segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Edgar Morin - Ideias Complexas, Abstratas e Excurso Sociológico.


                                                                                         Ubiracy de Souza Braga

          A experiência da opressão alimenta a ideia de liberdade”. Edgar Morin

         
                                   
           Edgar Morin, pseudônimo de Edgar Nahoum nasceu em Paris, em 8 de julho de 1921. - Muito cedo, minha vida orientou-se para o que deveria ser seu próprio trabalho. E tudo começa na madrugada quente de 8 de julho de 1921, perto das 4h, nasce Morin, o primeiro menino neto, filho de Vidal e Luna que receberam a missão familiar de unir os prenomes dos dois avós, porém, no intuito de não reforçarem a concorrência familiar optam por chamá-lo de Edgar Nahum. Em hebraico Nahum significa “consolação para os judeus expulsos da Espanha no final do século XV”. Nascido em Paris, filho único de uma família judia sefardita, seu pai, Vidal Nahoum, era um comerciante originário de Salônica, a segunda maior cidade da Grécia e a principal cidade da região grega da Macedônia. Sua mãe, Luna Beressi, faleceu quando ele tinha 10 anos. Ateu declarado, descreve-se como um neo-marrano, porque estes foram obrigados a abandonar a Lei judaica e a converterem-se ao cristianismo. Contra a sua vontade, para escapar às perseguições da Inquisição espanhola. É talentoso filósofo francês judeu de origem sefardita. Termo para se referir aos descendentes originários de Portugal e Espanha.     
         Os sefarditas, muito provavelmente, se estabeleceram na Península Ibérica durante a Era das Navegações Fenícias, embora a sua presença só possa ser atestada a partir do Império Romano. Os fenícios, grandes navegadores, foram a força predominante no mar Mediterrâneo e outros mares e oceanos. Conseguiram desenvolver habilidades de navegação e a construção naval, mais avançada que os de todas as culturas que cercam o Mediterrâneo. Migraram da Península Arábica, chegaram à costa do que representa o Líbano, uma das regiões de antigas civilizações, como fenícios, assírios, persas, gregos, bizantinos e turcos otomanos, sendo que sua rica história formou a identidade cultural única em diversidade étnica e religiosa do país. São territórios costeiros deste país, Síria e Norte de Israel, a Canaã da Antiguidade, estabelecendo grandes cidades em Beirute,  Byblos, Tiro, Sidon e Baalbek. Eram considerados a maior potência naval. Fenícios não conheciam a bússola ou nenhum outro instrumento de navegação, mas baseavam-se em características técnicas de Antropologia Física, que estuda o homem como animal biológico: suas origens; a evolução do ser humano primitivo ao moderno, destacando as diferenças raciais. É o estudo da biologia humana dentro da evolução, com ênfase na interação entre a biologia e cultura, e portanto, naturais do litoral. Usavam as estrelas, o sol, os marcos da costa e os ventos, a experiência do capitão sobre as marés, correntes e ventos da rota.



               Eles sobreviveram ao processo de cristianização, invasão visigótica e moura, mas sucumbiram na fase final da Reconquista. Os judeus fugiram das perseguições que lhes foram movidas na Península Ibérica na Inquisição Espanhola (cf. Touboul-Tardieu, 2009), dirigindo-se a vários territórios. Uma grande parte fugiu para o norte de África, onde viveram durante séculos. Milhares se refugiaram no Novo Mundo, principalmente o Brasil onde foi construída a primeira sinagoga das Américas, a Kahal Zur Israel, queremos dizer, a Congregação Rochedo de Israel. Ela funcionou em Pernambuco durante o período colonização e de dominação holandesa (1630-57). Durante esse período emigraram para o Recife milhares de judeus sefarditas de origem portuguesa, refugiados nos Países Baixos, que vieram para a colônia holandesa atraída pela liberdade religiosa. Seu primeiro rabino foi o luso-holandês Isaac Aboab da Fonseca (1605-1693) que chegou ao Recife em 1641 se estabelecendo nestas terras durante 13 anos.
            Derrotados na Batalha dos Guararapes, fruto da Insurreição Pernambucana (1648-1649), as famílias judias retornaram para a Holanda a bordo do navio Valk, também referida como Guerra da Luz Divina, representou um movimento social contra o domínio holandês na Capitania de Pernambuco. Ele ocorreu durante a segunda invasão holandesa culminando com a expulsão dos holandeses da região Nordeste do país, devolvendo-a à coroa portuguesa. O desembarque ocorreu em Nova Amsterdã, atual Nova York, onde os judeus formaram a Congregação Shearith Israel, de 1654, que é a congregação mais antiga dos Estados Unidos da América (EUA), ou a primeira comunidade judaica da América do Norte. Também no México, onde nos dias atuais se concentram milhares de descendentes dos judeus reconhecidos como marranos. Os sefarditas são divididos hoje em ocidentais e orientais. Os ocidentais são os chamados judeus da nação portuguesa, enquanto os orientais são os sefardim que viveram no Império Otomano. O material arqueológico datado do século XVII foi identificado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, e pela ação conjunta de pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco. Como comprovação da existência e funcionamento da Congregação, foi identificada a construção de uma piscina com sete degraus - um mikvê - utilizada em rituais de banho de purificação. A fachada do prédio do século XIX abriga o Centro Cultural Judaico de Pernambuco.
Formado em Direito, História e Geografia, Edgar Morin realizou estudos de aprofundamento em Filosofia, Sociologia e Epistemologia. Engajado politicamente durante a 2ª guerra mundial participou da organização La Résistance que na França designa o conjunto de movimentos e redes que durante a guerra prosseguiu a luta contra o Eixo e os seus delegados colaboracionistas desde o armistício de 22 de junho de 1940 até à Liberação em 1944. O Eixo dizia-se parte de um processo revolucionário que visava quebrar a hegemonia plutocrática-capitalista do ocidente e defender a civilização contra o comunismo. O Eixo surgiu no Pacto Anticomintern, um tratado anticomunista assinado pela Alemanha e Japão em 1936. A Itália aderiu ao pacto em 1937. O Eixo Roma-Berlim tornou-se uma aliança político-militar em 1939 com o Pacto de Aço e integrou seus objetivos militares em 1940, com o Pacto Tripartite. O Eixo atingiu o seu auge durante a 2ª guerra mundial (1941), ocupando grande parte da Europa, África, Ásia e ilhas do oceano Pacífico. A guerra terminou em 1945, com a derrota do Eixo e dissolução da aliança. Assim como no caso dos Aliados, a constituição do Eixo foi fluída, com nações lutando nas batalhas de caráter político- ideológico.
         Durante a ocupação nazista, encontrou a sua segunda família. Entrou nas forças de combate da Resistência, na facção liderada por François Mitterrand. Foi assim que Edgar Nahoum soçobrou para o registro civil e tornou-se Edgar Morin, nome de batalha que manterá também depois da guerra. Aprendeu a se esconder, a comprar as informações, a antecipar os movimentos da polícia. Um dia, estava chegando a Lyon para um encontro. Teve um pressentimento, decidiu não ir. O amigo que o esperava foi capturado, torturado e morto. Edgar Morin anteviu o medo, a nova ideologia que interpela o indivíduo constrangendo-o. Um sentimento que paralisa consciências, a doença deste século. Da união com Viollete Chapellaubeau nasceram duas filhas: em 1947, Irene Chapellaubeau Nahoun e, em 1948, Veronique Nahoum, primeira mulher de casamento e mãe das duas filhas deste casamento. No dia da Libertação, entrou em Paris a bordo, na falta de melhor expressão, de um automóvel militar, hasteando a bandeira com a amiga escritora Marguerite Duras. Nasceu em Gia Định, atual distrito de Bình Thạnh em Saigon, posteriormente Cidade de Ho Chi Minh, na colônia francesa da Cochinchina, Sul do Vietnã. 
Sua família retornou à França, onde estudou Direito e também se tornou escritora. Decidiu mudar o sobrenome de Donnadieu para Duras, nome de uma vila do departamento francês de Lot-et-Garonne onde se situava a casa de seu pai. É autora de diversas peças de teatro, novelas, filmes e narrativas curtas. Seu trabalho foi associado com o movimento chamado Nouveau Roman e com o Existencialismo. Entre algumas de suas obras estão: O Amante, A Dor, O Amante da China do Norte e O Deslumbramento. Também reconhecida como a roteirista do filme “Hiroshima, meu amor”, dirigido por Alain Resnais, premiado cineasta do movimento Nouvelle Vague, Duras também dirigiu filmes próprios, inclusive o conceituado “Índia Song” (1976), mas a carreira cinematográfica não atinge o reconhecimento entre intelectuais e acadêmicos. Outras obras suas foram adaptadas por diretores de cinema como O Amante de Jean-Jacques Annaud, de 1992. Edgar Morin decidiu partir para Baden-Baden, uma cidade alemã situada na região administrativa de Karlsruhe, no estado (Land) de Baden-Württemberg. Era reconhecida   como Aurelia Aquensis, ou apenas, Aquae (Águas) durante o período romano. Baden-Baden é uma cidade independente (Kreisfreie Stadt) ou distrito urbano (Stadtkreis), ou seja, possui estatuto de distrito (Kreis). Em 1946, dois anos antes do filme de Roberto Rossellini, Morin escreveu L`An zéro de l`Allemagne um conto sobre o país em ruínas. É uma tentativa de compreender como a nação de Goethe e Beethoven pôde provocar a barbárie do nazismo. Até os 30 anos, diz Morin “fui um comunista de guerra, porque dei prioridade à luta contra o nazismo, ignorando, porém, os defeitos do stalinismo. Mas em tempos de paz, assim que começaram os processos e as purgas, rasguei a minha carteirinha”. Em 1951, foi definitiva a expulsão da direção do Partido Comunista Francês  (PCF) por ter criticado analiticamente, em um artigo, o Grande Timoneiro Mao Tsé Tung. – “O partido era como uma igreja, um ambiente sagrado - lembra -, algo inimaginável para os jovens de hoje”.
Poucos dentre os resistentes não se tornam, mais cedo ou mais tarde durante a guerra, clandestinos. Largam atrás de si nomes, profissões, endereços, amigos, parentes. Aprendem até a exaustão a perder o passado, a memória e a si mesmos. A profissão, a família, os laços sociais não importam mais! Vivem exclusivamente em função dos seus fins ético-políticos. A Resistência foi uma ação relativamente voluntária de poucos homens, por isso só aparentemente tornados exemplares. Configura um modelo de comportamento singular e de atitude individual, festejado, celebrado e idealizado de cima a baixo por toda a sociedade, das elites sociais ao proletariado, próximo da abnegação heroica. A dedicação à causa coletiva desdobra-se nas medidas de um apaixonado e exaltado “esquecimento de si”. Um modo político de viver foi alcançado que serve de espelho moral. Mas que designa a dimensão bela, justa e verdadeira do dever cívico, ato simples, ao alcance de todos e próprio do sentimento de ser francês.
Riscos existem, vale advertir, nestas formas-limites do agir. Recusar a existência na qual cada um se inscreve por filiação, por pertencimento social, pode equivaler a uma espécie de denegação do passado e de suas marcas. Filhos de ninguém, a quem não há diferença entre sexo, a nação, as idades, as aptidões, as circunstâncias individuais e coletivas. Negar elos de pertencimento incide no risco de desacreditar das raízes humanas e arrancá-las. Há perigos, bem se sabe, no gosto da utopia: considerar brancas as páginas humanas pode levar a políticas de terra arrasada. Há nas dimensões éticas e políticas, com certeza, uma prudência antropológica a adquirir (cf. Kolleritz, 1999). A 2ª guerra global (1941-1945) é também reconhecida pelas numerosas atrocidades contra civis cometidas pelos combatentes em plena era moderna. Calcula-se um total de 85 milhões de mortos, onde mais de 50 milhões foram civis. Um dos pilares da ideologia nazista era o antissemitismo, que culminou com o etnocídio de cerca de 6 milhões de judeus que anteriormente tiveram seus maiores bens confiscados e foram aprisionados para desempenhar trabalho escravo no âmbito dos Konzentrationslager.
       Além disso, eslavos prisioneiros de guerra, cidadãos poloneses, deficientes, homossexuais e ciganos também foram escravizados e executados. Estima-se que cerca de 11 milhões de civis, em sua maioria eslava, tenham sido intencionalmente assassinados pelos nazistas. O primeiro grande campo de extermínio alemão comandado pela SS foi descoberto em 1944 por tropas soviéticas e desde então foram sendo gradativamente descobertos e tendo seus prisioneiros libertados por tropas norte-americanas, britânicas e soviéticas entre 1944 e 1945. Após a guerra, abriu-se um tribunal militar onde membros influentes do nazismo foram julgados por diversos crimes, inclusive aqueles contra a humanidade e de guerra, no evento reconhecido como Julgamento de Nuremberg. Uma série de tribunais militares, organizados pelos Aliados, depois da  2ª guerra global, e referentes aos processos contra 24 proeminentes membros da liderança política, militar e econômica da Alemanha nazista. Os julgamentos, a cargo do International Military Tribunal (IMT), ocorreram na cidade de Nuremberg, Alemanha, entre 20 de novembro de 1945 e 1º de outubro de 1946. Esse tribunal serviu como base para a criação do Tribunal Penal Internacional, com sede na cidade de Haia, nos Países Baixos. Posteriormente, entre 1946 e 1949, foram julgados os Processos de Guerra de Nuremberg, em 12 outros tribunais militares. Esses processos referiam-se a 117 acusações por crimes de guerra contra outros membros da liderança nazista. Na Ásia, o Japão Imperial foi responsável por crimes letais de Estado contra chineses, como o Massacre de Nanquim e experiências clínicas secretas com seres humanos vivos.   
            O Massacre de Nanquim, também reconhecido como o Estupro de Nanquim, foi um episódio de assassinato em massa e estupros em massa cometidos por tropas do Império do Japão contra a cidade de Nanquim, na China, durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa, na Segunda Guerra Mundial. O massacre ocorreu durante um período de seis semanas a partir de 13 de dezembro de 1937, o dia em que os japoneses tomaram Nanquim, que na época era a capital chinesa. Durante este período, dezenas de milhares, se não centenas de milhares de civis chineses e combatentes desarmados foram mortos por soldados do Exército Imperial Japonês. Estupros e saques também ocorreram. Vários dos principais perpetradores das atrocidades, na altura rotulados como crime de guerra, mais tarde foram julgados e considerados culpados pelo Tribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente e pelo Tribunal de Crimes de Guerra de Nanquim, e executados. Outro autor chave, o príncipe Asaka, um membro da Família Imperial, escapou da acusação por ter imunidade,  anteriormente concedida pelos Aliados. O número de mortos no massacre não pode ser estimado com precisão porque a maioria dos registros militares japoneses sobre os assassinatos foram deliberadamente destruídos ou mantidos em segredo logo após a rendição do Japão, em 1945.

         O Tribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente estimou, em 1948, que mais de 200 mil chineses foram mortos no incidente. A estimativa oficial da China é de mais de 300 mil mortos, com base na avaliação do Tribunal de Crimes de Guerra de Nanquim em 1947. O número de mortos tem sido ativamente contestado entre os estudiosos desde a década de 1980, com estimativas que variam de 40 mil a mais de 300 mil seres humanos mortos.  Edgar Morin é um dos principais representantes contemporâneos da análise de estudos da complexidade, que inclui perspectivas anglo-saxônicas e de origem latinas. Sua abordagem é reconhecida dubiamente como pensamento complexo ou paradigma da complexidade. Mas o filósofo não se identifica como analista “teórico da complexidade”. Nem pretende limitar suas pesquisas às chamadas concepções de “ciências da complexidade”. Pois, menos se distingue entre perspectivas restritas, limitadas, e amplas ou mesmo generalizadas da reflexão sobre a complexidade. Em 1941, adere ao Partido Comunista, “num momento em que se sentia, pela primeira vez, que uma força poderia resistir à Alemanha nazista”. Entre 1942 e 1944, como tenente das forças combatentes francesas, adotou o codinome Morin, que conservaria em diante. Durante a Libération, é transferido para a Alemanha ocupada, como adido ao Estado Maior do Primeiro Exército Francês na Alemanha (1945), e como chefe do Departamento de Propaganda do governo militar francês (1946).

Escreve seu primeiro livro, L`An Zéro de l`Allemagne, publicado em 1946, no qual descreve a condição do povo alemão no pós-guerra, sendo apreciado por Maurice Thorez, que o convida a escrever para a revista Lettres françaises. A partir de 1949, distancia-se do PCF, do qual será excluído em 1951, por suas posições críticas. Aconselhado por Georges Friedmann, que conheceu durante a ocupação e com o apoio de Maurice Merleau-Ponty, de Vladimir Jankélévitch e Pierre George, entra para o Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) em 1950. Começa a escrever L`Homme et la Mort que será editado a seguir, em 1951. Em 1955 coordena um comitê político contra a guerra da Argélia e defende particularmente Messali Hadj, pioneiro da luta anticolonial e um dos próceres da Independência da Argélia. Em 1960, funda, na École des Hautes Études en Sciences Sociales - Sociologie, Anthropologie, Histoire (EHESS), o Centro de Estudos de Comunicação de Massa (CECMAS), com Georges Friedmann e Roland Barthes, com a intenção de adotar uma abordagem transdisciplinar do tema, e criam a revista Communications.  Edgar Morin é também fundador da revista Arguments (1957-1963). Em 1963, casa-se com a artista plástica de origem quebecoise-caribenha Joahnne, com quem viaja ao Brasil diversas vezes. De 1978 a 1975, integrou  “Grupo dos Dez”, onde absorveu contato com as três teorias que viriam fundamentar as suas ideias sobre a teoria da complexidade: cibernética, teoria da informação e teoria dos sistemas.
Em 1973, publica o livro L`Paradigme Perdu: La Nature Humaine. Este livro foi o ponto de partida para a construção do Método, série de livros, onde Edgar Morin explica minuciosamente a sua teoria da complexidade. Nomeado diretor de pesquisa do CNRS em 1970, será entre 1973 e 1989, um dos dirigentes do Centro de Estudos Transdisciplinares da École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), sucessor do Centro de Estudos de Comunicação de Massa (CECMAS). A principal obra de Edgar Morin é a constituída por seis volumes, mas é em particular em La Méthode que o pensador propõe o conceito de complexidade, a ideia-chave do método, que em seus volumes foi escrita durante três décadas e meia. Trata-se de uma das maiores obras de epistemologia. Inicia seus primeiros manuscritos de La Méthode, em 1973, com a publicação do livro: O Paradigma Perdido: a Natureza Humana, uma transformação epistemológica por questionar o fechamento ideológico e paradigmático das ciências, além de apresentar uma alternativa à concepção de paradigma encontrada no pensamento de Thomas Kuhn. A razão cartesiana impôs um paradigma. Ela nos ensinou a separar a razão da des-razão. Temos que religar o que a ciência cartesiana e as universidades através da divisão técnica do trabalho separou. Ainda que as condições socioculturais sejam distintas das condições biocerebrais, estão ligadas por um nó górdio: as sociedades existem e as culturas só se formam, conservam, transmitem e desenvolvem através das interações cerebrais ou espirituais entre os indivíduos.
A cultura, que caracteriza as sociedades humanas, é organizada/organizadora via o veículo cognitivo da linguagem, a partir, segundo Morin, do “capital cognitivo coletivo” dos conhecimentos adquiridos, das competências aprendidas, das experiências vividas, da memória histórica, das crenças míticas de uma sociedade. E, dispondo de seu capital cognitivo, a cultura institui as regras/normas que organizam a sociedade e governam os comportamentos individuais. Estas regras geram processos sociais e regenera globalmente a complexidade social adquirida por essa mesma cultura. Assim, a cultura não deve ser compreendida pelas metáforas estruturais, que são termos impróprios em uma organização recursiva onde o que é produzido e gerado torna-se produtor e gerador daquilo que o produz ou gera. Isso facto, cultura e sociedade estão em relação geradora mútua; nessa relação, não podemos esquecer as interações entre indivíduos, eles próprios portadores ou transmissores de cultura, que regeneram a sociedade, a qual regenera a cultura. Daí a tese sociológica segundo a qual, “se a cultura contém um saber coletivo acumulado em uma memória social, se é portadora de princípios, modelos, esquemas de conhecimento, se gera uma visão de mundo, se a linguagem e o mito são partes constitutivas da cultura, então a cultura não comporta somente uma dimensão cognitiva: é uma máquina cognitiva cuja práxis é cognitiva”. 
É neste sentido próprio de saber cognitivo que uma cultura abre e fecha as potencialidades bioantropológicas do conhecimento. Ela as abre e atualiza fornecendo aos indivíduos o seu saber acumulado, a sua linguagem, os seus paradigmas, a sua lógica, os seus esquemas, os seus métodos de aprendizagem, métodos de investigação, de verificação, etc., mas, ao mesmo tempo, ela as fecha e inibe com as suas normas, regras, proibições, tabus, o seu etnocentrismo, a sua autossacralização, a sua ignorância de ignorância. Ainda aqui, o que abre o conhecimento é o que fecha o conhecimento. Desde o seu nascimento, o ser humano conhece não só por si, para si, em função de si, mas, também pela sua família, pela sua tribo, pela sua cultura, pela sua sociedade, para elas, em função delas. Assim, o conhecimento de um indivíduo alimenta-se de memória biológica e de memória cultural, associadas na própria memória, que obedece a várias entidades de referência, diversamente presentes nela. Tudo o que é linguagem, lógica, consciência, tudo o que é espírito e pensamento, constitui-se na encruzilhada dialógica entre dois princípios de tradução, um contínuo, o outro descontínuo (binário).
As aptidões individuais organizadoras do cérebro humano necessitam de condições socioculturais para se atualizarem, as quais necessitam das aptidões do espírito humano para se organizarem individual e socialmente. A cultura está nos espíritos, vive nos espíritos, os quais estão na cultura, vivem na cultura. Meu espírito conhece através da minha cultura, vivem na cultura. Meu espírito conhece através da minha cultura, mas, em certo sentido, a minha cultura conhece através do meu espírito. Assim, portanto, as instâncias produtoras do conhecimento se coproduzem umas às outras; há uma unidade recursiva complexa estabelecida entre produtores e produtos do conhecimento, ao mesmo tempo em que há relação hologramática entre cada uma das instâncias, cada uma contendo as outras e, nesse sentido, cada uma contendo o todo enquanto todo. Falar em complexidade é falar em relação de interação simultaneamente complementar, concorrente, antagônica, recursiva e hologramática entre essas instâncias cogeradoras do reconhecimento humano. Mas não é apenas essa complexidade que permite compreender a possível autonomia relativa do espírito  (faculdades intelectuais) e no sentido técnico do cérebro individual.

      Mas é assim mesmo que o espírito individual pode autonomizar-se em relação á sua determinação biológica. Recorrendo às suas fontes e recursos socioculturais. Em relação  à determinação cultural utilizando sua aptidão bioantropológicas para organizar o conhecimento. O espírito individual pode alcançar a sua autonomia jogando com a dupla dependência que, ao mesmo tempo, o constrange, limita e alimenta. Pode jogar, pois há margem, entre hiatos, aberturas, defasagens. Entre o bioantropológico e o sociocultural, o ser individual e a sociedade. Assim, a possibilidade de autonomia do espírito individual está inscrita no princípio de seu conhecimento. E isso em nível de seu conhecimento cotidiano, quanto em nível de pensamento filosófico ou científico. A cultura fornece ao pensamento as suas condições sociais e materiais de formação, de concepção, de conceptualização. Impregna, modela e eventualmente governa os conhecimentos individuais. A cultura e, pela via da cultura, a sociedade está no interior do conhecimento. O conhecimento está na cultura e a cultura está na representação do conhecimento. Um ato cognitivo per se é, ipso facto, um  elemento do complexo cultural coletivo que se atualiza em um ato cognitivo individual.
As nossas percepções ou mesmo concepções estão sob um controle, não apenas de constantes fisiológicas e também psicológicas, mas níveis de variáveis culturais e históricas. A percepção é submetida a categorizações, conceptualizações, taxinomias, que influenciarão o reconhecimento e a identificação das cores, das formas, dos objetos. O conhecimento intelectual organiza-se em função de paradigmas que selecionam, hierarquizam, rejeitam as ideias sociais e as informações técnicas, bem como em função de significações mitológicas e de projeções imaginárias. Assim se opera a “construção social da realidade”, ou antes, a “co-construção social da realidade”, visto que a realidade se constrói também a partir de dispositivos cerebrais, em que o real (imagem) se consubstancializa e se dissocia do irreal (ficção), que constitui a visão de mundo,  que concretiza-se em verdade, em erro, na mentira. Para conceber a sociologia do conhecimento, é necessário, segundo Edgar Morin, conceber não só o enraizamento do conhecimento na sociedade e a interação social do conhecimento/na sociedade. Mas no anel recursivo no qual o conhecimento é produto/produtor sociocultural que comporta uma dimensão propria cognitiva.         
Os homens de uma cultura, pelo seu modo de conhecimento, produzem a cultura que produz seu reconhecimento. A cultura gera os conhecimentos que regeneram a cultura. Ao considerar-se a que ponto o conhecimento é produzido por uma cultura, dependente de uma cultura, integrado a uma cultura, pode-se ter a impressão de que nada seria capaz de libertá-lo. Mas isso seria, sobretudo, ignorar as potencialidades de autonomia relativa, no interior de todas aquelas culturas, dos espíritos individuais. Os indivíduos não são todos, e nem sempre, mesmo nas condições culturais mais fechadas, máquinas triviais obedecendo impecavelmente à ordem social e às injunções culturais. Isso seria ignorar que toda cultura está vitalmente aberta ao mundo exterior, de onde tira conhecimentos objetivos e que conhecimentos e ideias migram entre as culturas. Seria ignorar que aquisição de uma informação, a descoberta de um saber, a invenção de uma ideia, podem modificar e transformar uma sociedade, mudar o curso da história. Assim, o conhecimento está ligado, por todos os lados, à estrutura da cultura, à organização social, à práxis histórica. Sempre por toda parte, o conhecimento científico transita pelos espíritos individuais, que dispõem de autonomia potencial, a qual pode em certas condições sociais e políticas atualizarem-se e tornar-se um pensamento pessoal crítico.  
Sobre a aquisição do conhecimento pesa um formidável determinismo. Ele nos impõe o que se precisa conhecer, como se deve conhecer, o que não se pode conhecer. Comanda, proíbe, traça os rumos, estabelece os limites, ergue cercas de arame farpado e conduz-nos ao ponto onde devemos ir. E também que conjunto prodigioso de terminações sociais, culturais e históricas é necessário para o nascimento da menos ideia, da menor teoria. Não bastaria limitarmo-nos a essas determinações que pesam do exterior sobre o conhecimento. É necessário considerar, também, os determinismos intrínsecos ao conhecimento, que são, segundo Morin, muito mais implacáveis. Em primeiro lugar, princípios iniciais, comandam esquemas e modelos explicativos, os quais impõem uma visão de mundo e das coisas quee governam/e controlam de modo imperativo e proibitivo a lógica dos discursos, pensamentos, teorias. Ao organizar os paradigmas e modelos explicativos associa-se o determinismo organizado dos sistemas de convicção e de crença que, quando reinam em uma sociedade, impõem a todos a força imperativa do sagrado, a força normalizadora do dogma, a força proibitiva do tabu. As doutrinas e ideologias dominantes dispõem também da força imperativa e coercitiva que leva a evidência aos convictos e o temor inibitório aos desalmados.
Há, assim, sob o conformismo cognitivo, muito mais do que mero conformismo. Há um imprinting cultural, matriz que estrutura o conformismo, e há uma normalização que o impõe. O imprinting é um termo que Konrad Lorentz propôs para dar conta da marca incontornável imposta pelas primeiras experiências do jovem animal, como o passarinho que, ao sair do ovo, segue como se fosse sua mãe, o primeiro ser vivo ao seu alcance. Ora, há um imprinting cultural que marca os humanos, desde o nascimento, com o selo da cultura, primeiro familiar e depois escola, prosseguindo na universidade ou na profissão. Contrariamente à orgulhosa pretensão dos intelectuais e cientistas, o conformismo cognitivo não é de modo algum uma marca de sub-cultura que afeta principalmente as camadas subalternas da sociedade. Ao contrário, os subcultivados sofrem um imprinting e uma normalização atenuados e há mais opiniões pessoais diante do balcão de café do que num coquetel literário. Embora contrariados em  contradição com seu desenvolvimento liberal intelectual que permite a expressão de desvios e de ideias e formas escandalosas, o imprinting e a normalização crescem em paralelo com a cultura.
O imprinting cultural determina à desatenção seletiva, que nos faz desconsiderar tudo aquilo que não concorde com as nossas crenças, e o recalque eliminatório, que nos faz recusar toda informação inadequada às nossas convicções, ou toda objeção vinda de fonte técnica considerada má. A normalização manifesta-se de maneira repressiva ou intimidatória. Cala os que teriam a tentação de duvidar ou de contestar. A normalização, portanto, com seus subaspectos de conformismo, exerce uma prevenção contra o desvio e elimina-o, se ele se manifesta. Mantém, impõe a norma do que é importante, válido, inadmissível, verdadeiro, errôneo, imbecil, perverso. Indica os limites a não ultrapassar. As palavras a não proferir. Os conceitos a desdenhar, as teorias a desprezar. O imprinting assimila a perpetuação dos modos de conhecimento e verdades estabelecidas. Obedece a processos de tribunais: uma cultura produz modos de conhecimento entre os homens dessa cultura. Através do seu modo de conhecimento, reproduzem a legitimidade que produz esse conhecimento. As crenças que se impõem são fortalecidas pela fé que suscitaram. Se reproduzem não somente os conhecimentos, mas as  estruturas e os modos reguladores que determinam a invariância desses conhecimentos.
As ideias movem-se, mudam de lugar, ganham força na história, apesar das formidáveis determinações internas e externas globais. O conhecimento transforma-se, progride, regride. Crenças e teorias renascem; outras, antigas, morrem. A primeira condição de uma dialógica cultural é a pluralidade e diversidade de pontos de vista. Essa diversidade cultural é potencial e está em toda parte. Toda sociedade comporta indivíduos genética, intelectual, psicológica e afetivamente muito diverso, apto, portanto, a outros pontos de vista cognitivamente muito variados. São, justamente, essas diversidades de pontos de vista culturais e políticos que inibem e a normalização reprime. Do mesmo modo, as condições ou acontecimentos aptos a enfraquecerem o imprinting e a normalização permitirão às diferenças individuais exprimirem-se no domínio cognitivo. Essas condições aparecem nas sociedades que permitem o encontro, a comunicação e o debate de ideias. A dialógica cultural supõe o comércio, constituído de trocas múltiplas de informações, ideias, opiniões, teorias; o comércio das ideias é tanto mais estimulado quanto mais se realizar com ideias de outras culturas do passado. O intercâmbio das ideias produz o enfraquecimento dos dogmatismos e intolerâncias, o que resulta no seu próprio crescimento. Comporta a competição, a concorrência, o antagonismo, o conflito social e político, e portanto, entre ideias, concepções e visões de mundo.

Quando a sociedade é demasiada complexa, isto é, policultural, e um mesmo indivíduo experimentam várias inserções, seja familiar, de casta ou clã, étnica, nacional, política, filosófica, religiosa, e assim por diante, então, todo o conflito entre essas dependências e crenças pode tornar-se fonte de debates, problemas, crises internas, o que segundo a perspectiva de Morin, “instala a dialógica no seio do próprio espírito individual”. Mas quando ideias contrárias se enfrentam no espírito de um mesmo indivíduo, elas podem então: - seja se anular reciprocamente, dando lugar ao ceticismo, ele mesmo fermento de atividade crítica e motos do debate de ideias; seja, provocar um ligação dupla (double bind), contradição pessoal gerando na mente uma crise espiritual, que estimula a autorreflexão e suscita eventualmente uma busca de nova solução; - seja suscitar uma hibridização ou, melhor, uma síntese criadora entre ideias contrárias. O encontro de ideias antagônicas cria uma zona de turbulência que abre uma brecha no determinismo. Mas pode  estimular, entre indivíduos na formação de grupos, interrogações, dúvidas, reticências, buscas.
O processo social de formação de uma tendência é, ao mesmo tempo, da legitimação dessa tendência: eludindo a nova concepção social torna-se respeitável e respeitada. Institucionaliza-se, estabelece a regra, ou seu princípio de normalização, na sua esfera de influência.  Portanto, “a mentalidade científica”, inicialmente marginal e desviante, muito prudente, até mesmo astuciosa em relação aos poderes coligados do espiritual e do temporal, progressivamente, autonomizou-se e enraizou-se no interior da sociedade, criando suas associações e instituições e, em dois séculos, tornou-se a nova ortodoxia no conhecimento do mundo. Mas uma ortodoxia de novo tipo, pois comporta o debate e o conflito de ideias. Existem situações nas quais o desvio é reconhecido (saudado) como “originalidade”. Mas embora fuja da norma, beneficia-se de um estatuto elitista que o eleva acima da norma de um determinado regimento sindical ou escolar. Para que este seja não apenas tolerado, mas considerado como originalidade e não mais como desvio, e pluralismo cultural com autonomização dos estatutos dos artistas, autores, pensadores e produtores sociais. 
É com a grande explosão cultural que atravessa o Renascimento, de forma extraordinária o Iluminismo e a Modernidade contemporânea que, realçando a ideia constituem o ideário de que foram reconhecidos, protegidos, admirados, nas cortes e depois pelas elites burguesas, promovendo a genialidade nas artes, nas letras, nas ciências e no pensamento filosófico com a reprodutibilidade técnica das artes e das ciências. Mais tarde, mecenas, fundações privadas e instituições republicanas passaram a ajudar os criadores, fetichistas sociais e cientistas, enquanto que um estatuto de elite privilegiava a originalidade oficialmente descoberta nas artes, nas letras e na gênese das ideias. A oficialização da ideia de criação e de originalidade apaga o desvio da marginalidade, da ordem discursiva ante legalidade e ilegalidade. O estatuto oficial produz uma cadeia interligada na constituição das normas, nova conformidade que apesar do seu conformismo, constitui um terreno favorável à expressão de talentos. Produtores, cientistas, juízes, novos credos, uma nova fantasmagoria real. O caráter da farsa, da ilegibilidade e da corrupção dos juízos. A noção de talento profissional, nunca é demais repetir, está relacionado à aptidão ou à inteligência. 

Bibliografia geral consultada.

MORIN, Edgar, As Estrelas. Mito e Sedução no Cinema1ª edição. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1972; Idem, Introducción al Pensamiento Complejo. Barcelona: Editorial Gedisa, 1998; Idem, Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. 9ª edição. São Paulo: Cortez, 2004; Idem, O Método 4 – As Ideias. Habitat, Vida, Costumes, Organização. 4ª edição. Porto Alegre: Editora Sulina, 2008; Idem, Edwige, L`Inséparable. Paris: Éditions Fayard, 2009; Idem, Rumo ao Abismo: Ensaios sobre o Destino da Humanidade. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 2011; A Cabeça Bem-feita: Repensar a Reforma, Reformar o Pensamento. 20ª edição. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 2012; Idem, Ciência com Consciência. 15ª edição. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 2013; KOLLERITZ, Fernando, “A Apostasia Comunista: A Subjetividade como Política”. In: Rev. Bras. Hist. Volume 19, n° 38. São Paulo, 1999; AÏT ABDELMALEK, Ali, “Edgar Morin, Sociologue et Théoricien de la Complexité: Des Cultures Nationales à la Civilisation Européenne”. In: Sociétés, (4) 2004, n° 86, pp. 99-117; GONÇALVES, Joanisval Brito, Tribunal de Nuremberg (1945-1946) - A Gênese de uma Nova Ordem no Direito Internacional. Rio de Janeiro: Editor Renovar, 2004; ALLEGRO, Luís Guilherme Vieira, A Reabilitação dos Afetos: Uma Incursão no Pensamento Complexo de Edgar Morin. Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais. Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2007; WAKABAYASHI, Bob Tadashi (Ed.), The Nanking Atrocity, 1937–38: Complicating the Picture. Tóquio: Editor Berghahn Books, 2008; TOUBOUL-TARDIEU, Eva, Séphardisme et Hispanité. París: Presses de l`Université Paris-Sorbonne, 2009; GOMES, Valdemarin Coelho, Pensamento Complexo e Educação para o Futuro: Entrelaçamentos na Teia Ideológica do Capital. Tese de Doutorado em Educação. Programa de Pós-graduação em Educação Brasileira. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2010; STIGAR, Robson, As Aberturas do Complexo: Uma Análise da Religiosidade no Pensamento de Edgar Morin. Tese de Doutorado. Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciência da Religião. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2018; PASSOS, Úrsula, “Seguimos como Sonâmbulos e Estamos indo Rumo ao Desastre, diz Edgar Morin”. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/24/06/2019; entre outros. 

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