seus controladores, a técnica educou o homem desde criança. Mas todo o processo de individualização nesse sentido se cumpriu em prejuízo da individualidade, em cujo nome se dava, e desta só manteve a decisão de perseguir tão só e sempre a sua própria meta. A chamada indústria cultural pode fazer o que quer da individualidade somente porque nela, e sempre, se reproduziu a íntima fratura da sociedade. Na face dos heróis de cinema e do homem da rua, confeccionada segundo os modelos das capas das grandes revistas, desaparece uma aparência em que ninguém mais crê, e a paixão por aqueles modelos vive da satisfação secreta de, finalmente, estamos dispensados da fadiga da individualização, mesmo que seja pelo esforço – anda mais trabalhoso – da imitação.

A apoteose do tipo médio pertence ao culto do que tem bom preço. As estrelas mais bem pagas parecem imagens publicitárias de ignorados artigos-padrão. Não é por nada que são escolhidas com frequência entre as fileiras dos modelos comerciais. O gosto dominante tira o seu ideal da publicidade, da beleza de uso. Assim o dito socrático para o qual o belo é o útil, por fim, acha-se ironicamente realizado. O cinema faz da publicidade para o truste cultural no seu todo; no rádio, os produtos pelos quais existem os bens culturais são elogiados mesmo individualizadamente. Por 50 cents vê-se o filme, que custou milhões, por 10 se obtém o chiclete que traz em si toda a riqueza do mundo e que a incrementa com a sua venda. As melhores orquestras do mundo, que não o são absolutamente, são fornecidas grátis em domicílio. Tudo isso é uma paródia do reino da carochinha, como a “comunidade popular” o é da humana. Para todos, alguma coisa é preparada. A exclamação do provinciano que pela primeira vez se dirigia ao velho Metropoltheater de Berlin, “é o que oferecem por tão pouco”; já há tempo foi retomada pela indústria cultural e elevada à condição de substância da própria produção. 

Assim como os visitantes das feiras, atraídos pela voz persuasiva dos vendedores, superavam comum corajoso sorriso a desilusão causada pelos barracões, pois que, no fundo, já de antes conheciam o que se lhes apresentava, assim também o frequentador do cinema se enfileira compreensivo do lado da instituição. Enfim, com a acessibilidade dos produtos “de luxo” em série e com seu complemento, a confusão universal, tem início uma transformação no caráter de mercadoria da própria arte. Esse caráter nada tem de novo: só o fato de se reconhecer expressamente, e o de que a arte renegue a própria autonomia, enfileirando-se comum orgulho entre os bens de consumo, tem o fascínio de novidade. A arte como domínio separado foi possível, desde o início como burguesa. Para ambos, mesmo a sua liberdade, como a negação da funcionalidade social que se impõe pelo mercado, permanece essencialmente ligada ao pressuposto da economia mercantil. As puras obras de arte, que negam o caráter de mercadoria na sociedade já não pelo fato de seguirem a sua própria lei, sempre foram, ao mesmo tempo, também mercadorias: e à medida que, até o século XVIII, a proteção dos patronos defendeu os artistas do mercado, esses foram sujeitos, em troca, aos patronos e a seus propósitos.

A liberdade dos fins da grande obra de arte moderna vive no anonimato do mercado. As exigências desse são tão complexamente mediadas que o artista permanece isento, seja apenas em uma certa medida, da pretensão determinada: pois sua autonomia, simplesmente tolerada, foi acompanhada, durante toda a história burguesa, por um momento de falsidade, que se desenvolveu por último na liquidação da arte. Beethoven, mortalmente enfermo, que lança longe de si um romance de Walter Scott exclamando: “Este escreve por dinheiro!”, e que, ao mesmo tempo usufrui da venda dos últimos quartetos – suprema recusa do mercado – revela-se um homem de negócios, ainda que teimoso e nada esperto, oferecendo o exemplo mais grandioso da unidade dos opostos (mercado e autonomia) na arte burguesa. Vítimas da ideologia são aqueles que ocultam a contradição, em vez de acolhê-la, como Beethoven, na consciência da própria produção. Em música, ele refez a cólera pelo soldo perdido e deduziu aquele metafísico! Assim dever ser”, quer procura superar esteticamente – assumindo-a em si mesmo – a necessidade do mundo, a necessidade do de pagar mensalmente o aluguel.            

O próprio Leonardo DiCaprio recebeu a sua segunda indicação para estes prêmios dez anos depois de What`s Eating Gilbert Grape (1993), mas não venceu. Porém, venceu o seu primeiro Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator em Filme Dramático. Em 2006, voltou a trabalhar sob a batuta de Martin Scorsese no filme: The Departed, onde interpreta o papel extraordinário de Billy Costigan, um policial engajado no metier profissionalle que se infiltra na máfia irlandesa na cidade de Boston. No mesmo ano, protagonizou Blood Diamond, onde interpreta Danny Archer, um traficante de diamantes da Rodésia que se envolve na Guerra Civil da Serra Leoa (1991). Ambos os filmes e os desempenhos de Leonardo foram bastante elogiados pela crítica e o ator recebeu indicações duplas para os Globos de Ouro e para os Screen Actors Guild Awards. Recebeu ainda a sua terceira indicação para os Óscares pelo seu desempenho em Blood Diamond. Em 2008, protagonizou, com Russell Crowe, o filme Body of Lies, dirigido por Ridley Scott. O filme teve críticas mistas e um sucesso moderado nas bilheteiras. No mesmo ano reuniu-se com a parceira de Titanic, Kate Winslet, no filme Revolutionary Road, baseado no romance homônimo de Richard Yates, passa-se em 1955 e conta a história de um casal que aparenta ter uma vida perfeita, mas que na verdade está a entrar em desespero com a monotonia. Este filme propugnou a valorização a DiCaprio obtendo a sua sétima nomeação para os Globos de Ouro. 

O Regresso representa um filme norte-americano de 2015 realizado por Alejandro González Iñárritu, escrito por Mark L. Smith e Iñárritu baseados no romance homônimo escrito por Michael Punke, que por sua vez foi inspirado pela história dramática de Hugh Glass (1780-1833), nascido na província da Pensilvânia foi um explorador estadunidense. A história se passa em 1823, durante uma expedição para território inexplorado no Velho Oeste, onde Hugh Glass é atacado por um urso e, pela ganância, deixado para morrer pelos seus companheiros. Glass sobrevive e parte para dentro de território selvagem durante o inverno “à procura de vingança contra aqueles que o deixaram para morrer”. O filme é estrelado por Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Domhnall Gleeson e Will Poulter. O filme foi aclamado pelo público receptor de cinema e pela crítica através da brilhante atuação de DiCaprio, bem como pela extraordinária super produção cinematográfica que rendeu 12 indicações ao Oscar, vencendo em três categorias, e também vencendo três categorias das quatro indicações concorrido do Globo de Ouro. Foi considerado o melhor filme daquele ano e do cinema por render o primeiro Oscar ao ator Leonardo DiCaprio. Metodologicamente o argumento do regresso, reconhecido como o dialelo é um problema de epistemologia e, em geral, um problema em qualquer situação em uma afirmativa precisa ser justificado. De acordo com este argumento, qualquer proposição requer uma justificação. Todavia, qualquer justificação em si só requer uma justificação.

Uma questão muito importante foi levantada a respeito das ideias abstratas, ou gerais, a saber, se são concebidas pela mente como gerais ou particulares. É evidente que, ao formar a maior parte de nossas ideias gerais, se não todas elas, fazemos abstração de todo e qualquer grau particular de quantidade e qualidade; e que um objeto não deixa de pertencer a uma espécie particular cada vez que ocorre uma pequena alteração em sua extensão, duração ou outras propriedades. Pode-se pensar, portanto, em tese que existe um claro dilema, decisivo para a determinação da natureza das ideias abstratas, a qual tem sido motivo de tanta especulação por parte dos filósofos. Como a ideia abstrata de Hume (2009) de homem de todos os tamanhos e todas as qualidades, conclui-se que ela só será capaz de fazer isso, se de fato poder representar ao mesmo tempo, abstratamente, todos os tamanhos e todas as qualidades possíveis, ou então se não representar nenhum tamanho ou qualidade particular. A primeira proposição tendo sido considerada absurda, porque implicaria uma capacidade infinita da mente, costumou-se inferir que a segunda seria a correta – e por isso se supôs que nossas ideias abstratas não representam nenhum grau particular de quantidade ou qualidade. A confusão que por vezes envolve as impressões procede somente de sua fraqueza e instabilidade, e não de uma capacidade que teria a mente de receber uma impressão que, em sua existência real, não possua um grau ou proporção particulares. Isso seria uma contradição em termos, e implicaria mesmo a mais absoluta das contradições, a saber, que é possível que uma mesma coisa seja e não seja.

Pois uma das circunstâncias mais extraordinárias da presente questão é o fato de que, se por acaso formamos um raciocínio que não concorda com uma ideia individual produzida pela mente, e acerca da qual raciocinamos, o costume que a acompanha, reanimado pelo termo geral ou abstrato, sugere imediatamente qualquer outro indivíduo. Assim, se mencionamos a palavra triângulo e formamos a ideia de um triângulo equilátero particular que lhe corresponda, e se depois afirmamos que os três ângulos de um triângulo são iguais entre si, os outros casos individuais de triângulos escalenos e isósceles, que a princípio negligenciamos, imediatamente se amontoam à nossa frente, fazendo-nos perceber a falsidade dessa proposição, que, entretanto, é verdadeira em relação à ideia que havíamos formado. Se a mente nem sempre sugere tais ideias na ocasião apropriada, isso se deve provavelmente a alguma imperfeição de suas faculdades, imperfeição esta que frequentemente gera raciocínios falsos e, portanto, sofismas. Mas tal fato socialmente interpretado ocorre, sobretudo, no caso das ideias abstrusas e compostas. O costume é mais perfeito, e é raro cometermos esse tipo de erro. O costume, aliás, é tão perfeito nesses casos que se pode vincular a mesma ideia a diversas palavras diferentes, e emprega-la em diferentes raciocínios, sem qualquer perigo de erro. A ideia de um triângulo equilátero abstratamente pode servir para uma figura regularmente compreendida, de um triângulo e de um triângulo equilátero. 

Uma ideia particular se torna geral quando a vinculamos a um termo que, por conjunção habitual, relaciona-se a outras ideias particulares, evocando-as na imaginação. Ao rejeitar a capacidade “infinita da mente”, supomos que ela pode atingir um termo na divisão de suas ideias. Não há como fugir à evidência dessa conclusão. Isso significa que qualquer proposição pode ser infinitamente questionada. O argumento é geralmente atribuído a Sexto Empírico, e foi retomado por Agripa como parte do que ficou conhecido como “Trilema de Agripa”. O argumento pode ser visto como uma resposta à sugestão, no diálogo platônico Teeteto de que o conhecimento é crença verdadeira justificada. Ao longo da história filosófica muitas respostas para este problema têm sido geradas. Aqui, no entanto, apresentamos os três principais contra-argumentos: algumas afirmações, não precisam de justificação; a cadeia de raciocínio volta-se sobre si própria; e a sequência nunca termina. Talvez o encadeamento comece com uma crença que é justificada, mas que não é justificado por outra crença. Tais crenças são chamados de “crenças básicas”. Nesta solução, que é chamada de fundacionalismo, todas as crenças são justificadas por crenças básicas. Quer dizer que procura escapar do argumento da regressão ao afirmar que existem algumas crenças para as quais é impróprio pedir uma justificação. Esta seria uma afirmação de que algumas coisas (crenças básicas) são verdadeiras por si próprias. O fundacionalismo é representação da crença de que uma cadeia de justificação começa com uma crença que é justificada, mas que não é justificado por outra crença. Uma crença é justificada se, e somente se: é uma crença fundamentalmente, ou ele é justificado por uma crença básica ela é justificada por uma cadeia em torno de crenças que, em última análise, é justificada por uma ou mais relação estabelecida entre as crenças básicas.

O fundacionalismo pode ser comparado estruturalmente à metáfora estrutural de um edifício. Crenças individuais ordinárias ocupam a parte superior do edifício; crenças básicas ou fundamentais estão em baixo, na fundação do edifício, mantendo tudo acima. De forma semelhante, as crenças individuais, que falam sobre a economia, ou a ética, repousam sobre crenças mais básicas, que falam sobre a natureza dos seres humanos; e estas por vez repousam em crenças mais básicas, que falam sobre a mente; e, no final, todo o sistema repousa sobre um conjunto de crenças básicas, que não são justificadas por outras crenças. Como alternativa, a cadeia de raciocínio pode dar a volta em torno de si, formando um círculo. Neste caso, a justificação de qualquer afirmativa é usada, talvez depois de uma longa cadeia de raciocínio, para se justificar, assim o argumento é circular. Esta é uma versão do coerentismo, a crença de que uma ideia é justificada se, e somente se é parte de um sistema “coerente de crenças” que se apoiam mutuamente, isto é, crenças que suportam umas às outras. Em efeito O coerentismo nega que a justificação só pode ter a forma de uma cadeia. Isto é, o coerentismo substitui a cadeia por uma visão de rede holística. A objeção mais comum ao “ingênuo coerentismo” é que ele se baseia na ideia de que a justificação circular naturalmente é aceitável. Nesta visão, em última análise, suporta P, implorando a pergunta. O coerentismo responde que não é apenas P que suporta P, mas P junto com o total das afirmações do sistema de crença.

Uma terceira objeção é que algumas crenças surgem a partir da experiência e não a partir de outras crenças. Um exemplo é que alguém está observando uma sala totalmente escura. As luzes se ativam momentaneamente e esta pessoa vê uma cama de dossel branca na sala. A crença de que há uma cama de dossel branca na sala é baseada inteiramente na experiência, e não em outras crenças. É claro que existem outras possibilidades, como a de que a cama de dossel branca seja totalmente uma ilusão ou de que a pessoa está alucinada, mas a crença continua a ser bem justificada. O coerentismo poderia responder que a crença que suporta a crença de que há uma cama de dossel branca nesta sala, é que a pessoa viu a cama, porém brevemente. Isso parece ser um qualificador imediato que não dependem de outras crenças, e, assim, parece provar que o coerentismo não é verdade porque as crenças podem ser justificadas por outros conceitos além das crenças. Mas alguns têm argumentado de que a experiência de ver a cama, de fato, depende de outras crenças, sobre o que uma cama, um dossel, e assim por diante, na verdade se parecem. Outra objeção é que a regra exigindo a “coerência” em um sistema de ideias parece ser uma crença injustificada. 

O infinitismo argumenta que a cadeia pode continuar para sempre. Os críticos argumentam que isto significa que nunca há uma justificação adequada para qualquer afirmação na cadeia. Os céticos rejeitam as três respostas acima e argumentam que as crenças não podem ser justificadas como além da dúvida. Note que muitos céticos não negam que as coisas possam parecer de uma certa maneira. No entanto, tais impressões sensoriais, na concepção do ceticismo, não podem ser usadas para encontrar crenças que não possam ser postas em dúvida. Os céticos não negam que, por exemplo, muitas leis da natureza parecem funcionar, ou que fazer certas coisas, aparenta produzir prazer/dor, ou mesmo que a razão e a lógica sejam ferramentas úteis. O ceticismo é assim uma visão valiosa, pois incentiva a continuidade da investigação. O método do “bom senso” defendido por filósofos como Thomas Reid (1710-1796) e George Edward Moore (1873-1958) argumenta que, sempre que investigamos alguma coisa, sempre que começamos a pensar sobre algum assunto, temos que fazer suposições. Quando alguém tenta suportar suposições com a razão, este deve fazer ainda mais suposições. Uma ideia particular se torna geral quando a vinculamos a um termo que, por conjunção habitual, relaciona-se a outras ideias particulares, evocando-as naturalmente na imaginação. Ao rejeitar a capacidade “infinita da mente”, supomos que ela pode atingir um termo na divisão propriamnte de suas ideias. Não há como fugir à evidência dessa conclusão. Isso significa que qualquer proposição pode ser infinitamente questionada. 

O argumento é geralmente atribuído a Sexto Empírico, e foi retomado por Agripa como parte do que ficou conhecido como “Trilema de Agripa”. O argumento pode ser visto como uma resposta à sugestão, no diálogo platônico Teeteto de que o conhecimento é crença verdadeira justificada. Ao longo da história filosófica muitas respostas para este problema têm sido geradas. Aqui, no entanto, apresentamos os três principais contra-argumentos: algumas afirmações, não precisam de justificação; a cadeia de raciocínio volta-se sobre si própria; e a sequência nunca termina. Talvez o encadeamento comece com uma crença que é justificada, mas que não é justificado por outra crença. Tais crenças são chamados de “crenças básicas”. Nesta solução, que é chamada de fundacionalismo, todas as crenças são justificadas por crenças básicas. Quer dizer que procura escapar do argumento da regressão ao afirmar que existem algumas crenças para as quais é impróprio pedir uma justificação. Esta seria uma afirmação de que algumas coisas (crenças básicas) são verdadeiras por si próprias. O fundacionalismo é representação da crença de que uma cadeia de justificação começa com uma crença que é justificada, mas não é justificado por outra crença. Uma crença é justificada se, e somente se: é uma crença fundamentalmente, ou ele é justificado por uma crença básica ela é justificada por uma cadeia em torno de crenças que, em última análise, é justificada por uma ou mais relação estabelecida entre as crenças básicas.

O fundacionalismo pode ser comparado estruturalmente à metáfora estrutural de um edifício. Crenças individuais ordinárias ocupam a parte superior do edifício; crenças básicas ou fundamentais estão em baixo, na fundação do edifício, mantendo tudo acima. De forma semelhante, as crenças individuais, que falam sobre a economia, ou a ética, repousam sobre crenças mais básicas, que falam sobre a natureza dos seres humanos; e estas por vez repousam em crenças mais básicas, que falam sobre a mente; e, no final, todo o sistema repousa sobre um conjunto de crenças básicas, que não são justificadas por outras crenças. Como alternativa, a cadeia de raciocínio pode dar a volta em torno de si, formando um círculo. Neste caso, a justificação de qualquer afirmativa é usada, talvez depois de uma longa cadeia de raciocínio, para se justificar, assim o argumento é circular. Esta é uma versão do coerentismo, a crença de que uma ideia é justificada se, e somente se é parte de um sistema “coerente de crenças” que se apoiam mutuamente, isto é, crenças que suportam umas às outras. Em efeito O coerentismo nega que a justificação só pode ter a forma de uma cadeia. Isto é, o coerentismo substitui a cadeia por uma visão de rede holística. A objeção mais comum ao “ingênuo coerentismo” é que ele se baseia na ideia de que a justificação circular naturalmente é aceitável. Nesta visão, em última análise, suporta P, implorando a pergunta. O coerentismo responde que não é apenas P que suporta P, mas P com o total das outras afirmações do sistema de crença.

Uma terceira objeção é que algumas crenças surgem a partir da experiência e não a partir de outras crenças. Um exemplo é que alguém está observando uma sala totalmente escura. As luzes se ativam momentaneamente e esta pessoa vê uma cama de dossel branca na sala. A crença de que há uma cama de dossel branca na sala é baseada inteiramente na experiência, e não em outras crenças. É claro que existem outras possibilidades, como a de que a cama de dossel branca seja totalmente uma ilusão ou de que a pessoa está alucinada, mas a crença continua a ser bem justificada. O coerentismo poderia responder que a crença que suporta a crença de que há uma cama de dossel branca nesta sala, é que a pessoa viu a cama, porém brevemente. Isso parece ser um qualificador imediato que não dependem de outras crenças, e, assim, parece provar que o coerentismo não é verdade porque as crenças podem ser justificadas por outros conceitos além das crenças. Mas alguns têm argumentado de que a experiência de ver a cama, de fato, depende de outras crenças, sobre o que uma cama, um dossel, e assim por diante, na verdade se parecem.

Outra objeção é que a regra exigindo a “coerência” em um sistema de ideias parece ser uma crença injustificada. O infinitismo argumenta que a cadeia pode continuar para sempre. Os críticos argumentam que isto significa que nunca há uma justificação adequada para qualquer afirmação na cadeia. Os céticos rejeitam as três respostas acima e argumentam que as crenças não podem ser justificadas como além da dúvida. Note que muitos céticos não negam que as coisas possam parecer de uma certa maneira. No entanto, tais impressões sensoriais, na concepção do ceticismo, não podem ser usadas para encontrar crenças que não possam ser postas em dúvida. Os céticos não negam que, por exemplo, muitas leis da natureza parecem funcionar, ou que fazer certas coisas, aparenta produzir prazer/dor, ou mesmo que a razão e a lógica sejam ferramentas úteis. O ceticismo é assim uma visão valiosa, pois incentiva a continuidade da investigação. O método do “bom senso” defendido por filósofos como Thomas Reid (1710-1796) e George Edward Moore (1873-1958) argumenta que, sempre que investigamos alguma coisa, sempre que começamos a pensar sobre algum assunto, temos que fazer suposições. Quando alguém tenta suportar suposições com a razão, este deve fazer ainda mais suposições.

Como é inevitável que façamos algumas suposições, por que não assumir essas coisas óbvias: As questões do senso comum que ninguém nunca duvida seriamente. Senso comum aqui não significa velhas afirmações como “a canja de Galinha é bom para resfriados”, mas as declarações sobre o plano analítico no qual nossas experiências ocorrem. Exemplos seriam “seres humanos normalmente têm dois olhos, dois ouvidos, duas mãos, dois pés”, ou “o mundo tem um solo e um céu” ou “animais e plantas existem em ampla variedade de tamanhos e cores” ou “eu estou consciente e vivo neste momento”. Estas são absolutamente as mais óbvias alegações que alguém poderia possivelmente fazer; e, disse Reid e Moore, estas são as alegações que compõem o senso comum. Essa visão pode ser vista como uma versão do fundacionalismo, com declarações de senso comum assumindo o papel de declarações básicas ou como uma versão do Coerentismo. Neste caso, declarações de senso comum são declarações que são tão cruciais para manter as afirmações coerentes que são quase impossíveis de negar. Se o método do senso comum está correto, então os filósofos podem levar os princípios do senso comum como verdade. Eles não precisam de critérios para julgar se uma proposição é verdadeira ou não. Eles podem levar algumas justificações como verdade, de acordo com o senso comum. Eles podem contornar o problema de Sextus, do porque não há regressão infinita, ou círculo de raciocínio, porque a responsabilidade é dos princípios do senso comum.

 Descendente de irlandeses, Hugh Glass tornou-se reconhecido por suas históricas expedições, inicialmente comandadas por William Henry Ashley (1778-1838), as quais chegava a percorrer aproximadamente 320 km. Sua aventura mais notória foi Rocky Mountain Fur Company, empresa que foi fundada em St. Louis, Missouri, em 1822 por William Henry Ashley e Andrew Henry, na qual encontrou novas rotas passando de St. Louis ao Rio Green. Foi um comerciante de peles pioneiro, empresário e político. O comércio de pele é uma indústria global dedicada à captura de animais e suas peles. Todos os anos, mais de 10 milhões de animais selvagens são capturados e vendidos para as indústrias de pele. A importância do comércio de peles diminuiu; é baseado em peles produzidas em “fazendas de peles” e armadilhas regulamentadas para portadores de uso de peles, tornando-se controverso. Obviamente as organizações de direitos dos animais se opõem ao comércio de peles, citando que “os animais são brutalmente mortos e às vezes esfolados vivos”. Com o avanço da consciência, a pele foi substituída em algumas roupas por “imitações sintéticas”, como em babados em capuzes de parkas, criada pelos esquimós como uma peça impermeável para protegê-los do frio. O filme é estrelado por Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Domhnall Gleeson, Will Poulter e Brendan Fletcher.

Em 2010, Leonardo DiCaprio protagonizou dois dos filmes de maior sucesso da sua carreira: Shutter Island e Inception. O primeiro é um thriller psicológico dirigido por Martin Scorcese onde interpreta o papel de Teddy Daniels, um “agente que investiga um asilo numa ilha e começa a duvidar da sua própria sanidade”. O filme rendeu 294 milhões de dólares. No segundo, interpreta o papel de Dom Cobb, um “extrator” que entra nos sonhos das pessoas para obter informações a que não teria acesso de outra forma. Dom é persuadido a plantar uma ideia na mente do herdeiro de uma grande fortuna em troca da sua vida antiga. O filme, dirigido por Christopher Nolan rendeu 825 milhões de dólares e foi indicado para o Óscar de Melhor Filme no ano seguinte. Leonardo recebeu a sua oitava indicação para os Globos de Ouro em 2012 pelo seu papel de J. Edgar Hoover, um dos fundadores do Federal Bureau of Investigation, FBI ou Departamento Federal de Investigação, é o serviço doméstico de inteligência e segurança dos Estados Unidos e sua principal agência federal de aplicação da lei, no biopic J. Edgar. Ainda nesse ano estreou: Django Unchained, de Quentin Tarantino. No filme, Leonardo DiCaprio interpreta o papel social do vilão Calvin Candie, um sulista proprietário de escravos negros. Tanto o filme comparativamente como o ator DiCaprio foram bastante elogiados e o ator recebeu sua nona nomeação para os Globo de Ouro.

Neste período, o ator tornou-se um “meme” popular na rede internet pelo fato de, apesar de ser considerado um dos melhores atores da sua geração e das suas múltiplas indicações aos Óscares, ainda não ter conseguido vencer o prêmio, como se fosse obtido apenas disciplinarmente por esforço próprio. Em 2013, estrearam mais dois filmes protagonizados por DiCaprio. O primeiro, The Great Gatsby, reuniu-o com o diretor Baz Luhrmann e recebeu críticas mistas, apesar de o desempenho do ator ter sido elogiado. O segundo, The Wolf of Wall Street foi a quinta colaboração do ator com Martin Scorcese e baseia-se na vida do corretor de bolsa Jordan Belfort, que “foi preso no final dos anos 1990 por fraude e lavagem de dinheiro”. O ator conseguiu a sua décima indicação para os Globo de Ouro e a quarta para os prêmios Óscar por este papel. Em 2015 estreou The Revenant do diretor mexicano Alejandro G. Iñàrritu. O filme, protagonizado por DiCaprio segue a história social de “um homem que é deixado para morrer pelos seus companheiros depois de ser atacado por um urso durante uma expedição por territórios adversos”. Leonardo DiCaprio disse que este foi o papel mais difícil da sua vida. Ele comeu fígado de bisonte cru, dormiu em carcaças de animais, como vimos, e sofreu hipotermia durante as filmagens, além de ter aprendido a disparar um mosquete e a fazer fogueiras.  Aprendeu ainda a falar duas línguas nativas a Pawnee e Arikara e a aplicar técnicas de cura antigas.

O filme foi um sucesso comercial, tendo arrecadado 533 milhões de dólares em todo o mundo, e também junto da crítica. Mark Kermode do The Guardian, escreveu que esta era a vez de DiCaprio de triunfar “com um desempenho que depende mais da parte física do que nas falas”, e Nick De Semlyen da revista Empire que escreveu: “o seu desempenho cru ajuda a elevar o que podia ter sido um mero drama de homem versus Natureza”. O ator venceu os principais prêmios da indústria cultural por este papel, incluindo o Globo de Ouro, o BAFTA, o Screen Actors Guild Award e o Óscar. Até então, DiCaprio tinha fama de “azarado” com o Oscar por nunca ter vencido o prêmio. Na edição de 2016, houve uma grande torcida do público e dos fãs para que ele vencesse o prêmio por sua atuação em The Revenant. A vitória de Leonardo DiCaprio foi muito comemorada e acabou com sua fama de azarado. Em 2016, o estúdio The Line Animation desenvolveu mesmo um jogo online chamado Leo`s Red Carpet Rampage, que tem como objetivo fazer com que o ator ultrapasse vários obstáculos enquanto persegue um Óscar que nunca consegue alcançar. Leonardo DiCaprio fez uma pausa de quatro anos de representação depois de trabalhar em The Revenant, durante a qual se dedicou a causas ambientais e à produção e narração de documentários. O ator regressou recentemente com o filme: Once Upon a Time in Hollywood (2019) de Quentin Tarantino. O filme segue a relação entre Rick Dalton (DiCaprio), um ator de televisão de meia-idade e o seu duplo, Cliff Booth (Brad Pitt). Para ajudar a financiar o filme, Leonardo DiCaprio e Brad Pitt “aceitaram um corte no salário e cada um recebeu 10 milhões de dólares”. DiCaprio gostou da experiência de trabalhar com Brad Pitt e Quentin Tarantino descreveu o par como “a dupla dinâmica de estrelas mais entusiasmante” desde Robert Redford e Paul Newman.

O filme Golpe de Mestre (1973) defende um enredo que, se passados quarenta anos atrás soasse um tanto inédito, hoje em dia demonstra sua própria modernidade: a dos vigaristas querendo se safar com um último e bem-sucedido plano espetacular golpista. Basta lembrarmo-nos do recentemente: “Trapaça” (2013) – que, aliás, também concorreu ao Óscar em dez categorias, para compreendermos como esse tipo de argumento encontra apreciadores na meca do cinema, na igreja e na sociedade política em geral. No filme dirigido por George Roy Hill, o protagonista é o malandro Johnny Hooker, interpretado por Robert Redford, no auge de sua beleza física e talento, conquistando a única indicação ao Oscar de Melhor Ator de sua magnífica carreira, que após um lance de sorte numa “jogada de rua” acaba passando a mão em mais de US$ 10 mil de um otário exemplarmente. O que ele não desconfiava, contraditoriamente, é que esse dinheiro era de um poderoso mafioso, e que sua vítima era apenas um mensageiro. Assim, ele passa a ser perseguido pelo bandido, que pra começar elimina seu antigo parceiro. Johnny Hooker, tanto para se proteger como para vingar o amigo, se junta a um golpista experiente, para juntos armarem um esquema megalomaníaco quase perfeito.

 Assumindo um personagem que muitos recusaram, como o ator Jack Nicholson, por exemplo, Redford afirma ter concordado em ser o protagonista apenas após o diretor George Roy Hill ser contratado. Temia-se que uma história social tão bem engendrada, repleta de subplots e reviravoltas, pudessem fazer sentido nas telonas e ser compreendida em sua dimensão social trágica pelo espectador. Paul Newman foi o último a entrar – pela vontade de se juntar aos colegas – seu nome é o primeiro do elenco, embora sua presença de coadjuvante, ocupe o espaço do mestre que passa o bastião ao pupilo, como ocorre em argumento semelhante em um dos seus melhores filmes: Desafio à Corrupção (1961). Golpe de Mestre, não seria nada sem esse timaço em campo e conjunto, pois coloca em evidência mais uma vez a impressionante “química de dois astros”, e o quão bem ambos funcionavam sob o comando deste cineasta, pois cada um trabalharia mais uma vez com ele, porém em projetos distintos. Na Chicago de reduto operário dos anos 1930 Johnny Hooker é um jovem aprendiz de vigarista. Seu mestre é Luther, uma das figuras mais respeitadas do submundo do crime. Os dois armam o golpe contra o poderoso Doyle Loningan, e tudo dá certo. Exceto por um detalhe: a dupla não contava que a vítima enfurecida, iria ordenar que todos os envolvidos no desfalque fossem mortos.

Inicia-se assim uma caçada feroz aos golpistas. Dois pesos e duas medidas: por um lado Luther é morto e Hooker passa a ser vítima de chantagens da própria polícia. Para sobreviver nesse mundo individualista e perigoso, Hooker busca a ajuda de Henry Gondorf, um vigarista aposentado que andava sumido, pois estava passando por uma maré de azar. A aproximação, comparativamente, como ocorre na política entre sociedade civil e Estado é evidente. De acordo com o pensador marxista Antônio Gramsci (1975), o Estado não deveria ser visto apenas como mera representação de governo. Gramsci distingue a divisão de Estado em sociedade política e a sociedade civil. A sociedade política é aquela referente às instituições políticas e o controle legal e constitucional que exercem. A sociedade civil é vista como um organismo fora do Estado ou privado, que pode incluir a economia, por exemplo em seu condicionamento. A sociedade política é conotada à força e a sociedade civil com o consentimento, daí a dicotomia do conceito de sociedade civil e a dicotomia entre sociedade civil e política representada no Estado.

A sequência de abertura de Golpe de Mestre dá o tom da narrativa, através da bem orquestrada simulação de um assalto, que resulta no primeiro golpe aplicado pelos vigaristas Luther e Hooker. Esta cena servirá também como base para todo o desenrolar da trama, que será narrada através da divisão de capítulos, garantindo uma característica de conto ou fábula ao longa-metragem e revelando o bom trabalho de montagem de William Reynolds, que, além disso, ainda confere um ritmo delicioso à narrativa. Conta ainda com um excelente trabalho técnico, responsável pelo belíssimo visual. O conjunto formado pelos impecáveis figurinos de Edith Head, a excepcional direção de arte de Henry Bumstead e a fotografia desnaturada criam uma reconstituição de tempo incrivelmente realista, ambientando perfeitamente o espectador à trama social. Observe, por exemplo, os carros nas ruas de Nova York, a fachada das lojas e até mesmo os trajes utilizados pelos jogadores para notar como o trabalho técnico é irretocável. O diretor de fotografia Robert Surtees cria ainda uma comunicação visual interessante nos ambientes internos, utilizando a sombra dos chapéus para encobrir o rosto dos personagens e usando o contraste luz e sombras de forma muito elegante. Finalmente, a ótima trilha sonora de Scott Joplin apresenta deliciosas canções e ainda utiliza o piano para compor divertidas melodias dos jogos, que reforça o clima de comunicação leve e descontraído.

DiCaprio ficou fascinado com a homenagem do filme a Hollywood e por este se focar na amizade entre a sua personagem e a de Brad Pitt. DiCaprio baseou-se nas suas experiências de ver amigos atores serem rejeitados em Hollywood para desenvolver o seu desempenho. As críticas do filme e do desempenho de DiCaprio foram bem positivas. Um crítico do Business Insider considerou-o o melhor desempenho da sua carreira e Ian Sandwell do Digital Spy gostou da Walderwandtschaft entre os dois atores principais que disse ter dado autenticidade à ligação entre as suas personagens. Leonardo DiCaprio foi nomeado para os principais prêmios da indústria cultural por este papel, incluindo a sua décima-primeira nomeação para os Globo de Ouro e sexta para os Óscar. O filme também foi um sucesso comercial, com receitas de 374 milhões de dólares. Em 2021 foi um dos protagonistas do filme: Don`t Look Up, de Adam McKay. O filme é uma sátira de como a sociedade “reage à notícia de que um cometa está em rota de colisão com a Terra” e pode “matar toda a população”. Apesar de ter recebido críticas mistas e de ter arrecadado apenas $783,000 nas bilheteiras, o filme foi um sucesso quando estreou no serviço de streaming Netflix, onde foi o filme mais visto de todos os países onde o serviço comercial está disponível. O público de forma comunicativa reagiu de maneira mais favorável do que os críticos e atualmente o filme conta com uma pontuação de 77% no site agregador de críticas Rotten Tomatoes.

Prêmios Globo de Ouro (Golden Globe Awards) são premiações anualmente entregues desde 1944 pela Associação de Imprensa Estrangeira (Hollywood Foreign Press Association) aos melhores profissionais do cinema/televisão no mundo. A premiação é reconhecida pelas maiores honras que um profissional dessas indústrias possa receber, e o maior prêmio já que o Óscar e o Emmy são atribuídos pela avaliação dos respectivos pares. O Globo de Ouro é entregue no começo de cada ano no formato social de convidado um jantar para os indicados e convidados, baseando-se nos votos de 93 membros da Associação de Correspondentes Estrangeiros de Hollywood e que são associados com a mídia de fora dos Estados Unidos. A cerimônia é realizada desde 1961 no Hotel Beverly Hilton, em Los Angeles.  Atualmente o canal de televisão por cabo TNT possui “os direitos de retransmissão da festa de premiação para o Brasil”. O canal Sony deteve os direitos de retransmissão da cerimônia de entrega dos prémios até o ano de 2006. A cerimônia de entrega de 2008 foi cancelada devido à famosa greve dos roteiristas, porém os prêmios foram concedidos e entregues. Os Globo de Ouro eram limitados ao cinema até 1956, quando começaram a ser entregues também para a televisão.

A greve dos roteiristas dos Estados Unidos vai se encerrar nesta quarta-feira (27), anunciou o sindicato da categoria (WGA, na sigla em inglês) nesta terça (26), depois da votação que aprovou com unanimidade o acordo fechado com representantes dos estúdios. Iniciada em maio, esta é a segunda maior paralisação da história da entidade norte-americana. Desde então, a categoria recebeu apoio do Sindicato dos Atores (SAG, na sigla em inglês), que também iniciou greve em julho, na maior manifestação trabalhista de Hollywood desde os anos 1960.O SAG parabenizou o WGA pelo acordo provisório, mas afirmou que continua em greve até que suas próprias negociações com a AMPTP. Na época do início da paralisação, a categoria argumentava que os trabalhadores tiveram os salários prejudicados devido à revolução do streaming, que resultou em temporadas de TV mais curtas e pagamentos residuais menores. O sindicato também exigia que uma empresa contratasse um número mínimo de roteiristas para uma série por um período especificado. Outro ponto importante era o uso de inteligência artificial (IA), com uma garantia para que os estúdios não usem o recurso para criar roteiros a partir de trabalhos anteriores, ou que os roteiristas tenham de trabalhar a partir de rascunhos criados pela tecnologia.

Leonardo Wilhelm DiCaprio nascido em Los Angeles, em 11 de novembro de 1974, ambientalista e filantropo, foi vencedor do Oscar de Melhor Ator com o filme O Regresso. DiCaprio começou a sua carreira em anúncios de televisão no início da década de 1990, após o qual teve papéis recorrentes em várias séries de televisão como a novela Santa Barbara e a comédia Growing Pains. E sua carreira cinematográfica estreando como Josh, em Critters 3 (1991). Foi elogiado por seu papel de apoio em Gilbert Grape: Aprendiz de Sonhador (1993), filme em que atuou ao lado do extraordinário Johnny Depp. DiCaprio ganhou reconhecimento com papéis principais ipso facto em Diário de um Adolescente e no drama romântico Romeu + Julieta, antes de alcançar fama internacional com o romance épico de James Cameron: Titanic (1997), que se tornou o filme mais lucrativo de todos os tempos até o lançamento da ficção científica Avatar, que é outra produção memorável de James Cameron. Desde 2000, DiCaprio tem recebido elogios da crítica por seu trabalho em uma ampla gama social e de gêneros cinematográficos.

Os filmes subsequentes de DiCaprio incluem O Homem da Máscara de Ferro (1998), o drama biográfico do crime: Prenda-me se for capaz (2002) e o épico histórico: Gangues de Nova York (2002), que marcou sua primeira de muitas colaborações com o diretor Martin Scorsese. Leonardo DiCaprio foi aclamado por suas atuações no suspense de guerra: Diamante de Sangue (2006), o suspense policial: Os Infiltrados (2006), o drama: Foi Apenas um Sonho (2008), o suspense psicológico: Shutter Island (2010), o filme biográfico J. Edgar (2011), o faroeste Django Livre (2012), o drama de época: O Grande Gatsby (2013) e a comédia criminal: O Lobo de Wall Street, também em 2013). Em 2010, estrelou a aclamada ficção científica: A Origem, que se tornou seu maior sucesso de bilheteria depois de Titanic e chegou a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme. Pela sua performance como Howard Hughes em O Aviador e Hugh Glass em O Regresso, ganhou o Globo de Ouro de Melhor Ator em Filme de Drama. Por seu papel como Jordan Belfort em O Lobo de Wall Street, levou o Globo de Ouro de Melhor Ator em Filme de Musical ou Comédia. É também seu “primus inter pares”:  Oscar e Bafta por sua atuação em O Regresso. É o fundador da produtora, a Appian Way Productions, além de ser reconhecido pelo seu ativismo em prol da defesa das questões ambientais.

O ator criou a sua própria fundação de defesa do meio ambiente, a Leonardo DiCaprio Foundation, em 1998. A fundação dedica-se a “preservar os últimos locais selvagens do planeta, a implementar soluções que restaurem o balanço de ecossistemas ameaçados e a procurar soluções a longo prazo para a saúde e bem-estar dos habitantes do planeta Terra”. Para além da sua própria fundação, o ator faz parte da direção dos grupos ambientalistas Natural Resources Defense Council, Global Green USA e International Fund for Animal Welfare. Em 2007, produziu o documentário The 11th Hour, no qual trabalhou durante quatro anos. O documentário conta com a participação de várias personalidades conhecidas da área da defesa do meio ambiente, assim como cientistas e líderes mundiais que discutem o estado do meio ambiente e soluções inovadoras e práticas para a recuperação de ecossistemas. Leonardo encontra-se ainda regularmente com líderes mundiais para discutir questões ambientais. Leonardo também fez doação na sequência de tragédias no terremoto de 2010 no Haiti e trabalhou com a SOS Children`s Villages International em Maputo, onde interagiu com 24 crianças órfãs. Apoiou ainda as campanhas presidenciais de John Kerry em 2004 e de Barack Obama em 2008 e 2012. Para além do meio ambiente apoia causas como a defesa dos direitos civis, como o da organização Gay & Lesbian Alliance Against Defamation (GLAAD) a quem doou $61,000 em 2013 e o fim da exploração de diamantes através do investimento na Diamond Foundry, uma empresa que produz diamantes sintéticos.

Por dois anos, a partir de 2014, DiCaprio uniu o cinema a defesa do meio ambiente na produção do filme: “Seremos História?” (“Before the Flood”). Como DiCaprio ganhou da Organização das Nações Unidas (ONU) o título: Mensageiro da Paz para Mudanças Climáticas, ele parte desta e de outra experiência pessoal, uma cópia de quadro de Hieronymus Bosh que o acompanhou na infância, para dar a largada em um périplo pelo mundo, filmada. O longa-metragem de 96 minutos foi lançado em 2016. Entrevista o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o Papa Francisco, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, e o ex-presidente americano Bill Clinton, entre outros, como especialistas da Nasa, ativistas, cientistas e líderes comunitários. Em 2016, discursou no Fórum Econômico Mundial de Davos, condenando a cobiça das empresas exploradoras de petróleo. Referindo-se a organização, o World Wildlife Fund, que pode usar as imagens de DiCaprio para obter uma doação de US$ 500.000, em um discurso do palácio presidencial alegou que DiCaprio doou a uma organização ambiental que Bolsonaro acusou de incendiar a Amazônia apenas para tirar boas fotos deles. Em 28 de abril de 2022, Leonardo DiCaprio pediu em seu Twitter que jovens brasileiros tirassem o título de eleitor, dizendo: - “O que acontece lá (no Brasil) é importante para todos nós, e o voto dos jovens é fundamental para impulsionar a transição para um planeta saudável”. A postagem é do site “Olha o Barulhinho” da agência Quid. Ela segue a campanha de influenciadores brasileiros tais como Anitta e Whindersson Nunes e recebeu apoio de outras pessoas como o brilhante ator Mark Ruffalo.

Bibliografia Geral Consultada.

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