“A função da juventude depende do lugar em que residem”. Aldous Huxley (1894-1963)
Aldous Leonard Huxley nasceu em Godalming, em 26 de julho de 1894 e faleceu em Los Angeles, 22 de novembro de 1963. Foi um escritor inglês e um dos mais proeminentes membros da família Huxley. Mais reconhecido pelos seus romances, como Admirável Mundo Novo e diversos ensaios, Huxley também editou a revista Oxford Poetry e publicou contos, poesias, literatura de viagem e guiões de filmes. Passou a última parte de sua vida nos Estados Unidos, vivendo em Los Angeles de 1937 até sua morte, em 1963. No final de sua vida foi amplamente reconhecido como um dos principais intelectuais de seu tempo. Foi nomeado para o Prêmio Nobel de Literatura sete vezes e eleito Companheiro de Literatura pela Royal Society of Literature em 1962. Huxley era humanista e pacifista. Ele cresceu interessado no misticismo filosófico e universalismo, abordando temas com obras como A Filosofia Perene (1945) - que ilustra semelhanças entre misticismo ocidental e oriental - e As Portas da Percepção (1954) - que interpreta sua própria experiência psicodélica com mescalina. Em seu romance famoso Admirável Mundo Novo (1932) e seu último romance A Ilha (1962), ele apresentou sua visão de distopia e utopia (cf. Pavloski, 2022). Faziam parte da sua família distintos membros da classe dominante inglesa; uma vasta elite social intelectual.
O
seu avô era Thomas Henry Huxley, um grande biólogo defensor da teoria
evolucionista de Charles Darwin, tendo desenvolvido o conceito agnóstico. A sua
mãe era irmã da romancista Humphrey Ward; a sobrinha de Matthew Arnold, o
poeta; e a neta de Thomas Arnold, um famoso professor e diretor da Rugby School
que acabou por se tornar numa personagem do extraordinário romance Tom Brown`s
Schooldays. Estudou medicina na Eton College, e foi obrigado a abandonar
aos dezesseis anos, devido a uma doença nos olhos que quase o tornou cego impedindo-o
de continuar frequentando o curso de medicina. Mas ele recuperou sua visão
suficiente para se formar com honra pela Universidade de Oxford, mas insuficiente para servir ao exército britânico na 1ª Guerra Mundial. Em
Oxford, teve o contacto com a literatura, conhecendo Lytton Strachey e Bertrand
Russell. Se tornou amigo de D. H. Lawrence.
O Maciço de Baturité é a representação de um
quadro geológico completo, com rochas ígneas, metamórficas,
sedimentares e sedimentos. Ecossistema é em ecologia, a conjunção da comunidade
de organismos de várias espécies (biocenose), e dos fatores ambientais (abióticos)
de um lugar determinado historicamente. Os ecossistemas formam uma série de cadeias de
relações entre organismos, o que demonstra a sua interdependência dentro do
sistema. Os fatores abióticos e bióticos são ligados por cadeias tróficas, pelo
fluxo de energia e nutrientes no ecossistema. Biosfera é o conjunto de todos os
ecossistemas da Terra. Um ecossistema pode ser definido como um conjunto
funcional de elementos formado por componentes bióticos e abióticos. A Ecologia procura estudar os seres vivos dentro de uma comunidade biológica e as
inter-relações e influências desta com o meio físico, pode-se dizer que o
ecossistema representa a unidade básica do estudo ao redor da qual se pode
organizar a unidimensionalidade da teoria e prática em ecologia. A Lei Complementar Estadual nº 154, de 20 de
outubro de 2015, define a composição de planejamento
do Maciço de Baturité e a regionalização fixada em municípios: Acarape, Aracoiaba, Aratuba, Barreira, Baturité, Capistrano,
Guaramiranga, Itapiúna, Mulungu, Ocara, Pacoti, Palmácia e Redenção.
Um
ecossistema ou sistema de representação ecológico possui vários componentes de natureza
biológica e florestal. Pode ser formado por uma floresta inteira, sendo chamado
“macro ecossistema”, que são mais abrangentes, como toda uma caracterização da
vegetação de um país, ou por uma planta, a exemplo das bromélias, sendo chamado
“micro ecossistema”. Assim semelhante a um grande ecossistema que apresenta
todos os fenômenos e fatores que determinam e definem o ambiente dos seres
vivos, no pequeno ecossistema acontece o mesmo. Desta forma, independentemente
do ambiente geográfico/geológico onde existe a interação entre o físico:
natureza solar, luminosidade, temperatura, pressão, água, umidade do ar,
salinidade e os seres vivos, consiste, ainda assim, num ecossistema, seja este
terrestre ou aquático, grande ou pequeno. Queremos dizer com isso, que, consideram-se como fatores bióticos
as interações vegetais das diversas populações de animais, plantas e bactérias umas com
as outras e abióticos os fatores externos como a água, a influência solar, o solo, o ar atmosférico, a
temperatura determinada, seja uma vegetação de cerrado, mata ciliar, caatinga,
mata atlântica ou floresta amazônica, por exemplo, a todas as relações dos
organismos entre si, e com seu ambiente chamamos cientificamenete ecossistema, quando podemos
definir ecossistema como sendo um conjunto de comunidades interagindo entre si
e agindo sobre e sofrendo a ação dos fatores abióticos.
Um maciço representa uma massa montanhosa principal, por exemplo, uma porção compacta de uma cordilheira, contendo um ou mais cumes. Na literatura de montanhismo, um maciço é frequentemente usado para denotar a massa principal de uma montanha. A palavra maciço é tirada do francês, onde é usada para se referir a uma grande massa montanhosa ou grupo compacto de montanhas formando uma porção independente de uma cordilheira. O Rosto em Marte é um exemplo de maciço extraterrestre. Maciços também podem se formar debaixo d`água, como acontece com o Maciço da Atlântida. Como termo científico em geologia, no entanto, um maciço é definido separadamente e mais especificamente como uma seção da crosta de um planeta que é demarcada por falhas ou flexuras. No movimento da crosta, um maciço tende a reter sua estrutura interna enquanto é deslocado como um todo. Um maciço é uma unidade estrutural menor do que uma placa tectônica, e é considerado a quarta maior força motriz em geomorfologia. A caracterização social do ponto de vista técnico-metodológico do quadro natural dessa área social e geográfica é fundamental para o estabelecimento conjunto de estratégias de planejamento ambiental.
Ecossistemas são por definição, sistemas complexos do austríaco Ludwig von Bertalanffy (1901-1972), com auto-organização, autorregulação e sistema de autodesenvolvimento. A principal característica de um ecossistema é a presença de um conjunto relativamente fechado, estável no espaço e no tempo, de matéria e fluxo de energia entre os fatores bióticos e abióticos. Disto se segue que nem todo sistema biológico pode ser chamado de um ecossistema, por exemplo, um aquário ou um toco podre, não são ecossistemas. Estes sistemas biológicos (naturais ou artificiais) não são suficientemente autossuficientes e autorregulação (aquário), se você parar de ajustar as condições e características do suporte no mesmo nível, ela será destruída com rapidamente. Essas comunidades não formam um ciclo fechado separado de matéria e energia (coto), mas são apenas uma parte de um sistema maior. Tal sistema deveria ser chamado de uma comunidade de classificação mais baixa, ou microcosmos. Eles usam o conceito fácies (por exemplo, geoecologia), mas que não pode descrever completamente um sistema deste tipo, particularmente tendo uma origem artificial. Em geral, em diferentes ciências comparativamente, a noção de “fácies” corresponde a diferentes definições de sistemas de nível subsistemático, em botânica, para conceitos não relacionados ao ecossistema (geologia), um conceito que combina ecossistemas homogêneos ou quase idênticos ao ecossistema provisoriamente definido.
O Mundo como uma totalidade abrangente com uma certa ordem organizada em torno de um princípio comum de inteligibilidade, é o herdeiro do Cosmos da Antiguidade grega. O filósofo e matemático Pitágoras foi o primeiro a chamar cosmos (κόσμος) o envoltório de tudo, “por causa da ordem ali identificada”. Os sábios da Grécia estão menos interessados na busca da totalidade exaustiva do conhecimento do que na busca do conhecimento da totalidade intrínseca. O conceito de Mundo que gradualmente o sucedeu foi teologizado pelo ideário da Idade Média para ser desteologizado no século XVII, pela tradição cartesiana, ela mesma questionada no início do século XX pela fenomenologia que inverte a direção do olhar em fazer do homem a origem do sentido. O cosmos que se enunciou geografia-mundo tornando-se pluralista, onde cada indivíduo se constituindo nos variados mundos em que se insere, organiza seu mundo a partir de seu ponto de vista. Os principais fenomenólogos progressivamente abordaram de diferentes formas, condições reais e possibilidades os pontos de vista abstratos desse conceito.
Não
queremos perder de vista que O Mais Antigo Sistema do Idealismo Alemão é
um ensaio de 1796/1797, de autoria desconhecida, possivelmente escrito por
Friedrich Schelling, Georg Wilhelm Friedrich Hegel ou Friedrich Hölderlin. O
documento foi publicado pela primeira vez (em alemão) por Franz Rosenzweig, que
o designou como Das älteste Systemprogramm des deutschen Idealismus.
Embora o documento tenha a caligrafia de Hegel, especula-se se terá sido
escrito por Hegel, Schelling, Hölderlin ou uma quarta pessoa desconhecida. Yves
Bonnefoy considera que foi “certamente inspirado por Hölderlin”. Segundo Glenn
Magee, a maioria dos peritos em Hegel considera-o o autor. No entanto, várias
das ideias defendidas no ensaio (como o desaparecimento do Estado ou a
supremacia da poesia no universo intelectual) parecem contraditórias com a
filosofia hegeliana. Schelling, Hegel, e Hölderlin eram colegas de turma e de
dormitório em Tübinger Stift, o seminário da Universidade de Tubinga, e eram
reconhecidos como os “Três de Tubinga”. Hegel e Hölderlin tinham 27 anos, e
Schelling 22 anos.
Em 1818 em Berlim, quando ocupou a cátedra de filosofia, período em que encontra a expressão definitiva de suas concepções estéticas e religiosas. Tinha grande talento pedagógico, mas considerado mau orador, pois usava terminologias pouco usadas que dificultavam sua interpretação. Exerceu enorme influência em seus discípulos que dominaram as universidades da Alemanha. Logo passou a ser o filósofo oficial do rei da Prússia. Friedrich Hegel descreve sua concepção filosófica, no prefácio a uma de suas mais célebres obras, a Fenomenologia do Espírito (1807). O prólogo last but not least é posterior à redação da obra. Foi escrito, passado já o tempo social, quando o próprio Hegel pode tomar consciência de seu avanço e sua descoberta. Tinha como objetivo assegurar o ligamento entre a Fenomenologia, a qual só aparece como a primeira parte da ciência, e a Lógica que, situando-se em uma perspectiva distinta da adotada pela Fenomenologia, deve constituir o primeiro momento abstrato de uma Enciclopédia. Explica-se que neste prólogo que é algo assim, comparativamente, como um gonzo entre a subjetividade da Fenomenologia e a objetividade Lógica, Hegel se sentira preocupado em representar uma ideia geral de todo o seu sistema filosófico.
Isto é, segundo sua concepção que só deve ser justificada pela apresentação do próprio sistema, tudo decorre de entender e exprimir o verdadeiro não como substância, mas precisamente como sujeito. A substância viva é o ser, que na verdade é sujeito, ou que é na verdade efetivo, mas só na medida em que é o movimento do pôr-se-a-Si-Mesmo, ou a mediação consigo mesmo do tornar-se outro. Como sujeito, é a negatividade pura e simples, e justamente por isso é o fracionamento do simples ou a duplicação oponente, que é de novo a negação dessa diversidade indiferente e de seu oposto. Só essa igualdade se reinstaurando, ou só a reflexão em si mesmo no seu ser-Outro, é que são o verdadeiro; e não uma unidade originária enquanto tal, ou uma unidade imediata enquanto tal. O verdadeiro é o vir-a-ser de si mesmo, o círculo que pressupõe seu fim como sua meta, ipso facto sua antítese, que o tem como princípio, e que só é efetivo mediante sua atualização e seu fim. Hegel era crítico das filosofias claras e distintas, uma vez que, para ele, o negativo era constitutivo da ontologia. A clareza não seria adequada para conceituar o objeto de pensamento. Introduziu um sistema de pensamento para compreender a história da filosofia e do mundo, chamado geralmente dialética: quer dizer, ocorre uma progressão na qual cada movimento sucessivo surge, pois, como solução das contradições inerentes ao movimento anterior.
Retomando o cosmos geocêntrico dos gregos, a Idade Média produziu a ideia de um mundo antropocêntrico, cuja coerência revela a intenção de seu criador. Este mundo que se decompõe em mundo sensível e mundo suprassensível de ordem sobrenatural é inseparável da inteligibilidade geral. A Idade Média acreditava na unidade harmônica entre o homem (microcosmo) e todo o Cosmos (macrocosmo), sendo ambos considerados como vivos. No final da Idade Média o macrocosmo se libertará gradualmente de seu significado religioso para se tornar um conceito filosófico mais adequado à designação do universo. É deste cosmos que nasceu com a filosofia e mais tarde a fenomenologia por derivação a abstrata ideia do mundo concebido como uma “unidade viva e racional”. René Descartes, por exemplo, se separa radicalmente do todo mundo. Se ele distingue duas categorias de substância em busca da racionalidade, o ego e a natureza são, ontologicamente semelhantes. A fenomenologia de E. Husserl (1859-1938) recusará essa interpretação do modo de ser dessas duas substâncias abstratas.
A
Terra interage com objetos em movimento no espaço, em particular com o Sol e a
Lua. Orbita o Sol uma vez por cada 366,26 rotações sobre o próprio eixo, o que
equivale a 365,26 dias solares ou representa um (01) ano sideral. O eixo de
rotação da Terra possui uma inclinação de 23,4° em relação à perpendicular ao
seu plano orbital, reproduzindo variações sazonais na superfície do planeta,
com período igual a um ano tropical, ou, 365,24 dias solares. Um fato social é
questão subjetiva sociológica ainda mais necessária porque se utiliza essa
qualificação sem muita precisão. Ela e empregada correntemente para designar
socialmente as relações práticas que se dão no interior de uma sociedade, por
menos que apresentem, com uma certa generalidade, algum interesse social. Todo
indivíduo come, bebe, dorme, raciocina, e a sociedade tem todo o interesse em
que essas funções se exerçam regularmente. O sistema de signos de que me sirvo
para exprimir meu pensamento, o sistema de moedas que emprego para pagar dívidas,
os instrumentos de crédito nas relações comerciais, as práticas observadas na
sociologia e de assujeitamento funcionam independentemente da utilidade
de uso que faço deles.
Em primeiro lugar, não queremos perder de vista, analiticamente, que o termo ecosofia é um neologismo formado pela junção das palavras “ecologia e filosofia”. Ou seja, representa um conceito que aproxima analiticamente atitudes ecológicas com o pensamento abstrato humano. É termo cunhado na década de 1960, e, portanto, no tempo e no espaço de crítica à ecologia e de reconhecimento relativamente recente. Está em fase de constituição de seu sentido do ponto de vista da diversidade social, não havendo uma definição única e exata segundo o qual pretenda dele inferir ou referir-se. Sua origem pode ser ligada a dois filósofos que se situam em aspectos chaves para a sua compreensão: o norueguês Arne Naess (1972), pai da ecologia profunda, e o pós-marxista Félix Guattari (1990). O pós-marxismo é uma corrente de pensamento que propõe a teoria de que o social é constituído discursivamente. Para seus representantes não significaria uma redução simplificadamente idealista do nível de análise social e material à linguagem ou ao pensamento. O pós-marxismo representa uma forma de revitalizar a tradição de pensamento crítico marxista, na medida em que demonstra historicamente um progressivo abandono do essencialismo, per se do determinismo e do objetivismo do discurso social e político como parte da história do próprio marxismo.
Ao considerar uma teoria de concepção realista e materialista, e em certa relação de continuidade e superação com relação ao materialismo histórico de Marx, ao propor a inexistência independente do homem de “um mundo exterior ao pensamento”. Mas, como Marx e grande parte da filosofia contemporânea, rejeitam todo dualismo ou essencialismo que implique a incomunicação entre homem e mundo, sujeito e objeto, discurso e realidade. O pós-marxismo é, contudo, considerado uma “revisão” do pensamento marxista e “não sua atualização”. De fato, em alguns aspectos segue na direção oposta como, por exemplo, a superposição do político diante da importância que teve a ciência para grande parte do marxismo clássico. As críticas analíticas corrente, que possui entre seus maiores representantes Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, residem justamente em sua desconexão com áreas do que foi o marxismo clássico. O que devemos levar em conta é que realiza uma crítica à exacerbação na discussão sobre o marxismo, em detrimento da subjetividade e afirma que os marxistas e progressistas não compreenderam a importância da discussão deste tema, pelo fato de se apegarem ao dogmatismo teórico. Enquanto o professor da Universidade de Oslo em 1972, Arne Naess introduziu, em segundo lugar, a articulação entre os termos “ecologia profunda” e “ecosofia” na literatura ambiental.
Contudo,
Naess baseou seu artigo em uma apresentação feita por ele em Bucareste em 1972
na Terceira Conferência Mundial de Pesquisa. Como Drengson descreve em
seu livro: Ecofilosofia, Ecosofia e o Movimento Ecologia Profunda: Uma
Perspectiva, em seu discurso Naess discutiu o pano de fundo expandido do
movimento ecológico em sua progênie e sua conexão e respeito pela natureza e o
valor inerente dos outros seres viventes. A perspectiva dos seres humanos como
parte integral de uma imagem completa da natureza de Naess contrasta com a
construção alternativa, e mais antropocêntrica, de ecosofia delineada por Felix
Guattari (1990). Ao registrar três ecologias - a do meio ambiente, a das
relações sociais e a das subjetividades humanas -, o filósofo Felix Guattari
manifesta sua indignação perante um mundo cultural, social e político com o
qual se deteriora lenta e gradualmente. O que está em questão é a maneira de
viver em diante sobre o planeta, no contexto da aceleração das mutações
técnico-científicas e do crescimento demográfico. Em virtude do contínuo
desenvolvimento do trabalho maquínico, redobrado pela revolução informática, as
forças produtivas vão tornar disponível uma quantidade cada vez maior do tempo
de atividade humana. Surge com que finalidade? - “do desemprego, da
marginalidade opressiva, da solidão, da ociosidade, da angústia, da neurose, ou
a da cultura, da criação, da pesquisa, da reinvenção do meio ambiente, do
enriquecimento dos modos de vida e de sensibilidade?”.
Por mais que os pontos de vista sobre outros pontos de vista acerca da definição de ambos sejam diferentes, como por exemplo, o “nu fotográfico” de Spencer Tunick – e mesmo contraditórios, mas são relacionais, portanto, complementares, contrariando a sabedoria ecológica, expressam a necessidade da emergência de um novo pensamento para além da lógica cartesiana, princípio base das sociedades modernas, que coloca o homem como centro e medida do mundo. Portanto, mestre e possessor da natureza, o qual fez culminar numa sociedade progressista onde a destruição da vida natural e a deterioração das relações humanas ameaçam profundamente a nossa própria espécie. Depreendemos daí que a diversidade de manifestações de vida, seja em Friedrich Nietzsche, seja em Georg Simmel, deve sempre ser levada em conta. Dentro de uma visão de tolerância que buscará permitir que cada indivíduo, humano ou não, possa realizar suas potencialidades, porém sem perder de vista a permissão para que outros a realizem. Por essa démarche cada um proporá suas bases para se pensar o ser humano de forma integrada e compreensiva em todo o processo global em que estamos inseridos.
Compartilhando um mundo de diversas culturas e seres, movendo-nos através de uma visão que propõe um questionamento profundo acerca das normas e premissas sociais, por vias de articulações políticas e de práticas cotidianas. Guattari aponta neste texto para a necessidade de articulação ético-estética e política desses três registros ecológicos. Suas teses são atuais e provocam debates importantes no plano teórico, histórico e ideológico do âmbito da totalidade/globalidade em diversas áreas. Nesse terreno comum, outros autores inseridos no paradigma pós-moderno têm caminhado. É a relação da subjetividade cultural com sua exterioridade - seja ela, social, animal, vegetal, cósmica - que se encontra assim comprometida numa espécie de movimento geral de implosão e infantilização regressiva. A alteridade tende a perder toda a aspereza. O turismo, por exemplo, se resume quase sempre a uma viagem sem sair do lugar, no seio das mesmas redundâncias de imagens e de comportamento. - As formações políticas e as instâncias executivas parecem totalmente incapazes de apreender essa problemática no conjunto de suas implicações. Apesar de estarem começando a tomar uma consciência parcial dos perigos mais evidentes que ameaçam o meio ambiente natural de nossas sociedades, elas geralmente se contentam em abordar o campo dos danos industriais e, unicamente numa perspectiva tecnocrática, ao passo que só uma articulação ético-política - a que chamo ecosofia - entre os três registros ecológicos do ambiente, das relações sociais e subjetividade é que poderia esclarecer convenientemente tais questões.
Através
da análise de Felix Guattari (1990), filósofo, psicanalista e militante revolucionário francês, famoso por suas
colaborações com o filósofo Gilles Deleuze,
podemos perceber uma ampliação do tema para aquela de Naess,
problematizando para muito além do que convencionou chamar de ecologia. Pode-se
enxergar uma clara proposição que conclama que a discussão adentre no campo da
transdisciplinaridade ecossistêmica, onde a questão da técnica é fortemente
inserida, uma vez que a intervenção do homem se fará primordial para controlar
os efeitos causados pela própria espécie humana. Nos termos dos estudos da
tecnologia se fará necessário que abandonemos, também, a contraposição
histórica e sociológica perpetuada entre humano e técnica. De acordo com Eugen
Herrigel no livro: A Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen (1998): “Mestre,
discípulo, arco, flecha, alvo: essas são as personagens que esperam pelo leitor
nas páginas que se seguem. Mas tal encontro exigirá, por parte do leitor,
algumas abdicações. A lógica do pensamento ocidental deve ser posta de lado. A
estrutura do cartesianismo, reduzida a cinzas. A relação causa-efeito,
desprezada. A separação sujeito-objeto, ignorada. O tédio, ridicularizado. Mas
a paixão pela vida, enaltecida”. Logo na relação social entre cultura e
natureza da técnica, passando não mais a enxergá-la necessariamente como fonte
de exploração da natureza, no sentido marxista do termo, mas também como parte
integrante desse universo comum.
O
que não exclui a questão tópica da consciência, de Friedrich Hegel à Karl
Marx, e a concepção pós-marxista contemporânea, como vimos, que tem sido
compreendida, difundida, analisada e, claro, utilizada conscientemente de forma
a compreender e explicar o ecossistema. A comunicação digital influi de fato
numa possibilidade de apreensão do mundo. Torna a concepção ecosófica muito
palpável e bastante interessante como base para refletirmos acerca do atual
estado de coisas que se intensificam. A digitalização das relações e processos
sociais dos lugares/espaços está alterando nossa percepção ao criarem sistemas
interativos e imersivos, que nos colocam frente ao pensamento ecológico, estabelecida
concretamente entre sujeitos sociais, utilidade de uso da tecnologia e a natureza.
Ao nos vermos mergulhados em uma rede que apaga as fronteiras entre o corpo
físico e a mente, através de uma interface computadorizada capaz de partilhar
nossa existência humana em um mundo virtual distribuído mundialmente, as fronteiras
entre a existência corpórea localizada predominante até então em todas as
experiências humanas, turva-se na direção de uma experiência extracorpórea
estilhaçada como ocorreu exatamente com a disponibilidade dos 600 voluntários
que posaram para o Greenpeace na “instalação de nu” do renomado Spencer
Tunick na geleira Aletsch.
Para
entendermos melhor esta questão, do ponto de vista antropológico, foi na região
sudoeste da ilha da Tasmânia, localizada na Austrália, que a etno-história
Verde começou. Ela não possui caráter de disciplina, constituindo-se apenas em
um método de estudo: trata-se de um campo de pesquisa que está por definir-se.
O significado varia amplamente pelo contexto e por quem está por trás das
máscaras sociais. Melhor dizendo, como afirma Caetano Veloso, “Kabuki,
máscara”. Mais precisamente, a criação do primeiro Partido Verde se deu
em meio a um controverso projeto político do governo australiano com a tese: “o
de transformar o Lago Pedder em um lago artificial para poder construir uma
hidrelétrica na região”. Um grupo de ecologistas, do então chamado: “United
Tasmanian Group”, se une para tentar impedir o anseio do governo pela obra. No
entanto, os esforços dos ecologistas foram minados pela autoridade pública
australiana. O Lago Pedder, além de passar de “lago natural para lago
artificial”, “deixou de abrigar várias espécies da fauna australiana,
resultando em um efeito irreversível para a diversidade de seres vivos e em
desequilíbrio do ecossistema local”. Essa triste história social possibilitou
uma série de conquistas político-afetivas, que resultam uma resposta aos modos
operandi de vida destrutivos da sociedade global moderna como estigma.
O
que era reconhecido como “United Tasmanian Group”, em 1972, se tornou Green
Party. Quer dizer, Partido Verde nasceu simultaneamente na Tasmânia e na
Nova Zelândia. A Nova Zelândia é notável por seu isolamento geográfico: está
situada a cerca de 2 000 km a sudeste da Austrália, separados através do mar da
Tasmânia e os seus vizinhos mais próximos ao norte são a Nova Caledônia, Fiji e
Tonga. Devido ao seu isolamento, o país desenvolveu uma fauna distinta dominada
por pássaros, alguns dos quais foram extintos após a chegada dos seres humanos
e dos mamíferos introduzidos por eles. A maioria da população da Nova Zelândia
é de ascendência europeia (67,6%), sobretudo britânica, enquanto os nativos
maoris, ou seus descendentes, Sem desconsiderar o papel social das organizações
do terceiro setor nas tentativas de barrar ações do governo que sejam
insustentáveis e ecologicamente inviáveis, é importante ressaltar que em certos
países a própria estrutura governamental diminui as instâncias de veto das
ações do governo, facilitando a aprovação de certas políticas públicas que
podem ser prejudiciais à população e ao meio ambiente. Em outras palavras, há
momentos em que se sente que é imprescindível estar dentro do governo para
conseguir construir políticas públicas sustentáveis, limpas e saudáveis. O Lago
Pedder é um lago natural, agora represado, localizado no sudoeste da Tasmânia,
Austrália. Um lago artificial e o desvio de alguns rios foram formados quando o
lago original foi inundado pelo represamento em 1972 pela Comissão
hidrelétrica. O novo Lago Pedder tem uma área com cerca de 240 km² e é
considerado o maior lago de água doce na Austrália.
Do ponto de referência dos opositores da barragem do lago original “deve ser conhecido como o reservatório Huon-Serpentine. O lago está localizado no Parque Nacional do Sudoeste, o que lhe dá um importante valor biogeográfico e natural” (cf. Buckman, 2008). A insularidade da Tasmânia e da região selvagem da Tasmânia em particular, tem contribuído para a sua singularidade e ajudou a protegê-la contra o impacto das espécies exóticas que afetou seriamente a fauna do continente. Tasmânia foi cortada da Austrália continental pelas enchentes do Estreito de Bass pelo menos 8000 anos atrás, assim, isolando os aborígenes habitantes. Os aborígenes tasmanianos foram até o advento do explorador europeu Abel Tasman, o maior grupo humano isolado na história social do mundo. Isto é importante, mas deve-se considerar que algumas das 500 gerações sobreviveram sem influência externa. Pesquisas e escavações em vales fluviais interiores têm localizado 37 sítios de caverna, todos considerados por terem sido ocupados entre 30.000 e 11.500 anos atrás no sentido da etno-história. Recentes descobertas de arte rupestre em três locais de caverna demonstraram que certamente representavam um significado cerimonial. Artefatos dispersos, pedreiras e abrigos de rocha nas altas da Tasmânia indicam uma distintiva adaptação humana a este ambiente.
Historicamente
não demorou muito até que os ativistas remanescentes Verdes conseguissem
sua primeira grande conquista em eleições gerais. Em 1973, um ano após a
criação do partido verde, Helen Smith consegue uma cadeira na cidade de
Porirua, Nova Zelândia, ocupando um cargo que, no Brasil, seria equivalente ao
cargo de vereador. O primeiro Verde eleito para um parlamento nacional, no
entanto, se deu apenas em 1979. Foi na Suíça que Daniel Brelaz escreveu um novo
capítulo na história social e política dos Verdes. Desde então a onda Verde tem
se espalhado pelo mundo e conquistado cada vez mais espaço político nos
governos. Para termos ideia, das 736 cadeiras do Parlamento europeu, 55 foram conquistadas
pelos Partidos Verdes. Atualmente estão organizados em mais de 100 países,
divididos em quatro Federações: a) a Federação Europeia dos Partidos Verdes,
b) a Federação dos Partidos Verdes das Américas, c) a Federação dos
Partidos Verdes da África, e d) a Federação dos Partidos Verdes da Ásia
e Oceania.
Que
se tomem um a um todos os membros de que é composta a sociedade; o que procede
poderá ser repetido a propósito de cada um deles, ou seja, maneiras de agir, de
pensar e pari passu sentir que apresentam essa notável propriedade de existirem
fora das consciências individuais e coletivas. Não são apenas exteriores ao
indivíduo, como também são dotados de uma “força imperativa” e coercitiva socialmente
em virtude da qual se impõe a ele, quer ele queira, quer não, pois a andorinha
sozinha não faz verão. Em se tratando de máximas morais, a consciência pública
reprime todo ato que as ofenda através da vigilância que exerce sobre a conduta
dos cidadãos. A coerção social, mesmo sendo de forma indireta, continua sendo
uma técnica ou estratégia de submissão eficaz. Trata-se de uma ordem de fatos
sociais que apresentam características muito especiais: consistem em maneiras
de agir, de pensar e de sentir, exteriores ao indivíduo, e que são dotadas de
um poder de coerção em virtude do qual esses fatos se impõem a ele. Por
conseguinte, eles não poderiam se confundir com os fenômenos reconhecidos
orgânicos, já que consistem em representações e em ações sociais humanas, muito
menos com os fenômenos psíquicos, inconscientes os quais só tem existência na
consciência individual.
Estes
fatos constituem, portanto, uma espécie nova, e é a eles que deve ser dada e
reservada a qualificação de sociais. Essa qualificação lhes convém; pois é
claro que, não tendo o indivíduo por substrato, eles não podem ter outro senão em
torno da “sociedade”, seja a sociedade política em seu conjunto, seja um dos
grupos parciais que ela encerra: confissões religiosas, escolas políticas,
literárias, corporações profissionais, etc. Por outro lado, é a eles só que ela
convém; pois a palavra social só tem sentido definido com a condição de
designar unicamente fenômenos que não se incluem em nenhuma das categorias de
fatos já constituídos e denominados. Eles representam o domínio próprio da
sociologia. Mas na sociologia durkheimiana há organização delineada, normalizada
e estritamente definida. O hábito coletivo não existe apenas em estado
de imanência nos atos sucessivos que ele determina, mas se exprime na sociedade
de uma vez por todas, por um privilégio cujo exemplo não encontramos no reino
biológico, numa fórmula que se repete de boca em boca, que se transmite pela
educação, que se fixa através da escrita. Tais são as origens e a natureza das
regras jurídicas, morais, dos aforismos e dos ditos populares, dos artigos de
fé em que as seitas religiosas ou políticas condensam em crenças, dos códigos
de gosto que as escolas literárias estabelecem, e assim por diante.
Nenhuma dessas maneiras de agir ou de pensar se acha por inteiro nas aplicações que os particulares fazem delas, já que eles podem inclusive existir sem serem atualmente aplicadas. Há certas correntes de opinião que nos impelem, com desigual intensidade, conforme os tempos e os lugares, uma ao casamento, por exemplo, outra, ao suicídio, analisado por Émile Durkheim, ou a uma natalidade mais ou menos acentuada. As circunstâncias individuais e coletivas que podem ter alguma participação social na produção do fenômeno, neutralizam-se mutuamente e não contribuem para em princípio poder determina-lo. O que esse fato social exprime é que os torna um certo estado de alma coletiva. A geografia depende do compartilhamento de outras áreas do conhecimento técnico-científico. Utiliza os dados da química, da geologia, da matemática, da história, da física, da astronomia, da antropologia e da biologia e principalmente da ecologia, pois tanto a Ecologia como a Geografia comparativamente, são estudos e pesquisas com objetos abstratos interrelacionados, porque estão interessados com as análises biológicas, comparadas às análises de fatores geológicos e dos ciclos biogeoquímicos dos ecossistemas, isto é, da relação entre os seres vivos e a utilidade de uso do ambiente natural como sobrevivência. Os geógrafos utilizam técnicas metodológicas, como viagens, leituras e estudo de estatísticas. Os mapas são seu instrumento etnográfico e meio de trabalho mais importante.
Além de estudar mapas, os geógrafos os atualizam como pesquisas especializadas, aumentando assim o campo abrangente de reconhecimento geográfico. O homem sempre precisou e se utilizou do conhecimento geográfico. Os povos pré-históricos tinham de encontrar cavernas para habitar e reservas regulares de água. Tinham também de morar perto de um lugar onde pudessem caçar. Caverna, gruta ou furna é toda cavidade natural rochosa com dimensões que permitam acesso aos seres humanos. Os termos relativos a caverna geralmente utilizam a raiz espeleo-, derivada do latim spelaeum, do grego σπήλαιον, “caverna”, da mesma raiz da palavra espelunca. As cavernas são também estudadas pela espeleologia, que tem como representação social uma ciência multidisciplinar policompetente que envolve as análises simultâneas e comparativamente através da geologia, hidrologia, biologia, paleontologia e arqueologia. Sabiam localizar “os rastros dos animais e as trilhas dos inimigos”. Usavam carvão ou argila colorida para desenhar mapas de sua região nas paredes das cavernas ou nas peles secas dos animais. O homem aprendeu a lavrar a terra e a domesticar os animais.
A
natureza, portanto, não esconde mais nenhum “ensinamento teológico” nem
manifesta a perfeição de Deus, porque ela é apenas o resultado de uma
objetivação do sensível realizada por meio das categorias do entendimento, e
neste aspecto David Hume foi magistral. Se o “livro da natureza” não é mais tão
legível, a atenção está voltada para a subjetividade, escreve Michaël Fœssel.
No entanto, Kant permanece ligado “a uma metafísica criacionista em que o
progresso pode ser atribuído à evolução física e sua causa transcendente, não
ao próprio homem”. Se a princípio o mundo foi declarado incompleto por causa de
uma onipotência divina da imaginação ocidental metafísica que teve que
encontrar uma maneira de se expressar na plasticidade da matéria, ele deve se
tornar compatível com a teleologia da liberdade humana. Reduzido ao status de
matéria indeterminada, o mundo não só é feito a cada momento, mas é feito por
quem o habita. Perdendo sua objetividade, segundo Immanuel Kant se tornará a
priori existencial “pois está em sua essência estar sempre lá e preceder
qualquer encontro com qualquer ser”.
Para o mais ilustre representante dessa corrente filosófica, Friedrich Schelling, o mundo é uma unidade essencial, não há necessidade de opor o mundo ideal e o mundo real. Humano e natureza são apenas as duas faces de um mesmo ser, o Uno, o Absoluto. É do seio do Absoluto que nascem a Natureza e o espírito, coexistindo e desenvolvendo-se paralelamente em perfeita identidade. Os contraditórios procedem de um Absoluto “indiferente” ao objetivo e ao subjetivo, de uma unidade indiferenciada. Parece que o ritmo da natureza é o mesmo do Espírito; é esta tese que se identifica sob o nome de filosofia da identidade que não é nem o “eu” de Johann Fichte nem o Deus da teologia. Na Naturphilosophie, a terra é representada como um organismo universal, mãe de todos os outros; é através dessa imagem em particular que Friedrich Hegel abre o estudo da física orgânica; a geologia é, para ele, uma morfologia do organismo terrestre. No espírito de sua filosofia Schopenhauer vê o mundo como a manifestação de “uma vontade cega, única a todos” e que produz sem razão e sem propósito. O mundo como objeto é, “como Kant viu, apenas minha representação”. Para Nietzsche “toda coisa, todo ser, o próprio mundo, é uma luta de opostos, o lugar de um jogo. Esta ideia é uma ideia “divina”: só Deus vê a harmonia dos opostos, invisível aos humanos, e só Heráclito a compreendeu.
Os outros homens, “os muitos” (oi polloi), ficam contentes com os conflitos e o diagnóstico de iniquidade e injustiça”. A filosofia de Friedrich Nietzsche “culmina nestes dois cumes que são a vontade de poder e o eterno retorno do mesmo”, escreve Pascal David, nascido em 10 de fevereiro de 1956 é um historiador francês da filosofia e tradutor. Para o metafísico Nietzsche o ser de ser entendido como “vontade de poder”, buscando superar-se eternamente, será doravante entendido por Nietzsche como “tornar-se ininterrupto”. Para Nietzsche, “o mundo, isto é, o ser na totalidade que se articula como vontade de poder, não é de modo algum uma totalidade impressa de sentido, nem um organismo, nem um processo gigantesco que seria finalizado por um fim último, uma causa final”. O mundo é essencialmente um caos, escreve Joseph Vande Wiele. Ao evacuar todas as questões tradicionais sobre o mundo, Husserl introduz uma atitude radicalmente nova com sua fenomenologia, pois “é marcada pelo fato de que as ciências exatas não têm nada a dizer sobre o mundo como mundo e, está fora de questão que a filosofia encontre seu método nelas” escreve Emmanuel Housset. Para Husserl não pode haver mundo objetivo senão a partir do fenômeno da intersubjetividade.
O mundo, para Friedrich Nietzsche, não é ordem e racionalidade, mas desordem e irracionalidade. Seu princípio filosófico não era, portanto, estabelecido através da relação entre Deus e razão, mas a vida que atua sem objetivo definido, ao acaso, e, por isso, se está dissolvendo e transformando-se em um constante devir. A única e verdadeira realidade “sem máscaras”, para Nietzsche, é a vida humana tomada e corroborada pela vivência do instante. É neste sentido que Nietzsche era um crítico: a) das “ideias modernas”, b) da vida social e da cultura moderna, c) do neonacionalismo alemão, e, para sermos breves, d) Para ele, os ideais modernos expressos como democracia, socialismo, igualitarismo, emancipação feminina não eram senão expressões da decadência de determinado “tipo homem”. Por estas razões, é, por vezes, apontado como um precursor da concepção de pós-modernidade. A figura de Nietzsche foi particularmente promovida na Alemanha Nazi, num processo político mediante o qual você opta, mas não decide, tendo sua irmã, simpatizante do regime, fomentado esta associação. Como dizia Martin Heidegger, ele próprio nietzschiano, “na Alemanha se era contra ou a favor de Nietzsche”.
Durante toda sua vida, tentou explicar o insucesso de sua literatura, chegando à conclusão de que “nascera póstumo”, para os leitores do porvir. O sucesso de Nietzsche, entretanto, sobreveio quando um professor dinamarquês leu a sua obra: “Assim Falou Zaratustra” e, então, tratou de difundi-la, em 1888. Em 3 de janeiro de 1889, Nietzsche sofreu um colapso mental. Teria testemunhado o açoitamento de um cavalo no outro extremo da Piazza Carlo Alberto. Então correu em direção ao cavalo, jogou os braços ao redor de seu pescoço para protegê-lo e em seguida, caiu no chão. Nos dias seguintes, Nietzsche enviou escrito breve conhecido como: “Wahnbriefe” em português: “Cartas da loucura” – para um número de amigos, entre eles, Cosima Wagner, filha do pianista húngaro Franz Liszt com a Condessa Marie d`Agout e Jacob Burckhardt, historiador, filósofo da história e da cultura suíça, autor de importantes obras sobre a cultura e história da arte. Muitas destas cartas foram curiosamente assinadas “Dionísio”. Embora a maioria dos comentaristas considere seu colapso como alheios à sua filosofia, Georges Bataille chegou a insinuar que sua filosofia pudesse tê-lo enlouquecido e a psicanálise “post-mortem”, de René Girard, uma “rivalidade de adoração” com Richard Wagner.
Em Ecologia, um biótopo ou ecótipo, é uma região que apresenta regularidade nas condições ambientais e nas populações animais e vegetais. Corresponde à menor parcela de um habitat que é possível mensurar geograficamente. Mais amplamente, também pode ser considerado como um lugar que oferece as condições socioambientais adequadas para a subsistência de uma comunidade de organismos vivos. Este conceito costuma ser confundido com o de “nicho ecológico”, mas enquanto o biótopo consiste na relação criada entre o ser vivo e a totalidade dos fatores ambientais que o afetam, nicho ecológico diz respeito à maneira como os organismos respondem aos recursos existentes, à competição com outros seres e aos fatores ambientais presentes em sua zona de vida para sobreviver. Biocenose, biota ou comunidade biológica é o grupo de seres vivos de diferentes espécies que coexistem e desenvolvem sua reprodução no mesmo biótopo. O termo biocenose foi criado extraordinariamente pelo zoólogo alemão Karl August Möbius (1825-1908), em 1877, para ressaltar “a relação de vida em comum dos seres que habitam determinada região”. A biocenose de uma típica floresta, por exemplo, compõe-se de populações de arbustos, árvores, pássaros, formigas, microrganismos etc., que convivem e se inter-relacionam. Combinam características físicas e químicas no ambiente do ar ou da água para os organismos vivos e o ambiente.
Define características físicas básicas para a existência de
animais e plantas, e determina a gama de organismos que podem existir em um
determinado ecossistema. Edafotop é o ambiente pedológico (ou do solo)
de um biótopo. A edafologia é a ciência que trata da influência dos solos em
seres vivos, particularmente plantas, incluindo o uso do solo pelo ser humano
com a finalidade de proporcionar o desenvolvimento das plantas. Epifitismo é
uma relação de inquilinismo entre duas plantas ou algas, na qual uma planta (epífita)
vive sobre a outra (forófito), utilizando-se apenas de apoio e sem dela
retirar nutrientes e sem estabelecer contato com o solo. O epifitismo é comum
nas florestas tropicais e abundante em comunidades de algas. Nas florestas, sua
evolução teve como característica marcante a conquista de melhores espaços, em
termos de insolação, acompanhada por condições de maior estresse para aquisição
de água e nutrientes. Em ambientes
aquáticos, deve-se apenas a existência de substrato sólido e fixo disponível
para colonização. Distinguem-se das hemiepífitas por terem um ciclo de vida que
não inclui em qualquer das suas etapas o enraizamento no solo. O termo epífito é
de Charles-François Mirbel (1775-1854) e vem da junção de epíphyto,
significando, portanto, “sobre planta” (1815). Tornou-se reconhecido com as
obras de Andreas Franz Wilhelm Schimper (1856-1901) sobre epífitas das “Índias
ocidentais” e das Américas.
O
termo forófito, por sua vez, é utilizado em oposição a hospedeiro pois este
denota relação parasítica. Provém da junção das palavras foro
(sustentar) e fito (planta), podendo ser substituído por árvore-suporte.
A ecologia das epífitas aquáticas difere das registradas em ambientes
terrestres. Em ambientes aquáticos, especialmente os marinhos as epífitas são
espécies de algas e bactérias, e mais raramente macrófitas. Alguns
pesquisadores também incluem nesta categoria organismos como fungos, esponjas,
briozoários, ascidias, protozoários, crustáceos, moluscos assim como qualquer
organismo séssil que crescem nas superfícies de plantas, tipicamente ervas
marinhas e árvores de mangue, ou em algas. Elevadas abundâncias de epífitas
podem afetar negativamente as plantas-suporte causando danos físicos ou levando
a morte, particularmente das ervas marinhas. Isto deve-se ao fato de que, em
elevadas densidades, as epífitas podem chegar a bloquear a luz solar impedindo
a fotossíntese do hospedeiro. Epífitas em ambientes marinhos
conhecidamente crescem em velocidades altas e se reproduzem com facilidade.
Epífitas são plantas que, sem contato com o solo, necessitam do suporte
fornecido por árvores para seu desenvolvimento. Nos ambientes florestais podem
ser divididas em epífitas avasculares, formadas principalmente por hepáticas e
musgos, e vasculares, que incluem principalmente pteridófitas e angiospermas e,
mais raramente, gimnospermas.
Suas
raízes se fixam externamente nos troncos ou galhos e nunca emitem estruturas haustoriais,
nem ocorre contato com o xilema ou floema dos forófitos. Plantas com estas
habilidades são denominadas hemiparasitas, quando invadem o xilema, ou
parasitas quando invadem o floema. As epífitas podem estar expostas a elevados
índices de insolação, extremos de temperatura e umidade além de variações na
quantidade de água disponível. Para sobreviver necessitam de adaptações, tanto
nos aspectos morfológicos quanto fisiológicos. Em geral, as epífitas vicejam
sobre o tronco das árvores e dispõe de raízes superficiais que se espalham pela
casca e que absorvem a matéria orgânica em decomposição disponível. Muitas
vezes, as raízes são acompanhadas por um fungo microscópico que faz uma
associação mutualística conhecida como micorriza, que se encarrega de
transformar a matéria orgânica morta em sais minerais, facilitando a sua
absorção pela planta. Por vezes, o epífito não absorve matéria prima da
superfície da árvore ou arbusto, e suas raízes podem ser atrofiadas ou
ausentes, de modo que o epífito utiliza seu hospedeiro apenas como suporte para
alcançar seu ambiente ideal nos estratos da floresta. As epífitas jamais buscam
alimento nos organismos hospedeiros.
Suas
raízes superficiais não absorvem a seiva da planta hospedeira, não há qualquer
relação de parasitismo. Melhor dizendo, a presença de epífitas não prejudica a
árvore ou arbusto onde elas vegetam. A incidência de espécies epífitas diminui
à medida que se aumenta a distância para a Linha do Equador, ou afasta-se das
florestas úmidas para áreas mais secas. Alguns exemplos de epífitas são as
polipodiáceas (fetos ou samambaias); cactáceas (flor-de-maio); as bromeliáceas
(bromélias ou gravatás); as orquidáceas (orquídeas). Espécies epífitas são
particularmente entre as Bryophyta, Pteridophyta, Orchidaceae, Gesneriaceae,
Begoniaceae, Bromeliaceae e Araceae. Há também certas
algas verdes que vivem sobre árvores em terra firme. No caso das bromélias,
existem as epífitas e as não epífitas: todas têm seu cálice em forma de rosa no
ponto onde as folhas se juntam, numa chamada “disposição rosácea”; este
mecanismo faz com que recebam água da chuva, poeira e pequenos insetos mortos,
que, decompostos pela água e misturados à poeira, serão aproveitados em sua
nutrição. As orquídeas têm cerca de 800 gêneros, quase 35 000 espécies já
catalogadas e aproximadamente 5 000 em processo de catalogação até 2004. Estão
presentes em todos os continentes, menos nas áreas polares que são zonas térmicas da Terra. Têm as raízes
revestidas com uma espécie de velame: um tecido formado por células mortas que
atuam como uma esponja, absorvendo a umidade e nutrientes.
Bibliografia
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