quarta-feira, 27 de março de 2024

Banho de Piscina – Tabu do Corpo & Neutralidade Valorativa em Berlim.

                                             O infortúnio é um degrau para o gênio, uma piscina para o cristão”. Honoré de Balzac 

          Em 2020, a cidade-estado de Berlim tinha uma população de 3 664 088 habitantes registrados em uma área de 891,85 km². A densidade populacional da cidade era de 4 048 hab/km². Berlim é a segunda cidade mais populosa na União Europeia (UE). A área urbana de Berlim compreendia cerca de 4,1 milhões de pessoas em 2014, em uma área de 1 347 km², tornando-se a sétima área urbana mais populosa na UE. A aglomeração urbana da metrópole era o lar de cerca de 4,5 milhões em uma área de 5 370 km². Toda a região Berlim-Brandemburgo tem uma população de mais de 6 milhões em uma área de 30 370 km². A migração nacional e internacional para a cidade tem uma longa história. Em 1685, na sequência da revogação do Édito de Nantes, na França, a cidade respondeu com o Édito de Potsdam, que garantiu a liberdade religiosa e isenção de impostos aos refugiados huguenotes franceses por dez anos. A Lei Maior de Berlim, de 1920, incorporou muitos subúrbios e cidades circunvizinhas da capital alemã. Ela formou a maioria do território que compreende a moderna Berlim e aumentou a população de 1,9 milhão para 4 milhões.

       Berlim tem como capital e um dos dezesseis estados e territórios geográficos da  Alemanha. Com uma população de 3,5 milhões dentro de limites da cidade, é a maior cidade do país, e a sétima área urbana mais povoada da União Europeia. Situada no Nordeste da Alemanha, é o centro da área metropolitana de Berlim-Brandemburgo, que inclui 5 milhões de pessoas de mais de 190 nações. Localizada na grande planície europeia, Berlim é influenciada por um clima temperado sazonal, com a distinção entre as quatro estações do ano: verão, outono, inverno e primavera. Quer dizer, cerca de um terço da área da cidade é composta por florestas, parques, jardins, rios e lagos. Berlim é uma cidade global e um dos mais influentes centros mundiais de cultura, política, mídia e ciência. Sua economia é baseada principalmente no setor de serviços, abrangendo uma variada gama de indústrias criativas, as corporações de mídia e locais de convenções. Berlim também serve como um hub continental com serviços pioneiros para a mobilidade sustentável e conectada de pessoas e seus bens para o transporte aéreo e ferroviário com um destino turístico popular. As indústrias significativas incluem Tecnologia da Informação (TI), farmacêutica, engenharia biomédica, biotecnologia, eletrônica, engenharia de tráfego e comunicação social e energia renovável. A cidade serve como um importante centro do transporte continental e é sede de algumas das mais importantes universidades, eventos esportivos, orquestras e museus. O rápido desenvolvimento econômico e social da metrópole, para não dizer culturalmente, atraiu uma reputação internacional aos seus festivais, arquitetura contemporânea e vida com utilidade de uso noturna, sendo um grande centro turístico e moradia para pessoas de 180 nações diferentes.

A imigração ativa e políticas de asilos em Berlim Ocidental desencadearam ondas de imigração nos anos 1960 e 1970. Atualmente, Berlim é o lar de cerca de 200 000 turcos, tornando-se a maior comunidade turca fora do Estado da Turquia. Na década de 1990, o Aussiedlergesetze habilitou a imigração para a Alemanha de alguns moradores da antiga União Soviética. Hoje, alemães étnicos de países da antiga URSS constituem a maior parte da comunidade de língua russa. A última década experimentou um influxo de vários países ocidentais e algumas regiões da África. Jovens alemães, do restante da Europa e israelenses também se instalaram na cidade. Mais de 60% dos moradores de Berlim não têm nenhuma afiliação religiosa registrada. A maior denominação em 2010 era o corpo das igrejas protestantes regionais, a Igreja Evangélica de Berlim-Brandemburgo-Silesiana Alta Lusácia (EKBO), responsável por 18,7% da população local. A Igreja tem 9,1% dos residentes registrados como seus membros. Cerca de 2,7% da população se identifica com outras denominações cristãs principalmente Ortodoxa Oriental, mas também vários protestantes. Estima-se que 200 mil a 350 000 mil muçulmanos residem em Berlim, entre 6 e 10% da população. Cerca de 0,9% dos berlinenses pertencem a outras religiões. Uma população estimada entre 30 000 e 45 000 residentes são judeus, e aproximadamente 12 mil são registrados em organizações religiosas. 


Uma nação é constituída por um Estado nacional composto por um povo que partilha a mesma origem, história, língua e tradições. Através da nacionalidade, os cidadãos nacionais se distinguem dos estrangeiros. É uma língua germânica ocidental que deriva a maior parte de seu vocabulário do ramo germânico da família de línguas indo-europeias. O alemão é uma das 24 línguas da União Europeia e uma das três línguas de trabalho da Comissão Europeia. O Berlinerisch ou Berlinisch é um dialeto do Berlin Brandenburgish alemão falado em Berlim e na sua área metropolitana. Origina-se de uma variante Mark Brandenburgish. Uma marca de Brandemburgo incluindo Altmark (Leste de Elba),o Mittelmark (entre o Elba e o Oder ), que era considerada uma área central, o Neumark (a Leste do Oder), partes da Baixa Lusácia e territórios dispersos. O dialeto é agora visto mais como um socioleto, em grande parte devido ao aumento da imigração e tendências entre a população educada de falar o alemão padrão na vida cotidiana. As línguas estrangeiras mais comumente faladas na capital alemã são o turco, inglês, russo, árabe, polonês, curda, vietnamita, sérvio, croata e francês. O turco, árabe, curdo, servo-croata são ouvidos mais na parte ocidental da cidade, devido às grandes comunidades do Oriente Médio e ex-iugoslavos. O inglês, vietnamita, russo e polaco têm mais falantes nativos no Leste de Berlim. No final de 2010, Berlim tinha 746 hotéis, com 112 400 camas. A cidade registrou 20,8 milhões de estadias em hotéis e 9,1 milhões de hóspedes em hotéis no mesmo ano.

A estratégia do passado que visava organizar novos espaços urbanos transformou-se meramente em artifícios políticos e muito pouco em torno de reabilitação de patrimônios. Depois de haver inconscientemente projetado a cidade futura, torna-se uma cidade frequentada por sua estranheza, muito mais elevada aos excessos que reduzem o presente, a nada mais que simples escombros como caixas d`água que deixam escapar seu domínio do tempo. Mas os processos técnicos se denunciam já no quadriculamento que atrapalhavam os planejadores funcionalistas que deviam fazer tábula rasa das opacidades contidas nos projetos de cidades transparentes. Afinal qual o urbanismo que não descontroem mais do que uma guerra a questão da memória e da história aldeã, operária, com casas desfiguradas, fábricas desativadas, universidades sem vida, cacos de histórias naufragadas que atualmente formam as ruínas da cidade fantasma ou fantasmas da cidade, antes modernista, cidade de massa, homogênea, como os lapsos de uma linguagem que se desconhece, quem sabe inconsciente. Mas elas surpreendem. O imaginário individual e coletivo, em primeiro lugar, são as formas de representação e as coisas que o soletram. Eles têm uma função social que consiste em abrir uma profundidade no presente, mas não têm mais o conteúdo que provê de sentido a estranheza do passado. Suas histórias políticas deixam de ser pedagógicas para inferir um final claramente trágico. 

O Estado se constitui em relação à forma de governo um duplo contexto:  de um lado, efeitos de poder político em relação a outros Estados, atuais ou potenciais, isto é, os princípios concorrentes – portanto, precisa concentrar “capital de força física” para travar a guerra pela terra, pelos territórios; de outro lado, em relação a um contexto interno, a contrapoderes, isto é, príncipes concorrentes ou classes dominadas que resistem à arrecadação do imposto ou ao recrutamento de soldados. Esses dois fatores favorecem a criação de exércitos poderosos dentro dos quais se distinguem progressivamente forças propriamente militares e forças propriamente policiais destinadas à manutenção da ordem interna. Essa distinção exército/polícia, evidente hoje, tem uma genealogia extremamente lenta, as duas forças têm sido por muito tempo confundido. O desenvolvimento do imposto está ligado às despesas de guerra. O nascimento do imposto é simultâneo a uma acumulação extraordinária de capital detido pelos profissionais da gestão burocrática e à cumulação de um imenso capital informacional. É o vínculo institucional entre Estado e a utilidade de uso estatística: o Estado está associado a um conhecimento racional do mundo social e governamental. A estatística tem como representação o campo da matemática que relaciona fatos sociais e números em que há um conjunto de métodos que nos possibilita coletar dados e analisá-los, assim sendo possível realizar alguma interpretação deles.

O conceito útil de figuração distingue-se de conceitos teóricos da sociologia por incluir expressamente os seres humanos em sua formação social. Contrasta, portanto, decididamente com um tipo amplamente dominante de formação de conceitos que se desenvolve sobretudo na investigação de objetos sem vida, portanto no campo da física e da filosofia para ela orientada. Há figurações de estrelas, assim como de plantas e de animais. Mas apenas os seres humanos formam figurações uns com os outros. O modo de sua vida conjunta em grupos grandes e pequenos é, de certa maneira, singular e sempre co-determinado pela transmissão de conhecimento de uma geração a outra, por tanto por meio do ingresso singular do mundo simbólico específico de uma figuração já existente de seres humanos. Às quatro dimensões espaço-temporais indissoluvelmente ligadas se soma, no caso dos seres humanos, uma quinta, a dos símbolos socialmente apreendidos. Sem sua apropriação, sem, por exemplo, o aprendizado de uma determinada língua especificamente social, os seres humanos não seriam capazes de se orientar no seu mundo nem de se comunicar uns com os outros. Um ser humano adulto, que não teve acesso aos símbolos da língua e do conhecimento de determinado grupo permanece fora de todas as figurações humanas, pois não é um ser humano. As definições de controle social são demasiado amplas e vagas, e, portanto, seria legítimo indagar, escolhendo-as mais ou menos ao acaso, para inferir que resultam em termos de um controle, isto é, qualquer estímulo ou complexo de estímulos que provoca uma determinada reação.

Topless é prática entre famosas como Rihanna, Iza e Deborah Secco e outras mulheres famosas. Topless é um termo originário da língua inglesa que significa “sem o top”, isto é, “sem a peça de roupa que cobre o tronco”. O termo designa uma situação em que uma mulher está nua da cintura para cima, com os seios à mostra.  É bastante comum falar em topless quando uma mulher está na praia ou à beira de uma piscina, geralmente com o objetivo de fazer bronzeamento nas partes comumente cobertas pelo biquíni. Algumas culturas tradicionais, tais como os índios da América Central e do Sul, e também alguns povos da África e da Oceania, não estigmatizam o topless entre as mulheres, sendo visto como uma prática normal. Em praias da Europa, o topless é muito comum; porém, no Brasil, a prática muitas vezes provoca estranhamento, contrariando o clichê que apresenta o país como terra da liberdade de comportamento. Embora a lei brasileira proíba o chamado ultraje público ao pudor, não especifica quais condutas poderiam ser interpretadas como obscenas, não distinguindo, por exemplo, o topless e o uso de biquínis curtos, tão frequentes em praias brasileiras. Todavia, a prática de topless pode vir a ser punida legalmente, dependendo do caso, por ofender a convenção social já estabelecida, fazendo com que a conduta seja interpretada como obscena, portanto, enquadrando-se no tipo penal previsto na legislação e sendo passível de proibição. Não se emprega a expressão para os homens, já que na língua inglesa o termo top não costuma ser utilizado para o vestuário masculino. A eles é destinado o termo sem camisa, normalmente para a proibição da entrada de pessoas nessa situação em bares, lojas e outros estabelecimentos.

Assim, pois, todos os estímulos são controles, pois representam a direção do comportamento por influências grupais, estimulando ou inibindo a ação individual ou grupal. O controle social pode ser definido como a soma total ou, antes, o conjunto de padrões culturais, símbolos sociais, signos coletivos, valores culturais, ideias e idealidades, tanto quanto processos diretamente ligados a eles, pelo qual a sociedade inclusiva, cada grupo particular, e cada membro individual participante superam as tensões e os conflitos entre si, através do equilíbrio temporário, e se dispõem a novos esforços criativos. Ipso facto, em toda a dimensão da vida associativa deverá haver algum ajustamento de relações sociais tendentes a prevenir a interferência de direitos e privilégios entre os indivíduos. De maneira mais específica, são três as funções do estabelecidas pelo controle social: a obtenção e a manutenção da ordem social, da proteção social e da eficiência social. O seu emprego hic et nunc na investigação sociológica contribuiu consideravelmente para produzir uma simplificação ou redução na análise dos problemas sociais, conseguida proporcionalmente, graças à compreensão positiva da integração das contradições correspondentes no sistema de organização das sociedades e da importância relativa de cada um deles, como e enquanto expressão do jogo social.  Embora obscuro e equívoco, em seu significado corrente, o conceito de controle é necessário à questão sociológica na modernidade, encontraram um sistema de referências propício à sua crítica científica, seleção lógica e coordenação metódica.  

O crescimento de um jovem convivendo e habitando comum em figurações humanas, como processo social e experiência, assim como o aprendizado de um determinado esquema de autorregulação na relação com os seres humanos, é condição indispensável ao desenvolvimento rumo à humanidade. Socialização e individualização de um ser humano, são nomes diferentes para o processo. Cada ser humano assemelha-se aos outros, e é, ao mesmo tempo, diferente de todos os outros. O mais das vezes, as teorias sociológicas deixam sem resolver o problema da relação entre indivíduo e sociedade. Quando se fala que uma criança se torna um indivíduo humano por meio da integração em determinadas figurações, como, por exemplo, em famílias, em classes escolares, em comunidades aldeãs ou em Estados, assim como mediante a apropriação e reelaboração de um patrimônio simbólico social, conduz-se o pensamento por entre dois grandes perigos da teoria e das ciências humanas: o perigo de partir de um indivíduo a-social, portanto como que de um agente que existe por si mesmo; e o perigo de postular um “sistema”, um “todo”, em suma, uma sociedade humana que existiria para além do ser humano singular, para além dos indivíduos. Embora não possuam um começo absoluto, não tendo nenhuma outra substância a não ser seres humanos gerados familiarmente por pais e mães, as sociedades humanas não são simplesmente um aglomerado cumulativo dessas pessoas. O convívio em sociedades tem sempre, mesmo no caos, na desintegração, na maior desordem social, uma forma absoluta determinada.

É isso que o conceito de figuração exprime. O processo de concentração física de força pública acompanhada de uma desmobilização da violência ordinária. A violência física só pode ser aplicada por um agrupamento especializado, especialmente mandatado para esse fim, claramente identificado no seio da sociedade pelo uniforme, portanto um agrupamento simbólico, centralizado e disciplinado. A noção de disciplina, sobre a qual Max Weber escreveu páginas magníficas, é capital: não se pode concentrar a força física sem, ao mesmo tempo, controla-la, do contrário é o desvio da violência física, e o desvio da violência física está para a violência física assim como o desvio de capitais está para a dimensão econômica: é o equivalente da concussão. A violência física pode ser concentrada num corpo formado para esse fim, claramente identificado em nome da sociedade pelo uniforme simbólico, especializado e disciplinado, isto é, capaz de obedecer como um só homem a uma ordem central que, em si mesma, não é geradora de nenhuma ordem. O conjunto das instituições mandatadas para garantir a ordem, a saber, as forças públicas e de justiça, são separadas pouco a pouco do mundo social corrente. Essa concentração do capital físico se realiza num duplo contexto. Para uns, o desenvolvimento do exército profissional ligado à guerra, assim, o imposto; também a guerra interior, a guerra civil, a arrecadação do imposto como espécie de guerra civil. 

Do ponto de vista analítico a questão real do corpo percorre a história da ciência e da filosofia. De Platão a Henri Bergson, passando por René Descartes, Baruch de Espinosa, Maurice Merleau-Ponty, Sigmund Freud, Karl Marx, Friedrich Nietzsche, Max Weber (cf. Fanta, 2014) e principalmente no âmbito da analítica do poder de Michel Foucault, onde a definição de corpo demonstra um puzzle caracterizado na relação entre vigilância e punição. Quase todos reconhecem a profusão da visão dualista de Descartes, que define o corpo como uma substância extensa em oposição à substância pensante. Podemos perceber que seguindo este modo de compreensão, sobretudo com o advento da modernidade, o corpo foi facilmente associado a uma máquina. Pensado como um mecanismo elaborado por determinados princípios que alimentam as engrenagens desta máquina promovendo o seu aparentemente “bom funcionamento”. Isto quer dizer que através dos exercícios de abstinência e domínio que constituem a ascese necessária, o lugar atribuído ao conhecimento de si torna-se mais importante: a tarefa de se pôr à prova, de se examinar, de controlar-se numa série de exercícios bem definidos, coloca a questão da verdade – da verdade do que se é, do que se faz e do que é capaz de fazer – no cerne da constituição do sujeito moral. E, finalmente, o ponto de chegada dessa elaboração é ainda e sempre definido pela soberania do indivíduo sobre si mesmo. Neste aspecto Foucault (2014) nos adverte sobre a questão da analítica do poder que se constitui o marco histórico e pontual através da “docilidade dos corpos”. 

Para ele o soldado é, antes de tudo, alguém que se reconhece de longe; que leva os sinais naturais de seu vigor e coragem, as marcas também de seu orgulho: seu corpo é o brasão de sua força e de sua valentia: e se é verdade que deve aprender aos poucos o ofício das armas – essencialmente lutando – as manobras como a marcha, as atitudes como o porte da cabeça se originam, em boa parte, de uma retórica corporal de honra. Eis como ainda no início do século XVIII se descrevia a figura ideal do soldado. Mas na segunda metade deste século, o soldado se tornou algo que se fabrica; de uma massa informe, de um corpo inapto, fez-se a máquina de que se precisa; corrigiram-se aos poucos as posturas: lentamente uma coação calculada percorrer cada parte do corpo, assenhoreia-se dele, dobra o conjunto, torna-o perpetuamente disponível, e se prolonga, em silêncio, no automatismo dos hábitos; em resumo, foi “expulso o camponês” e lhe foi dada a “fisionomia de soldado”. Ipso facto, houve, durante a época clássica, uma descoberta do corpo como objeto e alvo de poder. Encontraríamos facilmente sinais dessa grande atenção dedicada então ao corpo que se manipula, modela-se, treina-se, que obedece, responde, torna-se hábil ou cujas forças multiplicam o “homem-máquina”.

O grande livro do homem-máquina foi descrito simultaneamente em dois registros: no anátomo-metafísico, cujas primeiras páginas haviam sido escritas por René Descartes e que os médicos, os filósofos continuaram; o outro, técnico-político, constituído por um conjunto de regulamentos militares, escolares, hospitalares e por processo empíricos e refletidos para controlar ou corrigir as operações do corpo. Dois registros bem distintos, pois se tratava ora de submissão e utilização, ora de funcionamento e de explicação: corpo útil, corpo inteligível. E, entretanto, de um ao outro, pontos de cruzamento. “O homem-máquina” de Julien Offray La Metrie (1709-1751) é ao mesmo tempo uma redução materialista da alma e uma teoria geral do adestramento, no centro dos quais reina a noção de “docilidade” que une ao corpo analisável o corpo manipulável. Em sua significação específica é dócil um corpo que pode ser submetido, que pode ser utilizado, que pode ser transformado e aperfeiçoado. Os famosos autômatos, por seu lado, não eram apenas uma maneira de ilustrar o organismo; eram também bonecos políticos, modelos reduzidos de poder: obsessão de Frederico II, rei das pequenas máquinas, dos regimentos bem treinados e dos longos exercícios.

Para Foucault metodologicamente a questão a responder é a seguinte: Nesses esquemas de docilidade, em que o século XVIII teve tanto interesse, o que há de tão novo? Não é a primeira vez, certamente, que o corpo é objeto de investimentos tão imperiosos e urgentes; em qualquer sociedade, o corpo está preso no interior de poderes mito apertados, que lhe impõem limitações, proibições ou obrigações. Muitas coisas, entretanto, são novas nessas técnicas. A escala, em primeiro lugar, do controle; não se trata de cuidar do corpo, massa, grosso modo, como se fosse uma unidade indissociável, mas de trabalha-lo detalhadamente; de exercer sobre ele uma coerção sem folga, de mantê-lo ao mesmo nível prático da mecânica – movimentos, gestos, atitudes, rapidez: poder infinitesimal sobre o corpo ativo. O objeto, em seguida, do controle: não, ou mais, os elementos significativos do comportamento ou a linguagem do corpo, mas a economia, a eficácia dos movimentos, sua organização interna; a coação se faz mais sobre as forças que sobre os sinais; a única cerimônia que realmente importa é a do exercício. A modalidade, enfim, implica uma coerção ininterrupta, constante, que vela sobre os processos da atividade mais que sobre seu resultado e se exerce de acordo com uma codificação que esquadrinha ao máximo o tempo, o espaço, os movimentos.

Esses métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo, que realizam a sujeição constante de suas forças e lhes impõem uma relação de docilidade-utilidade, são o que podemos chamar segundo Foucault disciplinas. Muitos processos disciplinares existiam há muito tempo: nos conventos, nos exércitos, nas oficinas também. Mas as disciplinas se tornaram no decorrer dos séculos XVII e XVIII fórmulas gerais de dominação. Diferentes da escravidão, pois não se fundamentam numa relação de apropriação dos corpos; é até a elegância da disciplina dispensar essa relação custosa e violenta obtendo efeitos de utilidade pelo menos igualmente grandes. Mas também ocorre que são diferentes também da domesticidade, que é uma relação social de dominação constante, global, maciça, não analítica, ilimitada e estabelecida sob a forma de vontade de poder singular do patrão, sendo quase seu “capricho”. Diferentes da vassalidade que é uma relação de submissão altamente codificada, mas longínqua e que se realiza menos sobre as operações do corpo que sobre os produtos do trabalho e as marcas rituais de obediência. Diferentes do ascetismo e das “disciplinas” de tipo monástico, que têm por função realizar renúncias mais do que aumentos de utilidade e obediência, têm como fim um aumento do domínio de cada um sobre seu próprio corpo.

Essa divisão do trabalho social segundo os sexos, indicada no nível da linguagem, é praticada desde o nascimento, pontuada por ritos de passagem e marcada por inumeráveis símbolos. Com efeito, a aceitação e a interiorização da divisão sexual do trabalho tanto entre trabalho doméstico e trabalho assalariado quanto no interior mesmo do trabalho assalariado são o objetivo da socialização inicial das crianças. Essa educação é condição prévia da aceitação e interiorização mesmas da autoridade mediante aprendizado, na escola, das formas de linguagem diferenciadas de acordo com o estatuto social do emissor e do receptor. Assim, desde o nascimento, comparativamente, a menina será educada dentro do respeito pelos homens, que serão os primeiros, contrariamente ao Ladies first da etiqueta ocidental, a ser servidos à mesa e a ter os melhores pedaços; os primeiros a entrar no banho; o que consagra e reproduza o preceito feudal das mulheres dentro e dos homens fora (“oto wa sotomawari, tsuma wa utimawari”) e a regra social de obediência em ordem: quando jovem, ao pai; casada, ao marido, e idosa, ao primogênito.

Esse duplo movimento impulsionou em vários países a abordagem da divisão sexual do trabalho para repensar a questão tópica do trabalho e suas categorias. Essas reflexões levaram a mudança de simbólica da sociologia da família e do paradigma funcionalista que lhe servia de base. No que se referem à sociologia do trabalho, elas permitiram retomar noções e conceitos como de qualificação, produtividade, mobilidade social e abriram novos campos de pesquisa: relação de serviço, trabalhos de cuidado pessoal, mixidade no trabalho, ingresso das mulheres às profissões de nível superior, temporalidades sexuadas, vínculos entre políticas de emprego e políticas para família etc. Tal literatura tinha como escopo aspectos sociais comparativos como o crescimento das taxas de desempenho de atividade no trabalho, o perfil etário da mulher na composição da força de trabalho e as transformações sociais no padrão de mixidade em setores e ocupações enquanto tendências que também se verificavam em outros países.   

A divisão sexual do trabalho é a forma de divisão do trabalho social decorrente das relações sociais entre os sexos; mais do que isso, é um fator prioritário para a sobrevivência da relação social entre os sexos. Essa forma é modulada histórica e socialmente. Tem como características a designação prioritária dos homens à esfera produtiva e das mulheres à esfera reprodutiva e, simultaneamente, a apropriação pelos homens das funções com maior valor social adicionado (políticos, religiosos, militares etc.). Sobre essa definição, todo mundo, ou quase, está de acordo. Contudo, do nosso ponto de vista, sociologicamente falando, era necessário ir mais longe ao plano conceitual. Por isso, propusemos distinguir claramente os princípios da divisão sexual do trabalho e suas modalidades. Essa forma particular da divisão social do trabalho tem dois princípios organizadores: o de separação existente entre trabalhos de homens e trabalhos de mulheres e o princípio hierárquico, segundo o qual, um trabalho de homem “vale” mais que um trabalho de mulher. Esses princípios são válidos tanto no plano teórico quanto no plano empírico para todas as sociedades humanas no tempo e no espaço.         

A Prefeitura de Berlim anunciou que as mulheres poderão frequentar as piscinas públicas da capital da Alemanha sem a parte de cima do biquíni. A decisão é consequência de um processo na Justiça iniciado por uma mulher que, no ano passado, foi expulsa de uma piscina ao ar livre por tomar banho de sol sem cobrir os seios.  Outra mulher afirmou ter sido obrigada a se cobrir em dezembro último, ao frequentar uma piscina coberta.⁠ As autoridades da capital alemã concluíram que ambas foram vítimas de discriminação e afirmaram que todos os frequentadores das piscinas de Berlim agora podem dispensar a parte de cima dos seus trajes de banho.⁠ Portanto, pode ser aplicada mediante um processo específico de legitimação, a chamada ideologia naturalista. Esta rebaixa o gênero ao sexo biológico, reduz as práticas sociais a “papéis sociais” sexuados que remetem ao destino natural da espécie. Com essa perspectiva naturalista e manipuladora da realidade, a ideologia naturalista dificulta a consciência de que a desigualdade entre os sexos é determinada por interesses socialmente construídos. Se os dois princípios (de separação e hierárquico) encontram-se em todas as sociedades conhecidas e são legitimados pela ideologia naturalista, isto não significa, no entanto, que a divisão sexual do trabalho seja um dado imutável. Ao contrário, ela tem inclusive uma incrível plasticidade: suas modalidades concretas variam grandemente no tempo e no espaço, como demonstraram fartamente antropólogos e historiadores (as). O que é estável não são as situações (que evoluem sempre), e sim a distância entre os grupos de sexo. Portanto, esta análise deve tratar dessa distância, assim como das “condições”, pois, se é inegável que a condição feminina melhorou, pelo menos na sociedade francesa, a distância continua insuperável.

 Trata-se antes de tudo da aparição e do desenvolvimento, com a precarização e a flexibilização do emprego, de “nomadismos sexuados”, segundo Kergoat (1998): nomadismo no tempo, para as mulheres é a explosão do trabalho em tempo parcial, geralmente associado a períodos de trabalho dispersos no dia e na semana; nomadismo no espaço, para homens com provisórios canteiros do Banque du Bâtiment et Travaux Publics (BBTP) e do setor nuclear para os operários, banalização e aumento dos deslocamentos profissionais na Europa e em todo o mundo para executivos. Constata-se que a divisão sexual do trabalho molda as formas do trabalho e de emprego e, que a bendita “flexibilização” reforça as formas mais estereotipadas das relações sociais de sexo. O segundo exemplo é o da priorização do emprego feminino, que ilustra bem o cruzamento das relações sociais. Desde a década de 1980, o número de mulheres contabilizadas pelo Institut National de la Statistique et des Études Économiques (INSEE) como “funcionários e profissões executivas de nível superior” mais do que dobrou; eles destacam que cerca de 10% das mulheres ativas são classificadas nessa categoria. Simultaneamente à precarização e à pobreza de um número crescente de mulheres, observa-se, portanto, o aumento dos capitais econômicos, culturais e sociais de uma proporção não desprezível de mulheres ativas no trabalho. Assiste-se também ao aparecimento, pela primeira vez na história social do capitalismo, de uma camada de mulheres cujos interesses diretos, isto é, não mediados como antes pelos homens: pai, esposo, amante, opõem-se frontalmente aos interesses daquelas que foram atingidas pela generalização do tempo parcial, pelos empregos em serviços muito mal remunerados e não reconhecidos socialmente e, de maneira mais geral, pela precariedade.

        Em breve, as mulheres poderão nadar sem a parte de cima do biquíni nas piscinas públicas de Berlim, após uma deliberação das autoridades da cidade. A decisão aconteceu após um processo iniciado por uma mulher que foi expulsa de uma piscina pública por tomar sol topless, ou seja, sem sutiã. Uma outra mulher disse que foi instruída a se cobrir em uma piscina coberta em dezembro. As autoridades concordaram que as duas foram vítimas de discriminação e disseram que todos os visitantes das piscinas de Berlim agora podem usar apenas a parte de baixo do traje de banho como os homens. A decisão será bem recebida por aqueles que defendem o que é reconhecido na Alemanha como Freikörperkultur — palavra que designa o “naturismo” ou “nudismo”, mas que em uma tradução literal significaria “cultura do corpo livre” em alemão. Visitantes estrangeiros que visitam a Alemanha costumam ficar surpresos e, às vezes, totalmente desconcertados ao ver alemães nus brincando em lagos, descansando nos parques ou suando nas saunas. Mas este é um país que considera a nudez pública em alguns ambientes tanto apropriada quanto saudável. Autoridades locais, porém, têm lidado com a questão de saber até que ponto isso é permitido em termos de utilidade de uso socialmente ocorrendo em piscinas municipais. No verão passado, “as cidades de Göttingen e Siegen já haviam permitido que as mulheres nadassem sem o sutiã”.

A operadora de piscinas de Berlim, a Berliner Bäderbetriebe, na verdade não mudou suas regras, que exigem que “a roupa de banho cubra os órgãos genitais”. O Berliner Bäderbetriebe apenas esclareceu que isso se aplica a todos os visitantes, independentemente do gênero. Enfim, as mulheres das sociedades do Norte trabalham cada vez mais e, com uma frequência cada vez maior, são funcionárias e investem em suas carreiras. Como o trabalho doméstico nem sempre é levado em conta nas sociedades mercantis, e o envolvimento pessoal é cada vez mais solicitado, quando não exigido pelas novas formas de organização e gestão de empresas, essas mulheres realizam seu trabalho profissional precisam externalizar o trabalho doméstico. Para isso, podem recorrer à enorme reserva de mulheres em situação precária, sejam francesas ou imigrantes. Essa demanda, maciça no âmbito europeu, criou um imenso alento para as mulheres migrantes que chegam aos países do Norte com a esperança de conseguir um emprego de serviço, neste caso, particularmente no cuidado de crianças e idosos, no em prego doméstico e assim por diante. Essas mulheres, muitas vezes diplomadas, entram em concorrência com as dos países de origem, que têm situação precária e pouco estudo.

Duas relações sociais entre mulheres, inéditas historicamente, estabelecem-se dessa maneira: uma relação de classe entre as mulheres do Norte, empregadoras, e essa nova classe servil; uma relação de concorrência entre mulheres, todas precárias, mas precárias de maneira diferente, dos países do Norte e dos países do Sul e, logo também, de etnias diferentes com a chegada e a esse mercado globalizado em movimento de mulheres dos países do Leste. As relações étnicas começam assim a ser remodeladas através das migrações femininas e da explosão dos serviços a particulares. As relações de gênero também se apresentam de uma forma inédita: a externalização do trabalho doméstico tem uma função de apaziguamento das tensões nos casais burgueses dos países do Norte e em inúmeros países urbanos do Sul, mas, nesse caso, trata-se de movimentos migratórios internos no país em questão e permite igualmente maior flexibilidade das mulheres em relação à demanda de envolvimento das empresas. A reorganização simultânea do método e processo de trabalho no campo assalariado da oficina, da fábrica, e no campo doméstico da casa. O que remete, no que diz respeito a este último, à externalização do trabalho doméstico, mas também à nova divisão do trabalho doméstico, o maior envolvimento de certos pais é acompanhado de um envolvimento quase exclusivo no trabalho parental; duplo movimento de mascaramento, de atenuação das tensões nos casais, de um lado, e a acentuação das clivagens objetivas entre mulheres, de outro: ao mesmo tempo em que aumenta o número de mulheres em profissões de nível superior, e contraditoriamente, cresce o de mulheres que podem ser classificadas de desemprego, flexibilidade, feminização das correntes migratórias.

O momento histórico das disciplinas é o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente o aumento de suas habilidades sociais, nem tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o torna tanto uma política das coerções que são um trabalho sobre o corpo, uma manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos, de seus comportamentos. O corpo humano entra numa maquinaria de poder que o esquadrinha, o desarticula e o recompõe. Uma “anatomia política”, que é também igualmente uma “mecânica do poder”, está nascendo; ela define como se pode ter o domínio sobre o corpo dos outros, não simplesmente para que façam o que se quer, mas ara que operem como se quer, com as técnicas segundo a rapidez e a eficácia que se determina. A disciplina fabrica assim corpos submissos e exercitados, corpos dóceis.  A disciplina aumenta as forças do corpo (em termos econômicos de utilidade) e diminui essas mesmas forças (em termos políticos de obediência). Em uma palavra: ela associa o poder do corpo; faz dele por um lado uma “aptidão”, uma “capacidade” que ela procura aumentar; e inverte por outro lado a energia, a potência que poderia resultar, e faz dela uma relação de sujeição estrita.

Se a exploração econômica separa a força e o produto do trabalho, a coerção disciplinar estabelece no corpo o elo coercitivo entre uma aptidão aumentada e uma dominação acentuada. Entendida como consumo cultural, a prática do culto ao corpo situa-se como preocupação geral de mobilidade social, que perpassa a estratificação de classes sociais e faixas etárias, apoiada num discurso clínico difuso que se refere tanto a questão estética, quanto a preocupação alimentar com a saúde. Nas sociedades contemporâneas há uma crescente apropriação do corpo, com a dieta alimentar e o consumo excessivo de cosméticos, impulsionados pelo processo de massificação da propaganda/consumo a desde o desenvolvimento econômico dos anos 1980, onde o corpo ganha mais espaço, principalmente nos meios midiáticos. Nesse sentido, as fábricas de imagens estéticas do vencedor como o cinema, televisão, publicidade, revistas etc., têm contribuído para isso. Nos leva a pensar que a imagem da fonte de juventude, associada ao corpo perfeito e ideal, ao sucesso na educação, no trabalho e na vida amorosa atravessa as etnias e classes sociais, compondo de maneiras diferentes diversos estilos de vida.

Esses movimentos desenvolvem-se em um nível material, a externalização, mas, evidentemente, estendem-se às representações ad hoc (os “novos pais”, o casal visto como lugar de negociação entre dois indivíduos iguais de direito e de fato). Contudo, é preciso rever agora a outra modalidade de teorização, a da divisão sexual do trabalho como vínculo social, pois é ela que fundamenta a tese, que hoje adquiriu o estatuto de política – e de política europeia a partir da cúpula de Luxemburgo em 1997 -, da conciliação vida familiar/vida profissional – política fortemente sexuada, visto que define implicitamente um único ator dessa conciliação: as mulheres, e consagra o statu quo segundo o qual homens e mulheres não são iguais perante o trabalho profissional. A ideia de uma complementaridade entre os sexos está inserida na tradição funcionalista da complementaridade de papéis. Remete a uma conceptualização em termos de vínculo social pelos conteúdos de sentido de suas noções como solidariedade orgânica, conciliação, coordenação, parceria, especialização e divisão de tarefas etc. A abordagem em termos de complementaridade é coerente com a ideia de uma divisão entre mulheres e homens do trabalho profissional e doméstico e, dentro do trabalho profissional, a divisão entre tipos e modalidades de empregos que possibilitam a reprodução dos papéis sexuados. É essa expansão dos empregos em serviços nos países capitalistas ocidentais, tanto desenvolvidos como em vias de desenvolvimento, como o Brasil, que oferecem novas “soluções” para o antagonismo entre responsabilidades familiares e profissionais.

Bibliografia Geral Consultada.

MITZMAN, Arthur, La Jaula de Hierro. Una Interpretación Histórica de Max Weber. Madrid: Alianza Universidad, 1976; RODRIGUES, José Carlos, Tabu do Corpo. Rio de Janeiro; Editora Achiamé, 1979; Idem, Ensaios em Antropologia do Poder. Rio de Janeiro: Editora Terranova, 1992; Idem, Antropologia e Comunicação. Rio de Janeiro: Editor Espaço e Tempo, 1989; Idem, O Corpo na História. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 1999; HALL, Stuart, Identidade Cultural na Pós-Modernidade. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2003; Artigo: Poor but sexy. In: The Economist, 21 de setembro de 2006; CANADAY, Margot, The Straight State: Sexuality and Citizenship in Twentieth-Century America. Princeton: Princeton University Press, 2009; ELIAS, Norbert, Em Busca da Excitação. Lisboa: Editor Difusão Europeia do Livro, 1992; Idem, O Processo Civilizador: História dos Costumes. Vol. 1. 2ª edição. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 2011; FREYMANN, Jean Richard (Éditeur), De La Honte à la Culpabilité. Paris: Éditions Érès, 2012; FIGUEIREDO, Luís Cláudio, A Invenção do Psicológico: Quatro Séculos de Subjetivação 1500-1900. São Paulo: Editora Escuta, 2012; OLIVEIRA, Eduardo Carrascosa, O Naturismo e os Paradoxos da Identidade na Sociedade Contemporânea. Tese de Doutorado. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2012; LE BRETON, David, Adeus ao Corpo: Antropologia e Sociedade. Campinas: Papirus Editora, 2013; FANTA, Daniel, A Neutralidade Valorativa: A Posição de Max Weber no Debate sobre os Juízos de Valor. Tese de Doutorado em Sociologia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Sociologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2014; VERTZMAN Julio Sérgio, “Embaraço, Humilhação e Transparência Psíquica: O Tímido e sua Dependência do Olhar”. In: Ágora (Rio de Janeiro). Volume XVII. Número Especial; agosto de 2014; ROLNIK, Suely, Cartografia Sentimental: Transformações Contemporâneas do Desejo. 1ª edição. Rio de Janeiro: Editora Sulina, 2016; MENDES, Carla Martins, A Construção da Intimidade: Vergonha e Pudor na Família. Dissertação de Mestrado. Departamento de Psicologia. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2017; OLIVEIRA, Taciana Soares de, O Gestor do Lazer dos Clubes Esportivos, Sociais e Recreativos de Belo Horizonte: Uma Visão da Formação e Atuação Profissional. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação: Estudos do Lazer. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2022; Artigo: “Berlim anuncia permissão para topless em piscinas públicas”. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/extra/2023/03/10/; entre outros. 

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