domingo, 1 de junho de 2025

Dias Perfeitos – Banheiros, Amor ao Trabalho & Passagens do Tempo.

                               Regra é, em primeiro lugar, gestão da vida quotidiana”. Max Weber

           A realidade social nos ensina que o real é processual. O que existe deixa de existir; o que não existe passa a existir.  Se falta a consciência dessa processualidade, o sujeito isola o que está percebendo, desliga a parte do todo, perde de vista a conexão que integra o “micro” ao “macro”, a interdependência entre o imediato e a mediação complexa, entre o singular e o universal. Enquanto não enxergarmos a dimensão histórica de um ser, de um objeto, de um fenômeno, de um acontecimento, não podemos aprofundar de fato, a compreensão social que que dele temos. É o movimento histórico que passa por todas as coisas e permanentemente as modifica que as torna concretas. Nesse sentido, tinha razão Friedrich Hegel em sua última jornada, quando escreveu na Ciência da Lógica que o conceito fundamental da ontologia dialética, aquele que nos permite apreender a dinâmica do ser e do não-ser, é o conceito do devir, do vir-a-ser, do tornar-se. O real é dinâmico e nesta esteira da vida, se o sujeito se abstrai do fluxo em que existe o objeto, e neste sentido a arte, em que se verifica o fenômeno, em que se dá o acontecimento, ele afinal se incapacita para conhecer aquilo com que se defronta. Falta-lhe a possibilidade de pensar a ligação entre o ser particular que está percebendo e o seu não-ser, isto é, aquilo que ele já foi (e não é mais) ou aquilo que ainda não é (mas vai se tornar). Sua percepção não se aprofunda, sua visão se cristaliza, engessada, coagulada.

          Friedrich Hegel que parte da análise da consciência comum, não podia situar como princípio primeiro uma dúvida universal que só é própria da reflexão filosófica. Por isso mesmo ele segue o caminho aberto pela consciência e a história detalhada de sua formação. Ou seja, a Fenomenologia vem a ser uma história concreta da consciência, sua saída da caverna e sua ascensão à Ciência. Daí a analogia que em Hegel existe de forma coincidente entre a história da filosofia e a história do desenvolvimento do pensamento, mas este desenvolvimento é necessário, como força irresistível que se manifesta lentamente através dos filósofos, que são instrumentos de sua manifestação. Assim, preocupa-se apenas em definir os sistemas, sem discutir as peculiaridades e opiniões dos diferentes filósofos. Na determinação do sistema, o que o preocupa é a categoria fundamental que determina o todo complexo do sistema, e o assinalamento das diferentes etapas, bem como as vinculasses destas etapas que conduzem à síntese do espírito absoluto. Para compreender o sistema é necessário começar pela representação, que ainda não sendo exata permite, no entender de sua obra a seleção de afirmações e preenchimento do sistema abstrato de interpretação do método dialético, para assim poder alcançar a transformação da representação numa noção clara e exata. 

         Temos a passagem da representação abstrata, para o conceito concreto através do acúmulo de determinações. Aquilo que por movimento dialético separa e distingue perenemente a identidade e a diferença, sujeito e objeto, finito e infinito, é a alma vivente de todas as coisas, a Ideia Absoluta que é a força geradora, a vida e o espírito eterno. Mas a Ideia Absoluta seria uma existência abstrata se a noção de que procede não fosse mais que uma unidade abstrata, e não o que é em realidade, isto é, a noção que, por um giro negativo sobre si mesma, revestiu-se novamente de forma subjetiva. Metodologicamente a determinação mais simples e primeira que o espírito pode estabelecer é o Eu, a faculdade de poder abstrair todas as coisas, até sua própria vida. Chama-se idealidade precisamente esta supressão da exterioridade. Entretanto, o espírito não se detém na apropriação, transformação e dissolução da matéria em sua universalidade, mas, enquanto consciência religiosa, por sua faculdade representativa, penetra e se eleva através da aparência dos seres até esse poder divino, uno, infinito, que conjunta e anima interiormente todas as coisas, enquanto pensamento filosófico, como princípio universal, a ideia eterna que as engendra e nelas se manifesta. Isto quer dizer que o espírito finito se encontra numa união imediata com a natureza, a seguir em oposição com esta e, finalmente em identidade com esta, porque suprimiu a oposição e voltou a si mesmo e, consequentemente, o espírito finito é a ideia, mas ideia per se que girou sobre si mesma e que existe por si em sua própria realidade.                                     

          O banheiro encerra uma insolúvel contradição em todas as sociedades, apesar de ser o lugar que você procura para realizar hábitos de higiene. As formas descritivas e os nomes dados aos banheiros historicamente revelam a lentidão do processo social de higiene pessoal. O banheiro ou “casa de banho”, também conhecido como “instalações sanitárias”, privada, “gabinete sanitário”, toalete ou toilette, “quarto de banho”, lavabo ou WC (water closet), significando “gabinete da água”, é um compartimento ou cômodo de uma habitação utilizada para os cuidados de higiene pessoal. Os banheiros públicos foram criados no ano de 1500 e são normalmente separados por tipologia de sexo, i.e., um banheiro para homens e outro para mulheres. A razão primeira disto é a higiene, devido ao fato sociológico dos homens urinarem de pé, e as mulheres, por sua vez, fisionomicamente sentadas. Muitos homens, ao urinarem de pé, podem espalhar urina sobre a privada. A preocupação numa casa de banho pública não é a mesma do que em casa. Do ponto de vista existencial uma pessoa normalmente gasta em média 3 (três) anos de sua vida sentada no vaso sanitário. De modo geral os banheiros apresentam um ou mais chuveiros, a fim de possibilitar os banhos. Os banheiros mais antigos ou de alto padrão costumam ter uma banheira, por vezes de hidromassagem. Um vaso sanitário também é um dos elementos técnicos principais dos banheiros, a fim de receber as fezes, urinas e eventuais secreções humanas, eliminando-os através da descarga. Em alguns países relata-se o hábito de após o uso, jogar o papel higiênico pelo vaso sanitário.

Lavabos e torneiras são outras características, pois permitem que os usuários possam lavar suas mãos após o uso do banheiro. Itens bastante frequentes em banheiros, mas não constitutivos são os acessórios que permitem uma maior comodidade e bem-estar social, como toalheiros, saboneteiras, espelhos, desodorizadores etc. Mesmo alguns itens de higiene, pessoal e coletiva como os bidês, gradativamente deixaram de ser empregados na maior parte das construções civis contemporâneas. A história social do banheiro é conturbada e até paradigmática para os padrões de higiene. Os componentes sanitários como conhecemos, só começaram a existir bem recentemente, e dependeram de muitas inovações não só ergonômicas pra estarem à nossa disposição. O típico banheiro romano era comunitário, todos sentavam lado a lado, e embaixo deles passava um canal de água corrente, usado para carregar os dejetos até rios distantes. Eram frequentados tanto por homens quanto por mulheres. Além disso, eles gostavam de interagir durante sua evacuação com debates, encontros cívicos e até banquetes em seus banheiros. Banheiros dentro de casa só começariam a se popularizar em 1668, na Europa, quando a França instituiu uma nova legislação higienista em Paris. O decreto determinava que as novas casas construídas na cidade deveriam ter esse cômodo. Nas mais luxuosas mansões e castelos, não havia banheiros, apenas um buraco no qual os usuários deixavam seus dejetos, que iam parar na rua ou no fosso em torno do castelo.

Além de frios e ventosos, estes banheiros cheiravam tão mal que eram usados para guardar roupa, que ficava protegida de insetos. Esses cômodos eram conhecidos historicamente como “garderobes”, que quer dizer em francês closet. Em torno de 2, 6 milhões de pessoas não têm acesso a banheiros higiênicos decentes, em especial nas áreas rurais da China e Índia.  As manifestações de preocupação com a necessidade de higienização das mãos se iniciaram no século XI, com Moisés Maimônides, também reconhecido pelo acrônimo Rambam (הרמב"ם), filósofo, religioso, codificador rabínico e médico, defendendo a lavagem das mãos pelos praticantes da medicina. Entretanto, durante os séculos que se seguiram, os hábitos de higiene não passaram de rituais de purificação, evidenciando mais os cuidados com a aparência do que propriamente uma preocupação com a saúde. Mesmo centenas de anos depois, em meados do século XIX, quando Semmelweis produziu a primeira evidência científica de que a higienização das mãos poderia evitar a transmissão da febre puerperal, esta prática não foi compreendida e aceita em sua importância. Outras fontes de contaminação seriam em tese lugares insalubres, como banheiros na sociedade civil com utilidade de uso públicos. A contaminação por microrganismos patogênicos, sobretudo de origem fecal, se tornou assunto de importância global no âmbito da saúde individual e coletiva. Em geral, os microrganismos são transmitidos por contato direto ou indireto, por meio de gotículas de secreções respiratórias e pelo ar. Nas atividades diárias, as mãos estão em intenso contato com o ambiente ao redor e esta forma de transmissão fica evidente.

A limpeza depois da evacuação era difícil e nem sempre houve muita preocupação com a higiene pós-evacuação nos banheiros ditos primitivos, fora as esponjinhas romanas reutilizáveis que eram usadas por todos, a não ser que o cidadão fosse rico, e tivesse seu próprio escravo pra carregar sua esponjinha exclusiva. O que era comum para as pessoas era se limparem com o que estivesse próximo à mão, e podia ser qualquer coisa, como água, folhas de plantas etc. O papel higiênico só foi inventado em 1857, nos Estados Unidos da América, por Joseph C. Gayetty (1817-1895) um inventor norte-americano creditado com invenção comercial do papel higiênico. Ele criou o primeiro papel higiênico que era referido através da propaganda massiva, como sendo “um produto completamente puro para sua higiene”. O papel de Gayetty era feito “em folhas de papel manilha, sem branquear e com a marca d’água de seu criador” que comercializou socialmente o papel que “era vendido como um produto médico anti-hemorroidas”.  Devido à falta de investimento no marketing, o mesmo não conseguiu sucesso comercial de vendas. Só mais tarde, em 1879, é que a empresa Scott Paper Company, sediada em Filadélfia, começa a produzir os primeiros rolos de papel higiênico. Os irmãos Edward e Clarence Scott conseguiram êxito através de campanhas publicitárias eficazes junto do mercado. Foi assim que o seu uso se tornou habitual junto da população, que é a base e o sujeito do ato social da produção como um todo. Quando consideramos um determinado espaço e lugar do ponto de vista da economia política, começamos por estudar a sua população, a divisão desta em classes, a sua repartição pelas cidades, pelo campo e à beira-mar, os diversos ramos da produção, a exportação, a produção e o consumo anuais, os preços das mercadorias etc. Uma das características do papel higiênico é a sua composição em relação aos outros papeis usados massivamente. Na verdade, ele é feito de forma a decompor-se quando lançado numa fossa séptica.

A Ideia absoluta que para realizar-se colocou como oposta a si, à natureza, produz- se através dela como espírito, que através da supressão de sua exterioridade entre inicialmente em relação simples com a natureza, e, depois, ao encontrar a si mesma nela, torna-se consciência de si, espírito que conhece a si mesmo, suprimindo assim a distinção entre sujeito e objeto, chegando assim à Ideia a ser por si e em si, tornando-se unidade perfeita de suas diferenças, sua absoluta verdade. Com o surgimento do espírito através da natureza abre-se a história da humanidade e a história humana é o processo que medeia entre isto e a realização do espírito consciente de si. A filosofia hegeliana centra sua atenção sobre esse processo e as contribuições mais expressivas de Hegel ocorrem precisamente nesta esfera, do espírito. Melhor dizendo, à existência na consciência, no espírito chama-se saber, conceito pensante. O espírito é também isto: trazer à existência, isto é, à consciência. Como consciência em geral tenho eu um objeto; uma vez que eu existo e ele está na minha frente. Mas enquanto o Eu é o objeto de pensar, é o espírito precisamente isto: produzir-se, sair fora de si, saber o que ele é. Nisto consiste a grande diferença: o homem sabe o que ele é. Logo, em primeiro lugar, ele é real. Sem isto, a razão, a liberdade não são nada. O homem é essencialmente razão. O homem, a criança, o culto e o inculto, é razão. A possibilidade para isto, para ser razão, existe em cada um, é dada a cada um. A razão não ajuda em nada a criança, o inculto. 

É somente uma possibilidade, embora não seja uma possibilidade vazia, mas possibilidade real e que se move em si. Assim, por exemplo, dizemos que o homem é racional, e distinguimos muito bem o homem que nasceu somente e aquele cuja razão educada está diante de nós. Isto pode ser expresso também assim: o que é em si, tem que se converter em objeto para o homem, chegar à consciência; assim chega para ele e para si mesmo. A história para Hegel, é o desenvolvimento do Espírito no tempo, assim como a Natureza é o desenvolvimento da ideia no espaço. Deste modo o homem se duplica. Uma vez, ele é razão, é pensar, mas em si: outra, ele pensa, converte este ser, seu em si, em objeto do pensar. Assim o próprio pensar é objeto, logo objeto de si mesmo, então o homem é por si. A racionalidade produz o racional, o pensar produz os pensamentos. O que o ser em si é se manifesta no ser por si. Todo conhecer, todo aprender, toda visão, toda ciência, inclusive toda atividade humana, não possui nenhum outro interesse além do aquilo que filosoficamente é em si, no interior, podendo manifestar-se desde si mesmo, produzir-se, transformar-se objetivamente. Nesta diferença se descobre toda a diferença na história do mundo. Os homens são todos racionais. O formal desta racionalidade é que o homem seja livre. Esta é a sua natureza. Isto pertence à essência do homem: a liberdade.

O europeu sabe de si, afirma Hegel, é objeto de si mesmo. A determinação que ele conhece é a liberdade. Ele se conhece a si mesmo como livre. O homem considera a liberdade como sua substância. Se os homens falam mal de conhecer é porque não sabem o que fazem. Conhecer-se, converter-se a si mesmo no objeto (do conhecer próprio) e o fazem relativamente poucos. Mas o homem é livre somente se sabe que o é. Pode-se também em geral falar mal do saber, como se quiser. Mas somente este saber libera o homem. O conhecer-se é no espírito a existência. Portanto isto é o segundo, esta é a única diferença da existência (Existenz) a diferença do separável. O Eu é livre em si, mas também por si mesmo é livre e eu sou livre somente enquanto existo como livre. A terceira determinação é que o que existe em si, e o que existe por si são somente uma e mesma coisa. Isto quer dizer precisamente evolução. O em si que já não fosse em si seria outra coisa. Por conseguinte, haveria ali uma variação, mudança. Na mudança existe algo que chega a ser outra coisa. Na evolução, em essência, podemos também sem dúvida falar da mudança, mas esta mudança deve ser tal que o outro, o que resulta, é ainda idêntico ao primeiro, de maneira que o simples, o ser em si não seja negado. Para Hegel a evolução filosoficamente não somente faz aparecer o interior originário, exterioriza o concreto contido já no em si, no sentido de sua representação e este concreto chega a ser por si através dela, impulsiona-se a si mesmo a este ser por si.

O espírito abstrato assim adquire o poder concreto da realização. O concreto é em si diferente, mas logo só em si, pela aptidão, pela potência, pela possibilidade. O diferente está posto ainda em unidade, ainda não como diferente. É em si distinto e, contudo, simples. É em si mesmo contraditório. Posto que é através desta contradição historicamente impulsionado da aptidão, deste este interior à qualidade, à diversidade; logo cancela a unidade e com isto faz justiça às diferenças. Também a unidade das diferenças ainda não postas como diferentes é impulsionada para a dissolução de si mesma. O distinto (ou diferente) vem assim a ser atualmente, na existência. Porém do mesmo modo que se faz justiça à unidade, pois o diferente que é posto como tal é anulado novamente. Tem que regressar à unidade; porque a unidade do diferente consiste em que o diferente seja um. E somente por este movimento é a unidade verdadeiramente concreta. É algo concreto, algo distinto. Entretanto contido na unidade, no em si primitivo. O gérmen se desenvolve assim, não muda. Se o gérmen fosse mudado desgastado, triturado, não poderia evoluir. Na alma, determinada como indivíduo, as diferenças estão enquanto mudanças que se dão no indivíduo, que é o sujeito uno que nelas persiste e, segundo Hegel, enquanto momentos do seu próprio desenvolvimento. 

Por serem elas diferenças, a cada uma, físicas e espirituais, seria preciso, para determinação ou descrição mais concreta, antecipar a noção do “espírito cultivado”. As diferenças são: 1) curso natural das idades da vida, desde a criança, desde a criança, o espírito envolvido em si mesmo – passando pela oposição desenvolvida, a tensão de uma universalidade ela mesma ainda subjetiva em contraste com a singularidade imediata, isto é, como o mundo presente, não conforme a tais ideais, e a situação que se encontra, em seu ser-aí para esse mundo, o indivíduo que, de outro lado, está ainda não-autônomo e em si mesmo não está pronto (o jovem) para chegar à relação verdadeira, ao reconhecimento da necessidade e racionalidade objetivas do mundo já presente, acabado; em sua obra, que leva a cabo por si e para si, o indivíduo retira, por sua atividade, uma confirmação e uma parte, mediante a qual ele é algo, tem uma presença efetiva e um valor objetivo (homem); até a plena realização da unidade com essa objetividade do conhecer: unidade que, enquanto real, vem dar na inatividade da rotina que tira o interesse, enquanto ideal se liberta dos interesses mesquinhos é das complicações do presente exterior (o ancião).                

O espírito manifesta aqui sua independência da própria corporalidade, em poder desenvolver-se antes que nela torne. Com frequência, crianças têm demonstrado um desenvolvimento espiritual que vai muito mais rápido que sua formação corporal. Esse foi o caso histórico, sobretudo em talentos artísticos indiscutíveis, em particular nos gênios da música. Também em relação ao fácil apreender de variados conhecimentos, especialmente na disciplina matemática; e tal precocidade tem-se mostrado não raramente também em relação a um raciocínio de entendimento, e mesmo sobre objetos éticos e religiosos. O processo de desenvolvimento do indivíduo humano natural decompõe-se então em uma série de processos, cuja diversidade se baseia sobre a relação do indivíduo para com o gênero, e funda a diferença da criança, do homem e do ancião. Essas diferenças metodologicamente são as apresentações das diferenças do conceito. A idade da infância é o tempo da harmonia natural, da paz do sujeito consigo mesmo e com o mundo. Um começo tão sem-oposição quanto a velhice é um fim sem-oposição. As que surgem ficam sem interesse profundo. A criança vive na inocência, sem sofrimento durável; no amor aos pais, e no sentimento de ser amado por eles.

             O relógio é utilizado como medidor do tempo desde a Antiguidade, em variados formatos que o distinguem das mais antigas invenções com utilidade social humanas. Relojoaria é tanto o termo que designa o seu fabricante, como a loja onde são vendidos. Entre os primeiros relógios, ou horológios em português mais antigo, que se tem conhecimento estão os relógios de sol. Relógios simples de água ou areia são conhecidos por ter existido na Babilônia e no Egito em torno do século XVI a. C. A história etnográfica registra que apareceu na Judeia, mais ou menos em 600 a. C., com os relógios de água (clepsidras) e os relógios de areia (ampulhetas). Em 725 d. C., Yi Xing, um monge budista chinês desenvolveu um relógio mecânico que tinha um complexo sistema de engrenagens e 60 baldes de água que correspondiam aos 60 segundos que fazia uma revolução completa em 24 horas. Em 797 (ou 801), o califa de Bagdá, Harune Arraxide, presenteou Carlos Magno (742-814), com um elefante asiático chamado Abul Abbas e um relógio mecânico de onde saía um cavaleiro que anunciava as horas. Magno foi rei dos francos a partir de 768, rei dos lombardos a partir de 774 e imperador dos romanos a partir do ano 800. Durante o início da Idade Média, Carlos Magno uniu a maior parte da Europa ocidental e central. Foi o primeiro imperador a governar da Europa ocidental desde a queda do Império Romano do Ocidente três séculos antes. 

       Isso indica que os primeiros relógios mecânicos provavelmente foram inventados pelos asiáticos. Contudo, embora exista controvérsia sobre a construção do primeiro relógio mecânico, o papa Silvestre II (946-1003) é considerado no mundo ocidental o primeiro inventor. Os primeiros relógios mecânicos, muito rudimentares, surgiram por volta de 1200 no norte da Europa, na região onde se constituiu a atual Alemanha. Outros grandes construtores e aperfeiçoadores de relógios foram Ricardo de Walinfard (1344), Santiago de Dondis (1344), seu filho João de Dondis que ficou reconhecido como Horologius, e Henrique de Vick (1370). Por volta de 1500, Peter Henlein, na cidade de Nuremberg, fabricou o primeiro relógio com utilidade de uso social de bolso. Até que, em 1595, Galileu Galilei descobre o isocronismo. Com os relógios mecânicos surge uma grande variedade de técnicas de registro da passagem do tempo. Os relógios podem ser classificados através de pêndulo, de quartzo ou cronômetros. Os primeiros relógios utilizados foram os relógios de bolso. Eram muito raros e tidos como verdadeiras “joias”, pois poucos tinham um. Os relógios de bolso eram símbolo da alta aristocracia. A divisão do dia em horas só aconteceu quando o astrofísico Galileu Galilei definiu as regras do movimento pendular e sua impressionante regularidade. Diz-se que o isocronismo do pêndulo foi descoberto por Galileu quando, numa missa, observou a oscilação de um candelabro suspenso do teto da igreja, tendo medido o período através da contagem dos seus batimentos cardíacos. Seja como for, Galileu viria a usar o pêndulo nas suas experiências com o plano inclinado. Isso foi por volta de 1600 e somente uns 100 anos depois é que surgiriam os ponteiros indicadores de minutos. Por essa ocasião, os relógios eram olhados economicamente como “joias” e caracterizavam-se pela beleza e riqueza. Os relógios suíços tiveram origem em Genebra, no século XVI e um nome é registrado como o iniciador: Daniel Jeanrichard (1665-1741), é um relojoeiro de Neuchâtel considerado o fundador da indústria relojoeira no Jura.

Se sua existência histórica está fora de dúvida, por outro lado, a questão de sua importância e de seu papel social exato permanece sem solução. Figura guardiã relojoeira de Neuchâtel, Daniel Jeanrichard foi rapidamente mitificado. O filme Dias Perfeitos (Perfect Days) tem como representação social um drama dirigido por Wim Wenders, em 2023, a partir de um roteiro escrito por Wenders e Takuma Takasaki. Uma coprodução entre o Japão e a Alemanha, o filme combina quatro contos e estrela Kōji Yakusho no “papel de um limpador de banheiro”. Yakusho nasceu em Isahaya, Nagasaki, o mais novo de cinco irmãos. Após se formar na Escola Secundária de Tecnologia da Prefeitura de Nagasaki em 1974, ele trabalhou no escritório municipal de Chiyoda, ou kuyakusho, em Tóquio, de onde mais tarde adotou seu nome artístico. O filme concorreu à Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, onde estreou no dia 25 de maio e ganhou o Prêmio do Júri Ecumênico e o Prêmio de melhor ator para Yakusho. Foi selecionado como representante japonês para o Oscar de melhor filme internacional na edição de 2024. Kōji Hashimoto, nascido em 1° de janeiro de 1956, reconhecido profissionalmente como Kōji Yakusho, é um extraordinário ator japonês. Cinematograficamente seus papéis principais ocorreram em Shall we Dansu? (1996), Jūsannin no Shikaku (2010), Sandome no Satsujin (2017), Korō no Chi (2018), Subarashiki Sekai (2020) e Perfect Days (2023). E por seus papéis em Unagi (1997), de Shōhei Imamura, Memoirs of a Geisha (2005), de Rob Marshall, e Babel (2006), de Alejandro González Iñárritu. Por sua atuação em Perfect Days, foi premiado com a menção de Melhor Ator no 76º Festival de Cinema de Cannes.

            A história social do banheiro é conturbada e até paradigmática para os padrões de higiene mundial. Os componentes sanitários como conhecemos, só começaram a existir bem recentemente, e dependeram de muitas inovações não só ergonômicas pra estarem à nossa disposição. O típico banheiro romano era comunitário, todos sentavam lado a lado, e embaixo deles passava um canal de água corrente, usado para carregar os dejetos até rios distantes. Eram frequentados tanto por homens como por mulheres. Além disso, eles gostavam de interagir durante sua evacuação com debates, encontros cívicos e até banquetes em seus banheiros. Banheiros dentro de casa só começariam a se popularizar em 1668, na Europa, quando a França instituiu uma nova legislação higienista em Paris. O decreto determinava que todas as novas casas construídas na cidade deveriam ter esse importante cômodo. Mesmo assim, nas mais luxuosas mansões e castelos, normalmente não havia banheiros, apenas um buraco no qual os usuários deixavam seus dejetos, que iam parar na rua ou no fosso em torno do castelo. Além de frios e ventosos, estes banheiros cheiravam tão mal que eram usados para guardar roupa, que assim ficava protegida de insetos, por isto, esses cômodos eram reconhecidos como “garderobes”, que quer dizer “closet”, aquele quarto que serve exclusivamente de guarda-roupas. Em torno de 2.6 milhões de pessoas não têm acesso a banheiros higiênicos de forma usual decente, especialmente nas áreas rurais de países gigantes e populosos como a China e Índia.

          O conceito vem dos estudos urbanos e da geografia e se assenta na ideia de que a globalização criou, facilitou e promulgou locais geográficos estratégicos de acordo com uma hierarquia de importância para o funcionamento do sistema global de finanças e comércio. Mas politicamente, ela não é, tecnicamente, uma cidade. Não há no Japão uma cidade chamada “Tóquio”. Na verdade, Tóquio é designada como uma metrópole, similar a uma prefeitura do Japão, e é constituída por 23 bairros, 26 cidades primárias, cinco cidades secundárias e oito vilas diferentes. Cada uma delas possui um governo que opera no nível regional. E parte de seu território pequenas ilhas no Oceano Pacífico, a cerca de 01 mil km ao Sul. Mais de nove milhões de pessoas vivem dentro de habitações dos 23 distritos autônomos que constituem a parte central de Tóquio. 

           Estes 23 distritos definem a “Cidade de Tóquio”, com 9,24 milhões de habitantes. Sua população aumenta em 2,4 milhões ao durante do dia, devido aos estudantes e trabalhadores de prefeituras vizinhas, que vão à Tóquio para estudar e trabalhar. O pensamento político grego – mutatis mutandis - moldava ideias de democracia em torno de aspectos de logos. Conforme assinalou Clístenes, liberdade de expressão e debate só faz sentido se as pessoas estão cientes de sua imputabilidade; caso contrário, os argumentos não têm valor, as palavras carecem de importância. O orador não é responsável pelo que diz no mito, cuja linguagem está vinculada à crença incorporada no aforismo helênico: “não inventei isso, apenas ouvi falar por aí”. A maioria dos mitos, inclusive gregos, narra feitos de entes mágicos ou de deuses, o que leva a crer que tenham sido eles próprios seus autores; homens e mulheres apenas os espalham adiante. Portanto, a audiência não pode suspeitar do simples relator, como do orador que, na assembleia política, reivindicasse crédito para o que diz. O mito é, no âmbito social a ratificação de um acontecimento e de seu compromisso de entendimento.  Segundo a famosa definição contida nos escritos de Aristóteles, trata-se de “uma suspensão voluntária da descrença”. A mitologia que deu origem aos primeiros dramas estabelece o verdadeiro contexto histórico para tal afirmação. Mito diz respeito à crença nas palavras em si mesmas. Segundo o classicista Froma Zeitlin, o teatro trágico grego, entenda-se, aqui, também, o teatro da comédia já que, como se sabe, tragédia e comédia andavam juntas, não se separavam, demonstrava em sua prática simbólica, o corpo humano em um estado não natural de pathos (sofrimento), quando se afastava de seu ideal de força e de sua capacidade de integridade. Ela é especializada em literatura grega antiga, com interesses em ficção épica, drama e prosa, juntamente com trabalho em crítica de gênero e a relação entre arte e texto no contexto da cultura visual da Antiguidade.

A tragédia insiste na exibição desse corpo. Nesse sentido, pathos, relato mito-poiético epopéico do sofrimento, era o oposto de orthos. Ora, assim entendida, a tragédia é pathos-logos, ou seja, linguagem de sofrimento que lança mão do recurso mito-poiético epopeico para permitir experiência. Além de sofrimento, de pathos deriva-se também as palavras paixão e passividade. A psicopatologia fundamental, por exemplo, está interessada na interpretação de sujeito trágico que é constituído e coincide com o pathos, notadamente o sofrimento, a paixão, a passividade. Este sujeito, que não é nem racional nem agente e senhor de suas ações, encontra sua mais sublime representação na tragédia grega. O que se figura na tragédia é pathos, sofrimento, paixão, passividade que, no sentido clássico, quer dizer tudo o que se faz ou que acontece de novo, do ponto de vista ao qual acontece. Nesse sentido, quando pathos acontece, algo da ordem do excesso, da desmesura se põe em marcha sem que o Eu possa se assenhorear desse acontecimento, a não ser como paciente, como ator. Pathos, então, designa o que é prático, o que é vivido. Aquilo que pode se tornar experiência. Psicopatologia, sociologicamente e literalmente quer dizer: um sofrimento, uma paixão, uma passividade que porta em si mesmo a possibilidade de um ensinamento interno que não ocorre a não ser pela presença de um médico. Na psicopatologia fundamental, pathos, representa o sofrimento, as paixões, a passividade, assujeitam o humano criando um tipo particular de sujeito que também encontra suas origens no teatro grego do tempo de Péricles.

Neste sentido, tanto o sofrimento como as paixões e a passividade se apoderam do corpo sem fazerem parte inerente dele. O pathos vem de longe e vem de fora e toma o corpo fazendo-o sofrer. A população dos bairros de Chiyoda, Chuo e Minato, que compõem a região central, e onde está localizado o principal centro financeiro do país, é de 375 mil habitantes; porém, de fato mais de dois milhões de pessoas trabalham na região. A história social da arte tem como representação a atividade humana realizada com o propósito estético e comunicativo através do trabalho, enquanto expressão de ideias, emoções ou formas de interpretar as coisas do mundo. Em sua historicidade as artes visuais têm sido classificadas de várias formas, desde a distinção medieval entre as artes liberais e as artes mecânicas, à distinção moderna entre belas artes e artes aplicadas, ou às várias definições contemporâneas, da arte como a manifestação individual e coletiva par excellence da criatividade humana. O alargamento da lista das principais artes durante o século XX definiu-as essencialmente em arquitetura, escultura, música, dança, pintura, poesia, incluindo o teatro e a narrativa literária, tanto quanto o cinema e a fotografia. Quando considerada a sobreposição de termos entre as chamadas artes plásticas e as artes visuais, incluem-se também do ponto de vista tecnológico o design e as artes gráficas. As artes gráficas, reconhecida como design, é uma ciência que tem como objetivo, as soluções utilizadas para servir de forma funcional o ser humano.

Em 1976, ele assistiu a uma produção de Na dne, de Maxim Gorky, interpretado por Tatsuya Nakadai e se inspirou, primeiro para assistir e depois para participar de tantas peças quanto possível. Desde que foi descoberto em 1953, Nakadai já atuou em mais de 120 filmes. É reconhecido pelos seus papéis nos filmes de Akira Kurosawa nos anos 1950 e 1960, é seguramente o ator japonês vivo mais renomado do país. Na primavera de 1978 fez o teste para o estúdio de atuação Mumeijuku (Estúdio para Artistas Desconhecidos) de Tatsuya Nakadai e foi um dos quatro escolhidos entre 800 concorridos candidatos. Em 1983, ele conseguiu o papel de Oda Nobunaga no drama da NHK, Tokugawa Ieyasu, que durou um ano, e foi catapultado para a fama. Ele também apareceu em uma versão para TV de Miyamoto Musashi de 1984 a 1985. Batizado como Benosuke, autointitulado como Shinmen Musashi No Kami Fujiwara No Genshin, também reconhecido pelo nome budista Niten Dōraku, e como Shinmen Takezō na cultura popular, foi um espadachim japonês e um duelista, que viveu no período Azuchi-Momoyama e início do período Edo. Por vários anos, ele interpretou Kuji Shinnosuke (ou “Sengoku”), um dos personagens-título do jidaigeki Sambiki ga Kiru! Ele interpretou um personagem importante em Tanpopo, de 1986, dirigido por Juzo Itami. Em 1988, recebeu um prêmio especial por seu trabalho no cinema do Ministro Japonês da Educação, Ciência, Esportes e Cultura e continuou a aparecer em filmes e em vários programas de TV durante os anos 1990. Em 1996 e 1997, Yakusho obteve vários sucessos importantes. Unagi, dirigido por Shōhei Imamura, no qual interpretou o papel principal do amante das enguias, ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes de 1997. Lawrence Van Gelder (1933-2016), articulista no The New York Times, chamou seu desempenho de “infalível”. Todavia na filmografia de Shitsurakuen (1997), sobre um suicídio duplo, ficou atrás apenas de Mononoke Hime (1997) nas bilheterias japonesas. Avanço do ponto de vista perceptivo de Shall We Dance? (1996) quando foi um sucesso grande no Japão que inspirou uma certa mania de dança doméstica.

Historicamente desde o século XVIII o suicídio vinha sendo estudado como um problema moral, para, no século XIX, ser visto como um “crescente problema social a exigir explicação” até o legado da filosofia normativa de Émile Durkheim. O acúmulo de informações e dados estatísticos proporcionou, de outro lado, que se estabelecessem inúmeras correlações, comparativamente com o levantamento de hipóteses no âmbito da original análise sociológica. Estas irão relacionar taxas diferenciais de suicídio cuidadosamente analisadas, a fatores sociais como: ocupação, urbanização, religião, mudança social, incluindo fatores não sociais: hereditariedade, raça, clima e a questão não resolvida ­ se o suicídio era ou não relacionado à desordem mental. Há, portanto, dois tipos de causas extra-sociais às quais se pode atribuir a priori uma influência negativa sobre a taxa de suicídios: as disposições orgânico-psíquicas e a natureza no âmbito da convivência do meio físico. Poderia ocorrer que, na constituição individual ou, pelo menos, na constituição de uma classe etária importante de indivíduos, houvesse uma propensão, de intensidade variável conforme os países, que arrastasse diretamente o homem ao suicídio. Esta teoria pode ser e foi defendida de duas maneiras diferentes e de forma conspícua. Ou se diz que, em si mesmo, o suicídio constitui uma entidade mórbida sui generis, uma loucura especial; ou sem o considerar uma espécie distinta, vê-se nele simplesmente um episódio de uma ou várias espécies de loucura, mas que não se encontra nos indivíduos sãos de espírito. Mas considerarmos o suicídio como uma doença sui generis se estabelecem afirmações gerais desmentidas pela experiência.

No tocante à análise do problema da angústia, Arthur Schopenhauer nos apresenta em sua filosofia uma visão extremamente pessimista da vida, ou seja: viver é necessariamente sofrer. É com base em Schopenhauer que outro pensador alemão, Friedrich Nietzsche, concluiu que, dentre todos os povos da Antiguidade, os gregos foram os que apresentaram maior sensibilidade para compreender o sofrimento e a tragicidade da existência humana, como que permeada pela dor, solidão e morte. Jean-Paul Sartre, representante maior da corrente existencialista, defendeu que a angústia surge no exato momento em que o homem percebe a sua condenação irrevogável à liberdade, isto é, o homem está condenado a ser livre, posto que sempre haja uma opção de escolha. Ao perceber tal condenação, ele se sente angustiado em saber que é senhor de seu destino. Sigmund Freud, em seus estudos sobre o problema da angústia pode observar o quão suscetível está às doenças próprias desse sistema. O balanço analiticamente entre as vontades e as repressões tem que ser buscado pelo Ego, isto é, a consciência. E, portanto, a busca de um equilíbrio do psíquico e, não obstante, entre o sujeito e o todo social. Grupos de salão e escolas de dança cresceram de forma contumaz após o lançamento do filme, e inúmeras pessoas que não admitiam ter aulas anunciaram que o faziam com orgulho. O diretor Masayuki Suo disse sobre seu papel principal, que até então era reconhecido principalmente por interpretar um samurai bonito, “pensamos que ele poderia interpretar esse empresário japonês cansado e sobrecarregado, e ele o fez... puxou tudo e levou seu treinamento de dança muito a sério”.

O filme também foi um dos produtos estéticos de maior bilheteria do Japão fora do país. Arrecadou US$ 9,5 milhões nos Estados Unidos da América e inspirou um remake, Shall We Dance? estrelado por Jennifer Lopez e Richard Gere, com Gere no papel de Yakusho. Em seguida, Yakusho ganhou o Hochi Film Award de melhor ator por Baunsu ko Gaurusu (1997), um filme que tratava especificamente da prostituição no Ensino Médio e da adoração ao dinheiro em geral. Ele colaborou com o diretor de terror Kiyoshi Kurosawa em Cure, Ningen Gōkaku, Kōrei, Karisuma, Kairo, Dopperugengā, Sakebi e Tōkyō Sonata. Yakusho encontrou ainda mais reconhecimento do público internacional, até certo ponto, com papéis em filmes como Memoirs of a Geisha (2005) e Babel(2006). Neste último, como vimos, dirigido por Alejandro González Iñárritu, interpretou o pai do surdo-mudo atuado por Rinko Kikuchi. Em 2009, estreou como diretor de Toad`s Oil. Em 2010 e 2011 fez parte de ambos os elencos dos filmes de samurai de Takashi Miike, Jūsannin no Shikaku e Ichimei. Este último foi em 3D e o primeiro filme em 3D a concorrer no Festival de Cinema de Cannes. No filme de drama de guerra de 2011, Rengō Kantai Shirei Chōkan: Yamamoto Isoroku, Yakusho interpretou o almirante Isoroku Yamamoto. Yakusho teria sido o único ator considerado para o papel; ipso facto, se ele não tivesse aceitado, o filme teria sido cancelado. Em 2018 esteve em Korō no Chi. Por sua atuação em Perfect Days, dirigido por Wim Wenders, não é demais repetir: Yakusho ganhou o prêmio de melhor ator no Festival de Cinema de Cannes. Neste ano, ele foi selecionado como cineasta no Festival de Cinema Golden Horse de Taipei.

Taipé ou também Taipei (“Norte de Taiwan”), oficialmente reconhecida como a Cidade de Taipé, é a capital e um município especial de Taiwan. Situada no extremo Norte da ilha Formosa, a cidade é um enclave do município de Nova Taipé. Está cerca de 25 quilômetros a sudoeste da cidade portuária de Keelung. Taipé está localizada na bacia homônima, um antigo lago delimitado pelos dois vales relativamente estreitos dos rios Keelung e Xindian, que se juntam para formar o rio Tamsui ao longo da fronteira ocidental da cidade. A cidade é o lar de uma população estimada em 2 693 672 habitantes em 2009, que formam a parte central da região metropolitana de Taipei-Keelung, que inclui as cidades vizinhas de Nova Taipé e Keelung, com uma população de 6,9 milhões de pessoas, a 40ª metrópole mais populosa do mundo. O nome Taipei pode se referir tanto a toda a área metropolitana ou à cidade propriamente dita. É o centro político, econômico, educacional e cultural de Taiwan, sendo um dos principais centros do mundo contemporâneo de língua chinesa. Considerada uma “cidade global”, é também parte de importante zona industrial de alta tecnologia. Na esfera política é uma cidade que exerce uma influência significativa no cenário internacional, atuando como centro de negócios, finanças, cultura e política. São cidades que integram a economia global, com grande desenvolvimento econômico, cultural e social, e que concentram as principais instituições que impulsionam a riqueza e o poder. Ferrovias, trens de alta velocidade, rodovias, aeroportos e de ônibus ligam a cidade com todas as partes da ilha. É servida por dois aeroportos: Taipei Songshan e Taiwan Taoyuan. É o lar de vários marcos arquitetônicos e culturais, como o Taipei 101 e o Memorial Chiang Kai-Shek.

Bibliografia Geral Consultada.

RAMETTA, Gaetano, Concetto del Tempo: Eternitá e Darstellung Speculativa nel  Pensiero di Hegel. Padova: Editore Franco Angelli, 1975; ANDERSON, Perry, Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. Porto: Edições Afrontamento, 1984; BACHELARD, Gaston, A Poética do Espaço. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1993; AUGÉ, Marc, La Guerre des Rêves. Exercices d`Ethno-Fiction. Paris: Éditions du Seuil, 1997; MARTINS, Índia Mara, A Paisagem no Cinema de Wim Wenders.  Dissertação de Mestrado. Instituto de Artes. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 1998; RAMOS, Fernão Pessoa (Org.), Teoria Contemporânea do Cinema: Pós-estruturalismo e Filosofia Analítica. Volume 1. São Paulo: Editora SENAC, 2005; ROSENSTONE, Robert, A História nos Filmes, os filmes na História. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2010; KIKUCHI, Wataru, Relações Hierárquicas do Japão Contemporâneo: Um Estudo da Consciência de Hierarquia na Sociedade Japonesa. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Sociologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2012; BARROSO, Bethânia Negreiros, Imagens de uma Dança Amorosa em Asas do Desejo de Wim Wenders, ou de Como o Cuidados de Si Transforma a Ideia de Educação. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Educação. Centro de Ciências da Educação. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2012; WOSNIAC, Cristiane do Rocio, O Documentário Poético Performático e a Voz do Corpo Dançante como Inter (trans) texto de Si Mesma: Pas de Deux Wenders-Bausch. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Linguagens. Curitiba: Universidade Tuiuti do Paraná, 2015; MARTINS, Pablo Gonçalo Pires de Campos, O Cinema como Refúgio da Escrita: Ekphrasis e Roteiro, Peter Handke e Wim Wenders, Arquivos e Paisagens. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2015; SAFATLE, Vladimir, Maneiras de Transformar Mundos: Lacan, Política e Emancipação. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2020; HAN, Byung-Chul, Morte e Alteridade. Petrópolis (Rio de Janeiro): Editoras Vozes, 2020; CASTRO, Arthur Guimarães de Oliveira, Contribuições Críticas de Murray Bookchin ao Anti-humanismo Contemporâneo. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós- Graduação em Ciências Sociais. Faculdade de Filosofia e Ciências. Marília: Universidade Estadual Paulista, 2025; entre outros.

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