sábado, 1 de abril de 2023

Ana Carolina & Seu Jorge – Consciência & Questão do Olhar.

                                 “Não pretendemos que toda convicção forte seja necessariamente intolerante”. Émile Durkheim

Ana Carolina Souza nasceu em Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais em 9 de setembro de 1974. É cantora profissional, compositora, produtora e multi-instrumentista brasileira. Conquistou 8 vezes o Prêmio Multishow de Música Brasileira, 3 vezes o Troféu Imprensa e uma vez o Prêmio TIM de Música. O Prêmio da Música Brasileira é uma premiação da música popular brasileira. Idealizado em 1987 por José Maurício Machline, diretor de marketing, cantor e apresentador. Autor do livro Eu Não Acredito em Religião, é o criador do Prêmio da Música Brasileira, idealizado como maior premiação da música brasileira. A premiação inicialmente era reconhecida pelos nomes de seus patrocinadores. Antes se chamou Prêmio Sharp (1987), e manteve esse nome por mais de uma década – até 1998, Prêmio Caras e Prêmio TIM de Música, até assumir a denominação atual. Em 1995 a Sharp criou também um prêmio para excelência no teatro brasileiro. No entanto, quando o Prêmio Sharp de Música iria para sua 12ª edição, e o Prêmio Sharp de Teatro, para sua 5ª edição, em 1999, a crise mundial daquele ano impediu que a cerimônia fosse realizada. A lista dos vencedores chegou a ser divulgada, mas estes receberam apenas um prêmio simbólico, sem a festa de entrega. Não foi realizado em 2000 e 2001. Em 2002, transformou-se em Prêmio Caras, patrocinado pela revista de mesmo nome. Tornou-se o Prêmio TIM de Música, sendo patrocinado pela operadora telefônica TIM até 2008. Em 2009 o prêmio teve produção independente e contou com o apoio de toda a classe artística brasileira. 

A partir de 2009, em sua 20ª edição, ganha o nome definitivo de Prêmio da Música Brasileira, e em 2010 segue com o mesmo nome, tendo como patrocinadora a Vale do Rio Doce S. A. mineradora multinacional e das maiores operadoras de logística do país. É uma das maiores empresas de mineração do mundo e também a maior produtora de minério de ferro, de pelotas e de níquel. A empresa também produz manganês, ferroliga, cobre, bauxita, potássio, caulim, alumina e alumínio. No setor de energia elétrica, participa em consórcios e opera nove usinas hidrelétricas, no Brasil, no Canadá e na Indonésia. Em 2008, a empresa chegou a ser a 33° maior do mundo de acordo com o Financial Times (2008) e a maior do Brasil em volume de exportações. Em 2009, a marca e o nome de fantasia da empresa deixaram de ser Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e passaram a ser apenas Vale S.A, nome pelo qual sempre foi reconhecida nas bolsas de valores. O Prêmio da Música Brasileira tem, de acordo com seus criadores, dois objetivos: 1) premiar a variedade imensa de manifestações musicais do país, incentivando a descoberta de novos talentos, e, 2) propiciar encontros produtivos entre as várias tendências da música contemporânea nativa procurando a mais alta qualidade em todas as vertentes da nossa música. O projeto se destaca desde sua criação pela relevância no contesto cultural e foi apoiado/patrocinado por nomes como Sharp, TIM, a revista Caras e em 2010, a Vale. A votação é realizada por um corpo de jurados formado por nomes  representativos da diversidade musical, e a eleição do premiado em cada categoria se baseia estritamente no mérito artístico de cada artista e/ou obra. Por fim, cada edição homenageia os nomes importantes na Música Popular Brasileira (MPB) da atualidade e do passado recente.   

Em 1998, Ana Carolina se apresentou no Hipódromo e no bar Mistura Fina; na plateia estava Luciana, a neta de Vinicius de Moraes (1913-1980), poeta, dramaturgo, jornalista, diplomata, cantor e compositor brasileiro. Poeta essencialmente lírico, o que lhe renderia o apelido “Poetinha”, que lhe teria atribuído o amigo e maestro Tom Jobim, notabilizou-se pelos seus sonetos, a qual entregou uma “fita demo”, uma gravação musical “demonstrativa amadora”, feita em estúdio (ou não), sem vínculo com gravadoras, para estudos musicais, ou primeiras propostas do que futuramente pode vir a ser obra ou um álbum de música. Depois de quinze dias, Ana Carolina estava com proposta de duas gravadoras, contudo, assinou o contrato com a Bertelsmann Music Group (BMG). Isso fez com que ela se mudasse para o Recreio dos Bandeirantes, um bairro nobre da Zona Oeste do município do Rio de Janeiro, fazendo parte da região administrativa da Barra da Tijuca. Possui uma área territorial de 30.655 km², sendo conhecido pelas praias, pelo ambientalismo, organização e segurança e começasse a produzir o primeiro álbum, Ana Carolina. Duas canções desse trabalho foram parar em duas trilhas sonoras contínuas de novelas da rede Globo de televisão: “Garganta” (1999), “Andando nas Nuvens” (1999), “Tô Saindo” (1999/2000) e “Vila Madalena” (2000). O caso da música “Nada pra Mim”, inédita composta por John, do mineiro Pato Fu, integrou a trilha de Malhação, em 2000, em que foi indicada à primeira edição do Grammy Latino, na categoria brasileira de Melhor Álbum Pop Contemporâneo.

Ana Carolina obteve Disco de Ouro pelas 250 mil cópias, “a grande promessa da  MPB”, comparada com Cássia Eller (1962-2001) e Zélia Duncan. O original prêmio Disco de Ouro era consagrado aos artistas por suas gravadoras para divulgar 1 milhão de cópias vendidas. Bertelsmann Music Group foi uma das seis divisões da empresa Bertelsmann, formada em 1987 para englobar as atividades merceológicas relacionadas às gravações musicais da empresa. Com o tempo social, a mesma se expandiu com a aquisição de diversos selos, como a RCA Records. Não por acaso, o primeiro destes prêmios foi dado pela RCA para Glenn Miller em fevereiro de 1942, “comemorando” as vendas no mercado fonográfico de 1.200.000 cópias de “Chattanooga Choo Choo”. Quando Miller recebe o primeiro Disco de Ouro da história social, pela venda de mais de 1 milhão de cópias do 78rpm com a canção, o primeiro prêmio na realidade “não era de ouro”, mas apenas “banhado a ouro”, constituindo mais uma mistificação ideológica do capital que Marx nomeou “fetiche da mercadoria: seu segredo” (2013: 146). Inicialmente, a mercadoria apareceu-nos como um duplo valor. Demonstrou-se que o trabalho, na medida em que se expressa no valor, não possui os mesmos traços como valor de uso. Essa natureza dupla do trabalho contido na mercadoria foi demonstrada através da análise materialista e dialética da história. 

Do que se trata então? Ora, em primeiro lugar, da questão das interpretação sociológica do olhar que através do valor de uso satisfaz uma necessidade específica. Para produzi-lo, é necessário um tipo determinado de atividade produtiva, à qual é determinada por seu escopo, modo de operar, objeto, meios de trabalho e resultado social. O trabalho, cuja utilidade se representa, assim, no valor de uso de seu produto, ou no fato de que seu produto é um valor de uso, chama-se resumidamente, de trabalho útil. Sob esse ponto de vista, ele será sempre considerado em relação a seu efeito útil. Isto porque no conjunto dos diferentes valores de uso no mercado capitalista, ou corpos de mercadorias aparece um conjunto igualmente diversificado, dividido segundo o gênero, a espécie, a família e a subespécie, de diferentes trabalhos úteis – uma divisão social do trabalho. Tal divisão é condição de existência da produção de mercadorias, embora esta última não seja, inversamente, a condição de existência da divisão social do trabalho. Na antiga comunidade indiana, o trabalho é socialmente dividido sem que os trabalhos se tornem mercadorias. Ou, para citar um exemplo neste aspecto social, diz Marx (2013), em cada fábrica o trabalho é sistematicamente dividido, mas essa divisão não implica que os trabalhadores troquem entre si seus produtos individuais. Apenas produtos privados, separados e mutuamente independentes uns dos outros confrontam-se como mercadorias.

Em verdade valores de uso não podem se confrontar como mercadorias se neles não residem trabalhos úteis qualitativamente diferentes. Numa sociedade cujos produtos assumem genericamente a forma de mercadoria, isto é, numa sociedade de produtores de mercadorias, essa diferença qualitativa dos trabalhos úteis, executados separadamente uns dos outros como negócios privados de produtores independentes, desenvolve-se como um sistema complexo, a saber: uma divisão social do trabalho. A tese marxista configura-se da seguinte forma. Como criador de valores de uso, como trabalho útil é, assim, uma condição de existência do homem, independente de todas as formas sociais, eterna necessidade natural de mediação do metabolismo entre homem e natureza e, portanto, da vida humana. Casaco e linho, por exemplo, não são apenas valores em geral, mas valores de determinada grandeza, e, de acordo com a nossa suposição, segundo Marx, “o casaco tem o dobro do valor referido ao preço do linho”. De onde provém essa diferença de suas grandezas de valor? Do fato de que o linho contém somente a metade do tempo de trabalho contido no casaco, pois a produção do último requer-se um dispêndio de força de trabalho durante o dobro do tempo necessário à produção do primeiro. Se em relação ao valor de uso o trabalho contido na mercadoria vale qualitativamente, em relação à grandeza de valor ele vale apenas quantitativamente, depois de ter sido reduzido a trabalho sem qualquer outra qualidade técnica e social. Lá, trata-se do “como” e do “quê” do trabalho; aqui, trata-se de “quanto”, de sua duração. Como a grandeza do valor de uma mercadoria expressa apenas a quantidade de trabalho dispendido nela contida, as mercadorias devem, em dadas proporções, ser sempre valores da mesma grandeza. 

Em segundo lugar, historicamente durante a época clássica, houve, durante a Época Clássica, uma descoberta do corpo como objeto e alvo de poder. Neste sentido, para Foucault (2014: 134 e ss.), encontraríamos facilmente sinais dessa grande atenção dedicada então ao corpo – ao corpo que se manipula, modela-se e treina-se, que obedece, responde, torna-se hábil ou cujas forças se multiplicam. O grande livro do homem-máquina foi escrito simultaneamente em dois registros: no anátomo-metafísico, cujas primeiras páginas haviam sido escritas por Descartes e que os médicos, os filósofos continuaram; o outro, técnico-político, constituído por um conjunto de regulamentos militares, escolares, hospitalares e processos empíricos e refletidos para controlar ou corrigir as operações do corpo. Dois registros bem distintos, pois se tratava ora de submissão e utilização, ora de funcionamento e de explicação: corpo útil, corpo inteligível. E entretanto, de um ao outro, pontos de cruzamentos. “O homem-máquina” de La Mettrie é ao mesmo tempo, segundo Foucault, uma redução materialista da alma e uma teoria geral do adestramento, no centro dos quais reina a noção de “docilidade” que une ao corpo analisável o corpo manipulável. É dócil um corpo que pode ser submetido, que pode ser utilizado, que pode ser transformado e aperfeiçoado. Os famosos autômatos, por seu lado, não eram apenas uma maneira de ilustrar o organismo; eram também bonecos políticos, modelos reduzidos de poder: obsessão de Frederico II, rei minucioso das pequenas máquinas, regimentos bem trinados e dos longos exercícios. 

Nesses esquemas de docilidade, em que o século XVIII teve tanto interesse, pergunta Foucault: o que há de novo? Não é a primeira vez, certamente, que o corpo é objeto de investimentos imperiosos e urgentes; em qualquer sociedade o corpo está preso no interior de poderes muito apertados, que lhe impõem limitações, proibições ou obrigações. Muitas coisas, entretanto, são novas nessas técnicas. A escala, em primeiro lugar, do controle: não se trata de cuidar do corpo, em massa, grosso modo, como se fosse uma unidade indissociável, mas trabalhá-lo detalhadamente; de exercer sobre ele uma correção sem folga, de mantê-lo ao mesmo nível da mecânica – movimentos, gestos, atitude, rapidez: poder infinitesimal sobre o corpo ativo. O objeto, em seguida, do controle: não, ou não mais, os elementos significativos do comportamento ou a linguagem do corpo, mas a economia, a eficácia dos movimentos, sua organização interna; a coação se faz mais sobre as forças que interagem que sobre os sinais; a única cerimônia que realmente importa é a do exercício. A modalidade, enfim: implica uma coerção ininterrupta, constante, que vela sobre os processos da atividade mais que sobre seu resultado e se exerce de acordo com uma codificação que esquadrinha ao máximo o tempo, o espaço, os movimentos.

Isto é, se a exploração econômica separa a força de trabalho e o produto do trabalho, digamos que a coerção disciplinar estabelece no corpo o elo entre uma aptidão aumentada e uma dominação acentuada. A “invenção” dessa nova anatomia política não deve ser entendida como uma descoberta súbita. Mas como uma multiplicidade de processos muitas vezes mínimos, de origens diferentes, de localizações esparsas, que se recordam, se repetem, ou se imitam, apoiam-se uns sobre os outros, distinguem-se segundo seu campo de aplicação, entram em convergência e esboçam aos poucos a fachada de um método geral. Encontramo-los em funcionamento nos colégios, muito cedo; mais tarde nas escolas primárias; investiram lentamente no espaço hospitalar; e em algumas dezenas de anos reestruturam a organização militar. Nãos e trata de fazer aqui a história das diversas instituições disciplinares, no que podem ter cada uma de singular. Mas de localizar apenas numa série de exemplos algumas das técnicas essenciais que se generalizam mais facilmente. Técnicas sempre minuciosas, muitas vezes íntimas, mas que têm sua importância: porque definem certo modo de investimento político e detalhado do corpo, uma nova “microfísica” do poder; e porque não cessaram, desde o século XVII, de ganhar  campos, como se tendessem a cobrir o corpo social inteiro.

 Esses métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo, que realizam a sujeição constante de suas forças e lhes impõem uma relação de docilidade-utilidade são o que podemos chamar as “disciplinas”. Muitos processos disciplinares existiam há muito tempo: nos conventos, nos exércitos, nas oficinas também. Mas as disciplinas se tornaram no decorrer dos séculos XVII e XVIII fórmulas gerais d dominação. O corpo humano entra numa maquinaria de poder que o esquadrinha, o desarticula e o recompõe. Uma “anatomia política”, que é também igualmente uma “mecânica de poder”, está nascendo; ela define como se pode ter domínio sobre o corpo dos outros, não simplesmente para que façam o que se quer, mas para que operem como se quer, com as técnicas segundo a rapidez e a eficácia que se determina. A disciplina fabrica assim corpos submissos exercitados, chamados corpos “dóceis”. A disciplina aumenta as forças do corpo em termos econômicos de utilidade e diminui essas mesmas forças em termos políticos de obediência. Ela dissocia o poder do corpo; faz dele por um lado uma “aptidão”, uma “capacidade” que ela procura aumentar; e inverte por outro lado, a energia, a potência que poderia resultar, e faz dela a relação de sujeição estrita. Uma mercadoria aparenta ser, à primeira vista, uma coisa óbvia, trivial. 

Sua análise resulta em que ela é uma coisa muito intrincada, plena de sutilezas metafísicas e melindres teológicos. Quando é valor de uso, nela não há nada de misterioso, quer consideremos do ponto de vista de que satisfaz necessidades humanas por meio de suas propriedades, quer do ponto de vista de que ela só recebe essas propriedades como produto do trabalho humano. É evidente que o homem, por meio de sua atividade, altera as formas das matérias naturais de um modo que lhe é útil. Por exemplo, a forma da madeira é alterada quando dela se faz uma mesa. No entanto, a mesa continua sendo madeira, uma coisa sensível e banal. Mas tão logo aparece como mercadoria, ela se transforma numa coisa sensível-suprassensível. Ela não só se mantém com os pés no chão, mas põe-se de “cabeça para baixo diante e todas as outras mercadorias, e em sua cabeça de madeira nascem minhocas que nos assombram muito mais do que se ela começasse a dançar por vontade própria”. O caráter místico da mercadoria não resulta, portanto, de seu valor de uso. Tampouco resulta do conteúdo das determinações de valor, pois, em primeiro lugar, por mais distintos que possam ser os trabalhos úteis ou as atividades produtivas, é uma verdade fisiológica que eles constituem funções humanas e que cada uma dessas funções, seja qual for seu conteúdo e sua forma, é essencialmente dispêndio de energia do cérebro, dos nervos, dos músculos e órgãos sensoriais etc. 

Em segundo lugar, no que diz respeito àquilo que se encontra na base da determinação da grandeza de valor – a duração desse dispêndio ou a quantidade do trabalho – a quantidade é claramente diferençável da qualidade de trabalho. Sob quaisquer condições sociais, o tempo de trabalho requerido para a produção dos meios de subsistência havia de interessar aos homens, embora não na mesma medida em diferentes estágios e desenvolvimento.  Por fim, tão logo os homens trabalham uns para os outros de algum modo, seu trabalho também assume uma forma preponderantemente social. Daí a questão da centralidade do trabalho na reprodução das relações. De onde surge, portanto, o caráter enigmático do produto do trabalho, assim que ele assume a forma-mercadoria? Ele surge dessa própria forma. A igualdade dos trabalhos humanos assume a forma material da igual objetividade de valor dos produtos do trabalho; a medida do dispêndio da força humana de trabalho por meio de sua duração assume a forma da grandeza de valor dos produtos do trabalho; finalmente, as relações entre os produtores, nas quais se efetivam aquelas determinações, assumem a forma de uma relação social entre os produtos do trabalho.               

O caráter misterioso da forma-ercadoria consiste, portanto, simplesmente no fato de que ela reflete aos homens os caracteres sociais de seu próprio trabalho como caracteres objetivos dos próprios produtos do trabalho, como propriedades sociais que são naturais a essas coisas e, por isso, reflete também a relação social dos produtores com o trabalho total como uma relação social entre objetos, existente à margem dos produtores. É desse quiproquó que os produtos do trabalho se tornam mercadorias, coisas sensíveis-suprassensíveis ou sociais. A impressão luminosa de uma coisa sobre o nervo óptico não se apresenta, pois, como um estímulo subjetivo do próprio nervo óptico, mas como uma forma objetiva de uma coisa que está fora do olho humano. No ato de ver, porém, a luz de uma coisa, de um objeto externo, é efetivamente lançada sobre outra coisa, o olho. Trata-se de uma relação física entre coisas físicas. Entretanto, já a forma-mercadoria e a relação em que ela se representa não tem. Ao contrário, absolutamente nada a ver com sua natureza física e as relações materiais que dela resultam. É apenas uma relação determinada entre os próprios homens que aqui assume, cooperativamente, a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas.

Desse modo, para encontrar uma analogia, lembra Marx, temos de nos refugiar na região nebulosa do mundo religioso. Aqui, os produtos do cérebro parecem dotados de vida própria, como figuras independentes que travam relação umas com as outras e com os homens. Assim se apresentam, no mundo das mercadorias, os produtos da mão humana. A isso, diz Marx, eu chamo de fetichismo que se cola aos produtos do trabalho tão logo eles são produzidos como mercadoria e que, por isso, é inseparável da produção de mercadorias. Esse caráter fetichista do mundo das mercadorias surge do caráter social peculiar do trabalho que produz mercadorias. Enfim, os objetos de uso só se tornam mercadorias porque são produtos de trabalhos privados realizados independentemente uns dos outros. O conjunto desses trabalhos privados constitui o trabalho social total. Como os produtores só travam contato social mediante a troca de seus produtos do trabalho, os caracteres especificamente sociais de seus trabalhos privados aparecem apenas no âmbito dessa troca. Ou, dito de outro modo, os trabalhos privados só atuam efetivamente como elos do trabalho social total por meio das relações que a troca estabelece entre os produtos do trabalho e, por meio destes, também entre os produtores.

A estes últimos, as relações sociais entre seus trabalhos privados aparecem como aquilo que eles são, isto é, “não como relações diretamente sociais entre pessoas em seus próprios trabalhos, mas como relações reificadas entre pessoas e relações sociais entre coisas”. A partir desse momento, os trabalhos privados dos produtores assumem, de fato, um duplo caráter social. Por um lado, como trabalhos úteis determinados, eles têm de satisfazer uma determinada necessidade social, e desse modo, conservar a si mesmos como elos do trabalho total, do sistema natural-espontâneo da divisão social do trabalho. Portanto, os homens não relacionam entre si seus produtos do trabalho como valores por considerarem essas coisas meros invólucros materiais de trabalho humano de mesmo tipo. Ao contrário. Porque equiparam entre si seus produtos de diferentes tipos na troca, como valores, eles equiparam entre si seus diferentes trabalhos como trabalho humano. Eles não sabem disso, mas fazem. A descoberta tardia de que os produtos do trabalho, como valores, são meras expressões materiais do trabalho dispendido em sua produção fez época na história do desenvolvimento da humanidade, mas de algum modo elimina a aparência objetiva contida no âmbito do caráter social do trabalho.

Em 2001, Ana Carolina – mutatis mutandis - fez composições e interpretou uma canção para o longa-metragem “Amores Possíveis” (2000), “Velas e Vento” e “Margem da Pele”, esta última é interpretada por Paula Lima. Em abril do mesmo ano, o segundo álbum, Ana Rita Joana Iracema e Carolina, com onze letras compostas por ela e, as várias mulheres criadas por Chico Buarque, fazem parte do título do álbum, como uma homenagem que a cantora faz ao grande ídolo. O álbum vendeu 100 mil cópias, e ficou com duas semanas com o 2° mais vendido do Rio de Janeiro e São Paulo e, em 15 dias foi contemplado com o Disco de Ouro, depois de Platina, ultrapassando a marca de 300 mil cópias. – “Quem de Nós Dois” (La Mia Storia Tra le Dita), versão de Ana e Dudu Falcão para um sucesso italiano dos anos 1990, que fez parte da trilha sonora da rede Globo de televisão de mais uma novela das 7, melhor dizendo 19: 00 Um Anjo Caiu do Céu. Em agosto de 2003, lança o terceiro álbum, “batizado”, na falta de melhor expressão, de Estampado, em que a cantora diz que ele tem a sua cara. O disco é mais envolvido pela batida de ritmo rock ìn’roll um violão “nervoso” de Ana guia todos os batimentos; são 13 canções próprias e novos parceiros, como Chico César e Seu Jorge. Seu álbum de estreia na carreira artística foi lançado em 1999, vendendo cinco milhões de discos consagrando-se como uma das cantoras que mais vendeu na década de 2000.

O primeiro álbum, Ana Carolina, lançou o single “Garganta”, como marca da carreira. Com os sucessivos álbuns lançados, Ana Carolina conta com inúmeras canções de sucesso, dentre as quais: “Quem de Nós Dois”, “Encostar Na Tua”, “Uma Louca Tempestade”, “Rosas” e “Carvão”. Em 28 de novembro de 2005, a partir do projeto social promovido pela casa Tokio Marine Hall, anteriormente reconhecido como Tom Brasil e HSBC Brasil, é uma tradicional casa de espetáculos localizada na Chácara Santo Antônio, distrito de Santo Amaro, São Paulo. A casa possui capacidade de utilidade de uso de plateia e público para até 4 mil pessoas na pista. O palco ocupa 250 m² de área, 22 metros de altura e 9 metros de boca de cena.  Ana Carolina e Seu Jorge lançaram, juntos, um álbum, Ana & Jorge: Ao Vivo, desse, foram extraídas as canções “Pra Rua Me Levar” e, o grande sucesso, “É Isso Aí (The Blower's Daughter)”. Em 2009, a cantora completou 10 anos de carreira, lançando o álbum N9ve, no qual destaca-se a canção: “Entreolhares (The Way You’re Looking at Me)”, num dueto com o cantor, compositor e pianista norte-americano John Legend. A canção alcançou o topo da Billboard Hot Songs (Rio de Janeiro), e o 34° na Billboard Hot 100 Airplay. No mesmo ano, lançou a coletânea de canção, Ana Carolina + Um, com duas canções inéditas e participação de vários cantores, entre eles, Maria Gadú, Maria Bethânia, Roberta Sá, Totonho Villeroy, entre outros. Nesse mesmo ano, a cantora iniciou a turnê mundial do álbum. Em 2015 foi lançado em DVD a gravação do Show #AC, gravado em 25 de outubro de 2014 em São Paulo. E em 2016, a cantora retomou a parceria com o cantor Seu Jorge, lançando a música “Mais Uma Vez (nós dois)” e saindo com a turnê Ana & Jorge pelo Brasil, para alegria dos fãs que esperaram 11 anos para rever essas duas estrelas da música brasileira juntas, novamente.

A Turnê inicia em 9 de setembro de 2009 - dia em que a cantora completa 35 anos -, no Citibank Hall, no Rio de Janeiro. No dia 22 de agosto de 2009 Ana cantou o primeiro single do álbum, Entreolhares, no programa assistencialista “Criança Esperança”. Do ponto de vista comunicativo, segundo Almeida (2005: 40) “a comunicação é um elemento mais flexível, através do qual a empresa pode escolher e direcionar as mensagens a serem transmitidas a cada segmento de público. Por outro lado, se as mensagens não forem coerentes e consistentes, com seu comportamento isso pode gerar falhas na percepção de seus stakeholders. Num certo sentido, o processo de comunicação faz as escolhas das características da identidade organizacional e as traduz para os stakeholders internos e externos”.  Uma nota no seu site oficial da cantora Ana Carolina informa que a data de início da turnê não será mais 9 de setembro e, tempos depois, o fã-clube Donana Carolina divulgou, através do site, twitter e de seu próprio blog as datas do evento. A turnê de N9ve começou no dia 14 de novembro, em São Paulo e internacionalmente passou por maravilhosas cidades do mundo ocidental, como Londres, Paris, Lisboa, Zurique, entre outras. O álbum chegou no Top 30 de álbuns mais vendidos na 16° posição, e saltou para o 10° lugar na segunda semana. 

Na terceira subiu ainda mais para #9 e depois para #7. Na quinta semana, onde já se contabilizou mais de 85 mil cópias vendidas, o álbum subiu para #4. Entreolhares (The Way You’re Looking at Me): É o primeiro single oficial do álbum que conta com a participação do cantor e compositor norte-americano John Legend. O single chegou às rádios dia 29 de julho de 2009. O primeiro single oficial alcançou a posição 57 na primeira semana e já chegou na posição #11 de acordo com o Hot 100 Brasil, se tornando mais um hit para Ana. N9ve, contém parceria de vários artistas, como a do samba “Torpedo”, composta por Gilberto Gil, a quem Ana é fã, John Legend que canta em “Entreolhares”, a cantora italiana Chiara Civello, que compôs com Ana Carolina as faixas: “10 Minutos”, “8 Estórias”, “Traição” e “Resta”, também cantada por Civello e Ana Carolina, ainda estão na lista de participações a contrabaixista norte-americana Esperanza Spalding, que faz participação especial em “Traição”. Nesse trabalho, Ana Carolina, preferiu não se ocupar com a questão técnica da produção que, foi “escolhida a dedo por ela”, ficando na responsabilidade de Kassin, Mario Caldato e Alê Siqueira, que trouxeram alguns músicos, como o baixista Alberto Continentino, João Parahyba na percussão e, nos teclados, Donatinho. Em entrevista à revista Quem, Ana disse que o álbum N9ve teria 10 faixas. Mas, a décima faixa é um blues e, segundo ela, “seria um ET no meio de tudo”.

Na literatura especificamente sociológica e filosófica contemporânea sobre o tema interessa-nos duas questões de caráter particular. Em primeiro lugar, a palavra função é empregada de duas maneiras bastante diferentes. Ora designa um sistema de movimentos vitais, fazendo-se abstração das suas consequências, ora exprime a relação de correspondência que existe entre esses movimentos e algumas necessidades do organismo. Assim, fala-se da função de digestão, de respiração, etc.; mas também se diz que a digestão tem por função presidir à incorporação no organismo das substâncias líquidas ou sólidas destinadas a repartir as perdas; que a respiração tem por função introduzir nos tecidos do animal os gases necessários à manutenção da vida etc. é nessa segunda acepção que Émile Durkheim (2010) entende a palavra. Isto quer dizer o seguinte, perguntar-se qual é a função da divisão do trabalho é, portanto, procurar a que necessidade corresponde; quando tivermos resolvido essa questão, poderemos ver se essa necessidade é da mesma natureza que aquelas a que correspondem outras regras de conduta cujo caráter moral não é discutido. A escolha desse objeto é decisiva, caso contrário qualquer outro seria inexato ou equívoco. Sociologicamente, não podemos empregar o de objetivo ou de objeto e falar do fim da divisão do trabalho, porque seria supor que a di-visão existe tendo em vista os resultados que vamos determinar.

A palavra papel ou função tem a grande vantagem de impedir que essa ideia, mas sem nada prejulgar quanto à questão de saber como essa correspondência se estabeleceu, se ela resulta de uma adaptação intencional e preconcebida ou de um ajuste a posteriori. O que nos importa é saber se ela existe e em que consiste, não se foi pressentida de antemão, nem se foi sentida ulteriormente. Melhor dizendo, por aumentar ao mesmo tempo a força produtiva e a habilidade do trabalhador, ela é condição necessária do desenvolvimento intelectual e material das sociedades; é a fonte da civilização. Por outro lado, como se presta de bom grado à civilização um valor absoluto, se quer se pensa em procurar outra função para a divisão do trabalho. A consciência moral das nações não se engana quanto a esse ponto: ela prefere um pouco de justiça a todos os aperfeiçoamentos industriais do mundo. A atividade industrial tem sua razão de ser, ela corresponde a necessidades, mas essas necessidades não são morais. E, com maior razão, o mesmo vale para a arte que é absolutamente refratária a tudo o que parece uma obrigação, porque é o domínio da liberdade. É para Durkheim, um luxo em adorno que talvez seja bonito ter, mas que não se poder ser obrigado a adquirir: o que é supérfluo não se impõe. A arte corresponde à necessidade que temos d difundir nossa atividade sem objetivo, pelo prazer de difundi-la, enquanto a moral nos obriga a seguir determinada direção ao objetivo e quem diz obrigação diz, com isso, coerção.   

De todos os elementos da civilização, a ciência é o único que, em certas condições, apresenta um caráter moral. De fato, as sociedades tendem cada vez mais a considerar um dever para o indivíduo desenvolver sai inteligência, assimilando as verdades científicas que são estabelecidas. Há, desde já, certo número de conhecimentos que todos devemos possuir. Ninguém é obrigado a se lançar no grande turbilhão industrial; ninguém é obrigado a ser artista, mas todo o mundo, agora, é obrigado a não ser ignorante. Essa obrigação é, inclusive, sentida com tamanha força que, em certas sociedades não é apenas sancionada pela opinião pública, mas pela lei. Aliás, não é impossível entrever de onde vem esse privilégio especial da ciência. É que a ciência nada mais é que a consciência elevada a seu mais alto ponto de clareza. Para que as sociedades possam viver nas condições de existência que lhe são dadas, é necessário que o campo da consciência, tanto individual como social, se estenda e se esclareça. Como os meios em que elas vivem se tornam cada vez mais complexos e, por conseguinte, cada vez mais móveis, para durar é preciso que elas mudem com frequência. Por outro lado, afirma Durkheim, quanto mais obscura uma consciência, mais é refratária à mudança, por que não vê depressa o bastante que é necessário mudar, nem em que sentido é preciso mudar; ao contrário, uma consciência esclarecida sabe preparar de antemão a maneira de se adaptar a essa mudança.

Eis porque é necessário que a inteligência guiada pela ciência adquira uma importância maior no curso da vida coletiva. Mas a ciência que todo o mundo é assim chamado a possuir não merece ser designada por esse nome. Não é a ciência, é no máximo sua parte comum e mais geral. De fato, ela se reduz a um pequeno número de conhecimentos indispensáveis, que só são exigidos de todos por estarem ao seu alcance.  A ciência propriamente dita supera infinitamente esse nível vulgar. Ela não compreende apenas o que é vergonhoso ignorar, mas tudo o que é possível saber. Ela não supõe apenas, nos que a cultivam, essas faculdades médias que todos os homens possuem, mas disposições especiais. Por conseguinte, não sendo acessível a uma elite, não é obrigatória; é uma coisa útil e bela, mas não é necessária a ponto de a sociedade reclamá-la imperativamente. É vantajoso estar munido dela; nada há de imoral em não a adquirir. É um campo de ação aberto à iniciativa de todos, mas em que ninguém é obrigado a entrar. Não se é mais obrigado a ser um sábio do que um artista. A ciência está, pois, como a arte e a indústria, fora da moral.  Se tantas controvérsias se produziram acerca do caráter moral da civilização é porque, com demasiada frequência, os moralistas não têm critério objetivo para distinguir os fatos morais dos fatos que não o são nessa medida. 

Costuma-se qualificar de moral tudo o que o que tem alguma nobreza e algum preço, tudo o que é objeto de aspirações um tanto elevadas, e é graças a essa excessiva abrangência da palavra que se fez a civilização entrar na moral. Mas o domínio do nível ético está longe de ser tão indeterminado; ele compreende todas as regras de ação que se impõem imperativamente à conduta e a que está vinculada uma sanção, mas não vai além disso. Por conseguinte, já que nada há na civilização que apresente esse critério de moralidade, ela é moralmente indiferente. Portanto, se a divisão do trabalho social não tivesse outro papel além de tornar a civilização possível, ela participaria da mesma neutralidade moral. Foi por não se ter geralmente atribuído à divisão do trabalho outra função que as teorias propostas para ela são a tal ponto inconsistentes. De fato, supondo-se que exista uma zona neutra em moral, é impossível que a divisão do trabalho dela faça parte. Se ela não é boa, é ruim; se não é moral, é uma decadência moral. Portanto, se la não serve para outra coisa, cai-se em insolúveis antinomias, porque as vantagens econômicas que ela apresenta são compensadas por inconvenientes morais, e como é impossível subtrair uma da outra essas duas quantidades heterogêneas e incomparáveis, nãos e poderia dizer qual das duas leva a melhor sobre a outra, nem, por conseguinte, tomar um partido. Invocar-se-á o primado da moral para condenar radicalmente a divisão do trabalho. Mas não apenas essa última ratio é sempre um golpe de Estado científico, como a evidente necessidade da especialização torna tal posição impossível de ser sustentada. Se a divisão do trabalho não cumpre outro papel, ela não só não tem caráter moral, como não se percebe que a razão evidentemente possa vira a ter. 

     Jorge Mário da Silva nasceu na cidade de Belford Roxo, município da Baixada Fluminense, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro. Está localizado ao Norte da capital do estado, distando desta cerca de 20 km, e estende-se por uma área de cerca de 79 km², em 8 de junho de 1970, sendo reconhecido pelo nome artístico de Seu Jorge, é um ator, cantor, compositor e multi-instrumentista de MPB, R&B, samba e soul music. Primogênito de quatro filhos, Seu Jorge teve uma infância dura no bairro Gogó da Ema, em Belford Roxo. Começou a trabalhar com dez anos de idade em uma borracharia, primeira de várias ocupações como contínuo, marceneiro e descascador de batatas em um bar. As variadas profissões nunca ofuscaram o seu verdadeiro desejo de se tornar músico. Desde adolescente, frequentava as rodas de samba cariocas acompanhando o pai e os irmãos em bailes funks e “bailes charmes” da periferia, e cedo começou a se profissionalizar cantando na noite. Serviu ao Exército Brasileiro em 1989-1990, no Rio de Janeiro, no Depósito Central de Armamento onde fez curso de corneteiro militar no 2º Batalhão de Infantaria Motorizada (Escola), conhecido como Regimento Avaí, representa uma unidade do Exército Brasileiro, localizada no Rio de Janeiro, na capital do estado do Rio de Janeiro e vinculada ao Grupamento de Unidades-Escola da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada, sediado na mesma cidade, mas “não se adaptou à vida militar e acabou sendo expulso, em janeiro de 1990”. Foi aí que, neste ano, a morte trágica de seu irmão Vitório em uma chacina levou a família à desestruturação, e Seu Jorge acabou virando sociologicamente um arquétipo de “sem-teto por cerca de três anos”.

A virada se deu quando Gabriel Moura, sobrinho do clarinetista Paulo Moura, convidou-o para participar de um espetáculo intitulado: A Saga da Farinha, do qual Gabriel era o diretor musical. Participou de mais de 20 espetáculos com a Companhia de Teatro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, como cantor e ator. Seu Jorge dormiu no teatro, entre 1993 e 1997, ano em que passou a integrar a banda Farofa Carioca. Com a formação da banda foi que lançou seu primeiro compact disc em 1998 com uma mistura dos ritmos de artistas negros de várias partes do mundo, como samba, reggae, jongo, funk e rap. Deste período em diante, Seu Jorge teve sua carreira engrenada e dentre vários projetos, como um disco de tributo a Tim Maia (1942-1998) e a participação em estúdio, bem como a turnê da banda brasileira Planet Hemp, em 2000. Participou cinematograficamente também em diversos filmes em sua carreira, como Cidade de Deus, The Life Aquatic, Tropa de Elite 2, The Escapist, E Aí Comeu? entre outros. Seu Jorge é sobrinho de Jovelina Pérola Negra e primo de Dudu Nobre. Ganhou o apelido do amigo Marcelo Yuka (1965-2019). Em 2012 participou da Cerimônia de Encerramento das Olimpíadas de Londres, no segmento carioca. Cantou as músicas Nem Vem Que Não Tem, de Wilson Simonal e Aquele Abraço, de Gilberto Gil.

Em 2007, aderiu ao Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, reconhecido como “Cansei”, de oposição ao governo Lula, liderado pelo empresário reacionário e futuro prefeito e governador de São Paulo, João Dória. Na ocasião, Seu Jorge declarou: - “O Brasil não me deu nada, não. Pelo Brasil, eu tava na cadeia, no subemprego, sacou? Então, cansei de tudo, qualquer coisa que eu faça é R$ 100 mil, R$ 300 mil de imposto que eu pago”. Em janeiro de 2013, Seu Jorge decidiu mudar-se junto com sua família para Los Angeles com o intuito de se dedicar mais à carreira de ator. Diz que Los Angeles “é a meca da indústria do entretenimento, onde tudo acontece. Todo artista precisa ir rezar lá pelo menos uma vez na vida” Seu Jorge chegou a anunciar que faria Jimi Hendrix (1942-1970), no filme All is By My Side, de John Ridley; mas, afinal, o papel ficou com o cantor Andre 3000, do duo Outkast. Além disso, considera os Estados Unidos da América um lugar melhor para a educar suas filhas. – “Eu precisava ser pai. No Brasil o Seu Jorge estava dentro de casa. Eu não conseguia levar minhas filhas para passear, ir à escola delas sem ter a aclamação do público. Nos Estados Unidos não tem isso. Lá eu tenho uma vida normal de pai, que sai, dá uma volta com o cachorro”. 

Ana & Jorge representa um álbum dos cantores Ana Carolina e Seu Jorge, lançado em compact disc e digital vídeo disc em 2005. No Brasil foi premiado com Disco de Platina Triplo pela Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD), devido as mais de 300 mil cópias vendidas no país. Neste ano, Ana Carolina e Seu Jorge se juntaram para um show marcante no Tom Brasil, atualmente HSBC Brasil, em São Paulo. Naquela apresentação, a dupla interpretou sucessos do repertório de cada um, inéditas e o hit “É Isso Aí” uma versão de The Blower’s Daughter, de Damien Rice, no topo das paradas de sucesso musicais. É um cantor, compositor, produtor musical e músico multi-instrumentista irlandês ex-integrante da banda Juniper de rock irlandesa. Embora com poucos álbuns gravados e modestamente sem fazer muitos shows por ano, tornou-se mundialmente reconhecido com o sucesso The Blower`s Daughter que integrou a trilha sonora do filme Closer, do diretor: Mike Nichols (2005). O filme tem como escopo casais apaixonados, mas de pessoas que machucam os sentimentos de outras e atitudes egoístas tão vitais quanto verdadeiras. É um filme absurdamente humano, um conceito mais amplo do que a complexa questão amorosa, e por isso mesmo muito mais interessante.

A versão musical, intitulada: “É isso aí”, foi gravada pelos cantores Seu Jorge e Ana Carolina. Além dessa, outras canções de Damien Rice estiveram presentes na trilha sonora de outros filmes e séries para televisão. Onze anos depois desse encontro Ana & Jorge – que rendeu o compacto disco triplo de platina e disco digital versátil de diamante com o single de “É Isso Aí” –, Ana e Jorge voltaram a cantar juntos, desta vez, em uma turnê programada em algumas cidades e no Centro Internacional de Convenções do Brasil, na capital Brasília, considerado um dos maiores e modernos espaços de convenções. Damien Rice nascido em Celbridge, em 7 de dezembro de 1973, no condado de Kildare, no interior Irlanda, é um cantor, compositor, produtor musical e músico multi-instrumentista de nacionalidade irlandesa. A liberdade de Rice e sua relação social com a natureza são características do músico permanente desde sua infância. Ainda menino aos seis anos de idade, quando saía para pescar no rio próximo à sua casa, observava a natureza, realizava comparações e registrava as alterações que percebia na realidade.

Essa preocupação com o ambiente e o modo de vida que acabou assumindo devido ao sucesso crescente, geraram conflitos que ele precisava resolver. Em março de 1999, Damien Rice deixou tudo para trás mudou-se para a Toscana, na Itália, vivendo de maneira simples e viajando pela Europa tocando e cantando nas ruas e estações de trem, onde conseguia dinheiro para se manter. A música na vida de Damien Rice é mais do que fonte de renda e de sucesso. É o instrumento pelo qual ele leva suas ideias aos diferentes lugares por onde passa, um veículo que permite ação pacífica na defesa de seus ideais humanitários. Ele se engajou na campanha para a libertação de Aung San Suu Kyi ativista e política birmanesa, vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 1991 e secretária-geral da Liga Nacional pela Democracia em prisão domiciliar em Mianmar. O músico compôs “Unplayed Piano” após uma visita a ela na Birmânia em 2004. Em comemoração ao 63º aniversário de Suu Kyi, em 2008, o single gravado por ele e Lisa foi disponibilizado. Em 2006 fez parte do projeto The Cake Sale, que reunia diversos grupos musicais e artistas solo da Irlanda objetivando angariar fundos para as campanhas “Oxfam” e “Ireland Make Trade Fair”, shows beneficentes especiais foram realizados em Londres para promover a campanha. O projeto social resultou no lançamento de um álbum homônimo, com a inclusão de “Needles”, escrita por Damien e interpretada por Lisa Hannigan. Tanto quanto com os direitos civis, Damien se preocupa com causas ambientais. Tocou no Live Earth de 2007. Segundo ele mesmo disse em entrevista a Stop Global Warning, usa energia eólica em casa, biocombustível nos ônibus e caminhões das turnês sempre que possível, além de reverter renda de músicas e shows para as causas do chamado meio ambiente.

No início do ano de 2009, o músico esteve no Brasil, onde realizou shows nas capitais São Paulo e em Florianópolis (Santa Catarina), sendo esse último show beneficente, com toda a arrecadação revertida para a Associação Saúde Criança Recontar. A Associação foi fundada em 2008 por Bebhinn Ramsay, amiga de adolescência de Damie Rice. A música The Blower`s Daughter do álbum “O” foi o tema central da trilha sonora do filme Closer, e foi ouvida em boa parte do mundo ocidental, sendo uma das responsáveis pelo sucesso do CD que vendeu mais de 20.000 cópias apenas no ano de lançamento (2002). Embora seja a música mais famosa do cantor, não foi a única música dele presente em trilhas sonoras. Do mesmo álbum, a canção “Delicate” foi presença no filme Dear Frankie (2004). Ainda em 2004, a canção “Cannonbal” fez parte da trilha sonora de Em Boa Companhia. “Cold Water” esteve presente na trilha de I Am David (2003), e também no filme A Passagem (2005). Em “9 Crimes” representou um dos temas do filme Shrek the Third (2007) de animação, comédia, aventura e fantasia norte-americano, dirigido por Chris Miller, codirigido por Raman Hui, produzido por Jeffrey Katzenberg, da DreamWorks Animation e distribuído pela Paramount Pictures. É a continuação de Shrek (2001), Shrek 2 (2004), e o terceiro filme da franquia de filmes de mesmo nome. O filme é estrelado por Mike Myers, Eddie Murphy, Cameron Diaz, Antonio Banderas, Rupert Everett, Julie Andrews e John Cleese bisando seus papéis de voz dos filmes anteriores, com novas adições de Justin Timberlake como Arthur Pendragão e Eric Idle como Merlin.

Bibliografia geral consultada.

BECKER, Howard, Los Extraños. Buenos Aires: Editorial Tiempo Contemporâneo, 1971; SODRÉ, Muniz Araújo Cabral, O Dono do Corpo. Rio de Janeiro: Editora CODECRI, 1979; HABERMAS, Jürgen, Conhecimento e Interesse. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1987; STEELE, Valerie, Fetish: Fashion, Sex & Power. United States of America: Editor ‏Oxford University Press, 1997; DURAND, Gilbert, As Estruturas Antropológicas do Imaginário: Introdução à Arquetipologia Geral. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1997; ALMEIDA, Ana Luísa de Castro, A Influência da Identidade Projetada na Reputação Organizacional. Tese de Doutorado. Centro de Pós-Graduação e Pesquisas. Faculdade de Ciências Econômicas. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2005; HEGEL, Friedrich, Fenomenologia do Espírito. 4ª edição. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2007; DURKHEIM, Émile, Da Divisão do Trabalho Social. 4ª edição. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2010; MARX, Karl, O Capital. Crítica da Economia Política. Livro I. O Processo de Produção do Capital. São Paulo: Boitempo Editorial, 2013; particularmente, “O caráter fetichista da mercadoria e seu segredo”, pp. 146 e ss.; FOUCAULT, Michel, Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão. 42ª edição. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 2014; com o automatismo dos hábitos, foi “expulso o camponês” e lhe foi dada a fisionomia do soldado; p. 133 e ss.; COTRIM, Vera Aguiar, Trabalho, Conhecimento e Valor: Marx Frente a uma Contradição Atual. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em História Econômica. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de História. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2015; SILVA, Anderson Aparecido Lima da, Crítica e Poder: Michel Foucault nas Encruzilhadas do Conhecimento. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Filosofia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2018; TEIXEIRA, Pedro Henrique de Melo, A Uberização do Trabalho Docente: Reconfiguração das Condições e Relações de Trabalho Mediados por Plataformas Digitais. Tese de Doutorado. Programa de Pós-graduação em Educação. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2022; entre outros. 

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