“A verdade é aquilo que resiste ao teste da experiência”. Albert Einstein
Atomic Blonde representa um filme de ação e espionagem norte-americano de 2017, dirigido pelo cineasta David Leitch, em seu primeiro crédito de “diretor solo”, e escrito por Kurt Johnstad. Baseia-se no romance gráfico The Coldest City, de 2012, de Antony Johnston e Sam Hart, publicado pela Oni Press, Editora independente norte-americana de quadrinhos e “novelas gráficas” com sede em Portland, Oregon, Estados Unidos da América. A débâcle gira em torno da “espiã que tem que encontrar uma lista de agentes duplos” que está sendo contrabandeada para o Ocidente na véspera do Colapso do Muro de Berlim, em 1989. Produzido por Denver and Delilah Productions, Closed on Mondays Entertainment e 87Eleven e distribuído pela Focus Features, é protagonizado por Charlize Theron e James McAvoy, John Goodman, Til Schweiger, Eddie Marsan, Sofia Boutella e Toby Jones. O filme teve sua estreia mundial no South by Southwest em 12 de março de 2017, sendo lançado pela Focus Features em 28 de julho de 2017. O longa-metragem arrecadou US$ 95 milhões, contra um orçamento de US$ 30 milhões. Recebeu análises geralmente positivas por parte da crítica especializada, que “elogiou suas sequências de ação, as performances de Charlize Theron e James McAvoy e a trilha sonora”, com muitos o comparando com o filme John Wick (2014), embora alguns analistas criticassem a narrativa e seu ritmo (cf. Birman, 1997): Lorraine Broughton (Charlize Theron), uma agente disfarçada do MI6, é enviada para Berlim durante a chamada Guerra Fria para investigar “o assassinato de um oficial e recuperar uma lista perdida de agentes duplos”. Ao lado de David Percival (James McAvoy), chefe da localidade, a assassina usará suas habilidades psicofísicas nesse confronto de espiões.
Em 9 de maio de 2015, foi anunciado
que a Focus Features havia negociado os
direitos autorais norte-americanos para o romance gráfico de suspense
intitulado The Coldest City, de Antony Johnston, com Charlize Theron
definido “para desempenhar o papel principal de uma espiã feminina”. David
Leitch e Chad Stahelski foram contratados para dirigir o filme baseado no
roteiro de Kurt Johnstad, com o início da produção cinematográfica em outubro
na Alemanha. Nick Meyer, da Sierra/Affinity, financiaria o filme com um
orçamento em torno de US $ 30 milhões. Theron produziria o filme junto com Beth
Kono e A.J. Dix através de sua Denver e Delilah Productions, Eric Gitter e
Peter Schwerin através da Closed on Monday Entertainment, Kelly McCormick
através de Sierra / Affinity, com 87Eleven. Em 2 de outubro de 2015, Leitch
saiu da codireção de John Wick: Um Novo Dia Para Matar, para dirigir The
Coldest City, que começaria a filmar em novembro na Hungria e na Alemanha.
No enredo John Wick é forçado a deixar a aposentadoria mais uma vez por causa
de uma promessa antiga e viaja para Roma, com o objetivo de ajudar um velho
amigo a derrubar uma organização secreta, perigosa e mortal de assassinos
procurados em todo o mundo globalizado. Em 16 de outubro de 2015, James McAvoy
se juntou ao elenco do filme. Em 2 de novembro de 2015, John Goodman assinou
contrato para desempenhar o papel de um agente norte-americano. Em 26 de
outubro de 2015, a The Wrap informou que Sofia Boutella se juntava ao filme
para um papel ainda não especificado. As cenas começaram em 22
de novembro de 2015, em Budapeste, e mudaram para cenas específicas para
Berlim.
A função da compreensão na práxis da vida é análoga àquela problematização que emerge de expectativas frustradas; mas em um caso o critério da decepção é o fracasso de uma ação finalista-racional controlada pelo sucesso, no outro trata-se de embaraços de um consenso, isto é, da desconformidade de expectativas recíprocas entre, no mínimo, dois sujeitos de agenciamentos. As intenções das duas orientações distinguem-se de forma correspondente: no primeiro caso máximas comportamentais, as quais fracassaram frente à realidade, devem ser submetidas por regras técnicas comprovadas; no segundo caso trata-se de interpretar manifestações vitais incompreensíveis e que bloqueiam a reciprocidade de expectativas comportamentais. Enquanto o experimento eleva os controles pragmáticos cotidianos, aplicados às regras de uma atividade instrumental ao nível de uma forma metódica à verificação, a hermenêutica equivale à maneira científica do agir interpretativo do cotidiano. Não há dúvida que no exercício de tal habilidade, o domínio da arte hermenêutica permanece em menos graus dependente “do virtuosismo pessoal” do que esse é o caso do domínio de operações mensuráveis. A compreensão hermenêutica tem, de acordo com sua estrutura, o objetivo de assegurar, no seio das tradições culturais, uma autoconcepção dos indivíduos e dos grupos, suscetível de orientar a ação e o entendimento recíproco de diferentes grupos e indivíduos.
Como a definição exata do romance gráfico é discutível, as origens da própria forma de arte estão abertas à interpretação. Les Amours de monsieur Vieux Bois é uma “littérature en estampes” e o mais reconhecido exemplo de banda desenhada com uma utilidade de uso marxista para esse fim. Publicada em 1828 pelo caricaturista suíço Rodolphe Töpffer. Em 1894, Caran d`Ache abordou a ideia de um “romance elaborado” em uma carta ao jornal Le Figaro e começou a trabalhar em um livro sem palavras de 360 páginas, embora nunca publicado. Vale lembrar que no âmbito da chamada indústria cultural a definição de graphic novel foi popularizada por Will Eisner depois de aparecer na capa de sua obra A Contract with God publicada em 1978, um trabalho maduro e complexo, centrado na vida de pessoas ordinárias no mundo real. O selo de “graphic novel” foi colocado na intenção de distingui-lo do formato de banda desenhada tradicional Eisner citou como inspiração os livros de Lynd Ward, que produzia romances completos em xilogravura. O sucesso comercial de Um Contrato com Deus ajudou a estabilizar o termo graphic novel, e muitas fontes creditam erroneamente Eisner a ser o primeiro a usá-lo, de fato, foi Richard Kile quem originalmente usou o termo em um ensaio publicado no fanzine Capa-Alpha em 1964. O termo graphic novel e romance gráfico são muito usados por editores e jornalistas, mas encontrou resistência entre autores e teóricos, em geral do mundo acadêmico. O significado original do termo era aplicado para “histórias fechadas”, e nos últimos anos comercialmente, o termo tem sido usado como sinônimo de trade Paperback, quando estão sendo consideradas as edições encadernadas em formato de livros de história, entretanto, pré-publicadas em revistas.
Na prática o Secret Intelligence Service (SIS) comumente reconhecido como MI6 (Military Intelligence, Section 6) tem como representação política, a agência britânica de inteligência ou de informações que “abastece o governo britânico com informações estrangeiras”. A chefia do SIS é da responsabilidade da Secretary of State for Foreign and Commonwealth Affairs. O SIS é vinculado ao Intelligence Services Act 1994. O SIS é frequentemente referido pelo nome MI6, usado por conveniência durante a 1ª grande guerra, quando o Serviço era conhecido por diversos nomes. A existência do SIS não foi oficialmente reconhecida até 1994. Ele forma uma parte da maquinaria de inteligência do Reino Unido junto com o Communications Headquarters (GCHQ), o MI5 e o Defense Intelligence. O Government é um poderoso serviço de inteligência britânico encarregado da segurança e espionagem e contraespionagem nas comunicações sociais e políticas, atividades tecnicamente reconhecidas como Inteligência de Sinais (SIGINT). O órgão também é responsável pela garantia de informação ao governo britânico e às Forças Armadas daquele país. Está sediado em Cheltenham, cidade da Inglaterra, distrito de Gloucestershire. A cidade acolhe um dos mais importantes encontros hípicos do Reino Unido do National Hunt Racing, e do Festival de Cheltenham, inclui-se no calendário das corridas do National Hunt. Esta maquinaria estatal faz parte do grupo panoptista que gira nos cinco poderosos Estados ditos “Os Cinco Olhos”, a saber: Estados Unidos da América (EUA), Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido.
Ela é enviada a Berlim após outro espião ser assassinado, e uma lista super secreta com os nomes e codinomes de diversos espiões ser roubada por um operativo da KGB, também conhecida como Comitê de Segurança do Estado, foi a polícia secreta da União Soviética (URSS). Foi criada em 1954, após a 2ª guerra mundial e seu objetivo era cuidar da segurança nacional, através da investigação de crimes internos cometidos contra o Estado. Ao chegar na Alemanha, ela faz contato com David Percival (James McAvoy), um agente da MI6 infiltrado a tanto tempo que em suas próprias palavras “já é nativo”. Não demora muito para Lorraine desconfiar de todos e sair matando até conseguir encontrar a famosa lista roubada. A história social e política é narrada pela protagonista a partir de uma sala de interrogatório, e enquanto o clima de comunicação sombrio da graphic novel combina com a narrativa, mas pode mudar de forma em “Atômica” pode parecer um tanto confuso e desnecessariamente rebuscado. Mas quando a ação começa, é fácil esquecer o resto. A comparação com John Wick não é por acaso, pois o responsável pela direção é David Leitch, pragmaticamente um dos diretores pela direção do primeiro filme. Inclusive, Charlize Theron só aceitou viver a “Loira Atômica” após conferir o excelente trabalho do diretor. Leitch manteve o estilo noir do material original, mas acrescentou um toque clássico de estilo à película.
Do ponto de vista filosófico panóptico
é um termo utilizado para designar uma penitenciária ideal, concebida pelo
filósofo e jurista inglês Jeremy Bentham em 1785, que permite ao
vigilante observar todos os prisioneiros, sem que estes possam saber se estão
ou não sendo observados. O medo e o receio de não saberem se estão sendo
observados leva-os a adotar o comportamento desejado pelo vigilante. Bentham
estudou racionalmente, em suas próprias palavras, o sistema penitenciário.
Criou então um projeto de prisão circular, onde um observador central poderia
ver todos os locais onde houvesse presos. Era o sistema panóptico. O sistema
seria aplicável, segundo o autor, a prisões, escolas, hospitais ou fábricas,
para tornar mais eficiente o controle daqueles estabelecimentos. Assim,
aquele que estivesse sobre uma torre ou estrutura circular central poderia
observar todos os presos ou os funcionários, pacientes, estudantes, etc.,
tendo-os sob seu controle. Os ocupantes das celas se encontrariam isolados uns
de outros por paredes e sujeitos ao escrutínio coletivo e individual de um
vigilante, postado na torre e que permaneceria oculto. Jeremy Bentham (1748-1832) não só imaginou abstratamente persianas ou venezianas nas janelas da torre de observação, semelhantes nos aeroportos, mas também conexões
labirínticas entre as salas da torre, a fim de evitar sombras ou ruídos que
pudessem inferir a posição e o olhar do observador.
É atribuída a Bentham a idealização do Panopticon, ideia essencial que teria sido extraída de cartas escritas pelo jurista em Crecheff, na Rússia, em 1787, destinadas a um amigo. A partir destes escritos, foi possível extrair um modelo estrutural que seria capaz de ser aplicado as mais diversas instituições tais como escolas, prisões, hospícios e hospitais, como forma de otimização da vigilância e economia de pessoas para realizar tal função. Esta estrutura é caracterizada por um edifício circular que possui uma torre de vigilância e celas à sua volta. Cada uma das celas teria uma abertura para a entrada de luz e portas com grade para a difusão da luz no interior do edifício. Porém, a difusão da luz se daria de modo que o encarcerado não conseguiria enxergar o exterior, nem o vigilante presente no centro da torre. Esse mecanismo estrutural teria como objetivo a impactação psicológica sobre os encarcerados, para que eles se sentissem observados todo o tempo. Sem conseguir enxergar o que ocorre externamente ao edifício, eles seriam tomados por um enorme sentimento de solidão, mesmo que estivessem “acompanhados” pelo vigilante durante todo o tempo. Bentham acreditava que este impacto nunca seria esquecido por aqueles que passassem por lá e atuaria como uma espécie de prevenção especial negativa, na qual o encarcerado, por receio de voltar novamente à instituição, não mais voltasse a delinquir. Assim, apesar de possuir projetos de larga escala para reformas políticas, Jeremy Bentham considerava que o direito penal era um ramo crucial do direito, devido a sua particularidade na abordagem da psicologia humana. A partir da utilidade, o direito penal seria o instrumento para que o governo conseguisse conduzir as condutas de seus cidadãos. Isso por meio de penas bem calculadas, o indivíduo poderia buscar a otimização de sua felicidade e chegaria à conclusão de que desrespeitar as regras do Estado não seria uma conduta vantajosa.
Segundo Michel Foucault (2014): eis as medidas que se faziam necessárias, de acordo com um regulamento do fim do século XVII, quando se declarava a peste numa cidade. Em primeiro lugar, um policiamento espacial estrito: fechamento, claro, da cidade e da “terra”, proibição de sair sob pena de morte, fim de todos os animais errantes; divisão da cidade em quarteirões diversos onde se estabelece o poder de um intendente. Cada rua é colocada sob a autoridade de um síndico; ele a vigia; se a deixar, será punido de morte. No dia designado, ordena-se todos que se fechem em suas casas; proibido de sair sob pena de morte. O próprio síndico vem fechar, por fora, a porta de cada casa; leva a chave, que entrega ao intendente de quarteirão; este a conserva até o fim da quarentena. Cada família terá feito suas provisões; mas para o vinho e o pão se terá preparado entre a rua e o interior das casas pequenos canais de madeira, que permitem chegarem a cada uma sua ração, sem que haja comunicação entre os fornecedores e os habitantes; para a carne, o peixe e as verduras, utilizam-se roldanas e cestas. Se for absolutamente necessário sair das casas, tal se fará por turnos, e se evitando qualquer encontro. Só circulam os intendentes, os síndicos, os soldados da guarda e também entre as casas infectadas, de um cadáver ao outro, os “corvos”, que tanto faz abandonar à morte: - “é gente vil, que leva os doentes, enterra os mortos, limpa e faz muitos ofícios vis e abjetos”. Espaço recortado, imóvel, fixado. O fato é que disciplinarmente cada qual se prende a seu lugar. E, caso se mexa, corre perigo de vida, por contágio ou punição. A inspeção funciona constantemente.
Essa vigilância contemporânea se apoia num sistema
social de registro permanente: relatórios dos síndicos aos intendentes, dos
intendentes aos almotacés ou ao prefeito. No começo da “apuração” se estabelece
o papel de todos os habitantes presentes na cidade um por um; nela se anotam “o
nome, a idade, o sexo, sem exceção de condição”; um exemplar para o intendente
do quarteirão, um segundo no escritório da prefeitura, um outro para o síndico
poder fazer a chamada diária. Tudo o que é observado durante as visitas,
mortes, doenças, reclamações, irregularidades, é anotado e transmitido aos
intendentes e magistrados. Estes têm o controle dos cuidados médicos; e um
médico responsável; nenhum outro médico pode cuidar, nenhum boticário preparar
os remédios, nenhum confessor visitar um doente, sem ter recebido dele um
bilhete escrito “para impedir que se escondam e se tratem, à revelia dos
magistrados, doentes do contágio”. O registro patológico deve ser constante e
centralizado. A relação de cada um com sua doença e sua morte passa pelas
instâncias do poder, pelo registro que delas é feito, pelas decisões que elas
tomam. Cinco ou seis dias depois do começo da quarentena se procede à
purificação das casas, uma por uma. Na prática commanda-se
sair todos os moradores; em cada cômodo se levantam ou se penduram “os móveis e
as mercadorias”; espalha-se perfume; ele é queimado depois de bem fechadas as
janelas, as portas e até os buracos das fechaduras os quais por segurança que se enche de cera.
O panóptico de Bentham é sua
figuração. O princípio é conhecido: na periferia uma
construção em anel; no centro, uma torre: esta é vazada de largas janelas que
se abrem sobre a face interna do anel; a construção periférica é dividida em
celas, cada uma atravessando toda a espessura da construção; elas têm duas
janelas, uma para o interior, correspondendo às janelas da torre; outra, que dá
para o exterior, permite que a luz atravesse a cela de lado a lado. Basta então
colocar um vigia na torre central, e em cada cela trancar um louco, um doente,
um condenado, um operário ou um escolar. Pelo efeito da contraluz, pode-se
perceber da torre, recortando-se exatamente sobre a claridade, as pequenas
silhuetas cativas nas celas da periferia. Tantas jaulas, tantos pequenos
teatros, per se em que cada ator está sozinho, perfeitamente
individualizado e constantemente visível. O dispositivo panóptico, segundo
Foucault (2014: 194, e ss.), organiza unidades espaciais que permitem ver sem
parar e reconhecer imediatamente. Em suma, o princípio da masmorra é invertido;
ou antes, de suas três funções – trancar, privar de luz e esconder – só se
conserva a primeira e se suprimem as outras duas. A plena luz e o olhar de um
vigia captam melhor que a sombra, que a final protegia. A visibilidade é uma
armadilha. O panóptico é uma máquina de dissociar o ver-ser-visto: no anel
periférico, se é totalmente visto, sem ver; na torre central, vê-se tudo, sem
nunca ser visto.
Muro de Berlim (Berliner Mauer), nomeado oficialmente Muro de Proteção Antifascista (Antifaschistischer Schutzwall) em 1961 pelo Sozialistische Einheitspartei Deutschlands (SED), foi uma barreira física construída pela Alemanha Oriental durante a Guerra Fria, que circundava toda a Berlim Ocidental. período de tensão geopolítica entre a União Soviética e os Estados Unidos e seus respectivos aliados, o Bloco Oriental e o Bloco Ocidental, após a 2ª guerra mundial. Considera-se geralmente que o período abrange a Doutrina Truman de 1947 até a dissolução da União Soviética em 1991. O termo “fria” é usado porque não houve combates em larga escala diretamente entre as duas superpotências, mas cada uma delas apoiou grandes conflitos regionais conhecidos como guerras por procuração. O conflito foi baseado em torno da luta ideológica e geopolítica pela influência global das duas potências, após sua aliança temporária e vitória contra a Alemanha nazista em 1945. A doutrina da “Destruição Mutuamente Assegurada” (MAD) desencorajou um ataque nuclear preventivo de ambos os lados em oposição assimétrica. Além do arsenal nuclear e da mobilização militar, a luta pelo domínio foi expressa por meios de comunicação indiretos, como guerra psicológica, campanhas de propaganda, espionagem, embargos econômicos de longo alcance, rivalidade em eventos esportivos e competições tecnológicas como a Corrida Espacial.
Era
parte da fronteira interna alemã. Este muro, além de dividir a cidade de Berlim
ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes: República
Federal da Alemanha (RFA), que era constituído pelos países capitalistas
encabeçados pelos Estados Unidos da América; e a República Democrática Alemã
(RDA), constituído pelos países socialistas sob jugo do regime soviético.
Construído na madrugada de 13 de agosto de 1961, dele faziam parte 66,5 km de
gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas eletrificadas
com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Este muro era
patrulhado por militares da Alemanha Oriental Socialista com ordens de atirar
para matar, ou seja, a célebre Schießbefehl ou “Ordem 101”, paras os que
tentassem escapar, o que provocou ipso facto a separação de dezenas de
milhares de famílias berlinenses. A distinta e muito mais longa fronteira
interna alemã demarcava a fronteira entre a Alemanha Oriental e a Alemanha
Ocidental. Ambas as fronteiras passaram a simbolizar a chamada “cortina de
ferro” entre a Europa Ocidental e o Bloco de Leste. Antes da construção do
Muro, 3,5 milhões de alemães orientais tinham evitado as restrições de
emigração do Leste socialista e fugiram para a Alemanha Ocidental, muitos ao
longo da fronteira geográfica entre Berlim Oriental e Ocidental. Durante sua
existência, entre 1961 e 1989, o Muro quase parou todos os movimentos de
emigração e separou a Alemanha Oriental de Berlim Ocidental por mais de 25 anos.
Durante
uma onda revolucionária de libertação ao comando de Moscou que varreu o Bloco
de Leste, o governo da Alemanha Oriental anunciou em 9 de novembro de 1989,
após várias semanas de distúrbios civis, que todos os cidadãos da RDA poderiam
visitar a Alemanha Ocidental Capitalista e Berlim Ocidental. Multidões de
alemães orientais subiram e atravessaram o muro juntando-se aos alemães
ocidentais do outro lado, em uma atmosfera de celebração. Ao longo das semanas
seguintes, partes do Muro foram destruídas por um público eufórico e por
caçadores de souvenirs. Mais tarde, equipamentos industriais foram usados para
remover quase o todo da estrutura. A queda do Muro de Berlim abriu o caminho
para a reunificação alemã que foi formalmente celebrada em 3 de outubro de
1990. Muitos apontam este momento como o fim da Guerra Fria. O governo
de Berlim incentiva a visita do muro derrubado, tendo preparado a reconstrução
de trechos do muro. Além da reconstrução de alguns trechos, está marcado no
chão o percurso que o muro fazia quando estava erguido.
A remoção do Muro de Berlim começou na noite de 9 de novembro de 1989 e continuou nos dias e semanas seguintes, com pessoas apelidadas de Mauerspechte usando várias ferramentas para remover pedaços como lembranças, demolir grandes partes no processo e criar várias passagens não oficiais na fronteira. O Portão de Brandemburgo no Muro de Berlim foi aberto em 22 de dezembro de 1989; naquela data, o chanceler da Alemanha Ocidental, Helmut Kohl, atravessou o portão e foi recebido pelo primeiro-ministro da Alemanha Oriental, Hans Modrow. Alemães ocidentais e os berlinenses ocidentais puderam viajar sem visto a partir de 23 de dezembro. Até então, eles só podiam visitar a Alemanha Oriental e Berlim Oriental sob condições restritivas que envolviam a solicitação de visto com vários dias ou semanas de antecedência e a troca obrigatória de pelo menos 25 marcos alemães por dia de sua estadia planejada, os quais dificultavam espontaneamente visitas. Assim, nas semanas entre 9 de novembro e 23 de dezembro, os alemães orientais podiam viajar livremente do que os ocidentais.
Em 13 de junho de 1990, as tropas fronteiriças da Alemanha Oriental começaram oficialmente a desmantelar o muro, começando em Bernauer Straße e ao redor do distrito de Mitte. A parte da demolição continuou démarche por Prenzlauer Berg/Gesundbrunnen, Heiligensee e por toda a cidade de Berlim até dezembro de 1990. Segundo estimativas das tropas de fronteira, um total de cerca de 1,7 milhão de toneladas de entulho de construção foi produzido pela demolição. Extraoficialmente, a demolição da Bornholmer Straße começou por causa das obras na ferrovia. Isso envolveu um total de 300 guardas de fronteira da Deutsche Demokratische Republik e - depois de 3 de outubro de 1990 - 600 pioneiros do Bundeswehr com 175 caminhões, 65 guindastes, 55 escavadeiras e 13 escavadeiras. Todas as estradas movimentadas que eram cortadas pelo Muro de Berlim foram reconstruídas e reabertas em 1° de agosto de 1990. Em Berlim, 184 km (114 mi) do muro, 154 km (96 mi) da cercamento da fronteira, 144 km (89 mi) dos sistemas de controle de sinal e 87 km (54 mi) das valas de barreira foram removidos. O que restou foram seis seções que deveriam ser preservadas como memorial. Várias unidades militares desmantelaram o muro da fronteira Berlim/Brandemburgo, concluindo o trabalho em novembro de 1991.
Segmentos
de paredes pintadas com motivos artisticamente valiosos foram colocados em
leilão em 1990 em Berlim e Monte Carlo. Em 1° de julho de 1990, o dia em que a
Alemanha Oriental adotou a moeda da Alemanha Ocidental, todos os
controles fronteiriços de jure cessaram, embora a fronteira interalemã
tenha se tornado sem sentido já antes disso. A demolição do muro foi concluída
em 1992. A queda do Muro marcou o primeiro passo crítico em direção à
reunificação alemã, que foi concluída formalmente apenas 339 dias depois, em 3
de outubro de 1990, com a dissolução da Alemanha Oriental e a reunificação
oficial do Estado alemão ao longo das linhas democráticas da Lei Básica da
Alemanha Ocidental. Em 21 de novembro de 1989, Crosby, Stills & Nash tocou
a música Chippin Away do álbum solo de Graham Nash, 1986, Innocent
Eyes, em frente ao Portão de Brandemburgo. Em 25 de dezembro de 1989,
Leonard Bernstein fez um Concerto em Berlim comemorando o fim do muro,
incluindo a 9ª sinfonia de Beethoven (Ode to Joy) com a palavra “Joy” (Freude)
alterado para “Freedom” (Freiheit) na letra cantada. O poeta Schiller pode
ter originalmente escrito “Freedom” e alterado para “Joy” por medo. A orquestra
e o coral eram oriundos da Alemanha Oriental e Ocidental, bem como do Reino
Unido, França, União Soviética e Estados Unidos da América.
Friedrich
Schiller nasceu em 1759, em Marbach am Neckar, onde viveu seus primeiros anos
de vida. Em 1762 seu pai é promovido a capitão e passa a exercer funções de
oficial-recrutador na cidade livre de Schwäbisch Gmünd. Em 1763 a família
Schiller fixa residência na localidade de Lorch, onde aprende as primeiras
letras. Aos cinco anos inicia seus estudos de grego e latim, sob a orientação
do pastor Ulrich Moser. Em 1767, uma nomeação de Johann Kaspar Schiller leva a
família a se instalar em Ludwigsburg, onde seu filho frequenta a escola de
latim. A intenção da família é de preparar o menino para ser pastor, mas em
1773, contra a vontade da família e do próprio garoto, ele ingressa na
Karlsschule, Academia Militar instalada no castelo Solitude, em Stuttgart, fundada
e pessoalmente supervisionada por Carlos Eugênio com a finalidade essencial de
treinar oficiais e funcionários para servi-lo. O jovem Schiller opta pelo curso
de Direito, que posteriormente abandonará. A rigidez da disciplina militar da
academia causa-lhe profunda impressão e lhe dá inspiração para sua primeira
grande obra, Os Bandoleiros. Com a transferência da Academia, do castelo
Solitude para o centro de Stuttgart, Schiller muda de carreira, trocando o
curso de Direito pelo de Medicina, em 1775.
Durante esse período alimenta sua paixão pela literatura, lendo clássicos como Plutarco e William Shakespeare, os poemas do crítico literário Klopstock, além de Goethe, Lessing, Kant e dos iluministas Voltaire e Jean-Jacques Rousseau. Também nessa grande época filosófica e literária Schiller se fascina com o movimento social e literário Sturm und Drang, do qual será representante, tal como seu amigo Johann Goethe. É durante esse período na Faculdade de Medicina que Schiller escreve sua peça Os Bandoleiros (Die Räuber). O termo Sturm und Drang apareceu pela primeira vez como título de uma peça sobre a Revolução Americana pelo autor alemão Friedrich Maximilian Klinger, publicada em 1776, na qual o autor dá uma expressão violenta a emoções difíceis e anuncia o primado da expressão individual e subjetividade sobre a ordem natural do racionalismo. Apesar de se defender que há literatura e música associadas ao Sturm und Drang anteriores a esta obra seminal, é neste momento que a análise histórica começa a delinear um movimento estético distinto que ocorre entre os fins da década de 1760 e o princípio da década de 1780, do qual os artistas alemães desse período são claramente conscientes. Contrariamente aos movimentos literários pós-iluministas dominantes de seu tempo, essa reação que ocorre de forma aparentemente espontânea, passou a ser associada a uma grande amplitude de autores e compositores alemães, de meados a finais do período clássico na literatura europeia.
A
expressão Sturm und Drang passou a ser associada à literatura ou à
música com o objetivo de assustar o público ou imbuí-lo de extremos de emoção,
até à dispersão do movimento no Classismo de Weimar e a eventual transição para
o romantismo onde os objetivos sócio-políticos foram incorporados e objetivos
estes in statu nascendi afirmando valores unificados contrários ao
despotismo e às limitações à liberdade humana, juntamente com um tratamento
religioso de todas as coisas ditas naturais. Há muito debate perene quanto a
que obra deve ou não deve ser incluída no cânone do Sturm und Drang;
havendo quem defenda a limitação do movimento a intelectuais em torno de Goethe,
Herder, Lenz e os seus diretos associados alemães que escreveram obras de
ficção e filosofia entre 1770 e o início dos da década de 1780. A perspectiva
alternativa é a de um movimento literário indissociavelmente ligado a desenvolvimentos
simultâneos em prosa, poesia, teatro, estendendo a sua influência direta a
todas as regiões de língua alemã até o final do século XVIII. No entanto,
convém notar que os criadores do movimento literário e social o encaravam como um momento imperfeito de
exuberância prematuro, que foi depois frequentes vezes abandonado nos anos
seguintes a troco de projetos simbólicos artísticos opostos como ocorriam entre si.
O
Portão de Brandemburgo, é uma antiga porta da cidade, reconstruída no
final do século XVIII como um arco do triunfo neoclássico, e um dos marcos reconhecidos
da Alemanha. Poucas são as pessoas que sabem, mas na realidade as portas de
Brandenburgo foram construídas sobre outras portas. Uma década após o fim da
guerra dos trinta anos, a partir de 1658, Berlim começou a expandir-se como uma
fortaleza, cercada por altos muros. Onde atualmente existem as portas foram
construídas nessa época umas primeiras, para servir como uma das entradas para
a cidade. Na segunda metade do século XVIII, a burguesia ganhava força e o rei
da Prússia, Frederico Guilherme II, iniciou um plano de reestruturação da
cidade, dando a ela arquitetonicamente mais esplendor. Esse projeto urbanístico
previa a construção de umas novas portas, mas o projeto sofreu constantes
atrasos e somente em 1788 as antigas portas foram demolidas. Quando foi aberto
ao trânsito ainda faltavam as esculturas de Johann Gottfried Schadow
(1764-1850), e a quadriga, mas a obra completa já havia sido imaginada e
projetada, sendo finalizada posteriormente à abertura. Entre as seis colunas dóricas
passavam cinco estradas em que apenas duas estavam abertas ao livre trânsito
civil. A rua principal apenas podia ser percorrida pela comitiva real. Não
houve qualquer tipo de cerimônia que contemplasse o marco da construção, assim,
sem nenhum tipo ideal de solenidade foi aberto ao trânsito no dia 6 de agosto
de 1791. As Portas de Brandemburgo propiciavam ao rei acesso direto do palácio
real até ao “Tiergarten”, isto é, seu jardim na parte externa da cidade.
A Oktoberfest, também reconhecida como Wiesn em Munique, é um festival de cerveja originado em Munique, Alemanha. Foi criado pelo rei bávaro Luís I para celebrar o seu casamento em 1810. A festa, para a qual estavam convidados todos os moradores de Munique, aconteceu num parque longe do centro, batizado Theresienwiese, em homenagem à noiva. A Oktoberfest é também uma feira de produtos e diversões celebrada em Munique (München), no estado da Baviera (Bayern), no sul da Alemanha, e disseminada por vários lugares do mundo. A Oktoberfest é frequentada anualmente por seis milhões de visitantes de todo o mundo e se inicia desde 1872 sempre no sábado depois do 15 de setembro às 12h 00 horas com a tradicional cerimônia de abertura “O`zapft is”. Termina duas semanas mais tarde, no primeiro domingo de Outubro - daí o nome Oktoberfest, em alemão, Oktober significa outubro, Fest, festa ou festival, literalmente Festa de Outubro. Cincinnati sedia a maior Oktoberfest dos Estados Unidos. Em 2002, mais de 500 mil pessoas visitaram a Oktoberfest da cidade. A Oktoberfest de Leavenworth, localizada a duas horas de distância de Seattle, Estado de Washington, é um evento celebrando a Oktoberfest em outubro com estilo, tradicionalismo bávaro, e ao gosto dos turistas como se faz no Sul do Brasil.
Na véspera de Ano Novo de 1989, David Hasselhoff tocou sua música Looking for Freedom enquanto estava no topo do muro parcialmente demolido. Roger Waters apresentou o álbum The Wall, do Pink Floyd, ao Norte de Potsdamer Platz em 21 de julho de 1990, com convidados incluindo os expressivos Bon Jovi, Scorpions, Bryan Adams, Sinéad O`Connor, Cyndi Lauper, Thomas Dolby, Joni Mitchell, Marianne Faithfull, Levon Helm, Rick Danko e Van Morrison. Ao longo dos anos, houve um debate polêmico e repetido: isto é, se o dia 9 de novembro seria um feriado nacional alemão adequado, geralmente iniciado por ex-membros da oposição política na Alemanha Oriental, como Werner Schulz. Além de ser o apogeu emocional da revolução pacífica da Alemanha Oriental, 9 de novembro é também a data da abdicação de 1918 do kaiser Wilhelm II e da declaração da República de Weimar, a primeira república alemã. No entanto, 9 de novembro é também o aniversário da execução de Robert Blum após as revoltas de Viena em 1848, do Beer Hall Putsch de 1923 e dos infames pogroms Kristallnacht dos nazistas em 1938. As autoridades alemãs “olharam para o acontecimento sem, no entanto, intervir”. O nome Kristallnacht deve-se aos milhões de pedaços de vidro partidos que encheram as ruas depois das janelas das lojas, edifícios e sinagogas judaicas terem sido partidas. As estimativas sobre o número de vítimas causadas pela violência variam. Os primeiros relatos etnográficos indicavam que 36 judeus tinham sido mortos durante os sucessivos ataques.
Mais
recentemente, as análises ao Program efetuadas a documentos académicos
feitas por historiadores como Richard J. Evans, refere um valor mais elevado,
cerca de 91 mortos. Quando se inclui as mortes posteriores, devido a
maus-tratos dos judeus detidos, e suicídios, o número de mortos ascende a
centenas. Para além das vítimas mortais, cerca de 30 000 judeus foram detidos e
enviados para campos de concentração. As casas dos cidadãos judeus, hospitais e
escolas foram pilhados e postos abaixo pelos atacantes com o recurso de
marretas. Mais de mil sinagogas foram incendiadas (95 só em Viena) e mais de
sete mil negócios foram destruídos ou danificados. Martin Gilbert escreve que
mais nenhum acontecimento na história dos judeus alemães entre 1933 e 1945 foi
tão difundido à medida que ia acontecendo, e os relatos dos jornalistas
estrangeiros a trabalhar na Alemanha causaram ondas de choque em todo o mundo.
O Times escreveu na conjuntura que: - “Nenhum propagandista estrangeiro
se dedicou a enegrecer a Alemanha antes que o mundo pudesse superar o número de
incêndios e espancamentos, de assaltos violentos a pessoas indefesas e
inocentes, que desonraram aquele país ontem”. O pretexto para os ataques foi o
assassinato do diplomata alemão Ernst Vom Rath por Herschel Grynszpan, um
polaco judeu nascido na Alemanha que estava vivendo em Paris. Durante à dramática Noite de
Cristal seguiram-se perseguições econômicas e sobretudo políticas racistas aos
judeus, interpretadas pela historiografia sendo “vistas pelos historiadores como
uma parte da mais abrangente política racial da Alemanha nazi, e o início da
Solução Final e do Holocausto”.
O ganhador do Prêmio Nobel, Elie Wiesel (1928-2016), criticou a primeira euforia, observando que “eles esqueceram que 9 de novembro já havia entrado na história - 51 anos antes, marcava a Kristallnacht”. Como a reunificação não foi oficial e completa até 3 de outubro de 1990, quando foi finalmente escolhido como o Dia da Unidade Alemã. A Alemanha historicamente associa várias datas à sua nacionalidade e unidade. Uma escolha alternativa era o dia da queda do Muro de Berlim - 9 de novembro de 1989 - que coincide com o aniversário da proclamação da República Alemã em 1918 e com a fracassada primeira tentativa de Golpe de Estado com o Putsch da Cervejaria em 1923. Comparativamente na noite de 8 para 9 de novembro de 1923, um jovem de ascendência austríaca invadiu um comício político que era realizado na Bürgerbräukeller, uma das maiores cervejarias de Munique, na Alemanha. Antes da reunificação, na Alemanha Ocidental o “Dia da Unidade” era celebrado a 17 de junho, em memória da falhada Revolta de 1953 na Alemanha Oriental contra o regime estalinista. A revolta foi esmagada literalmente com a ajuda soviética e estima-se que o número de mortes tenha ultrapassado as 100 pessoas como fora noticiado. Por outro lado, o feriado nacional da Alemanha Oriental - o “Dia da República” era celebrado a 7 de outubro, em comemoração da fundação do país em 1949. De 1954 a 1990, 17 de junho foi um feriado oficial na República Federal da Alemanha para comemorar o levante da Alemanha Oriental de 1953, inclusive com o nome de “Dia da Unidade Alemã”. Desde 1963, foi proclamado pelo Presidente da República Federal como “Dia Nacional da Memória do Povo Alemão”.
Em
meados da década de 1960, quando se desvaneceu a esperança de que as duas
Alemanhas um dia se reunissem, essa data se tornou mais um feriado e um dia de
recreação do que um dia para considerar a unidade nacional. No ano de 1990, o “Dia
da Unidade Alemã” foi celebrado duas vezes, nesta data e em 3 de outubro. Na
Alemanha Oriental, o Dia da Fundação em 1949 foi celebrado em 7 de
outubro como Dia da República, até o 40º aniversário em 1989. Em 3 de novembro
de 2004, o Chanceler Federal, Gerhard Schröder, sugeriu que o “Dia da Unidade
Alemã” fosse celebrado em um domingo, meramente “por razões econômicas”. Em vez
de 3 de outubro, a Reunificação Nacional deve ser celebrada no primeiro domingo
de outubro. Esta sugestão recebeu muitas críticas de vários lados, entre eles
do presidente federal Horst Köhler (2004-2010) e também do presidente do Bundestag,
Wolfgang Thierse. A demanda preocupou parte da população urbana, pois o
descontentamento com o aumento da jornada de trabalho seria visto como uma
provocação e assim como de “desvalorização do feriado nacional”. Fixar o Dia da
Unidade no primeiro domingo de outubro significaria que às vezes caía em 7 de
outubro, que por acaso era o dia nacional da Alemanha Oriental; esta data teria
sido vista como uma comemoração da divisão da Alemanha, e não da reunificação.
A ideia foi abandonada após um debate curto, mas também furioso. As capitais
estaduais e outras cidades costumam ter festividades adicionais. O Oktoberfest
festival da cerveja em Munique, que tradicionalmente é executado até o primeiro
domingo de outubro, agora ocorre até 3 de outubro, se o domingo em questão cai
no primeiro ou segundo dia de outubro. As comemorações na cidade-sede sempre
incluem festa e show pirotécnico.
Bibliografia
geral consultada.
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