segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Geling Yan - Domínio, Ideias Abstratas & Real Racional.

 Ubiracy de Souza Braga

A arte diz o indizível: exprime o inexprimível, traduz o intraduzível”. Leonardo da Vinci

        

            A escritora sino-americana Geling Yan é reconhecida há muito tempo por sua ficcionalização literária que retrata o sofrimento e o esforço das mulheres chinesas. Ipso facto, Yan está sendo censurada por sua franqueza sobre o destino de uma mulher. As primeiras publicações com orientação jornalística surgiram no século 17 a. C., nas antigas cidades da Mesopotâmia, cidade berço da cultura e da Suméria, a mais antiga civilização. Historicamente em 59 a. C, aparece a Acta Diurna, jornal editado pelo Fórum Romano, o centro nevrálgico das ideias e artes da Roma Antiga. Era no Fórum onde acontecia a vida pública, cultural e econômica do Império, sob a orientação do  imperador Júlio César. Na publicação, gravada “em tábuas de pedra”, as notícias generalistas destacavam os feitos militares, a política e crônicas desportivas. O primeiro jornal em papel Notícias Diversas foi publicado como um panfleto manuscrito a partir de 713 a. C, em Pequim. Mas a primeira publicação impressa de periodização semanal, o Nieuwe Tijdinghen, surge em 1602, na Antuérpia, segunda maior cidade da Bélgica. Em Portugal, o primeiro jornal ocorre em 1641, após a revolução de 1640 que libertou o país do domínio espanhol, de título A Gazeta da Restauração, editado em Lisboa. O jornal mais antigo em circulação é o Post-och Inrikes Tidningar editado na Suécia, com início em 1645. A presença de imigrantes brasileiras não é novidade na Suécia, inclusive a mulher contemporânea no futebol feminino. O país, que perdeu quase 1,5 milhão de habitantes que fugiram da fome e da miséria entre o final do século XIX e o início do XX, desenvolveu depois da 2ª guerra mundial a notável tradição de acolher estrangeiros. Com a ajuda da mão de obra externa em 40 anos que o reino escandinavo tornou-se uma das nações mais desenvolvidas do mundo ocidental entre 1950 e 1980. A maior contribuição de Marx (1973) ao jornalismo foi sua inabalável luta de liberdade de imprensa, com mais de 500 artigos registrados nas páginas do New York Tribune.  

Nos tempos de Marx, ainda não havia grandes monopólios de mídias, enquanto comunicação social e política massiva, sendo o jornal impresso uma das poucas fontes de informação e difusão de um conjunto de práticas e saberes sociais. A variedade de  publicações, nas mais diversas correntes ideológicas de pensamento era tão grande, que Marx habilmente pode utilizar o jornalismo, como forma de expressão política, porque existiam outras vozes em contraposição ligada à origem do trabalhismo inglês para lhes fazer divergência. O próprio jornal New York Tribune, visceralmente abolicionista e vagamente socialista utópico, do qual Marx & Engels eram colaboradores assíduos, enviando àquele jornal, entre 1851 e 1862, análises políticas que puseram a nu as  mazelas vitorianas, com destaque para as exorbitâncias do colonialismo britânico na Índia e na China, inclusive tendo repercussão no continente latino-americano. Diziam Marx & Engels no artigo intitulado: Em prol de uma Literatura Revolucionária – “Em luta contra essas condições sociais, a crítica não é uma paixão cerebral, mas o cérebro da paixão. Não é um escalpelo, é uma arma. O seu objetivo é o inimigo que ela não pretende refutar, mas destruir. O espírito dessas condições sociais já foi refutado. Em si, essas condições não constituem assuntos dignos de prender a atenção. Constituem sim um estado de fato tão desprezível como desprezado. A crítica em si não tem necessidade de se cansar a compreender esse objeto, porque está fixada a seu respeito. Não se apresenta como um fim em si, mas apenas como um meio. A sua paixão essencial é a indignação, a sua tarefa essencial é a denúncia” (1974: 205).   

          Principal amigo e colaborador científico de Karl Marx, o letrado alemão, escritor e tradutor Friedrich Engels desempenhou papel de destaque na elaboração da teoria das classes sociais, a partir do materialismo histórico e dialético. Nasceu em 28 de novembro de 1820 e morreu em 5 de agosto de 1895. Era o mais velho de nove filhos de um rico industrial de Barmen, Alemanha. Na juventude, fica impressionado com a miséria em que vivem os trabalhadores das fábricas de sua família em Manchester. Fruto dessa indignação, Engels desenvolve um detalhado e volumoso estudo de crítica política sobre a condição da classe operária na Inglaterra. Em 1842, com 22 anos de idade foi enviado por seus pais para Manchester, para trabalhar para o Ermen e Engels Victoria Mill em Weaste que fazia linhas de costura. Após a estadia produtiva na Grã-Bretanha, Friedrich Engels decidiu voltar para a Alemanha em 1844. No caminho, ele estabeleceu-se em Paris, para atender um pedido de Marx, que lá se encontrava desde o final de outubro 1843, devido expulsão da Alemanha,  na sequência da censura da Gazeta Renana em março de 1843. Seus manuscritos são produzidos com Marx, sendo considerado o mais politizado deles o Manifesto do Partido Comunista de 1848, que se constituiu como leitura obrigatória de um documento histórico, teórico, ideológico e bombástico, redigido em Bruxelas por Marx & Engels e que teve amplificação universal.

            O mérito de Lewis Morgan, afirma Friedrich Engels, é de ter descoberto e restabelecido em seus traços essenciais esse fundamento pré-histórico da nossa história escrita e tê-lo encontrado, nas uniões gentílicas dos índios norte-americanos, a chave para decifrar importantíssimos enigmas, ainda não resolvidos, da história da Grécia, Roma e Alemanha. Sua obra não foi trabalho de um dia. Levou cerca de 40 anos elaborando seus dados. O estudo da história da família começa, de fato, em 1861, com o Direito Materno, de  Johann Jakob Bachofen (1992). Nesse livro o autor formula as seguintes teses: 1.Primitivamente, os seres humanos viveram em “promiscuidade sexual”; 2. Estas relações excluíam toda possibilidade de estabelecer, com certeza, a paternidade; 3. Em consequência desse fato, as mulheres, como mães, como únicos progenitores reconhecidos da jovem geração, gozavam de grande apreço e respeito, chegando ao domínio feminino absoluto; 4. A passagem para a monogamia incidia na transgressão da lei religiosa antiga, em que devia ser castigada, ou cuja tolerância se compensava com a posse da mulher por homens. Bachofen encontrou provas das teses em numerosos trechos da literatura antiga, por ele reunidos com zelo singular.



 

            A contribuição engelsiana conferiu ao marxismo uma feição que engloba teoria econômica, teoria sociológica, um método filosófico e uma visão revolucionária de mudança social, o caráter particular de Antropologia, contrariando a generalização metodológica. A partir das pesquisas antropológicas de Lewis Henry Morgan, lidas e anotadas por Marx, formulou Engels a teoria antropológica do Estado: Der Ursprung der Familie, des Privateigentums und des Staats, cujos pressupostos não estavam em sua reflexão anterior, nem de forma sistêmica e embasada na história e na antropologia. A sua importância na literatura de diversos países, ocorre que muitos antropólogos se valeram do arcabouço marxista para entender sociedades não capitalistas e sociedades camponesas. Não só a escola estruturalista francesa, da segunda metade do século XX, com Maurice Godelier e Claude Meillaseux são exemplos. Mas também, no período de surgimento da Antropologia moderna com admite Leslie White. Este influenciou uma geração de antropólogos coerentes com o marxismo, como Marshall Sahlins, antes de seu “acerto de contas” no ensaio: Cultura e Razão Prática, Erick Wolf e Elman Service.   

       Neste aspecto Marx cita um economista famoso, Benjamin Franklin, religioso, calvinista, e figura representativa do iluminismo, como partidário da teoria trabalhista do valor. Escreveu Marx: - O celebrado Franklin, um dos primeiros economistas depois de William Petty, que viu a natureza dos valores, diz: - Sendo o comércio em geral apenas a troca do trabalho pelo trabalho, o valor de todas as coisas é exatamente medido pelo trabalho. Marx faz uma distinção entre os bens em geral e as mercadorias. A produção de mercadoria é típica da sociedade capitalista. Marx era um estudioso da história americana, e portanto é provável que conhecesse os escritos e discursos de Abraham Lincoln. Não sabemos se Lincoln, segundo Huberman (1974: 233) teve a oportunidade de ler qualquer dos trabalhos de Marx. Mas sabemos que sobre certos assuntos seus pensamentos eram idênticos. Vejamos esse trecho de Abraham Lincoln: - Nada de bom tem sido, ou pode ser, desfrutado sem ter primeiro custado trabalho. E como a maioria das coisas boas são produzidas pelo trabalho, segue-se que todas essas coisas pertencem, de direito, aqueles que trabalham para produzi-las. Mas tem ocorrido, em todas as Eras do mundo social, que muitos trabalharam e outros, sem trabalhar, desfrutaram uma grande proporção de frutos. Isso está errado e não deve continuar sendo assim. Assegurar a todo trabalhador o produto de seu trabalho, ou o máximo possível desse produto, em tese é o objetivo digno de qualquer bom governo.

O culto social da indiferença nas frações das classes dominantes representa o hábito de estupidez de uma sociedade que perdeu o sentido de comunidade. O consumo é o leitmotiv do progresso que faz da cidade um lugar passageiro. Onde tudo pode ser destruído e reconstruído a qualquer momento, onde as histórias são substituídas por outras sem perspectiva de futuro. A forma do urbano, sua razão suprema, a saber, a simultaneidade e o encontro aparente não podem desaparecer. A cidade é fora de dúvida a maior vitrine dos interesses e paixões, onde os episódios cotidianos da existência material são vividos e observados na indiferença do capital. A ocupação divertida do urbano, por uma população sonhadora movida pelo acaso de viver o imprevisível, é descartada pela cidade contemporânea. A cidade é o palco da reprodução do “capital cultural” dominante, onde tudo se descobre ou se reinventa, e se apaga na mesma velocidade. Tudo é vivido na condição de espetáculo como se a vida urbana fosse um conjunto de cenas de teatro. A favela é fruto da inobservância e de reconhecimento social e político de que o operário existe na construção civil irradiada pela visão de um Chico Buarque. Ele é um ator social, construtor social e sua realidade não é virtual. 

Na sociedade contemporânea as notícias correm o mundo em tempo real através dos mais avançados meios tecnológicos. A expressão jornalismo em tempo real é uma figura de linguagem utilizada para associar a proximidade da instantaneidade com que a informação que é transmitida, do momento em que ocorre o fato social a ser noticiado ao momento que chega aos receptores, sejam eles leitores, telespectadores ou a opinião de público ouvinte. Para que exista, é necessário que haja concomitância da percepção sociológica dos fatos ao momento em que eles acontecem. É o nível máximo de prontidão que na estratégia técnica do watchdog role os norte-americanos se referem à transmissão, processamento ou uso técnico das informações. O tempo real é relativo à sua velocidade, que está diretamente associada ao “instrumento de transmissão”. Nunca contendo matematicamente a suposição considerada como sendo exatamente real. Devido ao tempo gasto com o processamento e a finalização do processo de trabalho e comunicação de difusão da informação. A rede global internet rompeu com a imprensa clássica ao ponto de centenas de jornais terem desaparecido após muitos anos de grande sucesso jornalístico e de empresa econômica. Em Portugal desde 2012 não há um jornal, diário ou semanário, economicamente viável, as despesas estão “acima das receitas”, o mesmo está ocorrendo com os custos das televisões e das rádios, com algumas poucas exceções. Nas sociedades contemporâneas revela que os mass-media do passado deixou de ter futuro de modo definitivo.

            A primeira edição do jornal L’Unità foi publicada no dia 12 de fevereiro do ano seguinte em Milão com tiragem de, aproximadamente, 20 mil cópias, chegando a 34 mil quando da morte do político de esquerda Giacomo Matteotti. L’Unità é um jornal italiano, consorciado ao partido “Democratas de Esquerda” (“Democratici di Sinistra”) referente ao período 1924-2014. Representou um partido político italiano de ideologia socialdemocrata. Fundado em 1998, após a fusão do Partido Democrata de Esquerda com pequenos partidos socialdemocratas, trabalhistas, socialistas e eurocomunistas. Governou Itália desde o ano da sua fundação até 2001 e, de novo, em 2006 até 2007, altura em que se fundiu com “A Margarida-Democracia é Liberdade” para dar origem ao Partido Democrático. Foi fundado por Antonio Gramsci em 12 de fevereiro de 1924, com o subtítulo: Diário dos Operários e Camponeses, como órgão oficial do Partido Comunista Italiano (PCI). Impresso em Milão, chegando a uma circulação em torno de 20 a 30 mil exemplares mensais. Em 8 de novembro de 1925 o jornal foi vetado pela censura do nascente regime de terror fascista e definitivamente fechado depois do atentado frustrado contra o ditador Benito Mussolini em 31 de outubro de 1926.

Uma edição clandestina ainda assim, foi publicada no dia 1° de janeiro de 1927,  com circulação restrita a cidade Milão, Turim, Roma e França. A publicação do jornal foi oficialmente retomada depois da libertação de Roma, ocorrida dramaticamente em 6 de junho de 1944.  Depois da libertação da Itália, em 1945, foram retomadas as edições locais de L’Unità nas cidades de Milão, Gênova e Turim, a última editada por Ludovico Geymonat, um arguto filósofo marxista italiano que deu uma guinada original para a concepção de teoria do materialismo dialético.  Nascido em Torino, onde Geymonat cursou o Liceu clássico Cavour, lecionou como professor de filosofia da ciência na Universidade de Milão no período de 1956 a 1979. Membro do Partido Comunista Italiano (PCI), posteriormente foi apoiador do fundado Partido Comunista da Refundação quando o PCI se transformou no Partito Democratico della Sinistra. Colaboradores habituais do jornal eram: David Layolo, Ada Gobetti, Cessar Pavese, Ítalo Calvino, Elio Vittorini, Aldo Tortorella ou Paolo Spriano. No mesmo ano de 1945 foi lançada a Festa de L’Unità por parte do Partido Comunista Italiano (PCI).  

Em 1957, as edições genovesa, milanesa e turinesa foram unificadas em uma edição única para todo o norte da Itália. Em 1974 a circulação de L’Unità chegava a 239.000 cópias diárias, mas seu número começou a decrescer para os anos 1980, junto à crise do PCI: as 100 milhões de cópias vendidas em 1981 desceram a mal 60 milhões em 1982. Massimo d`Alema, futuro premiê da Itália, foi diretor desde 1983 até julho de 1990. Entre 1989 e 1990 publicou-se junto ao jornal uma revista satírica semanal, Cuore. Em 1991 o subtítulo mudou de “Diário do Partido Comunista Italiano” a Diário fundado por Antonio Gramsci, com uma circulação de aproximadamente 156.000 exemplares. Depois da dissolução do PCI o jornal passou a mãos majoritárias, o Partido Democrático da Esquerda. Entre 1992 e 1996, Walter Veltroni, dirigente do PDS, exerceu como diretor. Entre 2000 e 2001 o jornal deixou de publicar-se, devido aos problemas financeiros que padecia para divulgação na sociedade de consumo. Desde então publicado por uma empresa privada, não unida oficialmente aos democratas de esquerda, sua ideologia editorial mantinha-se firmemente ao ideário do Partido. A circulação diária do jornal encontrava-se, em fevereiro de 2005, em 62.000 exemplares.                                  

            O jornal L’Unità, o diário de esquerda fundado por Antonio Gramsci, um dos pais do comunismo italiano, vai ter sua publicação suspensa na sexta-feira porque os seus acionistas não conseguiram chegar a um acordo sobre estratégias futuras, informou em sua edição. - Eles mataram L’Unità, destacou a primeira página do jornal. Além de três páginas dedicadas ao encerramento e de uma de propaganda de sua livraria “online”, o restante da edição de 20 páginas foi deixado em branco. L’Unità, fundado por Gramsci em 1924 como órgão oficial do Partido Comunista Italiano, sobreviveu à era fascista como um jornal clandestino, mas tem lutado desde o colapso do partido na década de 1990. Foi fechado brevemente em 2000, mas reabriu com um novo grupo de acionistas privado. Como o resto do setor de mídia, o jornal também foi atingido pela transformação ampla da indústria cultural, desencadeada pela Internet, bem como pela crise econômica na Itália, acumulando milhões de euros em dívidas enquanto as vendas caíram de forma constante para pouco mais de 20 mil exemplares por dia.

           A Escandinávia é uma região geográfica e histórica da Europa Setentrional e abrange, no sentido mais estrito, a Dinamarca, a Suécia e a Noruega. Num sentido mais amplo, o termo pode também abranger a Finlândia, as Ilhas Faroé e a Islândia. Qualquer que seja a definição usada, considera-se a península Escandinava como núcleo principal da Escandinávia. Devido às sucessivas vagas climáticas de glaciação, a Escandinávia foi repetidamente despovoada e desprovida de fauna e flora terrestres ao longo do tempo. Os estudiosos a descrevem como a terra de origem de uma parte dos povos germânicos e dos Vikings, um termo habitualmente usado para se referir aos pioneiros exploradores, guerreiros, comerciantes e piratas nórdicos (escandinavos) que invadiram, exploraram e colonizaram grandes áreas da Europa e das ilhas do Atlântico Norte a partir do final do século VIII até ao século XI. Os Vikings usavam dracares para viajar do Próximo Oriente, como Constantinopla e o rio Volga, na Rússia, até o extremo ocidente, como a Islândia, Groenlândia e Terra Nova, e até o sul de Andalus. Este período de expansão Viking - reconhecidos como a Era Viking que constitui uma parte importante da história medieval da Escandinávia, Grã-Bretanha, Irlanda e de resto da Europa em geral.

As concepções populares dos vikings geralmente diferem do complexo quadro de pensamento que emerge da arqueologia e das fontes escritas. A imagem romantizada dos vikings como “bons selvagens germânicos” começaram a fincar suas raízes no século XVIII e com a irradiação imagética das notícias e das  teorias sociais tornaram-se amplamente propagado durante a revitalização viking do século XIX. A fama dos vikings de brutos e violentos ou intrépidos aventureiros devem muito ao ideário mítico viking contemporâneo que tomou forma no início do século XX. As representações populares são tipicamente clichês, apresentando os vikings como caricaturas. Eles também fundaram povoados e fizeram comércio pacificamente. A imagem histórica dos vikings mudou relativamente ao longo dos tempos, e já admite-se que eles tiveram uma enorme contribuição na tecnologia marítima e na construção de cidades. Assim como aquela que é referida como Scandza, uma ilha do mar Báltico no norte da Europa, descoberta pelo historiador gótico-bizantino Jordanes do século VI, na sua obra Gética. Parece ser um nome arcaico usado para referir a península da Escandinávia, que os antigos julgavam ser uma ilha. Porém, um estudo recente de 2012 demonstrou que as coníferas existentes na Escandinávia na atualidade sobreviveram ao período histórico da  chamada Era do gelo, através da análise empírica de um pólen de árvore que existiu na Escandinávia durante aquele período da civilização. Por ser uma região puramente histórico-geográfica, a Escandinávia não corresponde a nenhuma fronteira política definida. O uso do termo social é muitas vezes incerto, em se tratando de fronteiras, pois ocorre ora incluindo, ora excluindo países vizinhos da península Escandinava.            

O conceito de dinastias chinesas, para sermos breves, difere dos antigos reinos de outros povos. A  substituição histórica e política da dinastia significava a mudança social para um conjunto distinto de traços culturais da nova dinastia. Uma vez que cada dinastia tem o seu próprio imperador constituído, o seu próprio povo e a sua própria cultura soberana. E é assim que, durante o processo histórico em que a civilização chinesa foi se estabelecendo, a dança clássica chinesa foi constantemente enriquecida e aperfeiçoada. Os métodos de ensino de hoje não existiam na China antiga. Max Weber (1974) já argumentou que a religião era uma das razões não exclusivas do porque as culturas do Ocidente e do Oriente se desenvolveram de formas diversas, e salientou a importância de algumas características específicas do protestantismo ascético, que levou ao nascimento do capitalismo, a burocracia e do estado racional legal in limine nos países ocidentais. Mas originais, situando a relação histórica da origem dos letrados chineses,  salientando características específicas do protestantismo ascético, que levou ao nascimento do capitalismo, da burocracia e do estado racional nos países ocidentais.

A burocracia moderna, segundo Max Weber (1974), funciona da seguinte forma específica: I – Rege o princípio de áreas de jurisdição fixas e oficiais ordenadas de acordo com regulamentos, ou seja, por leis ou normas administrativas. 1. As atividades regulares necessárias aos objetivos da estrutura governada burocraticamente são distribuídas de forma fixa como deveres oficiais; 2. A autoridade de dar as ordens necessárias à execução desses deveres oficiais se distribui de forma estável, sendo rigorosamente delimitada pelas normas relacionadas com os meios de coerção, físicos, sacerdotais ou outros, que possam ser recolocados à disposição dos funcionários ou autoridades; 3. Tomam-se medidas metódicas para a realização regular e contínua desses deveres e para a execução dos direitos correspondentes; somente as pessoas que têm qualificações previstas por um regulamento geral são empregadas. II. Os princípios da hierarquia dos postos e dos níveis de autoridades significam um sistema firmemente ordenado de mando e obediência; uma supervisão dos postos inferiores pelo superiores. Esse sistema oferece aos governados a possibilidade de recorrer de uma decisão de uma autoridade inferior para sua autoridade superior, de uma forma regulada com precisão. 

Com o pleno desenvolvimento do tipo burocrático, a hierarquia dos cargos é organizada monocraticamente. O princípio da autoridade hierárquica de cargo encontra-se em todas as organizações burocráticas, sem exceção, não importa o caráter da burocracia, que sua autoridade seja chamada de “privada” ou “pública”. A burocracia moderna engendrou o intelectual específico nas universidades públicas, através das atividades regulares necessárias aos objetivos da estrutura governada burocraticamente, que por sua vez são distribuídas de forma fixa como deveres oficiais A autoridade de dar ordens necessárias à execução desses deveres oficiais se distribui de forma estável, sendo rigorosamente delimitada pelas normas relacionadas com os meios de coerção, físicos, sacerdotais ou outros, que possam ser colocados à disposição dos funcionários ou autoridades. O princípio da autoridade hierárquica de cargo encontra-se em todas as esferas das organizações burocráticas. Não importa, tendo sido incorporado ao cargo para o caráter da burocracia, que sua autoridade compreendida como privada ou pública.

Quando o cargo está plenamente desenvolvido, a atividade oficial exige a plena capacidade criadora de trabalho do funcionário, a despeito do fato de ser rigorosamente delimitado o tempo de permanência na repartição, que lhe é exigido. O desempenho do cargo segue regras gerais, mais ou menos estáveis, mais ou menos exaustivas, e que podem ser apreendidas. O conhecimento dessas regras representa um aprendizado técnico especial, a que se submetem esses funcionários. Envolve jurisprudência, ou administração pública e privada. A redução do cargo a regras está profundamente arraigada à sua própria natureza. A teoria da moderna administração pública, sustenta que a autoridade para ordenar certos assuntos através decretos não dá à repartição o direito de regular o assunto através de normas expelidas em cada caso, mas na prática, converte-se em relações através dos privilégios individuais e concessão de favores, que domina de forma absoluta as relações entre indivíduos no âmbito do patrimonialismo.

A ocupação de um cargo é considerada uma profissionalização ou estágio (cf. Braga, 1984) com a exigência de treinamento rígido, do ponto de vista da adversidade disciplinar que demanda toda a capacidade de trabalho durante um longo período de tempo, sobretudo nos exames especiais que, em geral, são pré-requisitos para o pleno emprego. A posição de um funcionário tem a natureza de um dever, sendo a lealdade dedicada a finalidades impessoais e funcionais. Sua posição social é assegurada pelas normas que se referem à hierarquia ocupada. A posse de diplomas educacionais está habitualmente ligada à qualificação técnica para o cargo. O tipo puro sociológico de funcionário burocrático é nomeado por uma autoridade superior. Uma autoridade eleita pelos governados não representa como tal, uma figura exclusivamente burocrática. A nomeação independe dos estatutos legais, dependendo da forma pela qual funciona o sistema de trabalho. Em todas as circunstâncias, a designação de funcionários por meio de eleição entre os governados modifica o rigor da subordinação hierárquica. O funcionário se prepara para carreira dentro da ordem hierárquica do serviço público.

Os antigos gregos dispunham de várias teogonias diferentes, e ainda que estas apresentassem algumas personagens comuns, é difícil elaborar uma lista única de divindades primordiais para a mitologia grega, pois essas divindades, assim como o papel de cada uma, varia de uma fonte para outra. No teatro, a geração primordial, mais  velha educava os aprendizes e, assim, os métodos e técnicas eram passados de uma geração para a seguinte. Desde tenra idade, o aluno estabelecia uma aprendizagem técnica formal com um mestre e era assim que o indivíduos se tornava profissional. Na dança da corte imperial, a arte era transmitida na medida em que as moças jovens ensinavam umas às outras. As artes performáticas de rua foram transmitidas como tradições familiares. As artes marciais eram recebidas dos ancestrais ou aprendidas de um novo mestre. Da mesma forma, representado nas práticas religiosas budistas e taoístas, depois que outro discípulo (a) ganha o referido manto, “recebe os ensinamentos do mestre”. Os métodos sistematizados começaram a ganhar expressividade estética e serem utilizados na metade do século passado. O budismo e o taoísmo são religiões semelhantes que contêm muitas crenças e práticas semelhantes, como a crença na reencarnação e o uso extensivo da meditação.

À primeira vista o taoísmo e o budismo pari passu parecem ser a mesma coisa e, de fato, são os primeiros taoístas a ouvir sobre os ensinamentos do budismo vindos da Índia concluíram que o Buda deve ter sido uma reencarnação de Lao Tzu, o alegado fundador do budismo, ou, fundador do taoísmo, uma das religiões mais antigas e importantes da China. Também traduzido como Lao-tsé ou Lao-tzu, também pode ter sido um shih, isto é, arquivista, historiador e astrólogo na corte da dinastia Chou, a ele é atribuída a autoria do Daode Jing, o chamado Livro da razão suprema, livro taoista fundamental, melhor dizendo, a “bíblia taoista”.  Sua doutrina defendia a existência de um princípio supremo, o tao, que regeria o curso do universo. Todas as coisas têm origem no Tao (significado), obedecem ao Tao (disciplina) e ao final retornam ao Tao, que pode ser descrito como o Absoluto, a ordem do mundo e, enfim, a concepção de natureza moral do homem bom. Taoísmo na China no século VI a. C e escritor do Tao Te Ching, uma das duas escrituras taoístas centrais, a outra é o mais antigo I Ching.   Há uma série de diferenças significativas entre as duas religiões que refletem a natureza muitas vezes otimista das religiões chinesas e as sombrias conclusões a que Sidarta Gautama chegou para o estado búdico no século V a. C.  Gautama Buda, o fundador daquilo que chamamos Budismo, viveu no Nordeste da Índia no século VI a. C.

Esse verdadeiro estado desperto inato, a natureza última da chamada mente ordinária, é a luminosidade-base. Este aspecto é algo que representamos abstratamente e experimentamos brevemente de tempos em tempos e, é possível que, jamais nos separamos deste legado da cultura. O seu primeiro nome era Siddhattha e o nome de família Gautama. O epíteto Buda significa em sânscrito “o iluminado”, “aquele que se deu conta”, ou, “aquele que assimilou a verdade”, foi-lhe atribuído mais tarde, após ter atingido estágio espiritual superior, aos 35 anos de idade. Siddhattha Gautama também era chamado de Bhagava (“o abençoado”) por seus discípulos, mas também de Shakyamuni (“o iluminado”, do clã Shakya), uma vez que nasceu no clã Shakya, que dominava a porção do território indiano postado na borda meridional nepalesa.  A força econômica e militar do Império Tang baseava-se num sistema de distribuição equitativa da terra para a população agrária adulta masculina. Como resultado do crescimento demográfico por volta do século VIII, os pequenos proprietários herdavam propriedades ainda menores, mas o valor do imposto territorial se mantinha regularmente, o que motivava os camponeses a abandonar suas terras, reduzindo a receita do Estado.

           A primeira dessas diferenças é a crença taoista básica de que a vida é boa e pode ser melhorada seguindo o Tao ou o Caminho da natureza, que nos fornece o exemplo supremo de como viver de maneira natural e harmoniosa. Os budistas, por outro lado, mantêm a crença que a vida está sofrendo, ou Dukkha,  um dos princípios fundamentais do budismo. É chamado de “a primeira nobre verdade”, sendo causado pelas nossas emoções perturbadoras (kleshas). É preciso ressaltar que a tradução de dukkha como “sofrimento” é considerada incompleta, muitos autores propõem outras traduções alternativas como: insatisfatoriedade, alegria e sofrimento juntos, “estresse” e “o que é difícil de suportar”. Dukkha refere-se a toda experiência condicionada no Samsara, sejam nossos momentos infelizes ou até felizes. A razão dos momentos felizes também serem consideradas dukkha é que com a separação daquilo que nos faz felizes também estamos condicionados a sofrer. O Buda não nega a felicidade desses momentos, mas aponta para uma felicidade maior, que não depende das condições externas e portanto não é frágil como a felicidade mundana. É necessário enfatizar de que todos os vários aspectos históricos e sociais de dukkha de fato tem sua origem em causas, o que assim possibilita na cultura, sua investigação permanente e, seu término. Ao encontrar as causas-raiz de dukkha e destruí-las, a vida humana pode se tornar feliz e próspera. 

          Max Weber observou que durante doze séculos, a posição social na China foi determinada mais pelas qualificações para a ocupação dos cargos do que pela riqueza. Essa qualificação, por sua vez, era determinada pela educação, e especialmente pelos exames. A China fizera da educação literária a medida do prestígio social de modo o mais exclusivo, muito mais do que na Europa durante o período dos humanistas, ou na Alemanha. Mesmo durante o período dos Estados Belicosos, a camada de aspirantes a cargos que tinham educação literária – e originalmente isto significava apenas que tinham conhecimento da escrita – estendia-se por todos os estados individuais. Os letrados foram os portadores do progresso no sentido de uma administração racional e de toda “inteligência”. A estrutura cada vez mais burocrática das organizações políticas dos estados chineses e de seus veículos deu à tradição literária da China a sua marca característica. Durante mais de dois mil anos, os letrados foram, claramente, a camada dominante na China, e ainda o são. Seu domínio foi ininterrupto, e contestado por vezes com vigor, mas sempre renovado e ampliado. Segundo os Anais, o Imperador dirigiu-se aos letrados e apenas a eles, como Meus Senhores, pela primeira vez em 1496.  

            Hinduísmo é uma tradição religiosa que se originou no subcontinente indiano. É frequentemente chamado de Sanātana Dharma pelos seus praticantes, frase em sânscrito que significa “a eterna (perpétua) dharma (lei)”. Num sentido mais abrangente, o hinduísmo engloba o bramanismo, isto é, a crença na “Alma Universal”, Brâman; num sentido mais específico, o termo se refere ao mundo cultural e religioso, ordenado por castas, da Índia pós-budista. De acordo com o livro: História das Grandes Religiões, o hinduísmo é um estado de espírito, uma atitude mental dentro de seu quadro peculiar, socialmente dividido, teologicamente sem crença, desprovido de veneração em conjunto e de formalidades eclesiásticas ou de congregação: e ainda substitui o nacionalismo. Entre as suas raízes está a religião védica da Idade do Ferro na Índia e, como tal, o hinduísmo é citado frequentemente como a “religião mais antiga”, a “mais antiga tradição viva” ou a “mais antiga das principais tradições existentes”. É formado por diferentes tradições e composto por diversos tipos, e não possui um fundador. Estes tipos sociais de subtrações e denominações, quando somadas, fazem do hinduísmo a terceira maior religião, depois do cristianismo e do islamismo, com aproximadamente um (01) bilhão de fiéis, dos quais cerca de 905 milhões vivem na Índia e no Nepal. Outros países com populações significativas de hinduístas são Bangladesh, Sri Lanka, Paquistão, Malásia, Singapura, ilhas Maurício, Fiji, Suriname, Guiana, Trinidad e Tobago, Reino Unido, Canadá e Estados Unidos da América.

O nome Sikh significa discípulo. O fundador da seita, Nanak, agora chamado de  Sri Guru Nanak Deva, um Hindu pertencente à casta Kshastrya, nasceu perto de Lahore, em 1469 e morreu em 1539. Sendo desde a infância de um turno de espírito religioso, ele começou a vagar por várias partes e regiões da Índia, e gradualmente venceu um sistema religioso que a partir da revolta ao politeísmo vigente, ceremonialism, casta e exclusividade, levou para seu chefe as doutrinas a unicidade de Deus, a salvação pela fé e boas obras, como as relacionadas a igualdade e a fraternidade do homem. A nova religião espalhou-se rapidamente e, sob a liderança de nove sucessivos gurus ou professores, logo se tornou um rival ativo não só para o Hinduísmo mais velho, mas também para o recente Islamismo remanescente das dinastias reinantes. Os discípulos sikhs foram, portanto, um pouco maltratados pelos que regem. Esta perseguição só deu determinação para a seita, que gradualmente assumiu um caráter militar e tomou o nome de Singhs ou “guerreiros campeões”, sob Govind Sing, seu décimo e último guru, que tinha sido provocado por alguns graves maus-tratos de sua família pelos governantes muçulmanos, que começaram a guerra com o ativo Imperador de Nova Délhi.  

Os Sikhs foram derrotados e gradualmente conduzidos de volta para as montanhas. A profissão de sua fé tornou-se um “crime capital”, e foi só o declínio do poder mongol, após a morte de Aurungzeb em 1707, o que lhes permitiu sobreviver. Depois, aproveitando as oportunidades que surgiram a partir de seus esconderijos, organizaram as suas forças, e criou uma supremacia bélica sobre uma parte da rodada de Punjab sobre Lahore. A inversão ocorreu em 1762, quando Ahmed Shah mal os derrotou e profanou o templo sagrado em Amritsar. Apesar de se inverter este manged ainda para estender seu domínio ao longo das margens do Sutlej e os rios Jumna, a norte, tanto quanto Peshawar e Rawalpindi, e para o sul ao longo das fronteiras do Rajputana. Em 1788 o Mahrattas excedeu o Punjab e trouxe aos sikhs sob seu tributo. Após o Mahrattas sobrevida dos britânicos, que recebeu a adesão de uma parcela dos sikhs, em 1803, e mais tarde, em 1809, realizou um tratado de defesa contra o inimigo Runjeet Singh, que embora ele próprio um proeminente líder Sikh, arrogante e tinha revelado intolerável para outras partes da seita. Vários outros tratados entre os britânicos e os sikhs, com vista à abertura do Indus e Sutlej ao comércio e navegação, foram assumidos, mas como esses acordos não foram mantidos, o britânico declarou guerra a sikhs em 1845. Em 1848, em parte por meio da derrota real, em parte pela desorganização interna e falta de líderes, o poder dos sikhs foi quebrado, mas gradualmente se estabeleceram entre o resto da população, preservando apenas os seus religiosos distintivos intactos. De acordo com o censo de 1881, o número de sikhs foi descrito sob o número de 1.853.426, que no censo de 1901 subiu para 2.195.339.

            Os seus livros sagrados, o chamado “Granth”, cujo original é preservado e venerado na grande templo de Amritsar é constituído de duas partes: “Adi Granth”, o primeiro livro ou livro de Nanak, com acréscimos posteriores compilados pelo quinto guru, Arjoon, e com sucessivos aditamentos de gurus mais tarde que desceu para o nono, e contribuições de diversos discípulos e devotos, em segundo lugar, O Livro do Décimo Rei, escritos por Guru Govind Sing, o décimo e último guru, principalmente com o fim de “incutir o espírito bélico na seita”. Foi um líder religioso, guerreiro, poeta e filósofo. Ele foi o último dos 10 Gurus Siques humanos e sucedeu seu pai, o Guru Tegh Bahadur como líder dos siques aos nove anos de idade. Entre suas notáveis contribuições ao siquismo estão os Cinco K, os cinco artigos de fé que os siques pertencentes à Khalsa usam o tempo todo, tendo iniciado a Khalsa em 1699, e a sua contribuição à formalização contínua da religião, fundada pelo primeiro guru, Nanak, no século XV. Ele foi o décimo guru “sique”, atribuindo a condição de guru ao décimo primeiro e eterno guru, o Guru Granth Sahib. A teologia contida nesses livros é distintamente monoteísta. Grandes homens e santos, mesmo se divinamente inspirada, não estão a ser adorado, nem mesmo os gurus sikhs próprios. O uso de imagens é tabu, culto cerimonial, ascetismo e castas, restrições são explicitamente rejeitadas. Seus líderes estão mortos simplesmente para ser saudado pelo lema “guru Ave” e o objeto único material a ser exteriormente reverenciado é o Granth, livro sagrado na prática.                             

            Foi de intensa importância para a forma tomada pela cultura chinesa em sua evolução o fato de que essa camada destacada de intelectuais jamais tivesse adquirido o caráter dos clérigos do cristianismo ou do islã, ou dos rabinos judaicos, ou dos brâmanes indianos, ou dos sacerdotes do Egito antigo, ou dos escribas egípcios ou indianos. É significativo que a camada dos letrados chineses, embora desenvolvida pelo treinamento ritual, tivesse origem numa educação para uma nobreza leiga. Os “letrados” do período feudal, então finalmente chamados puo che, ou seja, que tem como significado “bibliotecas vivas”, eram, em primeiro lugar, eficientes no ritualismo. Não nasceram, porém, dos clãs de uma nobreza sacerdotal, tal como os clãs Rishi do Rig-Veda, ou de uma corporação de feiticeiros, como ocorria, com toda a probabilidade, com os brâmanes do Atharva-Veda. Enfim, na China, os letrados remontam, em sua maioria pelo menos, aos descendentes, provavelmente filhos mais novos, de famílias feudais que haviam adquirido uma educação literária, especialmente o conhecimento da escrita, e cuja posição social se baseava nesse conhecimento da escrita e da literatura. Um plebeu, podia também adquirir um conhecimento da escrita, embora, considerando o sistema chinês de escrita, fosse difícil. Mas, pensando assim, se o plebeu conseguisse, partilhava do prestígio de qualquer outro erudito. Mesmo no período feudal, a camada dos letrados não era hereditária ou exclusiva – outro contraste com os brâmanes.

            O primeiro romance de Gelling Yan foi publicado em 1985. Ela é autora de romances como:  The Banquet Bug, publicado como The Uninvited, no Reino Unido e The Lost Daughter of Happiness, bem como uma coleção de histórias intitulada: White Snake and Other Stories. Vários dos trabalhos de Yan foram adaptados para o cinema, incluindo Xiu Xiu: The Sent-Down Girl, dirigido por Joan Chen, e Siao Yu, dirigido por Sylvia Chang e roteiro co-escrito pelo cineasta Ang Lee. Nesta démarche Zhang Yimou, o diretor chinês de To Live and Raise the Red Lantern adaptou seu romance13 Flores de Nanjing para a tela como As Flores da Guerra (2012) e seu filme Coming Home foi baseado no romance de Geling Yan, The Criminal Lu Yanshi.  A trama desenrola-se durante a invasão militar japonesa da cidade de Nanquim, em 1937. O massacre resultou na morte de cerca de 300.000 civis, além do estupro de mulheres e crianças. Inspirada no livro 13 Flowers of Nanjing, título da edição chinesa, de Yan Geling, a obra representou a China no último Oscar de melhor filme estrangeiro, mas ficou fora da disputa. A direção de Zhāng Yimou rememora o episódio da ocupação dos japoneses nos primeiros estonteantes minutos. Em seguida, são as representações das personagens.   

            Christian Bale interpreta John Miller, um coveiro norte-americano que é visto de surpresa em meio a tiroteios e explosões. Para sobreviver ao extermínio histórico e pontual, ele se passa por padre e consegue refúgio numa igreja católica, território neutro no combate. Embora duvidoso e oportunista, Miller vira zelador de um jovem grupo de estudantes religiosas. A situação beira o caos quando treze prostitutas exigem abrigo. E Miller, encantado pela líder delas, a estreante Ni Ni, joga todo seu charme de cafajeste para levá-la para a cama. O realizador demonstra os japoneses com a mesma brutalidade dos nazistas. Não falta-lhe per se sutileza na transformação protagonista: de bonachão  mau-caráter a herói das putas reprimidas. A história social sustenta o interesse do começo ao fim de envolvimento das personagens de duas horas de duração. Os conflitos entre as meninas virgens e as abusadas, cortesãs, rendem momentos menos pesados. No terço final, uma inesperada reviravolta traz imaginação para comover a plateia. Esse talvez seja o melhor filme de duas décadas de carreira de Zhāng Yimou. A iniciativa de abandonar a fantasia para abraçar a realidade opera o abstrato ficcional favorável.

Nasceu na cidade de Xian, capital da província de Shaanxi, em 1951. Vindo de uma família de militares, passou dificuldades financeiras, sociais e psicológicas na infância durante a Revolução Cultural: abandonou a escola, e durante a adolescência foi obrigado a trabalhar em uma plantação de algodão, e logo depois na indústria têxtil. Em entrevista, afirma que sua família era considerada de “passado incorreto”, diante do posicionamento político contrario ao da revolução comunista. Autodidata, pintava telas e começou a praticar fotografia, chegando a vender o próprio sangue para conseguir comprar a primeira câmera. Sua infância e adolescência necessita da consciência de que infância e adolescência ocorreram durante o movimento definidor do país, identificado como Revolução Cultural, que viria a ser recorrente fonte de inspiração para sua obra. Na morte de Mao Tse-tung (1976) depois dos dez anos sem produção cinematográfica, e sem demanda de ensino, a Academia de Cinema de Pequim abriu concurso para 30 alunos. A procura foi tão grande que mais de três mil candidatos se inscreveram para concorrer à vaga. Eram pessoas sem escolaridade, operários e camponeses que viram o curso como uma oportunidade para mudar de vida. Zhāng Yimou que ainda trabalhava na indústria têxtil, alcançava 28 anos um ano a mais do que permitia o Edital. Montando um portfólio com fotografias e vídeos, conseguiu uma vaga no curso de cinegrafista. Sobre a candidatura a vaga, o diretor explica: “o que importava era sobreviver. Eu queria uma mudança. Eu já tinha 28 anos, e queria uma oportunidade de fazer faculdade. Poderia estudar qualquer coisa. Eu não tinha exigências quanto a interesses, hobbies ou fé e não tinha nada a ver  com ideais ou ambições”.

Yan Geling trabalhou sobretudo em outros roteiros, incluindo uma biografia de Mei Lanfang, um notável artista da ópera de Pequim no teatro chinês moderno, a estrela da ópera de Pequim, para o diretor chinês Chen Kaige. Em 1924, Mei foi para o Japão depois de saber sobre o grande terremoto Kantō que havia causado destruição. Durante sua estada, ele não apenas se apresentou, mas também doou para ajudar a causa. No ano de 1910, Mei se casou com Wang Minghua, e eles finalmente tiveram um filho e uma filha juntos. Ainda casado com Wang, ele se casou com sua segunda esposa em 1921, que também era atriz de ópera. O nome dela era Fu Zhifang e juntos tiveram nove filhos. Em 1925, ele começou a sair com uma terceira mulher, que também era atriz. Eles viveram juntos solteiros por cinco anos antes de se separarem. A filha de Mei, Mei Baoyue, era uma artista de ópera chinesa.  O filho de Mei, Mei Baojiu (1934-2016), era um performer de ópera chinesa. O filme Forever Enthralled de 2008, de Chen Kaige, é um relato biográfico de Mei Lanfang. Mas, nossa Yan Geling é bacharel em Literatura pela Wuhan University, uma universidade nacional de pesquisa localizada em Wuhan, Hubei. É uma das universidades mais prestigiadas e seletivas da China e foi reconhecida pelo Ministério da Educação da China como uma Universidade de Classe A de Primeira Classe, e Master in Science em Belas Artes em Redação de Ficção pela Columbia College Chicago. É uma instituição privada especializada em disciplinas de artes e mídia e localizada em Chicago, Illinois. Fundada em 1890, possui mais de 60 cursos de graduação e pós-graduação. É credenciado pela Comissão de Ensino Superior.

A transitoriedade e insubstancialidade dos fenômenos é um fato social de comunicação espetacular que pode causar sofrimento de acordo com nossa visão. O Columbia College Chicago não é afiliado à Columbia University , ao Columbia College Hollywood ou a qualquer outro Columbia College dos Estados Unidos da América. Esse sofrimento pode ir na sequência do pior sentido de sofrimento e dor às menores frustrações e insatisfações sociais que todos nós experimentamos no nosso cotidiano. Essa diferença de atitude leva a uma diferença de objetivos entre as duas religiões. O objetivo primacial do taoista é simplesmente viver em harmonia com o Tao. Assim poderá alcançar bons renascimentos em vidas futuras. Em alguns casos alcançar a imortalidade, um objetivo ligeiramente nebuloso que pode ir da imortalidade física literal à imortalidade celestial. Isso envolve naturalmente permanecer imóvel por uma década com o objetivo de conseguir fundir o corpo e o espírito em um movimento abstrato de “corpo de luz” de uma maneira que tenha uma semelhança passageira com a realização budista tibetana do corpo Arco-Íris. Um conceito apreendido no budismo tibetano quando começa transformar tudo em luz em que o corpo do Mestre desaparece deixando apenas roupas ou, às vezes, as unhas dos pés. É dito ser o estado mais elevado alcançável no reino de Samsara antes da percepção da “luz clara” do Nirvana.                   

Vale lembrar na esfera política que a ascensão de Deng Xiaoping, em dezembro de 1978, o Partido Comunista Chinês,  sob o comando de Hua Guofeng, manteve as mesmas diretrizes, optou-se por este intervalo como parte do Período Mao. Em 5 de fevereiro de 1973, China e Japão concordaram em restabelecer os laços diplomáticos. No ano seguinte, iniciaram as negociações para um tratado de paz entre os dois países, progresso estagnado abruptamente em 1975. A China insistia na inclusão da cláusula de anti-hegemonia, contrariando claramente os interesses da giant União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) enquanto o Japão contestava a cláusula e mantinha uma postura aparentemente de neutralidade axiológica na Ruptura sino-soviética. A China e o Japão são, respectivamente, a segunda e terceira maiores economias do mundo global. Em 2008, o comércio entre ambos chegou a 266,4 bilhões de dólares, com aumento de 12,5 % em 2007, tornando a cooperação entre China e Japão os maiores parceiros comerciais mútuos. A China é a principal rota das exportações japonesas desde 2009.                 

Há milênios, as artes marciais (wushu) apareceram na China. Muitos tipos de artes cênicas foram influenciados pelos movimentos, técnicas e piruetas das artes marciais. As formas originais de muitos movimentos da dança clássica chinesas eram semelhantes aos daquelas artes marciais; apenas eram realizados de maneira diferente e o que exigiam era diferente. Mais tarde, durante os cinco mil anos de formação da cultura chinesa, a dança clássica chinesa foi sendo continuamente enriquecida e isso foi o que emergiu o aspecto “atitude/postura” da dança clássica chinesa. E isso foi também a origem do estilo que a dança clássica chinesa assumiu ao longo do processo de sua transmissão. O modus vivendi como uma pessoa de um determinado grupo étnico se move contém as qualidades distintas particulares do grupo. Os movimentos corporais das pessoas chinesas têm, naturalmente, uma velada expressão chinesa. Mas o estudo e a prática têm demonstrado que, mediante formação específica em “atitude/postura” e “forma”, pessoas de outras etnias também podem adquirir essa mesma expressão. A dança clássica chinesa foi executada em uma variedade de formas técnicas e sociais com destaque para peças teatrais. Ao longo das diferentes dinastias progrediram danças executadas na corte imperial assumindo progressivamente  características sociotécnica.                                   

Entre os gentios a chamada “dança de rua” se espalhou principalmente mediante imitação, enquanto que, entre os artistas de rua, ela se difundiu  por meio das técnicas das artes marciais. Antes das dinastias Qin e Han entre 221 e 220 d. C., havia artistas que realizaram sequências de artes marciais. Os acrobatas usavam principalmente piruetas. Durante as dinastias Tang e Song entre 618 e 1279 d. C., a maior parte dos espetáculos de “dança de rua” continha formas e técnicas de dança clássica chinesa. Piruetas, em particular, foram utilizadas por praticamente todos os artistas de rua. Este é mais um exemplo de como, dentro da cultura chinesa, de modo geral, as técnicas e o uso de diferentes formas de arte têm influenciado uma a outra simultaneamente.  Um dos períodos históricos mais prósperos da época feudal chinesa, a Dinastia Tang viu crescer intensamente a agricultura, o comércio, a siderurgia, a literatura, a arte e as construções navais. O governo relacionou-se diplomaticamente com os vizinhos, como o Japão, a Coreia, a Índia e a Pérsia. Mas as rebeliões camponesas continuaram, culminando com o novo império de Huang, em 875, mas que seriam logo dissolvidos. Em 1279, pela primeira vez o país foi completamente dominado por estrangeiros. Inovações como a impressão e a porcelana chegaram à Europa com o progressivo desenvolvimento da navegação chinesa. No vaivém do poder, com o declínio da Dinastia Song, Kublai Khan difundiu o domínio mongol que começara com seu avô, Gengis Khan.          

O rei Asoka foi um imperador indiano da dinastia máuria que reinou entre 273 e 232 a. C. que teve papel determinante no expansionismo budista, constituindo-se em um arquétipo ideal de missionário ardente. Graças a ele, o Budismo deixou de ser apenas mais uma dentre centenas de religiões restritas ao Nordeste da Índia, para se tornar uma religião mundial. Mesmo com a morte de Asoka e o declínio do Budismo na Índia, as duas escolas prosseguiram a sua peregrinação, espalhando-se pelo mundo. Neste sentido, segundo Diniz (2010) a antiga Rota da Seda cumpriu importantíssimo papel social, uma vez que, além de transportar mercadores, mercadorias e migrantes, essa via de comunicação internacional também foi utilizada na dispersão do Budismo. A Rota da Seda, termo cunhado pelo geógrafo alemão Ferdinand von Richthofen, constituía-se em importante rota de comércio e processo de comunicação e método de trabalho que comercialmente ligava o Oriente ao Ocidente, ligando Xi’na na China, às cidades portuárias mediterrâneas de Antioquia e Tiro. Uma extensa rede de estradas da Índia a  pontos da Rota da Seda e a outras vias terrestres de comércio, ligando o subcontinente indiano ao atual Mianmar e ao restante Sudeste asiático. Rotas terrestres de comércio também prosseguiam no sentido leste, ligando Xi’an, na China, a península coreana. 

Estas rotas comerciais não só foram significativas para o desenvolvimento e florescimento de grandes civilizações, como o Egito Antigo, a Mesopotâmia, a China, a Pérsia, a Índia e até Roma, mas também ajudaram a fundamentar o início do mundo moderno. Rota da seda é uma tradução do alemão Seidenstraße, a primeira denominação do caminho feita pelo geógrafo alemão Ferdinand von Richthofen no século XIX. Muitas caravanas já seguiam essa rota antiga desde 200 a. C. No passado remoto, os chineses aprenderam a fabricar seda a partir da fibra branca dos casulos dos bichos-da-seda. Só os chineses sabiam como fabricá-la, pois de acordo com Marx (1973: 189), uma época econômica se distingue de outra, não tanto pelo que se fabrica, senão pela maneira de fabricá-lo, pelos meios de trabalho com os quais se fabrica. Os meios de trabalho são a escala que mede o desenvolvimento do trabalhador, e os exponentes das relações sociais no seio das quais trabalha. Mas os meios mecânicos, que em conjunto podem ser chamados sistema ósseo e muscular da produção, oferecem caracteres muito mais distintos de uma época econômica que os que servem anda mais que para receber e conservar os objetos ou produtos do trabalho, e cujo conjunto é encadeia-se  assim como o sistema vascular da produção, tais são objetos, por exemplo, como jarros, cestos, vasilhas e cântaros etc. E, neste caso do processo manufatureiro mantinham segredo bem guardado.           

Quando eles  juntos contataram as cidades do Ocidente, através dos processos de trabalho encontraram pessoas dispostas a pagar muito caro pela seda. Os dois lados da rota aprenderam muito sobre culturas diferentes das suas, e isso expandiu suas ideias sobre o mundo. A partir dos finais do século XIX, sob a influência das várias igrejas cristãs, e, especialmente dos missionários protestantes, os intelectuais chineses começaram a despertar para “a necessidade de repensar o estatuto da mulher na sociedade chinesa”. Com a conquista vitoriosa da República, a luta pela emancipação da mulher é assumida pelo poder político. O movimento feminista inicial, por transplante da influência ocidental, que desde cedo começou também a evidenciar características chinesas. Assim, a libertação das mulheres, desenvolveu-se, por um lado, seguindo os padrões feministas ocidentais, que valorizavam, sobretudo, a educação e a aquisição de direitos cívicos e econômicos para as mulheres. Mas, por outro lado deu origem as tentativas de libertação de contornos que podem ser interpretados como “mais revolucionários e nacionalistas”. Para muitas feministas chinesas, a emancipação da mulher só faria sentido se fosse integrada no movimento político generalizado de libertação absoluta do país, leia-se das influências sociais, tanto dinásticas, quanto das formas de propagandas estrangeiras. Esta segunda vertente do movimento social feminista acabou integrado necessariamente no partido comunista chinês.

Qiu Jin (1875-1907) também reconhecida pelo pseudônimo de Jianhu Nüxia, foi uma revolucionária chinesa histórica, escritora e feminista, e membro da Tongmenghui,  Liga Chinesa Unida, Liga Unida, Aliança Revolucionária Chinesa, Aliança Chinesa e Leal Sociedade Unida, foi uma sociedade secreta formada por Sun Yat-sen em Tóquio, Japão, em 20 de agosto de 1905. Em 1906, uma ramificação foi aberta em Singapura. Ela foi executada após um plano mal sucedido de derrubar a Dinastia Qing. É considerada uma heroína nacional na China. Nascida em Shaoxing, Qiu cresceu em uma casa ancestral chinesa na vila de Shanyin. Quando jovem, estudou esgrima, equitação, poesia e literatura e a história de Hua Mulan. Seu casamento infeliz lhe fez pensar e gerar novas ideias consideradas posteriormente perigosas para o governo. Logo ela se tornaria membro da Tríade, que advogava a queda da dinastia Qing e restauração da dinastia Han ao poder. Em 1903, ela decidiu viajar e estudar no Japão, deixando seus dois filhos sob a proteção da família. Matriculando-se, inicialmente, em uma escola de japonês, em Surugadai, ela logo se transferiria para uma escola para mulheres em Kōjimachi, dirigida por Shimoda Utako. Qiu Jin era reconhecida por sua habilidade com as artes marciais, por usar roupas masculinas ocidentais e nacionalismo anti-ideologia Manchu. Ele se juntaria à anti-Qing, Guangfuhui, liderada pelo chefe Cai Yuanpei que em 1905 junto de Qiu encabeçaria vários grupos armados revolucionários chineses para formar o Tongmenghui, por Sun Yat-sem.   

Em 6 de julho de 1907, Xu Xilin foi preso pelas autoridades antes do levante em Anqing. Ele confessou seu envolvimento sob forte interrogatório e foi executado. Em 12 de julho, as autoridades prenderam Qiu Jin na escola para meninas onde era diretora. Ela foi torturada e interrogada, mas se recusou a admitir seu envolvimento na conspiração para derrubar a dinastia Qing, apesar dos documentos encontrados que a incriminavam. Poucos dias depois, ela foi levada para praça pública, onde foi decapitada, aos 31 anos de idade. Qiu foi imediatamente erguida ao status de heroína e mártir pelos revolucionários, tornando-se um símbolo para a independência feminina na China. Qiu Jin foi imortalizada no imaginário individual e coletivo chinês e em sua literatura depois de sua morte. Ela está sepultada ao lado do Lago do Oeste, em Hangzhou. O governo estabeleceu um museu em sua homenagem em sua antiga casa, em Shaoxing. Sua vida foi retratada em dois filmes: um, intitulado simplesmente Qiu Jin, foi lançado em 1983 e dirigido por Xie Jin; o segundo foi lançado em 2011, intitulado Jing Xiong Nuxia Qiu Jin ou The Woman Knight of Mirror Lake, e dirigido por Herman Yau. Por ser sempre lembrada como mártir, líder feminista e heroína do povo chinês, seus trabalhos literários costumam ser esquecidos, em alguns casos, ou postos de lado, apesar de não serem muito numerosos. Seus escritos refletem seu reconhecimento de literatura clássica e Qiu Jin escrevia poesia tradicional.

Yan Geling nasceu em Xangai, na China, em 16 de novembro 1958. Ela é a segunda filha de Yan Dunxun e Jia Lin. Ela tem um irmão mais velho, Yan Geping. Seu  pai é ex-aluno da Faculdade de Arquitetura e Planejamento Urbano da Universidade de Tongji, é uma universidade abrangente localizada em Xangai. Fundada em 1907 pelo governo alemão com médicos alemães em Xangai, Tongji é uma das universidades mais antigas, seletivas e prestigiadas da China. Yan começou a se apresentar como dançarina aos 12 anos. Ela serviu no Exército de Libertação do Povo, em Chengdu, alcançando um posto equivalente a tenente-coronel, durante a Revolução Cultural no Tibete e mais tarde jornalista na Guerra Sino-Vietnamita, de 1979, ou conflito sino-vietnamita, também reconhecido como invasão chinesa do Vietnã foi um breve conflito de 17 fevereiro a 16 de março que envolveu a recém-unificada República Socialista do Vietnã apoiada pela União Soviética, contra a República Popular da China e seu aliado Kampuchea Democrático. Yan Geling é uma escritora nascida em Xangai e com dupla nacionalidade também norte-americana. Uma reveladora autora de um grande número de romances, contos e scripts, representado um texto com uma série normativa de instruções escritas para serem seguidas. Ou por pessoas em peças teatrais ou programas televisivos, ou executadas tecnologicamente por um programa de computador. Muitas de suas obras literárias escritas foram adaptadas para a mídia audiovisual. Ela é atualmente representada pela agência literária Peony, com sede em Hong Kong.

A vida social deriva inexoravelmente de uma dupla fonte: a similitude das consciências e a divisão do trabalho social. O indivíduo é socializado no primeiro caso, porque, não tendo individualidade própria, confunde-se como seus semelhantes, no seio de um mesmo tipo coletivo; no segundo, porque, tendo uma fisionomia e uma atividade pessoais que o distinguem dos outros, depende deles na mesma medida em que se distingue e, por conseguinte, da sociedade que resulta de sua união. Esta divisão dá origem às regras jurídicas que determinam as relações das funções divididas, mas cuja violação acarreta apenas medidas reparadoras sem caráter expiatório. De todos os elementos técnicos e sociais que ocorreram no âmbito da civilização, a ciência nada mais é que a consciência levada a seu mais alto ponto de clareza. Nunca é demais repetir para que as sociedades possam conviver nas condições de existência que lhes são dadas, é necessário que o campo da consciência se estenda e se esclareça. Ipso facto, não se trata apenas de uma decisão meramente individual, idealizada pela imaginação (o sonho), mas coletiva no âmbito da cristalização dos mitos, dos ritos, dos símbolos.       

Quanto mais obscura uma consciência no trabalho, mais é refratária à mudança social, porque não vê depressa o que é necessário mudar. Nem em que sentido é preciso mudar. Uma consciência esclarecida sabe preparar de antemão a maneira de se adaptar a essa mudança risível. Eis porque é necessário que a inteligência guiada disciplinarmente pela ciência adquira uma importância maior no curso da vida coletiva. Tais sentimentos são capazes de inspirar não apenas esses sacrifícios cotidianos, mas também atos de renúncia completa e de abnegação exclusiva. A sociedade aprende a ver os membros que a compõem como cooperadores que ela não pode dispensar e para com os quais tem deveres. Na realidade, a cooperação tem sua moralidade intrínseca. Há apenas motivos para crer, em nossas sociedades, essa moralidade ainda não tem o desenvolvimento que lhes seria necessário. Daí resulta duas correntes da vida social, que correspondem dois tipos de estrutura não menos diferentes. Dessas correntes, a que tem sua origem nas similitudes sociais corre a princípio só e sem rival.

Historicamente entre a derrota chinesa para os ingleses na 1ª Guerra do Ópio, em 1842, analisada por Marx (1973: 414; 577) quando afirma, passim, que por volta de 1842 começou a ceder a pressão que pesava sobre a indústria inglesa, de maneira quase ininterrupta desde 1837. E nos anos que seguiram, a demanda estrangeira de produtos industriais ingleses ocorreu em constante aumento. 1845-1846, a guerra do ópio havia aberto a China para o comércio inglês. O novo mercado oferecia um novo pretexto para uma ampliação já em pleno desenvolvimento da indústria, em especial a de algodão. Ademais, se considerasse a Índia e China juntas, o balanço seria então, desfavorável para a Inglaterra: China tenderia que efetuar incessantes e fortes pagamentos para a Índia pela compra de ópio, e Inglaterra deveria fazer seus pagamentos a China, de modo que por esse rodeio as somas invertidas chegariam a Índia (1787, 1788). Posteriormente, com o advento da Revolução Chinesa, em 1949, a China esteve envolvida em seguidos conflitos internos e externos de grandes proporções beligerantes, que redundaram em elevadas perdas humanas e materiais e significativa instabilidade política no país.

Esta é a questão político-afetiva: Qual caminho a seguir? Desde a década de 1930, a condição social de rival mais importante da China coube ao Japão. Um país que alcançou rápido desenvolvimento econômico e social dentro da Ásia, tornando-se a mais importante potência econômica e militar deste continente antes do final do século XIX. China e Japão, portanto, não estão separados geograficamente somente por uma faixa marítima relativamente estreita. A China influenciou consideravelmente o Japão com seu sistema de caligrafia, arquitetura, cultura, filosofia e religião. Quando potências do Ocidente conduziram uma abertura do Japão ao comércio internacional no século XIX, o país voltou-se a modernização da Restauração Meiji, quando ocorreram uma série de transformações do regime teocrático Meiji. As mudanças se deram nas áreas políticas do governo, enxergando a China como uma sociedade incapaz de se defender de ameaças ocidentais especialmente por conta da derrota nas Guerras do Ópio, ou  Guerra Anglo-Chinesa, dos conflitos armados ocorridos entre o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, e o Império Qing, nos anos de 1839-1842 e 1856-1860.

As inúmeras invasões e tentativas de expansão japonesas sobre o território chinês entre as décadas de 1894 e 1945,  comparada a postura japonesa com relação a própria interpretação do passado são as principais fontes de discordância político-afetiva contemporânea entre os dois países. Após mais de um longo século de embates internos e invasões estrangeiras, o triunfo dos comunistas em outubro de 1949, com a Revolução Chinesa, encerrou o governo republicano burguês no país conduzido pelo Partido Nacionalista Chinês (Kuomintang) é o partido político que tem sido historicamente o governante da República da China, reconhecida como Taiwan desde a década de 1970, que se refugiou na ilha de Taiwan, dando continuidade fantasiosa à República da China. Faz-se necessário uma digressão do ponto de vista teórico em que nada fornece um melhor testemunho da filiação ideológica e política entre Antônio Gramsci e Vladimir Illich Lenin, ou exatamente o espectro político do leninismo, que o artigo em Ordine Nuovo, quando da morte de Lenin. Para Gramsci, influenciado por Lenin é antes de tudo o intelectual orgânico da revolução bolchevique. Esse poder de criação no campo do marxismo é o que marca, para Gramsci, toda a força expressiva de Lenin. – “Em que consiste” – escreve ele – “sua originalidade política e sua principal característica?

O bolchevismo é o primeiro movimento, na história internacional das lutas de classe, a ter desenvolvido a ideia da hegemonia do proletariado, e a ter posto em prática os principais problemas revolucionários abordados por Marx e Engels através de seu projeto teórico. A ideia de hegemonia proletária, precisamente porque precedida de uma prática histórica e concreta, afirma Macciocchi (1980: 84-86), implicava em si mesma na necessária busca de um aliado poder de classe: o bolchevismo realizou essa aliança, através da massa de camponeses pobres”. Pondo no centro desse esboço a famosa obra de Lenin: Duas Táticas da Socialdemocracia, Gramsci retomou seu estudo sobre a diversidade de dados históricos e confrontava  a situação dos bolcheviques com a da Itália, do ponto de vista da hegemonia da classe operária, para chegar à seguinte constatação: - a revolução apesenta-se praticamente como uma hegemonia sócio-política do proletariado servindo de guia a seu aliado, a classe camponesa. Daí desenvolve a tese leninista das alianças sobre as quais deve apoiar-se o conceito dialético de bloco histórico. O problema essencial diz respeito à natureza das relações que o (os) dirigentes mantêm com o partido da classe operária.  Enfim, durante os anos fatídicos de cárcere, os problemas do leninismo não haviam deixado de preocupar a mente do pensador marxista italiano. Na evolução dramática dos acontecimentos, o movimento revolucionário que, finalmente, havia triunfado era o de outubro de 1917.

Representava um imenso observatório, a partir do qual se descobria que a Terra não era plana, que não era o Sol que girava em torno dela, e que o sistema de Ptolomeu do pensamento político precisava ser substituído pela nova ciência de Galileu, poder-se-ia dizer: uma revolução havia ocorrido na ideologia e na teoria socialistas. Mas, uma vez descoberto esse novo continente abstrato da ciência, a questão permanecia dramaticamente colocada – como garantir então, no Ocidente, o triunfo revolucionário do proletariado, de uma classe operária já por diversas vezes vencida? O problema teórico que se colocava era o de saber como se articula a multiplicidade das rupturas através das quais a classe operária alcança o poder e tende a criar as condições de sua hegemonia. Na prisão (cf. Fiori, 1995), seu pensamento progride: é então com base nas diferenças existentes entre a Rússia e o Ocidente, ele elabora sua estratégia da “passagem da guerra de movimento à guerra de posição”. Isto quer dizer o seguinte: o primeiro termo designa substancialmente o enfrentamento direto pela tomada de poder; e o segundo, o vínculo orgânico que se estabelece com o conflito social e de classe que amadurece sob a direção do partido revolucionário, quando a luta aberta não é possível, ou então para preparar suas condições sociais de existência. Não existe aí nenhum imobilismo. Nenhuma pausa, nenhuma paz social. Mas de fato um novo tipo de guerra, com um caráter social totalmente distinto do enfrentamento político direto.                        

Em contrapartida, no continente, sob o comando do Partido Comunista Chinês (PCC), tinha início a República Popular da China fundada em 1911 após a queda da dinastia Qing que governou o continente chinês até 1949. Em 1945, a república chinesa adquiriu Taiwan do Império do Japão, após o fim da 2ª guerra mundial. Na fase de 1946-1949 da guerra de movimento de movimento da Guerra Civil Chinesa, o Partido Comunista com a guerra de posição derrotou o nacionalista Kuomintang no continente e estabeleceu a República Popular da China, em Pequim, em exatamente em 1° de outubro de 1949, enquanto o Partido Nacionalista mudou a sede do seu governo para Taipei. Desde então, a jurisdição da República da China está limitada à Taiwan e  ilhas em seu entorno incluindo Penghu, Kinmen e Matsu, o país recebe reconhecimento mundial diplomático limitado ao redor d o mundo. Acenava-se não apenas mediante a possibilidade de transformações sociais profundas no país na direção de uma sociedade igualitária, mas com o compromisso político em enfrentar os desafios relacionados ao desenvolvimento material, nitidamente atrasada em relação às nações industrializadas, e a preservação da integridade territorial do país após quase um século de invasões estrangeiras. O Período Maoísta (1949-1978), demarca o processo revolucionário da República Popular da China, em que Mao Tsé-tung, será a principal liderança política até a sua morte, em setembro de 1976. Sua contribuição teórica volumosa em estratégias militares, e suas políticas públicas comunistas são reconhecidas como maoísmo.

A vida social deriva inexoravelmente de uma dupla fonte: a similitude das consciências e a divisão do trabalho social. O indivíduo é socializado no primeiro caso, porque, não tendo individualidade própria, na esfera da vida social, confunde-se como seus semelhantes, no seio de um mesmo tipo coletivo; no segundo, porque, tendo uma fisionomia e uma atividade pessoais que o distinguem dos outros, depende deles na mesma medida em que se distingue e, por conseguinte, da sociedade que resulta de sua união. Esta divisão dá origem inevitavelmente às regras jurídicas que determinam as relações das funções divididas, mas cuja violação acarreta apenas medidas reparadoras sem caráter expiatório. De todos os elementos técnicos e sociais da civilização, a ciência nada mais é que a consciência levada a seu mais alto ponto de clareza. Nunca é demais repetir que para que as sociedades possam viver nas condições de existência que lhes são dadas, é necessário que o nível abstrato da consciência se estenda e se esclareça.

Quanto mais obscura uma consciência, tanto mais é refratária à mudança social, porque não vê depressa o que é necessário mudar. Nem em que sentido é preciso mudar. Uma consciência esclarecida sabe preparar de antemão a maneira de se adaptar a essa mudança risível. Eis porque é necessário que a inteligência guiada disciplinarmente pela ciência adquira uma importância maior no curso da vida coletiva. Tais sentimentos são capazes de inspirar não apenas esses sacrifícios cotidianos, mas também atos de renúncia completa e de abnegação exclusiva. A sociedade aprende a ver os membros que a compõem como cooperadores que ela não pode dispensar e para com os quais tem deveres. Na realidade, a cooperação também tem sua moralidade intrínseca. Há apenas motivos para crer, que, em nossas sociedades, essa moralidade ainda não tem todo o desenvolvimento que lhes é necessário. Daí resulta duas correntes da vida social, que correspondem a dois tipos de estrutura não menos diferentes. Dessas correntes, a que tem sua origem nas similitudes sociais corre a princípio só e sem rival.

O palito de fósforo fabricado é um artigo, curto, fino, feito de madeira, papelão, ou barbante encerado. Os palitos de fósforos feitos em papelão apareceram anos mais tarde e o responsável por esta invenção foi Joshua Pusey, um reconhecido advogado da Pensilvânia que fumava charutos. No processo de trabalho de sua fabricação apresentam oxidantes, enxofre e cola em uma das extremidades quando entra em atrito com a lixa. Na parte externa da caixa onde são guardados os palitos, nas laterais fabricadas com dextrina, fósforo e trissulfeto de antimônio II, ao riscar a lixa, no ato de fricção, se decompõe, arde nas baixas temperaturas e incendeia os demais produtos produzindo fogo. O elemento básico para fabricar fósforos foi descoberto acidentalmente em 1669 pelo alquimista alemão Henning Brand. Das tentativas de transformar metais em ouro Brand descobriu que o fósforo significa em grego “o que traz luz”. Em 1680 o cientista britânico Robert Boyle, um dos fundadores da química moderna, percebeu que uma chama era formada quando o fósforo era esfregado no enxofre. Acreditava Boyle que a chama não era causada pela fricção, mas sim por algo inerente ao fósforo e ao enxofre.

Na prática ele tinha razão. Encontrara o princípio que conduziria a invenção do fósforo. Coube ao farmacêutico inglês John Walker produzir, em 1827, palitos de fósforo que podem ser considerados, apesar de seu tamanho, o precursor de nossos fósforos. Palitos menores foram comercializados na Alemanha em 1832, mas ainda eram perigosos: costumavam incendiar sozinhos dentro da própria embalagem. Foi nos Estados Unidos da América que Alonzo D. Phillips de Springfield obteve, em 1836, uma patente para “fabricar fósforos de fricção” e os chamou “locofocos”, uma facção do Partido Democrata dos Estados Unidos que existia de 1835 até meados da década de 1840.  Mas o perigo só foi resolvido após a descoberta do fósforo vermelho, em 1845. Foi o sueco Carl Lundström que introduziu em 1855 fósforos seguros, chamados fósforos de segurança. Carl Ulf Sture Lundström é um empresário sueco. Carl Lundström é filho de Ulf Lundström e neto de Karl Edvard Lundström, fundador do maior produtor mundial de pão torrado, Wasabröd. Quando seu pai Ulf Lundström morreu em 1973, Carl Lundström era um dos cinco herdeiros de Wasabröd. Além do fósforo vermelho, seus ingredientes inflamáveis foram colocados em dois locais distintos: na cabeça do palito e do lado de fora da caixa, junto com o material abrasivo.

Um dos primeiros atos dos portugueses no Brasil em 1500 foi abater uma árvore para montar a cruz da primeira missa. Nesse gesto premonitório fez-se a primeira vítima da ocupação européia da Mata Atlântica, que cobria boa parte do território brasileiro. Nos cinco séculos que se seguiram, cada novo ciclo econômico que envolve com uma alternância de períodos de crescimento relativamente rápido do produto, com períodos de relativa estagnação ou declínio de desenvolvimento do país, significou mais um passo na destruição de uma floresta de um milhão de quilômetros quadrados, hoje reduzida a vestígios. A manufatura de palitos de fósforo data de 1833, quando se inventou o método de aplicação do fósforo ao palito. Desde 1845, essa manufatura desenvolveu-se rapidamente na Inglaterra e, depois de se espalhar pelas partes urbanas densamente povoadas de Londres, expandiu-se para Manchester, Birmingham, Liverpol, Bristol, Norwich, Newcastle e Glasgow e consigo o tétano, que já em 1845, um médico de Viena detectara “como doença peculiar aos fosforeiros”. A metade dos trabalhadores são crianças menores de 13 anos. Em virtude da insalubridade e repugnância, a manufatura é tão mal-afamada que apenas a necessidade parte da miséria da classe trabalhadora, com viúvas semifamélicas, etc., que entregam seus filhos a essas fábricas: “crianças esfarrapadas, semifamélicas, totalmente desamparadas e sem instrução”.

As formas de trabalho de muitos operam de modo planejado, uns ao lado dos outros, no mesmo processo global de produção ou em processos de produção diferentes, porém conexos, que segundo Marx, chama-se sociologicamente cooperação. As mulheres, desde 1949, na nova China revolucionária, passaram, a ocupar metade do Movimento do Céu (cf. Broyelle, 2018), que para tal deviam corresponder ao que a ideologia política representava para elas, que em princípio deviam libertar-se, sobretudo economicamente. Passariam a ser as forças produtivas modelares da China vermelha. Neste aspecto não há distinção entre economias capitalista e pós-capitalista. A mulher chinesa contempla uma figura política de peso nas cidades. Masculiniza-se, endurece e tem tendência a isolar-se, numa reação, por ventura natural, a um passado político de sofrimento, isolamento e muita dor. No campo a sua situação não melhora grandemente, sobrecarregada e dividida através da divisão social do trabalho entre as tarefas de casa e trabalho, continua a encontrar no suicídio uma resposta nem sempre confortante para os males que a afligem. Esta divisão dá origem às regras jurídicas que determinam as relações sociais das funções divididas, mas cuja violação acarreta apenas medidas reparadoras sem caráter expiatório. Do ponto de vista da organização do trabalho a gestão social de carreira envolve duas partes constitutivas e inseparáveis desde o taylorismo: organização e concepção. Diferente de décadas passadas, quando as organizações definiam as carreiras de seus empregados, na modernidade o papel do indivíduo na gestão se torna relevante e assume um papel progressivo, mas atípico.   

Bibliografia geral consultada.

MACCIOCCHI, Maria-Antonietta, Pour Gramsci. Paris: Éditions Du Seuil, 1971; MARX, Carlos, El Capital. Crítica de la Economía Política. Libro primeiro. Buenos Aires: Editorial Cartago, 1973; MARX-ENGELS, Sobre Literatura e Arte. 4ª edição. Lisboa: Editorial Estampa, 1974; HUBERMAN, Leo, História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1974; WEBER, Max, Ensaios de Sociologia. Organização e Introdução de H. Hans Gerth e Charles Wright Mills. 3ª edição. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1974; BAMBERGER, Joan, “The Myth of Matriarchy: Why Men Rule in Primitive Society”. In: ROSALDO, Michelle Zimbalist  and LAMPHERE, Louise (eds.), Women, Culture and Society. Califórnia: Stanford University Press, 1974; pp. 67-87; BACHOFEN, Johann Jakob, El Matriarcado: Una Investigación sobre la Ginecocracia en el Mundo Antiguo según su Naturaleza Religiosa y Jurídica. 2ª edicíon. Madrid: Ediciones Akal, 1992; FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana, Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Editor Artes Médicas Sul, 1999; LAJOLO, Marisa, Do Mundo da Leitura para a Leitura do Mundo. 6ª edição. São Paulo: Editora Ática, 2008; DINIZ, Alexandre Magno, “Surgimento e Dispersão do Budismo”. In: Espaço e Cultura. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, n° 27, pp. 89-105, jan./jun., de 2010; ENGELS, Friedrich, La Situazione della Classe Operaia in Inghilterra. Roma: Editore Lotta Comunista, 2011; GELING, Yan, La Novena Viuda. Madrid: Editora Alfaguara, 2011; Idem, I Tredici Flori della Guerra. Traduttore Letizia Sacchini. Milano: Editore Rizzoli, 2012; DÍAZ, Miguel Román, Los Derechos Humanos en el Pensamiento de Norberto Bobbio. Tesis Doctoral. Instituto de Derechos Humanos Bartolomé de las Casas. Getafe (Madrid), 2015; BROYELLE, Claudie, A Metade do Céu. O Movimento de Libertação das Mulheres na China. 2ª edição. São Paulo: Editora Nova Cultural, 2018; XINRAN, Dong, As Mulheres Chinesas no Fim do Século XIX e o Início do Século XX: Sob a Influência Ocidental. Dissertação de Mestrado. Programa de Estudos Interculturais Português/Chinês: Tradução, Formação e Comunicação Empresarial. Instituto de Letras e Ciências  Humanas. Universidade do Minho, 2019; COSTA, Danilo de Melo, “Como a China Conseguiu Crescer Economicamente e Ainda Criar o Maior Sistema de Educação Superior do Mundo”. In: SciELO em Perspectiva: Humanas, 2020; entre outros.