“É o mais popular atleta de luta greco-romana da história”. Antônio Strini
O nome Rússia é derivado da Rússia de Quieve, um Estado medieval povoado principalmente pelos Eslavos do Leste. No entanto, este nome próprio tornou-se mais proeminente posteriormente e o país normalmente era chamado por seus habitantes de “Русская Земля” (“russkaya zemlya”), que poderia ser traduzido como “Terra Russa” ou “Terra de Rus”. O nome atual do país, Россия (Rossiya), vem da designação grega bizantina Ρωσσία (Rossía) à Rússia de Quieve. A Federação da Rússia foi criada na sequência da dissolução da União Soviética, em 1991, mas é reconhecida como o Estado sucessor da URSS. O país é a 12ª maior economia do mundo por PIB nominal e a 6ª maior economia do mundo em paridade do poder de compra e com o quinto maior orçamento militar nominal. É um dos cinco Estados reconhecidos com armas nucleares do mundo, além de possuir o maior arsenal de armas de destruição em massa do planeta. A Rússia é membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, membro do BRICS, G20, Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), Organização para Cooperação de Xangai (OCX), Comunidade Econômica Eurasiática (CEEA ou EurAsEC), além de um destacado membro da Comunidade dos Estados Independentes (CEI). O povo russo pode se orgulhar da tradição de excelência em quase todos os aspectos das artes e das ciências humanas e sociais, e em tecnologia, incluindo de forma evidente o primeiro voo espacial humano em torno da Lua.
O Programa
espacial soviético é a designação dada para o conjunto de projetos e missões
executados pela antiga União Soviética (URSS) para exploração do espaço, tanto
por meio de sondas e voos não tripulados, quanto com espaçonaves tripuladas,
desde a década de 1930 até a sua dissolução em 1991. Atualmente é coordenado
pela agência espacial russa Roscosmos. Durante os seus sessenta anos de
história, esse programa, originalmente militar e secreto, foi responsável por
um grande número de metas pioneiras alcançadas na conquista do espaço,
incluindo: o primeiro míssil balístico intercontinental, o primeiro satélite
artificial (1957), o primeiro animal no espaço (1957), o primeiro homem no
espaço (1961), a primeira mulher no espaço, a primeira caminhada no espaço, o
primeiro veículo a entrar em órbita solar (1959), o primeiro impacto na Lua
(1959), a primeira imagem do lado escuro da Lua (1959), o primeiro pouso suave
na Lua (1966), o primeiro satélite artificial da Lua (1966), o primeiro rover
na Lua (1970), a primeira estação espacial e a primeira sonda
interplanetária a atingir a superfície de outro planeta. Estas iniciativas
pioneiras acabaram comprovando que era possível enviar artefatos humanos para o
espaço exterior e, mais importante, enviar seres humanos ao espaço.
O
programa espacial e de foguetes da União Soviética, teve no seu início a ajuda
de cientistas e principalmente, muitos engenheiros alemães, sendo Helmut
Gröttrup o principal deles, que trabalharam no avançado programa alemão de
foguetes, foi conduzido em sua maior parte por cientistas e engenheiros
soviéticos depois de 1955, e era baseado em teorias únicas e exclusivas
desenvolvidas desde o Império Russo, muitas delas derivadas do trabalho de
Konstantin Tsiolkovsky, muitas vezes chamado de “pai da teoria aeroespacial”.
Sergei Korolev, também traduzido como Sergey Korolyov foi o líder do principal
grupo de projetistas. Seu título oficial era desenhista chefe, um título padrão
para posições similares na URSS. Foi ele quem concebeu todo o programa e
trabalhou para torna-lo realidade, convencendo a alta cúpula soviética,
particularmente o líder Nikita Khrushchov, da importância da conquista do
espaço. Diferente do seu competidor norte-americano na “corrida espacial”, que
tinha a NASA como única agência de coordenação, o programa da URSS era dividido
entre vários grupos de projetistas liderados por Korolev, Mikhail Yangel,
Valentin Glushko, and Vladimir Chelomei.
Karelin: maior Wrestler Olímpico da história.
Devido
ao fato político de o programa ser secreto, e por seu valor estratégico como propaganda,
os anúncios dos resultados das missões eram adiados até que o sucesso fosse
certo, e as falhas eram em geral mantidas em segredo. Devido à política de
glasnost de Mikhail Gorbachev (1987) na década de 1980, muitos fatos até então
desconhecidos sobre o programa espacial foram divulgados. Entre os principais
segredos que finalmente foram revelados, constam: as mortes de Korolev,
Vladimir Komarov (na queda da Soyuz 1), e Yuri Gagarin (em treinamento de
rotina num avião de caça) entre 1966 e 1968, além de falhas desastrosas com o
enorme foguete N1 que deveria ser usado na missão de pouso tripulado na Lua,
que explodiram logo após o lançamento em cada um dos quatro testes não
tripulados. O programa espacial soviético foi descontinuado com a queda da
União Soviética, com a Rússia e a Ucrânia se tornando os seus principais
herdeiros do ponto de vistas tecnológico. A Rússia criou a “Agência de Aviação e Espaço Russa”, reconhecida
como Agência Espacial Federal Russa (Roscosmos), enquanto a Ucrânia
criou a Agência Espacial do Estado da Ucrânia (NSAU). A Rússia continua a
desenvolver um consistente programa espacial, que inclui experimentos de longa
permanência no espaço, para determinar os efeitos da falta de gravidade sobre o
organismo humano. Estas experiências tornaram-se a base do conhecimento que
está sendo aplicado hoje na Estação Espacial Internacional.
A partir de 1985, o último líder da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), Mikhail Gorbachev, tentou aprovar reformas liberais no sistema soviético e apresentou as políticas de glasnost (“Abertura”) e da perestroika (“Reestruturação”), na tentativa de acabar com o período de estagnação econômica e democratizar o governo. Isso, no entanto, levou ao surgimento de fortes movimentos nacionalistas e separatistas. Antes de 1991, a economia soviética era a segunda maior do mundo, mas durante seus últimos anos, foi atingida pela escassez de mercadorias em supermercados, enormes déficits orçamentários e pelo crescimento explosivo na oferta de dinheiro, o que levando à inflação. Em 1991, as crises econômicas e política começaram a transbordar e as repúblicas bálticas escolheram separar-se da URSS. Em 17 de março, foi realizado um referendo em que a maioria dos cidadãos que votaram a favor de preservar a União Soviética como uma federação politicamente renovada. Em agosto de 1991, uma tentativa de golpe de Estado foi realizada por membros do governo dirigida contra Mikhail Gorbachev e visava preservar a União Soviética. Em vez disso, levou ao fim do Partido Comunista da União Soviética. Apesar da vontade expressa pelo povo, em 25 de dezembro de 1991, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) foi dissolvida em 15 Estados pós-soviéticos.
Nos anos 1990 foram expostos os conflitos armados na região da Ciscaucásia, tanto os conflitos étnicos locais, quanto as insurreições de separatistas islâmicos. Depois que os separatistas chechenos declararam independência no começo dos anos 1990, uma guerra de guerrilha intermitente foi travada entre os grupos rebeldes e as forças militares russas. Ataques terroristas contra civis foram realizados por separatistas, sendo os mais relevantes a crise dos reféns do teatro de Moscou e o cerco à escola de Beslan, que causaram centenas de mortos e chamaram a atenção do mundo. A questão refere-se ao sequestro dos espectadores de um teatro, na área de Dubrovka, em Moscou, entre os dias 23 e 26 de outubro de 2002, por um grupo de separatistas chechenos. Durante a apresentação do espetáculo musical Nord-Ost, 42 militantes chechenos armados ocuparam o teatro lotado de espectadores, anunciando pertencer ao movimento separatista da Chechênia, e tomaram as 850 pessoas presentes como reféns. A Rússia assumiu a responsabilidade pela liquidação das dívidas externas da URSS, apesar de sua população ser apenas metade comparativamente da população do real Estado Soviético com a sua dissolução. Elevados déficts orçamentais provocados pela crise econômica e política da Rússia em 1998 resultaram em declínio maior do Produto Interno Bruto (PIB).
Conceitualmente atleta é aquele que combatia nos jogos solenes da Grécia e Roma antiga; lutador. Alexander Alexandrovich Karelin nasceu em 19 de setembro de 1967 em Novosibirsk. Atleta soviético e russo, lutador do estilo clássico (greco-romano), tricampeão olímpico (1988, 1992, 1996), estadista e figura política, deputado da Duma Estatal de cinco convocações. Honrado Mestre dos Esportes da URSS (1988), Herói da Federação Russa (1997). Após a 8ª série entrou na faculdade de transporte motorizado, continuou seus estudos no Instituto Estadual de Cultura Física Omsk, que se formou em 1991. Karelin começou a se engajar no wrestling clássico em 1981 na seção do Instituto Eletrotécnico de Novosibirsk. Viktor Kuznetsov permaneceu o único treinador de Karelin ao longo de sua carreira esportiva. Em 1985, Karelin tornou-se o campeão mundial entre os jovens. Neste ano serviu no Departamento de Tropas Internas da URSS e da Rússia, no oeste da Sibéria.Herói da Federação Russa (1996). Em 1988, ele se tornou o campeão da URSS pela primeira vez. Desde 1988, por 12 anos, Alexander Karelin não perdeu um único torneio, seus adversários ganharam o número mínimo de pontos em lutas com ele. Em 1993, ele se tornou um dos fundadores da organização pública Karelin Fund. Desde 1995 trabalhou no Serviço Federal de Polícia Fiscal da Rússia. Em dezembro de 1999, em conexão com a eleição de deputado da Duma Estatal, ele terminou servindo no Comité de Segurança do Estado (FSB) da Federação Russa com o posto de coronel.
Em 1999 trabalhou como Assessor do Presidente do Governo da Rússia, Sergey Stepashin. Em 2001, se formou na Universidade de São Petersburgo do Ministério de Assuntos Internos da Rússia e ativamente no partido Rússia Unida. Alexander Karelin é casado e tem três filhos. Em seguida tornou-se um membro do Alto Conselho do partido Rússia Unida. De 2002 a 2006, liderou o Conselho de Coordenação Inter-regional da Sibéria da Rússia Unida. Em 2007 foi presidente da comissão do presidium do Conselho Geral da Rússia Unida sobre esportes e o desenvolvimento de projetos partidários no campo da cultura física. Doutor em Educação (2002).No período entre 1999-2016 exerceu a função de Deputado da Duma Estatal das III, IV, V e VI convocações. Em 18 de setembro de 2016, ele foi eleito para a Duma do Estado da VII convocação. Membro do Comitê de Energia da Duma. Membro da Comissão de Duma do Estado sobre as questões de ética do deputado. Alexander Karelin é professor da Universidade Estadual Nacional de Cultura Física, Esportes e Saúde, em homenagem a PF Lesgafta (São Petersburgo). Karelin também obteve os prêmios nacionais e internacionais: Ordem da Amizade dos Povos, Ordem de Honra, Ordem do Mérito da Pátria, IV grau. Cavaleiro da Ordem Olímpica Golden Palm, na Federação Internacional de Luta Livre Amadora (FILA): a maior premiação “eleito o maior lutador greco-romano do século XX”.
Na infância, do ponto de vista etnográfico, “ele era um valentão”. Como Alexandr disse, ele podia arrastar o cachorro dos vizinhos para brincar de guardas de fronteira, fazer um incêndio no lugar errado e por acaso apareceu com um amigo em uma padaria local batizada em homenagem a Yakushev para conseguir pão quente lá. Para isso, ele conseguiu de seus pais, sua mãe foi especialmente rigorosa com ele: - “A punição mais cruel foi quando minha mãe não falou comigo”. Havia pedagogia russa do meu pai, mas eu ainda me lembrava de mais de uma mãe para uma frase absolutamente inofensiva: - Mãe, você perdeu a cabeça? - ela não falava comigo há muito tempo. Essa foi a melhor lição para mim. Agora eu entendo que a mãe era, em princípio, muito mais rígida. Quando criança, ele sonhava em seguir os passos de seu pai e se tornar um grande motorista de caminhão. - De meu pai, aprendi a dirigir um carro bem cedo, era bem versado em tecnologia. Como adolescente, conseguia montar e desmontar com habilidade um carro com as próprias mãos. Mais tarde na profissão de técnico mecânico, adquiriu o direito de dirigir até mesmo um trem de ferrovia. A construção do chamado Grande Caminho Siberiano, como a Ferrovia Transiberiana era então chamada, começou em 31 de março de 1891. Todavia, até 1890, a porção continental europeia da Rússia dispunha de uma rede ferroviária que se estendia quase 30.000 km, fruto de uma parceria público-privada. Enquanto isso, a leste dos montes Urais, que separam a Europa da Ásia, não havia um quilômetro sequer de vias férreas, embora o tsar Aleksandr 3º houvesse dado aval para sua construção. Em 1886, o imperador lamentou que o governo ainda não tivesse feito nada “para atender às necessidades dessa região rica, porém fronteiriça”. A ideia de um projeto ferroviário de Moscou até o Oceano Pacífico parecia utópica. Se a construção de 650 quilômetros da ferrovia São Petersburgo-Moscou (aberta em 1851) tinha custado 67 milhões de rublos – quando o governo tinha um orçamento anual de 200 milhões de rublos –, para ligar Moscou a Vladivostok custaria, pelo menos, cinco vezes mais: 330 milhões de rublos. Além disso, a Guerra da Crimeia de 1853 a 1856 havia drenado muitos recursos econômicos, e os cofres públicos estavam aparentemente vazios. Outro fator que assustava o governo era o fato de que a Transiberiana deveria ser construída através de regiões quase despovoada da Sibéria, atravessando centenas de rios, tanto pequena como grandes. Por isso, os burocratas da cultura responderam a Aleksandr 3º que as obras eram inviáveis. Ninguém imaginava, provavlemente, que dentro de poucos anos chegaria uma notícia para compensar o aparente medo dos custos econômicos exorbitantes: em julho de 1890, soube-se que a poderosa política da China havia iniciado a construção de uma ferrovia desenvolvida cruzando a periferia do Extremo Oriente russo.
A ferrovia Transiberiana é uma das mais antigas e politicamente importantes estradas de ferro (Road to Power) do mundo. O principal trecho da ferrovia com extensão de 7500 km, com percurso de Tcheliábinsk a Vladivostok, foi construído entre 1891 e 1916. O transporte direto de passageiros entre Moscou e Vladivostok só teve início após a conclusão da construção da ponte sobre o rio Amur, junto à cidade de Khabárovsk, no ano de 1916. Antes disso, para percorrer o mesmo trajeto, eram utilizados trechos da estrada de ferro Chinesa-Oriental e a viagem em um único sentido prolongava-se por 16 dias. A construção de uma ferrovia de tais dimensões foi realmente um evento importante para o Império Russo. Prova disso é o fato de que o príncipe Nikolái Aleksándrovitch, por incumbência do tzar Aleksandr III, esteve presente na missa celebrada para o lançamento das bases da ferrovia. A ideia de uma ferrovia na região surgiu, no século XIX, como alternativa para desbravar e desenvolver economicamente as longas distâncias daquele território de dimensões continentais com mais de 17 milhões de km², considerado o maior país do mundo. Do ponto de vista fordista (cf. Braga, 1988) o planejamento político que o governo russo tinha para ver aqueles linhas férreas em funcionamento, a cada ano eram acrescentados mil km de trilhos, cujo auge das obras otimizadas no período de 1895 a 1896 contou com a capacidade da força-tarefa de trabalho em torno de 84 mil trabalhadores.
A
ferrovia Transiberiana é uma das mais antigas estradas de ferro do mundo. O
principal trecho da ferrovia com extensão de 7500 km, que vai de Tcheliábinsk a
Vladivostok, foi construído entre 1891 e 1916. O transporte direto de
passageiros entre Moscou e Vladivostok só teve início após a conclusão da
construção da ponte sobre o rio Amur, junto à cidade de Khabárovsk, no ano de
1916. Antes disso, para percorrer o mesmo trajeto, eram utilizados trechos da
estrada de ferro Chinesa-Oriental e a viagem em um único sentido prolongava-se
por 16 dias. A construção de uma ferrovia de tais dimensões foi realmente um
evento importantíssimo para o Império Russo. Prova disso é o fato de que o
príncipe Nikolái Aleksándrovitch, por incumbência do tzar Aleksandr III, esteve
presente na missa celebrada para o lançamento das bases da ferrovia. A ideia de
uma ferrovia na região surgiu, no século 19, como alternativa para desbravar e
desenvolver economicamente as longas distâncias daquele território de dimensões
continentais com mais de 17 milhões de km², considerado o maior país do mundo.
Para se ter uma ideia de planejamento econômico e político que o governo russo
tinha para ver aquelas linhas férreas em funcionamento, a cada ano mil km de trilhos, cujo auge das obras otimizadas no período de
1895 a 1896 contou com a capacidade da força de trabalho em torno de 84 mil
trabalhadores.
Metodologicamente
para tratarmos de temas como magia e orientalismo, comumente utilizado para
definir o estudo constituído por sociedades fora do amplo e dinâmico contexto
ocidental, da cultura global europeia utilizamos a noção “pós-orientalismo”.
Por duas razões sociológicas: a) É correlata à filosofia dita pós-moderna; b)
Trata-se de um eclético e elusivo movimento social caracterizado por sua
crítica à filosofia ocidental. Começando como um movimento de crítica da
filosofia Continental, foi influenciada fortemente pela fenomenologia, pelo
estruturalismo e pelo existencialismo, incluindo Søren Kierkegaard e Martin
Heidegger. Sofreu influências, também, em certo grau associado ao positivismo
da filosofia analítica de Ludwig Wittgenstein. Para uma parte dos pensadores, a
filosofia pós-moderna reproduz a volumosa literatura da teoria crítica. Outras
áreas na fronteira do debate incluíram a “desconstrução” e as diversas áreas
que começam com o prefixo “pós”, como o “pós-estruturalismo”, o “pós-marxismo”
e o “pós-feminismo”. É também utilizado
para designar a familiaridade por artistas e criadores ocidentais de elementos,
descrições ou imitações conotadas com as culturas ditas
orientais.
Popularizado
como um campo ou nível de análise de estudo desde o século XVIII, mas tendo adquirido
particularidades institucionais a partir do colonialismo do século XIX, o
orientalismo estudava, sem distinções, um vasto grupo humano vulgarizado pela
designação “mundo árabe” e mesmo a África, em alguns casos. O orientalismo
ratificou a hipótese colonialista da inferioridade racial e cultural de todas
as civilizações não europeias. O seu objetivo, não assumido, foi à busca da
justificação do processo de dominação imperialista através do discurso de
redenção dos povos ditos primitivos, inferiores e subdesenvolvidos que tem
origem na antropologia colonialista. O Oriente, sociologicamente falando, é uma
entidade autônoma dotada de múltiplas identidades com suas respectivas
localizações territoriais. O que seria então esse Orientalismo cuja definição
permite afirmar que o Oriente é uma invenção do Ocidente? Segundo Edward Said
(1990) esse conceito tem diversos significados, históricos e culturais, mas que
reflete a forma específica pela qual o Ocidente europeu reproporia ao nível
ideológico e cultural a designação do que é interpretado como Oriente.
Assim,
o Orientalismo não necessariamente estabelece uma relação dialética e real de
identificação real com o Oriente e sim, inversamente é a ideia que o Ocidente
faz dele. Nesse sentido o Oriente ajudou a definir a Europa ou o Ocidente de
forma transcendente com sua imagem, ideia, personalidade e experiência
contrastantes. O Oriente na visão do Orientalismo é o lugar do exótico.
Analiticamente precisamos tornar do ponto de vista teórico, prático e afetivo o
exótico em familiar. A magia, antigamente chamada de Grande Ciência Sagrada
pelos Magos, é uma forma de ocultismo que estuda os segredos da natureza e a
sua relação com o homem, criando, assim, um conjunto de teorias e práticas que
visam ao desenvolvimento integral das faculdades internas espirituais e ocultas
do homem, até que este tenha o domínio total sobre si mesmo e sobre a natureza.
A magia tem características ritualísticas e cerimoniais que visam a entrar em
contato com os aspectos ocultos do Universo e da Divindade. Afirma-se que, por
meio de rituais, feitiços, orações ou invocações é possível fazer com que
forças ocultas atuem sobre o ambiente, modificando, a vontade, o agir ou o
destino das pessoas. Essa concepção é tida como irracional pela ciência.
Há
registros etnográficos de práticas mágicas em diversas épocas e civilizações.
Supõe-se que o caçador primitivo desenhava a presa na parede da caverna antes
da caça como forma de motivação. Posteriormente, adquiriu o ritual de enterrar
os mortos e nomeou as forças da natureza que desconhecia, dando origem à
primeira tentativa de compreensão da realidade, que chamamos de mito. Segundo o
Novo Testamento bíblico, por exemplo, são três magos os primeiros a dar as
boas-vindas a Jesus recém-nascido. No Velho Testamento, há a disputa mágica
entre Moisés e os Magos Egípcios. Nos Vedas, no Bhagavad Gita, no Alcorão e em
diversos textos sagrados, existem relatos similares. Os antigos acreditavam no
poder dos homens e que, através de magia, eles poderiam comandar os deuses que
são, na verdade, os poderes ocultos e latentes na natureza. As zonas horárias
ou fusos horários representam cada uma das vinte e quatro áreas em que se
divide analiticamente a Terra e que seguem a mesma definição de tempo. O termo
fuso denomina a porção de superfície esférica compreendida entre dois
semiplanos que partem de um diâmetro da esfera, assemelhando-se
comparativamente à superfície externa de um gomo de laranja. Anteriormente, por
volta do ano 1300, ou já anteriormente, usava-se o tempo solar aparente, utilizando a passagem
meridiana do Sol, de forma que a hora do meio-dia se diferenciava compassadamente de uma cidade
para outra. Os fusos horários corrigiram em parte o problema ao colocar os
relógios de cada região no mesmo tempo solar médio.
Todos
os fusos horários são definidos em relação ao Tempo Universal Coordenado (UTC),
o fuso horário que contém Londres quando esta cidade não está no horário de
verão onde se localiza o meridiano de Greenwich, o qual divide o fuso horário.
A hora era uma característica local. Antigos viajantes tinham que acertar o
relógio quando chegavam a cidade nova. O acerto de horas era feito através do sol:
o meio dia representava o ponto mais alto que a estrela alcançava. Grande parte
das empresas, devido a estas irregularidades resolveu fixar cem fusos dos
caminhos de ferro. Esta prática ocorreu até 1883. Na Grã-Bretanha, foi criada
uma única hora legal para todo o país: Inglaterra, Escócia e País de Gales,
sendo o autor original desta ideia William Hyde Wollaston. Com isto, a prática
foi se popularizando. Great Western Railway foi a primeira companhia de trem a
utilizar a hora Greenwich Mean Time (GMT) ou Tempo Médio de Greenwich.
Em 1847, praticamente todas utilizavam este sistema. O senador do Canadá,
Sanford Fleming, em 1878, sugeriu a complexidade de um sistema internacional de
fusos horários. Seu pensamento era dividir a Terra em 24 faixas verticais, onde
cada uma delas era um fuso de uma hora. O planeta possui 360° de
circunferência, assim cada faixa teria 15° de largura longitudinal. Em 1879, o
estudo foi publicado no jornal do Instituto do Canadá, de Toronto. Com a
aprovação norte-americana, em 18 de novembro de 1883, as linhas de trem
passaram a utilizar os fusos. O mais populoso é o GMT +8, da República Popular
da China, da Mongólia, de parte da Rússia, na Sibéria, Oeste da Austrália. É o fuso horário que cobre maior extensão territorial. Sobre o
território da China, ao longo do 38º30`N, se estende por cerca
de 4060 km, entre as longitudes 75ºE e 122ºE.A
ferrovia Transiberiana é uma rede ferroviária conectando a Rússia Europeia com
as províncias do Extremo-Oriente Russo, Mongólia, China e o Mar do Japão. É
frequentemente associada com o comboio transcontinental russo que liga centenas
de grandes e pequenas cidades da Rússia, tanto na Europa como na Ásia. Com 9
289 km, abrangendo oito fusos horários e levando vários dias para realizar uma
viagem completa, é o terceiro mais longo serviço contínuo do mundo, depois dos
serviços das linhas Moscovo-Pyongyang (10 267 km) e a Donetsk-Vladivostok (9
903 km), ambos os quais também compartilham a ferrovia Transiberiana em muitas
das suas rotas. A rota principal é a linha Transiberiana que se inicia em
Moscou, passa por Iaroslavl no Volga, Perm no rio Kama, Ekaterinenburg nos
Urais, Omsk no rio Irtysh, Novosibirsk no rio Ob, Krasnoyarsk no rio Ienissei,
Irkutsk perto da extremidade sul do lago Baikal, Tchita, Blagoveshchensk,
Khabarovsk e finalmente Vladivostok. Frequentemente em vez do trecho
Moscou-Iaroslavl-Kirov usa-se rota ferroviária Moscou-Vladimir-Níjni
Novgorod-Kirov. A sua construção durou desde 1891 até 1916 e em 2002 levando quase 100 anos para a
eletrificação ser totalmente finalizada. Cerca de 30% das exportações russas viajam por
este poderoso meio social de comunicação que integra a área geográfica Asia-Pacific Economic
Cooperation (APEC), um bloco político-econômico que tem por objetivo social
transformar o Pacífico numa área de livre comércio e que engloba economias
asiáticas, norte-americanas e da Oceania (cf. Nogueira, 2013; Volinets, 2017).
A luta greco-romana - mutatis mutandis - foi recriada também neste período histórico para resgatar os valores estéticos e históricos do esporte na Antiguidade, com a proibição de ataques mais duros e golpes baixos. Durante o período greco-romano o matemático Papo de Alexandria representa um relato etnográfico sistemático da obra de seus predecessores, desde Euclides até Esporo de Niceia. Há também extensas notas explicativas sobre vários temas matemáticos e valiosas introduções aos diversos livros, nas quais Papo de Alexandria resume o tema geral e os assuntos técnico-metodológicos a serem tratados. Notabilizou-se por ser pai da filosofa Hipátia e por produzir em 390 uma versão mais elaborada e definitiva da obra Os Elementos de Euclides que sobreviveu aos dias atuais. Dentre suas obras está uma que faz importantes considerações de domínio abstrato sobre a ocorrência de um eclipse solar em Alexandria. A mobilidade trouxe a Atenas Hipócrates de Quios, no séc. V a. C., o primeiro autor de uma compilação de Elementos, em que parecem já figurar investigações ligadas à resolução do problema de Delos (a duplicação do cubo) e à quadratura do círculo. Com a morte de Platão, seu discípulo, Têudio de Magnésia, escreveu nova compilação dos manuscritos Elementos.
Na Grécia Antiga, os lutadores “competiam nus, com o corpo envolto por azeite e uma fina camada de areia para se protegerem do frio”. No final do XVIII – início do século XIX moderna luta greco-romana começou a sua formação. As principais regras foram estabelecidas na França, onde luta naquela época era especialmente popular em áreas rurais e urbanas. Por causa do grande interesse causado por competições ‘lutadores, os atletas começaram a agir em circos itinerantes, jardins de verão, lugares para passeio e entretenimento. Mais tarde, em toda a cidade, na França, e, em seguida, campeonatos mundiais foram organizados. Em 1848, em Paris apareceu as primeiras fases, em que lutadores profissionais atuaram. Com o aumento da prática da luta no século XIX em toda a Europa, o esporte foi incluído na primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna - sua primeira participação nos Jogos Olímpicos foi em Atenas 1896.
A queda de um gigante.
O programa dos Jogos Olímpicos em 1996, oficialmente Jogos da XXVI Olimpíada, foram os Jogos realizados em Atlanta, capital do estado de Geórgia, nos Estados Unidos, entre 19 de julho e 4 de agosto de 1996. Em competições de luta greco-romana passou a essas categorias de peso: até 48 kg, a 52 kg, para 57 kg, para 62 kg, 68 kg, 74 kg para, a 82 kg, para 90 kg, a 100 kg, a 130 kg. Como é determinado o vencedor? Rodada termina quando a queda é contada, o lutador coloca o adversário em ambas as asas sobre o tapete, pelo menos para metade de um segundo. A vantagem de 10 pontos de um dos lutadores também o leva pelas regras para acabar com a luta. Além disso, a vitória é contada se o lutador houver marcado mais pontos no final do jogo cinco minutos, ou o seu adversário foi ferido ou desqualificado. Se nenhum dos lutadores não teve mais de três pontos, ou que têm um número igual de pontos, tempo adicional é dado aos competidores. Depois de uma perda de luta o atleta se aposenta da luta pelo “ouro”, mas poderia, eventualmente, ser o candidato a uma medalha de bronze.
O Comitê Olímpico Internacional deu o nome oficial de luta greco-romana, para demonstrar a natureza internacional deste tipo de desportos. Em relação ao título, em diferentes anos, este tipo de luta livre foi dado muitos nomes: profissionais reconhecidos como sua “luta francês”, amantes – “greco-romanos”. Os primeiros Jogos foram 5 pessoas, que representavam quatro países: dois eram da Grécia, três para a Alemanha, Hungria e Grã-Bretanha. Não houve divisão dos lutadores em categorias de peso nesses Jogos. Desde então, a luta greco-romana, com exceção de dois Jogos Olímpicos de 1900 e 1904 que não fizeram parte das competições olímpicas. Em 1948, o Comitê All-União de Cultura Física e Esporte aprovou os seguintes nomes para certos tipos de desportos de combate: luta francês, ou, greco-romana ficou conhecido como “estilo clássico”. Até 1950 em competições internacionais greco-romana dos mais bem sucedidos lutadores eram representantes da Finlândia e Suécia, os lutadores da Hungria e Turquia têm procurado repetir e revelar seu sucesso. Quando em 1952 os lutadores soviéticos entraram na arena, especialistas tradicionalmente começaram a chamá-los os mais fortes, os atletas russos, também fortes são o atletas de Cuba, Alemanha, Ucrânia e Polônia. A luta como uma forma de entretenimento e expressão de força e coragem sempre foi popular na Rússia. Foi a diversão mais bela em todos os feriados. Ao longo do tempo e espaço, estas espécies deram lugar ao modo principal da luta livre russa chamada “luta cinto”. Nesta forma de luta livre, segurando com as duas mãos sobre o cinturão do adversário, um teve que jogar o oponente de costas sem o uso de plataformas e recortes. O desenvolvimento amplo da luta profissional que recebeu durante a emergência da Rússia demonstra que viajam, faziam parte como membros do circo. Desde 1860 que as lutas de cinto se tornaram uma parte integrante do programa de circo, os lutadores competiram não só na luta, mas também em vários exercícios de solo articulados com gravidade. Como em outros países, as lutas se tornaram um esporte competitivo na Rússia e foi reconhecida primus inter pares no final do século XIX. Em 1885, no primeiro “clube de fãs de esportes de levantamento de peso” de São Petersburgo na Rússia foi fundada. Seguindo os clubes St. Petersburg de fãs de luta livre foram criados em Moscovo, Kiev, Riga e outras cidades da Rússia. Em 1896, A Sociedade Atlética Carta Petersburg foi aprovado, e um ano mais tarde, em 1897, em São Petersburgo, o primeiro campeonato amador de lutas amador russo foi realizada, e esta data é considerada o início do desenvolvimento da luta livre desporto amador na Rússia. Um grande papel no desenvolvimento da luta amadora foi jogado por luta profissional. A própria luta profissional foi quase desprovida de conteúdos desportivos. Os resultados das lutas e da distribuição de prêmios durante campeonatos foram principalmente pré-planejado pelos empresários. Participantes para os campeonatos foram escolhidos para que eles interessassem seus espectadores e apaziguar seus gostos não muito exigentes. A luta profissional foi em geral um desempenho teatral, mas também um bom meio de agitação de fãs. A partir da lista de lutadores profissionais se tornaram especialmente famosos Ivan Poddubny, seis vezes campeão do mundo, e também populares lutadores como Ivan Shemyakin, Ivan Zaikin, Nikolai Vahturov etc.
Até o início da 1ª guerra mundial (1914-1918), havia cerca de 20 organizações desportivas na Rússia, cultivando luta, o número total de fãs era de cerca de 250-300 pessoas. Após a 1ª guerra mundial, a Revolução de Outubro de 1917 e da guerra civil o primeiro campeonato da URSS na luta clássica foi realizada em 1924. Participaram 40 atletas. Um dos campeões foi Vladimir Ivanov, o autor de um dos primeiros livros didáticos, que foi chamado de “A luta Francês” e foi emitido em 1929. Valentin Ivanov também foi um dos primeiros professores de luta no Instituto Central de Cultura Física em Moscou, posteriormente Academia de Cultura Física. Blagoy Ivanov tornou famosos na década de 1930 lutadores Grigory Pylnov e A. G. Pylnova Katulin. Também deve ser mencionado o fato social de que no desenvolvimento de cada esporte está intimamente ligado com as regras da concorrência global no meio competitivo desportivo. Só em 1914 o halterofilismo russo aprovou a luta internacional, e desde esse ano todas as competições foram realizadas em cinco características competitivas de peso: leve, meio-leve, médio, meio-pesado e pesado. Antes disso não havia regras uniformes, padronizadas e até mesmo nas mesmas competições que nas cidades poderia ocorrer de diferentes maneiras.
As primeiras novas regras foram aprovadas na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e publicadas em 1924 e que no mesmo ano o primeiro campeonato de países realizou-se, na URSS as competições de luta clássica começaram regularmente tomar lugar apenas a partir de 1933. Na história social e política das relações internacionais e competições de nossos lutadores havia dois períodos – o primeiro – 1924-1946, quando houve a participação ocasional em competições internacionais na Finlândia, Suécia e outros países escandinavos. Após a entrada oficial da Federação Soviética em FILA em 1947, na equipe nacional o mesmo do país ano teve lugar no primeiro campeonato europeu na luta clássica em Praga. Em 1952, nos XV Jogos Olímpicos de Helsinque lutadores soviéticos em um golpe ganharam quatro medalhas de ouro olímpicas, uma de prata e duas de bronze. Isto lhes permitiu tomar as classificações com o lugar da equipe do premier. Os Jogos Olímpicos de Verão de 1952, em finlandês Kesäolympialaiset 1952, reconhecidos oficialmente como os Jogos da XV Olimpíada foram os Jogos Olímpicos realizados em Helsinque, Finlândia, pátria de alguns dos maiores atletas olímpicos de antes da II Guerra Mundial e de todos os tempos. E foram os maiores deles, Hannes Kolehmainen e Paavo Nurmi, os responsáveis pelo momento mais emocionante da Abertura do evento, quando, já homens quase idosos, entraram no estádio conduzindo a tocha olímpica e acendendo a pira sagrada. Participaram destes Jogos 4.955 atletas, sendo 519 deles mulheres, de um total de 69 nações, representando um recorde até então. No total, a partir de 1952, representantes da União Soviética e, em seguida, a própria Rússia ganhara 38 medalhas de ouro olímpico marcadamente com participação na luta greco-romana.
Em 2013 o Comitê Olímpico Internacional votou pela exclusão da modalidade, junto com a luta livre, dos Jogos Olímpicos a partir de 2020, mas na 125ª Sessão do Comitê Olímpico Argentino, em Buenos Aires, a Luta foi reinserida no programa olímpico não só para os Jogos Olímpicos de 2020, quanto para os de 2024, em francês: Les Jeux olympiques d`été de 2024, reconhecidos oficialmente como os Jogos da XXXIII Olimpíada, mais comumente Paris 2024, será um evento multiesportivo realizado no segundo semestre de 2024, na cidade de Paris. Será a terceira vez na história em que a cidade sediará sendo a primeira vez em 1900 e a segunda em 1924. A pira sagrada foi acesa e tem inicio a boda celeste.
O gigantesco russo Alexandr Karelin nasceu com quase 7kgs em Novossibirsk, coração da gélida Sibéria. Pesava menos de 100kgs, de puro músculo, e só tinha 7% de gordura na massa corporal. E que jamais tinha sido derrotado em uma competição internacional. Sua força era descomunal, treinava diariamente na Sibéria, correndo na neve e fazendo musculação. Ele inventou uma manobra, chamada “Levantamento Karelin” (Karelin Lift), absolutamente arrasador. Era uma adaptação de um movimento comum nas categorias leves da luta greco-romana, mas totalmente impensável em atletas da sua categoria, com até 130kgs até Karelin existir. Dotado de uma força inacreditável, o russo enganchava os braços no peito do adversário e levantava seu oponente sobre seus ombros. Então arremessava com toda a força, como um saco de batatas, o rival no chão, largando todo o peso no pescoço ou sobre o peito. A maioria dos grandes e bons adversários desistia das lutas com Alexandr Karelin nos nove minutos dos combates públicos.
Dois vice-campeões olímpicos capitularam antes de continuar apanhando, vergonhosamente saindo da arena no meio da luta, mas com a saúde em dia. Karelin era absolutamente imbatível até a sua última luta. No dia que se tornaria o primeiro atleta a se sagrar tetracampeão olímpico em uma mesma competição, Karelin perdeu. Quando o então presidente do COI, o espanhol Juan Antônio Samaranch, estava no ginásio para entregar a medalha das olimpíadas, ninguém, provavelmente nem o inesperado vencedor, imaginava. O autor da façanha desportiva foi o então “ilustre desconhecido” Rulon Gardner, atleta dos Estados Unidos da América. Atleta universitário mediano, sem títulos expressivos e resultados médios no circuito internacional, Rulon já havia sido derrotado por 5 a 0 por Karelin três anos antes. Na luta Greco-Romana, depois de três minutos sem pontuação, Gardner conseguiu desmanchar a chave de braço de Karelin, o que constitui pontuação. Os juízes debateram, mas afinal concordaram e deixaram Gardner com vantagem de 1 a 0. Desesperado, mas já cansado, Karelin não conseguiu reverter a vantagem na prorrogação. Os minutos finais são de euforia no ginásio, contra o lutador russo. Uma cena quase surreal para o desporto. O narrador vai percebendo a derrota e no final afirma: - Você acredita em milagres? Estão espantados quanto Alexander Karelin, Gardner, Samaranch e o mundo esportivo?Aleksandr Karelin tem um cartel de 887 vitórias e 2 derrotas, é dodecampeão europeu (12 vezes), eneacampeão mundial (9 vezes) e tricampeão olímpico (1988, 1992 e 1996).
Além de ser considerado o melhor wrestler e um dos maiores atletas da história social, também é reconhecido pela sua vasta inteligência disciplinar, tanto de formação técnica quanto humanista, sendo doutor em Engenharia Elétrica e, além disso, PhD em Pedagogia. Um Doutorado, também reconhecido como PhD, é um curso fornecido pelas universidades para aqueles que cumpriram todas as qualificações necessárias para obtenção do título e podem ser considerados doutores em sua área acadêmica. Ipso facto, possui profundos conhecimentos de música, poesia, história e literatura, além de ser apreciador de ópera, teatro e balé. O russo também tem o cargo de deputado, tendo sido eleito 3 vezes. Desde a queda da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas em 1991, a Rússia superou o sistema de partido único e tornou-se uma República Federativa (cf. Gorbachev, 1987). A democracia russa, assim como qualquer democracia moderna, comparativamente defende a separação de poderes em Executivo, Legislativo e Judiciário. A Constituição Federal garante os direitos civis e liberdades democráticas como a liberdade de associação, de expressão de pensamento e de liberdade de imprensa.
A Federação Russa é uma república semipresidencialista que tem o Presidente como chefe de Estado e o Primeiro-Ministro como chefe de Governo. O Legislativo é bicameral, isto é, a Assembleia Russa possui duas casas para representar o povo: a Duma, (câmara baixa) e o Conselho de Federação (câmara alta do parlamento russo). A Duma equivale à Câmara dos Deputados e o Conselho de Federação ao Senado. O Conselho de Federação foi criado pela Constituição Russa de 1993 e possui 166 membros que atuam como a voz das entidades regionais. Ao contrário da Duma, o Conselho não é eleito diretamente pelo povo. A federação russa se organiza em 83 distritos. As duas casas do parlamento funcionam juntas para rever vetos - as leis que o presidente vetou, ou votar projetos de Lei. O Conselho de Federação tem atribuições próprias, como afastar o presidente por meio de processo jurídico, semelhante ao de outras nações, e permitir ou não o uso das Forças Armadas fora do território russo. O Judiciário é independente e funciona de forma autônoma do Legislativo ou Executivo. O sistema jurídico da Rússia continuou com grande parte da estrutura jurídica soviética porque a maioria dos funcionários foi treinada pelos próceres ligados aos partidos comunistas.
A Constituição da Federação Russa regulamentou uma profunda transformação na vida política do país. Introduziu eleições competitivas, livres e principalmente, a substituição do sistema de partido político único para o pluripartidarismo. Atualmente, existem quatro partidos que compõem a Duma: o Partido Comunista com 42 assentos, o Partido Liberal Democrata com 39 cadeiras ocupadas, o Partido Rússia Justa com 23 cadeiras no parlamento federal russo. O partido governista Rússia Unida possui a maioria das vagas de representação política da Duma que no total dispõe de 342 assentos. Em setembro de 2016, os russos votaram nas eleições parlamentares para a Duma, mas foram as eleições legislativas menos disputadas em 25 anos de história. - “Em comparação com as eleições legislativas de 1996, o povo sentia que havia mais candidatos e debates políticos”, afirma Nikolai Petrov, chefe do Centro de Análise Política e Geográfica em uma entrevista para aBritish
Broadcasting Corporation (BBC), uma corporação pública de rádio e
televisão do Reino Unido fundada em 1922. Possui uma boa reputação nacional e
internacional. Por vezes, é chamada afetuosamente pelos britânicos como Beeb,
The Corporation ou Auntie, o ex-presidente da extinta União Soviética, Mikhail Gorbachev (1987), afirmou que a Rússia está na “metade do caminho” para a democracia.- “Os governadores agora são indicados e não eleitos. O povo é contra isso, o povo quer que sejam eleitos”, disse Gorbachev. “Estamos no rumo da democracia e na minha visão nós andamos a metade do caminho, na melhor das hipóteses. Precisamos seguir até o fim”. Fim é a representação de um resultado que se converte em causa de uma ação; sem medo de ser feliz!
Bibliografia geral consultada.
GORBACHEV, Mikhail, Perestroika: Novas Ideias para o Meu País e o Mundo. São Paulo: Editora Best Seller, 1987; MARKS, Steven Gary, Road to Power: The Trans-Siberian Railroad and the Colonization of Asian Russia, 1850–1917. New York, 1991; KELLER, Brigit, Estudo Comparativo dos Níveis de Cortisol Salivar e Estresse em Atletas de Luta Olímpica de Alto Rendimento. Dissertação de Mestrado. Departamento de Educação Física. Setor de Ciências Biológicas. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2006; PEREIRA, Marcio da Silva, O Leitmotiv: Da Ópera ao Cinema, à Televisão. Tese de Doutorado em Música. Centro de Letras e Artes. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 2007; NOGUEIRA, Flavio
Schluckebier, A Busca pela Modernização: Uma Análise Comparativa entre a
Rússia Imperial (1861-1914) e a Rússia Soviética (1921-1939). Dissertação
de Mestrado em Economia. Programa de Pós-Graduação em Economia Política
Internacional. Instituto de Economia. Rio de Janeiro: Universidade Federal do
Rio de Janeiro, 2013; SANTOS, Sérgio Luiz Carlos dos, Wrestling – Luta Olímpica. Departamento de Educação Física. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2013; MARIANTE NETO, Flávio Py, Jabs, Diretos, Low Kicks e Duble Lags no Processo Civilizador: Uma Leitura Elisiana das Artes Marciais Mistas. Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano. Programa de Doutorado. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2016;GONDIM, Denis Foster, Dojô: Espaço de Educação. Dissertação de Mestrado em Educação. Programa de Pós-graduação em Educação. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2017; ROCCO JÚNIOR, Ary José, O Consumidor do Esporte: Da Digitação Social à Imersão Digital. Tese de Livre-Docência. Escola de Educação Física e Esporte. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2019;GARRAFFONI, Renata Senna, Os Antigos Gregos
no acervo do Museu Paranaense: Recepção dos Clássicos, Poesia Simbolista e
Política. Curitiba: SAMP/Museu Paranaense, 2018; Idem, “Recepção Greco-romana em Curitiba: Literatura, Patrimônio e Novas Abordagens
do Centro Histórico”. In: Revista Memória em Rede. Pelotas. Volume 12, nº 23,
Jul/dez. 2020; entre outros.
“Ela foi a primeira mulher do país a reger uma orquestra”. In: Correio Braziliense, 17 de outubro de 2017
Antônia
Louisa Brico (1902-1989) foi uma Regente de orquestra e pianista neerlandesa,
radicada nos Estados Unidos da América. E uma das primeiras mulheres a obter reconhecimento
como Regente. Antônia nasceu com o nome Wilhelmina Wolthius em Roterdã. Ela
e seus pais adotivos imigraram para os Estados Unidos em 1908 e
estabeleceram-se na Califórnia. Ao terminar a Oakland Technical High School em
Oakland no ano de 1919, Antônia já era uma pianista e possuía experiência em
conduzir uma orquestra. Na Universidade da Califórnia em Berkeley, Antônia
trabalhou como regente assistente na Ópera de São Francisco. Após graduar-se em
1923, ela estudou piano com diversos professores, principalmente com Sigismond
Stojowski. Em 1927, ela entrou para a Escola Estatal de Música e Belas Artes de
Berlim e em 1929 formou-se na sua Master Class em regência, tornando-se
a primeira mulher estado-unidense a fazê-lo. Durante esse período, ela também
foi aluna de Karl Muck (1859-1940), o maestro da Orquestra Filarmónica de
Hamburgo, com quem estudou por mais três anos após a graduação. Em 1892, é designado para maestro principal da Royal Ópera de Berlim; em 1908, é o seu diretor geral musical. Em 1912, Muck é nomeado para o cargo de diretor da Orquestrea Simfônica de Boston. Depois da sua
estreia como regente profissional na Orquestra Filarmónica de Berlim em
fevereiro de 1930, Antônia trabalhou com a Orquestra Sinfónica de São Francisco
e a Filarmônica de Hamburgo, ganhando aplausos da crítica e do público.
Apresentou-se
como regente convidada na Orquestra Sinfónica de Detroit e na Orquestra
Sinfónica Nacional em Washington, D.C. e outros locais em seguida. Em 1934 ela
foi nomeada Regente da recém-fundada Orquestra Sinfónica das Mulheres,
que em janeiro de 1939 e após a admissão de homens, tornou-se a Orquestra Sinfônica
Brico. Em julho de 1938, tornou-se a primeira mulher a conduzir a Orquestra Filarmónica
de Nova Iorque, e em 1939 conduziu a Orquestra Federal nos concertos da Feira
Mundial de Nova Iorque de 1939-40. Durante uma vasta digressão europeia, onde
foi pianista e regente, Antonia foi convidada por Jean Sibelius para conduzir a
Orquestra Filarmónica de Helsínquia. Antônia estabeleceu-se em Denver,
Colorado, a partir de 1942 em diante. Lá ela fundou a Sociedade Bach (Bach
Society) e o Conjunto de Instrumentos de Cordas para Mulheres (Women`s
String Ensemble). Ela também conduziu a Orquestra dos Empresários de
Denver, que em 1968 tornou-se a Orquestra Sinfônica Brico, e em 1948 Antônia
tornou-se regente da Comunidade Sinfônica de Denver reconhecida
posteriormente como Orquestra Filarmónica de Denver. Ela também conduziu
a Orquestra Filarmónica de Boulder entre 1958 e 1963. Também foi professora de
piano e regência, ensinando para alunos como Judy Collins, Donald Loach, James
Erb e Karlos Moser. Antônia continuou a apresentar-se como regente nas orquestras de todo o mundo, incluindo a Orquestra Sinfônica de
Mulheres do Japão.
Francisca Gonzaga nascida em 17 de outubro de 1847 no Rio de Janeiro, de Rosa de Lima Maria, uma filha de escrava alforriada, e do oficial do Exército brasileiro marechal de campo José Basileu Neves Gonzaga. Os pais não eram legalmente casados, mas a família paterna era marcada por rigidez de costumes e pretensões aristocráticas. Começou a estudar piano cedo, com o maestro Elias Álvares Lobo, e aos 11 anos, apresentou sua primeira composição, Canção dos Pastores, numa festa de Natal. Obrigada pelo pai, em 1863 casou com um oficial da Marinha Mercante e seis anos depois, decidiu abandonar o casamento. Foi expulsa de casa e proibida de levar consigo dois de seus três filhos. Ao escolher a música em detrimento da família, Chiquinha Gonzaga rompeu com a sociedade patriarcal, sofreu preconceito e passou a ser renegada pela família, constituindo duplamente uma ruptura pessoal e profissional. Nos primeiros anos da República e mesmo nos anos finais do Segundo Reinado, as grandes sociedades carnavalescas apresentavam carros de ideias, ou carros de crítica política, onde a figura da República ou da Liberdade era representada por uma mulher. Muitas vezes essa alegoria da mulher de carne e osso ou estátua, trazia “na cabeça o barrete frígio e a indumentária romana”. Em 1891, em meio aos debates sobre a Constituição, o préstito dos Democráticos trazia um carro d`A República e nele: um globo com suas estrelas giratórias, e uma larga fita com o dístico positivista – “Ordem e Progresso. Sobre o globo uma graciosa dama”.
Chiquinha Gonzaga passou a lecionar piano e a frequentar a boemia e rodas de choro. Aos 30 anos, editou sua primeira música: a polca para piano Atraente. Entrou para o conjunto instrumental Choro Carioca, formado por flauta, cavaquinho e dois violões, inovando ao incluir o piano quando passa a ser reconhecida como “pianeira”. Com este fato social se tornou, então, a primeira mulher e a primeira pianista de choro. Como pioneira, antecipou na própria démarche em algumas das lutas feministas da segunda metade do século XX, ao passar por divórcio e busca por uma carreira própria e por independência intelectual e financeira. Um dos institutos universais do mundo jurídico é o divórcio. Com exceção dos países islâmicos, o restante, que possui cultura ocidental, tem em seu ordenamento jurídico a figura do divórcio. Foi a primeira maestrina a reger uma orquestra, e nos anos 1880, integrou movimentos abolicionistas e republicanos no Brasil, inclusive arrecadando fundos com a venda de suas partituras. A composição da cançoneta Aperte o Botão, em 1893 pari passu com a Revolta da Armada, um movimento de rebelião promovido por unidades da Marinha contra os dois primeiros governos republicanos, que estavam tomando feições nitidamente da ditadura militar, expressando de forma surpreendente os códigos de representação da censura.
Em novembro de 1891, registrou-se como reação à atitude do presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca que, em meio a uma crise institucional, agravada por uma grave crise econômica, e com dificuldades em negociar com a oposição, em flagrante violação da Constituição recém-promulgada em 1891, ordenou o fechamento do Congresso. Unidades da Armada na baía de Guanabara, sob a liderança do almirante Custódio de Melo, sublevaram-se e ameaçaram bombardear a cidade do Rio de Janeiro, então capital da República. Para evitar uma guerra civil, o marechal Deodoro renunciou à Presidência da República em 23 de novembro de 1891. Com a renúncia de Deodoro, que ocorreu apenas nove meses depois do início de seu governo, o vice-presidente Floriano Peixoto assumiu o cargo (1892). A Constituição de 1891,garantia que se a presidência ou a vice-presidência ficassem vagas antes de completarem dois anos de mandato, deveria ocorrer uma nova eleição, o que fez com que a oposição começasse a acusar o marechal Floriano Peixoto por manter-se ilegalmente à frente da sociedade brasileira como presidente da nação.
A revolta desenvolveu-se em dois momentos: uma no governo de Deodoro da Fonseca e outra no governo de Floriano Peixoto. Ipso facto, considerada ofensiva pelo governo reacionário e golpista de Floriano Peixoto, o que ocasionou “a apreensão das partituras e lhe rendeu uma ordem de prisão”. Em 1899, consagrada como pianista compôs a reconhecida primeira marcha-rancho Ó abre alas. Na segunda década do século XX, Chiquinha foi novo alvo de grandes especulações ao se permitir relacionar e casar com Joãozinho, músico 36 anos mais novo que a idade dela. Ao lado do músico, a maestrina que lutou para ser dona da própria existência, atravessou o restante dos dias que a vida lhe permitiu: a velhice. Fundada em 1917, a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT) completava oito anos de existência e, como prova de admiração, inaugurava o retrato de uma de suas fundadoras: a compositora e maestrina Francisca Gonzaga. Seu reconhecimento surgiu de duas formas: através da composição ao piano, e popular, no âmbito da música como Chiquinha Gonzaga em sua vida.
A primeira pianista chorona, autora da primeira marcha carnavalesca com letra, intitulada: Ó Abre Alas (1899), e também a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Estava em curso a criação do Partido Republicano, da Sociedade de Emancipação do Rio de Janeiro e da Sociedade de Emancipação do Trabalho Servil. Politicamente participou da campanha abolicionista (cf. Nabuco, 1997), da proclamação da República, como fundadora da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais. Como artista compôs músicas para 77 peças teatrais, além de duas mil nos gêneros valsas, polcas, tangos, lundus, maxixes, fados, quadrilhas, mazurcas, choros e serenatas. No Passeio Público do Rio de Janeiro há um pilar em sua homenagem, do escultor Honório Peçanha. Em maio de 2012 foi sancionada a Lei 12 624, que instituiu o dia da música popular brasileira, coincidentemente comemorado no dia de nascimento da compositora. A Medalha de reconhecimento Chiquinha Gonzaga, é conferida a todas as mulheres que empenhadas socialmente, testemunham em prol das causas humanitárias, artísticas e culturais no âmbito do Estado brasileiro. A palavra choro designou, na década de 1870, o conjunto musical Choro Carioca. Liderado pelo flautista Joaquim Antonio Callado da Silva Junior (1848-1880) e, por extensão, aos conjuntos instrumentais responsáveis pelos métodos e técnicas de execução dos instrumentos oriundos de países europeus.
Na primeira década do século XX, encontramos o vocábulo nomeando bailes populares animados pelo característico agrupamento musical. Um exemplo está nos versos de “Coplas de Pedrinho”, da peça de costumes Não venhas!, musicada pela maestrina. Em Forrobodó, a famosa burleta de Chiquinha Gonzaga, Luiz Peixoto e Carlos Bettencourt, é caso típico de representação de um choro no bairro da Cidade Nova. A ação da peça se desenrola em torno de um baile no grêmio recreativo Flor do Castigo do Corpo da Cidade Nova. Somente mais tarde, o original estilo interpretativo dos gêneros musicais importados tornou-se ele próprio um gênero. Marcelo Verzoni observou que o emprego da designação choro foi um hábito muito posterior à época em que a compositora construiu o corpus da sua obra, e que as peças que passaram a ser chamadas de choro aparecem no século XIX como polcas, tangos ou habaneras.
Quando ocorre o surgimento do choro em meados de 1870, era considerado um estilo musical, um jeito de tocar, até sua caraterização no começo do século XX. Durante as primeiras décadas o choro se estabeleceu como gênero, delimitando suas características próprias de melodias, harmonias e ritmos, definindo os típicos agrupamentos de instrumentos e suas respectivas funções. Os temas tocados pelos músicos de choro em sua maioria transplantados da Europa, como polcas, schottisches, valsas, serenatas. O sentido musical do termo choro passará por um processo d metamorfose de evento social a prática musical, de prática a repertório instrumental, de repertório a estilo interpretativo, de estilo a gênero. Um dos elementos que nos leva a conceituar um gênero é a instrumentação característica dos seus grupos. No caso do choro, passou a ser de um conjunto composto por flauta, violão e cavaquinho, para agrupamentos mistos onde se incorporaram tanto o piano, como vemos no estudo de Chiquinha Gonzaga, como os instrumentos trazidos das bandas: o clarinete, o trombone e o trompete. O violão de sete cordas, que assumiu a função dos baixos, foi adicionado um pouco mais tarde, e se tornou essencial na definição do timbre do grupo.
Tomando como parâmetro as edições de Alma Brasileira feitas por João Batista Gonzaga, realizadas e comercializadas com a concordância da compositora, Verzoni toma o ano de 1932 como data oficial do início de uma aceitação do hábito de se chamarem choros peças de Chiquinha Gonzaga, outrora concebidas como polcas, habaneras e tangos. Observamos que nas 30 partituras para flauta e para saxofone, os gêneros são designados simplesmente de choros e valsas, embora haja exceção para três rancheiras, duas delas, originalmente, mazurcas. As partituras manuscritas para piano que acompanham a primeira série marcada para saxofone ainda trazem referência aos gêneros originais; polca, tango, habanera, valsa e até um pas-de-quatre. Da segunda série até o fim, nas partituras manuscritas para piano, a regra já é a hifenização dos gêneros, com a origem exposta do mesmo, mas camuflada: polca-choro, tango-choro, habanera-choro, valsa-choro. Outra curiosidade é a predileção da maestrina em dar nomes da etnografia indígena aos choros: Tupã, Tupi, Tamoio, Tupiniquins, Carioca, Arariboia, Aguará, Caobimpará, Angá-catú-rama, Ary, Aracê, Timbira, Tapuia, Angá, Carijó, Paraguaçu, Cecy, Guaianases, Cariri como a acentuar o caráter nativo do gênero.
O Ocidente é etnocida porque é etnocêntrico, porque se pensa e se quer a civilização. Uma questão, porém se coloca: nossa cultura detém o monopólio do etnocentrismo? A experiência etnológica permite responder a isso. Consideremos a maneira como as sociedades primitivas nomeiam a si mesmas. Percebe-se que, na realidade, não há autodenominação, na medida em que, de modo recorrente, as sociedades se atribuem quase sempre um único e mesmo nome: os Homens. Ilustrando com alguns exemplos esse traço cultural, lembraremos que os índios Guarani nomeavam-se Ava, que significa os Homens; que os Guayaki da Venezuela se proclamam O Yanomani, a “Gente”; que os esquimós são Innuit, “Homens”. Poder-se-ia estender indefinidamente a lista desses nomes próprios que num dicionário em que todas as palavras têm o mesmo sentido: homens. Inversamente, cada sociedade designa sistematicamente seus vizinhos por nomes pejorativos, desdenhosos, injuriosos.
Daí o fato cultural que reitera o etnocentrismo quando se afirma que: “Toda cultura opera assim uma divisão entre ela mesma, que se afirma como representação por excelência do humano, e os outros, que participam da humanidade apenas em grau menor. O discurso que as sociedades primitivas fazem sobre si mesmas, discurso condensado nos nomes que elas se dão, é, portanto etnocêntrico de uma ponta á outra: afirmação da superioridade de sua existência cultural, recusa de reconhecer os outros como iguais. O etnocentrismo aparece então como a coisa do mundo mais bem distribuída e, desse ponto de vista pelo menos, a cultura do Ocidente não se distingue das outras. Convém mesmo, aprofundando um pouco mais a análise, pensar o etnocentrismo como uma propriedade formal de toda formação cultural, como imanente à própria cultura. Pertence à essência da cultura ser etnocêntrica, na medida exata em que toda cultura se considera como a cultura por excelência. Em outras palavras, a alteridade cultural nunca é apreendida como diferença positiva, mas sempre como inferioridade segundo um eixo hierárquico”.Desta forma é aceito que o etnocídio “é a supressão das diferenças culturais julgadas inferiores e más”; é a aplicação de um princípio de identificação, de um projeto de redução do outro ao mesmo, e com o índio amazônico suprimido como outro e reduzido como cidadão brasileiro.
Em outras palavras, o etnocídio resulta na dissolução do múltiplo no Um. O que significa agora o Estado? Ele é, por essência, o emprego de uma força centrípeta que tende, quando as circunstâncias o exigem, a esmagar as forças centrífugas inversas. O Estado se quer e se proclama o centro da sociedade, o todo do corpo social, o mestre absoluto dos diversos órgãos desse corpo. Descobre-se assim, no núcleo mesmo dessa substância do Estado, a força atuante do Um, a vocação de recusa do múltiplo, o temor e o horror da diferença. Nesse nível formal em que nos situamos atualmente, afirma Pierre Clastres, constata-se que a prática etnocida e a máquina estatal funcionam da mesma maneira e produzem os mesmos efeitos: sob as espécies da civilização ocidental ou do Estado, revelam-se sempre a vontade de redução da diferença e da alteridade, o sentido e o gosto do idêntico e do Um.Isto porque, compreendemos as consequências imediatas da conquista e ocupação das áreas mais densamente povoadas da civilização indígena nas Américas foram etnocida. O somatório de doenças epidêmicas como varíola, sarampo, febre tifoide, sífilis, a superexploração do trabalho e debilitação física resultante com a “chegada do estranho” invasor para a aculturação de uma sociedade comunal orientada para o lucro, acabou por produzir nos séculos XVI e XVII um dos declínios demográficos mais desastrosos jamais registrados pela história civil mundial.
Os instrumentos de percussão também se uniram ao grupo, principalmente o pandeiro, sendo um dos mais utilizados. Outro componente que distingue o choro, ainda relacionado ao seu aspecto timbrístico, são as funções que os instrumentos assumiram om o tempo, revelando uma textura polifônica particular. O que antes era simplesmente uma melodia, acompanhada se transformou em algo mais complexo, os instrumentos começaram a ter funções claramente definida e este é um ponto especial na identificação do gênero musical. Etimologicamente o surgimento termo “choro” estudado nas pesquisas sobre música popular brasileira, não há consenso quanto á sua origem e significado. Choro pode ter se originado da maneira melancólica, chorosa de se tocar as músicas estrangeiras no final do século XIX, ou de “xolo”, a partir de então uma das características mais marcantes. O choro não é reconhecido por possuir uma harmonia complexa, segundo Valente (2014: 38), “são em sua maioria simples, maiores, menores, diminutos e dominantes. Existe uma tendência em se justificar a simplicidade da harmonia pelo andamento das melodias que exige virtuosismo de seus executantes”.
Em relação à estrutura melódica do choro, notamos que a maioria das melodias do gênero são idiomáticas, ou seja, vinculam-se diretamente a um tipo de baile que reunia os escravos das fazendas, que depois passou a ser conhecida como “xoro”, e finalmente a expressão passou a ser grafada com “ch”. A estrutura formal do choro relaciona-se diretamente com a chamada forma rondó, das danças de salão das cortes europeias a partir do século XVIII, adotavam a forma rondó, entre elas a polca. Eram comuns, as partituras importadas de polca, na sociedade do Rio de Janeiro do Segundo Reinado (1840-1889), e esta foi rapidamente nacionalizada pelas interpretações dos grupos de choro seguisse sua estrutura formal, o rondó, que seria ao instrumento para a qual foi composta. Normalmente, as melodias são baseadas em arpejos que se relacionam às progressões harmônicas, escalas e sequências cromáticas. Na maioria das vezes, a melodia é apresentada por um instrumento solista, podendo ser a flauta, o bandolim ou o cavaquinho. Ordinariamente estes instrumentistas sabem ler partitura, mas também adotam a qualidade entre os que tocam choro de cor. Nãoão é necessário que o solista respeite o que está escrito, pois é comum acrescentar-se alguma improvisação realizando variações melódicas e rítmicas durante as repetições.
Chiquinha Gonzaga morreu trabalhando com a música e o teatro, participando com entusiasmo da cultura carioca em sua versão urbana, ao lado de artistas de diversas origens e estilos, acompanhando ao piano músicos do choro carioca, do grupo boêmio formado por Joaquim Callado, músico compositor e flautista considerado um dos criadores do choro ou como o pai dos chorões. Seu grupo, que ficou reconhecido como O Choro de Callado, era constituído por um instrumento de solo, no caso sua flauta de ébano, dois violões e um cavaquinho, onde os acompanhantes instrumentistas de cordas, tinham a capacidade de improvisar sobre o acompanhamento harmônico, ou compondo para os principais gêneros do teatro musicado, como na opereta de Viriato Correia, Juriti, em três atos de 1919, com música de Chiquinha Gonzaga e libreto de Viriato Corrêa.A obra estreou em 16 de julho de 1919 no Teatro São Pedro de Alcântara, depois Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, encenada pela Grande Companhia de Operetas e Melodramas e direção de Eduardo Vieira. Vicente Celestino e Abigail Maia interpretaram os papeis principais, e o elenco incluía ainda Procópio Ferreira. O regente foi o maestro Luiz Moreira. É do grande tribuno a frase exclamativa com que se referia à compositora: - “Aquela Chiquinha é o diabo!”. Temos notícia de execução deste tango pela extraordinária Banda dos Meninos Desvalidos, regida pelo jovem maestro Luiz Moreira na récita em benefício a Chiquinha no Teatro Lírico em 20 de abril de 1891. Em 1900, Viriato Correia foi residir em Pernambuco e ingressou na Faculdade de Direito do Recife. Ficou nessa universidade por três anos e mudou-se para o Rio de Janeiro, então capital federal. Ainda em 1903, aos 19 anos de idade, lançou seu primeiro livro, Minaretes. Concluiu o curso na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro em 1907. Depois de
formado pouco trabalhou como advogado, mas teve larga atuação nos campos
jornalístico, literário e político. Com a ajuda de Medeiros de Albuquerque,
logo conseguiu ingressar no jornal carioca Gazeta
de Notícias. Durante estes anos colaborou em vários periódicos, como os
jornais Correio da Manhã, Jornal do Brasil e Folha do Dia, e as revistas Careta,
Ilustração Brasileira, Cosmos, A Noite Ilustrada, Para Todos,
O Malho e Tico-Tico. Fundou os jornais Fafazinho e A Rua.
Conviveu com importantes nomes do jornalismo e literatura, como Alcindo
Guanabara e João do Rio, e foi também professor de História do teatro na Escola
Dramática do Rio de Janeiro. Em 1917, fundou a Associação Brasileira de Autores Teatrais, que foi considerada uma
das primeiras instituições defensoras dos direitos autorais, sem fins lucrativos que arrecada e distribui direitos autorais de seus associados. A imprensa registrou a obra como a grande “marcha triunfal” dedicada a Lopes Trovão, apresentada por orquestra, banda dos Meninos Desvalidos e piano. A música foi incluída como tango de salão para dançar na opereta de costumes portugueses e brasileiros em 3 atos O Minho em festa, escrita por Cândido Costa e rebatizada como De volta à pátria, em 1922. Integra a série de choros Alma Brasileira, para saxofone (mi b), publicada em 1932. Foi gravado pela Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro em disco Columbia, com o subtítulo de Deus do Fogo, e lançado em 1913; também por Clara Sverner (piano), em 1998; e por Talitha Peres (piano), em 1999. Naquele ano, foram mais de 200 apresentações da peça, com um público total superior a 2.800 pessoas e as revistas de ano de Arthur Azevedo, Chiquinha Gonzaga conseguiu constituir sólida carreira como instrumentista, compositora e regente de espetáculos teatrais. Embora sua vida tenha sido pouco biografada, mas destinaram-se a narrar uma vida que brindou a liberdade, venceu preconceitos sociais descortinando o signo da excepcionalidade. Mais do que isso: dedicaram-se a transformar sua vida em uma história singular. Uma narrativa consequente dotada de começo, meio e fim, e cujas partes não poderiam aparecer descoladas do significativo papel de mulher e artista na sociedade.
Não
devemos perder de vista o busílis em
que operavam essas relações sociais e raciais ao nível político-ideológico
diante da hipocrisia senhorial. Se ela era facilmente desmascarável pelo
caráter lisonjeiro de paradigma da democracia racial, como no “passado a
igualdade perante a Deus não proscrevia a escravidão, no presente a igualdade
perante a Lei só iria fortalecer a hegemonia do homem branco”. Poucos atentaram, e ainda assim mais recentemente,
para o fato de que o teste verdadeiro de uma filosofia racial democrática
“repousaria no modo de lidar com os problemas suscitados pela destituição do
escravo, pela desagregação das formas de trabalho livre vinculadas ao regime
servil e, principalmente, pela assistência sistemática a ser dispensada à população de cor em geral”. Imposto de
“cima para baixo”, como algo essencial à respeitabilidade do brasileiro, ao
funcionamento normal das instituições e equilíbrio da ordem nacional, aquele
mito acabou caracterizando a “ideologia racial brasileira”, perdendo-se por completo as identificações sociais que o confinavam à ideologia e às técnicas de
dominação de uma classe social. O
mito em questão teve alguma utilidade prática, mesmo no momento em que emergia
historicamente. Ao que parece, tal utilidade evidencia-se em três planos
distintos. Primeiro, generalizou-se um estado de espírito farisaico, para lembrarmos de Walter Benjamin, que permite
atribuir à incapacidade ou à irresponsabilidade do “negro” os dramas humanos da
“população de cor” da cidade, com o que eles atestavam como índices
insofismáveis de desigualdade econômica. Segundo, isentou o “branco” de
qualquer obrigação, responsabilidade ou solidariedade morais, de alcance social
e de natureza coletiva, perante os efeitos sociopáticos da espoliação
abolicionista e da deterioração progressiva da situação socioeconômica do negro
e do mulato. Terceiro, revitalizou a técnica de focalizar e avaliar as relações
entre “negros” e “brancos” através de exterioridades ou aparências dos
ajustamentos raciais, forjando uma consciência falsa da realidade racial
brasileira. Graças à persistência das “condições que tornaram possíveis e
necessárias a sua exploração prática, ela implantou-se de tal maneira que se
tornou o verdadeiro elo entre as duas épocas sucessivas na história cultural
das relações entre negros e brancos na cidade”. Em
consequência disso, de acordo com Fernandes (1964), “ela também concorreu para
difundir e generalizar a consciência falsa da realidade racial, suscitando todo
um elenco de convicções etnocêntricas”: 1˚) a ideia de que “o negro não tem
problemas no Brasil”; 2˚) a idéia de que, pela própria índole do Povo
brasileiro, “não existem distinções raciais entre nós”; 3˚) a idéia de que as
oportunidades de acumulação de riqueza, de prestígio social e de poder foram
indistinta e igualmente acessíveis a todos, durante a expansão urbana e
industrial da cidade de São Paulo; 4˚) a idéia de que “o preto está satisfeito”
com sua condição social e estilo de vida em São Paulo; 5˚) a idéia de que não
existe, nunca existiu, nem existirá outro problema de justiça social com referência
ao “negro”, excetuando-se o que foi resolvido pela revogação do estatuto servil
e pela universalização da cidadania – o que pressupõe que a miséria, a prostituição, a vagabundagem, a desorganização da família
etc., seriam efeitos residuais, mas transitórios, a
serem tratados pelos meios tradicionais e superados por mudanças qualitativas. As teorias que investigam a natureza e o desenvolvimento cognitivo confirmam esta tese heterodoxa.
Bibliografia geral consultada.
FERNANDES,
Florestan, A Integração do Negro à Sociedade de Classes. Tese de Livre Docência. Departamento de Sociologia. São Paulo: Universidade de São Paulo.
Boletim n˚ 301. Sociologia, 1964; KEMP, Tom, La Revolución Industrial en la
Europa del Siglo XIX. Barcelona: Libros de Confrontacion, 1976; DINIZ,
Edinha, Chiquinha Gonzaga: Uma História de Vida. Rio de Janeiro: Editor
Rosa dos Tempos, 1984; NABUCO, Joaquim, O Abolicionismo. Rio de Janeiro:
Editora Nova Fronteira, 1997; VERZONI, Marcelo Oliveira, Os Primórdios do
Choro no Rio de Janeiro. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em
Música. Centro de Letras e Artes. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio
de Janeiro, 2000; MILLAN, Cleuza de Souza, A Memória Social de Chiquinha
Gonzaga. Rio de Janeiro: Editora Independente, 2001; CREVELANTI, Marcílio
Carla, Chiquinha Gonzaga e o Maxixe. Dissertação de Mestrado. Instituto
de Artes. São Paulo: Universidade Estadual Paulista, 2009; DOUGLAS, Mary, Pureza
e Perigo. São Paulo: Editora Perspectiva, 2012; VALENTE, Paula Veneziano, Transformações
do Choro no Século XXI: Estruturas, Performances e Improvisação. Tese de
Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Música. Escola de Comunicações e Artes.
São Paulo: Universidade de São Paulo, 2014; CESAR, Rafael do Nascimento, A
Composição de uma Pioneira: De Francisca a Chiquinha. Dissertação de
Mestrado. Departamento de Antropologia. Instituto de Filosofia e Ciências
Humanas. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2015; CARVALHO, José
Murilo, A Formação das Almas - O Imaginário da República no Brasil. Rio
de Janeiro: Editora Companhia as Letras, 2017; GOMES, Rodrigo Cantos Savelli, Chiquinha
Gonzaga em Discurso: Narrativas sobre Vida e Obras de uma Artista Brasileira.
Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Centro de
Filosofia e Ciências Humanas. Florianópolis: Universidade Federal de Santa
Catarina, 2018; MAGALHÃES, Maristela Rocha de Almeida, Chiquinha Gonzaga: De
Outsider ao Reconhecimento Perante o Domínio Masculino. Tese de
Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Instituto de Ciências
Humanas. Juiz de Fora: Universidade Federal de Juiz de Fora, 2019; ALVES, Carolina Gonçalves, “Ô Abre Alas que Eu quero Passar”: Rompendo o Silêncio
sobre a Negritude de Chiquinha Gonzaga. In: PROA: Revista de Antropologia e Arte. Campinas, vol. 1, n˚ 10, pp. 18-36, 2020; entre
outros.