“Todos os canalhas foram crianças infelizes”. Ziraldo
A
palavra “canalha” tem origem no italiano canaglia, que significa “indivíduo
mau” ou “ralé”. Mas nosso corpo e nossa expressão corporalmente são tão prenhes de
significados que podemos perceber a classe social de alguém pelo simples
modo de andar, comer e vestir, mesmo que a pessoa em questão da análise não
abra a boca para dizer qualquer coisa. Nós internalizamos ou incorporamos, as
influências afetivas, emocionais e morais que recebemos do pai e da mãe ou de
quem os represente. Ninguém nasce, por exemplo, com disciplina, autocontrole,
pensamento prospectivo ou capacidade de se concentrar. Entre nós, brasileiros,
lembra Souza (2022), essas capacidades e aptidões são “privilégio de classe”,
que toda criança de classe média já recebe de casa e sem esforço. A ideologia
da meritocracia torna toda essa injustiça social de berço – afinal, ninguém tem
culpa de nascer na classe social “errada” – em “merecimento individual”,
fechando o círculo da dominação tornada invisível e, portanto, impossível de se
combater. É esse privilégio invisível que torna o habitus de classe
média uma construção destinada ao sucesso do capitalismo competitivo. Existe
uma cadeia do privilégio aparentemente injusto, que passa singularmente “de geração
em geração”, garantindo tanto o sucesso prático quanto a autoconsciência da própria
superioridade. Em outras palavras, as classes sociais criam os indivíduos com
suas capacidades diferenciais de lidar com a realidade competitiva do capitalismo globalizado,
prefigurando, desse modo, todas as suas chances futuras.
Mas na verdade, o que define e prefigura
todos os nossos limites e possibilidades é uma espécie de representação de “economia
emocional” específica, precisamente independente de qualquer conteúdo explícito
ou consciente. Ou seja, trata-se de uma construção psicossocial e pré-reflexiva
muito peculiar que se refere às disposições e capacidades diferenciais para a ação
prática. Isso acontece sem relação alguma com qualquer com qualquer conteúdo
moral específico que costumamos usar para legitimar o que somos para nós mesmos
e para os outros. É esse tereno tornado invisível para nós na vida cotidiana
que a noção de habitus quer iluminar, quebrando quase todas as ilusões sociais e
individuais acerca de como levamos na vida tanto individual quanto socialmente.
Na verdade, e nenhum de nós gostamos de
ouvir ou aceitar esse fato, pois a vida social se dá às nossas costas, sem o
nosso conhecimento. Participamos do jogo social, ou seja, cada um de nós tem um
papel neste teatro, mas somos, pelo menos em grande medida, iludidos acerca de
seu verdadeiro sentido. A imensa maioria de nossas interações sociais se dá de
modo não refletido e praticamente automático, por meio da linguagem direta e espontânea do
corpo e sobretudo em suas infinitas expressões. Existe um background civilizacional que esclarece
o tipo de distinção socialmente perseguido pelas classes sociais e estamentos em disputa potencial umas com as outras.
O processo de racionalização burocrático e seu desenvolvimento, tanto religioso quanto secular do Ocidente, teve como principal característica não intencional a formação de um “habitus disciplinar”, o qual marcará o que chamamos de habitus cultural específico do Ocidente. Tal habitus vai ser criado ou inventado a partir de dada hierarquia moral histórica e contingente, quase sempre apenas implícita, que aponta para determinada direção de controle de nossos afetos. Afinal, não existe vida social possível sem controle e repressão moral ou política dos afetos. A socialização familiar em todo lugar é, precisamente, o espaço no qual se produz essa internalização, ou melhor, a “incorporação” de certos padrões morais, cognitivos e estéticos que comandarão nosso comportamento e nos criarão, literalmente, como somos. Esse controle dos afetos não se dá, no entanto, do mesmo nem da mesma direção em todas as culturas e civilizações. A forma singular do controle afetivo, que cria um tipo humano também muito particular, é o fator decisivo para a construção de culturas e civilizações singulares, como, por exemplo, a cultura ou a civilização ocidental sob a qual nascemos. É no conceito do judaísmo antigo que se cria a civilização ocidental, com a noção de indivíduo. A noção central de todo o Ocidente é a de indivíduo, uma ideia particular do sujeito responsável por seus atos, passando depois, pelo catolicismo medieval à revolução protestante.
Friedrich Hegel, apenas para um brevíssimo comentário, descreve sua concepção filosófica, no Prefácio a uma de suas mais célebres obras, a Fenomenologia do Espírito (1807). O prólogo é posterior à redação da obra. Foi escrito, passado já o tempo, preopriamente da redação, quando o próprio Hegel pode tomar consciência de seu avanço e extraordinária descoberta. Metodologicamente, tinha como objetivo assegurar o ligamento entre a Fenomenologia, a qual só aparece como a primeira parte da ciência, e a Lógica que, situando-se em uma perspectiva distinta da adotada pela Fenomenologia, deve constituir o primeiro momento abstrato de uma Enciclopédia. Explica-se neste prólogo que é algo assim, comparativamente, como um gonzo entre a subjetividade da Fenomenologia e a objetividade Lógica, Hegel se sentira fundamentalmente preocupado em representar uma ideia geral de todo o seu sistema filosófico (cf. Hyppolite, 1974). Isto é, segundo sua concepção que só deve ser justificada pela apresentação do próprio sistema, tudo decorre de entender e exprimir o verdadeiro não como substância, mas precisamente como sujeito. A substância viva é o ser, que na verdade é sujeito, ou que é na verdade efetivo, mas só na medida em que é o movimento do pôr-se-a-si-mesmo, ou a mediação consigo mesmo do tornar-se outro. Como sujeito, é a negatividade pura e simples, e justamente por isso é o fracionamento do simples ou a duplicação oponente, que é de novo a negação dessa diversidade indiferente e de seu oposto. Só essa igualdade, ou só a reflexão em si mesmo no seu ser-Outro, é que são o verdadeiro; e não uma unidade que é originária, ou uma unidade imediata enquanto tal.
O
verdadeiro é o vir-a-ser de si mesmo, o círculo que pressupõe seu fim como sua
meta, ipso facto sua antítese, que o tem como princípio, e que só é efetivo
mediante sua atualização e seu fim. Friedrich Hegel era crítico das filosofias
claras e distintas, uma vez que, para ele, o negativo era constitutivo da
ontologia. Neste sentido, a clareza não seria adequada para conceituar o
próprio objeto. Introduziu um sistema de pensamento para compreender a história
da filosofia e do mundo chamado geralmente dialética: uma progressão no âmbito
da história e sociedade na qual cada movimento sucessivo surge, pois, como
solução das contradições inerentes ao movimento anterior. A Introdução (Eileintung)
à Fenomenologia foi concebida ao mesmo tempo em que a obra é redatada em
primeiro termo; parece, pois, que encerra o substancial pensamento do que é
efetivo em toda a obra. Verdadeiramente constitui uma Introdução em sentido
literal aos três primeiros momentos de toda a obra, isto é: a consciência, a
autoconsciência e a razão -, enquanto a última parte da Fenomenologia, que
contêm os particularmente importantes desenvolvimentos sobre o Espírito e a
Religião, ultrapassa por seu conteúdo a Fenomenologia tal como é definida
stricto sensu na muito citada Introdução. Ao que parece é como se Friedrich Hegel
entrasse no marco de desenvolvimento fenomenológico com algo que na teoria, em
princípio não deveria haver ocupado um posto nele. Não obstante, seu estudo, em
maior medida que o do prólogo, nos permitirá elucidar o sentido discursivo dialeticamente da obra que Friedrich Hegel quis escrever, assim como a técnica que per se para ele representa o
desenvolvimento fenomenológico. Precisamente porque a Introdução não é representada como um Prólogo
anexo posterior que contêm consideráveis informações gerais sobre o objetivo
que se propunha o autor e as relações que sua obra tem com outros tratados
filosóficos do mesmo tema.
Ao contrário, de acordo com Hyppolite (1974),
“a introdução é parte integrante da obra, constitui o delineamento mesmo do
problema e determina os meios postos em prática para resolvê-lo”. Em primeiro
lugar, Hegel define na Introdução como se coloca para ele o problema do
conhecimento. Vemos como em certo aspecto retorna ao ponto de vista de Kant e
de Fichte. A Fenomenologia não é uma noumenologia nem uma ontologia, mas segue sendo,
todavia, um conhecimento do Absoluto, pois, que outra coisa poderia conhecer se
só o Absoluto é verdadeiro, ou só o verdadeiro é Absoluto? Não obstante, em vez
de apresentar o saber do Absoluto “em si para si”, Hegel considera o saber tal
como é na consciência e precisamente desde esse saber fenomênico, mediante sua
autocrítica, é como ele se eleva ao saber absoluto. Em segundo lugar, Hegel
define a Fenomenologia como desenvolvimento e cultura, no sentido de seu
progressivo afinamento da consciência natural acerca da ciência, isto é o saber
filosófico, o saber do Absoluto; por sua vez indica a necessidade de uma
evolução. Em último lugar, Hegel precisa a técnica teórica do desenvolvimento
fenomenológico e em que sentido este método é precisamente obra própria da consciência
que faz sua aparição na experiência, em que sentido é suscetível de ser
repensado em sua necessidade pela filosofia. A lei cujo desenvolvimento
necessário engendra todo o universo é a da dialética, segundo a qual toda ideia
abstrata, a começar por ser considerada seu estado de abstração,
afirma necessariamente a sua negação, a sua antítese, de modo que esta
contradição dialética exige para se resolver a afirmação de uma síntese: mais
compreensiva que constitui uma nova ideia, rica em desenvolvimento, ao mesmo
tempo, do conteúdo das duas outras.
Na reconhecida Introdução à Fenomenologia Hegel repete suas críticas a uma filosofia que não
fosse mais que teoria do conhecimento. E não obstante, a Fenomenologia, como
têm assinalado quase todos os seus expressivos comentaristas, marca em certos
aspectos um retorno ao ponto de vista de Immanuel Kant e de Johann Gottlieb Fichte.
Em que novo sentido devemos entendê-lo? Ora, se o saber é um instrumento,
modifica o objeto a conhecer e não nos apresenta em sua pureza; se for um meio
tampouco, nos transmite a verdade sem alterá-la de acordo com a própria
natureza do meio interposto. Se o saber é um instrumento, isto supõe que o
sujeito do saber e seu objeto se encontram separados; por conseguinte, o
Absoluto seria distinto do conhecimento: nem o Absoluto poderia ser saber de si
mesmo, nem o saber, fora da relação dialética, poderia ser saber do Absoluto.
Contra tais pressupostos a existência mesma da ciência filosófica, que conhece
efetivamente, é já uma afirmação. Não obstante, esta afirmação não poderia
bastar porque deixa a margem à afirmação de outro saber; é precisamente esta
dualidade o que reconhecia Friedrich Schelling quando opunha o saber fenomênico
e o saber absoluto, mas não demonstrava os laços entre um e outro. O saber
absoluto não se vê como é possível no saber fenomênico, e o saber fenomênico
por sua parte fica igualmente separado do saber Absoluto. Hegel retorna ao
saber fenomênico, ao saber típico da consciência comum, e pretende demonstrar
como aquele conduz ao saber Absoluto, ou também que ele mesmo é um saber
absoluto que, todavia, não se sabe como tal.
Para
sermos breves, não apenas Fichte (1762-1814), mas o próprio Schelling
(1775-1854), tampouco satisfaz a exigência de uma estrutura de sistema que
retorna a si mesma, pois o dualismo fichteano do Eu e Não-Eu perdura, em última
análise, no primeiro projeto resumido de
sistema, no Sistema do idealismo transcendental. Segundo ele, a filosofia tem,
com efeito, duas partes – filosofia natural, também reconhecida como filosofia
da natureza, é área da filosofia que busca compreender os princípios e as
primeiras causas do mundo material, e filosofia transcendental, é um conjunto
de abordagens, sistemas e filosofias que descrevem as estruturas básicas do
ser, ou seja, o quadro de validação e emergência do conhecimento sobre o ser, a qual, por sua vez, contém, entre outras
coisas, filosofia prática e filosofia teórica. Schelling argumenta do seguinte
modo: já que o saber seria unidade de subjetividade e objetividade, o ponto de
partida da filosofia teria de ser ou o objetivo (a natureza) ou o subjetivo
(a inteligência). Naquele caso, surgiria a filosofia da natureza; neste, a
filosofia transcendental. No entanto, o objetivo de cada uma dessas duas
ciências seria avançar na direção da outra – portanto, de um lado, “partindo da
natureza chegar ao inteligente”, e, de outro, partindo do subjetivo, “fazer
surgir dele o objetivo”. Esta afirmação apenas poderia fazer sentido, com ela
se tivesse em mente que a inteligência tem de objetivar e naturalizar em atos
práticos e estéticos, como Schelling tenta demonstrar no Sistema. A segunda falha resulta da primeira.
Schelling conhece, em última instância, apenas duas esferas de análise da
filosofia, as quais, na terminologia de Friedrich Hegel, pertencem ambas à filosofia da
realidade. Aquela estrutura de pensamento que precede à ambas e que Hegel
tematiza na Ciência da Lógica não tem lugar neste projeto de sistema de Schelling.
É fácil entender que não se pode um renunciar a ela, e por três motivos. Em segundo lugar, somente desse modo se pode compreender porque ambas as partes são momentos de uma unidade. Não basta afirmar sua relação mútua, é preciso explicitar estruturas ontológicas gerais que subjazem de igual modo à natureza e à inteligência. Em segundo lugar, somente desse modo se pode tornar plausível a dependência da natureza em relação a uma esfera ideal. E, em terceiro lugar, uma filosofia natural e uma filosofia transcendental apriorísticas são inconcebíveis sem essa esfera abrangente, pois a partir de que deveriam ser fundamentadas as primeiras suposições de ambas as filosofias da realidade? Depois de se desfazer do “resto de fichteanismo”, ainda reconhecível sobretudo na execução do Sistema do idealismo transcendental, Schelling introduziu na Apresentação, como base destas duas ciências, o Absoluto, e o definiu como identidade de subjetividade e objetividade. No entanto, não se pode deixar de ver um limite na doutrina schellinguiana do absoluto que representa um retrocesso, ficando, no mínimo, aquém de Fichte e, em certo sentido, até mesmo aquém de Kant: as categorias analíticas que Schelling utiliza para a caracterização do Absoluto são “catadas” e, de modo algum deduzidas do próprio Absoluto. Unidade, identidade, infinitude são determinações que Schelling toma da tradição e que, em primeiro lugar, ele não legitima em si e por si – ele apenas mostra que em sua utilização de mera identidade, antes elas que seu contrário conviria ao absoluto, o qual é entendido como unidade de subjetividade e objetividade, e que em segundo lugar, ele nem sequer põe em um nexo causal ordenado.
Simplificadamente, segundo Hösle (2007), o sistema pensamento de Hegel pode ser representado da seguinte forma: 1) o princípio supremo da filosofia transcendental tem de ser, comparativamente com Fichte, uma estrutura iniludível e que fundamente a si mesma reflexivamente. 2) no entanto, esse princípio não pode ter nada perante si, se quer ser absoluto; sendo determinado como subjetividade, ele não pode, portanto, ser subjetividade finita, mas tem de ser com Schelling, unidade de subjetividade e objetividade ou, em terminologia hegeliana, ideia. 3) com o reconhecimento, porém, de que o Absoluto é unidade de subjetividade e objetividade, a filosofia ainda não está concluída. Antes, trata-se decisivamente de explodir o caráter pontualmente desse conhecimento, por quatro motivos: a) quer dizer, a estrutura absoluta não pode ser posta imediatamente, pois então ela mesma seria, na verdade, uma mera abstração, da qual nada decorreria; b) apenas assim pode-se alcançar uma prova da absolutidade dessa estrutura. Mas então é necessária uma prova, mas de um modo necessariamente diferente de como elas mesmas são pressupostas pela ideia absoluta, se é que o círculo deve ser evitado; c) a determinação da exata relação entre “lógica” e “metafísica”, isto e´, entre a doutrina das categorias finitas e a ciência do princípio absoluto, é o problema para o qual em Jena, pelo fim de sua temporada Friedrich Hegel, conseguiu encontrar uma solução que o satisfizesse até o final de sua vida, enquanto, para a maior parte das demais estruturas fundamentais de sua filosofia , ele chegou bem mais cedo a respostas que sustentou até a Enciclopédia. A ideia Absoluta origina, não apenas as categorias lógicas anteriores a ela, processualmente por meio das quais ela mesma é constituída, sem abdicar da centralidade de seu sistema, ela mesma é constituída em termos de origem assimétrica. Para resolver esse problema, oferece-se apenas um caminho. Reconhece Hegel já cedo contra Schelling, tem de estar acima da natureza, e também corresponder às categorias por assim dizer deficientes da Ciência da Lógica.
Ziraldo
Alves Pinto, nasceu em Caratinga, em 24 de outubro de 1932 e faleceu no Rio de
Janeiro, em 6 de abril de 2024. Foi um intelectual pluralista do trabalho de cartunista,
chargista, pintor, escritor, dramaturgo, cartazista, caricaturista, poeta,
cronista, desenhista, apresentador, humorista, advogado e jornalista.
Caratinga, é um município no interior do estado de Minas Gerais, Região Sudeste
do país. Localiza-se no Vale do Rio Doce e pertence ao colar metropolitano do
Vale do Aço, estando situado a cerca de 310 km ao Leste da capital do estado.
Ocupa uma área de 1 258,479 km², sendo que 17 km² em área urbana, e sua
população foi estimada em 90 687 habitantes em 2024. Foi o criador de
personagens famosos, como o de Menino Maluquinho, e foi um dos mais reconhecidos
e aclamados escritores infantis de seu tempo presente. Ziraldo foi pai de três
filhos, a cineasta Daniela Thomas, o compositor Antonio Pinto e a diretora de
teatro Fabrízia Alves Pinto. Faleceu em sua residência no estado do Rio de
Janeiro, Lagoa Rodrigo de Freitas em 6 de abril de 2024 aos 91 anos de idade. Ziraldo
era uma figura humanista pública extraordinária ligada à esquerda. Foi membro
do Partido Comunista Brasileiro (PCB) juntamente como amigos o arquiteto
Oscar Niemeyer. Após o fim da Ditadura golpista, em 1964, o grupo liderado por
Roberto Freire no PCB transferiu a estrutura partidária para uma nova legenda,
o Partido Popular Socialista (PPS), como forma de enfrentar “o desgaste
com a experiência socialista soviética e a queda do muro de Berlim”.
Em fevereiro de 1929, após o 3° Congresso do Partido Comunista Brasileiro, realizado entre dezembro de 1928 e janeiro de 1929, no qual foi vencido o grupo de oposição, denominado Dissidência, chefiado por Joaquim Barbosa e Rodolfo Coutinho, Astrojildo Pereira, eleito durante os trabalhos e debates do 6° Congresso para o Comitê Executivo da Internacional Comunista, sob o pseudônimo de “Américo Ledo”, seguiu para Moscou, onde trabalhou no Secretariado para a América Latina, regressou ao Brasil em janeiro de 1930. Em artigo publicado na revista Autocrítica, n°6, com o título: O Proletariado Perante a Revolução Democrática Pequeno-Burguesa (1928), Otávio Brandão afirma que no Brasil trata-se de “nossa aliança com os revoltosos pequeno-burgueses contra os grandes proprietários rurais e feudais” e, em segundo lugar, contra todas as frações da grande burguesia: comercial, industrial, burocrática, acrescentando “a revolução democrático-burguesa é uma criadora de possibilidades”. À sua sombra preparar-nos-emos, afirma Brandão, para a nossa verdadeira obra. Não podemos ser contrários a essa revolução”. E como conclusão: “no Brasil, o problema da pequena-burguesia é urbano e não rural como na Rússia”. Esta concepção da revolução brasileira e de suas forças motrizes, elaborada durante tantos anos, recebeu sua consagração, por assim dizer, no 3° Congresso do PCB, de dezembro de 1928, com a denominação de “terceira revolta”, prevista como continuação histórica dos movimentos tenentistas de 1922, 1924 e 1926, sucedida de fato, na luta armada vitoriosa da Aliança Liberal do prócer Getúlio Vargas, na década de 1930 em que ocorre a radicalização política.
A tese do 3° Congresso, segundo Astrojildo: “Toda a tática do Partido Comunista deve, portanto, subordinar-se a esta etapa estratégica de mobilização das massas em vista do movimento que se prevê. Em tese o Partido deverá colocar-se à frente das massas, a fim de conquistar, por etapas sucessivas, não só a direção da facção proletária, mas a hegemonia do todo o movimento”. Queremos dizer com isso que a analogia das palavras não deve levar a confusões. Chamam-se igualmente partidos as facções que dividiam as Repúblicas antigas, os clãs que se agrupavam em torno de um condottiere na Itália da Renascença, os clubes onde se reuniam os deputados das assembleias revolucionárias, os comitês que preparavam as eleições censitárias das assembleias revolucionárias, bem como as vastas organizações populares que enquadram a opinião pública nas democracias modernas. Essa identidade nominal justifica-se por um lado, pois traduz certo parentesco profundo: todas essas instituições não desempenham o mesmo papel, que é o de conquistar o poder político e exercê-lo? Porém, sociologicamente, observamos que não se trata da mesma coisa. De fato, os verdadeiros partidos datam pouco mais de um século. Em 1850, nenhum país do mundo, salvo os Estados Unidos da América, conhecia partidos políticos no sentido contemporâneo do termo: encontravam-se tendências de opiniões, clubes populares, associações de pensamento, grupos parlamentares, mas nenhum partido político propriamente dito. Em 1950, estes funcionavam na maior parte das nações civilizadas, os outros se esforçavam por imitá-las, ou apenas transplantá-las.
O nascimento dos partidos políticos
encontra-se, portanto, ligado ao dos grupos parlamentares e comitês eleitorais.
Não obstante, alguns manifestam uma natureza mais ou menos aberrante em relação
ao esquema geral: sua gênese situa-se fora do ciclo eleitoral e parlamentar,
formando essa exterioridade, aliás, seu caráter comum mais nítido. Contudo, o
mecanismo geral dessa gênese é simples: criação de grupos parlamentares, de
início; surgimento de comitês eleitorais, em seguida; enfim, o estabelecimento
de uma ligação permanente entre esses dois elementos. Na prática, a pureza
desse esquema de análise teórica é modificada de diversas formas. Os grupos
parlamentares vêm à luz antes dos comitês eleitorais: com efeito, houve
assembleias políticas antes que se realizassem eleições. Grupos parlamentares
são concebíveis no âmbito de uma Câmara autocrática bem como de uma Câmara
eleita: na realidade, voltamos ao ponto inicial da questão. A luta das facções
geralmente se tem manifestado em todas as assembleias hereditárias ou
cooptadas, quer se tratasse do Senado da Roma clássica, quer da Dieta da antiga
Polônia. Mas há ainda uma questão chave para seu entendimento político. Quem
diz “facção” ainda não diz “grupo parlamentar”: entre os dois, existe a
diferença que separa o inorgânico do organizado que levaria o Antônio
Gramsci desenvolver uma concepção original sobre o papel do intelectual em geral. O segundo decorre da primeira, por uma evolução mais ou menos
rápida.
Nascido no Rio de Janeiro, Niemeyer estudou na Escola Nacional de Belas Artes, atualmente Universidade Federal do Rio de Janeiro e durante seu terceiro ano estagiou com seu futuro colega na construção de Brasília o arquiteto Lúcio Costa, com quem acabou colaborando no projeto para o Ministério de Educação e Saúde, atual Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro. Contando com a presença de Le Corbusier, Niemeyer teve a chance de trabalhar junto com o mestre suíço, sendo ele uma grande influência em sua arquitetura. O primeiro grande trabalho de arquitetura individual de Niemeyer foram os projetos de uma série de edifícios na Pampulha, um subúrbio planejado no Norte de Belo Horizonte (MG), tendo como parceiro o engenheiro Joaquim Cardozo - que viria a ser o autor dos cálculos de suas principais obras em Brasília. Esse trabalho, especialmente a Igreja São Francisco de Assis, recebeu elogios da crítica nacional e estrangeira, chamando a atenção internacional para Niemeyer. Ao longo dos anos 1940 e 1950, Niemeyer se tornou um dos arquitetos mais prolíficos do Brasil, projetando uma série de edifícios, tanto no país como no exterior. Isso incluiu o projeto de diversas residências e edifícios públicos, e ainda a colaboração com Le Corbusier (e outros) no projeto da sede das Nações Unidas em Nova Iorque, o que provocou convites para ensinar na Universidade Yale e na Escola de Design da Universidade Harvard.
Em
1956, Oscar Niemeyer foi convidado pelo novo presidente do Brasil, Juscelino
Kubitschek, para projetar os prédios públicos da nova capital do Brasil, que
seria construída no centro do país. Seus projetos para o Congresso Nacional do
Brasil, o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal
Federal e a Catedral de Brasília, todos concluídos anteriormente a 1960, foram
em grande parte de natureza experimental e foram ligados por elementos de design
comuns. Esse trabalho levou à sua nomeação como diretor do departamento de
arquitetura da Universidade de Brasília, bem como membro honorário do Instituto
Americano de Arquitetos (IAA). Devido à sua ideologia de esquerda e sua
militância no Partido Comunista Brasileiro (PCB), Niemeyer deixou o país após o
golpe militar de 1964 e, posteriormente, abriu um escritório em Paris. Ele
retornou ao Brasil em 1985 e foi premiado com o prêmio Pritzker de
arquitetura, em 1988. Entre seus projetos mais recentes se destacam o Museu de
Arte Contemporânea de Niterói (1996), o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba
(2002), a Cidade Administrativa de Minas Gerais (2010), o Centro Cultural
Internacional Oscar Niemeyer, na Espanha (2011) e o Memorial Luiz Carlos
Prestes (projeto de 2012). Niemeyer continuou a trabalhar até dias anteriores
de sua morte, em 5 de dezembro de 2012, aos 104 anos de idade. Seu último
projeto foi idealizado pouco antes de morrer: a “cidade das artes e da
cultura”, em Essaouira, no Marrocos, antigamente chamada Mogador, é uma cidade
da costa Sudoeste de Marrocos, capital da província homônima, que faz parte de
Marraquexe-Safim, região litorânea do Marrocos. O rei Mohammed VI esperou oito
anos para dar aval ao projeto.
Em 1964 Oscar Niemeyer viaja para Israel a trabalho em torno de projetos arquitetônicos e volta para um Brasil completamente diferente. Em março o presidente João Goulart (Jango), que assumira após o presidente eleito Jânio Quadros renunciar, havia sido deposto por um golpe dos militares, que assumem o controle do país e instauram um regime de ditadura que durariam 21 anos. O comunismo de Niemeyer lhe custou caro. No período da ditadura militar do Brasil, o regime instaurado em 1 de março de 1964 e que durou até 15 de março de 1985, a revista Módulo que dirigia tem a sede parcialmente destruída, o escritório de Niemeyer é saqueado, seus projetos passam a ser recusados e a clientela desaparece. Em 1965, 223 professores, entre eles Niemeyer, se demitem da Universidade de Brasília, em protesto contra a política universitária e retaliações do governo militar. No mesmo ano viaja para França, para uma exposição sobre sua obra no Museu do Louvre. No ano seguinte, tendo sido impedido de trabalhar no Brasil, muda-se para Paris. Começa aí uma nova fase de sua vida e obra. Abre um escritório na Avenue des Champs-Élysées, nº 90, recebendo comissões de países, em especial da Argélia, onde desenha a Universidade de Constantine e, em 1970, a mesquita de Argel. Na França, projeta a sede do Partido Comunista Francês (doação), a Bolsa de Trabalho de Bobigny, um edifício projetado por Oscar Niemeyer e construído entre 1976 e 1978 na cidade de Bobigny, Seine-Saint-Denis, o Centro Cultural Le Havre, na França e na Itália a extraordinária Editora Mondadori. O edifício foi solicitado por Arnoldo Mondadori, que se impressionara com o Palácio do Itamaraty em visita a Brasília.
O nome Partido Comunista do Brasil havia sido usado primeiramente pelo antigo PCB, fundado em 25 de março de 1922. Enquanto o PCB abandonava em definitivo a figura de Stálin, o PCdoB manteve o ex-líder soviético como uma de suas referências teóricas ao lado de Marx, Engels e Lênin. Na mesma época, a crise entre a União Soviética e a China atingiu o seu auge, quando o líder chinês Mao Tsé Tung criticou o processo de desestalinização em curso na União Soviética, e acusou Kruschev de “desvios oportunistas e reformistas”. Posteriormente o PCB alterou seu nome para Partido Comunista Brasileiro (PCB), fundado com a presença de 9 delegados, representando diversos grupos regionais e que somavam um total de 73 membros. Um bom número destes militantes fundadores era libertário. Dos nove membros que fundaram o PCB somente o barbeiro Abílio de Nequette e Manoel Cendón são socialistas, enquanto os restantes vinculam-se aquele movimento. Uma leitura atenta da obra de Otávio Brandão, escrita em 1924 sob pseudônimo de Fritz Mayer, Agrarismo e Industrialismo, as revoluções pequeno-burguesas de 1922 e 1924, cometeram erros graves, anterior à sua adesão afetiva ao Partido Comunista Brasileiro em 15 de outubro de 1922, verifica as fortes influências anarquista e mística delineada nos ensaios e livros, que se traduzem no predomínio do questionamento, esquemático e acentuadamente ideológico, resistindo traços da doutrina anarquista considerado em algumas de suas posições pós-adesão.
A
chamada “desestalinização” refere-se ao processo de ver como o culto da
personalidade e do sistema político stalinista criado pelo líder soviético
Josef Stalin. A desestalinização começou tecnicamente em 1953 após a morte de
Stalin, mas não era oficial até 1956, após o discurso secreto de Nikita Khrushchev
(1894-19710, então secretário do Comitê Central da União Soviética, e liberado
após o XX Congresso do PC da URSS. Com sua morte, Stalin foi sucedido por uma
liderança coletiva. Os homens considerados politicamente fortes da central
soviética eram Lavrentiy Beria, a cargo do Ministério do Interior, Nikita
Khrushchev, Primeiro Secretário do Comitê Central do Partido Comunista e Georgi
Malenkov, Premier da União Soviética. O processo de desestalinização começou
com um fim ao papel do trabalho forçado em grande escala na economia. O
processo de libertar prisioneiros dos Gulags foi iniciado por Béria, mas
ele foi logo retirado do poder. Khrushchev, em seguida, emergiu como o mais
poderoso político soviético. No discurso “Sobre o Culto à Personalidade e suas
Consequências” para a sessão fechada do XX Congresso do Partido Comunista da
União Soviética em 25 de fevereiro de 1956, Nikita Khrushchev chocou seus
ouvintes denunciando duplamente, por um lado, o regime ditatorial e, por outro,
o culto da personalidade de Stalin. Ele também atacou os crimes políticos
cometidos pelos associados de Lavrenti Pavlovitch Beria, político soviético e
chefe da NKVD na Geórgia. Beria é lembrado pela tragédia como o executor do
Grande Expurgo de Stalin na década de 1930, tendo-o presidido.
Não
poderíamos repetir o mesmo com Astrojildo Pereira, homem de leitura mais vasta,
bom conhecedor da literatura socialista europeia em geral, e em particular a
teoria da história e o método de análise materialista e dialético de Marx e
Engels. Em 1929, publicou em A Classe Operária o artigo “Sociologia ou
apologética?”, estudo crítico da obra de Oliveira Vianna, Populações
Meridionais do Brasil, em que eram contestadas as opiniões do autor, que negava
a existência de luta de classes na história do Brasil. O trabalho foi depois
incluído nos livros Interpretações (1944) e Ensaios históricos e políticos
(1979). Lembra Vanilda Paiva no artigo: “Oliveira Vianna: Nacionalismo ou
Racismo?” (1978), que a presença de
Oliveira Vianna na vida intelectual brasileira é subestimada, especialmente
entre os que passaram a viver os problemas políticos e culturais de forma
consciente nos anos 1960. Sobre ele são amplamente reconhecidos o ensaio de
Nelson Werneck Sodré, Oliveira Vianna – o racismo colonialista
(1961) e o estudo de Astrojildo Pereira intitulado: Sociologia ou
Apologética? escrito em 1929 e reunido com outros estudos em Interpretações
(1944). Ambos os autores se concentraram com justiça, sobre o caráter
racista e de apologia das classes dominantes que permeia a obra Populações
Meridionais do Brasil, publicada pela primeira vez em 1918 e reeditada em
1922 e em 1933. A quarta edição, de 1938, incluiu um adendo de resposta às
críticas recebidas, o que levou o cientista político conservador Wanderley
Guilherme dos Santos (1935-2019) a caracterizá-lo como “autoritarismo
instrumental”.
Em
fevereiro de 1929, após o 3° Congresso do Partido Comunista Brasileiro,
realizado entre dezembro de 1928 e janeiro de 1929, no qual foi vencido o grupo
de oposição, denominado Dissidência, chefiado por Joaquim Barbosa e
Rodolfo Coutinho, Astrojildo Pereira, eleito durante os trabalhos e debates do
6° Congresso para o Comitê Executivo da Internacional Comunista, sob o
pseudônimo de Américo Ledo, seguiu para Moscou, onde trabalhou no Secretariado
para a América Latina, regressou ao Brasil em janeiro de 1930. Em artigo
publicado em Autocrítica, n°6, com o título: “O Proletariado Perante a
Revolução Democrática Pequeno-Burguesa” (1928), Otávio Brandão afirma que no
Brasil trata-se de nossa aliança com os revoltosos pequeno-burgueses contra os
grandes proprietários rurais e feudais e, em segundo lugar, contra todas as
frações da grande burguesia: comercial, industrial, burocrática, acrescentando
“a revolução democrático-burguesa é uma criadora de possibilidades”. À sua
sombra preparar-nos-emos, afirma, para a nossa verdadeira obra. Não podemos ser
contrários a essa revolução”. E como conclusão: “no Brasil, o problema da
pequena-burguesia é urbano e não rural como na Rússia”. Esta concepção da
revolução brasileira e de suas forças motrizes, elaborada durante tantos anos,
recebeu sua consagração, por assim dizer, no 3° Congresso do PCB, de dezembro
de 1928, com a denominação de “terceira revolta”, prevista como continuação
histórica dos extraordinários movimentos tenentistas de 1922, 1924 e 1926,
sucedida de fato, na luta armada vitoriosa da Aliança Liberal do prócer Getúlio Vargas, na década de 1930 em que ocorre a radicalização política.
A
sucessão ao governo estadual de Pernambuco, onde houve a intromissão de Hermes
da Fonseca e sua consequente prisão, precipitou a revolta do Forte de
Copacabana em 1922. Tal movimento não possuía uma proposta definida, tendo
conteúdo mais corporativista, de defesa da instituição militar. Deflagrou-se
assim o tenentismo. O movimento tenentista não conseguiu produzir resultados
imediatos na estrutura política do país, já que nenhuma de suas tentativas teve
sucesso, mas conseguiu manter viva a revolta contra o poder das oligarquias,
representado na Política do café com leite. No entanto, o tenentismo preparou o
caminho para a Revolução de 1930, que alterou, definitivamente, as estruturas
de poder no país. O movimento tenentista surgiu nos quartéis espalhados em todo
território nacional a partir da década de 1920. Segundo o cientista político Paulo
Sérgio Pinheiro em “Estratégias da Ilusão”, em 5 de julho de 1922 ocorreu a
primeira revolta que teve uma forte influência dos tenentes, conhecida como Os
18 do Forte, que se opunha à posse do presidente eleito Artur Bernardes. Os
revoltosos, além de contestarem as bases da República Velha, também estavam
inconformados com a demissão do marechal Hermes da Fonseca da presidência do
Clube Militar. Em 1922, neste movimento participaram o capitão Hermes da
Fonseca Filho, o tenente Eduardo Gomes, o tenente Siqueira Campos entre outros.
Na Marinha do Brasil, destacaram-se os tenentes Protógenes Guimarães, Ernâni do
Amaral Peixoto e Augusto do Amaral Peixoto.
Eles
foram derrotados, mas o evento marcou o início do tenentismo e o fim da
Primeira República Brasileira. Debelada a revolta de 1922, e com a eclosão dos
novos levantes tenentistas, principalmente após as notícias que em 5 de julho
de 1924 ressurgiu o movimento armado dirigido pelo general Isidoro Dias Lopes
denominado como a Revolta Paulista de 1924, em São Paulo, onde tropas rebeldes
tenentistas conseguiram dominar a capital do estado. Em 1924, durante a
presidência estadual de Carlos de Campos, ocorre tanto na capital quanto no
interior, a revolução, que obriga Carlos de Campos a se retirar da capital
paulista. Acontecem destruições e depredações e bombardeiro. A capital foi
palco do maior conflito urbano da história do Brasil, em cenas que lembravam a violência
letal, terrestre e aérea da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), com explosões
de bombas, moradias e prédios destruídos, bombardeios por aviões, soldados com
metralhadoras pelas ruas, tanques de guerra cruzando a cidade e
trincheiras abertas nas ruas. Os rebeldes são derrotados e rumam ao Sul do
Brasil.
Em
28 de outubro de 1924 no Rio Grande do Sul receberam a adesão de novos
sublevados, como a do capitão Luís Carlos Prestes (1898-1990), que passaram por
vários estados do país. Quando estiveram na Paraíba, enfrentaram as tropas do
padre Aristides Ferreira da Cruz, chefe político de Piancó, que foi derrotado e
assassinado. A essa altura participam, entre outros, Djalma Soares Dutra, Juarez
Távora, Cordeiro de Farias, João Alberto e Miguel Costa. Na sua maioria eram
tenentes ou outros oficiais mais graduados. A Coluna Prestes, como passou a ser
chamada, após dois anos de luta, enfrentando tropas governistas e tropas de
polícias estaduais, além de “provisórios” armados às pressas no sertão do
Nordeste, sempre se deslocando de um lugar para outro, terminaram internando-se
na Bolívia. O tenentismo passou a participar da Aliança Liberal em 1929, com
exceção de Luís Carlos Prestes. A Aliança Liberal era formada pelos presidentes
de Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba. A Aliança pregava a justiça
trabalhista, o voto secreto e o voto feminino. O tenentismo, em sua grande
maioria, apoiou esse movimento e, depois da vitória e posse de Getúlio Vargas,
vários tenentes tornaram-se interventores. Luís Carlos Prestes não apoiou o
movimento de 1930, pois aderira ao comunismo em maio daquele ano. Siqueira
Campos, que seria um dos líderes, morrera em acidente aéreo, também em 1930.
Esse foi o caso de Juracy Magalhães na Bahia, Landri Sales no Piauí, Magalhães
Almeida no Maranhão e Joaquim de Magalhães Cardoso Barata no Pará, entre
outros. O tenentismo continuou presente na vida pública nacional, mas tem uma
divisão nessa época: uma minoria acompanhou Luís Carlos Prestes e, em 1937, em
outra divisão no tenentismo, uma parte rompeu com Getúlio Vargas e
passou para a oposição; é o caso de Juracy Magalhães, Juarez Távora e Eduardo
Gomes, que se distanciaram do poder. Outros, como Newton de Andrade
Cavalcanti e Ernesto Geisel, participaram da deposição de Getúlio Vargas em
1945.
O famoso cartunista foi casado com Vilma
Gontijo Alves Pinto de 1958 até a morte dela em 2000, quando aos 66 anos ela
sofreu um infarto enquanto dormia. Ziraldo casou-se novamente, dessa vez com
Márcia Martins da Silva. Ziraldo foi fumante durante 40 anos, mas conseguiu
abandonar o vício. Em 2005, o cartunista filiou-se ao Partido Socialismo e
Liberdade (PSOL), para o qual desenhou o logo partidário. No ano
seguinte, apoiou no primeiro turno a candidata Heloísa Helena para a
presidência da República, e ao segundo turno fez apoio para reeleição de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT). Em 5 de abril de 2008, Ziraldo com mais vinte
jornalistas que foram perseguidos durante a ditadura militar teve seu processo
de anistia aprovado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e
foi indenizado em mais de 1 milhão de reais, além de receber uma pensão
vitalícia de cerca de 4,3 mil reais. Ele e o cartunista Jaguar receberam as
maiores indenizações. À época, Ziraldo afirmou que “o Brasil lhe devia” a
indenização declarando: - “Eu quero que morra quem está me criticando. Porque é
tudo cagão e não botou o dedo na seringa. Enquanto eu estava xingando o
Figueiredo e fazendo charge contra todo mundo, eles estavam servindo à ditadura
e tomando cafezinho com o Golbery. Então, qualquer crítica que se fizer em
relação ao que está acontecendo conosco eu estou me lixando. O episódio foi
comentado por seu antigo colega Millôr Fernandes, que se negou a exigir
indenização, questionando: - “Quer dizer que aquilo não era ideologia, era
investimento?”. Em 2013, Ziraldo concedeu entrevista para o Museu da Pessoa, na
qual comentou sobre a sua vida, principalmente sobre a sua infância. Descobriu
que tinha tino para o humor ainda muito novo em meio a uma epidemia de
esquistossomose, em Caratinga, onde nasceu. Ziraldo tinha o hábito de vez em
quando, de “descer para o térreo do prédio durante a madrugada assobiando, o
que eles entendiam como sendo um sinal de que ele iria criar algo novo”.
O desbravamento da região da cidade atualmente teve início no século XVI, em expedições que seguiam pelos rios Doce e Caratinga à procura de metais preciosos. No entanto, o povoamento foi iniciado somente no século XIX, depois que Domingos Fernandes Lana esteve na região à procura da poaia, tendo relatado a amigos e parentes sobre a “fertilidade das terras e a passividade dos indígenas nativos”. Posteriormente, João Caetano do Nascimento, amigo de Domingos Lana, organizou uma expedição em busca da localidade e, ao chegar, tomou posse das terras e dedicou-as ao padroeiro São João, oficializando sua instalação em homenagem ao dia do orago em 24 de junho de 1848. As condições favoráveis à agricultura e a localização geográfica como único centro urbano da margem direita do rio Caratinga mantiveram o incentivo ao crescimento populacionalmente, levando à emancipação em 1890, desmembrando-se de Manhuaçu. Apesar da expansão urbana desordenada, o desenvolvimento foi intensificado com a implementação da Estrada de Ferro Leopoldina e da rodovia BR-116 (isto é, com o trecho da Rodovia Rio–Bahia) entre as décadas de 1930 e 1940. A cultura do café foi impulsionada na década de 50, com a instalação de um escritório do Instituto Brasileiro do Café (IBC), tornando o município um polo da cafeicultura.
O cultivo do café, ao lado do comércio, configura-se como principal fonte de renda do município, porém a indústria apresentou ascensão a partir da década de 1980. Também houve nesse período a expansão de um novo núcleo urbano, paralelo à sede original, devido ao crescimento da malha urbana da Região Metropolitana do Vale do Aço. Caratinga abriga importantes unidades de conservação ambiental, dentre as quais a Reserva Particular do Patrimônio Natural Feliciano Miguel Abdalla, que constitui um dos principais remanescentes de Mata Atlântica de Minas Gerais e abriga o muriqui-do-norte, O muriqui-do-norte, mono-da-cara-manchada ou mono-carvoeiro, também reconhecido como mono, buriqui, buriquim, mariquim, miriqui ou muriquina, é uma espécie de macaco do chamado Novo Mundo, da família dos atelídeos e gênero braquiteles, endêmico da Mata Atlântica, reconhecido por ser um dos maiores primatas das Américas. A história da reserva florestal teve seu início com a compra da Fazenda Montes Claro por Feliciano Miguel Abdala, em 1944. Ao longo dos anos o proprietário insistiu em preservar a mata do terreno. Na década de 1970, os pesquisadores começaram a se interessar pela área. Com os professores Álvaro Aguirre e Célio Vá Lie a reserva é reconhecida no meio científico. Em 1977, o professor Akira Nashimura começou a pesquisar os muriquis. Russell Mittermeier apresentou a reserva à doutora Karen Strier que passou a estudar os muriquis-do-norte. Após a morte do proprietário, os herdeiros transformaram a área em reserva perpétua junto ao IBAMA (2001).
Criado
pela lei nº 7 735 de 22 de fevereiro de 1989, o IBAMA foi formado pela fusão de
quatro entidades brasileiras que atuavam na área ambiental: Secretaria do Meio
Ambiente (SEMA), Superintendência da Borracha (SUDHEVEA), Superintendência da
Pesca (SUDEPE) e Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF). Em
1990, foi criada a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República
(SEMAM), ligada à Presidência da República, que tinha no IBAMA seu órgão
gerenciador da questão ambiental. Entre 3 e 14 de junho de 1992, realizou-se na
cidade do Rio de Janeiro a Conferência da Organização das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento, mais reconhecida como Rio-92, da qual
participaram 170 países. A questão ambiental no Brasil tornou-se mais
discutida, envolvendo a sociedade brasileira, que já vinha se organizando nas
últimas décadas, no sentido de pressionar as autoridades brasileiras pela
proteção ao meio ambiente de forma mais concisa. Desta forma foi reformulada a
sua estrutura burocrática e em 16 de outubro de 1992, foi criado o Ministério
do Meio Ambiente (MMA), com o objetivo de estruturar a política do meio
ambiente no Brasil, ao qual o IBAMA agora está vinculado, não há subordinação
entre o MMA, órgão da Administração Direta e o IBAMA, autarquia federal que
compõe coletivamente a Administração
Indireta. Em 2007, foi criado o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), autarquia responsável pela gestão das unidades de
conservação nacionais, retirando do IBAMA esta competência legal.
É o maior primata sul-americano, chegando a pesar até 15 quilos. O Brasil é o país com o maior número de primatas conhecidos. Excluindo o ser humano, são cerca de 118 espécies distribuídas em 4 famílias e 19 gêneros. Muitas espécies foram descobertas recentemente, e cerca de 10 foram descritas desde 1995. Possui longos braços e uma cauda preênsil, que permite a braquiação. Ao contrário do muriqui-do-sul, possui manchas esbranquiçadas na face negra, assim como um polegar vestigial. Os testículos são volumosos, consequência de um sistema de acasalamento promíscuo. É uma espécie considerada como “criticamente em perigo” pela União Internacional para a Conservação da Natureza e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Isso se deve principalmente à alta fragmentação da Mata Atlântica e à caça, que pode levar pequenas populações reduzidas à extinção rapidamente. A reserva é um dos atrativos locais e recebe pesquisadores de outros países para estudos e análises. Também se destacam marcos como a Pedra Itaúna, fazendas centenárias, cachoeiras e lagoas na zona rural e o complexo paisagístico da Praça Cesário Alvim, que inclui a Catedral de São João Batista, construída em 1930. Tradições como a festa da Folia de Reis, os festivais artísticos e as festas juninas também se fazem presentes.
Ziraldo
começou a trabalhar no jornal Folha da Manhã, atualmente Folha de S.
Paulo, em 1954, com uma coluna diária dedicada especificamente ao humor.
Ganhou notoriedade nacional ao se estabelecer na revista O Cruzeiro em
1957 e, posteriormente, no Jornal do Brasil, em 1963. Originalmente
Cruzeiro foi uma revista semanal ilustrada, lançada no Rio de Janeiro, em 10 de
novembro de 1928, editada pelos Diários Associados, de Assis
Chateaubriand. Carlos Malheiro Dias foi seu diretor no período de 1928 a 1933,
sendo sucedido por Antonio Accioly Neto e depois por José Amádio que, em 1960
imprimiu um novo design editorial que ficou reconhecido como “bossa nova”.
Foi a principal revista ilustrada brasileira da primeira metade do século XX.
Deixou de circular em julho de 1975. Estabeleceu uma nova linguagem na
imprensa: inovações gráficas, publicação de grandes reportagens, com ênfase em fotojornalismo.
Fortaleceu a parceria com as duplas repórter-fotógrafo, a mais famosa sendo
formada por David Nasser (1917-1980) e Jean Manzon (1915-1990) que, nos anos 1940 e 1950, fizeram
reportagens de grande repercussão. Em 1941, O Cruzeiro passou a ser o nome da
Editora do grupo Diários Associados. Em 1960 lançou a primeira revista
em quadrinhos brasileira feita por um só autor, Turma do Pererê, que
também foi a primeira história em quadrinhos a cores totalmente produzida no
Brasil.
A
trajetória dos Diários Associados começou em 2 de outubro de 1924 quando
o jornalista Assis Chateaubriand (cf. Morais, 1994), então com 32 anos, adquiriu O Jornal,
publicação que circulava no Rio de Janeiro desde 1919. Com o sonho de integrar
os brasileiros por meio dos veículos de comunicação, fundou e adquiriu outras
empresas de mídia impressa, rádio e televisão e o grupo se tornou um dos mais
importantes do Brasil. Em 1928, fundou a primeira revista do país, O
Cruzeiro. A televisão veio em 1950 com a TV Tupi de São Paulo, primeira
emissora da América Latina. Antes de falecer, Chateaubriand criou em 1959 o
Condomínio Acionário e distribuiu as cotas das empresas para 22 amigos, entre
eles vários dirigentes dos veículos de comunicação do grupo, e seus filhos.
Eles passaram a ser condôminos, respondendo pela posse das empresas. O número
de condôminos não pode aumentar e quando algum vem a falecer outro executivo é
eleito para ocupar sua vaga no condomínio. Em 12 de novembro de 1995, a página
da internet do Estado de Minas vai ao ar. Esta foi o segundo jornal online do
país, perdendo apenas para o Jornal do Brasil. Em seguida, a empresa investiu
em seu próprio provedor de internet, estreando o Portal Uai em 29 de janeiro de
1996. Em 2000, alguns veículos ativos dos Diários Associados sofreram um
bloqueio judicial movido por Gilberto Chateaubriand, filho do fundador do
grupo. Em 2008, adquiriu 50% da TV Brasília. Em 2009, o grupo completou 85 anos
e, para comemorar, lançou sua nova marca e slogan: A vida com mais
conteúdo, cuja ideia é fortalecer a presença. Em 2010, os Diários
Associados ganharam uma batalha judicial, na qual era discutida a
legalidade da doação do condomínio acionário pelo fundador Assis Chateaubriand, depois de sua morte.
Em
1960 recebeu o Nobel Internacional de Humor no 32º Salão Internacional de
Caricaturas de Bruxelas e também o prêmio Merghantealler, principal
premiação da imprensa livre da América Latina. Foi fundador e posteriormente
diretor do periódico O Pasquim, tabloide de oposição ao regime militar, uma das
prováveis razões de sua prisão, ocorrida um dia após a promulgação do Ato
Institucional Número Cinco (AI-5). Foi o mais duro dentre os 17 atos
institucionais decretados pela ditadura militar nos anos que se seguiram ao
golpe de estado de 1964 no Brasil. Instituído em 13 de dezembro de 1968, no
governo de Artur da Costa e Silva, o AI-5 permitiu a cassação de políticos
eleitos simultaneamente nas esferas federal, estadual e municipal, autorizou o
presidente da República a intervir nos governos de estados e municípios e
permitiu a suspensão de direitos e garantias constitucionais individuais como habeas
corpus, entre outras medidas. Representou o momento de maior endurecimento
da repressão política à opositores durante a instalação da ditadura civil-militar,
que abriu o caminho para a institucionalização da tortura, do assassinato e dos
desaparecimentos como instrumentos de ação do Estado. Embora tenha alcançado
uma das maiores tiragens comerciais, não por acaso Turma do Pererê foi cancelada em
1964, logo após o início do regime militar golpista no Brasil.
Nos
anos 1970, a Editora Abril, sediada na cidade de São Paulo, parte integrante do
Grupo Abril. A empresa atualmente publica 18 títulos, com circulação de 188,5
milhões de exemplares, em um universo de quase 28 milhões de leitores e 4,1
milhões de assinaturas, sendo a maior do segmento na América Latina. Hoje Veja
é a maior revista do Brasil, com uma circulação de mais de 900.000 exemplares
nas versões físicas e digitais em 2018. Em 1980 Ziraldo lançou o livro “O
Menino Maluquinho”, seu maior sucesso editorial, o qual foi mais tarde adaptado
na televisão e no cinema. A revista da Turma do Pererê teve outras passagens
pelas bancas numa edição encadernada pela Editora Primor no ano de 1986 e em
formato de almanaque pela Editora Abril na década de 1990. Em 1999 lançou a
revista Bundas", uma publicação de humor sobre o cotidiano que faz uma
brincadeira com a revista Caras, esta voltada para o dia a dia de festas e
ostentação da elite brasileira. Ziraldo foi também o fundador da revista “A
Palavra” em 1999. Em 1989, criou a Família Folhas para uma campanha de
reciclagem da Prefeitura de Curitiba. Ele reformulou a família e criou novos
personagens em 2022. Para a utiliade de uso comercialente com a internsa propagação da televisão, foi adaptado em 2006 pela TV Brasil,
chamada Um Menino muito Maluquinho, que durou uma temporada consagrada com 26
episódios sob a direção de Anna Muylaert e Cao Hamburger.
No
cinema, foi adaptado três vezes, a primeira em Menino Maluquinho - O Filme
em 1995 e uma sequência em 1998 dirigida por Fernando Meirelles, Menino
Maluquinho 2 - A Aventura. A partir do ano de 2000, participou da “Oficina
do Texto”, maior iniciativa de coautoria de livros do Mundo, criada por Samuel
Ferrari Lago, então diretor do Portal Educacional, na qual ilustrou histórias
que ganharam textos de alunos de escolas do Brasil todo, totalizando
aproximadamente 1 milhão de diferentes obras editadas em coautoria com igual
número de crianças. Ziraldo foi homenageado por escolas de samba e afirmou que
essa é a maior homenagem que um brasileiro pode receber. No carnaval de São
Paulo, foi a Nenê de Vila Matilde em 2003 que celebrou a trajetória do artista.
A adaptação recente da série é Uma Professora Muito Maluquinha, de 2010,
estrelado por Paolla Oliveira. Ilustrações de Ziraldo já figuraram em
publicações internacionais como as revistas Private Eye da Inglaterra, Plexus
da França e Mad, dos Estados Unidos da América. Ziraldo concedendo
autógrafos de seus livros na 20ª Bienal do Livro de São Paulo que aconteceu em
2008 no Complexo do Anhembi na cidade de São Paulo. Na Sapucaí, Ziraldo foi
enredo da Tradição em 2012. Ziraldo
desfilou pela Escola de Samba Tradição Grêmio Recreativo na Sapucaí em 2012. É uma escola de samba do Rio de
Janeiro, fundada em 1º de outubro de 1984. No dia 3 de outubro de 2016 recebeu
a Medalha de Honra da Universidade Federal de Minas Gerais em cerimônia pelo reitor Jaime Arturo Ramírez.
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