“O homem é uma invenção cuja recente data a arqueologia de nosso pensamento mostra”. Michel Foucault
Antropologicamente a humanidade atravessa estágios em que: a) opressão da individualidade é o ponto de passagem obrigatório de seu livre desabrochar superior, em que a pura exterioridade das condições de vida se torna a escola da interioridade, b) em que a violência simbólica da modelagem produz uma acumulação de energia, destinada, em seguida, a gerar toda a especificidade pessoal. Do alto desse ideal abstrato é que, c) a individualidade plenamente desenvolvida, tais períodos parecerão, é claro, grosseiros e indignos. Mas, para dizer a verdade, além de semear os germes positivos do progresso humano vindouro, já é em si uma manifestação do espírito exercendo uma dominação organizadora sobre a matéria-prima das impressões flutuantes, uma aplicação das personalidades especificamente humanas, procurando-as fixar suas normas de vida - do modo mais brutal, exterior ou, mesmo, estúpido que seja -, em vez de recebê-las das simples forças da natureza física externa ao homem. A horda, uma estrutura social e militar histórica encontrada na estepe eurasiática “não protege mais a moça e rompe suas relações com ela, porque nenhuma contrapartida foi obtida por sua pessoa”. Os indivíduos vivem em relações de cooperação, mas também de oposição, portanto, os conflitos são parte mesma da constituição da sociedade. É neste sentido que formam momentos de crise, um intervalo entre dois momentos de harmonia, vistos numa função positiva de superação das divergências.
Fundamenta uma episteme em torno da ideia de movimento, da relação, da pluralidade, da inexorabilidade do conhecimento, de seu caráter construtivista, cuja dimensão central realça o fugidio, o fragmento e o imprevisto. Por isso, seu panteísmo estético, ancorado sob forma paradoxais de interpretação real, como episteme, no qual se entende que cada ponto, cada fragmento superficial e, portanto, fugaz é passível de significado estético absoluto, de compreender o sentido total, os traços significativos, do fragmento à totalidade. O significado sociológico do “conflito”, em princípio, nunca foi contestado. Conflito é admitido por causar ou modificar grupos de interesse, unificações, organizações. Os fatores de dissociação entre pessoas e grupos, como ódio, inveja, necessidade, desejo, são as causas tanto sociais quanto psíquicas da condenação, que irrompe em função deles. Conflito é destinado a resolver dualismos divergentes, a maneira de obter um tipo de unidade social, que seja através da aniquilação de uma das partes em litígio. A imagem está associada a conhecimentos pretéritos adquiridos e concernentes ao objeto que ela de fato representa. Ela não apreende nada além daquilo que nós podemos extrair da realidade durante o trabalho de percepção. A imagem não se relaciona com o mundo em si, mas como podemos descobrir algo sobre ela. Se existe uma possibilidade de se observar o objeto através da imaginação, mesmo assim essa possibilidade ainda não nos permite apreender nada de novo em relação ao objeto. A imagem, ato da consciência imaginante, é um elemento, identificado como o primeiro e incomunicável, como produto de uma atividade consciente atravessada de um extremo ao outro por uma corrente de “vontade criadora”.
Trata-se, de dar-lhe à sua própria consciência um conteúdo de sentido imaginante, próximo da analogia weberiana da interpretação do estatuto da ciência que recria para si os objetos afetivos espontaneamente ao seu redor: ela é criativa. Daí a importância social e afetiva de se compreender no campo da imagem, de sua produção, recepção, influência, de sua relação com o sonho, o devaneio, a criação e a ficção, a substituição das mediações pelos meios de comunicação, posto que contenha em si uma possibilidade de violência, a partir da constituição do novo regime de ficção que hoje afeta, contamina e penetra a vida social. Ipso facto temos a sensação de sermos colonizados, mas sem saber precisamente por quem. Não é facilmente identificável e, a partir daí é normal questionar-se sobre o papel da cultura ou da ideia que fazemos dela. O etnólogo Marc Augé (1935-2023) reitera que as etnociências se atribuem sempre dois objetivos, proposto por ele ao final em seu opúsculo La Guerre des Rêves (1997). Usado como prefixo, “etno” relativiza o termo que o segue e o faz depender da “etnia” ou da “cultura” que supõe ter práticas análogas às que chamamos “ciências”: medicina, botânica, zoologia etc. A etnociência tenta reconstituir o que serve de ciência aos outros, suas práticas sanitárias e do corpo, seus conhecimentos botânicos, mas também suas modalidades de classificação, de relacionamento etc. A partir do momento em que se generaliza a etnociência muda de ponto de vista. Ela tenta emitir uma apreciação ideal típica sobre os modelos locais, indígenas, e compará-los a outros e, propor uma análise dos procedimentos cognitivos em ação num certo número de experiências.
Ela leva então às vezes o nome de antropologia: fala-se assim em antropologia médica ou cognitiva. Em verdade, quando Marc Augé recoloca a questão: “que é nosso imaginário, hoje?”, por outro lado, ele se indaga se nestes dias não estamos assistindo a uma generalização do fenômeno de fascínio da consciência que nos pareceu característico da situação colonial e de seus diferentes avatares? Trata-se de “exercícios de etnoficção”, em analisar o estatuto da ficção ou as condições etnológicas de seu surgimento numa sociedade, e ipso facto num momento histórico particular, em analisar os diferentes gêneros que se irradiam sob formas ficcionais, sua relação com o imaginário individual e coletivo, as representações da morte etc., em diferentes sociedades ou conjunturas. Temos o que fica reservado como lugar de representação, posto bem entendido o nível ao qual se aplica a pesquisa antropológica, ela tem por objeto interpretar a interpretação que os outros fazem da categoria do outro, nos diferentes níveis que situam o lugar dele e impõem sua necessidade. A representação da etnia, tribo, aldeia, linhagem ou outro modo de agrupar até o átomo elementar de parentesco, do qual se sabe que submete a identidade da filiação à necessidade da aliança, o individualismo, enfim; que todos os sistemas rituais definem como compósito e pleno de alteridade, figura impensável, como o são, em modalidades opostas, a do rei e a do feiticeiro. É assim que ocorre do ponto de vista da organização social e técnica do trabalho a perda de autonomia profissional, pois, no interior de sua troca os produtos adquirem objetividade de valor igual, separada de sua objetividade de uso, sensivelmente distinta.
Essa cisão do produto do trabalho em coisa útil e coisa de valor só se realiza na prática quando a troca já conquistou um alcance e uma importância suficientes para que se produzam coisas úteis destinadas à troca e, portanto, o caráter de valor das coisas passou a ser considerado no próprio ato de sua produção. A partir desse momento, os trabalhos privados dos produtores assumem, um duplo caráter social: 1) como trabalhos úteis determinados, eles têm de satisfazer uma determinada necessidade social e, conservar a si mesmos como elos do trabalho total, do sistema natural-espontâneo da divisão social do trabalho. 2) por outro lado, eles só satisfazem as múltiplas necessidades de seus próprios produtores na medida em que cada trabalho privado e útil particular é permutável por qualquer outro tipo útil de trabalho privado, portanto, na medida em que lhe é equivalente. A igualdade toto coelo dos diferentes trabalhos só pode consistir numa abstração de sua desigualdade real, na redução desses trabalhos ao seu caráter comum como dispêndio de força humana de trabalho, como trabalho humano abstrato. Em Caverna Azul (2024), acompanhamos a viagem de um homem em encontro do amor e da memória.
Caverna
Azul (Mavi Mağara), é uma caverna marinha numa pequena baía chamada
Balun (Ball no dialeto local), no lado Leste da ilha Biševo e a
aproximadamente 4,5 nautical miles (8,3 km) de Komiža, na costa croata do Mar
Adriático. Situa-se na parte central do arquipélago da Dalmácia, a 5 km a Sudoeste
da ilha de Vis. A gruta é uma das atrações naturais mais conhecidas na costa do
Adriático e muito popular pelo “brilho azul-claro refletido em certas horas do
dia”. A Dalmácia é uma região que abrange territórios da Croácia, Bósnia e Herzegovina
(Neum) e Montenegro (Bocas de Cattaro), na costa Leste do mar Adriático,
estendendo-se entre a ilha de Pag a noroeste e a baía de Kotor a Sudeste. A
Dalmácia interior (Zagora) ocupa uma faixa até cerca de 50 km do mar, sendo
muito estreita na região mais a Sul. Devido a correntes marítimas e ao modo
como os ventos sopram no Adriático, a água do mar é mais limpa e quente na
Dalmácia que no lado italiano. A costa inclui um largo número de reentrâncias e
ilhas, estreitos, baías e praias, tornando-se atrativa para desportos náuticos
e turismo. A Gruta Azul (Modra špilja) é uma gruta marinha
inundada localizada numa pequena baía chamada Balun, no lado Leste da ilha de Biševo e a cerca de 4,5 milhas náuticas (8,3
km) de Komiža, no Adriático croata. Situa-se no arquipélago da Dalmácia
Central, a 5 km a Sudoeste da ilha de Vis. A gruta é um dos locais de beleza
natural mais reconhecidos do Adriático e uma gruta turística popularmente
reconhecida devido fenômeno de irradiação ótica à luz azul brilhante que
aparece em determinados horários do dia.
Descrita e pintada pela
primeira vez pelo Barão Eugen von Ransonet (1838-1926), a gruta era
originalmente acessível apenas por mergulho, pois possuía uma entrada natural
abaixo do nível do mar. Com base em sua sugestão, uma entrada artificial grande
o suficiente para pequenas embarcações foi construído em 1884. A entrada
natural da caverna, localizada em seu lado Sul, assemelha-se a uma abóbada no
teto de uma gruta. É por essa abertura, semelhante à de um submarino, no teto
da caverna, que a luz do Sol penetra e cria um efeito iridescente azulado ao
redor de toda a caverna. É um fenômeno óptico que causa a mudança de cores de
uma superfície conforme o ângulo de visão ou iluminação. Ele ocorre devido à
interferência da luz em microestruturas ou películas finas, fazendo com que a
luz refletida se manifeste em um brilho multicolorido, semelhante a um
arco-íris. Este efeito é comum em materiais como pérolas, asas de insetos,
bolhas de sabão e em certos cristais. Além disso, uma faixa de pedra, que
conecta duas paredes da caverna, é claramente visível logo abaixo da linha d`água,
tanto em fotografias tiradas acima da água quanto em fotos subaquáticas. Dependendo
da estação do ano, o momento ideal para visitar a gruta é entre as 11horas e o
meio-dia. Nessa hora do dia, a luz do Sol reflete na água que vem do chão
branco da gruta e banha a gruta em uma luz azul-turquesa, enquanto os
objetos na água parecem ser prateados. A Gruta Azul (em italiano: Grotta
Azzurra) na ilha de Capri, na Itália, também é famosa por esse tipo de
fenômeno.
Até meados do século
XX, a maioria dos estudos sobre aprendizagem questionava que as funções da
memória seriam localizadas em regiões cerebrais específicas, alguns chegando a
duvidar de que a memória seria uma função distinta da atenção, da linguagem e da
percepção. Acreditava-se que o armazenamento da memória seria distribuído por
todo o cérebro. A partir de 1861, a Broca evidencia que lesões restritas à
parte posterior do lobo frontal, no lado esquerdo do cérebro, chamada de área
de Broca, causavam um defeito específico na função social da linguagem. Após
essa localização da função da linguagem, os neurocientistas tornaram a
voltar-se para a hipótese de se localizar a memória. Hoje é possível afirmar
que a memória não possui um único locus. Diferentes estruturas cerebrais
estão envolvidas na aquisição, armazenamento e evocação das diversas
informações adquiridas por aprendizagem. Existem acontecimentos nas nossas
vidas que não esquecemos jamais. Nem tudo que nos acontece fica gravado na memória.
É importante lembrar que a consolidação da memória ocorre no momento seguinte
ao acontecimento. Qualquer fator que haja pode fortalecer ou enfraquecer a
lembrança. Poucos dentre os resistentes
não se tornam cedo ou mais tarde clandestinos. Largaram atrás de si nomes,
profissões, endereços, amigos, parentes. Aprenderam até a exaustão a perder o
passado, a memória e a si mesmos. A profissão, a família, os laços sociais não
importam mais! Vivem exclusivamente em função dos seus fins ético-políticos.
A Resistência
foi uma ação relativamente voluntária de poucos homens, por isso só
aparentemente tornados exemplares. Configura um modelo de comportamento
singular e de atitude individual, festejado, celebrado e idealizado de cima a
baixo por toda a sociedade, das elites sociais ao proletariado, próximo da
abnegação heroica. A dedicação à causa coletiva desdobra-se nas medidas de um
apaixonado e exaltado “esquecimento de si”. Um modo político de viver foi
alcançado que serve de espelho moral. Mas que designa a dimensão bela, justa e
verdadeira do dever cívico, ato simples, ao alcance de todos e próprio do
sentimento de ser francês. Riscos existem, em termos de probabilidades
estatísticas, e vale advertir, nestas formas-limites do agir. Recusar a
existência na qual cada um se inscreve por filiação, por pertencimento social,
pode equivaler a uma espécie de denegação do passado e de suas marcas. Filhos
de ninguém, a quem não há diferença entre sexo, a nação, as idades, as
aptidões, as circunstâncias individuais e coletivas. Negar elos de
pertencimento incide no risco de desacreditar das raízes humanas e arrancá-las.
Há perigos, bem se sabe, no gosto da utopia: considerar brancas as páginas
humanas podem levar a políticas de terra arrasada. Há nas dimensões éticas e
políticas, com certeza, uma prudência antropológica a adquirir. A 2ª guerra
global (1941-1945) é reconhecida pelas atrocidades contra civis cometidas pelos
combatentes em plena Era Moderna. Calcula-se um total de 85 milhões de mortos,
onde mais de 50 milhões foram civis.
Dalmácia é uma região histórica localizada na atual Croácia e Montenegro, na costa Leste do Mar Adriático. É uma estreita faixa de terra que se estende da ilha de Rab, ao Norte, até a Baía de Kotor, ao Sul. O interior da Dalmácia varia em largura de 50 Km ao Norte a apenas alguns quilômetros ao Sul; é em grande parte coberto pelos Alpes Dináricos. Setenta e nove ilhas (e cerca de 500 ilhotas) correm paralelas à costa, sendo as maiores na Dalmácia Brač, Page Hvar. A maior cidade é Split, seguida por Zadar, Šibenik e Dubrovnik. No filme A Caverna Azul (Mavi Mağara), Cem (Kerem Bürsin) tem como representação social um oficial da Marinha que, apesar de sua profissão evidentemente séria e perigosa, é um eterno romântico que procura um grande amor e um lar estável. Um dia, ele conhece Alara (Devrim Özkan) e os dois se apaixonam. O destino, porém, guardava algo inesperado e uma tragédia encurta a história de amor do casal. Cem, então, embarca numa jornada até a Caverna Azul (2024), o lugar favorito da Alara, para honrar a memória imperfeita e está sujeita a distorções, mas sentir mais próximo da esposa. Nessa viagem até o sítio arqueológico, Cem, contudo, se depara com as lembranças e a dor do amor perdido, o que o leva a refletir historicamente sobre os momentos e os detalhes de seu relacionamento. Ipso facto, ao olhar mais de perto, sua expedição até a caverna azul se transforma num percurso real de autodescoberta, nostalgia e o significado da perda.
Eugen
von Ransonnet‑Villez foi um barão, diplomata, pintor, litógrafo, biólogo e
explorador austríaco. Ele era filho de Geheimrat Karl Freiherr von
Ransonnet-Villez, vice-presidente da Instituição Suprema de Auditoria da
Áustria, e de Margarethe, filha do Marechal de Campo-Tenente Franz Ludwig Conde
Bigot de Saint-Quentin. Aos 11 anos, iniciou seus estudos na Academia de Belas
Artes de Viena e, posteriormente, estudou Direito (1855-1858) também em Viena.
Em 1858, ingressou no Ministério Imperial das Relações Exteriores, dando início
à sua carreira diplomática. A carreira diplomática tem suas origens nas
relações entre antigas cidades-Estado, com os primeiros diplomatas atuando como
mensageiros. Contudo, a forma moderna da diplomacia profissionalmente começou a
se desenvolver na Itália renascentista, com a criação de embaixadas permanentes
e a necessidade de representantes com habilidades diplomáticas de negociação e
persuasão permanente. A profissionalização continuou com a necessidade de embaixadores
especializados, e o Congresso de Viena em 1815 estabeleceu regras e o método de
precedência para o corpo diplomático. Em seu tempo livre, Eugen von
Ransonnet‑Villez dedicava-se às ciências naturais, assim como à fotografia, à
pintura e, especialmente, à cromolitografia. Por volta de 1860, ele viajou
extensivamente para a Palestina, Egito, Índia e Japão profissionalmente como
diplomata. Ele desenvolveu um “sino de mergulho” para
esboçar cenas subaquáticas diretamente.
Neste aspecto Michel Foucault (2014) nos adverte sobre a questão abstrata da analítica do poder que se constitui o marco histórico e pontual de “docilidade dos corpos”. Para ele o soldado é, antes de tudo, alguém que se reconhece de longe; que leva os sinais naturais de seu vigor e coragem, as marcas também de seu orgulho: seu corpo é o brasão de sua força e de sua valentia: e se é verdade que deve aprender aos poucos o ofício das armas – essencialmente lutando – as manobras como a marcha, as atitudes como o porte da cabeça se originam, em boa parte, de uma retórica corporal de honra. Eis como ainda no início do século XVIII se descrevia a figura ideal do soldado. Mas na segunda metade deste século, o soldado se tornou algo que se fabrica; de uma massa informe, de um corpo inapto, fez-se a máquina de que se precisa; corrigiram-se aos poucos as posturas: lentamente uma coação calculada percorrer cada parte do corpo, assenhoreia-se dele, dobra o conjunto, torna-o perpetuamente disponível, e se prolonga, em silêncio, no automatismo dos hábitos; foi “expulso o camponês” e lhe foi dada a “fisionomia de soldado”. Houve, durante a época clássica, uma descoberta do corpo como objeto e alvo de poder. Encontraríamos sinais dessa grande atenção dedicada ao corpo que se manipula, modela-se, treina-se, que obedece, responde, torna-se hábil ou cujas forças multiplicam o “homem-máquina”.
O grande livro do homem-máquina foi descrito simultaneamente em dois registros: no anátomo-metafísico, cujas primeiras páginas haviam sido escritas por René Descartes (1596-1650) e que sobretudo os médicos, os filósofos continuaram; o outro, técnico-político, constituindo um conjunto de regulamentos militares, escolares, hospitalares e por processo empíricos e refletidos para controlar ou corrigir as operações do corpo. Dois registros bem distintos, pois se tratava ora de submissão e utilização, ora de funcionamento e de explicação: corpo útil, corpo inteligível. E, entretanto, de um ao outro, pontos de cruzamento. “O homem-máquina” de Julien Offray La Metrie (1709-1751) é ao mesmo tempo uma redução materialista da alma e uma teoria geral do adestramento, no centro dos quais reina a noção de “docilidade” que une ao corpo analisável o corpo manipulável. Em sua significação específica é dócil um corpo que pode ser submetido, que pode ser utilizado de forma útil, que pode ser transformado e aperfeiçoado. Contudo, os famosos autômatos, por seu lado, não eram apenas uma maneira de ilustrar o organismo; eram também bonecos políticos, modelos reduzidos de poder: obsessão de Frederico II (1712-1786), rei minucioso das pequenas máquinas, dos regimentos bem treinados e dos longos exercícios. Metodologicamente a questão a responder é a seguinte no âmbito da história social.
Nesses esquemas de docilidade, em que o século XVIII teve tanto interesse, o que há de tão novo? Não é a primeira vez, certamente, que o corpo é objeto de investimentos tão imperiosos e urgentes; em qualquer sociedade, o corpo está preso no interior de poderes mito apertados, que lhe impõem limitações, proibições ou obrigações. Muitas coisas, entretanto, são novas nessas técnicas. A escala, em primeiro lugar, do controle; não se trata de cuidar do corpo, massa, grosso modo, como se fosse uma unidade indissociável, mas de trabalha-lo detalhadamente; de exercer sobre ele uma coerção sem folga, de mantê-lo ao mesmo nível prático da mecânica – movimentos, gestos, atitudes, rapidez: poder infinitesimal sobre o corpo ativo. O objeto, em seguida, do controle: não, ou mais, os elementos significativos do comportamento ou a linguagem do corpo, mas a economia, a eficácia dos movimentos, sua organização interna; a coação se faz mais sobre as forças que sobre os sinais; a única cerimônia que realmente importa é a do exercício. A modalidade, enfim, implica uma coerção ininterrupta, constante, que vela sobre os processos da atividade mais que sobre seu resultado e se exerce de acordo com uma codificação que esquadrinha ao máximo o tempo, o espaço, os movimentos.
Esses métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo, que realizam a sujeição constante de suas forças e lhes impõem uma relação de docilidade-utilidade, são o que podemos chamar disciplinas. Muitos processos disciplinares existiam há muito tempo: nos conventos, nos exércitos, nas oficinas também. Mas as disciplinas se tornaram no decorrer dos séculos XVII e XVIII fórmulas gerais de dominação. Diferentes da escravidão, comparativamente falando, pois não se fundamentam numa relação de apropriação dos corpos; é até a elegância da disciplina dispensar essa relação custosa e violenta obtendo efeitos de utilidade pelo menos igualmente grandes. Mas também ocorre que são diferentes também da domesticidade, que é uma relação social de dominação constante, global, maciça, não analítica, ilimitada e estabelecida sob a forma de vontade de poder singular do patrão, sendo quase seu “capricho”. Diferentes da vassalidade que é uma relação de submissão altamente codificada, mas longínqua e que se realiza menos sobre as operações do corpo que sobre os produtos do trabalho e as marcas rituais de obediência. Diferentes do ascetismo e das “disciplinas” de tipo monástico, que têm por função realizar renúncias mais do que aumentos de utilidade e obediência, têm como fim um aumento do domínio de cada um sobre seu próprio corpo. O momento histórico das disciplinas é o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente o aumento de suas habilidades, nem tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o torna tanto uma política das coerções que são um trabalho sobre o corpo, uma manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos, de seus comportamentos.
O corpo humano entra numa maquinaria de poder que o esquadrinha, o desarticula e o recompõe. Uma “anatomia política”, que é também igualmente uma “mecânica do poder”, está nascendo; ela define como se pode ter o domínio sobre o corpo dos outros, não simplesmente para que façam o que se quer, mas ara que operem como se quer, com as técnicas segundo a rapidez e a eficácia que se determina. A disciplina fabrica assim corpos submissos e exercitados, corpos dóceis. A disciplina aumenta as forças do corpo (em termos econômicos de utilidade) e diminui essas mesmas forças (em termos políticos de obediência). Em uma palavra: ela associa o poder do corpo; faz dele por um lado uma “aptidão”, uma “capacidade” que ela procura aumentar; e inverte por outro lado a energia, a potência que poderia resultar, e faz dela uma relação de sujeição estrita. Se a exploração econômica separa a força e o produto do trabalho, a coerção disciplinar estabelece no corpo o elo coercitivo entre uma aptidão aumentada e uma dominação acentuada. Entendida como consumo cultural, a prática do culto ao corpo situa-se como preocupação geral de mobilidade social, que perpassa a estratificação de classes sociais e faixas etárias, apoiada num discurso clínico difuso que se refere tanto a questão estética, quanto a preocupação alimentar necessária com a saúde.
Nas sociedades contemporâneas há uma crescente apropriação do corpo, com a dieta alimentar e o consumo excessivo de cosméticos, impulsionados pelo processo de massificação da propaganda/consumo a desde o desenvolvimento econômico dos anos 1980, onde o corpo ganha mais espaço, principalmente nos meios midiáticos. Nesse sentido, as fábricas de imagens estéticas do vencedor como o cinema, televisão, publicidade, revistas etc., têm contribuído para isso. Nos leva a pensar que a imagem da eterna fonte de juventude, associada ao corpo perfeito e ideal, ao sucesso na educação, no trabalho e na vida amorosa atravessa as etnias e classes, compondo de maneiras diferentes diversos estilos de vida. O divórcio oficial entre a Rússia e os seus aliados políticos, por um lado, e o bloco ocidental, por outro, vem ocorrendo em Moscou. As comemorações do 70º aniversário do fim da 2ª guerra mundial (1939-1945) marcam aparentemente o princípio de uma nova ordem mundial, uma poderosa elite com uma agenda globalista conspirando para eventualmente governar o mundo por meio de um governo mundial autoritário e uma propaganda abrangente cuja ideologia política saúda o estabelecimento da Nova Ordem Mundial como a culminação do progresso da história.
Ao lado de Vladimir Putin estavam os presidentes da China comunista, Xi Jinping; do Irã, o Ali Khamenei; do Egito, marechal Sisi; da Coreia do Norte, Kim Jong-un; da Venezuela, Nicolás Maduro; da Turquia, Erdogan; e da Grécia, Tsipras, entre outros líderes de países, como a Bielorrússia, que sempre estiveram ao lado de Moscou nos bons e maus momentos. Barack Obama, Merkel, Hollande, Cameron e tantos outros ficam de fora, com a OTAN ao compreender dois dos seus membros ao lado de Vladimir Putin. A guerra fria do século XXI está começando oficialmente, muito embora as relações internacionais entre o Leste e Oeste nunca tenham sido felizes e muito menos amistosas politicamente. Não queremos perder de vista que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), por vezes também dita “Aliança Atlântica”, é uma organização militar intergovernamental baseada no Tratado do Atlântico Norte, que foi assinado em 4 de abril de 1949. A organização constitui um sistema de defesa coletiva através do qual seus Estados-membros concordam com a defesa mútua em resposta a um ataque por qualquer entidade externa à organização. A sede da OTAN localiza-se em Bruxelas, na Bélgica, um dos 28 países membros em toda a América do Norte e Europa, sendo que os mais novos Albânia e Croácia se associaram em abril de 2009. Um adicional de 22 países participa da Parceria para a Paz da Organização do Tratado Atlântico Norte, com 15 outros países envolvidos em programas de diálogo institucionalizado. O gasto militar combinado na “indústria da guerra global” de todos os membros da organização constitui mais de 70% do total de gastos militares de todo o mundo. Foi-se configurando um bloco político-ideológico que questiona a hegemonia do bloco ocidental dirigido pelos Estados Unidos, comparativamente tanto no plano econômico como político e militar.
O sino possuía uma
vigia, assento, balas de canhão com peso para lastro e uma linha de comunicação
de suprimento de ar de um barco. Ele o usou para desenho subaquático em águas
relativamente rasas, realizando mergulhos ao largo do Ceilão ( Sri Lanka), do
Mar Vermelho, do Golfo de Aqaba, da costa da Dalmácia e do Attersee, na
Áustria. Ele foi o primeiro artista subaquático reconhecido. Suas
experiências produziram observações reais sobre como as cores apareciam debaixo
d`água, detalhadas em sua publicação: “Sketches of the habits, animal life and
vegetation ... of Ceylon ... submarine scenery” (Viena, 1867), incluindo 22
litografias coloridas e 4 litografias coloridas. Entre 1871 e 1873,
Ransonnet-Villez construiu uma vila em Nußdorf am Attersee, decorada com
plantas exóticas que havia coletado durante suas viagens. Mais tarde, ele
ajudou a desenvolver o turismo na região e fundou o Union Yacht Club Attersee
em 1886. Sua filha, Eugénie-Caroline, herdou a propriedade e, em 1956, a legou
à Diocese de Linz. Atualmente, funciona como um hotel para seminários reconhecido
como Grafengut. Uma trilha temática (Ransonnet-Themenweg) com painéis
interpretativos comemora seu legado no local. Sua pintura a óleo subaquática
restante, com mais de 5.000 espécimes zoológicos, fora doada ao Museu de
História Natural de Viena em 1892.
O nome Dalmácia é derivado da tribo ilíria chamada Dalmatae que viveu na área costeira do mar Adriático oriental no primeiro milênio antes de Cristo. Supõe-se que em algum momento da primeira invasão indo-europeia da Europa, a área adriática, a assim também a Dalmácia, foi ocupada por um grupo de povos afins entre si, os liburnos, os japidos ou japudes e os ístrios na área oriental; os picenos, os japigios na área ocidental, sobre a península Itálica. A área da Dalmácia atual provavelmente era ocupada por tribos de pastores, dedicados ocasionalmente à pesca e à pirataria, os dálmatas (dalmatae). Tal área se encontrava, na parte mais setentrional, nas proximidades do golfo de Quarnero, com a área ocupada com os povos que deram vida à “cultura dos casteleiros”. O centro urbano principal dos dálmatas era Delmínio (em latim: Delminium), isto é, provavelmente na Bósnia e Herzegovina (Duvno), e talvez porque originários dessa cidade, já em 170 a.C. preservarem o nome pelo qual são conhecidos em nossos dias. Provavelmente Delmínio é um termo de origem albanesa que significa “pasto”. Em 153 a.C., os dálmatas eram unidos em uma liga inimiga dos romanos. Públio Cornélio Cipião Násica Córculo os enfrentou pela primeira vez e destruiu Delmínio. Alguns historiadores recordam também as incursões celtas na costa dálmata, que alcançaram Salona (atualmente Solin).
Depois que o Império
Bizantino foi conquistado pelas forças da Quarta Cruzada em 1204, a República
de Veneza acelerou sua ascensão na região, enquanto o Reino da Croácia, aliado
dos bizantinos, tornava-se crescentemente influenciado pelo Reino da Hungria ao
norte, sendo absorvido em 1102. Então estas duas facções tornaram-se dominantes
na Dalmácia, intermitentemente controlando-a. Um consistente período de domínio
húngaro na Dalmácia terminou com a invasão mongol da Hungria em 1241. Os
mongóis atacaram severamente o estado feudal, de tal forma que no mesmo ano o
rei Béla IV (1206-1270) foi rei da Hungria e da Croácia entre 1235 e 1270, e
duque da Estíria de 1254 a 1258, teve que refugiar-se na Dalmácia, na fortaleza
de Klis, bem ao Sul. Os mongóis atacaram as cidades da Dalmácia, mas depois
retiram-se sem muito sucesso. Em 1389, Tordácato I, o fundador do reino da
Bósnia e Herzegovina, conseguiu controlar o litoral adriático entre Cotor e
Šibenik e até mesmo a reivindicar controle sobre a costa Norte até Fiume
(Rijeka), e seu aliado independente, a República de Ragusa (Dubrovnik). Isto
foi temporário, já que os húngaros e venezianos continuaram sua luta sobre a
Dalmácia depois da morte da morte de Tordácato em 1391. Nessa época os reinos
húngaro e croata enfrentavam dificuldades internas, como os 22 de guerra civil
entre a Casa de Anjou do Reino de Nápoles e o rei Sigismundo da Casa de
Luxemburgo.
Argumentava com razão o
historiador Perry Anderson (1984), que os teóricos marxistas, persuadidos da
universalidade das sucessivas fases do desenvolvimento socioeconômico
registradas na Europa, têm afirmado, pelo contrário, que o feudalismo foi um
fenômeno de proporções mundiais, que abrangeu os Estados africanos e de países
asiáticos tanto quanto os europeus. Distinguiu-se e estudou-se o feudalismo
otomano, egípcio, marroquino, persa, indiano, mongol ou chinês. A reação
política contra a superioridade das ideologias europeias conduziu a uma
extensão intelectual dos conceitos historiográficos consequentemente derivados
do passado de um continente para explicar a evolução per se análoga dos outros
Estados. Nenhum outro termo sofreu uma difusão tão lata e indiscriminada como
“feudalismo” o qual foi muitas vezes aplicado na prática a qualquer formação
social situada entre os polos de identidade tribal e capitalista, não marcada
pelo escravagismo. O modo de produção feudal, é assim definido como a
combinação da grande propriedade com a pequena produção camponesa, em que a
classe exploradora extrai um excedente ao produtor imediato pelas habituais
formas extraeconômicas de coerção como as corveias, prestações em espécie, ou
em numerário em que a troca de mercadorias e a mobilidade são assim
restritas. Nesta perspectiva teórica e
histórica, o tipo de propriedade agrária, a natureza da classe possuidora e a
matriz do Estado podem variar enormemente, sobre uma ordem rural comum que
constitui a base de toda a formação social. Em particular, a soberania
parcelarizada, a hierarquia vassálica e o sistema de feudo da Europa medieval deixam
de ser, sob qualquer aspecto, características essenciais ou originais do
feudalismo.
A sua completa ausência
é compatível com a presença de uma formação feudal, desde que se verifique a
combinação de exploração agrária em grande escala com a produção camponesa,
baseada em relações extraeconômicas de coerção e dependência. Assim, a China
dos Ming, a Turquia seldjúcida, a Mongólia de Gengis Khan (1162-1227), a Pérsia
dos Safávidas, a Índia dos Mogols, e Egito dos Telúnidas, o Marrocos almorávida
e a Arábia wahhabita, todos são igualmente susceptíveis de serem classificados em
categorias feudais, a par da França de Hugo Capeto (cf. Duby, 1988, 1989, 1992),
da Inglaterra normanda ou da Alemanha Hohenstaufen. As confederações nômadas
dos Tártaros, o império bizantino e o sultanato otomano foram designados
Estados feudais por teóricos qualificados na história respectiva, com o
argumento de que as divergências superestruturais
(jurídico-político-ideológico), evidentes em relação às normas ocidentais,
ocultam uma convergência subjacente de relações sociais de produção
infraestruturais. O privilégio do desenvolvimento ocidental tende a
desaparecer, no processo multiforme da história do mundo secretamente una à
partida. Na historiografia materialista, o feudalismo torna-se um oceano de
absolvição no qual quase todas as sociedades podem receber o batismo. A invalidade científica deste “ecumenismo
teórico” na análise crítica marxista de Perry Anderson (1984) fica demonstrada
pelo paradoxo lógico que dele resulta. Isto é, se o conceito de modo de
produção feudal pode definir-se.
Independentemente das
várias superestruturas jurídicas, políticas e ideológicas que o acompanham, de
tal modo que a sua presença pode registrar-se em todo o globo, onde quer que as
formações sociais primitivas e tribais foram superadas, põe-se o problema: como
explicar esse dinamismo único no teatro europeu do feudalismo internacional? Ao
que parece nenhum historiador afirmou que o capitalismo industrial se
desenvolveu espontaneamente em qualquer região exterior à Europa e sua extensão
americana, que precisamente então conquistava o resto do mundo em virtude do
seu primado econômico que bloqueava um implantava o modo de produção
capitalista noutros países, segundo as necessidades e tendências do seu sistema
imperial. Se existia uma base econômica comum ao feudalismo de toda essa massa
territorial desde o Atlântico até ao Pacífico, apenas interrompida por formas
jurídicas, e no entanto, só uma zona produziu a revolução industrial que
levaria à transformação das sociedades do mundo, há que procurar a determinante
deste sucesso nas superestruturas políticas e jurídicas, únicas que as diferenciam
socialmente. Um modo de produção
pré-capitalista só pode ser definido por via das suas superestruturas jurídicas
e ideológicas, uma vez que são estas que condicionam o tipo social de
coerção extraeconômica que lhes é específico.
As formas jurídicas
exatas de dependência, de propriedade e de soberania que caracterizam uma
formação social pré-capitalista, longe de serem apenas epifenômenos acessórios
ou contingentes, constituem pelo contrário os índices principais do modo de
produção determinado que nelas domina. Uma taxonomia escrupulosa e exata é um
pressuposto para a elaboração de uma exaustiva tipologia dos modos de produção
pré-capitalista. É evidente que a complexa imbricação de exploração econômica
com instituições e ideologias extraeconômicas cria modos de produção possíveis
antes do capitalismo do que pode deduzir-se da generalidade relativamente
simples e massiva do próprio modo de produção capitalista, que acabou por ser,
com a época do imperialismo industrial, o seu terminus ad quem comum e
involuntário. Neste sentido, as condições e possibilidades de uma pluralidade
de modos de produção pré-capitalistas posteriores ao tribalismo e ao
escravagismo é inerente ao seu mecanismo de extração de excedentes. Não é por
acaso, afirma Anderson (1984: 474), a uma profunda análise das formas de
propriedade agrária em modos de produção contemporâneos na Europa, na Ásia e na
América refere-se a mudança social no caráter e na posição de propriedade e as
suas relações interligadas com os sistemas políticos, do tribalismo primitivo
ao capitalismo.
Como categoria analítica social e histórica, o feudalismo foi cunhado pelas Luzes. Mas não restam dúvidas que Montesquieu, dotado de um sentido histórico muito mais profundo, andava mais perto da verdade. A investigação moderna descobriu apenas uma grande região do mundo onde vingou inegavelmente um modo de produção comparável ao da Europa. No outro extremo da massa continental eurasiana, para além dos impérios orientais familiares ao Iluminismo, as ilhas do Japão haviam de revelar um panorama social vivamente evocador do passado medieval para os viajantes e observadores europeus do final do século XIX, depois que a chegada do comodoro Perry à baía de Yokoama, em 853, por fim ao seu longo isolamento do mundo exterior. Pouco mais de uma década passada, é o próprio Marx que comenta em O Capital, publicado ante da restauração Meiji: - “O Japão, com sua organização puramente feudal de propriedade fundiária, e a sua petite culture desenvolvida, dá-nos um retrato mais fiel da Idade Média europeia do que todos os nossos livros de história”. A opinião sociológica dos teóricos concorda quase que unanimemente em considerar que o Japão foi lugar histórico de um autêntico e longevo feudalismo. O interesse feudal do Extremo Oriente reside na análise comparativa desde a sua distinta combinação de similaridades estruturais e divergências relativamente à evolução histórica e social em conjunto da sociedade europeia.
O feudalismo japonês, que surgiu como um modo de produção desenvolvido a partir do século XIX-XV e após um longo período de incubação, caracterizava-se essencialmente pela mesma conexão fundamental do feudalismo europeu: a fusão de vassalagem, benfeitoria e imunidade num sistema de feudo que constituía a estrutura político-jurídica de base que permitia a extração ao produtor direto de um sobre-trabalho. As relações sociais entre serviço militar, propriedade fundiária condicional e jurisdicional senhorial reproduziram-se fielmente no Japão. Igualmente perante a hierarquia escalonada entre senhor, vassalo e sub-vassalo, constituindo uma cadeia de suserania e dependência. A classe dirigente hereditária, era formada por uma aristocracia de cavaleiros; o campesinato encontrava-se juridicamente vinculado ao solo, numa réplica próxima da servidão da gleba. Naturalmente, o feudalismo japonês possuía também características próprias locais, que contrastavam com o feudalismo europeu. As condições técnicas da cultura do arroz ditavam uma estrutura diferente das aldeias, de que era ausente o sistema se assolamento trienal. Por sua vez, o domínio senhorial japonês raramente continha uma reserva ou residência.
O pacto feudal era menos contratual e específico do que na Europa: os deveres do vassalo eram mais imperativos. Dentro do equilíbrio entre honra e subordinação, reciprocidade e desigualdade, que marcava a ligação feudal, a variante japonesa pendia acentuadamente para o segundo termo. Embora a organização clânica estivesse ultrapassada, como em todas as verdadeiras formações sociais feudais, o expressivo “código” da relação senhor-vassalo era ditado pela linguagem de parentesco, mais do que por elementos da lei: a autoridade do senhor sobre o seu subalterno era mais patriarcal e indiscutível do que na Europa. Era-lhe estranho o conceito de felonia senhorial; não havia tribunais de vassalos; e o sistema jurídico manteve-se de uma maneira geral, muito limitado. A mais importante das consequências gerais do maior autoritarismo e do conteúdo assimétrico das relações hierárquicas entre os senhores no Japão foi a ausência de um sistema de cortes, quer a nível regional, que a nível nacional. Esta é sem dúvida a mais importante linha divisória ente os feudalismos japonês e europeus, considerados enquanto estruturas fechadas. Na realidade, essa parcelarização da soberania atingiu no Japão Tokugawa uma forma mais organizada, estável e sistemática do que jamais conheceu qualquer país da Europa; e a propriedade privada escalonada da terra foi universal no Japão do que na Europa medieval, já que o Japão rural desconhecia os alódios. O paralelismo de base entre as duas grandes experiências, nos extremos opostos do continente eurasiano, havia de receber a confirmação mais convincente do destino de cada uma delas. Os caracteres históricos e sociais que compõem o nome Japão significam “Origem do Sol”, razão pela qual o Japão é muitas vezes identificado como a “Terra do Sol Nascente”. O nome japonês Nippon é usado de forma oficial tradicional, inclusive no dinheiro japonês, selos postais e para muitos eventos esportivos internacionais. Nihon é um termo percebido senso mais casual e mais frequentemente utilizados no discurso contemporâneo.
Tanto Nippon quanto
Nihon, significam “origem do Sol” e muitas vezes são traduzidos como a “Terra
do Sol Nascente”. Esta nomenclatura vem das missões do Império com a dinastia
chinesa Sui e refere-se à posição a Leste do Japão em relação à China. Foi durante
o século XVI que comerciantes e missionários portugueses chegaram ao Japão pela
primeira vez, dando início a um intenso período de trocas linguísticas,
culturais e comerciais. No Japão, os portugueses praticaram pari passu o
comércio e a evangelização. Os missionários, principalmente os sacerdotes da
Companhia de Jesus, levaram a cabo um intenso trabalho disciplinar de missão em
cerca de 100 anos de presença portuguesa no Japão. Em 1582 a comunidade cristã
no país chegou a ascender a 150 mil cristãos no Japão e 200 igrejas. Toyotomi
Hideyoshi deu continuidade ao governo de Oda Nobunaga e unificou o país em
1590. Depois da morte de Hideyoshi, o regente Tokugawa Ieyasu aproveitou-se de
sua posição para ganhar apoio político e militar. Quando a oposição deu início
a uma guerra, ele a venceu em 1603 na Batalha de Sekigahara. Tokugawa fundou um
novo xogunato, um sistema de governo predominante no Japão de 1192 a 1867, com
capital em Edo e expulsou os portugueses e restantes estrangeiros, dando início
à perseguição dos católicos no país, tidos como subversivos, com uma política
reconhecida como sakoku, a política externa isolacionista japonesa. A
perseguição aos cristãos japoneses fez parte desta política, levando esta
comunidade à conversão forçada ou mesmo à morte, como é o caso dos 26 Mártires
do Japão. O Japão era uma sociedade feudal bem desenvolvida com tecnologia
pré-industrial. Era mais povoado do que qualquer país ocidental e tinha no
século XVI 26 milhões de habitantes.
Um fato social ainda mais revelador, é que o Japão do fim do feudalismo reconheceu um nível de urbanização sem equivalente, exceto na Europa contemporânea: no princípio do século XVIII, a sua capital, Edo, era maior do que Londres ou Paris, e talvez um em cada dez japoneses vivia em cidades de mais de 10 mil habitantes. E há que notar também que o esforço educacional do país suportava bem a comparação com as mais desenvolvidas nações da Europa ocidental: no limiar da “abertura” japonesa ao Ocidente, cerca de 40% a 50% da população masculina adulta estava alfabetizada. O êxito e a rapidez impressionantes com que o capitalismo industrial foi implantado no Japão pela restauração Meiji tiveram os seus pressupostos históricos determinados no avanço ímpar da sociedade que foi herdeira do feudalismo de Tokugawa. Quando a esquadra da Perry aportou a Yokohama, em, 1853, o fosso histórico entre o Japão e as potências euro-americanas que o ameaçavam era, apesar de tudo, enorme. A agricultura japonesa encontrava-se notavelmente comercializada ao nível da distribuição, mas muito menos ao nível da própria produção. Os tributos feudais, coletados em espécie, contavam para o total do sobre-produto, embora acabassem convertidos em moeda: a produção agrícola direta para o mercado era subsidiária dentro da economia. Sistema de governo predominante no Japão de 1192 a 1867, baseado na crescente autoridade do xógum, supremo líder militar, que terminaria por submeter até mesmo a autoridade do imperador. A retomada do poder imperial determinou o encerramento do feudalismo baseado no xogunato, a abertura do país ao exterior e o início de sua ocidentalização.
Em outras palavras, nada de comparável ao Renascimento tocar em terra japonesa. É lógico que a estrutura do Estado tivesse uma forma rígida e fragmentária. O Japão teve uma longa e rica experiência de feudalismo, mas nunca produziu um absolutismo no sentido conceitual. O shogunato Tokugawa, que governou as ilhas durante os últimos duzentos e cinquenta anos da sua existência, até a intrusão do ocidente industrializado, assegurou uma paz prolongada e manteve uma ordem disciplinar rigorosa: o seu regime era, porém, a negação do Estado absolutista. O shogunato não mantinha monopólios coercivos no Japão: os senhores regionais mantinham os seus próprios exércitos, cujo total era superior aos das tropas da casa Tokugawa. Não impunha uma legislação uniforme, os seus decretos cobriam apenas um quinto ou um quarto do território. Não possuía uma administração competente para o total da sua área de suserania: todos os feudos importantes tinham as suas próprias administrações separadas e autônomas. Não coletava impostos nacionais, estando três quartos do território fora do seu alcance fiscal. Não tinha diplomacia, pois o isolamento oficial e social impedia o estabelecimento de relações com o mundo exterior. Exército, fisco, administração, direito, diplomacia, comparados, faltavam no Japão todos esses complexos institucionais que são chave explicativa e processual do contexto do absolutismo europeu.
A distância neste aspecto histórico e social entre o Japão e o continente europeu as duas pátrias do feudalismo, manifestava e simbolizava a profunda divergência nas suas evoluções históricas. Torna-se necessária e instrutiva uma comparação teórica e histórica não da “natureza”, mas da “posição” do feudalismo em cada uma destas trajetórias sociais e políticas. Durante a guerra, o perdedor Ladislau de Nápoles vendeu seu “direito” sobre a Dalmácia à República de Veneza por 100.000 ducados. A república de Veneza, mais centralizada, assumiu em 1420 o controle da Dalmácia, que permaneceu sob domínio veneziano por 377 anos. A República de Veneza controlou a maior parte da Dalmácia de 1420 a 1797, sendo o enclave mais ao Sul chamado de “Albânia Vêneta”. A língua vêneta foi a língua franca no mar Mediterrâneo naquela época e influenciou fortemente a língua dálmata e, num menor grau, o croata e o albanês. Em 1481, Veneza mudou sua aliança para o Império Otomano. Isto deu a seus mercadores vantagens tais como o acesso ao mar Negro, e a República de Ragusa foi o mais feroz competidor dos mercadores venezianos nos séculos XV e XVI. A República de Veneza foi também um dos poderes mais hostis à expansão do Império Otomano e participou de muitas guerras contra ele. À medida que os turcos assumiam o controle do interior, muitos cristãos buscaram refúgio nas cidades costeiras da Dalmácia. Depois da Grande Guerra Turca, tempos mais pacíficos fizeram a Dalmácia experimentar um período de certo crescimento econômico e cultural no século XVIII. A cidade de Ragusa (Dubrovnik) tornou-se de fato independente em 1358 pelo Tratado de Zara, quando Veneza recuperou sua suserania de Luís I da Hungria. Encerrou-se abruptamente com a queda da República de Veneza em 1797.
As tropas de Napoleão Bonaparte (1769-1821) invadiram a região e terminaram também a Independência da República de Ragusa, mas evitaram sua ocupação pelo Império Russo e Montenegro. Em 1797, a República de Veneza, que havia dominado por quase quatro séculos a costa adriática oriental foi derrubada por Napoleão Bonaparte. Também a Dalmácia entrou nos planos de anexação de Napoleão. Depois de um breve período em que as cidades dálmatas venezianas foram cedidas à Áustria por Napoleão com o tratado de Campoformio, essas terminaram sob controle francês que primeiro decide pela anexação ao reino napoleônico da Itália e, depois, em 1809, instituiu o governo das províncias Ilíricas, com a Ístria, a Carniola, a Krajina com fim militar dos Habsburgo, os condados de Gradisca, Gorizia, Trieste e parte da Caríntia, das quais a capital foi Liubliana. Com a restauração em 1815, as cidades de Gorizia, Trieste, Pola (Pula) e Fiume (Rijeka), da Veneza-Júlia, com as terras a Oeste dos Alpes Julianos, reobtiveram, no âmbito do Império Habsburgo, a separação da Ilíria e o governo desta foi dado ao império Habsburgo, que, por um breve período, constituiu um reino da Ilíria e, depois, definitivamente, o reino da Dalmácia, com capital em Zara (Zadar). Em 1816, época da restauração, a comunidade italiana representava a quinta parte do total da região, concentrando-se, porém, nas cidades e no litoral, enquanto a etnia servo-croata predominava no interior. Na primeira metade do século XIX, começou a difundir-se na Dalmácia o movimento chamado Ilírico, apoiado pela maioria croata e liderado por um representante deste grupo étnico, Ljudevit Gaj. Este movimento tinha como objetivo a criação de uma única cultura e consciência dos eslavos do Sul.
Liubliana é a capital e
maior cidade da Eslovênia, com cerca de 272 220 habitantes. Liubliana é a sede
do município urbano de mesmo nome. O assentamento romano da Emona que deu
origem à cidade foi construído no ano 15 d.C. Os primeiros informes que a
mencionam o seu nome datam de 1144. A sua história é de origem diversa, mas
sobretudo, celta. Segundo conta uma lenda, Liubliana no ano de 1144, era
dominada por um terrível dragão que costumava atirar fogo para aterrorizar seus
habitantes a partir de uma das torres do castelo. Depois de muito tempo de
solidão e destruição, o dragão apaixonou-se por uma doce fêmea e deles teria
nascido o primeiro dragão artista do mundo, um menino que não fez as vontades
do pai. O rio liublianica banha a capital eslovena. O rio liublianica marca e
divide o centro da cidade em dois. De um lado, a parte antiga e o acesso ao
castelo, do outro a parte comercial e política da cidade. No centro, a praça do
poeta nacional, France Prešeren (1800-1849), na qual se encontram a igreja
principal, dedicada à Ordem Franciscana. São poucos os resquícios do passado
comunista na cidade, apesar da independência recente, obtida no começo da
década de 1990.
A etnia majoritária da
Dalmácia parecia assim ser naquele período a eslava, mas não são bem claros os
dados sobre a população de etnia italiana. Depois da 1ª Guerra Mundial
(1914-18), com base no Tratado de Londres, a Itália obteve a Dalmácia
setentrional, inclusive as cidades de Zara (Zadar), Sebenico (Šibenik) e Tenin
(Knin). À anexação, opôs-se o recém-criado Reino dos Sérvios, Croatas e
Eslovenos, apoiado por Woodrow Wilson e a Dalmácia foi finalmente entregue ao
estado eslavo do Sul, com a exceção de Zara (de maioria italiana), da ilha de
Lagosta (Lastovo) e Cazza (Sušac) e as carnerinas Cherso (Cres), Lussino
(Lošinj), Unie (Unije), Sansego (Susak) e Asinello, que se tornaram italianas.
No novo ordenamento regional do reino iugoslavo, a Dalmácia fazia parte da
Banovina do litoral com parte da Herzegovina.
Em 1941, durante a 2ª Guerra Mundial, a Iugoslávia foi invadida pelo
Eixo e desmembrada. A Dalmácia foi repartida entre a Itália, que ficou com
Zaravecchia, Sebenico (Šibenik), Traù (Trogir), Spalato (atual Split) e Bocas
de Kotor (atual Kotor); e o Estado Independente da Croácia, que anexou Ragusa
(Dubrovnik) e Morlacchia, embora naquela região estivessem acantonadas as
tropas italianas. Apesar da turbulência causada pela guerrilha contra o
Eixo, anexada à Itália tornou-se refúgio para a população do interior que fugia
dos Ustaše.
Com a derrota italiana em
8 de setembro de 1943, o Estado Independente da Croácia atacou a região anexada
pela Itália e fez as fronteiras recuarem aos limites de 1941, enquanto as Bocas
de Cattaro passavam à administração militar alemã, assim como a cidade de Zara,
que desta forma consegue temporariamente evitar a anexação à Croácia. Porém
Zara sofreu pesados bombardeios que a destruíram quase completamente. Em
dezembro de 1944, toda a Dalmácia estava sob domínio dos partisans de Josip
Broz Tito, inclusive o que restou de Zara.
No fim do conflito toda a costa adriática oriental, inclusive Zara e as
ilhas anteriormente italianas, terminam sob o nova República Socialista
Federativa da Iugoslávia que administrou estas áreas até a sua dissolução em
1991. Nesse ano, a Dalmácia tornou-se parte do território da Croácia e, em
parte, da Sérvia e Montenegro (Kotor), enquanto a foz do rio Neretva ficou com
a Bósnia e Herzegovina. Nas regiões banhadas pelo mar Adriático, os mariscos,
os camarões, as amêijoas, além de queijos e presuntos defumados dominam o
cardápio. Entre as especialidades estão o peixe grelhado, a sopa e salada de
frutos do mar, o presunto defumado em vinho branco e o peixe guisado com arroz.
No interior é comum o consumo de galinha ou patos servidos com salsichas
defumadas, pernas de porco, além das costeletas preparadas ao ar livre,
acompanhadas de batatas assadas. Outra iguaria do país é a sopa fresca de milho
com feijão é o strukle (rolos de queijo caseiro). Vale a pena
experimentar e fazer em casa o sarma, repolhos recheados com carne
moída, bacon e presunto. Entre as sobremesas mais populares está o palacinke
(crepe) e a maçã com strudel de queijo.
Bibliografia Geral Consultada.
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