Ubiracy de Souza Braga
“Dá para ganhar deles. É Olavo de Carvalho adaptado”. Abraham Weintraub
Os ministros da Educação no Brasil, desde 1979, tiveram um curto período de gestão, alcançando em média somente 2 anos no cargo, devido à instabilidade provocada por crises políticas e econômicas governamentais. Um estudo de ideologias da administração não está preocupado com as origens do “espírito capitalista”, mas sim com as “armas ideológicas” empregadas na luta pela ou contra a industrialização. E quando ideologias são formuladas para defender um conjunto de interesses econômicos, é mais esclarecedor examinar a estratégia de argumentação do que insistir em que o argumento é autointeressado. Afinal, o país atravessou nessas quatro décadas períodos de graves crises econômicas e de instabilidade política, como o impeachment casuístico de dois presidentes da República. O ex-ministro de Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), cuja gestão durou 12 meses de trabalho, destaca que tentou encarar como “prioritária a diminuição do analfabetismo no país”. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), com dados referentes ao ano de 2016, o Brasil ainda tem cerca de 11,8 milhões de analfabetos. A pesquisa realizada pelo estatal IBGE indica dados reais que 7,2% das pessoas maiores de 15 anos não sabem ler, sendo que, comparativamente entre os negros, o percentual chega a 9,9%.
Capital financeiro (cf. Hilferding, 2011) pode ser entendido como o capital representado por títulos, obrigações, certificados e outros papéis com valor negociáveis e rapidamente conversíveis em dinheiro. Uma vez que as necessidades de liquidez variam significativamente entre os agentes econômicos, há uma grande variedade de instrumentos sociais, sob a forma de contratos, que combinam diferentes ativos e são comercializados nos mercados financeiros. Em termos simplificados, a lógica financeira consiste em “fazer dinheiro a partir de dinheiro”, sem necessariamente passar pela esfera da produção de mercadorias. O predomínio crescente dessa lógica econômica, de caráter rentista - isto é, que não tem como finalidade a produção, mas a remuneração do detentor de um ativo - na economia mundial globalizada ocorre desde pelo menos o início dos anos 1980 e 2006. A riqueza financeira mundial incluindo ações e debêntures, cresceu proporcionalmente mais de 14 vezes, enquanto comparativamente o Produto Interno Bruto (PIB) mundial cresceu, inversamente, estatisticamente menos de cinco vezes. Trata-se, portanto, de um capital fictício (cf. Marques & Nakatani, 2009) melhor dizendo, um capital não vinculado à esfera da produção e das relações de classe - e que efetivamente acabou por comandar a economia especulativa como um todo.
O Ministério da Educação representa o calcanhar de Aquiles dos programas governamentais desde a redemocratização retomada em 1985. Há uma disputa interna historicamente constituída na área da educação sobre qual projeto de governo deve ser institucionalizado. Os grupos de burocratas em conflito poderiam ser chamados de “pragmáticos” e “ideológicos”. Os primeiros tem como representação a ideologia de segurança nacional desenvolvida entre os militares (cf. Fernandes, 2009), que foram os primeiros a serem envolvidos na campanha de Jair Bolsonaro (PSL). Este grupo inclui ao menos um coronel que tem “afinidades eletivas” com o ministro. Os segundos são extremistas seguidores do escritor fascista Olavo de Carvalho e também ex-alunos do ministro demissionário Ricardo Vélez. Parte da elite militar no Ministério de Educação e Cultura pode ser considerada pragmática e compõe o grupo que ajudou na elaboração das propostas de campanha de Bolsonaro. Dentre as propostas, estava a defesa da educação a distância, a criação de colégios militares em capitais e a modernização da gestão na pasta. Os seguidores de Olavo de Carvalho se incorporaram depois da controversa vitória eleitoral de Bolsonaro, facilitada pela mídia, e tiveram atritos com os que já participavam das discussões sobre educação desde a campanha.
O principal aspecto de entrave para esse grupo ideológico é expulsar literalmente do MEC qualquer resquício do que chamam de “marxismo cultural” ou “pensamentos esquerdistas”. Isso inclui a defesa de projetos como o de caráter positivista “Escola Sem Partido”, a revisão de questões aplicadas ao exame do Enem, ou o ensino disciplinar que aborde questões sociais de interpretação de gênero nas escolas. O grupo ideológico também tem restrições em relação à atuação do Conselho Nacional de Educação (CNE), a regulamentação da Base Nacional Comum Curricular e alguns pontos do Plano Nacional de Educação (PNE). Os seguidores do educador fascista Olavo de Carvalho ocuparam cargos de diretores de programas, assessores ligados diretamente ao ministro, ou à secretaria-executiva. Os indicados ligados aos generais ficaram principalmente à frente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), autarquia vinculada ao Ministério da Educação. Seu objetivo é promover estudos, pesquisas e avaliações periódicas sobre o sistema educacional. O problema é que a insistência em combater o “marxismo cultural” deixa as questões essenciais do MEC mais uma vez em segundo plano como ocorrera antes.
O instituto nacional realiza pesquisas e levantamentos estatísticos fornecendo avaliações em todos os níveis e modalidades de ensino. Suas atividades mais reconhecidas são a realização do concurso/Exame Nacional do Ensino Médio (Enem); a realização do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade); a organização das avaliações periódicas dos ensinos básico e superior de todo o território brasileiro. Na prática, trata-se da crise de autoridade que já significou uma série de decisões revogadas e demissões no setor. Mais de 10 pesquisadores foram demitidos e postos dentro da pasta e do Inep estão vagos. A disputa também pode afetar programas importantes, como o Exame Nacional do Ensino Médio (cf. Locco, 2005). Apesar de ser aplicado apenas em novembro, o cronograma estipula que as provas estejam prontas para o envio às gráficas no início de maio. A educação básica e a regulamentação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) também são áreas que, apesar de não serem ofertadas diretamente do MEC, podem sofrer com a persistência da crise de valores do ministério. Ocorre porque as redes estaduais e municipais dependem da articulação com o governo federal para “tirar do papel” (teoria) os programas que precisam ser executados nas escolas. O motivo político tem sido uma suposta reforma ministerial.
O inexperiente ministro da Educação assume o cargo envolvido em polêmicas e com um ministério que sofreu demissões desde o início do governo. O MEC já teve ao menos 14 demissões, sendo que dois cargos estratégicos ainda estão vagos: a secretaria da Educação Básica e a presidência do Inep. Além da preocupante falta de experiência em educação e gestão pública, Abraham Weintraub é seguidor do astrólogo Olavo de Carvalho. Demonstra um estranho alinhamento ideológico pari passu às pautas neoliberais e de extrema-direita e diz que irá combater o “marxismo cultural”. Ideologicamente a uma suposta forma de marxismo, alegadamente adaptada a termos culturais pela extraordinária Escola de Frankfurt (cf. Jay, 2008), que teria se infiltrado nas sociedades com o objetivo de destruir suas instituições e valores tradicionais através do estabelecimento de uma “sociedade global, igualitária e multicultural”. A Escola de Frankfurt constituiu-se em um grupo pluralista de intelectuais que na primeira metade do século passado produzira um pensamento reconhecido como Teoria Crítica. Dentre eles temos Theodor Adorno, Max Horkheimer, Herbert Marcuse e o herdeiro Walter Benjamim que desenvolveram numerosas teses sobre estruturas de poder e dominação econômica, política, cultural e psicológica da civilização industrial avançada.
Novo Ministro da Educação é acusado de replicar discurso nazista. É neste sentido que entendemos que o mundo cotidiano a liquidação do particular pelo universal é experimentada como sofrimento e mal-estar da civilização. Tanto os frankfurtianos quanto Freud entenderam este aspecto essencial da realidade norte-americana e europeia. Nesse cenário vão se propagar, erroneamente, cada vez mais ideias que aspiram por um vulgar impulso por transcendência. O desespero pelo que existe propaga as ideias, que em outros tempos foram contidas. Qualquer um, inclusive as pessoas que se ocupam com negócios desse mundo, considerará um desvario a ideia de que esse mundo finito de tormento infinito seja abarcado por um plano universal divino. Theodor Adorno refere-se a essa experiência da “via negativa” da “metafísica em queda” como a busca da “imediatez subjetiva intacta” ou “subjetivismo do ato puro”, experiência que nos daria o “interior dos objetos”, a redenção do materialismo por meio da metafísica que, finalmente, revelaria a aparente verdade do mundo. Que ele tenha, por outro lado, querido intensivamente ter contradito tal veredito, testemunham os 370 fragmentos que compõem o livro inacabado, nos quais Adorno trabalhou uma parcela significativa de sua vida intelectual, de 1938 até o final de sua vida, em 1969. Seu principal objetivo diria respeito à própria natureza e alcance da filosofia da música enquanto disciplina organizada do ponto de vista do conhecimento científico.
De acordo com essa suposta teoria conspiratória, a Escola de Frankfurt seria a origem de um movimento contemporâneo da esquerda mundial para destruir a cultura ocidental. Essa teoria da conspiração tem recebido apoio de um “think tank” norte-americano chamado “Free Congress Foundation”, e é divulgada majoritariamente por ultraconservadores como Pat Buchanan e William S. Lind. No Brasil seu principal proponente é o fascista Olavo de Carvalho, além de Marcel Van Hattem, o Instituto Liberal, Rodrigo Constantino do Instituto Millenium, os proponentes da chamada “Escola sem Partido”, o padre católico Paulo Ricardo. Jair Bolsonaro e vários membros do seu governo, dentre eles o demissionário ministro da educação, Ricardo Vélez Rodríguez e o ministro das relações exteriores, Ernesto Araújo, também acreditam na existência de tal conspiração. A expressão “marxismo cultural” é uma ideologia que deriva de uma teoria conspiratória similar que foi muito popular durante a ascensão do nazismo na Alemanha da primeira metade do século XX, onde recebia o nome de “bolchevismo cultural”. Os conspiracionistas afirmam que o multiculturalismo e a cultura politicamente correta seriam a realização dos planos da Escola de Frankfurt!
É neste sentido inverso que o ministro conspira contra a educação - “Em vez de as universidades do Nordeste ficar aí fazendo sociologia, fazendo filosofia no agreste, [devem] fazer agronomia, em parceria com Israel”, disse ele no ano passado, em uma transmissão ao vivo citada no UOL. Para Antonio Gonçalves, presidente do ANDES-SN, o novo ministro é uma “solução caseira” a Ricardo Vélez. Para Gonçalves, o ex-ministro saiu do cargo devido à sua incapacidade política e de gestão. - “O novo ministro não tem qualquer experiência na área da Educação e de Gestão Pública. No entanto, é uma figura híbrida. Tem alinhamento com as políticas econômicas neoliberais e também com a ideologia de extrema-direita desse governo, o que é extremamente preocupante. E tem demonstrado desconhecer as reais necessidades educacionais do país”, avaliou o presidente do Sindicato Nacional. Em seu discurso o ministro afirmou que é necessário “melhorar o serviço” prestado pelo ministério. Ressaltou que quer “acalmar os ânimos” e entregar os resultados esperados para melhorar a educação, sem aumento de gastos. O que se subentende controle de investimentos estatais na educação.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou mais uma edição do “Panorama da Educação” (2017), onde apresenta os principais dados do Brasil no relatório “Education at a Glance” (EaG), divulgado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em Paris. Com dados do Brasil e de outros 40 países, o EaG oferece, anualmente, uma visão geral desses sistemas educacionais com o objetivo de possibilitar a comparação internacional. No entanto, apesar da melhora no nível de investimentos em educação no país, o Brasil continua entre os últimos do ranking dos testes de avaliação do PISA e com indicadores de desempenho ruins nas avaliações nacionais como no Saeb. Ocorre que o aumento no investimento em educação nos últimos anos, além de não ter revertido na melhoria do desempenho dos alunos, foi destinado, em grande parte, para o ensino superior em detrimento do ensino básico durante a gestão anterior. A gestão do Ministério de Educação e Cultura (MEC), desde que assumiu o cargo, buscou o equilíbrio entre os investimentos e reverteu a tendência de queda na educação de 2016 para 2017 houve um aumento do investimento na educação básica, atingindo R$ 56,3 bilhões e no ensino superior, garantiu um aumento para R$ 79,7 bilhões, em 2017.
Aos 47 anos de idade, Abraham Weintraub é professor universitário da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desde 2014. Sua produção acadêmica não traz menção à educação, mas sim à economia, principalmente ao nebuloso tema da Previdência. Especializados em Previdência, os irmãos Weintraub têm tratado, na transição, da proposta de reforma da área, mas também de outros temas, como a independência do Banco Central. Em 2015, o ministro fundou o Centro de Estudos em Seguridade (CES), que se apresenta como uma associação civil sem fins lucrativos fundados por professores dos cursos de Atuária e Contabilidade da Universidade Federal do Estado de São Paulo. O CES, conforme matéria publicada no jornal Estadão no final de 2018 poderia ser o alvo que desencadeou uma sindicância em curso contra os irmãos Weintraub. Isto porque o Centro de Estudos de Seguridade foi a única instituição a apoiar a realização da “Cúpula Conservadora das Américas”, evento idealizado pelo filho do presidente da República. Abraham e Arthur falaram sobre economia no evento. Dois de seus colegas consultados pela reportagem do jornal disseram que ele teve uma passagem discreta pela universidade porque parecia se dedicar mais aos seus projetos do que à academia.
Em 2014, apoiou a campanha presidencial de Marina Silva (REDE). Antes de abraçar a carreira acadêmica, Abraham atuou no Banco Votorantim e na Quest Corretora. A aproximação dos irmãos Weintraub com presidente se iniciou há quase dois anos, por intermédio de Onyx Lorenzoni (DEM), o ministro da Casa Civil. Ao mesmo tempo ganhou a confiança do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o filho mais engajado com milícias do presidente como é de domínio público. Em princípio, Abraham atuaria no ministério da Economia como um dos responsáveis por elaborar a reforma da Previdência. Mas o ministro Paulo Guedes preferiu nomear alguém com experiência legislativa para a função de secretário especial de Previdência e Trabalho. Era necessário convencer parlamentares sobre a necessidade de se aprovar a reforma. Assim, a vaga ficou com o ex-deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN). Abraham acabou, então, na secretaria executiva da Casa Civil. Enquanto isso, o irmão dele, Arthur, tornou-se chefe da assessoria especial da Presidência da República.
Abraham Weintraub afirmou ainda que não tem filiação partidária, e sim convicções políticas. - “O que trago de diferente dos ministros anteriores: não sou filiado a partido político, sou um técnico, professor universitário, de uma universidade de muito renome. Tenho capacidade de gestão para entregar o resultado”. Os judeus, disse uma vez Léon Poliakov, são franceses que, ao invés de não irem mais à igreja, não vão mais à sinagoga. Na tradução humorística de Hagadah, essa piada designava crenças no passado que deixaram de organizar um conjunto de práticas. As convicções políticas parecem, hoje, seguir o mesmo caminho. Alguém seria socialista por que foi, sem ir às manifestações, sem reunião, sem palavra e sem contribuição financeira, em suma, sem pagar. Mas reverencial que identificatória, a pertença só se marcaria por aquilo que se chama uma voz. Este resto de palavra, como o voto de quatro em quatro anos. Uma técnica simples manteria o “teatro de operações” desse crédito.
Vale lembrar que a capacidade de crer parece estar em recessão em todo o campo político. A tática é a arte do fraco. O poder se acha amarrado à sua visibilidade. Mas a vontade de “fazer crer”, de que vive a instituição, fornecia nos dois casos um fiador a uma busca de amor e/ou de identidade. Importa então interrogar-se sobre os avatares do crer em nossas sociedades e sobre as práticas originadas a partir desses deslocamentos. Durante séculos, supunha-se que fossem indefinidas as reservas de crença. Aos poucos a crença se poluiu, como o ar e a água. Percebe-se ao mesmo tempo não se saber o que ela é. Tantas polêmicas sobre os conteúdos ideológicos do voto e os enquadramentos institucionais para lhe fornecer não foram acompanhadas de uma elucidação acerca da natureza do ato de crer. Os poderes antigos geriam habilmente a autoridade. São os sistemas administrativos, sem autoridade, que dispõem de mais força em seus “aparelhos” e menos de autoridade legislativa.
Nomeado para preencher a vaga aberta no cargo de ministro da Educação, o economista Abraham Weintraub, natural da cidade de São Paulo, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mestre em administração na área de finanças pela Faculdade Getúlio Vargas (FGV) e graduado em Ciências Econômicas pela Universidade de São Paulo (1994). É um executivo do mercado financeiro, com mais de vinte anos de experiência, atuado como economista-chefe e diretor do Banco Votorantim, e como sócio na Quest Investimentos. Weintraub foi integrante da equipe de transição do governo do presidente Bolsonaro, e ocupou o cargo de secretário executivo da Casa Civil, sob o comando de Onyx Lorenzoni, formado em medicina veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria, presidiu a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados entre 2008 e 2009. Em 2016, votou a favor do processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT). Já durante o Governo Michel Temer, votou a favor da PEC do “Teto dos Gastos Públicos”. Em abril de 2017 foi favorável à Reforma Trabalhista. Em agosto de 2017 votou a favor do processo em que se pedia abertura de investigação do então presidente da Republica Michel Miguel Elias Temer Lulia (PSDB). A sua atuação em plenário o caracteriza como um dos mais ferrenhos opositores do Partido dos Trabalhadores (PT), tendo buscado associar sua imagem ao combate à corrupção no Brasil, “antes de admitir publicamente o recebimento de caixa 2 da empresa JBS para campanha eleitoral em 2017”.
Segundo os dados mais recentes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), nenhum Estado brasileiro atingiu a meta prevista para o ensino médio em 2017, e alguns Estados inclusive registraram piora no desempenho dos alunos. É, também, uma etapa com alto índice de evasão: cerca de 3 milhões de jovens abandonam o ensino médio por ano, em média. Ele sustenta algumas teses contraditórias para um financista. Em primeiro lugar, sobre sua nomeação para a pasta da Educação de que o Brasil não precisa aumentar seus gastos em educação. Além disso, que o governo deve “usar a Constituição brasileira para sair do lamaçal”, que a maioridade penal deve ser reduzida para 16 anos, “principalmente para crimes hediondos”, e que o conservador “tem que ser mais engraçado que os comunistas” e usar “humor e inteligência” para “ganhar a juventude”. Essas são algumas das ideias que ele expressou em dois vídeos publicados no canal oficial do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Na ocasião, Abraham Weintraub e Luís Philippe Bragança conversaram, durante quase duas horas, sobre o programa de campanha da chapa de Jair Messias Bolsonaro. Abraham é um economista judeu e professor brasileiro, especialista em direito previdenciário e em finanças, além de executivo do mercado financeiro. No dia 1º de janeiro de 2019, foi nomeado secretário-executivo da Casa Civil, e em 8 de abril de 2019, foi nomeado Ministro da Educação do Brasil.
Na sua concepção moderna, o conceito de “finanças” nasceu nos anos 1960 e sua abordagem característica é normativa, isto é, um decisor, seja um investidor individual ou gerente empresarial, busca maximizar uma função-objetivo, seja em utilidade ou em retorno esperado, ou agregar valor para o acionista, para um dado preço de título obtido no mercado. No nível microeconômico, as finanças representam o estudo dos gastos financeiros, da gestão de estoque e da captação de fundos por fundações e instituições. O termo finanças pode, assim, incorporar o estudo do planejamento do dinheiro e outros ativos na própria área; o gerenciamento e controle desses ativos ou recursos; e a análise e gerenciamento de riscos de projetos. Economia financeira é a área de conhecimento do estudo econômico que avalia a relação social entre as variáveis financeiras, como o preço, taxas de juro, ações sobre as componentes econômicas, como bens e serviços. Em suma, explora como investidores racionais consideram o risco e o retorno numa estratégia de investimento. Os conceitos de racionalidade e eficiência de mercado depende de uma definição da informação e valor conjugados de teorias de comportamento relativas à avaliação das escolhas possíveis de mercado. Um dia após a posse, Abraham Weintraub, anunciou a nomeação de quatro secretários para a pasta, além de mais uma mudança na Secretaria-Executiva do Ministério de Educação e Cultura.
Na sua concepção moderna, o conceito de “finanças” nasceu nos anos 1960 e sua abordagem característica é normativa, isto é, um decisor, seja um investidor individual ou gerente empresarial, busca maximizar uma função-objetivo, seja em utilidade ou em retorno esperado, ou agregar valor para o acionista, para um dado preço de título obtido no mercado. No nível microeconômico, as finanças representam o estudo dos gastos financeiros, da gestão de estoque e da captação de fundos por fundações e instituições. O termo finanças pode, assim, incorporar o estudo do planejamento do dinheiro e outros ativos na própria área; o gerenciamento e controle desses ativos ou recursos; e a análise e gerenciamento de riscos de projetos. Economia financeira é a área de conhecimento do estudo econômico que avalia a relação social entre as variáveis financeiras, como o preço, taxas de juro, ações sobre as componentes econômicas, como bens e serviços. Em suma, explora como investidores racionais consideram o risco e o retorno numa estratégia de investimento. Os conceitos de racionalidade e eficiência de mercado depende de uma definição da informação e valor conjugados de teorias de comportamento relativas à avaliação das escolhas possíveis de mercado. Um dia após a posse, Abraham Weintraub, anunciou a nomeação de quatro secretários para a pasta, além de mais uma mudança na Secretaria-Executiva do Ministério de Educação e Cultura.
Em um comunicado divulgado pela Assessoria de Imprensa, o ministério afirmou que “o presidente da República, Jair Bolsonaro, deu Carta Branca para Weintraub escolher todo o seu primeiro escalão”. Na terça-feira, nas cerimônias de posse e transmissão de cargo, o novo ministro disse que “não é radical e que é capaz de entregar resultados”. Com a mudança, apenas duas secretarias do MEC foram mantidas desde o início do governo: a Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação, e a Secretaria de Alfabetização, que foi criada pelo novo governo e é ocupada por Carlos Nadalim, incumbido de apresentar uma nova política nacional para a alfabetização. Antônio Paulo Vogel de Medeiros é o quinto nome indicado publicamente para o cargo de secretário-executivo do MEC, considerado o “número 2” no cargo. Em janeiro, o primeiro a efetivamente assumir o cargo foi Luiz Antônio Tozi e, até agora, foi o que se manteve na função pública por mais tempo, pouco mais de dois meses. Ele foi exonerado em 12 de março após uma disputa interna entre grupos ligados aos militares e os seguidores do escritor Olavo de Carvalho. Na época da exoneração, o nome de Rubens Barreto da Silva, foi lembrado que na véspera havia sido nomeado secretário-executivo adjunto.
Enfim, ele é politicamente ligado a Onyx Lorenzoni, chefe da Casa Civil. Na pasta, ocupava o segundo posto. Participou da equipe de “transição”, com pequenas contribuições para a área da Previdência Social. Em uma entrevista, ele explicou por que ele e o irmão, Arthur Weintraub, decidiram apoiar Bolsonaro: - “Diante de ameaças, é necessário lutar pelo país em que se vive. Os venezuelanos descobriram isso muito tarde. Perderam o controle de sua pátria e hoje são colônia dos ditadores que controlam Cuba. São escravos”. Ele é ultradireitista, mas não se reconhece assim. - “Esquerda ou direita, acho que é uma rotulação pobre. Somos humanistas, democratas, liberais, lemos a Bíblia (Velho e Novo Testamento) e a temos como referência”. Abraham Weintraub já tornou público que idolatra e segue Olavo de Carvalho, que era também guru de Ricardo Vélez Rodríguez. Abraham Weintraub defende adaptar a “teoria” do jornalista e astrólogo Olavo de Carvalho para vencer a esquerda. Na “Cúpula Conservadora das Américas”, ele foi um dos membros mais engajados. Em entrevista a Luiz Philippe Bragança, ainda antes da posse de Jair Messias Bolsonaro, ele criticou seus colegas na universidade, com a afirmação de que tinha sido “ameaçado por apoiar o candidato de ultradireita”, mas o que se deve compreender no mundo contemporâneo é que ela envolve frequentemente expectativas em torno da tradição, seja ela real ou meramente imaginada.
Bibliografia geral consultada.
LUHMANN, Niklas. “L’Opinione Pubblica”. In: Stato di Diritto e Sistema Sociale. Napoli: Guida Editori, 1978; DUSSEL, Enrique, Introducción a la Filosofia de la Liberación.
Bogotá: Editorial Nueva América, 1995; LOCCO, Leila de Almeida de, Políticas Públicas de Avaliação: O Enem e a Escola de Ensino Médio. Tese de Doutorado. Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Currículo. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2005; LACLAU, Ernesto, La Razón Populista. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2005; HAYASHI, Carlos Roberto Massao, O Campo da Educação no Brasil: Um Estudo Baseado nos Grupos de Pesquisa. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, 2007; MARQUES, Rosa Maria & NAKATANI, Paulo, O Que é Capital Fictício e Sua Crise.
São Paulo: Editora Brasiliense, 2009; SILVA, Breno Carlos da, Gustavo Capanema: A Construção das Relações entre a Intelligentsia Nacional e o Estado no Brasil (1934-1945). Dissertação de Mestrado. Departamento de Antropologia, Política e Filosofia. Faculdade de Ciência e Letras. Araraquara: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, 2010; HILFERDING, Rudolf, Il Capitale Finanziario. V. Sermonti (Tradutor). Milano: Editora Mimesis, 2011; GRÜN, Roberto, “Escândalos, Tsunamis e Marolas: Apontamentos e Desapontamentos sobre um Traço Recorrente na Atualidade”. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais, 26 (77), Outubro de 2011; YANAGUITA, Adriana Inácio, Financiamento da Educação no Brasil (1990-2010): Impactos no Padrão de Gestão do Ensino Fundamental. Tese de Doutorado em Educação. Faculdade de Filosofia e Ciência. Marília: Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, 2013; BELTRÃO, Demetrius Amaral, Direito Econômico, Planejamento e Orçamento Público. Tese de Doutorado em Direito Político e Econômico. São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2015; MORENO, Ana Carolina, “Governo Interveio em 6 de 12 Nomeações de Reitores de Universidades Federais até Agosto”. In: https://g1.globo.com/educacao/2019/08/31/; TAVARES, Pedro Henrique de Sousa, Financeirização no Ensino Superior: A Educação como Fronteira de Valorização e Acumulação de Capital - O Caso da Kroton Educacional. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação. Faculdade de Educação. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2019; OLIVEIRA, Marcos Brabosa de, “Universidade: Por trás do Projeto Weintraub”. In: outraspalavras/26/07/2019; entre outros.
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