sábado, 10 de fevereiro de 2024

Olga Lucovnicova - Nanu Tudor, Política & Cinema de Narrativa Poderosa.

                                  A literatura, como toda a arte, é uma confissão de que a vida não basta”. Fernando Pessoa                           

      Olga Lucovnicova nascida em 1° de julho de 1991 na Moldávia é uma cineasta e diretora de fotografia moldava, mais reconhecida por seu documentário Nanu Tudor (Meu Tio Tudor) que ganhou o Urso de Ouro de Melhor Curta-Metragem no Festival Internacional de Cinema de Berlim em 2021. A maior parte do país encontra-se entre os rios Prut e Dniestre. O solo rico e o clima continental temperado com verões quentes e invernos relativamente leves possibilitaram o seu desenvolvimento agrícola, tornando a Moldávia um dos maiores fornecedores de produtos agrícolas da região. A fronteira oeste da Moldávia é formada pelo rio Prut, que se conecta ao Danúbio antes de desembocar no mar Negro. Na parte Nordeste do país, o Dniestre é o principal rio, atravessando-o de Norte a Sul. Apesar da proximidade com o mar Negro, o país não possui litoral. A parte Norte e Oeste da Moldávia são relativamente montanhosas, mas nunca ultrapassam 430 metros no seu ponto mais elevado, o Dealul Bălăneşti (Monte Bălăneşti), numa região de colinas no Centro-oeste do país, aproximadamente 20 km da fronteira com a Romênia. As principais cidades do país são a capital Quixinau, no centro do país, Tiraspol na Transnístria, Bălţi e Tighina. Olga Lucovnicova inicialmente em contabilidade antes de se dedicar especificamente à questão da fotografia. Ela prosseguiu seus estudos em cinematografia na Academia de Belas Artes de Chișinău a partir de 2011.  

            A Moldávia tem uma história de produção de vinho que remonta a pelo menos 3.000 a.C. Como capital, Chișinău acolhe anualmente o festival nacional do vinho em outubro. Embora os edifícios da cidade tenham sido significativamente danificados durante a Segunda Guerra Mundial e por terramotos, um rico património arquitetônico permanece. Além disso, possui numerosos edifícios projetados nos estilos arquitetônicos do realismo socialista e brutalista do pós-guerra. A estação ferroviária central da cidade ostenta um estilo arquitetônico russo-imperial e mantém ligações ferroviárias diretas com a Romênia. O arquiteto suíço-italiano-russo Alexander Bernardazzi (1831-1907) projetou muitos dos edifícios da cidade, incluindo a Prefeitura de Chișinău, a Igreja de São Teodoro e a Igreja de São Pantaleão. A cidade abriga o Museu Nacional de Belas Artes, a Universidade Estadual da Moldávia, a Galeria Brancusi e o Museu Nacional de História da Moldávia, com um acervo de mais de 236.000 peças em exposição. Existem mercados movimentados no Norte da cidade, incluindo a casa onde Alexander Pushkin (1799-1837) residiu durante o exílio de Alexandre I da Rússia. Atualmente, ela foi adaptada como museu. A Catedral da Natividade, localizada no centro da cidade e construída na década de 1830, foi descrita com razão como uma obra-prima da arquitetura neoclássica

Após a formação no curso de graduação, em 2018/2020, Olga Lucovnicova recebeu bolsa de estudos para o programa de Mestrado DocNomads em Cinema Documentário em universidades de Portugal, Hungria e Bélgica. Urso de Ouro (Goldener Bär) é o prêmio de maior prestígio do Festival de Berlim e um dos mais importantes prêmios de cinema contemporâneo do mundo ocidental. É entregue desde o ano de 1951 para a melhor obra do ano, escolhida pelo júri internacional. Desde 2007 também é entregue para a melhor curta-metragem do ano. A estatueta foi criada pela artista Renée Sintenis. Lucovnicova nasceu na Moldávia, é um país sem costa marítima da Europa Oriental, que faz fronteira com a Ucrânia e com a Romênia. Sua capital e maior cidade é Quixinau, em romeno, Chișinău. Em 1991, durante o processo de dissolução da URSS, a então República Socialista Soviética da Moldávia declarou Independência da União Soviética. Apenas uma região que pertencia à extinta República Socialista Soviética da Moldávia, recusou-se a integrar a nova República da Moldávia: a região reconhecida como Transnístria, uma pequena faixa territorial à Leste do rio Dniestre declarou sua Independência, e de fato governa-se autonomamente desde a década de 1990, embora seja reconhecida por todos os países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) como parte integrante da Moldávia. Com a queda no Leste europeu da União Soviética, o peso relativo do setor dos serviços da Moldávia cresceu e começou a dominar seu Produto Interno Bruto em torno de 62,5% como resultado de um decréscimo do peso da sua indústria e agricultura. Contudo, o país ainda é o mais pobre da Europa e o país da região com o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

                            


            A Moldávia possui um clima moderadamente continental. Sua proximidade com o mar Negro leva ao clima sendo ligeiramente frio no outono e inverno e relativamente frio na primavera e no verão. Os verões são quentes e historicamente identificados como longos, com média de temperatura em 20 °C. O inverno é relativamente leve e seco, com temperatura média de -4 °C. A precipitação anual varia de cerca de 600 milímetros no Norte do país a 400 milímetros no Sul, podendo variar grandemente. Longos períodos de seca não são incomuns. A maior precipitação ocorre no início do verão em outubro; quando alagações e trovoadas são comuns. Por causa do terreno irregular, as chuvas muitas vezes causam erosões e assoreamento nos rios.  A mais alta temperatura registrada na Moldávia foi de 41,5 °C, em 21 de julho de 2007, em Camenca, uma cidade na Transnístria, República separatista reconhecida internacionalmente como parte da Moldávia. É composta pela própria cidade e pela aldeia de Solnecinoe. Camenca representa a sede do Distrito de Camenca. A cidade está localizada no Dniester, no Norte da Transnístria. O prefeito é Pyotr Mustya. A temperatura mais baixa foi de -35,5 °C, em 20 de janeiro de 1963, no município de Brătuşeni, uma comuna e cidade na Moldávia, no distrito (raion) de Edinet. É composta por duas aldeias, Brătușeni e Brătușenii Noi. Está localizada a uma altitude de 175 m acima do nível do mar, a 200 km da capital nacional, Chisinau, e ao Sul da cidade de Cupcini. No censo de 2014, a população total da cidade era de 4.772 habitantes.

Fundada em 1436 como uma vila monástica, a cidade fazia parte do Principado da Moldávia que, a partir do século XVI, tornou-se um estado vassalo do Império Otomano, mas ainda mantendo sua autonomia. No início do século XIX, Chișinău era uma pequena cidade com 7.000 habitantes. Em 1812, após a Guerra Russo-Turca (1806-1812) , a metade oriental da Moldávia foi cedida pelos otomanos ao Império Russo. Os territórios recém-adquiridos ficaram conhecidos como Bessarábia. Sob o governo russo, Chișinău tornou-se a capital da recém-anexada oblast (posteriormente guberniya) da Bessarábia. Em 1834, uma geografia urbana imperial, com amplas e extensas avenidas, emergiu como resultado de um generoso plano de desenvolvimento, que dividiu Chișinău em duas áreas principais: a parte antiga da cidade, com suas construções irregulares, e um centro urbano moderno com estação ferroviária. Entre 26 de maio de 1830 e 13 de outubro de 1836, o arquiteto Avraam Melnikov (1892-1960) construiu a Catedrala Nașterea Domnului, com sua magnífica torre sineira. Em 1840, foi concluída a construção do Arco do Triunfo, provavelmente pelo arquiteto Luca Zaushkevich. Assim iniciou-se a construção de inúmeros edifícios e monumentos. Em 28 de agosto de 1871, Chișinău foi ligada por ferrovia a Tiraspol e, em 1873, a Cornești. A ferrovia Chișinău-Ungheni-Iași foi inaugurada em 1º de junho de 1875, em preparação para a Guerra Russo-Turca (1877-1878).

A cidade desempenhou um papel importante na guerra entre a Rússia e o Império Otomano, como principal área de preparação da invasão russa. Durante a Belle Époque, o prefeito da cidade foi Carol Schmidt, cuja contribuição para a modernização da cidade ainda é comemorada pelos moldavos. Sua população havia crescido para 92.000 habitantes em 1862 e para 125.787 em 1900. No final do século XIX, especialmente devido ao crescente sentimento antissemita em outras partes do Império Russo e às melhores condições econômicas na Moldávia, muitos judeus optaram por se estabelecer em Chișinău. Em 1897, 46% da população de Chișinău era judaica, mais de 50.000 pessoas.  Como parte da onda de pogroms organizada no Império Russo, um grande motim antissemita foi organizado na cidade em 19 e 20 de abril de 1903, que mais tarde ficaria reconhecido como o pogrom de Kishinev. Os tumultos continuaram por três dias, resultando em 47 judeus mortos, 92 gravemente feridos e 500 com ferimentos leves. Além disso, centenas de casas e muitos comércios foram saqueados e destruídos. Algumas fontes registram que 49 pessoas foram mortas. Acredita-se que os pogroms foram amplamente incitados pela propaganda antissemita no único jornal oficial, o Bessarabetz. O prefeito Schmidt desaprovou o incidente e renunciou mais tarde em 1903.

As reações a este incidente incluíram uma petição ao czar Nicolau II da Rússia em nome do povo americano, enviada pelo presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, em julho de 1903. Em 22 de agosto de 1905, ocorreu outro evento violento: a polícia abriu fogo contra cerca de 3.000 trabalhadores agrícolas que protestavam. Apenas alguns meses depois, em 19 e 20 de outubro de 1905, ocorreu um novo protesto, que ajudou a forçar Nicolau II a apresentar o Manifesto de Outubro. No entanto, essas manifestações transformaram-se repentinamente em outro pogrom antissemita, resultando em 19 mortes. Após a Revolução Russa de Outubro, a Bessarábia declarou Independência do império em ruínas, como República Democrática da Moldávia, antes de se juntar ao Reino da Romênia. Em 1919, Chișinău, com uma população estimada em 133.000 habitantes, tornou-se a segunda maior cidade da Romênia. Entre 1918 e 1940, o centro da cidade passou renovação. A Romênia concedeu importantes subsídios às suas províncias e iniciou programas em larga escala na infraestrutura das principais cidades da Bessarábia, expandiu a infraestrutura ferroviária e lançou um extenso programa para erradicar o analfabetismo. Em 1927, foi erguido o Monumento a Estêvão, o Grande, do escultor Alexandru Plămădeală (1888-1940). Em 1933, a primeira instituição de Ensino Superior da Bessarábia foi criada com a transferência da Seção de Ciências Agrárias da Universidade de Iași para Chișinău, formando a Faculdade de Ciências Agrárias.

No final do século XIX, especialmente devido ao crescente sentimento antissemita em outras partes do Império Russo e às melhores condições econômicas na Moldávia, muitos judeus optaram por se estabelecer em Chișinău. Em 1897, 46% da população de Chișinău era judaica, mais de 50.000 pessoas. Como parte da onda de pogroms organizada no Império Russo, um grande motim antissemita foi organizado na cidade em 19 e 20 de abril de 1903, que mais tarde ficaria reconhecido como o pogrom de Kishinev. Os tumultos continuaram por três dias, resultando em 47 judeus mortos, 92 gravemente feridos e 500 com ferimentos leves. Além disso, centenas de casas e muitos comércios foram saqueados e destruídos. Algumas fontes dizem que 49 pessoas foram mortas. Acredita-se que os pogroms foram amplamente incitados pela propaganda antissemita no único jornal oficial, o Bessarabetz (Бессарабецъ). O prefeito Schmidt desaprovou o incidente e renunciou mais tarde em 1903. As reações a este incidente incluíram uma petição ao czar Nicolau II da Rússia em nome do povo americano, enviada pelo presidente dos Estados Unidos da América, Theodore Roosevelt, em julho de 1903. Em 22 de agosto de 1905, ocorreu outro evento violento: a polícia abriu fogo contra cerca de 3.000 trabalhadores agrícolas que protestavam. Apenas alguns meses depois, em 19 e 20 de outubro de 1905, ocorreu um novo protesto, que ajudou a forçar Nicolau II a apresentar o Manifesto de Outubro. No entanto, essas manifestações sociais transformaram-se repentinamente em outro pogrom antissemita, resultando em 19 mortes violentas.  Oficialmente “Manifesto sobre a Melhoria da Ordem do Estado”, foi um documento escrito em 1905 e que serviu de base para a Constituição Russa de 1906.           

 O Manifesto foi emitido pelo Czar Nicolau II, sob a influência de seu ministro Serguei Witte, em 30 de outubro de 1905, como uma resposta à Revolução Russa de 1905. Nicolau resistiu a essas ideias, preferindo uma ditadura militar para deter o processo revolucionário, mas cedeu e aceitou a sugestão de Witte, prometendo certos direitos civis e um parlamento eleito, a Duma, sem cuja aprovação nenhuma lei seria promulgada na Rússia. A Rússia, no início da década de 1890, sob a orientação do Ministro das Finanças, Sergei Witte (1849-1915), iniciou programa de industrialização liderado pelo Estado através de investimentos estrangeiros e da imposição de tarifas. No entanto, o rápido crescimento da indústria durante este período não foi acompanhado por uma reforma política, levando uma classe trabalhadora em expansão a ficar fortemente descontente pela autocracia czarista e a falta de direitos básicos. Por outro lado, os camponeses ainda constituíam 80% da população e, apesar da emancipação dos servos feita pelo Czar Alexandre II, os problemas agrários ainda eram acentuados. O conflito gerado pelas questões econômicas e políticas da Rússia culminou na chamada Revolução Russa (1905). Em 22 de janeiro daquele ano, manifestantes pacíficos tentaram apresentar uma petição ao Czar, como era comum da tradição. No entanto, este protesto foi violentamente reprimido em frente ao Palácio de Inverno, quando os guardas dispararam contra os manifestantes, episódio conhecido como “Domingo Sangrento”.

A reação violenta ao protesto aumentou ainda mais a tensão em toda a Rússia. Milhares de pessoas recusaram-se a trabalhar e a greve geral paralisou o Império. A agitação acabou por se espalhar para o interior da Rússia, onde os camponeses começaram a queimar as mansões de seus senhores. Com as comunicações interrompidas, os transportes e os serviços públicos da Rússia prejudicados pelas greves e pelas revoltas, Nicolau II foi forçado a agir antes de perder completamente o poder, embora se opusesse a quaisquer reformas que envolvessem a limitação da autocracia. Após a Revolução Russa de Outubro (1917), a Bessarábia declarou Independência do império em ruínas, como República Democrática da Moldávia, antes de se juntar ao Reino da Romênia. Em 1919, Chișinău, com população estimada em 133.000 habitantes, tornou-se a segunda maior cidade da Romênia. Entre 1918 e 1940, o centro da cidade passou por grandes obras de renovação. A Romênia concedeu importantes subsídios às suas províncias e iniciou programas de investimento em larga escala na infraestrutura das principais cidades da Bessarábia, expandiu a infraestrutura ferroviária e lançou um extenso programa educativo para erradicar o analfabetismo. Em 1927, foi erguido o Monumento a Estêvão, o Grande, do escultor Alexandru Plămădeală. Em 1933, a primeira instituição de ensino superior da Bessarábia foi criada com a transferência da Seção de Ciências Agrárias da Universidade de Iași para Chișinău, formando a Faculdade de Ciências Agrárias.

Em 28 de junho de 1940, como resultado direto do Pacto Molotov-Ribbentrop, a Bessarábia foi anexada pela União Soviética, que pertencia à Romênia, e Chișinău tornou-se a capital da recém-criada República Socialista Soviética da Moldávia. Após a ocupação soviética, deportações em massa, associadas a atrocidades, foram executadas pela NKVD, ou Comissariado do Povo para Assuntos Internos foi o poderoso departamento governamental que funcionou como a polícia secreta e órgão de segurança interna da União Soviética de 1934 a 1946. Mais de 400 pessoas foram sumariamente executadas em Chișinău em julho de 1940 e enterradas nos jardins do Palácio Metropolitano, do Instituto Teológico de Chișinău e no pátio do Consulado Italiano, onde a NKVD havia estabelecido sua sede. Como parte da política de repressão política de potencial oposição ao poder comunista transitório, dezenas de milhares de membros de famílias nativas de trabalhadores foram deportados da Bessarábia para outras regiões. Um terremoto devastador ocorreu em 10 de novembro de 1940, com magnitude de 7,4 ou 7,7, de acordo com outras fontes na escala Richter. O epicentro ocorreu nas montanhas de Vrancea e causou destruição substancial: 78 mortes e 2.795 edifícios danificados dos quais 172 foram totalmente destruídos. Em junho de 1941, para recuperar a Bessarábia, a Romênia entrou na 2ª Guerra Mundial (1939-1945) sob o comando da Wehrmacht alemã, declarando guerra à União Soviética. Chișinău foi severamente afetada pelo caos da guerra. Em junho e julho de 1941, a cidade foi bombardeada por ataques aéreos alemães. No entanto, as fontes romenas e moldavas atribuem a maior parte da responsabilidade pelos danos aos batalhões de destruição da NKVD soviética, que operaram em Chișinău até 17 de julho de 1941, quando a cidade foi capturada pelas forças do Eixo.

Durante a administração militar alemã e romena, a cidade sofreu com a política de extermínio nazista de seus habitantes judeus, que eram transportados em caminhões para os arredores da cidade e sumariamente fuzilados em valas parcialmente cavadas. Estima-se que o número de judeus assassinados durante a ocupação inicial da cidade seja de 10.000 pessoas. A deportação dos judeus da cidade para a Transnístria reduziu sua população judaica de 11.388 no outono de 1941 para 177 em 1943; a grande maioria dos deportados morreu. Durante esse período, Chișinău, parte do Condado de Lăpușna, era a capital da recém-criada Província da Bessarábia, na Romênia. Com o fim da guerra se aproximando, a cidade voltou a ser palco de intensos combates durante a retirada das tropas alemãs e romenas. Chișinău foi capturada pelo Exército Vermelho em 24 de agosto de 1944, como resultado da Segunda Ofensiva de Iași-Kishinev. Após a guerra, a Bessarábia foi totalmente reintegrada à União Soviética, com cerca de 65% do seu território a constituir a RSS da Moldávia, enquanto os restantes 35% foram transferidos para a RSS da Ucrânia. Outras duas ondas de deportações da população nativa da Moldávia foram realizadas pelos soviéticos, a primeira imediatamente após a reocupação soviética da Bessarábia até o final da década de 1940 e a segunda em meados da década de 1950. Entre 1947 e 1949, o arquiteto Alexey Shchusev desenvolveu, com a ajuda de uma equipe de arquitetos, um plano para a reconstrução gradual da cidade.

Houve um rápido crescimento populacional na década de 1950, ao qual a administração soviética respondeu construindo grandes conjuntos habitacionais e palácios no estilo poderoso da arquitetura stalinista. Esse processo continuou sob Nikita Khrushchev (1894-1971), que defendeu a construção sob o lema populista “bom, mais barato e construído mais rápido”. O novo estilo arquitetônico trouxe mudanças drásticas e gerou o estilo que domina hoje, com grandes blocos de apartamentos dispostos em grandes assentamentos. Esses edifícios da Era Khrushchev são frequentemente chamados de Khrushchyovka. O período de maior requalificação da cidade começou em 1971, quando o Conselho de Ministros da União Soviética adotou a tese: “Sobre as Medidas para o Desenvolvimento Futuro da Cidade de Kishinev”, que garantiu mais de mil milhões de rublos em investimento do orçamento estatal e continuou até à Independência da Moldávia em 1991. A percentagem de habitações construídas durante o período soviético (1951-1990) representa 74,3 % do total de agregados familiares. Em 4 de março de 1977, a cidade foi abalada por um terremoto devastador. Várias pessoas morreram e o pânico se instaurou. O Hotel Intourist, uma propriedade construída pelo monopólio estatal soviético de viagens de mesmo nome, foi concluído em 1978. Em 22 de abril de 1993, a cidade inaugurou o Monumento às Vítimas dos Guetos Judeus, um monumento público centrado numa estátua de bronze do profeta bíblico Moisés, que serve como símbolo de memória para os milhares de judeus que pereceram durante o Holocausto.

O monumento foi projetado pelo arquiteto Simeon Shoihet e pelo escultor Naum Epelbaum. Ele está localizado na Rua Ierusalim, marcando o local da entrada principal do gueto de Chișinău, que foi estabelecido na parte baixa da cidade em julho de 1941, pouco depois da ocupação da área pelas tropas alemãs e romenas. Desde a Independência da Moldávia após a dissolução da União Soviética, muitas ruas de Chișinău foram renomeadas em homenagem a pessoas, lugares ou eventos históricos. A independência da União Soviética foi seguida por uma renomeação em larga escala de ruas e localidades, passando de um tema comunista para um tema nacional. Em 5 de setembro de 2022, a primeira universidade cristã do país, a Universitatea Moldo-Americană, abriu as suas portas, apoiada pela emissora escandinava Visjon Norge e por vários doadores na Noruega, e gerida em cooperação com a American Southeastern University na Flórida, Estados Unidos. Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a Moldávia permitiu que mais de 600.000 civis ucranianos fugissem da Ucrânia através da sua fronteira.

Sandu nasceu em 24 de maio de 1972 na comuna de Risipeni, localizada no distrito de Făleşti, na Moldávia Soviética. Em 1994, formou-se em administração na Academia de Estudos Econômicos da Moldávia (ASEM), em 1998, formou-se em relações internacionais na Academia de Administração Pública (AAP) em Quixinau. Em 2010, formou-se na John F. Kennedy School of Government na Universidade de Harvard. De 2010 a 2012, trabalhou como conselheira do diretor executivo do Banco Mundial em Washington, D.C. Sandu fala russo, espanhol e inglês, além de seu romeno nativo. A candidata de 48 anos venceu o chefe de Estado do país, Igor Dodon, que é considerado pró-Rússia e obteve 44% da preferência. Dodon está no cargo desde dezembro de 2016, após ter derrotado a própria Sandu. Ele é independente, mas já foi membro dos partidos Comunista e Socialista. De 2012 a 2015, atuou como Ministra da Educação da Moldávia.

Apesar de estar entre os estados mais pobres da Europa, a Moldávia continuou a acolher mais de 100.000 refugiados ucranianos, muitos deles em Chișinău. Em 23 de novembro de 2022, o Tribunal de Apelação de Chișinău decidiu que o Aeroporto Internacional de Chișinău retornará à propriedade estatal, de acordo com o ministro da Justiça, Sergiu Litvinenco, mais de três meses depois de um tribunal internacional ter permitido à Moldávia rescindir um contrato de concessão de 49 anos com a operadora aeroportuária Avia Invest. Em abril de 2023, o governo holandês abriu uma nova embaixada em Chișinău. Em 21 de maio de 2023, dezenas de milhares de moldavos saíram às ruas para reivindicar num comício massivo, a Assembleia Nacional da Moldávia Europeia, para apoiar a candidatura do país à adesão à União Europeia (UE). A polícia moldava afirmou que mais de 75.000 manifestantes estiveram presentes no comício organizado pela presidente da Moldávia, Maia Sandu. Mais tarde nesse mês, Chișinău acolheu uma importante cimeira internacional da Comunidade Política Europeia, organizada para discutir a invasão russa ilegal da Ucrânia, bem como a cibersegurança, a migração e a segurança energética, e questões regionais no Azerbaijão, na Arménia e os confrontos no Kosovo. Maia Sandu é uma política moldava e atualmente Presidente da Moldávia desde 24 de dezembro de 2020, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo público presidencialista, foi também primeira-ministra da Moldávia de 8 de junho de 2019 até 14 de novembro de 2019, ministra da Educação de 2012 a 2015 e membro do Parlamento moldavo de 2014 a 2015 e novamente em 2019.   

Ela foi considerada em 23 de julho de 2015 pelo Partido Liberal Democrata como uma candidata a ser a próxima primeira-ministra da Moldávia, sucedendo Natalia Gherman e Chiril Gaburici. Um dia depois de ser proposta por uma renovada coalizão pró-UE, Sandu definiu a saída do chefe do Banco Nacional da Moldávia, Dorin Drăguţanu e do procurador do Estado Corneliu Gurin como condições para sua aceitação do cargo. Em última análise, Valeriu Streleţ foi nomeado sobre Sandu pelo presidente da Moldávia.  Em 23 de dezembro de 2015 ela lançou uma plataforma În/pas/ Maia Sandu que mais tarde se tornou um partido político chamado Partidul Acţiune şi Solidaritate (em português: Partido da Ação e Solidariedade). Em 2016, Sandu foi o candidata pró-europeia nas eleições presidenciais moldávias. Concorrendo em uma plataforma de ação pró-União Europeia, ela foi uma das duas candidatas que chegaram ao segundo turno da eleição. Sandu foi empossada em 24 de dezembro de 2020 no Palácio da República. Durante a cerimônia, ela apelou para a unidade nacional, falando em russo, ucraniano, gagauz e búlgaro no final de suas observações. Milhares de seus apoiadores a cumprimentaram do lado de fora do palácio entoando slogans como Maia Sandu e o povo!” e “O povo te ama!”. Após cerimônia encontrou Dodon no Palácio Presidencial na cerimônia que Dodon transferiu oficialmente o poder para ela. No mesmo dia, ela se encontrou com o primeiro-ministro Ion Chicu.

Bibliografia Geral Consultada.

RICHTA, Radovan, La Civilización en la Encrucijada. Madrid: Ediciones Artiach, 1972; MICHELENA, José Augustín Silva, Crise no Sistema Mundial: Política e Blocos de Poder. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1977; AZCÁRATE, Manuel, Crisis del Eurocomunismo. Barcelona: Argos Vergara, 1982; HABERMAS, Jürgen, “What Does Socialism Mean Today? The Rectifying Revolution and the Need for New Thinking on the Left”. In: New Left Review, nº 183, September/October, 1990; MOLYNEUX, Maxine, “A Questão da Mulher na Era da Perestroika”. In: New Left Review, nº 183, September/Octobre, 1990; ANDERSON, Perry, Fim da História – de Hegel a Fukuyama. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1992; BATISTA, Paulo Nogueira, “O Consenso de Washington - A Visão Neoliberal dos Problemas Latino-americanos”. In: Cadernos Dívida Externa. São Paulo: Editor Pedex, nº 6, 1994; BORDIEU, Pierre, Contrafogos: Táticas para Enfrentar a Invasão Neoliberal. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998; PASSET, René, L’Illusion Néo-libérale. Paris: Éditions Fayard, 2000; LASKI, Harold, El Liberalismo Europeo. México: Editora‏ Fondo de Cultura Económica, 2003; HARVEY, David, A Brief History of Neoliberalism. New York: Oxford University Press, 2005; MARQUES, Danilo, No Fio da Navalha: Pós-Modernidade, Historicidade e Fim da História. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação. Departamento de História. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2015; RODRIGUES, Alexandre Amaral, Ambição e Prudência: Os Sistemas Econômicos de Adam Smith. Tese de Doutorado. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2017; BAUGHAN, Nikki, “A vencedora do Urso de Ouro, Olga Lucovnicova, fala sobre dar o próximo passo rumo à produção de documentários”. In: https://www.screendaily.com/04/10/2021; FLECK, Amaro, “O Que É o Neoliberalismo? Isto Existe?”. In: Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), vol. 29, n° 59, pp. 248–269, 2022; FERNANDES, Tiago Rufino, Práxis Pedagógica, Escola e Democracia: Uma Fundamentação Comunicativo-dialógica do Ato Educativo com Base em Paulo Freire e Jürgen Habermas. Tese de Doutorado. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2023; FIGUEIREDO, Rodrigo de Oliveira, A Fabricação de Uma História da Verdade em Michel Foucault. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2024; entre outros.

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