“O diabo pode citar as Escrituras quando isso lhe convém”. William Shakespeare
A extraordinária crise dos reféns de Gladbeck, reconhecida na Alemanha como o “drama dos reféns de Gladbeck”, representou um confronto de pessoas feitas reféns (tomada de reféns) que aconteceu em agosto de 1988 após um ataque armado a um banco em Gladbeck, Renânia do Norte-Vestefália, Alemanha Ocidental. Dois homens com antecedentes criminais, Dieter Degowski e Hans-Jürgen Rösner, circularam durante uma fuga por dois dias e meio pela Alemanha e Holanda. Em 18 de agosto de 1988, a situação dos reféns foi encerrada na operação policial na autoestrada A3 (Bundesautobahn 3). Três pessoas morreram durante o confronto, dois jovens que foram feitos reféns e um policial envolvido num acidente de carro. Todo o episódio tornou-se um “circo da mídia” propagado na Alemanha e na Holanda. Gladbeck é uma cidade da Alemanha, localizado no distrito de Recklinghausen, região administrativa de Münster, estado da Renânia do Norte-Vestefália. O país é membro da Organização das Nações Unidas (ONU). É uma grande potência com a quarta maior economia do mundo por Protudo Interno Bruto nominal e a quinta maior em paridade merceológica do poder de compra. É o segundo maior exportador de bens de consumo e segundo importador de mercadorias. Uma minissérie de TV revisita a crise dos reféns em Gladbeck em 1988.
Apelidada de “hora mais sombria” da história da mídia alemã do pós-guerra, a cobertura do evento abalou a nação e redefiniu as regras de reportagem. 16 de agosto de 1988: um drama sobre reféns se desenrola na pequena cidade de Gladbeck, na Vestefália. Dois ladrões, Dieter Degowski e Hans-Jürgen Rösner, na época com 32 e 31 anos, roubaram um banco e fugiram com dois reféns. Mal sabiam eles que seu crime entraria na história da televisão alemã (cf. Bounanno, 2006), pois era a primeira vez que os telespectadores assistiam a uma “perseguição criminosa diante de seus olhos”. Os jornalistas, que normalmente querem ficar de braços cruzados e assistir, desta vez estiveram no centro do drama, até atrapalhando a polícia e conduzindo entrevistas com os sequestradores – uma verdadeira novidade para a mídia alemã. O periódico norte-americano Newsweek referiu-se ao episódio como “Hans and Dieter Show”. Ao final da perseguição que viu Degowski e Rösner dirigirem pela Alemanha em um ônibus roubado, fazendo um total de 32 pessoas como reféns, os fotojornalistas tiveram todo o tempo do mundo para tirar fotos do ônibus e das pessoas dentro dele. Os jornalistas esbarraram pelo melhor espaço para retratar os acontecimentos. Os repórteres deixaram os sequestradores darem sua opinião como a situação se desenvolveu, com um dos dois gangsters dizendo a certa altura dos acontecimentos: “de agora em diante, só quero falar através da mídia”.
Quase todos na Alemanha – pelo menos qualquer pessoa com acesso à televisão ou rádio – puderam acompanhar todo o confronto militar “ao vivo”. Uma sensação de excitação e fascínio, horror e descrença era palpável em no país. Na A3 perto de Bad Honnef, poucos quilômetros antes da fronteira entre os estados de Renânia do Norte-Vestefália e Renânia-Palatinado, um carro da polícia atingiu o carro de fuga onde os sequestradores estavam, às 13h 4minutos, e o imobilizou, desencadeando um tiroteio selvagem. Um dos reféns, Inês Voitle, conseguiu pular do carro, no entanto, Silke Bischoff, foi mortalmente baleada no coração e morreu. Depois disso, os sequestradores foram presos. Segundo análise da perícia, a bala que matou Silke saiu acidentalmente da arma de Rösner, quando ele próprio foi atingido por uma bala da polícia. Essa versão policial é contestada por boa parte dos alemães, que alegam não ser possível que Rösner atirasse em Silke, sentada logo atrás dele, no meio de um intenso tiroteio. O controle remoto para desligar o motor do carro não foi usado, pois os policiais esqueceram-se de levá-lo. Do outro lado da fronteira do estado, uma força-tarefa especial (GSG9) estava em posição à espera do momento adequado para poder agir. O país tem desenvolvido um alto padrão de vida especulativo sobre bem-estar social e, procedendo assim, estabeleceu um sistema global de segurança social. É líder científico e tecnológico em vários domínios. Historicamente dia 22 de março de 1991, Rösner e Degowski foram julgados e ipso facto, declarados publicamente culpados pelo Tribunal Superior Regional de Essen e condenados à prisão perpétua.
Prisão perpétua é como “encarceramento vitalício” ou “encarceramento de vida”. Uma sentença de prisão por um crime sob o qual as pessoas condenadas devem permanecer na prisão, seja pelo resto de sua vida natural ou até a liberdade condicional. Crimes pelos quais, em alguns países, uma pessoa pode receber essa sentença incluem assassinato, tentativa de assassinato, conspiração para cometer assassinato, blasfêmia, apostasia, terrorismo, abuso infantil severo, estupro, traição, alta traição, tráfico de drogas, posse de drogas, tráfico de seres humanos, casos graves de fraude, casos graves de crimes financeiros, danos criminais agravados na lei inglesa e casos agravados de incêndio criminoso, sequestro, arrombamento ou roubo que resultam em morte ou danos corporais graves, pirataria, sequestro de aeronaves e, em certos casos, genocídio, limpeza étnica, crimes contra a humanidade, certos crimes de guerra ou quaisquer crimes no caso da lei dos três erros. A prisão perpétua (como prazo máximo) também pode ser imposta, em certos países, por infrações no processo social de comunicação no trânsito que causam a morte.
A sentença de “prisão perpétua” não existe em todos os países, no mundo contemporâneo e mesmo Portugal com uma história ímpar de violência no processo civilizatório, foi o primeiro a abolir a prisão perpétua, em 1884. Onde a prisão perpétua é uma sentença possível, também podem existir mecanismos formais para pedir liberdade condicional após um certo período de prisão. Isso significa que um condenado pode ter o direito de passar o resto da sentença até que esse indivíduo morra fora da prisão. A liberação antecipada é geralmente condicionada à conduta social passada e futura, possivelmente com certas restrições ou obrigações. Em contraste, quando um prazo fixo de prisão termina, o condenado é livre. O tempo de serviço e as condições em torno da liberdade condicional variam. A data em que um condenado é elegível para liberdade condicional não prevê necessariamente quando ou se a liberdade condicional será concedida. Na maioria dos países do mundo, uma pessoa que concedeu “liberdade condicional” após ser sentenciada à prisão perpétua geralmente está em liberdade condicional pelo restante de suas vidas naturais. Algumas sentenças tecnicamente finitas distribuídas, em particular os Estados Unidos da América, “excedem o tempo máximo de vida humana”, e são, portanto, vistas como “sentenças de prisão perpétua”. Para crimes particularmente hediondos, os tribunais às vezes acrescentam anos adicionais à sentença de prisão perpétua, a fim de garantir que “nenhuma quantidade de bom comportamento” possa resultar na libertação da pessoa.
Não queremos perder de vista
sociologicamente que Ariel Castro (2002-2013) sequestrou Michelle
Knight, Amanda Berry e Gina de Jesus das ruas de Cleveland, Estados Unidos da
América, foi sentenciado em 2013 a “prisão perpétua, mais 1 000 anos”, pelas
contagens criminais de 937 acusações, incluindo sequestros, estupros e
assassinatos. Tribunais na África do Sul distribuíram pelo menos duas sentenças
que excederam um século para Moses Sithole, um serial-killer e estuprador
sul-africano também reconhecido como Assassino ABC por ter feito vítimas em
Atteridgeville, Boksburg e Cleveland, cuja sentença ultrapassa dois milênios, e
Eugene de Kock, torturador e assassino, ativo durante o governo do apartheid.
Poucos países permitem que um menor de idade receba uma sentença perpétua sem
nenhuma previsão para a liberação eventual; estes incluem Antígua e Barbuda,
Argentina, somente com mais de 16 anos, Austrália, Belize, Brunei, Cuba,
Dominica, São Vicente e Granadinas, Ilhas Salomão, Sri Lanka e Estados Unidos.
Segundo um estudo da Escola de Direito da Universidade de São Francisco, apenas
os Estados Unidos da América tinham menores cumprindo essas sentenças em 2008.
Em 2009, a Human Rights Watch estimou que havia 2. 589 jovens infratores
cumprindo penas de prisão perpétua sem a possibilidade de liberdade condicional
nos Estados Unidos que “lideram sentenças de prisão perpétua (adultas e
menores), a taxa de 50 pessoas por 100 mil residentes presos por toda a vida”.
A singularidade tem, na essência a significação da consciência-de-si em geral, e não de uma consciência singular contingente. A substância ética é nessa determinação a substância efetiva, o espírito absoluto realizado na multiplicidade da consciência aí-essente. O espírito é a comunidade, que para nós, ao entrarmos na figuração prática da razão geral, era a essência absoluta; e que aqui emergiu em sua verdade para si mesmo, como essência ética consciente, e como essência para a consciência, que nós temos por objeto. Porque a eticidade é o espírito em sua verdade imediata, os lados em que a consciência do espírito se dissocia, incidem nessa forma de imediatez; e a singularidade passa aquela negatividade abstrata sem consolo nem reconciliação, “deve essencialmente recebe-los mediante uma ação exterior e efetiva”. A consanguinidade completa o movimento natural abstrato, por acrescentar o movimento da consciência, interromper a obra da natureza e arrancar da destruição o consanguíneo. É necessária a destruição – seu vir-a-ser o puro ser – a consanguinidade tomando o ato de destruição.
Se devem legitimar-se aos olhos de
minha inteligência, já pus em movimento seu ser-em-si, inabalável, e as
considero como algo que para mim talvez seja verdadeiro, talvez não seja. A
disposição ética consiste precisamente em ater-se firmemente ao que é justo, e
em abster-se de tudo o que possa mover, abalar e desviar o justo. Se um
depósito for feito a meus cuidados, é propriedade de outrem, e eu o reconheço,
porque assim é, e me mantenho inflexível. Se tiver para mim o depósito, não
incorro absolutamente em nenhuma contradição, segundo o princípio de meu
examinar, a tautologia. Não o considero como propriedade alheia; ora, reter
algo, que não considero propriedade de outro, é perfeitamente consequente. A
mudança de vista não é contradição, pois a questão não é o ponto de vista, mas
o objeto, o conteúdo, que não deve contradizer-se. Não é porque encontro o
não-contraditório que isso é justo: mas é justo porque é. Algo é propriedade de
outrem: isso constitui o próprio fundamento.
O espírito, em sua verdade simples,
é consciência, e põe seus momentos fora um do outro. A ação o divide em
substância e em consciência da substância, e divide tanto a substância quanto a
consciência. A substância, como essência universal e fim, contrapõe-se em si
mesma como à efetividade singularizada. O meio-termo infinito à
consciência-se-si que sendo em si unidade de si e da substância, torna-se
agora, para si, o que unifica a essência universal e sua efetividade
singularizada: eleva à essência de sua efetividade e opera eticamente; faz a
essência descer à efetividade, e implementas o fim, isto é, a substância
somente pensada; produz a unidade de seu Si e da substância como obra sua e,
portanto, como efetividade. No dissociar-se da consciência em seus momentos, a
substância simples conservou, por um lado, a oposição frente à
consciência-de-si, e por outro lado apresenta nela mesma a natureza da
consciência – de diferenciar-se em si mesma, como um mundo organizado em suas
massas. A substância se divide, assim, em uma essência ética diferenciada: em
uma lei humana e uma lei divina. A consciência-de-si, que se lhe contrapõe,
atribui-se, segundo sua essência dessa potência; e como saber se cinde na
ignorância do que faz e a respeito disso: um saber que é, por isso, enganoso.
A consciência-de-si é em seu ato a contradição daquelas potências em que a substância se divide, e sua mútua destruição, como também a contradição entre seu saber sobre a eticidade da sua ação, e o que é ético em si e para si; e aí encontra sua própria ruína. De fato, porém, a substância ética, mediante esse movimento, veio-a-ser consciência-de-si efetiva; ou seja, este Si se tornou algo em-si-e-para-si-essente. Mas nisso, precisamente, a eticidade foi por terra. A substância simples do espírito se divide como consciência. Ou seja: assim como a consciência do ser sensível abstrato passa à percepção, assim também a certeza imediata do ser ético real; e como, para a percepção sensível, o ser simples se torna uma coisa de propriedades múltiplas, assim para a percepção ética, o caso do agir é uma efetividade de múltiplas relações éticas. Contudo, como para a percepção sensível a supérflua multiplicidade das propriedades se condensa filosoficamente entre singularidade e universalidade – com maior razão a percepção ética, que é a consciência substancial e purificada -, a multiplicidade dos momentos éticos se torna a dualidade de uma lei da singularidade e de uma lei da universalidade. Cada uma dessas massas de substância permanece sendo o espírito todo. Se, na percepção sensível, isto é, as coisas não tem outra substância, as duas determinações de singularidade e universalidade exprimem apenas a oposição assimétrica superficial recíproca dos dois lados.
Silke
Löblich foi condenado a nove anos de prisão. Ao final da perseguição que viu
Dieter Degowski e Hans-Jürgen Rösner dirigirem pela Alemanha em um ônibus
roubado, fazendo um total de 32 pessoas como reféns, os “fotojornalistas
tiveram todo o tempo do mundo para tirar fotos do ônibus e das pessoas dentro
dele. Os jornalistas lutaram pela melhor posição para retratar os
acontecimentos”. Os repórteres de rádio deixaram os próprios sequestradores
darem sua opinião sobre como a situação se desenvolveu, com um dos dois
gangsters dizendo a certa altura: “de agora em diante, só quero falar através
da mídia”. Todos na Alemanha – pelo menos qualquer pessoa com acesso à
televisão ou rádio – puderam acompanhar todo o confronto ao vivo. Uma sensação
de excitação e fascínio, horror e descrença era palpável em todo o país.
Fotografias icônicas foram tiradas de reféns sendo “entrevistados” com armas
apontadas para a garganta. Um repórter até entrou no carro de fuga para
orientar os sequestradores pelas ruas de Colônia, uma cidade com a qual
aparentemente não estavam familiarizados. Esse repórter em particular enfrentou
duras críticas pelas suas ações pragmáticas após a ocorrência do caso,
enfrentando alegações de cumplicidade, mas mesmo assim tornou-se mais tarde Editor-chefe
do tabloide mais lido da Alemanha, o Bild, da editora Axel Springer,
editado desde 24 de junho de 1952. Segundo a agência alemã que avalia a
circulação de mídia IVW, neste período em que são vendidos em média 597 mil
exemplares por mês, incluindo a versão e-paper.
O IVW inclui empresas de diferentes setores, como tecnologia, saúde e
consumo discricional.
Quando a questão dramática chegou ao fim, dois reféns estavam mortos (incluindo uma das reféns que
havia sido fotografada com uma arma apontada para a garganta) e vários outros
ficaram traumatizados. A mídia foi parcialmente responsável pelo desastre? O
psicólogo dos meios de comunicação social Jo Groebel, por exemplo, argumenta
que os jornalistas que cobriram o caso não só satisfizeram o desejo de
reconhecimento e atenção dos sequestradores, como também “incitaram” os
criminosos a provarem o seu valor na sua brutal megalomania. Com uma população
de 80,2 milhões de acordo com o censo de 2011, aumentando para 83,1 milhões em
2019, a Alemanha é o país mais populoso da União Europeia, o segundo país mais
populoso da Europa, depois da Rússia, e 19° país mais populoso do mundo. Sua
densidade populacional é de 227 habitantes por quilômetro quadrado. A
expectativa geral de vida na Alemanha ao nascer é de 80,19 anos,
especificamente com 77,93 anos para homens e 82,58 anos para mulheres. A taxa
de fertilidade de 1,41 filhos nascidos por mulher (estimativas de 2011) está
abaixo da taxa de reposição de 2,1 e é uma das taxas de fertilidade mais baixas
do mundo. Desde a década de 1970, a taxa de mortalidade na Alemanha excedeu sua
taxa de natalidade. No entanto, a Alemanha está testemunhando um aumento nas
taxas de natalidade e de migração desde o início da década de 2010, um aumento de migrantes, mas com alto nível de
escolaridade. A Alemanha tem a terceira população mais velha do mundo, com idade média de 47,4 anos. Um grande número de pessoas com completa ou
significativa ascendência alemã também é encontrado nos Estados Unidos da América com 50
milhões, no Brasil com 5 milhões e no Canadá com 3 milhões de pessoas.
Em 3 de agosto, pela manhã bem cedo, dois criminosos armados e encapuzados invadiram uma agência da Deutsche Bank no distrito de Rentford-Nord em Gladbeck antes do horário de abertura do banco. Às 8h04, uma chamada de emergência foi feita por uma testemunha da polícia. Um carro da polícia estacionado foi visto pelos infratores ao deixarem a sucursal. Eles voltaram para o banco e fizeram reféns dois funcionários, exigindo um carro e dinheiro de resgate, disparando várias vezes para o ar. Uma estação de rádio foi a primeira a conduzir uma entrevista com eles enquanto a crise dos reféns estava acontecendo. Somente às 15h12 a polícia identifica um dos criminosos: Hans-Jürgen Rösner, 31 anos, nativo de Gladbeck, extensa ficha criminal e, atualmente, um foragido da justiça. Após várias horas de negociações, os sequestradores receberam 300.000 marcos alemães (ou aproximadamente 153.400 euros) e um automóvel Audi 100 branco programado como carro de fuga. Às 21h45 a fuga começou. Após comprarem suprimentos, entre eles, pílulas Vesparax, cerveja e comida, eles se dirigem ao apartamento da irmã de Rösner, Monika, onde Marion Löblich, a namorada de Rösner, está escondida com a filha Nicole, de 13 anos de idade. A namorada embarcou no carro de fuga ainda em Gladbeck. Os sequestradores e a nova cúmplice, Löblich, vagam sem rumo até decidirem ir para Bremen, uma cidade que se estende pelo rio Weser, no noroeste da Alemanha. É conhecida pelo seu papel no comércio marítimo, representado por edifícios hanseáticos na Praça do Mercado. A Câmara Municipal, ornamentada e de estilo gótico, tem uma fachada renascentista e grandes maquetas de navios na sala superior. Löblich vem da cidade hanseática, os pais dela ainda moram lá, no distrito de Blumenthal.
Na A3 perto de Bad Honnef, poucos quilômetros antes da fronteira entre os estados de Renânia do Norte-Vestefália e Renânia-Palatinado, um carro da polícia atingiu o carro de fuga onde os sequestradores estavam, às 13h4, e o imobilizou, desencadeando um tiroteio selvagem. Um dos reféns, Inês Voitle, conseguiu pular do carro, no entanto, Silke Bischoff, foi mortalmente baleada no coração e morreu. Depois disso, os sequestradores foram presos. Segundo análise da perícia, a bala que matou Silke saiu acidentalmente da arma de Rösner, quando ele próprio foi atingido por uma bala da polícia. Essa versão policial é contestada por boa parte dos alemães, que alegam não ser possível que Rösner atirasse em Silke, sentada logo atrás dele, no meio de um intenso tiroteio. O controle remoto para desligar o motor do carro não foi usado, pois os policiais esqueceram-se de levá-lo. Do outro lado da fronteira do estado, uma força-tarefa especial, denominada pela sigla GSG9, estava em posição à espera do momento adequado para poder agir. O país tem desenvolvido um alto padrão de vida e estabeleceu um sistema global de segurança social. É reconhecido como líder científico e tecnológico em vários domínios. Entertanto, no dia 22 de março de 1991, Rösner e Degowski foram declarados culpados pelo Tribunal Superior Regional de Essen e condenados à perpétua. Löblich curiosamente foi condenado a nove anos.
Em
2002, o Tribunal Superior de Hamm determinou “culpa de natureza muito grave” e
cumprimento mínimo de sentença de Degowski foi aumentada para 24 anos. Em 2004,
o mesmo Tribunal Superior recusou um pedido de liberdade condicional e de
encurtamento de pena para Rösner. O tribunal também decretou a “custódia
preventiva” em razão de estar foragido do crime e de sua alta periculosidade.
Mesmo após o cumprimento da pena de 30 anos, só poderá sair se “um especialista
emitir um parecer declarando que ele não é mais perigoso”. Em 2009, foi flagrado
com heroína na sua cela. Ele alegou que “atacou” por causa da falta de
esperança: “pelos longos anos que estou preso aqui e os longos anos que me
restam para cumprir, sem perspectiva de libertação, considerando a custódia
preventiva”. Ele pegou Hepatite C e Diabetes na cadeia e precisa injetar
insulina duas vezes ao dia. Em 2012, ele se casou na prisão. Sua noiva o viu no
sequestro e o achou carismático e fascinante. Menos de um ano depois, o
casamento acabou e eles se separaram. Em 2015, foi contratado especialista para
determinar se poderia ser libertado da prisão. O psiquiatra concluiu que
representava perigo, que tinha traços psicopatas e antissociais e que é alta a
probabilidade de recaída: “o avaliado só conhece a vida no grupo marginal que
se encontrava, só aí ele funciona”.
Desde 2017, após anos de recusa, Rösner finalmente concordou em fazer terapia. Isso é um pré-requisito para a sua libertação. Sua atual companheira, uma enfermeira de Wolfsburg, o convenceu a confiar no terapeuta e a iniciar o tratamento. Ele, atualmente, está livre de droga, e se concentra em sua libertação. Se livre, segundo ele, “vou me afastar de tudo e de todos, e viver em algum lugar sossegado com a minha companheira”. Não há previsão de quando isso vai acontecer. Löblich cumpriu 6 anos de prisão e foi libertada por bom comportamento. Ela vive em lugar desconhecido com um novo nome. No dia 20 de novembro de 1988, o Ministro do Interior de Bremen, Bernd Meyer, renunciou devido a erros da polícia. Vários anos após o incidente, houve uma discussão pública numa academia da polícia local sobre o incidente com o juiz que havia condenado Rösner e Degowski à prisão perpétua e jornalistas, incluindo Udo Röbel, um repórter que havia entrado no veículo com os sequestradores e ido junto com eles, dando-lhes instruções para sair de Colônia. O juiz elogiou Röbel por ter evitado um “banho de sangue” em Colônia. E não foi opinião expressa no Relatório Oficial sobre o incidente por um inquérito parlamentar no estado da Renânia do Norte-Vestefália, que fez comentários negativos sobre a “inutilidade” de uso da ética dos jornalistas.
Este foi o primeiro incidente comunicativo na Alemanha com interferência direta de representantes da mídia global. Os meios de comunicação social foram severamente criticados pela sua manipulação desta situação e para a realização de entrevistas com os reféns, um dos jornalistas que agiram desta forma foi Frank Plasberg, nascido em 18 de maio de 1957, é um jornalista e apresentador de televisão. Nascido em Remscheid, Plasberg tem formação em teatro, política e pedagogia e trabalha como apresentador de televisão na emissora alemã WDR. De 1987 a 2002 foi apresentador de televisão do programa Aktuelle Stunde junto com a jornalista Christine Westermann. Desde 2001, Plasberg é apresentador de televisão de Hart aber fair (“hard but fair”) no WDR, e nacionalmente no ARD desde 2007. Ele é reconhecido por seu papel controverso na crise dos reféns em Gladbeck. Plasberg foi casado com Angela Maas (nascida em 1959); eles têm um filho e uma filha. Desde julho de 2007 vive com Anne Gesthuysen (nascida em 1969). Eles se casaram em agosto de 2012. O Conselho de Imprensa Alemão (Deutscher Presserat) proibiu entrevista futura com sequestradores durante situações de reféns. O chefe do maior sindicato de jornalistas da Alemanha (DJV), Michael Konken, referiu-se ao incidente como “a hora mais negra do jornalismo alemão desde o fim da Segunda Guerra Mundial”.
A
cor, como a noite, reenvia-nos, assim, sempre para uma espécie de
feminilidade substancial. Mais uma vez tradição romântica ou alquímica e
análise psicológica convergem para evidenciar uma estrutura arquetípica, e
encontram-se com a imemorial tradição religiosa. O eufemismo que as cores
noturnas constituem em relação às trevas parece que a melodia o constitui em
relação ao ruído. Do mesmo modo que a cor é uma espécie de noite dissolvida e a
tinta uma substância em solução, pode-se dizer que a melodia, que a suavidade
musical tão cara ais românticos é a duplicação eufemizante da duração
existencial. A música melodiosa desempenha o mesmo papel enstático que a noite.
Para o romântico, muito antes das experiências com mescal de Rimbaud, as cores
e os sons correspondem-se. E o mínimo que podemos fazer é citar, depois de Béguin,
a tradução desta passagem das Phantasien uber die Kunst de Tieck. A música
opera o milagre de tocar em nós o núcleo secreto, o ponto de enraizamento
das recordações e de um instante o centro do mundo feérico,
comparável a sementes enfeitiçadas, os sons ganham raízes em nós com uma
rapidez mágica, ou, num abrir e fechar de olhos sentimos o murmúrio de um bosque
semeado de flores maravilhosas.
Na
consciência contemporânea informada pelo progresso técnico, a barca e muitas
vezes substituída pelo automóvel, ou mesmo pelo avião. Maria Bonaparte, segundo
Durand (1997) insistiu com razão no caráter hedônico e sensual do passeio de
automóvel. O automóvel é um equivalente, enquanto refúgio e abrigo da barca
romântica. Quem é que escapou à fantasia da roulote, do veículo fechado?
Haveria muito a dizer sobre o apego muito freudiano do homem do século XX ao
auto-refúgio, ao automóvel amorosamente embelezado e mantido. É que o automóvel
também é microcosmo, tal como a morada anima-se, animaliza-se,
antropomorfiza-se. Sobretudo, feminiliza-se como a morada. Os veículos “pesados”
dos caminhoneiros têm, como os barcos de pesca, nomes de mulheres. O “santo
patrono” dos motoristas não é, de resto, o cristóforo, o passador, o
homem-chave que garante a segurança do fardo que transporta e salva das águas
madrastas? Pode-se dizer que S. Cristóvão é símbolo ao quadrado do simbolismo
da intimidade da viagem. É como acontece na transcrição iconográfica de um
símbolo assistimos aqui a uma gulliverização; o mítico de S. Cristóvão é
o nosso Gargântua. E o continente, o receptáculo nas figurações populares de
Gargântua, é o seu saco. Esse simbólico continente gulliverizado é, de
resto, integrado pelo cristianismo, tal como o tema do asco da abundância do
papai Noel, na personagem de S. Nicolau.
Qualquer drama, no sentido amplo em que o entendemos, é sempre pelo menos de duas personagens: uma representando o desejo de vida e eternidade, a outra o destino que entrava a procura do primeiro. Quando se acrescentam outras personagens, a terceira, por exemplo, é apenas para motivar – pelo desejo amoroso – a querela das duas outras. O modo do pensamento histórico é o do sempre possível presente da narração, da hipotipose do passado. Não deriva a “compreensão” em história do fato de que eu poso sempre moldar a minha reflexão presente e a trama da minha meditação pela lógica das décadas passadas? O protótipo representativo do estudo histórico parte sempre de um esforço sintético para manter ao mesmo tempo na consciência termos antitéticos. Essa estrutura sintética da história ou da lenda aparece na famosa narrativa da fundação de Roma e da criação das instituições romanas a partir da guerra sabina: Roma é, com efeito fundada como síntese de dois povos inimigos, e chega à existência histórica pela reconciliação de dois adversários, Rômulo e Tito Tácito, síntese que se repete e se prolonga na germinação jurídica das instituições forjadas por Rômulo e das oferecidas por Numa. Esta síntese manifesta-se ainda pela dupla antitética Túlio Hostílio, guerreiro, e anco Márcio, fundador do culto de Vênus, restaurador da paz e da prosperidade.
O Partido Comunista Alemão foi criado por Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht em 1918, e o Partido dos Trabalhadores Alemães, reconhecido Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, foi fundado em janeiro de 1919. Sofrendo as consequências das condições ditadas pelo Tratado de Versalhes e uma longa sucessão de governos mais ou menos instáveis, faltava cada vez mais identificação às massas políticas na Alemanha com seu sistema político de democracia parlamentar. Este fato político foi agravado por ampla disseminação de um mito político pela direita a Dolchstoßlegende, que alegava que tinha perdido a Guerra Mundial devido à Revolução alemã, e não por causa da derrota militar. Por outro lado, os militantes radicais de esquerda comunistas, tais como a Liga Espartaquista, queriam abolir aquilo que eles entendiam como governo capitalista e estabelecer um Räterepublik. Tropas paramilitares foram criadas por diversos partidos, e houve assassinatos por motivos políticos. Os paramilitares intimidavam eleitores e semeavam a violência e raiva entre o povo, que sofria de uma elevada taxa de desemprego e de pobreza. Depois da série de gabinetes frustrados, o presidente Paul von Hindenburg, vendo poucas alternativas e empurrado pelos seus assessores de direita, nomeou um burocrata desconhecido como Chanceler da Alemanha em 30 de janeiro de 1933. Neste ano o Reichstag foi incendiado. Alguns direitos democráticos fundamentais foram então rapidamente revogados sob um decreto de emergência. Uma Lei de plenos poderes deu ao governo e o legislativo. Apenas o Partido Social-Democrata da Alemanha votou contra ele; os comunistas não foram capazes de apresentar oposição, pois seus suplentes já haviam sido assassinados ou presos. A centralização totalitária estadual foi criada por uma série de jogadas e de decretos políticos, tornando a Alemanha um Estado de partido único.
Houve
queima de livros considerados contra a nação e perseguição a artistas
e cientistas, e muitos emigraram para os Estados Unidos da
América. Michael Konken, chefe do maior Sindicato de Jornalistas da Alemanha
(DJV), refere-se ao drama Gladbeck como “a hora mais sombria do jornalismo
alemão desde o fim da Segunda Guerra Mundial”. Estudou Administração e Direito
e formou-se em Administração. Como jornalista freelancer, a atividade
intelectual criativa pressupõe a ausência de um vínculo empregatício com uma
empresa do ramo, sendo realizada por conta própria e com remunerações
variáveis, de acordo com a produtividade. Trabalhou para a Deutschlandfunk em
Colônia, bem como para o Jeversche Wochenblatt e Radio Bremen. Em
Wilhelmshaven foi porta-voz da exposição mundial “Expo am Meer”, contribuição
de Wilhelmshaven para a Expo 2000 e porta-voz da cidade até o final de 2001. É
o maior porto alemão para operar produtos a granel e é o único porto de água
profunda para petroleiros de grande calado, sendo responsável por cerca 20% das
importações de petróleo anuais da Alemanha. A maior parte da reserva
estratégica de petróleo da Alemanha, garantindo um abastecimento mínimo em tempos
de emergências, está localizada na região de Wilhelmshaven. No início de 2002
mudou para a Universidade de Ciências Aplicadas de Wilhelmshaven para gestão de
mídia e jornalismo responsável pelo desenvolvimento do departamento
jornalístico. Ele ensina as disciplinas Jornalismo, Política e Esfera Pública,
bem como Redação Jornalística na Universidade de Vechta desde 2002; Comunicação
municipal e regional integrada na Universidade de Ciências Aplicadas
Oldenburg/Ostfriesland/Wilhelmshaven uma universidade pública na Baixa Saxônia,
Alemanha desde 1994. Em 1999 foi eleito presidente da Associação Estadual DJV
na Baixa Saxônia, e em 2003, eleito sucessor de Rolf Lautenbach como
presidente nacional do DJV. Ele ocupou esse cargo até novembro de 2015.
Como
consequência direta, o conselho nacional de imprensa emitiu uma série de
reprimendas e elaborou controlos mais rigorosos para a cobertura de tais
assuntos. Foi também travado um debate ético no próprio panorama mediático, com
vários artigos a concluir que tal cobertura “nunca mais deveria acontecer”. Na
atualidade é é ilegal para qualquer meio de comunicação de massa “conduzir
entrevistas com sequestradores enquanto o crime ocorre”. Mas alguma coisa
realmente mudou? À primeira vista, estas regras parecem quase impossíveis de
controlar na nossa era moderna de reportagens digitais e redes sociais. As transmissões ao vivo nas redes sociais e as fotos tiradas pelos
chamados repórteres civis confundiram a distinção entre testemunhas oculares e
jornalistas profissionais. - “Não se tornou mais fácil tomar as decisões certas
na busca por um jornalismo responsável”, disse Alexander Filipovic, professor
de ética na mídia na Universidade de Münster, à DW. - “A Internet dá aos
criminosos todo o tipo de possibilidades para divulgarem a sua mensagem. De
certa forma, a luta pela atenção do público tornou-se parte do próprio crime.” É
um “desafio extremo” para os jornalistas, observa Filipovic, acrescentando que
a capacidade de “classificar e avaliar” eventos é de extrema importância. Esta
capacidade, aos olhos de Filipovic, baseia-se em “pesquisa sólida, precisão e
respeito pela proteção das vítimas e dos acusados”.
Quatro grupos consideráveis de pessoas são chamados de “minorias nacionais” porque seus ancestrais viveram em suas respectivas regiões durante séculos: Há uma minoria dinamarquesa no estado mais ao Norte de Schleswig-Holstein; os sorábios, uma população de eslavos, estão na região de Lusácia da Saxônia e Brandemburgo; os ciganos e os sinti vivem em quase todo o país; e os frísios estão concentrados na costa Oeste de Schleswig-Holstein e na parte Noroeste da Baixa Saxônia. O homoerotismo na Alemanha é legal e socialmente aceito. Uniões civis têm sido permitidas desde 2002. Em 2017, o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi legalizado, bem como a adoção de crianças. As duas maiores cidades alemãs, Berlim e Hamburgo, já elegeram prefeitos gays. A Alemanha tem um grande número de cidades grandes, sendo as mais populosas Berlim, Hamburgo, Munique, Colônia, Frankfurt am Main e Stuttgart. A maior conurbação, o que resulta na junção urbana de duas ou mais cidades, é a Região do Reno-Ruhr, que inclui Düsseldorf e Colônia (Köln), Essen, Dortmund, Duisburgo e Bochum. Em agosto de 2018, foi anunciado pelo Tribunal Regional de Arnsberg que Dieter Degowski seria libertado em liberdade condicional após cumprir 30 anos de prisão. Degowski fez terapia e teve bom comportamento na prisão. Ele vive em lugar ignorado e sob nova identidade. Uma dramatização em duas partes do incidente, intitulada de Gladbeck, foi transmitida pela ARD em março de 2018, na tentativa de dissecar os eventos que ocorreram naquela conjuntura econômica de dimensão política.
Além
disso, um documentário Os Reféns de Gladbeck, de Volker Heise, foi realizado
para a Netflix, um serviço online de streaming e uma empresa
norte-americana de mídia over-the-top lançada em 2010 disponível em mais
de 190 países. Volker Heise, nascido em agosto de 1961 em Hoya, na Baixa
Saxônia. Estudou Ciências Políticas em Hanôver e Berlim e formou-se no
Instituto Otto Suhr da Universidade Livre de Berlim. É um diretor de televisão,
dramaturgo e produtor alemão. Tornou-se reconhecido através da série de
história viva Schwarzwaldhaus 1902, pela qual recebeu o Prêmio Grimme em
2003. Como resultado, Heise dirigiu dois outros projetos de história viva para
a ARD: Adventure 1900 - Life in the Manor House de 2004 e Adventure
1927 - Summer Freshness de 2005. Desde 2008, Heise é parceira da Zero
One Film GmbH, que surgiu da Zero film GmbH. Entre outras coisas,
desenvolveu a série de arte The Culinary Adventures of Sarah Wiener com várias
séries de 2005 a 2014 e o formato de apresentador SWR/ARD Matusseks Reisen for Zero
One. Ele também dirigiu ambas as séries. De 2008 a 2009, Heise desenvolveu e
realizou o projeto televisivo 24h Berlin – Um dia na vida. Com a ajuda de mais
de 70 diretores, ele documentou um dia na vida de uma grande cidade e processou
o material em um programa de televisão 24 horas por dia. O programa foi
transmitido em 5 de setembro de 2009 pela ARTE e pela RBB televisão e com Thomas Kufus, receberam o Prêmio da Televisão da Baviera por isso.
Dieter
Degowski foi recentemente libertado da prisão em fevereiro. Ele assumiu uma
nova identidade e mora em uma área sem nome, evitando toda publicidade.
Hans-Jürgen Rösner, considerado o cérebro por trás do crime, ainda está na
prisão. Quase 30 anos depois dos acontecimentos, a Alemanha está revisitando
todo o drama através da minissérie em duas partes “Gladbeck”, exibida pela
emissora pública de TV ARD nos dias 7 e 8 de março. O diretor da minissérie, Kilian Riedhof,
disse que queria reproduzir o “choque e impotência” que ele pessoalmente lembra
ter sentido à medida que os acontecimentos se desenrolavam na época. - “O
trauma de Gladbeck precisa ser processado através da nossa empatia coletiva”,
disse ele à agência de notícias DPA. Retratando os acontecimentos de diferentes
perspectivas – a imprensa, os reféns e a polícia – a minissérie pretende fazer
com que os espectadores pensem: “o que eu teria feito na situação deles?”
explicou o diretor. Como tal crise teria sido coberta hoje? A questão surge
inevitavelmente após a recontagem dos acontecimentos que cativaram a Alemanha
há 30 anos. Do ponto de vista tecnológico na Era dos smartphones e da
cobertura ao vivo nas redes sociais, as questões jornalísticas que surgiram
através da cobertura mediática do drama dos reféns em Gladbeck ainda são
relevantes até hoje.
Em 2010, Heise também recebeu o prêmio especial do Prêmio Robert Geisendörfer e do Prêmio da Televisão Alemã 2010. Outra série de televisão premiada de Heise é a série de ficção Zeit der Helden (SWR e ARTE 2013), da qual foi responsável pela ideia e conceito. Ela recebeu o Prêmio da Televisão Alemã e o Prêmio Grimme. O projeto 24h Jerusalém (ideia, conceito e direção do projeto), que teve como modelo 24h Berlim, foi transmitido pela ARTE e BR em 2014 e recebeu o Prêmio da Televisão Alemã. Volker Heise é colunista do Berliner Zeitung e do Frankfurter Rundschau desde 2010. Desde 2013 também é moderador do programa Grosse Themaen, nicht, na Rádio Eins (rbb). Em março de 2023 a Netflix superou 232 milhões de assinantes globalmente. A ARD é o primeiro canal de televisão da Alemanha. É uma abreviação em alemão, para Agrupamento de Emissoras de Direito Público da República Federal da Alemanha, uma associação de emissoras de radiodifusão pública na Alemanha, reconhecido como a Das Erste (A Primeira). É na verdade um agrupamento midiático de nove canais públicos regionais, com a diferença que a programação é voltada para a Alemanha como um todo, mesmo que os programas sejam desenvolvidos pelas emissoras locais territorialmente. Além de informações, telenovelas, desporto, filmes e programas musicais, a ARD programa muitas reportagens, documentários e programas informativos. Nos fins de semana, pela manhã, oferece uma excelente programação voltada para o público infantil. A ARD transmite publicidade em níveis moderados durante o dia até às 20 horas. Acusados de planejar um possível golpe de Estado e o sequestro do ministro alemão da Saúde, Karl Lauterbach, quatro homens e uma mulher de 75 anos suspeitos de integrar uma organização terrorista começarão a ser julgados em Koblenz, no estado da Renânia-Palatinado.
Segundo a denúncia da Procuradoria da República da Alemanha, o grupo intentava, além do sequestro, provocar um “apagão” no fornecimento de energia. É um cientista, médico e político alemão do Partido Social Democrata da Alemanha (SPD), que atua como Ministro Federal da Saúde desde 8 de dezembro de 2021. Ele é professor de economia da saúde e epidemiologia na Universidade de Colônia (com licença desde 2005). Desde as eleições federais alemãs de 2005, ele é membro do Bundestag. Com isso, esperavam criar um clima de guerra civil e pôr fim ao regime democrático parlamentar que vigora no país – chegando inclusive a discutir quem dentre eles assumiria quais órgãos de governo. O grupo, que se autointitulava “Patriotas Unidos” (Vereinte Patrioten), estaria em atividade desde pelo menos janeiro do ano passado, e seria liderado pela mulher, uma ex-pastora evangélica e professora residente na Saxônia, Estado do Leste alemão reconhecido por ser um “bastião ideológico” da extrema-direita, especialmente neonazistas. A investigação cita “ações preparativas concretas” dos suspeitos, que se articulavam principalmente em um grupo de Telegram e em encontros presenciais em diferentes locais. A idosa apontada como líder teria urgido os demais a agir rapidamente, citando em várias ocasiões datas concretas. Outro acusado teria pesquisado alvos da infraestrutura energética para levar a cabo o atentado. Uma terceira pessoa teria planejado o sequestro do ministro alemão da Saúde, com “eventual execução de seus seguranças”. O grupo obteve fuzis AK-47, pistolas e munição, e planejavam contrabandear explosivos às toneladas de países da antiga Iugoslávia. Eles pertenciam à cena dos autoproclamados Reichsbürger (“Cidadãos do Império Alemão”), movimento ideológico e conspiracionista de extrema-direita do qual compactuam, segundo estimativas em torno de 23 mil pessoas.
Bibliografia
geral consultada.
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