segunda-feira, 4 de março de 2024

Amyr Klink – Expedições & Domínio Técnico de Navegação.

                                                                                    Pior que não terminar uma viagem é nunca partir”. Amyr Klink

A chamada Era dos Descobrimentos ou das Grandes Navegações é a designação dada ao período da história econômica que decorreu entre o século XV e o início do século XVII, durante o qual, inicialmente, portugueses, depois espanhóis e, posteriormente, alguns países europeus exploraram intensivamente o globo terrestre em busca de novas rotas de comércio. Os historiadores geralmente referem-se à “Era dos descobrimentos como as explorações marítimas pioneiras realizadas por portugueses e espanhóis entre os séculos XV e XVI, que estabeleceram relações com a África, América e Ásia, em busca de uma rota alternativa para as Índias, movidos pelo comércio de ouro, prata e especiarias. Estas explorações no Atlântico e Índico foram seguidas por outros países da Europa, como França, Inglaterra e Países Baixos, que exploraram as rotas comerciais portuguesas e espanholas até ao oceano Pacífico, chegando à Austrália em 1606 e à Nova Zelândia em 1642. A exploração europeia perdurou até realizar o mapeamento global do mundo, resultando numa nova divisão mundial, e no contato entre civilizações aparentemente distantes, alcançando as fronteiras mais remotas no decorrer da história já no século XX.

Historicamente marcou a passagem do feudalismo da Idade Média para a Idade Moderna, com a ascensão das nacionalidades dos estados-nação europeus. Durante este processo, os europeus encontraram e documentaram povos e terras nunca antes vistas. Juntamente com o Renascimento e a ascensão do humanismo, foi um importante motor para o início da modernidade, estimulando a pesquisa científica e intelectual. A expansão europeia no exterior levou ao surgimento dos impérios coloniais, com o contato entre o Velho e o Novo Mundo a produzir o chamado “intercâmbio colombiano” (Columbian Exchange), que envolveu a transferência de plantas, animais, alimentos e populações humanas (incluindo sobretudo os escravos), doenças transmissíveis e culturas entre os hemisférios ocidental e oriental, num dos mais significativos eventos globais da ecologia, agricultura e cultura da história. Entre eles destacam-se Cristóvão Colombo (1451-1506), pela descoberta da América, Vasco da Gama, pela descoberta do marítima para a Índia, Vicente Yáñez Pinzón (1462-1514), um navegador e explorador espanhol.

O globo terrestre é composto de terra e mar. Apesar de haver em torno de 210 países espalhados pelos cinco continentes, nem todos eles ficam atrelado ao continente. Trata-se de grandes massas de terras que são separadas fisicamente pelos oceanos. A origem etimológica do nome (cf. Ginzburg, 1979) continente é derivada das palavras latinas continens e entis, que estando no particípio presente de continere, significa “conter, abranger”, verbo oriundo de “cum, con e tenere”, tendo como representação sociológica o significado de ter. Esta é a fonte do eruditismo em cinco línguas reais europeias: em língua portuguesa, espanhola e italiana, continente (século XV); em língua inglesa continent (século XIV); o vocábulo inglês continent é uma palavra que foi tomada de empréstimo do vocábulo francês continent (século XII). Na acepção geograficamente que se considera na ciência, quer dizer nos substantivos das quatro línguas europeias têm o mesmo significado: em português, espanhol e italiano, continente (século XVI); em francês, continent (1532); em inglês, continent (1590); e em língua alemã Kontinent (entre os séculos XVI e XVII). O vocábulo português e espanhol continente foi documentado na história social entre os séculos XII e XIV, significado “gesto, atitude, parte”, cujo sentido é conjunto da produção daquilo que é a vivência. De acordo com a divisão do trabalho social, existem seis principais continentes no globo terrestre: América, Europa, África, Ásia, Oceania e a Antártida. Alguns territórios de nações se encontram em unidade, ou separadamente por água com formato de ilhas. Há regiões na extensão de país: a de país arquipélago e a de país continental.  

 

Os países continentais em área de terra espaçosa têm uma área de água na fronteira ao mar largo e fronteiras terrestres com inúmeros países. O país arquipélago tem inúmeras ilhas, águas territoriais mais amplas, e muitas vezes sem fronteiras terrestres com países   vizinhos. Uma identidade compartilhada se desenvolveu definida por uma cultura nacional, diversidade étnica, pluralismo religioso dentro de uma população de maioria muçulmana, e uma história de colonialismo, rebelião e golpes de Estado. O conceito que os geógrafos usam para definir massa continental pode variar segundo os critérios que adotam, podendo ser físicos, culturais, políticos ou histórico-sociais. A definição física de maior disseminação considera a divisão abstrata em sete continentes: África, América do Norte, América do Sul, Antártida, Ásia, Europa e Oceania. Esse modelo é cultural como padrão em países como China, Índia, Paquistão e em boa parte dos países de língua inglesa com larga população, o que o faz ser reconhecido o padrão utilizado por mais de 45% da população mundial. Ou seja, menos da metade (45,7%) da população mundial agora vive, se já não é um truísmo, em algum tipo de democracia, representando um declínio significativo em relação a 2020, quando o número era de 49,4%. Ainda menos (6,4%) residem em uma “democracia plena” – categoria social que inclui apenas 21 dentre 167 países e territórios analisados, depois que Chile e Espanha foram rebaixados para “democracias imperfeitas”.

Os países continentais em área de terra espaçosa têm uma área de água na fronteira ao mar largo e fronteiras terrestres com inúmeros países. O país arquipélago tem inúmeras ilhas, águas territoriais mais amplas, e muitas vezes sem fronteiras terrestres com países   vizinhos. Uma identidade compartilhada se desenvolveu definida por uma cultura nacional, diversidade étnica, pluralismo religioso dentro de uma população de maioria muçulmana, e uma história de colonialismo, rebelião e golpes de Estado. O conceito que os geógrafos usam para definir massa continental pode variar segundo os critérios que adotam, podendo ser físicosculturaispolíticos ou histórico-sociais. A definição física de maior disseminação considera a divisão abstrata em sete continentes: África, América do Norte, América do Sul, Antártida, Ásia, Europa e Oceania. Esse modelo é cultural como padrão em países como China, Índia, Paquistão e em boa parte dos países de língua inglesa com larga população, o que o faz ser reconhecido o padrão utilizado por mais de 45% da população mundial. Ou seja, menos da metade (45,7%) da população mundial agora vive em algum tipo de democracia, um declínio significativo em relação a 2020, quando o número era de 49,4%. Ainda menos (6,4%) residem em “democracia plena” – categoria social que inclui apenas 21 paíse membros dentre 167 países e territórios geralmente analisados, depois que curiosamente o Chile e Espanha foram rebaixados para “democracias imperfeitas”.

Há 30 anos, o navegador brasileiro Amyr Klink completava a travessia de cem dias que deu origem ao best-seller Cem Dias entre Céu e Mar. Foi a primeira e única travessia de Amyr Klink a remo no Oceano Atlântico. Mas, seguindo-se critérios tanto culturais como sociais e políticos, costuma-se considerar conceitualmente como continentes a Europa, a Ásia, a África, a América, a Antártida e a Oceania. O chamado Velho Mundo é constituído pelos mesmos três continentes que constituem a Eufrásia: Europa, Ásia e África. Essa classificação técnico-metodológica é baseada numa afirmação concreta de especialistas renomados de que as três massas terrestres se unem histórica e geograficamente: Ásia e Europa (Eurásia), cujos acidentes geográficos que ligam os continentes são o Cáucaso, o mar Cáspio e a cordilheira dos Urais, no momento em que a África e a Ásia são comunicadas per se pelo istmo do Suez que separa o mar Mediterrâneo do mar Vermelho, ligando os continentes africano e Asiático, no qual foi construído o canal do Suez. Uma via navegável artificial a nível do mar localizada no Egito, entre o mar Mediterrâneo e o mar Vermelho (golfo de Suez). Inaugurado em 17 de novembro de 1869, após 10 anos de construção, permite que navios viajem entre a Europa e a Ásia Meridional sem navegar em torno de África, como na ruptura epistemológica da Era dos Descobrimentos nos anos 1497-1500, reduzindo a distância da viagem marítima entre o continente europeu e a Índia em cerca de 7 mil km. A história registra que todas as motivações tanto sociológicas como psicológicas, propostas para fazer compreender as estruturas e gênese do simbolismo erram muitas vezes por uma secreta e estreita metafísica: umas porque querem reduzir o processo motivador a um sistema de elementos exteriores à consciência e exclusiva das pulsões, as outras porque se atêm exclusivamente a pulsões, ou, ao mecanismo redutor da censura e ao seu produto, que em geral na psicologia é o reconhecido recalcamento.

O que quer dizer que implicitamente se volta a um esquema explicativo e linear no qual se descreve, se conta a epopeia dos indo-europeus ou as metamorfoses da libido, voltando a cair nesse vício fundamental da psicologia geral que é acreditar que a explicação dá inteiramente conta de um fenômeno que por natureza escapa às normas da semiologia teórica.  Para Durand (1997), parece que estudar in concreto o simbolismo imaginário será preciso enveredar resolutamente pela via da antropologia, dando a esta palavra o seu sentido pleno atual: o conjunto das ciências que estudam a espécie homo sapiens – sem se por limitações a priori e sem optar por uma ontologia psicológica que não passa de “espiritualismo camuflado”, ou “ontologia culturalista” que, geralmente, não é mais que “máscara da atitude sociologista”, ou dentre atitudes resolvendo-se em última análise num intelectualismo semiológico.  Esse trajeto é reversível; porque o meio elementar é revelador da atitude adotada diante da dureza, da fluidez da queimadura. Qualquer gesto chama a sua matéria e procura o seu utensílio, e que toda matéria excluída, abstraída do cósmico, e utensílio ou instrumento é um gesto passado.

Assim o trajeto antropológico pode indistintamente partir da cultura ou do natural psicológico, uma vez que o essencial da representação e do símbolo está contido entre dois marcos reversíveis. Uma tal posição antropológica, que não quer ignorar nada das motivações relacionais contidas nas tramas sociópetas ou sociófogas do simbolismo, leva em conta as instituições rituais, a tensão do simbolismo religioso, a poesia, a mitologia, a iconografia ou psicologia implicando uma metodologia essencial para delimitar os conteúdos de sentido desses trajetos que os símbolos constituem. É no ambiente tecnológico humano, para lembrarmos de Michel Foucault, que vamos encontrar um acordo entre os impactos sociais dominantes e o seu prolongamento ou confirmação cultural.  Em termos pavlovianos, poder-se-ia dizer que ambiente humano é o primeiro condicionamento das dominantes sensório-motoras, ou, em termos piagetianos, que o meio humano é o lugar da projeção dos esquemas de imitação. Se, como pretende o Claude Lévi-Strauss, o que é da ordem da natureza e tem por critérios a universalidade e a espontaneidade está separado do que pertence à cultura, domínio da particularidade, da relatividade e do constrangimento, não deixa de ser um acordo se realize entre a natureza e a cultura, sob pena de ver o conteúdo cultural nunca ser vivido.

  Autores notaram a extrema confusão que reina na demasiado rica terminologia do imaginário: signos, imagens, símbolos, alegorias, emblemas, arquétipos, esquemas (schémas), esquemas (schèmes), ilustrações, representações, diagramas e sinepsias são termos empregados pelos analistas do imaginário social. O esquema é uma generalização dinâmica e afetiva da imagem, constitui a factividade e a não-substantividade geral do parcours imaginário. O esquema aparenta-se ao que Piaget, na esteira de Herbert Silberer, chama “símbolo funcional” e ao que Bachelard chama de “símbolo motor”. Faz a junção ente dos gestos inconscientes da sensório-motricidade, entre as dominantes reflexas e as representações. São esses esquemas que na antropologia do imaginário formam o “esqueleto dinâmico”, o esboço funcional da imaginação. A diferença entre os gestos reflexológicos que Gilbert Durand descreve e os esquemas é que estes últimos já não são apenas engramas teóricos, mas trajetos encarnados em representações concretas mais precisas. Os gestos diferenciados em esquemas vão determinar, em contato com o ambiente natural e social, os grandes arquétipos que Jung os definiu e constituem as substantificações dos esquemas. Esta noção aparece em Jakob Burckhardt que faz dela sinônimo de “origem primordial”, de “enagrama”, de “margem original”, de “protótipo”.

Carl Jung (2000) evidencia claramente o caráter de trajeto antropológico dos arquétipos quando escreve que a imagem primordial deve incontestavelmente estar em relação com certos processos perceptíveis da natureza que se reproduzem sem cessar e são sempre ativos, mas por outro lado é igualmente indubitável que ela diz respeito também a certas condições inferiores da vida do espírito e da dinâmica da vida em geral. Bem longe de ter a razoabilidade e primazia sobre o domínio da imagem, a ideia seria tão-somente o comprometimento pragmático do arquétipo imaginário num contexto histórico e epistemológico determinado historicamente. Neste sentido, o mito representa um sistema dinâmico de símbolos, arquétipos e esquemas, sistema dinâmico que, sob o impulso de um esquema tende a compor uma narrativa. O mito é já um esboço de racionalização, dado que utiliza o fio do discurso, no qual os símbolos se resolvem em palavras e os arquétipos em ideias culturais. O mito explicita um esquema ou um grupo de esquemas. Do modo que o arquétipo promovia a ideia e que o símbolo engendrava o nome, concordamos com Gilbert Durand que o mito promove a doutrina religiosa, o sistema filosófico ou, como bem viu Émile Bréhier, a narrativa histórica e lendária. 

Foi este princípio, que Jung sentiu abrangido por seus conceitos de “Arquétipo” e “Inconsciente coletivo”, justamente o que uniu o médico psiquiatra Jung ao físico Wolfgang Pauli, dando início às pesquisas interdisciplinares em física e psicologia. Ocorre que a sincronicidade se manifesta às vezes atemporalmente e/ou em eventos energéticos acausais, e em ambos os casos são violados princípios associados ao paradigma científico vigente. As leis naturais são verdades estatísticas, absolutamente válidas ante magnitudes macrofísicas, mas não microfísicas. Isto implica um princípio de explicação diferente do causal. Cabe a indagação se em termos muito gerais existem não somente uma possibilidade senão uma realidade de acontecimentos acausais. A acausalidade é esperável quando parece impensável a causalidade. Ante a casualidade só resulta viável a avaliação numérica ou o método estatístico. As agrupações ou séries de casualidades hão de ser consideradas casuais enquanto não se ultrapasse os limites de “observação da probabilidade”. A probabilidade é sempre representada em um número decimal entre 0 e 1, ou uma porcentagem entre 0% e 100%. Se ultrapassado, implica-se um princípio acausal ou “conexão transversal de sentido” na compreensão do evento. 

  Segundo Jung (2000), a hipótese de um inconsciente coletivo pertence àquele tipo de conceito. Uma existência psíquica só pode ser reconhecida pela presença de conteúdos capazes de serem conscientizados. Só podemos falar, portanto, de um inconsciente na medida em que comprovarmos os seus conteúdos. Os conteúdos do inconsciente pessoal são principalmente os complexos de tonalidade emocional, que constituem a intimidade pessoal da vida anímica. Os conteúdos do inconsciente coletivo, por outro lado, são chamados arquétipos. O conceito abstrato de archetypus só se aplica indiretamente às représentations collectives, na medida em que a análise possibilite designar apenas aqueles conteúdos psíquicos que ainda não foram submetidos a qualquer elaboração consciente. Representam, hic et nunc, um dado anímico de observação imediato. O arquétipo difere sensivelmente da fórmula historicamente elaborada. Especialmente em níveis altos dos ensinamentos secretos, aparecem sob uma forma que revela seguramente a influência da elaboração consciente, a qual julga e avalia. Sua manifestação imediata, como a encontramos em sonhos e visões, é mais individual, incompreensível e ingênua do que nos mitos. O arquétipo representa, em essência, um conteúdo inconsciente, que se modifica através de sua conscientização e percepção, assumindo matizes que variam de acordo com a consciência individual na qual ocorre determinada manifestação.

Nosso intelecto realizou tremendas proezas enquanto desmoronava nossa morada espiritual. Estamos profundamente convencidos de que apesar dos mais modernos e potentes telescópios refletores construídos nos Estados Unidos da América, não descobriremos nenhum empíreo nas mais longínquas nebulosas; sabemos também que o nosso olhar errará desesperadamente através do determinismo vazio mortal dos espaços incomensuráveis. As coisas não melhoram quando a física matemática nos revela o mundo do infinitamente pequeno. Finalmente, desenterramos a sabedoria de todos os tempos e povos, descobrindo que tudo o que há de mais caro e precioso já foi dito na mais bela 1inguagem. Estendemos as mãos como crianças ávidas e, ao apanhá-lo, pensamos possuí-lo. No entanto, o que possuímos não tem mais validade e as mãos se cansam de reter, pois a riqueza está em toda a parte, até onde o olhar alcança. Temos, seguramente, de percorrer o caminho da água, como metáfora de poder que sempre tende a descer, se quisermos resgatar o tesouro, a preciosa herança do Pai. No hino gnóstico à alma, o Filho é enviado pelos pais à procura da pérola perdida que caíra da coroa real do Pai. Ela jaz no fundo de um poço, muito bem guardada por um dragão, na terra dos egípcios - mundo de concupiscência e embriaguez com todas as suas riquezas físicas e espirituais. O filho e herdeiro parte à procura da joia, e se esquece de si mesmo e de sua tarefa na orgia dos prazeres mundanos historicamente dos egípcios, até que uma carta do pai o lembra do seu dever. Ele põe-se então a caminho em direção à água e mergulha na profundeza sombria do poço, em cujo fundo encontra a pérola, para oferecê-la então à suprema divindade.     

O testemunho do sonho encontra uma violenta resistência por parte da mente consciente, que só reconhece o “espirito” como algo que se encontra no alto. O “espírito” parece “sempre vir de cima”, enquanto tudo o que é turvo e reprovável vem de baixo. Segundo esse modo de ver o espírito significa a máxima liberdade, um flutuar sobre os abismos, uma evasão do cárcere do mundo ctônico, por isso um refúgio para todos os pusilânimes que não querem “tornar-se” algo diverso. Mas a água é tangível e terrestre, também é o fluido do corpo dominado pelo instinto, sangue e fluxo de sangue, o odor do animal e a “corporalidade cheia de paixão”. O inconsciente é a psique que alcança, a partir da luz diurna de uma consciência espiritual, e moralmente lúcida, o sistema nervoso designado há muito tempo por “simpático”. Este não controla como o sistema cérebro espinal a percepção e a atividade muscular e através delas o ambiente; mantém, no entanto, o equilíbrio da vida sem os órgãos dos sentidos, através das vias misteriosas de excitação, que não só anunciam a natureza mais profunda de outra vida, mas também irradia sobre eia um efeito interno. Trata-se de um sistema extremamente coletivo: a base operativa de toda participation mystique, ao passo que a função cérebro-espinhal, do ponto de vista comparativamente, culmina na distinção diferenciada do Eu, e só apreende o superficial e exterior sempre por meio de sua relação com o espaço. O social capta tudo como “fora”, e o sistema simpático tudo vivência como “dentro”.

Isto é, segundo sua concepção que só deve ser justificada pela apresentação do próprio sistema, tudo decorre de entender e exprimir o verdadeiro não como substância, mas precisamente como sujeito. A substância viva é o ser, que na verdade é sujeito, ou que é na verdade efetivo, mas só na medida em que é o movimento do pôr-se-a-Si-Mesmo, ou a mediação consigo mesmo do tornar-se outro. Como sujeito, é a negatividade pura e simples, e justamente por isso é o fracionamento do simples ou a duplicação oponente, que é de novo a negação dessa diversidade indiferente e de seu oposto. Só essa igualdade se reinstaurando, ou só a reflexão em si mesmo no seu ser-Outro, é que são o verdadeiro; e não uma unidade originária enquanto tal, ou uma unidade imediata enquanto tal. O verdadeiro é o vir-a-ser de si mesmo, o círculo que pressupõe seu fim como sua meta, ipso facto sua antítese, que o tem como princípio, e que só é efetivo mediante sua atualização e seu fim. Friedrich Hegel era crítico das filosofias claras e distintas, uma vez que, para ele, o negativo era constitutivo da ontologia. Neste sentido, a clareza não seria adequada para conceituar o próprio objeto. Introduziu um sistema de pensamento para compreender a história da filosofia e do mundo chamado geralmente dialética: uma progressão na qual cada movimento sucessivo surge, pois, como solução das contradições inerentes ao movimento anterior. Desta forma, simplificadamente, a Fenomenologia (1807) foi concebida ao mesmo tempo em que a obra é redatada em primeiro termo; parece, pois, que encerra o substancial pensamento do que é efetivo em toda a obra.

Verdadeiramente constitui uma Introdução em sentido literal aos três primeiros momentos de toda a obra, isto é: a consciência, a autoconsciência e a razão -, enquanto a última parte da Fenomenologia, que contêm os particularmente importantes desenvolvimentos sobre o Espírito e a Religião, ultrapassa por seu conteúdo a Fenomenologia tal como é definida stricto sensu na muito citada Introdução. Ao que parece é como se Hegel entrasse no marco de desenvolvimento fenomenológico com algo que na teoria, em princípio não deveria haver ocupado um posto nele. Não obstante, seu estudo, em maior medida que o do prólogo, nos permitirá elucidar o sentido da obra que Hegel quis escrever, assim como a técnica que para ele representa o desenvolvimento fenomenológico. Precisamente porque a Introdução não é como um Prólogo anexo posterior que contêm consideráveis informações gerais sobre o objetivo que se propunha o autor e as relações que sua obra tem com outros tratados filosóficos do mesmo tema. Ao contrário, a introdução é integrada a obra, constitui o delineamento mesmo do problema e determina os meios postos em prática para resolvê-lo.

Em primeiro lugar, Hegel define na Introdução como se coloca para ele o problema do conhecimento. Vemos como em certo aspecto retorna ao ponto de vista de Kant e de Fichte. A Fenomenologia não é uma noumenologia nem uma ontologia, mas segue sendo, todavia, um conhecimento do Absoluto, pois, que outra coisa poderia conhecer se só o Absoluto é verdadeiro, ou só o verdadeiro é Absoluto? Não obstante, em vez de apresentar o saber do Absoluto “em si para si”, Hegel considera o saber tal como é na consciência e precisamente desde esse saber fenomênico, mediante sua autocrítica, é como ele se eleva ao saber absoluto. Em segundo lugar, Hegel define a Fenomenologia como desenvolvimento e cultura, no sentido de seu progressivo afinamento da consciência natural acerca da ciência, isto é o saber filosófico, o saber do Absoluto; por sua vez indica a necessidade de uma evolução. Em último lugar, Hegel precisa a técnica teórica do desenvolvimento fenomenológico e em que sentido este método é precisamente obra própria da consciência que faz sua aparição na experiência, em que sentido é suscetível de ser repensado em sua necessidade pela filosofia. A lei cujo desenvolvimento necessário engendra todo o universo é a da dialética, segundo a qual toda ideia abstrata, a começar pela de ser considerada no seu estado de abstração, afirma necessariamente a sua negação, a sua antítese, de modo que esta contradição exige para se resolver a afirmação de uma síntese mais compreensiva que constitui uma nova ideia, rica em desenvolvimento, ao mesmo tempo, do conteúdo das duas outras.

Na Introdução à Fenomenologia Hegel repete suas críticas a uma filosofia que não fosse mais que teoria do conhecimento. Em que novo sentido devemos entendê-lo? Ora, se o saber é um instrumento, modifica o objeto a conhecer e não nos apresenta em sua pureza; se for um meio tampouco, nos transmite a verdade sem alterá-la de acordo com a própria natureza do meio interposto. Se o saber é um instrumento, isto supõe que o sujeito do saber e seu objeto se encontram separados; por conseguinte, o Absoluto seria distinto do conhecimento: nem o Absoluto poderia ser saber de si mesmo, nem o saber, fora da relação dialética, poderia ser saber do Absoluto. Contra tais pressupostos a existência mesma da ciência filosófica, que conhece efetivamente, é já uma afirmação. Não obstante, esta afirmação não poderia bastar porque deixa a margem a afirmação de outro saber; é precisamente esta dualidade o que reconhecia Schelling quando opunha o saber fenomênico e o saber absoluto, mas não demonstrava os laços entre um e outro. Uma vez colocado o saber absoluto não se vê como é possível no saber fenomênico, e o saber fenomênico por sua parte fica igualmente separado do saber Absoluto. Hegel retorna ao saber fenomênico, ao saber típico da consciência comum, e pretende demonstrar como aquele conduz necessariamente ao saber Absoluto, ou também que ele mesmo é um saber absoluto que, todavia, não se sabe como tal.

Em segundo lugar, somente desse modo se pode compreender porque ambas as partes são momentos de uma unidade. Não basta afirmar sua relação mútua, é preciso explicitar estruturas ontológicas gerais que subjazem de igual modo à natureza e à inteligência. Em segundo lugar, somente desse modo se pode tornar plausível a dependência da natureza em relação a uma esfera ideal. E, em terceiro lugar, uma filosofia natural e uma filosofia transcendental apriorísticas são inconcebíveis sem essa esfera abrangente, pois a partir de que deveriam ser fundamentadas as primeiras suposições de ambas as filosofias da realidade? Depois de se desfazer do “resto de fichteanismo”, ainda reconhecível sobretudo na execução do Sistema do idealismo transcendental, Schelling introduziu na Apresentação, como base destas duas ciências, o Absoluto, e o definiu como identidade de subjetividade e objetividade. No entanto, não se pode deixar de ver um limite na doutrina schellinguiana do absoluto que representa um retrocesso, ficando, no mínimo, aquém de Fichte e, em certo sentido, até mesmo aquém de Kant: as categorias analíticas que Schelling utiliza para a caracterização do Absoluto são catadas e, de modo algum deduzidas do próprio Absoluto. Unidade, identidade, infinitude são determinações que Schelling toma da tradição e que, em primeiro lugar, ele não legitima em si e por si – ele apenas mostra que em sua utilização de mera identidade, antes elas que seu contrário conviria ao absoluto, o qual é entendido como unidade de subjetividade e objetividade, e que em segundo lugar, ele nem sequer põe em um nexo causal ordenado.

Friedrich Hegel que parte da análise da consciência comum, não podia situar como princípio primeiro uma dúvida universal que só é própria da reflexão filosófica. Por isso mesmo ele segue o caminho aberto pela consciência e a história detalhada de sua formação. Ou seja, a Fenomenologia vem a ser uma história concreta da consciência, sua saída da caverna e sua ascensão à Ciência. Daí a analogia que em Hegel existe de forma coincidente entre a história da filosofia e a história do desenvolvimento do pensamento, mas este desenvolvimento é necessário, como força irresistível que se manifesta lentamente através dos filósofos, que são instrumentos de sua manifestação. Assim, preocupa-se apenas em definir os sistemas, sem discutir as peculiaridades e opiniões dos diferentes filósofos. Na determinação do sistema, o que o preocupa é a categoria fundamental que determina o todo complexo do sistema, e o assinalamento das diferentes etapas, bem como as vinculasses destas etapas que conduzem à síntese do espírito absoluto. Para compreender o sistema é necessário começar pela representação, que ainda não sendo totalmente exata permite, no entender de sua obra a seleção de afirmações e preenchimento do sistema abstrato de interpretação do método dialético, para poder alcançar a transformação da representação numa noção clara e exata.

Assim, temos a passagem da representação abstrata, para o conceito claro e concreto através do acúmulo de determinações. Aquilo que por movimento dialético separa e distingue perenemente a identidade e a diferença, sujeito e objeto, finito e infinito, é a alma vivente de todas as coisas, a Ideia Absoluta que é a força geradora, a vida e o espírito eterno. Mas a Ideia Absoluta seria uma existência abstrata se a noção de que procede não fosse mais que uma unidade abstrata, e não o que é em realidade, isto é, a noção que, por um giro negativo sobre si mesma, revestiu-se novamente de forma subjetiva. Metodologicamente a determinação mais simples e primeira que o espírito pode estabelecer é o Eu, a faculdade de poder abstrair todas as coisas, até sua própria vida. Chama-se idealidade precisamente esta supressão da exterioridade. Entretanto, o espírito não se detém na apropriação, transformação e dissolução da matéria em sua universalidade, mas, enquanto consciência religiosa, por sua faculdade representativa, penetra e se eleva através da aparência dos seres até esse poder divino, uno, infinito, que conjunta e anima interiormente todas as coisas, enquanto pensamento filosófico, como princípio universal, a ideia eterna que as engendra e nelas se manifesta. Isto quer dizer que o espírito finito se encontra inicialmente numa união imediata com a natureza, a seguir em oposição com esta e finalmente em identidade com esta, porque suprimiu a oposição e voltou a si mesmo e, consequentemente, o espírito finito é a ideia, que girou sobre si mesma e que existe por si em sua própria realidade.

Vincent Pinzón - mutatis mutandis - é considerado o descobridor do Brasil por diversos estudiosos de navegação e pelas Enciclopédias Britânica e Barsa, por ter atingido o Cabo de Santo Agostinho no litoral de Pernambuco em 26 de janeiro de 1500, cerca de três meses antes da chegada de Pedro Álvares Cabral a Porto Seguro.  Trata-se da mais antiga viagem comprovada ao território brasileiro. Por ter descoberto o Brasil, Pinzón foi condecorado pelo rei Fernando II de Aragão em 5 de setembro de 1501. Entretanto, a navegação de navios castelhanos ao longo da costa brasileira não produziu consequências políticas plausíveis em função do Tratado de Tordesilhas. A chegada de Pinzón pode ser vista como um incidente da expansão marítima espanhola. Por isso, considera-se que Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil.  O navegador foi também codescobridor da América em 1492 como capitão da caravela La Niña, uma das três embarcações da primeira expedição de Cristóvão Colombo, sendo que os dois outros navios foram comandados pelo seu irmão mais velho Martín Alonso Pinzón, caravela La Pinta e por Juan de la Cosa, nau Santa Maria, capitânia do almirante Colombo. Pedro Álvares Cabral, Bartolomeu Dias, Américo Vespúcio, John Cabot, Fernão de Magalhães, Willem Barents, Zheng He, Abel Tasman e James Cook e outros navegadores. Historicamente a navegação na Antiguidade foi impulsionada por povos antigos que se lançaram aos mares, entre eles os víquingues, Gregos e Fenícios. A maioria dos povos antigos usavam navios em grandes batalhas, nos 500 anos de guerra contra os Persas.

Os primeiros usaram Trirremes como meios de transporte e em batalhas navais. Os víquingues são populares por seus navios de guerra conhecidos como Dracar. Os víquingues usavam os seus navios para explorações e saques a outros povos. Além de seus navios permitirem que os víquingues navegassem longas distâncias, seus navios dragão traziam vantagens tácticas em batalhas. Eles podiam realizar eficientes manobras de ataque e fuga, nas quais atacavam rápida e inesperadamente, desaparecendo antes que uma contraofensiva pudesse ser lançada. Os navios dragão podiam também navegar em águas rasas como profundas devido ao sistema inventado por eles que prolongava a quilha ou a encurtava, permitindo que os víquingues entrassem em terra através de rios e navegassem em alto mar, tendo a quilha submersa, quando necessário, do tamanho do mastro. Os víquingues exploraram e estabeleceram bases nas costas da América do Norte a partir do século X e terão aí deixado marcas, como a runa de Kensington (embora muitos estudiosos disputem a sua autenticidade), estes exploradores aparentemente não colonizaram a América, limitando-se a tentar controlar o comércio de peles de animais e outras mercadorias da região. Os gregos usavam os trirremes, barcos que tinham cerca de 36 metros de comprimento e tripulação de mais de 150 remadores. Os navios cobriam cerca de 180 milhas náuticas a uma velocidade constante de 7,5 nós.

Dispunham de velas quadradas, nem sempre podiam ser utilizadas no impetuoso Mar Mediterrâneo, podiam ser impelidos por uma vela redonda. Esse navio de escravos a remo impulsionou as cidades-Estado gregas clássicas e, em particular, Atenas como forças navais. Durante as guerras com a Pérsia, a extraordinária Atenas comandava sozinha mais de 200 desses navios. Os fenícios foram um povo de comerciantes de origem semítica que saíram do Norte da região hoje reconhecida como Líbano para o Norte da África em busca de novas rotas, e que por um grande período de tempo dominaram o comércio no Mediterrâneo. Assim, os fenícios fundaram portos e cidades em lugares tão longínquos quanto a costa norte de África e a Espanha. Discute-se a validade de vestígios de presença fenícia na costa da Grã-Bretanha. Após períodos consecutivos de dominação assíria, persa e macedônica, a região de origem dos fenícios perdeu seu poder, ao passo que uma das colônias fenícias do Mediterrâneo, Cartago, ascendeu como um dos portos mais importantes do Mediterrâneo. Em um intervalo de 120 anos, entre os séculos III e II a.C., os fenícios de Cartago disputaram o controle do mediterrâneo com o Império Romano nas Guerras Púnicas. A derrocada em 146 a.C., pouco restou da cultura fenícia no Mar Mediterrâneo.

Amyr Khan Klink nascido em São Paulo, em 25 de setembro de 1955, é um navegador e escritor brasileiro. É primeira pessoa a realizar a travessia do Atlântico Sul a remo, em 1984, a bordo do barco I.A.T. A embarcação tem 30 metros de comprimento (96 pés), 8,5 metros de largura (boca) e peso que varia de 75 toneladas a 110 toneladas (cheio). Nenhum peso na embarcação é “morto”, ou seja, não há chumbo para o seu equilíbrio e nenhum tipo de cabo. A estabilidade fica por conta dos dois mastros de fibra de carbono e da hidrodinâmica do casco, que é como o resto do barco que é de alumínio. A estrutura do Paratii2 foi feita com alumínio aeronáutico, enquanto a área externa do barco leva um alumínio naval especialmente desenvolvido para a embarcação, bem como a solda. Essa liga leva magnésio na composição. Isso o protege da corrosão e dispensa pintura, evitando, portanto, a poluição do mar. Amyr destaca desde o início do projeto as principais qualidades do Paratii 2: a flexibilidade e o design arrojado. Por isso, ele conta com elementos inusitados em embarcações, para permitir economia no número de tripulantes. Por exemplo, o Paratii2 pode encalhar e desencalhar sem problemas. - “Os lugares mais interessantes do mundo são os mais rasos”, afirma Amyr.

 Nascido na cidade de São Paulo, é filho de pai libanês e mãe sueca. Amyr é formado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduado em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Amyr ficou reconhecido por suas expedições marítimas. O primeiro feito a ser amplamente divulgado correu entre 12 de junho a 19 de setembro de 1984, quando, em cem dias, realizou a travessia solitária em um barco a remo no oceano Atlântico. Foi um percurso de sete mil quilômetros entre Lüderitz, na Namíbia (África) e Salvador, na Bahia, percorrido em solitário por Amyr. Em dezembro de 1989 viajou rumo à Antártica em um veleiro especialmente construído para a expedição, o Paratii. Permaneceu sozinho por um ano na região, sendo que, por sete meses, seu barco ficou preso no gelo da Baía de Dorian. Da Antártica, rumou em direção ao Polo Norte e retornou ao ponto de partida, a cidade de Paraty, em outubro de 1991. A partir de então, passou a planejar uma viagem de circum-navegação da Terra, a bordo do veleiro Paratii. A viagem, que aconteceu entre 1998/1999 teve por objetivo a volta ao mundo pela sua rota mais curta, rápida e difícil.

Para cumprir o desafio, o Paratii partiu de um ponto no mapa, a ilha Geórgia do Sul, e navegou continuamente em linha reta até bater nesse ponto outra vez. Com isso, Amyr atravessou os oceanos Atlântico, Índico e Pacífico sozinho no leme do Paratii. Após 88 dias e 14 mil milhas náuticas, Amyr concluiu a viagem.  Cinco anos após a primeira circum-navegação, já com o Paratii 2, em 2003, Amyr partiu em direção às altas latitudes Sul novamente. Desta vez com cinco homens na tripulação, o explorador conseguiu repetir a façanha conduzindo seu veleiro por latitudes mais altas do que na viagem de circum-navegação anterior – o Paratii 2 alcançaria os 68º Sul. De dezembro de 2003 a fevereiro de 2004, após 13 300 milhas náuticas (24 600 km), Amyr e sua equipe completaram outra volta ao mundo em apenas 76 dias. Além de escrever livros, Amyr Klink faz palestras sobre planejamento, motivação, trabalho em equipe, liderança, empreendedorismo, entre outros temas, no Brasil e no exterior. Palestra, na Grécia e Roma Antigas, designava uma construção que abrigava uma escola de luta corporal. Funcionava como escola de treinamento e também como local de convívio social masculino, onde conversas sobre literatura, filosofia e música eram tão bem recebidas.

Geralmente, mas não obrigatoriamente, eram anexos aos ginásios, local fechado para treinamento. Embora com pequenas variações, a arquitetura de “palestra seguia uma concepção padrão”. Consistia de um pátio retangular descoberto onde ocorriam os treinos, cercado por colunatas com aposentos adjacentes, que tinham várias funções: banhos, vestiário, depósitos de roupas e óleos, locais de repouso. Vitrúvio, em seu livro Sobre Arquitetura, fora de dúvida, é uma importante fonte histórica sobre essas construções, descrevendo-a como um pátio retangular com colunatas em seus quatro lados. O do lado norte era duplo, para maior proteção contra o clima, criando um pórtico, com aposentos para atividades diversas (efebeu, coriceu, conistério e eleotésio). Terraços espaçosos (êxedras) eram construídos ao longo das outras laterais, servindo para acomodação dos espectadores e convívio social. Bons exemplos de ruínas de palestras ainda existentes estão respectivamente em Olímpia, uma cidade da Grécia famosa por ter sido o local onde se realizavam os Jogos Olímpicos da Antiguidade até sua supressão em 394 pelo imperador romano Teodósio I, jogos estes que só foram igualados em importância aos seus equivalentes realizados em Delfos, os Jogos Píticos, foram uns dos jogos pan-helénicos da Antiga Grécia e realizavam-se de quatro em quatro anos em Delfos, assim como em Olímpia foram antecessores dos modernos Jogos Olímpicos.

Os Jogos Píticos realizavam-se em honra a Apolo dois anos depois (e dois anos antes) dos Jogos Olímpicos e entre cada Jogos Nemeus e Ístmicos. Foram iniciados cerca do século VI a.C. e, ao contrário dos Jogos Olímpicos, comparativamente, também incorporavam competições de música e poesia. As competições de música e poesia são anteriores à parte atlética dos jogos, tendo começado, segundo a lenda, após Apolo ter matado e dividido o corpo da serpente Píton e instalado o oráculo de Delfos. Fora essa diferença, os eventos eram semelhantes aos dos jogos Olímpicos, exceto por não haver corridas de carros com quatro cavalos. Os vencedores das provas recebiam uma coroa de louros da cidade de Tempe na Tessália. Em frente ao Monte Parnaso, existia um teatro de um estádio, onde se realizavam os famosos Jogos Píticos; para atingi-lo subia-se 500 degraus. Aí a juventude grega se entregava ao culto da saúde, da coragem e da beleza, de 4 em 4 anos, coincidindo, sempre, com o 3° ano, depois de cada olimpíada. O anfiteatro de Pompeia foi uma construção com capacidade para 20 000 espectadores, quantidade suficiente para acomodar toda a população da cidade romana de Pompeia e mais seus visitantes, que por sua vez, eram em número quase igual ao de seus habitantes (CIL, X, 852). O anfiteatro abrigava jogos financiados por moradores evergetas da cidade que quisessem ter influência política, ou por governantes que desejassem se manter no poder. Os jogos mais comuns no anfiteatro eram as batalhas de gladiadores.

O edifício foi um dos primeiros a ser escavados no sítio arqueológico de Pompeia, em 1748. Na época, o procedimento adotado era retirar as obras de arte encontradas e recortar das paredes as pinturas consideradas mais preciosas, levando-as à coleção do rei Carlos III de Espanha - atualmente essas peças estão no Museu Arqueológico de Nápoles. Depois disso, o edifício for coberto novamente. Uma segunda missão reescavou o anfiteatro entre 1813 e 1816. Nesse período, a escavação já tem um outro objetivo: o da preservação e busca de fontes para o registro histórico. O anfiteatro foi construído em 70 a.C. (150 anos antes do Coliseu), dentro das muralhas de Pompeia, no distrito sudeste da cidade. A sua construção foi possível devido às doações de Caio Quíncio Valgo e Marco Pórcio. A grande quantidade de terra escavada para a construção da arena interna no anfiteatro foi reutilizada para a elevação dos assentos nos quais os espectadores assistiam aos jogos, chamados de cavea. Esses assentos eram feitos, inicialmente, de madeira, mas os assentos superiores podem ter sido apenas diretamente nos degraus. Numa série de inscrições nas paredes que separavam os espectadores da arena, é possível identificar o nome dos benfeitores que financiaram a construção de novos assentos, de pedra, para o anfiteatro durante o período augustano. Cada uma dessas inscrições correspondia a um setor do anfiteatro reformado ou ao assento em específico (cuneus). As inscrições feitas nas paredes do anfiteatro nos levam a crer que essas reformas foram feitas por determinação legal, que obrigava esses “benfeitores”, normalmente eleitos para algum cargo público, a gastar dinheiro na reforma de um monumento ou nos jogos da cidade.

Depois do sismo de 62, o anfiteatro passa por uma reforma, que pode ser percebida pela presença de contrafortes feitos de tijolos, para sustentar as estruturas já existentes. Porém, não se tem certeza se o motivo dessa reforma foi mesmo a reconstrução de partes do anfiteatro após o sismo, ou o reforço posterior da estrutura. Especula-se que essa reconstrução possa ter sido feita sob a supervisão dos Cúspio Pansa pai e filho, conforme indicam inscrições epigráficas no local (CIL, X, 858 e 859). A divisão de assentos dentro do anfiteatro era baseada no status social do espectador, o que impedia que a elite local se misturasse com o cidadão comum. Um sistema de entradas separadas e túneis davam acesso aos setores da parte de baixo do anfiteatro, a ima cavea, que eram reservados às elites locais devido a maior proximidade com a arena. Ao mesmo tempo, escadas externas levavam aos setores superiores, que acomodavam os cidadãos comuns. Aparentemente, mulheres tinham assentos específicos, no fundo da arena, junto aos escravos que ficavam nos setores superiores, dentro de “caixas” que tinham a capacidade para 14 pessoas. Magistrados e outros financiadores também possuíam lugares especiais, mais destacados. Eram lugares duplos (bisellia), mais próximos a arena.  Esses assentos também possuíam toldos apoiados por pedaços de madeira (vela), para proteger os espectadores da chuva ou da luz do sol.  Uma curiosidade é que não foram encontrados banheiros no anfiteatro, e aparentemente eram usados para essa função apenas os corredores e escadas. 

Haviam pinturas nos parapeitos entre a arena e os assentos que representavam cenas de combate, relacionadas ao cotidiano de uma arena de gladiadores. As pinturas foram destruídas por uma geada, logo após serem descobertas em escavações. Antes disso, essas pinturas foram reproduzidas pelo pintor F. Morelli antes de 1816 e foram registradas em descrições feitas em cadernos de escavações. As pinturas retratavam batalhas entre gladiadores e animais sendo caçados, embora aparentemente elas não refletiam totalmente a realidade, uma vez que a altura dos muros não seria suficiente para proteger a plateia dos felinos retratados nas pinturas. Com o nome derivado de Palas, a palestra e o ginásio, como se acreditavam os povos da antiguidade, funcionavam sob a proteção divina de Hermes e Héracles. Como os atletas competiam desnudos (gimno) e entre os gregos antigos a homossexualidade não era reprimida, Eros também reunia adeptos entre seus frequentadores. Para além das lutas, a palestra era também um centro de convivência social, onde conversas sobre literatura e filosofia eram tão bem recebidas. Os pisos e construções eram decorados com o melhor da arte, estátuas, mosaicos e pinturas, representando deuses, heróis, e atletas famosos. É pioneiro na área de palestrantes esportistas: em 33 anos de experiência, conta com mais de 2 500 palestras realizadas em 13 países. Ministra palestras em quatro idiomas: inglês, francês, espanhol e português. É diretor da Amyr Klink Planejamento e Pesquisa Ltda e da Amyr Klink Projetos Especiais Ltda. É sócio fundador do Museu Nacional do Mar, localizado em São Francisco do Sul (SC) e da Revista Horizonte.

Bibliografia Geral Consultada.

ALENCASTRO, Luiz Felipe de, Le Commerce du Vivants – Traites d` Esclaves et Pax Lusitana dans L`Atlantique Sud. Tese de Doutorado. Paris: Université de Paris X, 1986; GINZBURG, Carlo e PONI, Carlo, “Il Nome e il Come: Scambi Ineguale e Mercato Storiografico”. In: Quaderni Storici, n˚ 40, 1979; RANDLES, William Graham Lister, Da Terra Plana ao Globo Terrestre. Uma Mutação Epistemológica Rápida (1480-1520). Campinas: Editora Papirus, 1994; DURAND, Gilbert, As Estruturas Antropológicas do Imaginário. Introdução à Arquetipologia Geral. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1997; GUIBERNAU, Montserrat, Nacionalismos - O Estado Nacional e o Nacionalismo no Século XX. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 1997; JUNG, Carl, Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo. 2ª edição. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 2000; DURAN, Leandro Domingues, A Construção da Pirataria: O Processo de Formação do Conceito de “Pirata” no Período Moderno. Dissertação de Mestrado.  Departamento de História. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2000; CANEVACCI, Massimo, Antropologia della Comunicazione Visuale. Roma: Edizionne Meltemi, 2001; CRISTÓVÃO, Fernando, Condicionantes Culturais da Literatura de Viagens - Estudos e Bibliografias. Lisboa: Editora Almedina, 2002; STEPHAN, Gustavo, Dias na Antártica: Imagens de uma Expedição de Amyr Klink. 1ª edição. Rio de Janeiro: Editora Desiderata, 2005; MAIGRET, Eric; MACÉ, Eric (Org.), Penser les Médiacultures. Nouvelles Pratiques et Nouvelles Approches de la Represéntation du Monde. Paris: Editeur Armand Colin, 2005; BORGES, Jóina Freitas, Os Senhores das Dunas e os Adventícios d`Além-Mar: Primeiros Contatos, Tentativas de Colonização e Autonomia Tremembé na Costa Leste (Séculos XVI e XVII). Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em História. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2010;  KLINK, Amyr, Paratii: Entre Dois Polos. 3ª edição. Rio de Janeiro: Editora Círculo do Livro, 1994; Idem, Mar sem fim: 360 ̊ ao redor da Antártica. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2000; Idem, Gestão de Sonhos, Riscos e Oportunidades. São Paulo: Editora Casa de Qualidade, 2000; Idem, Cem Dias entre Céu e Mar. 1ª edição. Editora ‏ ‎ Companhia de Bolso, 2005; Idem, Linha-d`Água: Entre Estaleiros e Homens do Mar. Rio de Janeiro: Editora Companhia das Letras, 2006; Idem, “Risco e Inovação Tecnológica é Tema de Palestra de Amyr Klink na Coppe”. In: https://antigo.coppe.ufrj.br/pt-br/02/09/2016; OLIVEIRA, Milene Nicole Araujo, Análise do Plano de Texto e da Sequência Textual Narrativa nos Relatos de Viagem do Velejador e Escritor Brasileiro Amyr Klink. Dissertação de Mestrado em Ciências da Linguagem – Linguística. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa, 2022; entre outros.  

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